Você está na página 1de 14

Projeto: Protocolo para prevenir e agir contra o assédio sexual, assédio

baseado em gênero, orientação sexual, identidade de gênero ou


expressão de gênero e violência sexista na PUCSP

Carla Cristina Garcia

Introdução

A conduta sexual inadequada é um problema grave e generalizado em muitas


instituições acadêmicas que afeta estudantes, professoras e funcionárias. É
uma forma de discriminação de gênero que pode ter efeitos prejudiciais
duradouros para as vítimas, incluindo danos emocionais, psicológicos e
profissionais. O assédio sexual pode assumir várias formas, incluindo
comentários sexuais indesejados, propostas sexuais, toques indesejados e
coerção sexual.

Todas e todos nós (já) conhecemos ao menos um assediador na universidade.


Somos ou fomos alunos e alunas dele, esbarramos com eles pelos corredores
ou eventos. As condutas de assédio (moral ou sexual) são conhecidas pelos
comentários nos corredores, pela indignação de alguma companheira ou
colega que sofre ou sofreu tal violência. O assediador sabe que sabemos dele,
mas os caminhos para que a denúncia seja acolhida pelos órgãos
universitários competentes nem sempre são fáceis uma vez que o
corporativismo e as relações de poder são uma realidade nas Universidades.

Nas universidades ocorrem muitos tipos de assédios como os assédios sexuais


e morais com um profundo recorte de gênero. Em 2015, a pesquisa “Violência
contra a mulher no ambiente universitário” pelo Data Popular e Instituto Avon 1
revelou que entre as universitárias entrevistadas:

● 67% disseram já ter sofrido algum tipo de violência


(sexual, psicológica, moral ou física) praticada por um
homem no ambiente universitário;

● 56% já sofreram assédio sexual;

1
https://dossies.agenciapatriciagalvao.org.br/dados-e-fontes/pesquisa/violencia-contra-a-mulher-no-
ambiente-universitario-data-popularinstituto-avon-2015/
● 28% já sofreram violência sexual (estupro, tentativa de
abuso enquanto sob efeito de álcool, ser tocada sem
consentimento, ser forçada a beijar veterano);

● 42% já sentiram medo de sofrer violência no ambiente


universitário;

● 36% já deixaram de fazer alguma atividade na


universidade por medo de sofrer violência.

O estudo também mostrou que para 27% dos universitários não é violência
abusar de uma garota se ela estiver alcoolizada; além deste dados verificou-se
também que

● 35% não reconhecem que existe violência no ato de


coagir uma mulher a participar de atividades degradantes;

● 31% não veem problema em repassar fotos ou vídeos


das colegas sem autorização.

A pesquisa também levantou que inúmeros casos não são registrados em


nenhuma instancia da universidade.

Por ausência de conhecimento, por medo da repercussão, por


receio da revitimização, pelo trauma, desgaste, por ausência de
apoio institucional, por ausência de apoio corporativo. São
diversos os motivos. Em um âmbito restrito do Direito, muitos
dirão que, se não houve reconhecimento formal do ilícito, ele não
existe. (...) Pois é. Não é para ter registro. Tendo registro, há
estatística, há um acusado, procedimento e sanção; sem dar
nome ao que aconteceu, sem o reconhecimento da gravidade
daquilo, sem alguém dizendo que aquilo é errado e,
institucionalmente, fazendo o registro e processando o caso
devidamente, invisibiliza-se. Não há números que comprovem a
violência, não há registro de antecedentes jurídicos, não há base
para pensar em política pública ou institucional para comprovar as
violências. Há impunidade. (Baggenstoss; Teixeira, 2023)

Em um sistema discriminatório em que as vítimas são culpadas pelo mal a que


são submetidas, geralmente é a palavra da vítima contra a palavra do agressor,
em que passa a existir uma disputa de poder que não é somente individual,
mas também institucional e estrutural.

Quando compartilhamos nossas histórias com amigos não


acadêmicos, era comum nos depararmos com questionamentos
sobre por que não gritamos ou escrevemos cartas abertas para
denunciar o assédio institucional e a prática silenciosamente
aceita de que o acesso sexual a jovens pesquisadores e o
extrativismo intelectual é parte do ‘pacote de remuneração’
(Theidon 2022) para fazer parte do clube do professor estrela.
Como acontece com muitas vítimas, poucos entendem sua
relutância em falar. No caso da academia, poucos entendem
como as instituições e suas dinâmicas internas podem impedir
que as jovens pesquisadoras acadêmicas se levantem e falem
publicamente” (Viaene, Laranjeiro, Tom, 2023)

Neste sentido, é essencial promover uma cultura ética de cuidado na


universidade, que considere e respeite os direitos e a dignidade de todos os
membros da comunidade acadêmica. Isso pode ser alcançado através de
medidas preventivas, como a educação sobre consentimento e a criação de
políticas e procedimentos claros para denúncias de assédio sexual e outras
formas de má conduta sexual.

Além disso, é importante que a universidade ofereça apoio adequado às


vítimas da má conduta sexual, incluindo assistência jurídica, aconselhamento e
recursos de saúde mental. A criação de um ambiente seguro e inclusivo na
universidade também pode ajudar a prevenir o assédio, encorajando os
membros da comunidade acadêmica a se engajarem em comportamentos
positivos e respeitosos uns com os outros. É necessário que as instituições
acadêmicas criem uma cultura de prestação de contas, que responsabilize os
perpetradores de má conduta sexual e promova a justiça e a equidade para
todas as partes envolvidas. Isso pode ser alcançado através da implementação
de políticas claras de sanções disciplinares para comportamentos inadequados
e da promoção de uma cultura de denúncia da conduta inadequada. Todos os
membros da comunidade acadêmica, incluindo estudantes, professores e
funcionários, devem estar cientes de seus direitos e responsabilidades em
relação ao assédio sexual e ser incentivados a denunciar prontamente
qualquer comportamento inadequado.

Entre as várias medidas que as universidades podem implementar para


prevenir e combater o assédio sexual, estão a construção de políticas claras e
abrangentes e a educação dos membros da comunidade acadêmica e a
criação de recursos de apoio para as vítimas. É importante que as políticas
incluam um processo justo e imparcial para investigar e resolver as denúncias
de assédio sexual.

Em última análise, é crucial que as universidades assumam a responsabilidade


de prevenir e combater o assédio sexual, e trabalhem para criar um ambiente
acadêmico seguro, respeitoso e inclusivo para todos os membros da
comunidade.

A Construção de Protocolos

Em 31 de agosto de 2016, o Conselho Universitário da PUC-SP aprovou a


Proposta do Grupo de Pesquisa “Direito, Discriminação de Gênero e
Igualdade”, da Faculdade de Direito, intitulada Diretrizes sobre Assédio
Moral, Sexual, Discriminação e Desigualdade na PUC-SP2, em que se lê:

Art. 1º Ficam estabelecidas como DIRETRIZES para


Professores, Estudantes e Funcionários, inclusive aos
terceirizados no âmbito da PUC-SP, durante o exercício de suas
atividades:

I – promover os valores de igualdade e cidadania em nossa


comunidade universitária;

II – respeitar a diversidade no âmbito universitário, para a


promoção dos objetivos acadêmicos, em especial de gênero,
2
Deliberação nº 05/2016 in: https://www.pucsp.br/sites/default/files/download/reitoria/Diretrizes-
sobre-assedio-moral-sexual-discriminacao-PUC-SP.pdf
raça, etnia, origem, estereótipos de cor e idade, situação social,
econômica e cultural, orientação sexual e identidade de gênero
(LGBT), dentre outras.

III - não adotar ou permitir condutas agressivas, nocivas ou


quaisquer manifestações desrespeitosas e discriminatórias, até
mesmo as de caráter sutil, que promovam, direta ou
indiretamente a desigualdade.

IV - combater e evitar atitudes e comportamentos


discriminatórios em desrespeito à diversidade no âmbito
universitário.

Art. 2º Para a consecução das diretrizes, o Conselho


Universitário da PUC-SP RECOMENDA aos professores,
estudantes e funcionários, inclusive aos terceirizados no âmbito
da PUC-SP durante suas atividades, ações visando à
sensibilização e conscientização, através de:

I - Reflexões a respeito da ocorrência dessa problemática e de


sua gravidade no ambiente acadêmico;

II - Promoção de diálogo permanente acerca da temática que


possibilite a construção de um ambiente igualitário, inclusivo e
solidário;

III - Promoção de eventos, seminários e aulas com o conteúdo


relacionado aos objetivos das diretrizes.

Art. 3º Nos casos em que for constatada situação que ofenda os


princípios e diretrizes acima, cabe à pessoa ofendida, ou àquela
pessoa que tenha conhecimento desta ofensa, comunicar à
Ouvidoria.

Art. 4º O Conselho Universitário da PUC-SP, quando concluir ter


ocorrido violação às presentes Diretrizes e Recomendações,
adotará as medidas estatutárias e regimentais que o caso exigir,
dando-lhes absoluta prioridade.

No sentido de responder a estas diretrizes, a universidade pretende construir


protocolos claros para lidar com denúncias de assédio sexual e proteger as
vítimas de qualquer forma de retaliação ou represália. Alguns pontos
importantes que devem constar dos protocolos incluem:

1. Políticas claras: As universidades devem ter políticas claras e


abrangentes que definam o que é assédio sexual e descrevam as
medidas que serão tomadas para lidar com as denúncias. Essas
políticas devem ser amplamente divulgadas e acessíveis a todos os
membros da comunidade acadêmica;

2. Comissão de assédio sexual: A universidade deve ter uma comissão


independente e especializada para lidar com as denúncias de assédio
sexual. Essa comissão deve ser composta por profissionais treinados
em lidar com denúncias sensíveis e deve garantir a privacidade e a
confidencialidade das vítimas;

3. Procedimentos claros: A universidade deve ter procedimentos claros


para lidar com as denúncias de assédio sexual, incluindo a forma como
as denúncias serão investigadas, quem será responsável pela
investigação e o prazo para a resolução da denúncia. É importante que
esses procedimentos sejam justos e imparciais e garantam a proteção
da vítima contra qualquer forma de retaliação;

4. Suporte às vítimas: A universidade deve garantir que as vítimas de


assédio sexual recebam o apoio necessário, incluindo aconselhamento e
assistência jurídica, se necessário. As vítimas também devem ter acesso
a recursos de saúde mental e apoio emocional;

5. Prevenção: A universidade deve adotar medidas preventivas para


prevenir o assédio sexual, incluindo a educação dos membros da
comunidade acadêmica sobre o assédio sexual, o estabelecimento de
políticas claras e a promoção de uma cultura de respeito e igualdade de
gênero;

6. Transparência: A universidade deve ser transparente em relação às


denúncias de assédio sexual e divulgar as medidas tomadas para lidar
com elas. Isso ajuda a criar uma cultura de responsabilidade e prestação
de contas e ajuda a prevenir futuros casos de assédio sexual.
Deve-se ressaltar que a educação é fundamental para prevenir o assédio
sexual nas universidades e é fundamental a implementação de programas de
educação e conscientização sobre assédio e violência sexual contínuos e
eficazes para prevenir o assédio sexual e criar um ambiente acadêmico seguro,
respeitoso e inclusivo para todos os membros da comunidade que incluam
todos os membros da comunidade acadêmica (estudantes, professores e
funcionários.)

Esses programas devem abordar vários tópicos, como:

1. O que é assédio sexual: É importante que os membros da comunidade


acadêmica saibam o que é assédio sexual e como identificá-lo. Isso
inclui entender as diferentes formas de assédio sexual, como
comentários sexuais indesejados, toques indesejados e coerção sexual;

2. O impacto do assédio sexual: Os membros da comunidade acadêmica


devem entender o impacto prejudicial que o assédio sexual pode ter nas
vítimas. Isso inclui danos emocionais, psicológicos e profissionais, bem
como a possibilidade de efeitos a longo prazo, como o desenvolvimento
de transtorno de estresse pós-traumático;

3. Como denunciar o assédio sexual: É importante que os membros da


comunidade acadêmica saibam como denunciar o assédio sexual e que
sejam encorajados a fazê-lo sem medo de retaliação. Os programas de
educação devem incluir informações sobre os recursos disponíveis para
as vítimas e os procedimentos para a denuncia ;

4. Como prevenir o assédio sexual: A educação também deve se


concentrar na prevenção do assédio sexual. Isso inclui promover uma
cultura de respeito e igualdade de gênero, educar sobre a importância
do consentimento, reconhecer e combater estereótipos de gênero e
promover comportamentos saudáveis e respeitosos;

5. Como ser um aliado: Os programas de educação também devem incluir


informações sobre como ser um aliado para as vítimas de assédio
sexual. Isso inclui ser sensível às necessidades das vítimas, ouvir
atentamente e apoiar as vítimas em suas denúncias.
CAPÍTULO I. COMPROMISSOS, OBJETIVOS, DEFINIÇÕES, ÂMBITO DE
APLICAÇÃO, ÓRGÃOS E UNIDADES RESPONSÁVEIS

Artigo 1. Compromissos da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo.

A PUCSP considera assédio sexual, assédio baseado em sexo, orientação


sexual, identidade de gênero ou expressão de gênero e a violência sexista
como condutas repreensíveis, pelas quais está comprometida a fazer uma
abordagem abrangente:

— Declarar formalmente e divulgar seu repúdio a todo tipo de assédio ou


violência sexista, em todas as suas formas ou manifestações;

— Promover uma cultura de prevenção contra o bullying e a violência sexista


por meio de ações, formação e sensibilização informativa dirigida a toda a
comunidade universitária;

— Denunciar e investigar, de acordo com o disposto neste protocolo, qualquer


conduta que constituam assédio ou violência sexista;

— Acompanhar e aconselhar vítimas de assédio ou violência sexista;

Estes compromissos são públicos e serão comunicados a todos os membros


da comunidade universitária.

Artigo 2. Objetivos

Este protocolo tem como objetivos:

a) Prevenir o aparecimento de comportamentos de assédio sexual, assédio


com base no sexo, orientação sexual, identidade de gênero ou expressão de
gênero e violência sexista entre membros da comunidade universitária.

b) Estabelecer diretrizes de atuação em caso de denúncia relacionada às


condutas mencionadas e, se apropriado, adotar as medidas preventivas e/ou
corretivas cabíveis, não obstante a pessoa afetada opte por outros canais
administrativos ou judiciais diferentes deste protocolo.

c) Estabelecer medidas de apoio e acompanhamento das pessoas afetadas.

Artigo 3. Definições

3.1. Conduta de assédio sexual e assédio com base no sexo, orientação


sexual, identidade de gênero ou expressão de gênero:

a) O assédio sexual é entendido como qualquer comportamento, verbal ou


físico, de natureza sexual que tenha por finalidade ou efeito a violação da
dignidade da pessoa, nomeadamente quando criar um ambiente intimidativo,
degradante ou ofensivo. Esse tipo de bullying também inclui atitudes ou
comportamentos no local de trabalho por razões ou circunstâncias relacionadas
a sexo, como as que ocorrem em decorrência da gravidez ou maternidade da
mulher em relação ao exercício de qualquer direito trabalhista previsto para a
conciliação da vida pessoal, familiar e profissional (por exemplo, uma mudança
de horário, mudança de função ou local de trabalho).

b) O assédio é entendido por motivos de orientação sexual, identidade de


gênero ou expressão de gênero qualquer comportamento baseado em
orientação sexual, identidade de gênero ou expressão de gênero de uma
pessoa com o propósito ou efeito de violar sua dignidade ou integridade física
ou mental ou criar um ambiente intimidador, hostil, degradante, humilhante,
ofensivo ou irritante.

3.2. Comportamentos de violência sexista

Este protocolo pode ser ativado na presença de qualquer um dos seguintes


comportamentos:

 Violência física: qualquer ato ou omissão de força contra o corpo de uma


mulher, com o resultado ou o risco de causar lesões ou danos físicos;

 Violência psicológica: qualquer conduta ou omissão intencional que


cause desvalorização ou sofrimento à mulher, por meio de ameaças,
humilhações, assédios, exigências de obediência ou submissão,
coerção verbal, insultos, isolamento ou qualquer outra limitação de seu
âmbito de liberdade;

 Violência sexual e abuso sexual: qualquer ato de natureza sexual


praticado contra uma mulher sem o seu consentimento. Inclui a exibição,
a observação e a imposição, por meio de violência, intimidação,
prevalência ou manipulação emocional, de relações sexuais,
independentemente de o alegado agressor pode ou não ter relação
afetiva com a mulher.

3.3. As condutas que possam ser consideradas crime serão


encaminhadas ao Ministério Público, com o consentimento da pessoa
afetada. Se for crime público, a Universidade transfere para o Ministério
Público informando previamente a pessoa afetada.

Artigo 4. Âmbito de aplicação

4.1. Âmbito de aplicação material. Este protocolo se aplica a qualquer um dos


comportamentos definidos no artigo 3º que sejam produzidos por meios
verbais, presenciais ou eletrônicos (mensagens de correio eletrônico, redes
sociais, whatsapp, etc.).

4.2. Escopo subjetivo de aplicação. Este protocolo se aplica a:

a) Todo o pessoal que tenha vínculo laboral ou estatutário com a PUCSP, e


todos os alunos da PUCSP.

b) O pessoal de empresas externas contratadas pela PUCSP e que prestem os


seus serviços nas dependências da Universidade, desde que um dos
envolvidos nos fatos pertença ao grupos indicados na seção a

c) Aquelas pessoas que não fazem parte de nenhum dos grupos anteriores,
mas que são usuários dos serviços prestados pela PUCSP desde que a
pessoa denunciada faça parte da comunidade universitária
4.3. Âmbito de aplicação territorial: a conduta deve ocorrer no âmbito
organizacional ou de prestação de serviços da PUCSP, ou seja, em qualquer
área do campus ou das instalações da universidade, ou fora das instalações da
universidade quando a conduta ocorrer no âmbito de uma atividade ou serviço
organizado pela PUCSP ou quando a conduta esteja ligada a uma relação
derivada de trabalho ou atividade acadêmica.

Artigo 5.º Órgãos e unidades responsáveis

Os órgãos e unidades responsáveis, de acordo com suas atribuições, pela


efetivação do conteúdo previsto neste protocolo são os seguintes:

— Reitor ou reitor: é o órgão competente para iniciar e resolver todos aqueles


processos correspondentes, iniciado por meio deste protocolo, a fim de
investigar comportamentos de assédio sexual, assédio com base no sexo,
orientação sexual, identidade de gênero ou expressão de gênero e violência
sexista e, se for o caso, determinar, posteriormente, a responsabilidade
disciplinar correspondente

( falta terminar)

CAPÍTULO II. MEDIDAS DE PREVENÇÃO DE ASSÉDIO SEXUAL, ASSÉDIO


POR ASSÉDIO SEXUAL, ORIENTAÇÃO SEXUAL, IDENTIDADE DE
GÊNERO, EXPRESSÃO DE GÊNERO E VIOLÊNCIA SEXISTA

Artigo 6. Medidas preventivas

A PUCSP deve promover ações de prevenção, informação, treinamento e


conscientização em relação ao assédio sexual, assédio com base no sexo,
orientação sexual, identidade de gênero, expressão de gênero e violência
machista, com o objetivo de erradicar completamente esse tipo de
comportamento do ambiente universitário e contribuir para a sensibilização da
comunidade universitária. Para isso, são propostas as seguintes medidas:

a) Desenvolver uma estratégia de comunicação, de forma a que este protocolo


seja do conhecimento de todos membros da comunidade universitária. Entre
outras, as ferramentas que serão utilizadas para divulgá-lo são:

— Site da Universidade

— Site de todas as faculdades e escolas

—Intranet

— Listas de e-mail

— Dias de recepção

— Material anexo ao registo acadêmico (matriculas)

— Difusão em papel nos espaços mais frequentados

b) Realizar regularmente campanhas de informação e sensibilização, dirigidas


a toda a comunidade universitária: preparar documentos informativos,
organizar conferências e campanhas anuais, etc.

c) Implementar programas de formação específicos dentro dos planos de


formação dos diferentes grupos da comunidade universitária:

— Preparar um programa de cursos e seminários específicos para os


diferentes grupos da comunidade universitária com conteúdos relacionados à
igualdade entre mulheres e homens, diversidade sexualidade e não
discriminação.

— Agendar cursos específicos de prevenção, detecção e ação sobre


comportamentos violentos, discriminatórios ou assediadores para todas as
pessoas que exercem funções de gestão, gestão de equipes de trabalho e
grupos de alunos.
— Fornecer ferramentas específicas de prevenção, detecção e ação em
relação aos comportamentos violentos, discriminatórios ou de assédio a todas
as pessoas que trabalham, estudam ou frequentam a Universidade

— Agendar cursos específicos de prevenção, detecção e ação sobre


comportamentos e atos violentos, discriminatórios ou de assédio

d) Implementar um programa de formação contínua

e) Elaborar estudos que permitam conhecer a incidência de situações ou


comportamentos violentos, discriminação ou assédio na Universidade e as
características que apresentam, bem como buscar identificadores do problema
e seu impacto na saúde e bem-estar das pessoas.

f) Elaborar e publicar relatórios sobre as ações realizadas e suas


consequências. Especificamente, um banco de dados interno deve ser criado
para coletar, anonimamente e sem referências a dados pessoais, todos os
pedidos de informação, reclamações, ações e resoluções.

(Falta terminar)

Referencias Bibliográficas

Theidon, K., ‘Loving the Gratitude and imagining a counter-factual’.


[online].In:https://kimberlytheidon.com/2022/02/13/\oving-the-gratitude-and
imagining-a-counter-factual/ (acessado em 13/05/2023)., 2022

Lieselotte Viaene, Catarina Laranjeiro, Miye Nadya Tom"The walls spoke when
no one else would: Autoethnographic notes on sexual-power gatekeeping within
avant-garde academia. In: Sexual Misconduct in Academia: Informing an Ethics
of Care in the University ,Routledge 2023.

Você também pode gostar