Você está na página 1de 52

INSTITUTO BECHARA JALKH

______________________________________________________________________
Módulo IV

______________________________________________________________________
INVESTIGAÇÕES CIVIS E CRIMINAIS
1
INSTITUTO BECHARA JALKH
______________________________________________________________________
Módulo IV

Índice

MÓDULO IV

I. Sequestro
II. Inquérito e Processo Penal
III. A Prova
IV. A Persecução
V. Perícia Técnica

______________________________________________________________________
INVESTIGAÇÕES CIVIS E CRIMINAIS
2
INSTITUTO BECHARA JALKH
______________________________________________________________________
Módulo IV

MÓDULO IV

I. SEQUESTRO

(EXTORSÃO MEDIANTE SEQUESTRO)

A partir dos anos 90 o aumento da violência nos centros urbanos, trouxe à


tona uma onda de sequestros, principalmente no eixo Rio-São Paulo. No Rio de
Janeiro, houve época em que tinham cerca de 40 pessoas presas em cativeiros,
aguardando o final das negociações do resgate. Alguns empresários, cujo membro
da família tinha sido sequestrado, contrataram detetives profissionais para fazer
investigações paralelas às oficiais, além de participarem também das negociações
do resgate.

Como o crime de sequestro é um delito de condições específicas – há


pagamento de resgate à pessoa que aparecer para recebê-lo – os sequestradores são
presos neste exato momento. Em função disso, diversas quadrilhas se
especializaram usando técnicas terroristas para dificultar a ação da polícia e
aterrorizar a família de suas vítimas, que passaram a ter medo de colaborar com a
polícia.

Código Penal

Art. 159 - Sequestrar pessoa com o fim de obter, para si ou para outrem,
qualquer vantagem, como condição ou preço do resgate:

Pena - reclusão, de oito a quinze anos.

§ 1o Se o sequestro durar mais de 24 (vinte e quatro) horas, se o sequestrado é


menor de 18 (dezoito) ou maior de 60 (sessenta) anos, ou se o crime é cometido por
bando ou quadrilha.

Pena - reclusão, de doze a vinte anos.

§ 2º - Se do fato resulta lesão corporal de natureza grave:


______________________________________________________________________
INVESTIGAÇÕES CIVIS E CRIMINAIS
3
INSTITUTO BECHARA JALKH
______________________________________________________________________
Módulo IV

Pena - reclusão, de dezesseis a vinte e quatro anos.

§ 3º - Se resulta a morte:

Pena - reclusão, de vinte e quatro a trinta anos.

§ 4º - Se o crime é cometido em concurso, o concorrente que o denunciar à


autoridade, facilitando a libertação do sequestrado, terá sua pena reduzida de um a
dois terços.

O crime de sequestro foi enquadrado no Código Penal Brasileiro na relação de


crimes hediondos, onde os criminosos condenados são obrigados a cumprir toda a
pena, não podendo receber qualquer benefício legal que a legislação permita como
liberdade condicional e indulto.

Este crime passou a ser muito executado pelos criminosos nos grandes
centros, principalmente na cidade do Rio de Janeiro, onde houve época em que
havia 38 pessoas sequestradas em cativeiro, aguardando libertação. As quadrilhas
especializaram-se e passaram a utilizar, inclusive, técnicas militares para receber o
pagamento dos resgates. Utilizavam a tática de aterrorizar as famílias, ficando dias
e até semanas sem manter contato, e depois enviavam fitas de vídeo mostrando
cenas de tortura contra o sequestrado, onde o mesmo implorava à família que
pagassem o resgate, e deixassem a polícia fora do caso.

Por causa desta tática, várias famílias passaram a não mais colaborar com as
autoridades policiais, fato que facilitou o trabalho dos sequestradores e ajudou a
aumentar a criação de novos grupos de criminosos. Até os traficantes passaram a
executar sequestros para conseguir capital de giro a fim de financiar a compra de
drogas para o tráfico.

Posto isto, várias famílias passaram a usar o trabalho de detetives


profissionais experientes para colaborar nas investigações e na negociação de
sequestros com os sequestradores. É uma tarefa difícil que requer muita habilidade
do detetive, pois qualquer descuido acarretará na execução da vítima. Em uma
investigação de sequestro o detetive precisa ser cauteloso e pedir muito sigilo ao
cliente, pois existe a possibilidade de alguma pessoa ligada a ele ter passado
informações para os criminosos; por isso ninguém deve saber das investigações.

______________________________________________________________________
INVESTIGAÇÕES CIVIS E CRIMINAIS
4
INSTITUTO BECHARA JALKH
______________________________________________________________________
Módulo IV

De imediato, o detetive deve providenciar a instalação de um aparelho Bina


no local combinado para receber os contatos dos sequestradores. Bina é um
aparelho que identifica o número do telefone que está ligando, antes mesmo de
alguém atender a ligação. Por ele, pode-se localizar posteriormente, onde o aparelho
que faz as ligações está instalado, mesmo que sejam feitas de um telefone público.
Em ligações cujo identificador de chamada for bloqueado ou restrito, deve-se entrar
em contato com a operadora de telefonia, pois nela ficam registrados todos os
números que foram utilizados.

Na maioria dos sequestros, alguém passa informações dos hábitos do


sequestrado para os criminosos: pode ser um empregado, um porteiro, um
funcionário, ex-funcionários ou ex-empregadas. Quase sempre há motivos, brigas,
desavenças, vinganças, etc. Geralmente a pessoa que passa as informações não
gosta da vítima e o faz por vingança. O detetive deve estudar como, em que local e
em que horário a vítima foi abordada, e analisar quem teria acesso às informações
necessárias para executar o plano.

O detetive deve ir ao local da abordagem e procurar testemunhas dos fatos


que possam fornecer informações como tipos de carros, placas, armamentos,
descrições dos sequestradores, tipo de abordagem, etc. Após ouvir as testemunhas,
o detetive terá condições de saber se o grupo é profissional pelo modo de abordar e
pelo tipo de armamento. Se conseguir saber as placas dos carros pode descobrir em
que bairros foram furtados, e se foram roubados pode ter acesso à descrição dos
ladrões, que podem ser os próprios sequestradores.

O bairro em que os veículos foram furtados ou roubados é uma pista da


origem das quadrilhas porque geralmente os ladrões saem do “cafôfo da quadrilha”
armados e, na primeira esquina, furtam ou roubam algum veículo, que será
guardado em um esconderijo para posteriormente ser usado no sequestro e
abandonado logo depois. É importante que o detetive verifique se os veículos usados
na abordagem da vitima foram encontrados, pois pode haver indícios valiosos no
seu interior como tickets de caixa de algum estabelecimento comercial, onde eles
fizeram compras.

______________________________________________________________________
INVESTIGAÇÕES CIVIS E CRIMINAIS
5
INSTITUTO BECHARA JALKH
______________________________________________________________________
Módulo IV

Se o detetive obtiver as placas dos carros utilizadas na abordagem, pode


verificar no órgão de trânsito se esses veículos receberam alguma multa naquele
dia, pois geralmente estes grupos estão sob forte tensão emocional e cometem
inúmeras infrações de trânsito. Se houve, pode ter uma idéia do trajeto e, juntando
mais indícios, descobrir a área do cativeiro.

O momento mais delicado de uma operação de sequestro é o do pagamento


do resgate, pois alguém precisa aparecer para receber o dinheiro. Os grupos de
sequestradores mais especializados utilizam táticas de guerrilha e obrigam a pessoa
encarregada de efetuar o pagamento, a fazer uma maratona. Mandam que vá para
um determinado local, onde haverá um bilhete dizendo o próximo deslocamento;
isto se repete várias vezes, até que os sequestradores tenham certeza de que
nenhum grupo policial os está seguindo para tentar prendê-los na hora da entrega
do resgate.

Realmente é um momento perigoso, pois já houve casos de quadrilhas tão


sofisticadas em táticas de guerrilhas que usavam o sistema de compartimentação,
onde um grupo participava de determinado ato, mas não sabia os detalhes
restantes. Isto é, quem aborda a vítima não sabia do local do cativeiro. Quem faz a
mediação do valor do resgate é quem o recebe, mas também não sabe do local do
cativeiro. Se for preso não pode denunciar onde a vítima está guardada, além de não
conhecer os outros integrantes da quadrilha; da mesma maneira os carcereiros da
vítima, não conhecem os chefes da quadrilha; com isso, se forem presos não podem
delatá-los.

Portanto, tentar prender quem vai receber o resgate torna-se perigoso,


porque ele pode não saber onde está guardada a vítima. O certo é campanar a
pessoa e verificar para quem ela levará o resgate. Esta pessoa sim é, com certeza, o
chefe da quadrilha e sabe onde está o cativeiro.

Várias modalidades de sequestros foram detectadas, pois do mesmo modo que


existem grupos sofisticados, existem criminosos principiantes sem qualquer
organização. Eles passaram a aproveitar-se do estado aterrorizador reinante em
algumas cidades como o Rio de Janeiro, e passaram a efetuar os chamados
sequestros relâmpagos, onde levam a vítima para florestas, terrenos abandonados,

______________________________________________________________________
INVESTIGAÇÕES CIVIS E CRIMINAIS
6
INSTITUTO BECHARA JALKH
______________________________________________________________________
Módulo IV

apartamentos ou casas abandonadas, etc., e pedem pequenas quantias às famílias


que, aterrorizadas, acabam pagando para ter seus parentes em liberdade.

Se o detetive for contratado para servir de mediador do pagamento do


resgate, necessitará de muita habilidade e tranquilidade para dialogar com o
sequestrador. Deve procurar convencer a família da necessidade de colaborar com
as autoridades policiais que certamente destacarão policiais especializados na
apuração do sequestro. O mediador deve mostrar-se seguro e tranquilo para o
interlocutor da quadrilha, e sempre procurar baixar o máximo possível os valores
exigidos pelos criminosos alegando aos marginais que a família está tentando
conseguir o valor do resgate, mas que está difícil e precisam de mais tempo.

Geralmente, estes valores caem para 30% do exigido inicialmente pelos


marginais. É necessário sempre exigir provas de vida da vítima, fazendo perguntas
muito íntimas que só a vítima sabe responder. Deve exigir respostas por escrito da
vítima para verificar se a letra é mesmo da pessoa sequestrada. Evitar aceitar
provas de vida em vídeo, porque há quadrilhas que sequestram a vítima e fazem
vários filmes de vídeo para dar a impressão que foram feitos em dias diferentes, e
posteriormente eliminam a vítima.

Atualmente, os sequestradores usam telefones celulares para fazer os


contatos com a família das vítimas, dificultando a localização pelo sistema Bina.
Entretanto é possível localizar o lugar exato através da triangulação das antenas
telefônicas de onde a chamada foi originada, possibilitando a sua prisão.

Caso Verídico

Certa época, nosso escritório foi contratado para esclarecer o sequestro de


um bem sucedido empresário, que apesar de possuir um forte esquema de
segurança, foi sequestrado num domingo à tarde quando costumava sair sozinho de
sua mansão para visitar um irmão que residia na mesma rua a 100 metros de
distância. Ele foi sequestrado no único momento em que costumava sair sem
segurança. Inicialmente desconfiou-se dos seguranças, porque poucos sabiam de
sua saída à casa do irmão. A família pediu que as negociações fossem feitas
______________________________________________________________________
INVESTIGAÇÕES CIVIS E CRIMINAIS
7
INSTITUTO BECHARA JALKH
______________________________________________________________________
Módulo IV

rapidamente com os sequestradores e, depois de baixar o valor do resgate em 50%,


resolveu-se pagar para libertar o empresário.
Entretanto, a polícia descumpriu o acordo feito com a família e tentou
prender os sequestradores no ato da entrega do resgate. Após troca de tiros, um
sequestrador foi morto e outro preso. Como era uma quadrilha especializada, o
elemento preso não sabia do local do cativeiro que só foi descoberto após a prisão de
outro elemento da quadrilha, denunciado pelo primeiro preso. Porém, ao chegar ao
cativeiro soube-se que a vítima havia sido executada pelos sequestradores.
Através do interrogatório dos dois sequestradores presos, soube-se que a
informação da vítima foi passada por uma mulher ligada a um médico que mantinha
relações com o sequestrado. Após longas investigações identificamos o médico. Ele
era vizinho do sequestrado e trabalhava em uma clínica de cirurgia plástica. Para
nossa surpresa, soubemos que o mesmo havia desaparecido e seu automóvel fora
encontrado carbonizado na Baixada Fluminense. Certamente foi eliminado como
“queima de arquivo” pelos demais integrantes da quadrilha.

II. Inquérito e Processo

Inquérito é a série de investigações ou diligências que a autoridade policial

realiza com a finalidade de apurar os crimes e autorias. O processo só se denomina


quando há ação penal em andamento.

Quando é cometido um crime, não há ação penal e sim um inquérito policial,


porque a função judiciária da polícia é restrita – apura, mas não julga. Não se pode
denominar o inquérito policial de processo, porque no inquérito o que existe são os
“autos” de inquérito.

Quando tem conhecimento de um delito, a autoridade policial se dirigirá ao


local, se possível e conveniente, providenciando para que não se alterem o estado e
a conservação das coisas. Apreenderá os instrumentos e todos os objetos que
tiverem relação com o fato, colherá as provas necessárias, ouvirá o ofendido, (se for
o caso), determinará que se proceda ao exame de corpo de delito e quaisquer outras
providências. A autoridade policial ordenará ainda a identificação do indiciado pelo
processo datiloscópico e fará juntar sua folha de antecedentes. A vida pregressa do
______________________________________________________________________
INVESTIGAÇÕES CIVIS E CRIMINAIS
8
INSTITUTO BECHARA JALKH
______________________________________________________________________
Módulo IV

indiciado será também averiguada, sob o ponto de vista pessoal, familiar e social,
sua condição econômica, seu estado de ânimo etc. Às vezes, essas providências não
podem ser tomadas de imediato, mas só quando estiver ultimado, aí sim o inquérito
estará completo.

Quando o réu estiver preso o inquérito terminará em dez dias. Se estiver


solto, mediante fiança ou sem, levará 30 dias. E o delegado ainda se reservará o
direito de pedir a baixa do processo, depois de distribuído ao Juízo Criminal, desde
que, neste prazo, não tenha sido possível tomar todas as medidas recomendadas
pela processualística. O juiz, por seu turno, poderá se achar necessário, baixar o
processo à delegacia de onde procedeu, a fim de que sejam tomados os depoimentos,
procedidas as acareações ou tomadas outras providências para a boa apuração do
fato.

Quando o delinquente é preso em flagrante, não ficará recolhido ao xadrez se


pagar fiança. Fiança criminal é a garantia que presta o acusado, ou alguém por ele,
perante a autoridade policial ou judiciária, a fim de poder se defender em liberdade,
nos casos em que a lei o permite e pela maneira que esta determinar.

Crime afiançável é quando a lei permite que o agente se defenda em liberdade,


mediante a prestação de fiança. Na concessão da fiança, levam-se em conta os bons
antecedentes do agente e a possibilidade de que não prejudique o andamento do
processo. Crime inafiançável é quando a lei não permite ao acusado defender-se em
liberdade.

A fim de evitar o trabalho de enumeração de todos os delitos afiançáveis e


inafiançáveis, que seria difícil de retê-los na memória, enumeraremos apenas os
casos em que não se concederá fiança:

!Nos crimes em que é cominada a pena de reclusão, exceção feita ao réu maior de
70 anos e menor de 21 anos, e se não se tratar de delito a que seja cominada pena
superior a dois anos;

!Nas contravenções penais do jogo, mendicância e vadiagem;

!Aquele que houver quebrado a fiança em processo da mesma natureza;

______________________________________________________________________
INVESTIGAÇÕES CIVIS E CRIMINAIS
9
INSTITUTO BECHARA JALKH
______________________________________________________________________
Módulo IV

!Na prisão decorrente de mandado de juiz civil, prisão administrativa, disciplinar e


militar;

!Ao que estiver em gozo de “sursis” ou livramento condicional, salvo se processado


por crime culposo que admita fiança;

Ao encerrar o inquérito a autoridade policial fará minucioso relatório do que


tiver sido apurado e enviará os autos ao juiz criminal. No relatório, poderá indicar
testemunhas que não tiveram sido inquiridas, mencionando o lugar onde possam
ser encontradas. Os instrumentos do crime, bem como os objetos que interessarem
à prova, acompanharão os autos do inquérito.

A autoridade policial não poderá determinar o arquivamento dos autos do


inquérito. Entretanto, quando estes chegarem ao juízo criminal, o juiz, a pedido do
promotor poderá fazê-lo. Assim que chegam os autos às mãos do magistrado, este o
despachará mandando ao promotor (Ministério Público), que examinará a prova e
denunciará o indiciado ou fará aquele pedido, uma vez que não encontre elementos
incriminadores suficientes para a ação penal. Na denúncia, o órgão do Ministério
Público arrolará as testemunhas que serão ouvidas no sumário.

A primeira audiência no juízo criminal será para a inquirição do acusado. As


testemunhas de acusação e de defesa (arroladas pelo réu em sua defesa prévia,
apresenta no tríduo após interrogatório) serão ouvidas em audiência em dias
diferentes.

Não tendo havido prisão em flagrante do acusado, e tratando-se de crime a


que a lei comine pena superior ou igual há dez anos, o juiz decretará a prisão
preventiva. Esta poderá ainda ser decretada como garantia da ordem pública, por
conveniência da instrução criminal ou para assegurar a aplicação da lei penal nos
seguintes casos: a) nos crimes inafiançáveis; b) nos crimes afiançáveis quando se
apurar no processo que o indiciado é vadio, ou quando, havendo dúvida sobre a sua
identidade, não fornecer ou indicar elementos para esclarecê-la; c) nos crimes
dolosos (embora afiançáveis) quando o réu tiver sido condenado por crime da
mesma natureza, em sentença transitada em julgado.

______________________________________________________________________
INVESTIGAÇÕES CIVIS E CRIMINAIS
10
INSTITUTO BECHARA JALKH
______________________________________________________________________
Módulo IV

A prisão preventiva, entretanto, não será decretada se há indícios fortes ou


provas de que o agente agiu em legítima defesa ou outra circunstância excludente
de punibilidade.

Na instrução do processo criminal serão inquiridas no máximo oito


testemunhas de acusação e até oito de defesa.

Nos processos da competência do júri, encerrada a instrução - depois de


falarem nos autos o Ministério Público, a defesa, e efetuadas as diligências
necessárias - o juiz pronunciará o réu, se for convencido da existência do crime e da
autoria, ou impronunciá-lo-á, se reconhecer as circunstâncias que excluam a
punição; ou desclassificará o delito, se for convencido da existência de crime diverso
do objeto da denúncia. No caso, os autos serão remetidos a outro juiz, se não se
tratar de comarca de um único magistrado.

Depois de pronunciado, o réu será liberado pelo promotor e seu defensor


oferecerá a contrariedade do libelo. Só após o processo estará pronto para o
julgamento pelo tribunal popular. No júri, o réu será de novo ouvido no plenário, se
não forem dispensadas as testemunhas mencionadas no libelo e na contrariedade.

O tribunal do júri compõe-se de um juiz de direito, que é o seu presidente, e de


21 jurados, que sortearão dentre os analistas, sete dos quais constituirão o conselho
de sentença em cada sessão de julgamento.

No júri, o tempo destinado à acusação e à defesa será de três horas para cada
uma, e de uma hora para a réplica, e outro tanto para a tréplica. A apelação de
sentença absolutória não terá efeito suspensivo salvo se for unânime a decisão dos
jurados.

Processo Penal

Ação civil

Nos crimes patrimoniais, a primeira forma de restaurar a situação do lesado é


através da restituição da res furtiva (arts. 119 a 120 do Código de Processo Penal).
Mas a restauração do dano provocado pelo crime não se restringe, somente, a essa

______________________________________________________________________
INVESTIGAÇÕES CIVIS E CRIMINAIS
11
INSTITUTO BECHARA JALKH
______________________________________________________________________
Módulo IV

restituição nos crimes patrimoniais, pois existem outros danos, como o lucro
cessante ou o dano moral, que devem ser reparados. Assim, a ação civil de
reparação (actio civilis ex delicto) tem por objetivo estabelecer a obrigação de
indenizar a vítima pelos danos resultantes do crime.

Ação de reparação

É aquela promovida pela pessoa prejudicada por causa de outra ou por


procedimento lesivo de seu patrimônio para obter a devida reparação.

Natureza da sentença condenatória

A sentença condenatória tem o efeito de tornar certa a obrigação de indenizar


o dano resultante do crime. Ganha ela natureza de título executório, uma vez que o
seu conteúdo declaratório é completado pela norma que torna certa a obrigação de
reparação do dano, podendo ser discutido tão somente o valor da indenização.

Independência da Ação Civil

A responsabilidade civil independe da criminal, podendo inclusive o autor ser


absolvido na ação penal, mas condenado na esfera civil. Embora o Código Civil
disponha em seu art. 935 que a responsabilidade civil é independente da criminal, o
Código de Processo Penal, no entanto, não adotou o sistema da absoluta separação
entre ação penal e ação civil. Diversos dispositivos do Código de Processo Penal
norteiam a conjugação das duas esferas.

Código Civil Art. 935 – A responsabilidade civil é independente da criminal, não


podendo mais ser questionada sobre a existência do fato ou sobre quem seja o seu
autor, quando essas questões se acharem decididas no juízo criminal.

______________________________________________________________________
INVESTIGAÇÕES CIVIS E CRIMINAIS
12
INSTITUTO BECHARA JALKH
______________________________________________________________________
Módulo IV

Legitimidade Ativa

Pode ser parte ativa da ação: o ofendido (não é somente o sujeito passivo do
crime, mas também aquele que sofreu danos com a prática criminosa), seu
representante legal ou seus herdeiros.

Art. 63 – Transitada em julgado a sentença condenatória, poderão promover a


execução, no juízo cível, para o efeito da reparação do dano, ao ofendido, seu
representante legal ou aos seus herdeiros.

Legitimidade Passiva

Art. 64 – Sem prejuízo do disposto no artigo anterior, a ação para


ressarcimento do dano poderá ser proposta no juízo cível contra o autor do crime e,
se for o caso, contra o responsável civil.

Parágrafo único – Intentada a ação penal, o juiz da ação civil poderá suspender o
curso desta até o julgamento definitivo daquela. Obs. Se as duas ações (penal e civil)
se encontram em andamento, aplica-se o disposto no art. 64, parágrafo único,
suspendendo o curso da ação civil. A disposição visa a impedir decisões
contraditórias.

Excludentes da Antijuricidade

Via de regra, quando a absolvição criminal se fundamenta na existência de


causa excludente da antijuricidade, o exercício da ação civil de reparação do dano
fica impedido.

Art. 65 – Faz coisa julgada no cível a sentença penal que reconhecer ter sido o ato
praticado em estado de necessidade, em legítima defesa, estrito cumprimento de
dever legal ou no exercício regular de direito.

______________________________________________________________________
INVESTIGAÇÕES CIVIS E CRIMINAIS
13
INSTITUTO BECHARA JALKH
______________________________________________________________________
Módulo IV

Inexistência Material do Fato

De acordo com o art. 66 não será possível o exercício da ação civil de


reparação quando ficar reconhecida, de forma categórica, a inexistência material do
fato, ou seja, quando houver provas de que o fato não existiu ou negado a autoria do
crime. O art. 67 enumera os casos em que não fica reconhecida a inexistência
material do fato, cabendo, assim, a via judicial civil da reparação do dano.

Art. 66 – Não obstante a sentença absolutória no juízo criminal, a ação civil poderá
ser proposta quando não tiver sido, categoricamente, reconhecida a inexistência
material do fato.

Art. 67 – Não impedirão igualmente a propositura da ação civil:

I - O despacho de arquivamento do inquérito ou das peças de informação;

II - A decisão que julgar extinta a punibilidade;

III - A sentença absolutória que decidir que o fato imputado não constitui crime.

Causas impeditivas da ação civil de reparação

! Quando o réu for absolvido com fundamento na existência de causa excludente


da antijuricidade;

! Faz coisa julgada no cível a sentença penal que reconhecer ter sido o ato
praticado em estado de necessidade, em legítima defesa, em estrito cumprimento
do dever legal ou no exercício regular do direito. (art. 65 do Código de Processo
Penal).

! Quando houver prova da inexistência do fato:

Se a sentença reconhecer categoricamente que não ocorreu o fato, fica impedida a


via de reparação do dano. (art. 66 do Código de Processo Penal e art. 935 do Código
Civil).

! Quando existir prova de que o réu não é o autor da infração penal;

! Quando a sentença houver reconhecido categoricamente a negatividade da


autoria, não caberá a ação civil de reparação. (art. 935 do Código Civil).
______________________________________________________________________
INVESTIGAÇÕES CIVIS E CRIMINAIS
14
INSTITUTO BECHARA JALKH
______________________________________________________________________
Módulo IV

Fatos que não impedem a ação civil de reparação

! Quando for arquivado o inquérito policial:

(art. 67, I do Código de Processo Penal)

! Quando for extinta a punibilidade:

(art. 67, II do Código de Processo Penal)

! Quando um fato não se constitui em infração penal:

Se o réu for absolvido por ser o fato atípico, não fica obstado o exercício da ação civil
de reparação. Embora o fato não constitua um ilícito, pode constituir ilícito civil.
(art. 67, III do Código de Processo Penal)

! Quando o réu for absolvido com fundamento na existência de causa excludente

da culpabilidade:

Mesmo que o réu tenha sido absolvido irrecorrivelmente no juízo penal por
incidência de erro de proibição, coação moral irresistível, obediência hierárquica,
inimputabilidade por doença mental ou por desenvolvimento mental incompleto ou
ainda por embriaguez completa, proveniente de caso fortuito ou de força maior,
caberá a ação reparatória na esfera civil.

! Quando não houver prova da existência do fato:

Se a sentença penal não reconhecer categoricamente a inexistência do fato material


pode este ainda ser provado na esfera civil.

! Quando não houver prova de autoria:

Nesse caso, a sentença não reconhecendo suficientes as provas de autoria da


infração, pode ser exercida a ação de reparação de danos no cível.

______________________________________________________________________
INVESTIGAÇÕES CIVIS E CRIMINAIS
15
INSTITUTO BECHARA JALKH
______________________________________________________________________
Módulo IV

III. A Prova

Princípios Gerais

Fonte

Prova designa a atividade probatória, isto é, o conjunto de atos praticados


pelas partes, por terceiros e até pelo juiz, para averiguar a verdade e formar a sua
convicção.

Objetivo da prova

Tem como objetivo principal formar a convicção do juiz.

Determinação de provas pelo juiz

O juiz pode determinar provas de ofício, na busca da verdade real, mas de


modo comedido, sem tomar o lugar da acusação ou da defesa.

Art. 155 – No juízo penal, somente quanto ao estado das pessoas, serão observadas
as restrições à prova estabelecidas na lei civil.

Art. 156 – A prova da alegação incumbirá a quem a fizer; mas o juiz poderá, no
curso da instrução, ou antes, de proferir sentença, determinar, de oficio, diligências
para dirimir dúvida sobre ponto relevante.

OBS: Diferente do processo civil, no processo penal todos os fatos dependem de


prova para a apuração da verdade histórica. Não há hierarquia de provas, nem
formas preestabelecidas salvo quanto ao estado das pessoas, a ser provado de
acordo com a lei civil. Certos fatos independem de prova, vez que presumidos, como
a presunção de violência, do art. 224 do Código Penal.

Importância da Prova

Na denúncia (ou na queixa) não é exigida do autor uma demonstração cabal


dos fatos, o que se fará exatamente no processo. Esse é, antes de qualquer coisa,
______________________________________________________________________
INVESTIGAÇÕES CIVIS E CRIMINAIS
16
INSTITUTO BECHARA JALKH
______________________________________________________________________
Módulo IV

uma atividade probatória. Todo o processo está penetrado da prova. Sem ela, não se
chega a seu objetivo: a sentença.

In Dubio Pro Reo: A falta de provas para condenar tem como consequência a
absolvição do réu.

Princípio da Comunhão de Provas

Uma vez levada ao processo, a prova pode ser utilizada por qualquer dos seus
sujeitos: juiz ou partes.

Fatos Que Não Dependem de Prova

São fatos que não dependem de prova:

!Notórios: aqueles de conhecimento geral;

!Axiomáticos: são os fatos evidentes, que não precisam ser demonstrados;

!Inúteis: não têm propósito dentro do processo.

Requisitos

Para a produção da prova é necessário observar certos requisitos:

!Possível (viabilidade da prova): possibilidade do processo;

!Concludência: deve buscar esclarecer a questão controvertida;

!Pertinência: difere-se da prova inútil;

!Admissibilidade da prova: deve ser permitida pela lei e pelos costumes judiciários.

______________________________________________________________________
INVESTIGAÇÕES CIVIS E CRIMINAIS
17
INSTITUTO BECHARA JALKH
______________________________________________________________________
Módulo IV

As Provas inadmissíveis

São provas inadmissíveis:

!Ilícitas: aquelas que contrariam as normas de direito material ao meio e ao modo

de obtenção;

!Ilegítimas: aquelas que contrariam as normas de direito processual seja na

produção ou na introdução aos autos.

Provas Ilícitas

As provas ilícitas não são válidas, como a intercepção de correspondência, a


escuta telefônica ou a busca domiciliar sem requisitos legais (art. 5°, LVI, da
Constituição Federal).

OBS: A interceptação telefônica pode ser determinada pelo juiz. Constitui crime,
apenado com 2 a 4 anos de reclusão e multa, a interceptação sem autorização
judicial (Lei 9.296/96, art. 10).

Provas Admitidas

As cartas particulares interceptadas ou obtidas por meios criminosos não são


admitidas em juízo. O destinatário da carta, porém, pode exibi-la em juízo, para a
defesa de seu direito, ainda que não haja consentimento do signatário (art. 233).
Fora dessa hipótese, o conteúdo da carta não pode ser divulgado sem permissão do
autor (Lei dos Direitos Autorais). De modo semelhante, tem-se entendido ser lícita a
gravação de conversa telefônica, por um dos interlocutores, sem a ciência do outro,
para posterior uso em juízo, na defesa de direitos.

______________________________________________________________________
INVESTIGAÇÕES CIVIS E CRIMINAIS
18
INSTITUTO BECHARA JALKH
______________________________________________________________________
Módulo IV

Classificação das Provas

!Prova do Fato e Prova em Contrário:

A prova pode ter o objetivo de provar um fato ou provar que não aconteceu.

!Prova Direta e Prova Indireta:

A direta se observa quando há possibilidade de provar um fato por meios que dão a
certeza a respeito dele e a indireta quando acontecer que se prove outro fato que,
por sua ligação com o primeiro, permita concluir algo sobre ele.

!Prova Completa e Princípio de Prova:

Para chegar à decisão, o juiz precisa alcançar a certeza, e a lei exige prova plena,
completa, convincente acerca dos fatos. Por vezes, entretanto, a lei permite ao juiz
certas providências instrumentais provisórias, para as quais é suficiente a
probabilidade de procedência de determinadas alegações.

Os Meios e Sujeitos de Prova

Os meios de prova são as coisas ou ações usadas para pesquisar ou


demonstrar a verdade. Não se confunde meio de prova com sujeito ou objeto de
prova. Assim por exemplo, a testemunha é sujeito, e não meio de prova. O
depoimento dela, este, sim, é meio de prova. O lugar inspecionado é objeto de prova,
a inspeção do local é meio de prova. Meio é tudo aquilo que serve para alcançar um
fim, seja o instrumento usado ou o caminho percorrido.

OBS: Com os meios não devem ser confundidos os argumentos de prova, isto é, as
afirmações que se inferem dos meios de prova, dos indícios ou até das atitudes de
qualquer dos sujeitos do processo.

Sujeito de prova

São sujeitos de prova as pessoas que levam ao juiz os meios de prova, isto é,
as que praticam as ações nas quais eles consistem. O acusado, no interrogatório; o

______________________________________________________________________
INVESTIGAÇÕES CIVIS E CRIMINAIS
19
INSTITUTO BECHARA JALKH
______________________________________________________________________
Módulo IV

ofendido, na inquirição; a testemunha, no depoimento; o intérprete, na tradução; o


perito, no laudo; todos eles são sujeitos de prova.

Avaliação da prova:

O procedimento de prova tem duas fases: a da produção e a da avaliação. A


avaliação da prova compete sempre ao juiz. Podem apontar-se três grandes
sistemas de avaliação da prova.

!Sistema da Íntima Convicção:

Neste sistema o legislador fundamenta sobre o valor das provas. A admissibilidade


delas, sua avaliação, seu carreamento para os autos, tudo isso é inteiramente
deixado à discrição do juiz.

!Sistema de Regras Legais:

Neste sistema o juiz não possui nenhuma liberdade de apreciação, a lei diz quais
provas são capazes de levar à convicção e quais são idôneas para tanto.

!Sistema da Livre Convicção:

É o sistema adotado nas leis modernas, onde o juiz tem ampla liberdade na
apreciação da prova; difere-se da íntima convicção, pois onde é exigida a
fundamentação da decisão.

Valoração das Provas

Quanto à valorização das provas, vigora o princípio da persuasão racional. O


juiz julga conforme seu livre convencimento, vinculado, porém, à prova dos autos e
à obrigação de fundamentar a sua convicção.

No júri, contudo, o principio é outro. É o do livre convencimento puro, ou da


convicção íntima. O jurado não promete julgar de acordo com a lei ou de acordo com
______________________________________________________________________
INVESTIGAÇÕES CIVIS E CRIMINAIS
20
INSTITUTO BECHARA JALKH
______________________________________________________________________
Módulo IV

a prova, mas tão somente “de acordo com a sua consciência e os ditames da
Justiça” (art. 464 do Código de Processo Penal). E o jurado também não precisa
fundamentar o seu voto.

As espécies de Provas

EXAME DE CORPO DE DELITO E PERÍCIAS EM GERAL

Corpo de Delito

São as alterações materiais deixadas pela infração penal. Nos crimes que
deixam vestígios, o exame pericial ou exame de corpo de delito, é indispensável, sob
pena de nulidade (art. 564, III, “b”). No homicídio, por exemplo, impõe-se o exame
necroscópico.

Perícia

É um exame que exige conhecimentos técnicos, científicos ou artísticos,


realizado para verificar o estado de uma coisa ou um fato. São tipos de perícia o
exame, a vistoria e a avaliação.

OBS: Há possibilidade de buscar o vestígio, colher os elementos de convicção e


não submetê-los posteriormente à perícia. Ex: crime de imprensa (difamação
publicada em jornal), a cópia do jornal é o próprio corpo do delito que, neste caso,
dispensa perícia.

Caso não tenha sido feita perícia em vestígio, a prova é nula, devendo o réu ser
absolvido se a condenação for baseada nesta prova.

Prova da Maternidade do Fato

São três os caminhos para se provar a materialidade do fato:

!Exame direto: vestígios do crime;

______________________________________________________________________
INVESTIGAÇÕES CIVIS E CRIMINAIS
21
INSTITUTO BECHARA JALKH
______________________________________________________________________
Módulo IV

!Exame indireto: informações que cercam o fato;

!Prova testemunhal: não se confunde com o exame indireto.

Art. 158 – Quando a infração deixar vestígios será indispensável o exame de corpo
de delito, direto ou indireto, não podendo supri-lo a confissão do acusado.

Exame Direto

Quando os peritos têm os elementos sensíveis da infração. O exame direto


pode ser sobre pessoa ou coisa, os meios ou instrumentos empregados ou ainda
outros elementos materiais de convicção.

Exame Indireto

Quando os peritos não têm uma base considerável, procuram reconstituir o


fato a partir de outros elementos, tais como:

!Informações do ofendido;

!Informações das testemunhas;

!Informação do indiciado ou acusado;

!Outros elementos não materiais de convicção: acareações, reconhecimentos,


reconstituição e outros.

Prova Testemunhal

Se os vestígios desaparecem, impossibilitando o exame de corpo de delito,


este poderá ser suprido pela prova testemunhal. Como por exemplo, no homicídio
em que o corpo da vítima foi jogado ao mar e desapareceu.

Art. 167 – Não sendo possível o exame de corpo de delito, por haverem
desaparecido os vestígios, a prova testemunhal poderá suprir-lhe a falta.

______________________________________________________________________
INVESTIGAÇÕES CIVIS E CRIMINAIS
22
INSTITUTO BECHARA JALKH
______________________________________________________________________
Módulo IV

Peritos

Art. 159. O exame de corpo de delito e outras perícias serão realizados por perito
oficial, portador de diploma de curso superior.

§ 1o Na falta de perito oficial, o exame será realizado por 2 (duas) pessoas


idôneas, portadoras de diploma de curso superior preferencialmente na área
específica, dentre as que tiverem habilitação técnica relacionada com a natureza do
exame.

§ 2o Os peritos não oficiais prestarão o compromisso de bem e fielmente


desempenhar o encargo.

§ 3o Serão facultadas ao Ministério Público, ao assistente de acusação, ao


ofendido, ao querelante e ao acusado a formulação de quesitos e indicação de
assistente técnico.

§ 4o O assistente técnico atuará a partir de sua admissão pelo juiz e após a


conclusão dos exames e elaboração do laudo pelos peritos oficiais, sendo as partes
intimadas desta decisão.

§ 5o Durante o curso do processo judicial, é permitido às partes, quanto à


perícia:

I – requerer a oitiva dos peritos para esclarecerem a prova ou para


responderem a quesitos, desde que o mandado de intimação e os quesitos ou
questões a serem esclarecidas sejam encaminhados com antecedência mínima de
10 (dez) dias, podendo apresentar as respostas em laudo complementar;

II – indicar assistentes técnicos que poderão apresentar pareceres em prazo a


ser fixado pelo juiz ou ser inquiridos em audiência.

§ 6o Havendo requerimento das partes, o material probatório que serviu de


base à perícia será disponibilizado no ambiente do órgão oficial, que manterá
sempre sua guarda, e na presença de perito oficial, para exame pelos assistentes,
salvo se for impossível a sua conservação.

§ 7o Tratando-se de perícia complexa que abranja mais de uma área de


conhecimento especializado, poder-se-á designar a atuação de mais de um perito
oficial, e a parte indicar mais de um assistente técnico.
______________________________________________________________________
INVESTIGAÇÕES CIVIS E CRIMINAIS
23
INSTITUTO BECHARA JALKH
______________________________________________________________________
Módulo IV

Art. 178 – No caso do art. 159, o exame será requisitado pela autoridade ao diretor
da repartição, juntando-se ao processo o laudo assinada pelos peritos.

Art. 179 – No caso do § 1° do art. 159, o escrivão lavrará o respectivo auto, que será
assinado pelos peritos e, se presente ao exame, também pela autoridade.

Parágrafo único – No caso do art. 160, parágrafo único, o laudo, que poder ser
datilografado, será subscrito e rubricado em suas folhas por todos os peritos.

Art. 180 – Se houver divergência entre os peritos, serão consignadas no auto do


exame as declarações e respostas de um e de outro, ou cada um redigirá
separadamente o seu laudo, e a autoridade nomeará um terceiro; se este divergir de
ambos, a autoridade poderá mandar proceder a novo exame por outros peritos.

Laudo Pericial

Compõe-se o laudo pericial de:

!Preâmbulo: sujeito e objeto da perícia;

!Exposição: histórico, antecedentes e narração do que foi observado;

!Discussão: análise ou crítica;

!Conclusões: respostas aos quesitos genéricos e específicos.

Art. 160 – Os peritos elaborarão o laudo pericial, onde descreverão minuciosamente


o que examinarem, e responderão aos quesitos formulados.

Parágrafo único – O laudo pericial será elaborado no prazo máximo de 10 (dez) dias,
podendo este prazo ser prorrogado, em casos excepcionais, a requerimento dos
peritos.

Art. 181 - No caso de inobservância de formalidades, ou no caso de omissões,


obscuridades ou contradições, a autoridade judiciária mandará suprir a
formalidade, complementar ou esclarecer o laudo

Parágrafo único. A autoridade poderá também ordenar que se proceda a novo


exame, por outros peritos, se julgar conveniente.

______________________________________________________________________
INVESTIGAÇÕES CIVIS E CRIMINAIS
24
INSTITUTO BECHARA JALKH
______________________________________________________________________
Módulo IV

Art. 182 – O juiz não ficará adstrito ao laudo, podendo aceitá-lo ou rejeitá-lo, no todo
ou em parte.

Tempo do exame

Art. 161 – O exame de corpo de delito poderá ser feito em qualquer dia e a
qualquer hora.

Autópsia

Autópsia é a abertura de um cadáver para conclusões judiciais.

Art. 162 – A autópsia será feita pelo menos 6 (seis) horas depois do óbito, salvo se
os peritos pela evidência dos sinais de morte, julgar que possa ser feita antes
daquele prazo, o que declararão no auto.

Parágrafo único – Nos casos de morte violenta, bastará o simples exame externo do
cadáver, quando não houver infração penal que apurar, ou quando as lesões
externas permitirem precisar a causa da morte e não houver necessidade de exame
interno para a verificação de alguma circunstância relevante.

Exumação de cadáver

Exumação é o desenterramento do cadáver.

Art. 163 – Em caso de exumação para exame cadavérico, a autoridade


providenciará para que, em dia e hora previamente marcados, se realize a
diligência, da qual se lavrará auto circunstanciado.

Parágrafo único – O administrador de cemitério público ou particular indicará o


lugar da sepultura sob pena de desobediência. No caso de recusa ou de falta de quem
indique a sepultura, ou de encontrar-se o cadáver em lugar não destinado a
inumações, a autoridade procederá às pesquisas necessárias, o que tudo constará
do auto.

______________________________________________________________________
INVESTIGAÇÕES CIVIS E CRIMINAIS
25
INSTITUTO BECHARA JALKH
______________________________________________________________________
Módulo IV

Cadáveres

Art. 164 - Os cadáveres serão sempre fotografados na posição em que forem


encontrados, bem como, na medida do possível, todas as lesões externas e vestígios
deixados no local do crime.

Lesões em cadáveres

Art. 165 – Para representar as lesões encontradas no cadáver, os peritos, quando


possível, juntarão ao laudo do exame provas fotográficas, esquemas ou desenhos,
devidamente rubricados.

Identificação do cadáver

Art. 166 – Havendo dúvida sobre a identidade do cadáver exumado, proceder-se-á


ao reconhecimento pelo Instituto de Identificação e Estatística ou repartição
congênere ou pela inquirição de testemunhas, lavrando-se auto de reconhecimento
e de identidade, no qual se descreverá o cadáver com todos os sinais e indicações.

Parágrafo único – Em qualquer caso, serão arrecadados e autenticados todos os


objetos encontrados que possam ser úteis para a identificação do cadáver.

Exame complementar

O exame complementar não é somente para o caso de lesões corporais, serve


também para classificar a tentativa de homicídio.

Art. 168 – Em caso de lesões corporais, se o primeiro exame pericial tiver sido
incompleto, proceder-se-á a exame complementar por determinação da autoridade
policial ou judiciária, de ofício, ou a requerimento do Ministério Público, do ofendido
ou do acusado, ou de seu defensor.

§ 1° - No exame complementar, os peritos terão presente o auto de corpo de delito, a


fim de suprir-lhe a deficiência ou retificá-lo.

______________________________________________________________________
INVESTIGAÇÕES CIVIS E CRIMINAIS
26
INSTITUTO BECHARA JALKH
______________________________________________________________________
Módulo IV

§ 2° - Se o exame tiver por fim precisar a classificação do delito no art. 129, § 1°, I,
do Código Penal, deverá ser feito logo que decorra o prazo de 30 (trinta) dias,
contado da data do crime.

§ 3° - A falta de exame complementar poderá ser suprida pela prova

testemunhal.

Preservação do local

Art. 169 - Para o efeito de exame do local onde houver sido praticada a
infração, a autoridade providenciará imediatamente para que não se altere o estado
das coisas até a chegada dos peritos, que poderão instruir seus laudos com
fotografias, desenhos ou esquemas elucidativos.

Parágrafo único. Os peritos registrarão, no laudo, as alterações do estado das


coisas e discutirão, no relatório, as consequências dessas alterações na dinâmica
dos fatos.

Perícias de laboratório

Art. 170 – Nas perícias de laboratório, os peritos guardarão material


suficiente para a eventualidade de nova perícia. Sempre que conveniente, os laudos
serão ilustrados com provas fotográficas ou microfotográficas, desenhos ou
esquemas.

IV. A PERSECUÇÃO

PERSECUTIO CRIMINIS

Para que o Estado, titular do jus puniendi (direito de punir), exerça esta
pretensão, é necessário um processo. E para que este processo se instaure, é
necessário saber os fatos que compõem a infração penal, apontando o seu autor.
Assim, para que o órgão do Ministério Público elabore a denúncia e seja dado início
ao processo, é necessário que haja uma identificação da autoria da prática delituosa

______________________________________________________________________
INVESTIGAÇÕES CIVIS E CRIMINAIS
27
INSTITUTO BECHARA JALKH
______________________________________________________________________
Módulo IV

assim como suas circunstâncias. Esta tarefa cabe à Polícia Judiciária, cuja função
administrativa é investigar o fato infringente da norma, e quem foi o seu autor,
colhendo os dados necessários para a ação através de um procedimento chamado
inquérito policial. Esta atividade é denominada persecutio criminis. O inquérito
policial pode ser conceituado como o procedimento administrativo prévio para
apurar as infrações penais e dar fundamentos para a elaboração da denúncia ou
queixa.

Características do Inquérito Policial

!Procedimento:

a.É procedimento e não processo porque não tem sua movimentação rigorosamente
regulada por lei. Em um inquérito processual; não se tem a relação jurídica
processual. A característica do procedimento é que não existe o contraditório
perfeito. Processo+Relação Jurídica Processual + Procedimento

!Administrativo

b.Pois é presidido por uma autoridade administrativa que é o delegado de polícia. É


administrativo apenas na forma. Sua finalidade é judiciária (não confundir a forma
com a finalidade), por isso a polícia que o realiza denomina-se polícia judiciária.

!Escrito

c.Porque é através da palavra escrita que preservará, para utilização futura, as


provas primárias do crime e indícios de sua autoria.

______________________________________________________________________
INVESTIGAÇÕES CIVIS E CRIMINAIS
28
INSTITUTO BECHARA JALKH
______________________________________________________________________
Módulo IV

!Discricionário

d.Porque na sua tramitação fica sujeito aos princípios da oportunidade e


conveniência da realização da diligência. Discrição do delegado de polícia. O
inquérito deve ser ágil para não permitir que os meios de prova desapareçam. É por
natureza, procedimento cautelar. Na apuração do fato através do inquérito, duas
coisas correm contra:

i.A própria atividade do delinquente, que procura desfazer seus indícios;

ii.O tempo que apaga os vestígios.

!Inquisitório

e.No inquérito policial não existe defesa ou acusação, não se observando o


contraditório. Ninguém tem direito de assistir colheita de provas em inquérito
policial. O impulso do juiz é dado por lei; o impulso do inquérito é dado pelo delegado
de polícia.

f.O inquérito deve ter justa causa, porque poderá ser trancado por habeas corpus. A
justa causa pressupõe a existência de indícios da autoria e da materialidade da
infração penal. Também não há justa causa para o inquérito, se tiver ocorrido a
prescrição ou a decadência do direito de queixa ou representação.

!Informativo

g.É uma peça meramente informativa. Não tem nenhuma força probatória por
excelência. Pode servir subsidiariamente para suportar um decreto condenatório.

!Dispensabilidade do Inquérito Policial

h.Não é indispensável o inquérito, pois a denúncia ou queixa pode ser oferecida com
base em qualquer outra peça de informação.

______________________________________________________________________
INVESTIGAÇÕES CIVIS E CRIMINAIS
29
INSTITUTO BECHARA JALKH
______________________________________________________________________
Módulo IV

(arts. 12, 39, 5º e 46 do CPP). Recentemente, o inquérito policial foi expressamente


dispensado nas infrações penais abrangidas pelo Juizado Especial Criminal.

!Inquéritos Extras Policiais:

i.Há inquéritos que não são dirigidos pela autoridade policial:

i.Crimes falimentares: as investigações são presididas pelo próprio juiz da falência;

ii.Inquéritos militares;

iii.Inquéritos administrativos;

iv.Inquéritos civis (ação civil pública);

v.Inquéritos parlamentares.

Tipos de Prova – Modos de Obtenção

Um detetive é um descobridor de fatos, que coleciona e exibe provas,


confirmando ou desfazendo alegações ou suspeitas. Deve, por isso, conhecer e agir
de acordo com a lei e, segundo a processualística, coletar provas em inquéritos
criminais. Há três tipos de provas admissíveis na Justiça: prova direta, indireta ou
circunstancial e prova material.

Prova direta é decorrente de um fato que a própria testemunha verificou


através de seus sentidos, isto é: viu, ouviu, tocou, cheirou ou provou. Se, porém, o
informante relata que “alguém” viu, ouviu, tocou, cheirou ou provou, não é um fato
pacífico; é classificado como boato e não é considerado prova direta.

Prova indireta ou circunstancial é aquela que busca a conclusão estabelecida


em fatos que podem ser provados. Por exemplo: um pedestre passeia pela rua e
ouve tiros e gritos que vêm de uma casa. Quase imediatamente vê um homem
fugindo do prédio com um revólver na mão. O pedestre entra na residência e acha
uma mulher jogada em uma cadeira, apresentando um ferimento no peito. Ele não
presenciou a vítima ser alvejada, e nem pode afirmar, sem sombra de dúvida, que o

______________________________________________________________________
INVESTIGAÇÕES CIVIS E CRIMINAIS
30
INSTITUTO BECHARA JALKH
______________________________________________________________________
Módulo IV

homem que viu fugir com uma arma na mão atirou na mulher. O promotor, porém,
vai impor aos jurados a conclusão de que, de acordo com o depoimento do pedestre,
não há como negar que o homem matou a mulher.

Infelizmente, embora a prova circunstancial seja admissível, muitas pessoas


inocentes tem sido condenadas com base em tal testemunho. No caso acima, o
homem que fugiu pode não ter atirado na mulher. Ele pode ter pegado a arma de um
suicida, depois de consumado o gesto e, confuso ante o inesperado da cena, ter saído
correndo com o revólver. Não é necessário dizer que aquela não é a melhor prova,
mas, na ausência de prova direta pode ser apresentada ao júri, que decidirá se a
indireta é ou não convincente.

Prova material é a prova que fala por si mesma. Ela requer pouca ou
nenhuma explicação e é representada por fotografias, raios-x, filme, mapas,
diagramas, impressões digitais, pegadas, caligrafia etc. Essa é a melhor prova na
maioria dos casos, ressalvadas – é óbvio – as possibilidades de fraude.

Para a preservação de prova material, ela deve ser guardada num lugar
seguro até que seja apontada à Justiça. Deverá ser conservada tal como foi achada,
a fim de facilitar a identificação no tribunal, mais tarde. Guarde-a, pois, em lugares
adequados, como envelope de celofane para documentos, tubos de vidro para
cabelos e fibras, caixas de cartolina para facas e pistolas etc.

Quando o detetive tiver que fazer investigação e buscas em propriedade


particular, deve munir-se sempre do competente mandado de busca, a fim de serem
respeitados os direitos constitucionais dos cidadãos. Devidamente autorizados pelo
Juiz, os agentes ou oficiais de justiça têm autoridade para fazer investigação e
diligências dessa natureza, o que não acontece em relação aos detetives
particulares, que não podem procurar pessoas ou coisas em recintos privados, a
menos que tenha curso legal, por direito de propriedade ou circunstâncias
similares.

Quando operar no local do crime, o detetive tem de atentar para cartas,


telegramas, faturas, relatórios, recibos, números de telefone, anotações no catálogo
telefônico, etiquetas em roupas, mapas de estradas de rodagem (que podem ter sido
assinalados para viagens) etc. Tudo pode conter elemento de prova material.
______________________________________________________________________
INVESTIGAÇÕES CIVIS E CRIMINAIS
31
INSTITUTO BECHARA JALKH
______________________________________________________________________
Módulo IV

Deve se preocupar em olhar também sapatos, ferramentas, armas, recortes


de jornais etc. Da cuidadosa atenção dispensada a esses mínimos detalhes depende
o êxito da diligência.

Nos casos de narcóticos e contrabandos, um dos detetives (ou mais) deve


fingir-se viciado ou contrabandista para captar a confiança dos marginais e, com
auxílio deles, destruir a quadrilha.

Acima de tudo, deve haver paciência, nunca precipitação. Só deve ser dado o
golpe final quando houver provas, de preferência fatos escritos ou gravações, que
não deixem dúvidas.

Ação Penal

Fundamentos do Direito de Ação

O fundamento do direito de ação repousa, pois, na proibição da autodefesa, e


seu fundamento jurídico está na Constituição, no capítulo dos direitos e garantias
individuais: “a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a
direito”. Se a infração penal ofende gravemente a ordem ético-jurídica e sendo dever
precípuo do Estado defendê-la, permanece claro que o direito de punir lhe pertence
como uma das expressões mais características de sua soberania. Pertencendo o “jus
puniendi” ao Estado, o direito subjetivo de punir permanece “in abstracto”,
enquanto não se infringe a lei penal. Com a prática da ação violadora da norma
penal, antecipadamente estabelecida, aquele direito subjetivo de punir passa a valer
na forma da ação.

Classificação da Ação Penal

A ação penal pode ser pública ou privada. Alguns autores admitem além da
pública e privada, a existência da ação penal popular. A ação penal pública pode ser
incondicionada ou condicionada à representação. A ação penal privada pode ser
exclusivamente privada, subsidiária da pública ou personalíssima (236 e 240 do
CP).

______________________________________________________________________
INVESTIGAÇÕES CIVIS E CRIMINAIS
32
INSTITUTO BECHARA JALKH
______________________________________________________________________
Módulo IV

Ação Penal Pública

A ação penal pública é aquela de competência do Estado, na qualidade de


titular exclusivo do direito de punir, cabendo a acusação ao Ministério Público e,
apenas, subsidiariamente ao ofendido e ao seu representante. A ação penal pode ser
condicionada à representação do representante legal ou do cônjuge, ascendente,
descendente ou irmão. A representação será irretratável depois de oferecida a
denúncia. Nas contravenções a ação penal será iniciada com o auto de prisão em
flagrante ou por meio de portaria expedida pela autoridade judiciária ou policial.

Ação Penal Privada

A ação penal privada pode ser privada propriamente dita, privada


personalíssima ou privada subsidiária da pública (art. 29).

Denúncia Queixa e Representação

Denúncia

O processo penal, tanto nos crimes como nas contravenções, inicia-se pelo
recebimento da denúncia com a descrição dos fatos, a imputação da autoria, a
classificação do crime e o rol de testemunhas. As omissões da denúncia poderão ser
supridas a todo tempo, mediante aditamento, antes da sentença (art. 569 CPP).
Poderá dar-se também o aditamento de reclassificação do delito. Denúncia, em
sentido técnico, é o ato pelo qual o Ministério Público manifesta a vontade do
Estado, ofendido pelo crime, de que se faça justiça.

Queixa

A queixa é uma petição inicial com a qual dar-se início à ação penal privada.
Equivale à denúncia e, como esta, deve ser formulada juntando-se o inquérito

______________________________________________________________________
INVESTIGAÇÕES CIVIS E CRIMINAIS
33
INSTITUTO BECHARA JALKH
______________________________________________________________________
Módulo IV

policial ou outro elemento informativo. É subscrita por advogado, devendo a


procuração conter poderes especiais e menção expressa ao fato criminoso. A ação
penal só passa a existir quando o juiz acolhe a denúncia ou a queixa. O prazo para
oferecer denúncia ou queixa é de seis meses, contado do dia em que vier, a saber,
quem foi o autor do crime.

Polícia Judiciária

O poder de polícia do Estado é exercido através de suas polícias:

!Funções da Polícia Administrativa (sentido estrito):


a)Expedição de documentos;
b)Fiscalização de produtos controlados;

c)Administração das cadeias públicas.

!Funções da Polícia de Segurança:

a)Preventiva: garantir a ordem pública e impedir a prática de delitos; a sua atuação

é então preventiva, já que se destina a garantir ao indivíduo o uso e gozo dos seus
direitos - a vida, a integridade corpórea, o patrimônio, a liberdade, etc., cuidando
para que não sejam lesados pelo comportamento ilícito de outrem;

b)Judiciário: atua após a prática do crime, colhendo os elementos que o elucidam e


evitando que desapareçam, para que mais tarde possa haver a ação penal, ou seja, a
perseguição das infrações penais extrajudicialmente;

c)A polícia judiciária é chamada polícia repressiva. O escopo da polícia judiciária é

apurar infrações penais e sua autoria através do inquérito policial;

______________________________________________________________________
INVESTIGAÇÕES CIVIS E CRIMINAIS
34
INSTITUTO BECHARA JALKH
______________________________________________________________________
Módulo IV

d)A polícia civil e militar não tem apenas reservas às suas funções. A polícia civil

pode ser preventiva (ex.: uma viatura circula pela via pública) ou administrativa
(ex.: expedição de licença para uso de dinamite em pedreiras).

Competência

Art. 4º A polícia judiciária será exercida pelas autoridades policiais no


território de suas respectivas circunscrições e terá por fim a apuração das infrações
penais e da sua autoria.

Parágrafo único. A competência definida neste artigo não excluirá a de


autoridades administrativas, a quem por lei seja cometida a mesma função.

Normalmente a presidência do inquérito cabe à autoridade policial.


Autoridades outras, que não as policiais, podem elaborar inquéritos como as
sanitárias, nos delitos contra a saúde pública. Afora os casos do parágrafo único e
deixando de lado os inquéritos extras policiais (militar, judicial, parlamentar), a
competência para a realização do Inquérito Policial é distribuída às autoridades
próprias (delegados ou comissionários que dirigem as delegacias de polícia).

A distribuição da competência se faz:

a)“Ratione loci”: leva-se em conta o lugar onde se consumou a infração (delegacia de


polícia do distrito);

b)“Ratione materiac”: leva-se em conta a natureza da infração (delegacia


especializada em certos crimes).

Roteiro do Inquérito Policial

O inquérito policial não tem figura pré-estabelecida. Não possui forma


procedimental pré-determinada, mas o CPP traz algumas normas chamadas
programáticas.

!Início;
______________________________________________________________________
INVESTIGAÇÕES CIVIS E CRIMINAIS
35
INSTITUTO BECHARA JALKH
______________________________________________________________________
Módulo IV

!De ofício (portaria);

!Auto de prisão em flagrante;

!Ofício requisitório;

!Requerimento do ofendido;

!Conteúdo;

!Instrução criminal;

!Extrajudicial;

!Investigação;

!Interrogatório, buscas, perícias, etc.

!Término;

!Relatório da Autoridade.

Início do Inquérito

!Ação Pública Incondicionada

a)Tem início com:

i.Portaria da autoridade policial;

ii.Ofício requisitório do Promotor de Justiça;

iii.Ofício requisitório do Juiz de Direito;

iv.Requerimento da vitima ou de quem legalmente a represente;

v.Auto de prisão em flagrante.

______________________________________________________________________
INVESTIGAÇÕES CIVIS E CRIMINAIS
36
INSTITUTO BECHARA JALKH
______________________________________________________________________
Módulo IV

!Ação Pública Dependente de Representação

b)A representação da vítima ou de quem legalmente a represente (quando a


representação for dirigida à autoridade policial);

c)Ofício requisitório do Promotor de Justiça (quando feita a esta autoridade);

d)Ofício requisitório do Juiz de Direito (quando feito a esta autoridade);

e)Auto de prisão em flagrante com certas peculiaridades.

!Ação Privada

f)Requerimento da vítima ou de quem legalmente a represente;

g)Auto de prisão em flagrante com certas peculiaridades.

Portaria

A autoridade tem o poder de dar início ao inquérito a partir do momento de


conhecimento de um fato. Dá início ao inquérito através de uma peça denominada
portaria.

Comunicação de Crime

A lei dá ao cidadão comum o direito de comunicar à autoridade policial o


crime (delatio criminis). Sendo verdadeiro o fato qualquer pessoa pode comunicar à
autoridade. A delatio criminis pode ser simples ou postulatória.

!Simples: constitui-se apenas da comunicação;

!Postulatória: pede também que se instaure o inquérito, tal qual sucede com
representação.

______________________________________________________________________
INVESTIGAÇÕES CIVIS E CRIMINAIS
37
INSTITUTO BECHARA JALKH
______________________________________________________________________
Módulo IV

Apontamento de Autoria

Qualquer que seja a infração penal o ofendido pode requerer a instauração do


inquérito através de duas formas:

!Delação simples: o ofendido apenas narra o fato;

!Delação Postulatória: o ofendido aponta a autoria, além de noticiar o fato.

Boletim de Ocorrência (B.O.)

O boletim de ocorrência retrata a comunicação de uma infração penal – se for


o caso, através de uma portaria, inicia-se o inquérito (delegado de polícia). A
conduta retratada num boletim pode não representar absolutamente nada. Com
base em seu poder discricionário, a autoridade policial é que pode baixar uma
portaria e iniciar, de ofício, o inquérito.

Requerimento

O requerimento para a instauração do inquérito deve ser dirigido à


autoridade policial. A autoridade policial, porém, pode indeferir o requerimento do
inquérito por alguma razão (ex.: insuficiência de indícios). Do indeferimento cabe
recurso administrativo para o Secretário de Segurança Pública (não é para o Chefe
de Polícia, como diz o Código).

Ofício Requisitório

O requerimento também pode ser endereçado ao Juiz ou Ministério Público,


para que eles requeiram o inquérito, através de um ofício requisitório, pois o juiz ou
promotor tem a faculdade de requisitar inquéritos policiais. Neste caso, não há
poder discricionário da autoridade policial, a única opção é instaurar o inquérito. A
requisição é uma ordem de instauração de processo.
______________________________________________________________________
INVESTIGAÇÕES CIVIS E CRIMINAIS
38
INSTITUTO BECHARA JALKH
______________________________________________________________________
Módulo IV

Representação

Os crimes de ação penal pública condicionada dependem de representação.


Assim, o delegado não pode instaurar antes da manifestação de vontade da vítima
ou de quem legalmente a represente. Representação é a peça formal do processo; é a
manifestação de vontade feita para que o agente venha a ser processado pelo
Judiciário.

Queixa-Crime

Crimes de ação privada são movimentados por queixa-crime, que é subscrita


por um advogado. Esta peça é que impulsiona o processo.

Reconstituição do Crime

A reconstituição do crime é um ótimo elemento de convicção para o julgador e


traz a garantia de serenidade de quem dirige o inquérito, devido ao fato que revela a
espontaneidade do indiciado.

Prisão em Flagrante

A prisão em flagrante inclui-se entre as prisões cautelares de natureza


processual. É mero ato administrativo executado pela polícia, incumbida que é de
zelar pela ordem pública.

Formalidades do Inquérito Policial

O inquérito deve terminar em trinta dias, prorrogáveis de acordo com a


necessidade, havendo concordância do Promotor de Justiça. No caso de indiciado
preso, o prazo é de dez dias, improrrogáveis, a partir do dia da prisão. A
prorrogação do prazo não pode ser pedida se o réu estiver preso. No caso de solto o
réu, fica a critério do juiz a concessão da prorrogação. Nos casos afeitos à Justiça
______________________________________________________________________
INVESTIGAÇÕES CIVIS E CRIMINAIS
39
INSTITUTO BECHARA JALKH
______________________________________________________________________
Módulo IV

Federal, de réu preso, o prazo é de 15 dias, prorrogáveis (art.66 da Lei 5.010 de


30/05/66). Na prisão em flagrante, se o fato foi praticado em presença de
autoridade ou contra esta, a remessa do inquérito deve ser imediata (art. 307 do
CPP).

As Provas no Inquérito

As provas obtidas no inquérito policial terão o valor que lhes atribuir o juiz,
de acordo com seu convencimento. A prova testemunhal do inquérito, não renovada
em juízo, não serve para fundamentar a condenação, vez que não é submetida ao
crivo do contraditório. As demais provas, porém, como exames, avaliações e
perícias, são as do inquérito, não sendo, em regra, reproduzidas em juízo. Já a
confissão feita no inquérito, ainda que retratada depois no processo, costuma
permanecer válida, desde que em harmonia com os demais elementos probatórios.

Arquivamento do Inquérito

A autoridade policial não pode emitir um juízo de valor e por isso mesmo não
pode em qualquer hipótese determinar o arquivamento dos autos do inquérito. O
arquivamento pode ser ordenado pelo juiz se não houver condições para o
oferecimento da denúncia (ex: se não houver tido crime ou não puder ser
identificado o autor).

Sigilo

O inquérito é peça investigatória, inquisitiva, não sujeita ao contraditório,


podendo revestir-se de sigilo, dentro do necessário. Sigilo relativo, pois o advogado
tem o direito de manusear a qualquer tempo o inquérito, findo ou em andamento. No
caso de tóxicos, o sigilo do inquérito é obrigatório, imposto pela lei, sendo crime a
sua quebra.

______________________________________________________________________
INVESTIGAÇÕES CIVIS E CRIMINAIS
40
INSTITUTO BECHARA JALKH
______________________________________________________________________
Módulo IV

V. Perícias Técnicas

A perícia técnica é um método muito eficaz, utilizado pelos detetives


profissionais na apuração da autoria de diversos crimes. Com o avanço da
tecnologia, os profissionais de investigação contam com as mais diversas técnicas
periciais para elucidar ocorrências criminosas tais como: furtos, roubos,
arrombamentos, homicídios, etc.

Nos casos de arrombamentos a residências ou empresas, é da maior


importância que se realize uma perícia técnica no local no prazo máximo de 24
horas para constatar a existência de impressões digitais deixadas no local pelos
criminosos. A aplicação de um pó químico reagente que reage com a gordura contida
na impressão digital, torna-as legíveis; é possível fotografá-las com auxílio de lentes
especiais ou com o auxílio de fitas adesivas especiais. É importante o uso de
determinado pó reagente para cada tipo de superfície periciada (madeira, vidro,
lataria, papel, etc.).

Após a realização da perícia técnica com a obtenção das impressões digitais


dos criminosos, o detetive desenvolverá suas investigações para mais tarde
confrontar as impressões digitais obtidas na perícia com as digitais dos suspeitos do
crime. Se as impressões periciadas coincidirem com as impressões de algum
suspeito, o detetive terá nas mãos uma prova incontestável contra o criminoso.

Nos crimes de homicídio e roubo seguido de morte (latrocínio) a perícia


técnica do local do crime e a perícia realizada no corpo da vítima (laudo cadavérico)
são igualmente importantes. Pela perícia do local, o detetive poderá ter uma ideia
das circunstâncias em que o crime ocorreu: se a vítima reagiu, se houve luta
corporal, se a vítima conhecia o agressor, se o criminoso arrombou portas ou
janelas para entrar, se ficaram impressões digitais no local ou na arma do crime, se
deixou cair fios de cabelo, etc.

Através da perícia do corpo da vítima, o investigador consegue vários indícios


que possibilitam a identificação do criminoso. Por exemplo, se houve luta corporal,
pode-se encontrar debaixo da unha da vítima vestígios de pele do agressor. O avanço
da ciência também colabora para facilitar as investigações, pois já existem exames
de DNA, que podem identificar o criminoso, através de vestígios deixados por ele na
______________________________________________________________________
INVESTIGAÇÕES CIVIS E CRIMINAIS
41
INSTITUTO BECHARA JALKH
______________________________________________________________________
Módulo IV

cena do crime como: fio de cabelo, sangue, sêmen, saliva, etc. Antigamente, apenas
as impressões digitais do criminoso poderiam ser colhidas no local do crime, e
através da confrontação da ficha datiloscópica do suspeito podia-se chegarem ao
criminoso.

O avanço da tecnologia trouxe outro exame fundamental para elucidação de


crimes praticados com arma de fogo: é o exame pericial de constatação de
partículas de chumbo, que realizado nas mãos de suspeitos, pode apontar qual deles
disparou a arma do crime. Esse exame utiliza-se de componentes químicos que são
aplicados nas mãos das pessoas que usaram a arma do crime; ele aponta as
partículas de chumbo que permanecem nas mãos e nos braços de quem disparou a
arma. É uma prova inquestionável para a acusação do criminoso.

______________________________________________________________________
INVESTIGAÇÕES CIVIS E CRIMINAIS
42
INSTITUTO BECHARA JALKH
______________________________________________________________________
Módulo IV

Módulo IV

LEIA ATENTAMENTE AS INSTRUÇÕES ABAIXO.

01 - Para cada uma das questões objetivas, são apresentadas 5 (cinco)


alternativas classificadas com as letras (A), (B), (C), (D), e (E); só uma responde
adequadamente ao quesito proposto. Você deve assinalar UMA RESPOSTA: a
marcação em mais de uma alternativa anula a questão, mesmo que uma das
respostas esteja correta.

02 – No CARTÃO RESPOSTA, a marcação das letras correspondentes às respostas


certas deve ser feita cobrindo a letra e preenchendo todo o espaço compreendido
pelos círculos, a caneta esferográfica de tinta na cor preta, de forma contínua e
densa. A LEITORA ÓTICA é sensível a marcas escuras; portanto, preencha os
campos de marcação completamente, sem deixar claros.

______________________________________________________________________
INVESTIGAÇÕES CIVIS E CRIMINAIS
43
INSTITUTO BECHARA JALKH
______________________________________________________________________
Módulo IV

1)Um detetive é um descobridor de fatos e provas. Por causa disso, deve conhecer e
agir de acordo com a lei. Há três tipos de provas admissíveis na justiça: prova
direta, indireta ou circunstancial e material. Assinale a opção correta:

I. A prova direta é decorrente de um fato que a própria testemunha viu, ouviu,


tocou, cheirou e provou.

II. A prova material deve ser guardada em lugar seguro e não há necessidade de ser
conservada da mesma forma que foi encontrada.

III.A prova indireta ou circunstancial é admissível ao juiz que decidirá se ela é ou


não convincente.

IV.A prova material fala por si mesma. Ela é representada por fotografias, raios X,
filme, mapas, pegadas, impressões digitais, etc.

Estão corretos:

a) I, II, apenas.

b) I, II III e IV.

c) I, II e III, apenas.

d) I, III e IV, apenas.

e) II e IV, apenas.

2)Para fazer buscas e investigação em propriedade particular, é preciso da (o):

a) Certidão de busca autorizada pelo juiz.

b) Mandado de apreensão.

c) Carta expedida pelo juiz autorizando a entrada no domínio sobre propriedades


particulares.

d) Mandado judicial.

e) Mandado de busca.

______________________________________________________________________
INVESTIGAÇÕES CIVIS E CRIMINAIS
44
INSTITUTO BECHARA JALKH
______________________________________________________________________
Módulo IV

3)A função do detetive é obter provas. No Processo Penal, a prova tem como objetivo
principal formar a convicção do juiz. Todo o processo está penetrado da prova; sem
ela não se chega à sentença. Assinale a opção cujos fatos não dependem de prova:

a)Possíveis, axiomas e úteis.

b)Pertinentes, constantes e possíveis.

c)Indispensáveis, notórios e atípicos.

d)Típico, ilícito e material.

e)Notórios, axiomáticos e inúteis.

4)Ainda a cerca da prova. Considere as afirmativas abaixo e assinale aquela que


NÃO corresponde à definição:

a)As provas ilícitas são aquelas que contrariam as normas de direito material ao
meio e ao modo de obtenção.

b)Interceptar correspondências, fazer escuta telefônica ou fazer busca em um


domicílio sem autorização judicial é uma prova ilícita válida.

c)As cartas particulares interceptadas ou obtidas por meios criminosos não são
admitidas em juízo.

d)A prova pode ter o objetivo de provar um fato ou provar que não aconteceu.

e)A prova indireta é quando se provar outro fato que, por sua ligação com o
primeiro, permite concluir algo sobre ele.

5)Em relação às provas corpo de delito e perícia: O corpo de delito constitui-se de


alterações materiais deixadas pela infração penal. Nos crimes que deixam vestígios,
o _________ é indispensável. No homicídio é preciso exame ____________.

A perícia é um exame que exige conhecimentos técnicos e científicos. São tipos de


perícia: ________, ________, ________.

a)Exame pericial ou de corpo de delito, necroscópico, exame, vistoria, avaliação.

______________________________________________________________________
INVESTIGAÇÕES CIVIS E CRIMINAIS
45
INSTITUTO BECHARA JALKH
______________________________________________________________________
Módulo IV

b)Cadavérico, necroscópico, exame, vistoria, ponderação.

c)Dos autos, fotoscópico, exame, fundamentação, vistoria.

d)Exame de corpo de delito, microscópico, exame, vistoria, avaliação.

e) Exame médico, xenografia, prova, avaliação, classificação.

6)No caso de homicídio onde o corpo da vítima sumiu ao ser jogado no mar, se os
vestígios desaparecerem impossibilitando o exame de corpo de delito, este poderá
ser suprido pelo (a):

a)Processo Penal.

b)Exame de direito.

c)Cópia de jornal.

d)Prova testemunhal.

e)Livros de perícia.

7)Para que um interrogador atinja o seu objetivo, é necessário considerar que ele
tenha conhecimento de (a):

a)De métodos de tortura para tratar criminosos e testemunhas.

b)De técnicas de artes marciais para extrair mais informações do interrogado.

c)Da posição social do suspeito em função do seu poder aquisitivo.

d)De uso da violência como forma de o suspeito confessar o crime.

e)De psicologia e das várias personalidades psicopatas de testemunhas e suspeitos.

______________________________________________________________________
INVESTIGAÇÕES CIVIS E CRIMINAIS
46
INSTITUTO BECHARA JALKH
______________________________________________________________________
Módulo IV

8)O procedimento administrativo prévio para apurar as infrações penais e dos


fundamentos à elaboração da denúncia ou queixa, é denominado de:

a)Institucional

b)Autoria do crime

c)De investigação

d)Inquérito policial.

e)De ação

f)administrativa.

9)Através do inquérito policial, a polícia judiciária tem a função administrativa de


investigar o fato infringente da norma e quem foi seu autor colhendo dados
necessários para a ação. Qualquer que seja a infração penal, o ofendido pode
requerer a instauração do inquérito através de duas formas, que são:

a)Boletim de ocorrência/requerimento.

b)Queixa crime/provas de inquérito.

c)Prisão em flagrante/boletim de ocorrência.

d)Relatórios de investigação.

e)Delação simples/delação postulatória.

10) A ação penal pode ser pública e privada. Ação penal pública é aquela de
competência do Estado, na qualidade de titular exclusivo do direito de punir. A ação
penal no caso de contravenções será iniciada com o (a):

a)Prisão em flagrante.
b)Representação do representante legal, do cônjuge ou irmão.
c)Auto de prisão em flagrante ou por meio de portaria expedida pela autoridade
judiciária ou policial.
d)Ação penal privada.
e)Fundamento do direito de prisão.
______________________________________________________________________
INVESTIGAÇÕES CIVIS E CRIMINAIS
47
INSTITUTO BECHARA JALKH
______________________________________________________________________
Módulo IV

11) Sobre as perícias técnicas é ERRADO afirmar que:

a)Nos casos de arrombamentos a residências ou empresas, é importante que a


perícia técnica seja realizada no local no prazo máximo de 24 horas.

b)Para constatar as impressões digitais deixadas no local existe um pó reagente


para CAD superfície periciada.

c)O exame de DNA do fio de cabelo não identifica um criminoso.

d)Nos crimes com arma de fogo há o exame pericial de partículas de chumbo.

e)Nos crimes de homicídio e roubo seguido de morte (latrocínio) a perícia técnica do


local do crime e a perícia técnica realizada no corpo da vítima (laudo cadavérico)
são igualmente importantes.

12) Quando um crime é cometido não há ação penal, mas sim um inquérito policial
porque a função da polícia é apurar o crime e não julgá-lo. Dentre as providências
que a autoridade policial deve tomar quando estiver no local do crime é, assinale a
alternativa ERRADA:

a)Providenciar para que não se altere o estado e a conservação das coisas.

b)Determinará que se proceda ao exame de corpo de delito.

c)Apreenderá os instrumentos e todos os objetos que tiverem relação com o fato.

d)Não colherá as provas necessárias.

e)Ordenará a identificação do indiciado pelo processo datiloscópico.

______________________________________________________________________
INVESTIGAÇÕES CIVIS E CRIMINAIS
48
INSTITUTO BECHARA JALKH
______________________________________________________________________
Módulo IV

13) Quando uma pessoa é presa em flagrante não ficará recolhida ao xadrez se pagar
fiança. Crime afiançável é quando a lei _________ que a pessoa se defenda em
___________.

a)Não permite – liberdade.

b)Colabora – casa.

c)Sugere – liberdade.

d)Divulga – causa própria.

e)Permite – liberdade.

14) Quando uma pessoa é presa em flagrante não ficará presa se pagar fiança. Para a
concessão da fiança, a autoridade policial ou judiciária leva em conta o (s):

a)Montante de dinheiro que essa pessoa tiver.

b)Bons antecedentes da pessoa e a possibilidade de que não vai prejudicar o


andamento do processo e o fato de o crime ser afiançável.

c)Bens da pessoa que podem ser penhorados.

d)Perfil físico da pessoa.

e)Amigos influentes da pessoa.

15) A área de perícia técnica nos órgãos policiais do país é deficiente, pois há
carência de equipamentos científicos. Por causa disso, os policiais cometem pecados
fundamentais na investigação de homicídio, que poderiam ser evitados, entre os
quais:

a)Opiniões pessoais sobre o caso.


b)Fumar no local do crime.
c)A falta de preservação adequada do local onde ocorreu o crime, por parte dos
policiais que fizeram a ocorrência.
d)Deixar o corpo coberto com saco plástico preto.
e)Nenhuma das respostas acima.

______________________________________________________________________
INVESTIGAÇÕES CIVIS E CRIMINAIS
49
INSTITUTO BECHARA JALKH
______________________________________________________________________
Módulo IV

16)Bina é um aparelho que:

a)O serviço é desponível somente para celulares.

b)É disponível apenas para investigadores.

c)Identifica chamadas telefônicas.

d)Emite alertas para aparelhos celulares.

e)Funciona como GPS.

17) De acordo com o Código penal Brasileiro, o sequestro está enquadrado como
crime:

a)Exaurido.

b)Flagrante esperado.

c)Comum.

d)Hediondo.

e)Consumado.

18) O Código penal Brasileiro não concede fiança a determinados tipos de delito.
Assinale a opção CORRETA a cerca dos delitos inafiançáveis:

I.Nas contravenções penais de jogo, mendicância e vadiagem.

II.Na prisão decorrente de mandado de juiz civil, prisão administrativa, disciplinar


ou militar.

III.Ao que estiver no gozo de sursis ou livramento condicional, salvo se processado


por crime culposo que admite fiança.

IV.Nos crimes em que é cominada a pena de reclusão, exceção feita ao réu maior de
70 anos e menor de 21 anos, e se se tratar de delito a que seja cominada pena
superior a cinco anos.

Estão corretos:

______________________________________________________________________
INVESTIGAÇÕES CIVIS E CRIMINAIS
50
INSTITUTO BECHARA JALKH
______________________________________________________________________
Módulo IV

a)I, II, apenas.

b)I, II, III e IV.

c)I, II e III, apenas.

d)I, III e IV, apenas.

e)II e IV, apenas.

19) Nos crimes que deixam vestígios, o exame pericial ou de corpo de delito é um
exame:

a)Desnecessário.

b)Indispensável.

c)Dispensável.

d)Sem efeito.

e)Inodoro.

20) A autópsia é a abertura de um cadáver para conclusões judiciais. O tempo para


se fazer a autópsia é de:

a)Um mês depois da morte.

b)Até dois anos depois do óbito.

c)Dois dias após o óbito.

d)Seis horas depois do óbito.

e)Nenhuma das respostas acima.

______________________________________________________________________
INVESTIGAÇÕES CIVIS E CRIMINAIS
51
INSTITUTO BECHARA JALKH
______________________________________________________________________
Módulo IV

Não serão aceitas folhas de respostas com rasuras.

Nome Completo: __________________________________________

Matrícula: _________________

Respostas referentes ao módulo: ________

Modelo de preenchimento do cartão resposta:

! ! " # $ %
" ! " # $ %
# ! " # $ %
$ ! " # $ %
% ! " # $ %
& ! " # $ %
' ! " # $ %
( ! " # $ %
) ! " # $ %
!* ! " # $ %
!! ! " # $ %
!" ! " # $ %
!# ! " # $ %
!$ ! " # $ %
!% ! " # $ %
!& ! " # $ %
!' ! " # $ %
!( ! " # $ %
!) ! " # $ %
"* ! " # $ %

______________________________________________________________________
INVESTIGAÇÕES CIVIS E CRIMINAIS
52

Você também pode gostar