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SENTENÇA PENAL
(ESPELHO)
SENTENÇA PENAL
NOTA
QUESITOS AVALIADOS
BASE
PRELIMINAR AO MÉRITO
Autoria:
- a autoria restou bem delineada, e deve ser atribuída ao réu.
Com efeito, a vítima narrou, de maneira coesa, os eventos ocorridos no dia
em que o companheiro acabou preso, relatando ter sido ele o responsável
pelas sucessivas ameaças, pelas agressões contra ela perpetradas, bem
como pelos impropérios dirigidos aos policiais.
- Na mesma toada, também os policiais Solange e Willamy bem descreveram
os fatos e, conquanto não tenham observado os atos anteriores ocorridos
no interior da casa, presenciaram as novas ameaças feitas pelo réu à
ofendida, e corroboraram a narrativa em torno dos xingamentos que lhes
foram dirigidos.
- Destaque-se que os depoimentos dos policiais, quando coesos e
harmônicos com as demais provas dos autos, gozam de valor probatório,
motivo pelo qual não merece prestígio a tese defensiva de insuficiência
probatória. Além disso, é amplamente difundida na jurisprudência a
compreensão de que, em crimes praticados no contexto de violência
doméstica e familiar, cometidos, de regra, longe de outras testemunhas, a
palavra da vítima pode lastrear condenação.
Tipicidade: Art. 129, §13, art. 147, por duas vezes, e art. 331 do CP.
- Nesse sentido:
DIREITO CONSTITUCIONAL E PENAL. ARGUIÇÃO DE DESCUMPRIMENTO DE
PRECEITO FUNDAMENTAL. CRIME DE DESACATO. ART. 331 DO CP.
CONFORMIDADE COM A CONVENÇÃO AMERICANA DE DIREITOS
HUMANOS. RECEPÇÃO PELA CONSTITUIÇÃO DE 1988.
1. Trata-se de arguição de descumprimento de preceito fundamental em
que se questiona a conformidade com a Convenção Americana de Direitos
Humanos, bem como a recepção pela Constituição de 1988, do art. 331 do
Código Penal, que tipifica o crime de desacato.
2. De acordo com a jurisprudência da Corte Interamericana de Direitos
Humanos e do Supremo Tribunal Federal, a liberdade de expressão não é
um direito absoluto e, em casos de grave abuso, faz-se legítima a utilização
do direito penal para a proteção de outros interesses e direitos relevantes.
3. A diversidade de regime jurídico – inclusive penal – existente entre
agentes públicos e particulares é uma via de mão dupla: as consequências
previstas para as condutas típicas são diversas não somente quando os
agentes públicos são autores dos delitos, mas, de igual modo, quando deles
são vítimas.
4. A criminalização do desacato não configura tratamento privilegiado ao
agente estatal, mas proteção da função pública por ele exercida.
5. Dado que os agentes públicos em geral estão mais expostos ao escrutínio
e à crítica dos cidadãos, deles se exige maior tolerância à reprovação e à
insatisfação, limitando-se o crime de desacato a casos graves e evidentes de
menosprezo à função pública.
6. Arguição de descumprimento de preceito fundamental julgada
improcedente. Fixação da seguinte tese: “Foi recepcionada pela
Constituição de 1988 a norma do art. 331 do Código Penal, que tipifica o
crime de desacato”.
(ADPF 496, Relator(a): ROBERTO BARROSO, Tribunal Pleno, julgado em
22/06/2020, PROCESSO ELETRÔNICO DJe-235 DIVULG 23-09-2020 PUBLIC
24-09-2020).
DISPOSITIVO
DISPOSIÇOES FINAIS:
a) Condenação em custas;
b) Comunicação da condenação à ofendida (art. 201, §2º, do CPP, e art.
21 da Lei n. 11.340/06);
c) Fixação de valor indenizatório à vítima Rita condizente com a penúria
que lhe foi imposta, valendo destacar que se trata de dano in re ipsa,
sugerindo-se o valor de R$ 1.000,00, com correção monetária a partir
1,00
do arbitramento (Súmula 362 do STJ) e juros de 1% ao mês, a contar
da data do fato (Súmula 54 do STJ). A propósito:
AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO REGIMENTAL EM HABEAS
CORPUS. FURTO QUALIFICADO, NA MODALIDADE TENTADA.
AUSÊNCIA DE OITIVA PRÉVIA DO MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL.
NULIDADE NÃO EVIDENCIADA. VALOR MÍNIMO DE INDENIZAÇÃO.
DANO MORAL PRESUMIDO OU IN RE IPSA. NÃO APLICAÇÃO AO CASO.
RECURSO DESPROVIDO.
1. Não há irregularidade na análise do writ sem a oitiva prévia do
Ministério Público Federal. Os arts. 64, inciso III, e 202, ambos do
Regimento Interno deste Superior Tribunal de Justiça, não afastam do
Relator a faculdade de decidir liminarmente, o habeas corpus e o
recurso em habeas corpus, cuja pretensão se conforma ou contraria
a jurisprudência consolidada dos Tribunais Superiores.
2. Não se desconhece que a Terceira Seção do Superior Tribunal de
Justiça, no julgamento do Recurso Especial Repetitivo n.
1.675.874/MS, fixou a compreensão, segundo a qual, a prática de
violência doméstica e familiar contra a mulher implica a ocorrência de
dano moral in re ipsa, de modo que uma vez comprovada a prática
delitiva, é desnecessária maior discussão sobre a efetiva
comprovação do dano para a fixação de valor indenizatório mínimo.
3. Na espécie, o crime que lastreou a condenação do Agravante não
está relacionado a violência contra a mulher no âmbito doméstico e
familiar, mas trata-se de tentativa de furto de roupas, de modo que
não há dano moral presumido ou in re ipsa, sendo essencial a
produção de provas para a caracterização de lesão de ordem moral,
o que não se verificou no caso.
4. Agravo regimental desprovido.
(AgRg no AgRg no HC n. 696.628/MS, relatora Ministra Laurita Vaz,
Sexta Turma, julgado em 14/12/2021, DJe de 17/12/2021.)
d) Após trânsito em julgado: expedir ofício TRE, INI e Carta de Guia
definitiva para o Juízo da Execução;
e) P.R.I; e
f) Data e Assinatura.
Uso escorreito do idioma oficial, capacidade de exposição e conhecimento
do vernáculo. 1,00
TOTAL 10,00