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Subcoordenação Geral
Dr. Marcelo Carvalho Ferreira
Coordenação Didático-Pedagógica
Rita Rosa Nobre Mizerani
Coordenação Técnica
Dr. Luiz Fernando da Silva Leitão
Conteudista:
Dra. Marina Cardoso Nascimento Monteiro de Castro
Produção do Material:
Polícia Civil de Minas Gerais
Revisão e Edição:
Divisão Psicopedagógica - Academia de Polícia Civil de Minas Gerais
Reprodução Proibida
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SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ............................................................................................................ 4
2 CONCEITO ............................................................................................................... 4
4 COMPETÊNCIA ..................................................................................................... 16
REFERÊNCIAS ............................................................................................................. 31
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1 INTRODUÇÃO
2 CONCEITO
O delito de estelionato está previsto no artigo 171 do Código Penal que dispõe
o seguinte:
Estelionato:
Art. 171. Obter, para si ou para outrem, vantagem ilícita, em prejuízo alheio,
induzindo ou mantendo alguém em erro, mediante artifício, ardil, ou qualquer
outro meio fraudulento:
Pena – reclusão, de um a cinco anos, e multa.
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O meio fraudulento escolhido precisa ser apto a enganar alguém de acordo
com o padrão de percepção do homem médio ou de acordo com as
circunstâncias do caso concreto, tais como a idade, grau de instrução e outras
condições da vítima, que irão indicar se o meio utilizado pelo agente foi apto a
ludibriar a vítima. A fraude pode ser empregada para induzir ou manter a vítima
em erro. Induzir é fazer nascer a percepção equivocada da realidade e manter
em erro, é não alertar a vítima quanto ao seu equívoco, deixando com que
permaneça em erro, e obtendo, com isso, vantagem.
Art. 215. Ter conjunção carnal ou praticar outro ato libidinoso com alguém,
mediante fraude ou outro meio que impeça ou dificulte a livre manifestação
de vontade da vítima.
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c) prejuízo alheio: à vantagem ilícita obtida pelo agente deve corresponder
um prejuízo economicamente apreciável sofrido pela vítima.
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1. A presença do dolo antecedente e a intenção do apelado em auferir
vantagem econômica patrimonial em desfavor da vítima caracterizam o delito
de estelionato. A fraude deve ter por fim o lucro ilícito e não mero
inadimplemento de obrigação.
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Verifica-se, portanto, que as circunstâncias do caso concreto, levando-se em
consideração a gravidade da conduta e o que dispõe os tipos penais, é que norteiam
a diferenciação entre a fraude civil e a fraude penal. É o que dispõe a jurisprudência
e a doutrina:
ESTELIONATO. FRAUDE CIVIL E PENAL. INDIFERENÇA. DELITO
CARACTERIZADO. Não existe diferença entre a fraude civil e a fraude penal.
Só há uma fraude. Trata-se de uma questão de qualidade ou grau,
determinado pelas circunstâncias da situação concreta. Elas que
determinarão, se o ato do agente não passou de apenas um mau negócio ou
se neles estão presentes os requisitos do estelionato, caso em que o fato
será punível penalmente. Na hipótese em julgamento, a ação do apelante,
fingindo intermediar a venda de um imóvel, recebeu grande quantia da vítima.
Mais tarde, descoberta a impossibilidade do negócio, fraudou aquela mais
uma vez, restituindo-lhe o valor pago com um cheque falso. Situações, sem
sombra de dúvida, que mostram a existência do delito do art. 171, caput, do
Código Penal, na ação do recorrente. DECISÃO: Apelo defensivo desprovido.
Unânime. (TJRS. Apelação Crime nº70013151618, Relator Sylvio Baptista
Neto, 7ª Câmara Criminal, julgado em 22/12/2005).
No que têm de fundamental, coincidem o delito civil e o delito penal. Um e
outro são uma rebeldia contra a ordem jurídica. Consistem ambos num fator
exterior do homem, antijurídico, imputável a título de dolo ou culpa.
A única diferença entre eles está na maior gravidade do delito penal que, por
isso mesmo, provoca mais extensa e intensa perturbação social. Diferença
unicamente de grau e quantidade. A este critério relativo, e somente a ele, é
que atende o direito objetivo do Estado na diversidade formal de sua ação
defensiva contra a sublevação da vontade individual. (HUNGRIA, 1958, p.
173).
Art. 171 - Obter, para si ou para outrem, vantagem ilícita, em prejuízo alheio,
induzindo ou mantendo alguém em erro, mediante artifício, ardil, ou qualquer
outro meio fraudulento:
Diante disto, não haverá crime quando o emitente possui o direito de impedir o
pagamento do cheque, caso tenha justificado motivo para tanto.
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3 ALTERAÇÃO TRAZIDA PELA LEI 13.964/19
A Lei 13.964/2019 inseriu o parágrafo 5º ao art. 171 do Código Penal que dispõe
o seguinte:
Estelionato
Art. 171 - Obter, para si ou para outrem, vantagem ilícita, em prejuízo alheio,
induzindo ou mantendo alguém em erro, mediante artifício, ardil, ou qualquer
outro meio fraudulento:
II - criança ou adolescente;
Assim, a representação da vítima pode ser exigida retroativamente nos casos que
estão em fase de inquérito policial, mas não na hipótese de processo penal já
instaurado, pois de outro modo, a representação passaria de condição de
procedibilidade da ação penal (condição necessária ao início do processo) para
condição de prosseguibilidade (condição que deve ser implementada para o processo
já em andamento poder seguir seu curso).
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Dessa forma, para a quinta turma do STJ é necessário colher a representação da
vítima apenas até o oferecimento da denúncia. Após oferecida a denúncia pelo
representante do Ministério Público (Promotor de Justiça) não há mais a necessidade
de se colher a representação do ofendido e a ação penal segue seu curso. Veja-se:
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4.Conforme pacífica jurisprudência desta Corte Superior, fixada a pena
corporal nos patamares delineados no art. 44, § 2º, do Código Penal, compete
ao julgador a escolha do modo de aplicação da benesse legal. Além disso,
não é socialmente recomendável a aplicação da multa substitutiva em crimes
cujo o tipo penal prevê multa cumulativa com a pena privativa de liberdade.
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5. O ato jurídico perfeito e a retroatividade da lei penal mais benéfica são
direitos fundamentais de primeira geração, previstos nos incisos XXXVI e XL
do art. 5º da Constituição Federal. Por se tratarem de direitos de origem
liberal, concebidos no contexto das revoluções liberais, voltam-se ao Estado
como limitadores de poder, impondo deveres de omissão, com o fim de
garantir esferas de autonomia e de liberdade individual. Considerar o
recebimento da denúncia como ato jurídico perfeito inverteria a natureza dos
direitos fundamentais, visto que equivaleria a permitir que o Estado invocasse
uma garantia fundamental frente a um cidadão.
Assim, nos inquéritos já em curso, será necessário intimar a vítima a fim de colher
sua representação, verificando se ela ainda tem interesse em dar prosseguimento no
Inquérito, pois a alteração trazida pela Lei 13.964/19 pode ser benéfica ao acusado e
como tal deve retroagir na fase de inquérito, nos termos do princípio da retroatividade
benéfica, previsto no artigo 2º caput e parágrafo único do Código Penal.
Nos termos do parágrafo 4º do artigo 171 do Código Penal, incluído pela Lei
13.228/2015, aplica-se a pena em dobro se o crime for cometido contra idoso, vítima
considerada vulnerável.
4 COMPETÊNCIA
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Ocorre que esse entendimento jurisprudencial foi alterado com o advento da Lei
14.155/21 que entrou em vigor em 27 de maio de 2021, que introduziu o parágrafo 4º
ao artigo 70 do Código de Processo Penal, estabelecendo o seguinte, in verbis:
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Artigo 2º do CPP: A lei processual penal aplicar-se-á desde logo, sem prejuízo da validade dos atos
realizados sob a vigência da lei anterior.
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Em todo caso, sempre que for verificado que a competência para investigar o
caso é de outro Município ou outro Estado, o procedimento ou boletim de ocorrência
deve ser remetido para o local competente, porém, é nesse caso, é recomendado que
o expediente seja instruído com o termo de representação e com o termo de
declarações (oitiva) da vítima, bem como com todos os documentos e meios de prova
imprescindíveis para a comprovação do crime e relevantes para a investigação do
delito de estelionato em outra comarca, além da cópia do documento de identificação
civil da vítima, pois sem esses elementos e sem a condição de procedibilidade exigida
com o advento da Lei 13.964/19 (termo de representação da vítima) a Policia Civil de
outra comarca não poderá instaurar o Inquérito Policial.
Além disso, reportou no ofício que as ocorrências têm aportado com a falta de
documentos imprescindíveis que comprovem a justa causa para instauração do
Inquérito Policial, tais como: cópias de documentos que comprovem minimamente a
materialidade delitiva – comprovante de depósito, extrato bancário, dentre outros, bem
como cópias de documento de identidade da vítima comunicante (deve-se comprovar
que de fato há vítima efetiva no crime de estelionato) e o termo de declarações desta.
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Em virtude disto, a chefia da Polícia Civil de Goiás solicitou que todas as
Delegacias de Polícia do Estado de Minas Gerais sejam orientadas a instruir as
ocorrências policiais com os dados e documentos básicos, como representação, cópia
do documento de identidade da vítima, termo de declarações, entre outros, antes da
remessa a Policia Civil do Estado de Goiás. Comunicou ainda que as ocorrências
policiais dos delitos de estelionato registradas no Estado de Minas Gerais, mas afetas
a Polícia Civil de Goiás, que carecerem dos dados e ou documentos citados acima,
serão diretamente devolvidas à origem, para o devido saneamento.
Este ofício enviado pela Polícia Civil de Goiás foi encaminhado pela Chefia da
Polícia Civil de Minas Gerais a todas as Delegacias do Estado de Minas para
conhecimento e adoção das orientações solicitadas pela Polícia Civil de Goiás.
5 ESTELIONATO SENTIMENTAL
O ser humano como ser social que é, está sempre à procura de estabelecer
relações afetivas, de encontrar um companheiro. Muitas vezes, na busca por um par
perfeito, as pessoas encontram pelo caminho sujeitos aproveitadores com discursos
bem articulados voltados a satisfazer as necessidades humanas de afeto e aproveitar-
se das fragilidades e carências afetivas das pessoas para assim auferir vantagem em
uma relação aparentemente amorosa.
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Via de regra, o estelionatário mantém o relacionamento amoroso apenas o tempo
suficiente para ele auferir as vantagens patrimoniais que almeja ou até encontrar uma
outra vítima que ele considere mais vantajosa e, assim, os relacionamentos costumam
ser breves e finda a relação a vítima percebe que foi enganada e se sente
extremamente envergonhada, usada e humilhada, pois tinha a ilusão de estar vivendo
uma relação amorosa verdadeira.
A vergonha sentida pela vítima faz com que muitas vezes ela não denuncie o
estelionatário, pois não deseja reviver a dor de se sentir enganada e traída e nem
expor sua intimidade para a Polícia.
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Em alguns casos, os estelionatários articulam de maneira muito planejada o golpe,
dando provas para a vítima de seu ‘amor’ antes de obter dela as vantagens financeiras
por ele visadas. Fornecem presentes para as vítimas, além de elogios e galanteios,
forjam provas de um suposto status social de credibilidade e procuram satisfazer as
necessidades amorosas das vítimas.
Muitas vezes o crime ocorre de forma virtual, casos em que o agente criminoso
estabelece uma relação amorosa exclusivamente virtual com a vítima em aplicativos
de relacionamento ou em mídias sociais e consegue auferir vantagem financeira sem
nunca ter tido um encontro presencial com a vítima, até porque, obtida a vantagem o
relacionamento termina.
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Alguns casos de estelionato sentimental têm chegado ao conhecimento do Poder
Judiciário através de ações de reparação civil. Nesse sentido, veja-se a jurisprudência:
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A apelada, por sua vez, além de entregar o numerário e pagar dívidas do
apelante, por diversas vezes, declarava seu amor e sua vontade de resolver
os problemas do apelante para iniciarem uma vida em conjunto, o que era
sempre postergado com alegações de dificuldades vagas (cf. fls. 55: “Q
aconteceu de ontem para hj...”, ao que o apelante respondeu: “Nada meu
anjo”; “é questão da auto escola os galos que fiquei de até o dinheiro pro
rapaz e a roupa pros meus filhos pro inferno”; “Nada mais”; “É cabeça quente
com isso mesmo”).
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PROCESSO CIVIL. TÉRMINO DE RELACIONAMENTO AMOROSO.
DANOS MATERIAIS COMPROVADOS. RESSARCIMENTO. VEDAÇÃO AO
ENRIQUECIMENTO SEM CAUSA. ABUSO DO DIREITO. BOA FÉ
OBJETIVA. PROBIDADE. SENTENÇA MANTIDA.
Em breve contextualização dos fatos, anota-se que a recorrente alega ter sido
vítima de um golpe denominado "estelionato amoroso", no qual teria sido
ludibriada em rede social com promessas de um relacionamento afetivo
estável e duradouro. O autor das mensagens teria lhe prometido a remessa
de vultosa quantia, US$ 950.000,00 (novecentos e cinquenta mil dólares),
que serviria de reserva financeira para o futuro do casal. Contudo, a remessa
do malote com o dinheiro foi condicionada ao depósito de R$ 3.000,00 à conta
de titularidade da demandada e, somente após a transferência do referido
valor, a recorrente teria se dado conta da trama fraudulenta.
"Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza,
garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a
inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à
propriedade, nos termos seguintes:
Acerca dessa temática, leciona Carlos Alberto Bittar, em sua obra "Reparação
civil por danos morais":
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"[...] na prática, cumpre demonstrar-se que, pelo estado da pessoa, ou por
desequilíbrio e, sua situação jurídica, moral, econômica, emocional ou outras,
suportou ela consequências negativas advindas do ato lesivo. A experiência
tem mostrado, na realidade fática, que certos fenômenos atingem a
personalidade humana, lesando os aspectos referidos, de sorte que a
questão se reduz, no fundo, a simples prova do fato lesivo. Realmente, não
se cogita, em verdade, pela melhor técnica, em prova de dor, ou de aflição,
ou de constrangimento, porque são fenômenos ínsitos na alma humana como
reações naturais a agressões do meio social. Dispensam, pois, comprovação,
bastando, no caso concreto, a demonstração do resultado lesivo e a conexão
com o fato causador, para responsabilização do agente" (São Paulo: Revista
dos Tribunais, 1993, p. 129/130).
(...)
Não há, além disso, demonstração de que compras com cartão de crédito
foram realizadas mediante coação ou em benefício exclusivo do requerido.
Nos autos, por fim, não verifico efetiva ofensa ao patrimônio subjetivo da
requerente.
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Na investigação envolvendo o crime de estelionato na modalidade estelionato
sentimental é necessário juntar aos autos os comprovantes de transferências de
valores para o estelionatário, a fim de comprovar a obtenção da vantagem ilícita e o
prejuízo à vítima, além de prints de conversas (contendo dados do suspeito sempre
que possível), cópia de e-mails recebidos e enviados, com indicação da data e horário
do recebimento, fotos, entre outros, aptos a comprovar o relacionamento amoroso
simulado e indicar testemunhas que possam confirmar a existência do relacionamento
amoroso e que a vítima estava muito iludida e ludibriada com as falsas promessas do
autor.
Até porque, como já visto acima no tópico sobre a indenização por danos
morais, em alguns casos, após o término de um relacionamento amoroso, restam
pendências financeiras a serem resolvidas entre o ex-casal, mas isso não significa
que tenha ocorrido o crime de estelionato sentimental, sendo necessário se comprovar
que o autor (ou autora), desde o início se aproximou da vítima com o fim ilícito de
obter vantagem indevida e que o término se deu por ter o agente atingido seus
objetivos financeiros e não por razões triviais, tais como desgaste, desamor, etc.
Assim, não basta que a vítima informe o nome do perfil (ex: JOÃO SILVA), pois
podem existir inúmeros perfis com o mesmo nome no Facebook ou no Instagram, o
que inviabilizará a identificação da autoria delitiva.
Além disso, será necessário realizar o procedimento de preservação de dados
do perfil do suposto autor, o qual é realizado na plataforma do Facebook LAW
ENFORCEMENT ONLINE REQUESTS, acessada pelo endereço eletrônico
<https://www.facebook.com/records>. Feito este procedimento, mesmo que as
informações constantes do perfil investigado sejam apagadas ou até mesmo o próprio
perfil, os Investigadores de Polícia terão acesso a ele pelo prazo de 90 dias,
prorrogáveis por mais 90 dias.
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Garantido o acesso ao perfil investigado no Facebook ou Instagram poderá a
Autoridade Policial oficiar ao Facebook/ Instagram para obter os dados qualificativos
usados pelo titular do perfil para cadastro no Facebook/Instagram, incluindo o e-mail
vinculado ou representar ao Poder Judiciário pela quebra do sigilo dos dados
telemáticos do perfil investigado, nos termos do artigo 15, §3º da Lei nº. 12.965/2014
(Marco Civil da Internet) para obter os dados do IP usado na criação do perfil, além
do conteúdo das mensagens e áudios recebidas e enviadas e se o e-mail utilizado
para cadastro tem vínculo com outros perfis, a fim de se identificar a autoria delitiva e
comprovar a ocorrência do crime.
A ordem judicial que autoriza a quebra do sigilo dos dados telemáticos do perfil
investigado deve ser digitalizada e encaminhada para o Facebook por meio da já
mencionada plataforma LAW ENFORCEMENT ONLINE REQUESTS, acessada pelo
endereço eletrônico <https://www.facebook.com/records>, para cumprimento e
disponibilização de todas as informações solicitadas.
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Deve ser solicitado no ofício ou no pedido de quebra de sigilo os dados do e-
mail secundário que foi lançado pela pessoa para criação da conta de e-mail. Este e-
mail secundário é a segunda opção de e-mail que a pessoa registra no cadastro ao
criar uma conta de e-mail.
REFERÊNCIAS
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BRASIL. Lei nº 13.964, de 24 de dezembro de 2019. Aperfeiçoa a legislação penal e
processual penal. Diário Oficial da União, 24 dez. 2019. Disponível em:
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13964.htm >. Acesso
em: 03 mar. 2021.
GRECO, ROGÉRIO. Curso de Direito Penal: parte especial, volume III, 8 ed.,
Niterói, Rio de Janeiro: Impetus, 2011.
LIMA, Renato Brasileiro de. Manual de Processo Penal. 3 ed. ver., ampl. e atual.
Salvador, Bahia: Editora Jus Podivm, 2015).
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