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 Especialistas indicam formas de combate a atos

de intimidação
Um em cada dez estudantes brasileiros é vítima de bullying – anglicismo que se refere a

atos de intimidação e violência física ou psicológica, geralmente em ambiente escolar. O

dado foi divulgado esta semana pelo Programa Internacional de Avaliação de Estudantes

(Pisa) 2015.

Especialistas, como a professora de psicologia Ciomara Shcneider, psicanalista de

crianças e adolescentes, defendem que pais e escola devem estar atentos ao

comportamento dos jovens e manter sempre abertos os canais de comunicação com eles.

Para ela, o diálogo continua a ser a melhor arma contra esse tipo de violência, que pode

causar efeitos devastadores em crianças e adolescentes.

A Lei nº 13.185, em vigor desde 2016, classifica o bullying como intimidação sistemática,

quando há violência física ou psicológica em atos de humilhação ou discriminação. A

classificação também inclui ataques físicos, insultos, ameaças, comentários e apelidos

pejorativos, entre outros.

O bullying se diferencia das brigas comuns – as que chegam às vias de fato ou as que

ficam apenas na discussão. Isso é considerado normal por Ciomara e chega, segundo ela,

a fazer parte do desenvolvimento. O problema, afirma, é quando se torna algo rotineiro,

em que um jovem ou grupo começa a perseguir um ou mais colegas.

De acordo com Ciomara, crianças que têm um perfil mais retraído costumam ser as

maiores vítimas. No geral, elas apresentam maior dificuldade para se expressar ou se

abrir em casa ou na escola. O medo de piorar a situação, quando a chantagem costuma

fazer parte das agressões, também contribui para o silêncio.

“Os casos de bullying começam muito mais silenciosos e, por isso, são mais graves.

Quem sofre a agressão não conta nem na escola nem na família, mas começa a mudar o

comportamento”, explica. De acordo com ela, queda no rendimento escolar, faltas na

escola e mudanças no comportamento são os sinais mais frequentes apresentados por

quem sofre esse tipo de violência. Por isso, família e escola devem estar sempre atentos

para os sinais que são apresentados pelos jovens.

Os mesmos cuidados, alerta a psicóloga, valem para situações enfrentadas fora da

escola, seja no mundo virtual – como em casos de cyberbullying –, na vizinhança onde

moram ou nos locais que costumam frequentar.


Assessoria de Comunicação Social

Leia também:
 Pais e escolas devem dar atenção a comportamento de estudantes
 Pacto pretende promover ações contra a violência nas escolas

 Escola e famílias atuam unidas em município de


Mato Grosso do Sul
A constatação de que a escola, de fundamental importância na vida das pessoas, tem

sido palco de bullying, levou a professora Cristina Pires Dias Lins, de Dourados, Mato

Grosso do Sul, a criar projeto para auxiliar no combate a essa prática.

O bullying (intimidação, numa tradução livre do inglês) é o comportamento agressivo e

antissocial de estudantes, sem motivação evidente, em uma relação desigual de forças.

O projeto Unidos no Combate à Prática do Bullying – Jornal, Literatura, Comunidade e

Cidadania, uma Grande Parceria, desenvolvido em 2008 e 2009, foi um dos vencedores

da quarta edição do Prêmio Professores do Brasil. Ele atingiu, inicialmente, os alunos do

primeiro ano do ensino fundamental da Escola Municipal Neil Fioravanti. Depois, integrou

toda a escola, as famílias dos estudantes e a comunidade.

“Sempre fui consciente de que a educação é papel de todos. Não se pode pensar no

envolvimento dos pais apenas nos momentos de reuniões para apresentação de

resultados bimestrais”, salienta Cristina. “É necessário integrá-los no início, meio e fim do

caminhar pedagógico.”

O primeiro passo foi apresentar o projeto aos pais e à equipe pedagógica para esclarecer

o objetivo do trabalho e ressaltar a importância da colaboração de todos para o êxito da

iniciativa. Alunos e familiares estiveram reunidos na confecção de cartazes contra a

violência, colados por toda a escola. As famílias também participaram da elaboração da

pauta de reivindicações contra a violência, encaminhada aos responsáveis pelo projeto

político-pedagógico e à Secretaria Municipal de Educação de Dourados. A proposta é

articular o projeto com as demais escolas da rede oficial do município.

Na execução do projeto, os diferentes conteúdos tiveram tratamento interdisciplinar. Na

área de língua portuguesa, por exemplo, foram explorados textos conhecidos da


literatura infantil, como O Patinho Feio e A Cigarra e a Formiga, e notícias de jornal para

confrontar a ficção e a realidade no que se refere ao relacionamento humano. Os alunos

reescreveram as histórias e encenaram uma peça de teatro, A Cigarra Cantora e a

Formiga Solidária. Em ciências, por meio do estudo do corpo humano, houve a

valorização das características físicas de cada um e o respeito à diversidade.

De acordo com Cristina, a leitura e as demais atividades desenvolvidas em parceria

forneceram suporte para passar da reflexão à ação. Assim, aos poucos, foram revistos

conceitos que provocaram mudanças positivas nas atitudes. As brigas, que eram

constantes, diminuíram. “Quando ocorrem, os próprios alunos causadores repensam

automaticamente, reveem as atitudes e se autopoliciam”, analisa a professora.

Outro efeito positivo foi o aumento na interatividade da turma, que se tornou mais

solidária.

Jornal — Para registrar e divulgar o que aprendeu sobre o combate ao bullying, a turma

criou o Jornal da Cidadania, distribuído às famílias e à comunidade. “Procuramos

conscientizar os leitores da importância da justiça, da ética e da colaboração para uma

boa convivência”, afirma a professora. “Também integramos mensagens reflexivas

ligadas à paz, ao respeito e a valorização da diversidade.”

Fátima Schenini

Saiba mais no Jornal do Professor

Leia também:

Pesquisadora aponta a prevenção como forma de reduzir a violência

Escola do DF usa esporte para reduzir violência entre os estudantes

 Pacto pretende promover ações contra a violência


nas escolas
O Ministério da Educação, em parceria com o Ministério da Justiça, lançou em novembro

do ano passado o Pacto Universitário pela Promoção do Respeito à Diversidade, da


Cultura da Paz e dos Direitos Humanos. O objetivo é promover ações de respeito às

diferenças e de enfrentamento ao preconceito, à discriminação e à violência no ambiente

universitário, bem como de gestão e convivência.

A intenção do MEC é estimular os estabelecimentos de educação superior a desenvolver

atividades de ensino, pesquisa e extensão voltadas à proteção e promoção dos direitos

humanos. As instituições têm autonomia para planejar e desenvolver as ações, e terão 90

dias a partir da adesão para apresentar seu plano de trabalho. As práticas de cada

instituição devem ser planejadas levando-se em consideração os objetivos do Pacto.

Na educação básica, o MEC trabalha na construção de um portal voltado para a promoção

dos direitos humanos dentro das escolas e para a comunidade escolar. As escolas terão

acesso a diversos materiais atualizados para consulta e para utilização em sala de aula.

“Também temos trabalhado no MEC na formação de professores, para que eles saibam

trabalhar com a cultura da paz, o respeito à diferença e à diversidade dentro das escolas,

e a evitar essas situações de forma que nem a criança vítima ou agressora possam

sofrer”, detalha a secretária de Educação Continuada, Alfabetização, Diversidade e

Inclusão (Secadi), Ivana de Siqueira.

Acesse a página do Pacto Universitário pelos Direitos Humanos

Assessoria de Comunicação Social


 Especialistas indicam formas de combate a atos de intimidação
 Pais e escolas devem dar atenção a comportamento de estudantes

 Pesquisadora aponta a prevenção como forma de


reduzir a violência
Nas escolas, são muitos os exemplos de atitudes agressivas capazes de causar
sofrimento e angústia. É comum vivenciar casos de estudantes introvertidos, intimidados
pelos alunos mais fortes e desinibidos; a menina que carrega o apelido de baleia; o
garoto conhecido por quatro olhos e o chamado de palito. Essas situações não são novas,
mas somente a partir da década de 70 começaram a ser estudadas com atenção, por
pesquisadores de diferentes países, como integrantes de um fenômeno conhecido
como bullying.

No Brasil, uma das pioneiras no estudo do tema é Cleo Fante, doutoranda em ciências da
educação. Ela já atuou em escolas públicas e particulares do estado de São Paulo como
professora de história, geografia, e ética e cidadania. Cleo explica que o bullying(do
inglês bully, valentão, brigão) é um fenômeno encontrado nas relações entre pares, em
especial, estudantes. “Na prática, ocorre quando um estudante (ou mais), de forma
intencional, elege como alvo outro (ou outros) contra o qual desfere uma série de maus-
tratos repetitivos, impossibilitando a defesa”, diz.

Com dez anos de experiência no estudo do bullyingno país, ela criou o programa Educar
para a Paz, implantado em diversas escolas do Brasil e de Portugal. “Posso afirmar que
o bullyingé um fenômeno que cresce assustadoramente”, afirma.
O problema pode ter inúmeras causas. A pesquisadora cita modelos educativos
familiares, como o autoritarismo, a permissividade, a ausência de limites e afeto e o
abandono, e também fatores como a força da mídia, principalmente por meio de
programas e filmes violentos, e a influência cultural — o egoísmo, o individualismo e o
descaso colaboram para a falta de empatia, compaixão, tolerância e respeito.

Consequências— O bullyingpode ocasionar sérios problemas, de acordo com a


gravidade e do tempo de exposição aos maus-tratos. “As vítimas podem ter o processo
de aprendizagem comprometido, apresentar déficit de concentração, queda de
rendimento escolar e desmotivação para os estudos. Isso pode resultar em evasão e
reprovação escolar”, ressalta Cleo.

Tais consequências podem atingir também o processo de socialização e causar


retraimento, dificuldade no relacionamento e na tomada de iniciativas e de decisões. Os
problemas podem atingir até a saúde das vítimas e desencadear sintomas e doenças de
fundo emocional, como dores de cabeça e de estômago, febre, vômitos, alergias, fobias e
depressão.

Segundo Cleo, o mínimo que as escolas podem fazer é discutir o problema com a
comunidade, alertar estudantes, pais e profissionais para essa forma de violência e
diferenciá-la das brincadeiras habituais e da indisciplina. “Porém, a prevenção é o melhor
caminho e deve ser iniciada pelo conhecimento”, sustenta a pesquisadora. Ela alerta,
ainda, para a ocorrência de um novo fenômeno, o ciberbullying, forma de praticar
o bullyingpela internet.

Lei— Medidas de combate ao bullyingdevem ser incluídas nos projetos pedagógicos das
escolas públicas e particulares de Pernambuco. Lei nesse sentido foi sancionada em
dezembro do ano passado pelo governador Eduardo Campos.

Fátima Schenini

Saiba mais no Jornal do Professor

01 de Agosto de 2009 Imprimir


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21 perguntas e respostas sobre bullying


Especialistas esclarecem dúvidas e apontam soluções para esse problema que preocupa
pais, professores e gestores

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Por: NOVA ESCOLA

Arte: Patrick Cassimiro


1. O que é bullying? Confira a definição

Bullying é uma situação que se caracteriza por agressões intencionais, verbais ou


físicas, feitas de maneira repetitiva, por um ou mais alunos contra um ou mais
colegas. O termo bullying tem origem na palavra inglesa bully, que significa valentão,
brigão. Mesmo sem uma denominação em português, é entendido como ameaça, tirania,
opressão, intimidação, humilhação e maltrato.
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 Tudo sobre bullying, indisciplina e violência escolar

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 7 passos para tirar o bullying da invisibilidade

"É uma das formas de violência que mais cresce no mundo", afirma Cléo Fante,
educadora e autora do livro Fenômeno Bullying: Como Prevenir a Violência nas
Escolas e Educar para a Paz(224 págs., Ed. Verus, tel. (19) 4009-6868 ). Segundo a
especialista, o bullying pode ocorrer em qualquer contexto social, como escolas,
universidades, famílias, vizinhança e locais de trabalho. O que, à primeira vista, pode
parecer um simples apelido inofensivo pode afetar emocional e fisicamente o alvo da
ofensa.
Além de um possível isolamento ou queda do rendimento escolar, crianças e
adolescentes que passam por humilhações racistas, difamatórias ou separatistas podesm
apresentar doenças psicossomáticas e sofrer de algum tipo de trauma que influencie
traços da personalidade. Em alguns casos extremos, o bullying chega a afetar o estado
emocional do jovem de tal maneira que ele opte por soluções trágicas, como o suicídio.

2. O que não é bullying?

Discussões ou brigas pontuais não são bullying. Conflitos entre professor e aluno ou
aluno e gestor também não são considerados bullying. Para que seja bullying, é
necessário que a agressão ocorra entre pares (colegas de classe ou de trabalho, por
exemplo). Todo bullying é uma agressão, mas nem toda a agressão é classificada como
bullying
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 Reportagem: Cyberbullying: a violência virtual

 Reportagem: Bullying: é preciso levar a sério ao primeiro sinal

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Para Telma Vinha, doutora em Psicologia Educacional e professora da Faculdade de
Educação da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), para ser dada como
bullying, a agressão física ou moral deve apresentar quatro características: a intenção
do autor em ferir o alvo, a repetição da agressão, a presença de um público
espectador e a concordância do alvo com relação à ofensa. ''Quando o alvo supera o
motivo da agressão, ele reage ou ignora, desmotivando a ação do autor'', explica a
especialista.
3. O bullying é um fenômeno recente?
Não. O bullying sempre existiu. No entanto, o primeiro a relacionar a palavra a um
fenômeno foi Dan Olweus, professor da Universidade da Noruega, no fim da década de
1970. Ao estudar as tendências suicidas entre adolescentes, o pesquisador descobriu que
a maioria desses jovens tinha sofrido algum tipo de ameaça e que, portanto, o bullying
era um mal a combater.

A popularidade do fenômeno cresceu com a influência dos meios eletrônicos, como a


internet e as reportagens na televisão, pois os apelidos pejorativos e as brincadeiras
ofensivas foram tomando proporções maiores. "O fato de ter consequências trágicas -
como mortes e suicídios - e a impunidade proporcionaram a necessidade de se discutir
de forma mais séria o tema", aponta Guilherme Schelb, procurador da República e autor
do livro Violência e Criminalidade Infanto-Juvenil (164 págs., Thesaurus Editora tel.
(61) 3344-3738).
Arte: Patrick Cassimiro
4. O que leva o autor do bullying a praticá-lo?

Querer ser mais popular, sentir-se poderoso e obter uma boa imagem de si mesmo.
Isso tudo leva o autor do bullying a atingir o colega com repetidas humilhações ou
depreciações. É uma pessoa que não aprendeu a transformar sua raiva em diálogo e para
quem o sofrimento do outro não é motivo para ele deixar de agir. Pelo contrário, sente-
se satisfeito com a opressão do agredido, supondo ou antecipando quão dolorosa será
aquela crueldade vivida pela vítima.

Sozinha, a escola não consegue resolver o problema, mas é normalmente nesse


ambiente que se demonstram os primeiros sinais de um praticante de bullying. "A
tendência é que ele seja assim por toda a vida, a menos que seja tratado", diz.
5. Como identificar o alvo do bullying?

O alvo costuma ser uma criança ou um jovem com baixa autoestima e retraído
tanto na escola quanto no lar. ''Por essas características, dificilmente consegue reagir'',
afirma o pediatra Lauro Monteiro Filho, fundador da Associação Brasileira
Multiprofissional de Proteção à Infância e Adolescência (Abrapia). Aí é que entra a
questão da repetição no bullying, pois se o aluno procura ajuda, a tendência é que a
provocação cesse.

Além dos traços psicológicos, os alvos desse tipo de violência costumam apresentar
particularidades físicas. As agressões podem ainda abordar aspectos culturais, étnicos e
religiosos."Também pode ocorrer com um novato ou com uma menina bonita, que
acaba sendo perseguida pelas colegas", exemplifica Guilherme Schelb, procurador da
República e autor do livro Violência e Criminalidade Infanto-Juvenil (164 págs.,
Thesaurus Editora tel. (61) 3344-3738).
6. Quais são as consequências para o aluno que é alvo de bullying?

O aluno que sofre bullying, principalmente quando não pede ajuda, enfrenta medo
e vergonha de ir à escola. Pode querer abandonar os estudos, não se achar bom
para integrar o grupo e apresentar baixo rendimento.Uma pesquisa da Associação
Brasileira Multiprofissional de Proteção à Infância e Adolescência (Abrapia) revela que
41,6% das vítimas nunca procuraram ajuda ou falaram sobre o problema, nem mesmo
com os colegas.

As vítimas chegam a concordar com a agressão, de acordo com Luciene Tognetta,


doutora em Psicologia Escolar e pesquisadora da Faculdade de Educação da
Universidade Estadual de Campinhas (Unicamp). O discurso deles segue no seguinte
sentido: "Se sou gorda, por que vou dizer o contrário?"Aqueles que conseguem reagir
podem alternar momentos de ansiedade e agressividade. Para mostrar que não são
covardes ou quando percebem que seus agressores ficaram impunes, os alvos podem
escolher outras pessoas mais indefesas e passam a provocá-las, tornando-se alvo e
agressor ao mesmo tempo.

7. O que é pior: o bullying com agressão física ou o bullying com


agressão moral?

Ambas as agressões são graves e causam danos ao alvo do bullying. Por ter
consequências imediatas e facilmente visíveis, a violência física muitas vezes é
considerada mais grave do que um xingamento ou uma fofoca.''A dificuldade que a
escola encontra é justamente porque o professor também vê uma blusa rasgada ou um
material furtado como algo concreto. Não percebe que uma exclusão, por exemplo, é tão
dolorida quanto ou até mais'', explica Telma Vinha, doutora em Psicologia Educacional
e professora da Faculdade de Educação da Universidade Estadual de Campinas
(Unicamp).Os jovens também podem repetir esse mesmo raciocínio e a escola deve
permanecer alerta aos comportamentos moralmente abusivos.
Arte: Patrick Cassimiro
8. O espectador também participa do bullying?

Sim. É comum pensar que há apenas dois envolvidos no conflito: o autor e o alvo. Mas
os especialistas alertam para esse terceiro personagem responsável pela continuidade do
conflito.O espectador típico é uma testemunha dos fatos, pois não sai em defesa da
vítima nem se junta aos autores. Quando recebe uma mensagem, não repassa. Essa
atitude passiva pode ocorrer por medo de também ser alvo de ataques ou por falta de
iniciativa para tomar partido.

Também são considerados espectadores os que atuam como plateia ativa ou como
torcida, reforçando a agressão, rindo ou dizendo palavras de incentivo. Eles
retransmitem imagens ou fofocas. Geralmente, estão acostumados com a prática,
encarando-a como natural dentro do ambiente escolar. ''O espectador se fecha aos
relacionamentos, se exclui porque acha que pode sofrer também no futuro.Se for pela
internet, por exemplo, ele ?apenas? repassa a informação. Mas isso o torna um coautor'',
explica a pesquisadora Cléo Fante, educadora e autora do livro Fenômeno Bullying:
Como Prevenir a Violência nas Escolas e Educar para a Paz (224 págs., Ed. Verus, tel.
(19) 4009-6868).

9. Existe diferença entre o bullying praticado por meninos e por


meninas?
De modo geral, sim. As ações dos meninos são mais expansivas e agressivas, portanto,
mais fáceis de identificar. Eles chutam, gritam, empurram, batem. Já no universo
feminino o problema se apresenta de forma mais velada. As manifestações entre elas
podem ser fofocas, boatos, olhares, sussurros, exclusão. "As garotas raramente dizem
por que fazem isso. Quem sofre não sabe o motivo e se sente culpada", explica a
pesquisadora norte-americana Rachel Simmons, especialista em bullying feminino.Ela
conta que as meninas agem dessa maneira porque a expectativa da sociedade é de que
sejam boazinhas, dóceis e sempre passivas. Para demonstrar qualquer sentimento
contrário, elas utilizam meios mais discretos, mas não menos prejudiciais. "É preciso
reconhecer que as garotas também sentem raiva. A agressividade é natural no ser
humano, mas elas são forçadas a encontrar outros meios - além dos físicos - para se
expressar", diz Rachel.
10. O que fazer em sala de aula quando se identifica um caso de
bullying?

Ao surgir uma situação em sala, a intervenção deve ser imediata. "Se algo ocorre e
o professor se omite ou até mesmo dá uma risadinha por causa de uma piada ou de um
comentário, vai pelo caminho errado. Ele deve ser o primeiro a mostrar respeito e dar o
exemplo", diz Aramis Lopes Neto, presidente do Departamento Científico de Segurança
da Criança e do Adolescente da Sociedade Brasileira de Pediatria.O professor pode
identificar os atores do bullying: autores, espectadores e alvos. Claro que existem as
brincadeiras entre colegas no ambiente escolar. Mas é necessário distinguir o limiar
entre uma piada aceitável e uma agressão. "Isso não é tão difícil como parece. Basta que
o professor se coloque no lugar da vítima. O apelido é engraçado? Mas como eu me
sentiria se fosse chamado assim?", orienta o pediatra Lauro Monteiro Filho.

Veja os conselhos dos especialistas Cléo Fante e José Augusto Pedra, autores do
livro Bullying Escolar (132 págs., Ed. Artmed, tel; 0800 703 3444):- Incentivar a
solidariedade, a generosidade e o respeito às diferenças por meio de conversas,
campanhas de incentivo à paz e à tolerância, trabalhos didáticos, como atividades de
cooperação e interpretação de diferentes papéis em um conflito;- Desenvolver em sala
de aula um ambiente favorável à comunicação entre alunos;- Quando um estudante
reclamar de algo ou denunciar o bullying, procurar imediatamente a direção da escola.
11. Qual o papel do professor em conflitos fora da sala de aula?

O professor é um exemplo fundamental de pessoa que não resolve conflitos com a


violência. Não adianta, porém, pensar que o bullying só é problema dos educadores
quando ocorre do portão para dentro. É papel da escola construir uma comunidade na
qual todas as relações são respeitosas.''Deve-se conscientizar os pais e os alunos sobre
os efeitos das agressões fora do ambiente escolar, como na internet, por exemplo'',
explica Adriana Ramos, pesquisadora da Universidade Estadual de Campinas
(Unicamp) e coordenadora do curso de pós-graduação ''As relações interpessoais na
escola e a construção da autonomia moral'', da Universidade de Franca (Unifran).''A
intervenção da escola também precisa chegar ao espectador, o agente que aplaude a
ação do autor é fundamental para a ocorrência da agressão'', complementa a especialista.
Arte: Patrick Cassimiro
12. Como lidar com o bullying contra alunos com deficiência?
Conversar abertamente sobre a deficiência é uma ação que deve ser cotidiana na
escola. O bullying contra esse público costuma ser estimulado pela falta de
conhecimento sobre as deficiências, sejam elas físicas ou intelectuais, e, em boa parte,
pelo preconceito trazido de casa.

De acordo com a psicóloga Sônia Casarin, diretora do S.O.S. Down - Serviço de


Orientação sobre Síndrome de Down, em São Paulo, é normal os alunos reagirem
negativamente diante de uma situação desconhecida. Cabe ao educador estabelecer
limites para essas reações e buscar erradicá-las não pela imposição, mas por meio da
conscientização e do esclarecimento.

Não se trata de estabelecer vítimas e culpados quando o assunto é o bullying. Isso só


reforça uma situação polarizada e não ajuda em nada a resolução dos conflitos. Melhor
do que apenas culpar um aluno e vitimar o outro é desatar os nós da tensão por meio do
diálogo. A violência começa em tirar do aluno com deficiência o direito de ser um
participante do processo de aprendizagem. É tarefa dos educadores oferecer um
ambiente propício para que todos, especialmente os que têm deficiência, se
desenvolvam. Com respeito e harmonia.
13. O professor também é alvo de bullying?

Conceitualmente, não, pois, para ser considerada bullying, é necessário que a


violência ocorra entre pares, como colegas de classe ou de trabalho. O professor
pode, então, sofrer outros tipos de agressão, como injúria ou difamação ou até física, por
parte de um ou mais alunos.

Mesmo não sendo entendida como bullying, trata-se de uma situação que exige a
reflexão sobre o convívio entre membros da comunidade escolar. Quando as agressões
ocorrem, o problema está na escola como um todo. Em uma reunião com os educadores,
pode-se descobrir se a violência está acontecendo com outras pessoas da equipe para
intervir e restabelecer as noções de respeito.

Se for uma questão pontual, com um professor apenas, é necessário refletir sobre a
relação entre o docente e o aluno ou a classe. ''O jovem que faz esse tipo de coisa
normalmente quer expor uma relação com o professor que não está bem. Existem
comunidades na internet, por exemplo, que homenageiam os docentes. Então, se o aluno
se sente respeitado pelo professor, qual o motivo de agredi-lo?'', questiona Adriana
Ramos, pesquisadora da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e coordenadora
do curso de pós-graduação "As relações interpessoais na escola e a construção da
autonomia moral", da Universidade de Franca (Unifran).

O professor é uma autoridade na sala de aula, mas essa autoridade só é legitimada com
o reconhecimento dos alunos em uma relação de respeito mútua. ''O jovem está em
processo de formação e o educador é o adulto do conflito e precisa reagir com
dignidade'', afirma Telma Vinha, doutora em Psicologia Educacional e professora da
Faculdade de Educação da Unicamp.
14. O que fazer para evitar o bullying?

A Associação Brasileira Multiprofissional de Proteção à Infância e Adolescência


(Abrapia) sugere as seguintes atitudes para um ambiente saudável na escola:- Conversar
com os alunos e escutar atentamente reclamações ou sugestões;- Estimular os estudantes
a informar os casos;- Reconhecer e valorizar as atitudes da garotada no combate ao
problema;- Criar com os estudantes regras de disciplina para a classe em coerência com
o regimento escolar;- Estimular lideranças positivas entre os alunos, prevenindo futuros
casos;- Interferir diretamente nos grupos, o quanto antes, para quebrar a dinâmica do
bullying.Todo ambiente escolar pode apresentar esse problema. "A escola que afirma
não ter bullying ou não sabe o que é ou está negando sua existência", diz o pediatra
Lauro Monteiro Filho, fundador da Associação Brasileira Multiprofissional de Proteção
à Infância e Adolescência (Abrapia). O primeiro passo é admitir que a escola é um local
passível de bullying. É necessário também informar professores e alunos sobre o que é o
problema e deixar claro que o estabelecimento não admitirá a prática.

"A escola não deve ser apenas um local de ensino formal, mas também de formação
cidadã, de direitos e deveres, amizade, cooperação e solidariedade. Agir contra o
bullying é uma forma barata e eficiente de diminuir a violência entre estudantes e na
sociedade", afirma o pediatra.
15. Como agir com os alunos envolvidos em um caso de bullying?

O foco deve se voltar para a recuperação de valores essenciais, como o respeito


pelo que o alvo sentiu ao sofrer a violência. A escola não pode legitimar a atuação do
autor da agressão nem humilhá-lo ou puni-lo com medidas não relacionadas ao mal
causado, como proibi-lo de frequentar o intervalo.

Já o alvo precisa ter a autoestima fortalecida e sentir que está em um lugar seguro para
falar sobre o ocorrido. "Às vezes, quando o aluno resolve conversar, não recebe a
atenção necessária, pois a escola não acha o problema grave e deixa passar", alerta
Aramis Lopes, presidente do Departamento Científico de Segurança da Criança e do
Adolescente da Sociedade Brasileira de Pediatria.

Ainda é preciso conscientizar o espectador do bullying, que endossa a ação do autor.


''Trazer para a aula situações hipotéticas, como realizar atividades com trocas de papéis,
são ações que ajudam a conscientizar toda a turma.A exibição de filmes que retratam o
bullying, como ''As melhores coisas do mundo'' (Brasil, 2010), da cineasta Laís
Bodanzky, também ajudam no trabalho. A partir do momento em que a escola fala com
quem assiste à violência, ele para de aplaudir e o autor perde sua fama'', explica Adriana
Ramos, pesquisadora da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e coordenadora
do curso de pós-graduação ''As relações interpessoais na escola e a construção da
autonomia moral'', da Universidade de Franca (Unifran).
16. Como deve ser uma conversa com os pais dos alunos envolvidos no
bullying?

É preciso mediar a conversa e evitar o tom de acusação de ambos os lados. Esse


tipo de abordagem não mostra como o outro se sente ao sofrer bullying. Deve ser
sinalizado aos pais que alguns comentários simples, que julgam inofensivos e
divertidos, são carregados de ideias preconceituosas.''O ideal é que a questão da
reparação da violência passe por um acordo conjunto entre os envolvidos, no qual todos
consigam enxergar em que ponto o alvo foi agredido para, assim, restaurar a relação de
respeito'' explica Telma Vinha, professora do Departamento de Psicologia Educacional
da Faculdade de Educação da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).Muitas
vezes, a escola trata de forma inadequada os casos relatados por pais e alunos,
responsabilizando a família pelo problema. É papel dos educadores sempre dialogar
com os pais sobre os conflitos - seja o filho alvo ou autor do bullying, pois ambos
precisam de ajuda e apoio psicológico.
17. O que fazer em casos extremos de bullying?

A primeira ação deve ser mostrar aos envolvidos que a escola não tolera
determinado tipo de conduta e por quê. Nesse encontro, deve-se abordar a questão da
tolerância ao diferente e do respeito por todos, inclusive com os pais dos alunos
envolvidos.

Mais agressões ou ações impulsivas entre os envolvidos podem ser evitadas com
espaços para diálogo. Uma conversa individual com cada um funciona como um
desabafo e é função do educador mostrar que ninguém está desamparado.''Os alunos e
os pais têm a sensação de impotência e a escola não pode deixá-los abandonados. É
mais fácil responsabilizar a família, mas isso não contribui para a resolução de um
conflito'', diz Telma Vinha, doutora em Psicologia Educacional e professora da
Faculdade de Educação da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).

A especialista também aponta que a conversa em conjunto, com todos os envolvidos,


não pode ser feita em tom de acusação. ''Deve-se pensar em maneiras de mostrar como
o alvo do bullying se sente com a agressão e chegar a um acordo em conjunto. E, depois
de alguns dias, vale perguntar novamente como está a relação entre os envolvidos'',
explica Telma.

É também essencial que o trabalho de conscientização seja feito também com os


espectadores do bullying, aqueles que endossam a agressão e os que a assistem
passivamente. Sem que a plateia entenda quão nociva a violência pode ser, ela se
repetirá em outras ocasiões.

Arte: Patrick Cassimiro


18. O que é bullying virtual ou cyberbullying?

É o bullying que ocorre em meios eletrônicos, com mensagens difamatórias ou


ameaçadoras circulando por e-mails, sites, blogs (os diários virtuais), redes sociais
e celulares. É quase uma extensão do que os alunos dizem e fazem na escola, mas com
o agravante de que as pessoas envolvidas não estão cara a cara.Dessa forma, o
anonimato pode aumentar a crueldade dos comentários e das ameaças e os efeitos
podem ser tão graves ou piores. "O autor, assim como o alvo, tem dificuldade de sair de
seu papel e retomar valores esquecidos ou formar novos", explica Luciene Tognetta,
doutora em Psicologia Escolar e pesquisadora do Departamento de Psicologia
Educacional da Faculdade de Educação da Universidade Estadual de Campinhas
(Unicamp).

Esse tormento que é a agressão pela internet faz com que a criança e o adolescente
humilhados não se sintam mais seguros em lugar algum, em momento algum. Marcelo
Coutinho, especialista no tema e professor da Fundação Getulio Vargas (FGV), diz que
esses estudantes não percebem as armadilhas dos relacionamentos digitais. "Para eles, é
tudo real, como se fosse do jeito tradicional, tanto para fazer amigos como para
comprar, aprender ou combinar um passeio."
19. Como lidar com o cyberbullying?
O cyberbulling precisa receber o mesmo cuidado preventivo do bullying e a
dimensão dos seus efeitos deve sempre ser abordada para evitar a agressão na
internet. Trabalhar com a ideia de que nem sempre se consegue apagar aquilo que foi
para a rede dá à turma a noção de como as piadas ou as provocações não são
inofensivas. ''O que chamam de brincadeira pode destruir a vida do outro. É também
responsabilidade da escola abrir espaço para discutir o fenômeno'', afirma Telma Vinha,
doutora em Psicologia Educacional e professora da Faculdade de Educação da
Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).Caso o bullying ocorra, é preciso deixar
evidente para crianças e adolescentes que eles podem confiar nos adultos que os cercam
para contar sobre os casos sem medo de represálias, como a proibição de redes sociais
ou celulares, uma vez que terão a certeza de que vão encontrar ajuda. ''Mas, muitas
vezes, as crianças não recorrem aos adultos porque acham que o problema só vai piorar
com a intervenção punitiva'', explica a especialista.
20. Bullying na Educação Infantil. É possível?

Sim, se houver a intenção de ferir ou humilhar o colega repetidas vezes. Entre as


crianças menores, é comum que as brigas estejam relacionadas às disputas de território,
de posse ou de atenção - o que não caracteriza o bullying. No entanto, por exemplo, se
uma criança apresentar alguma particularidade, como não conseguir segurar o xixi, e os
colegas a segregarem por isso ou darem apelidos para ofendê-la constantemente, trata-se
de um caso de bullying."Estudos na Psicologia afirmam que, por volta dos dois anos de
idade, há uma primeira tomada de consciência de 'quem eu sou', separada de outros
objetos, como a mãe.E perto dos três anos, as crianças começam a se identificar como
um indivíduo diferente do outro, sendo possível que uma criança seja alvo ou vítima de
bullying. Essa conduta, porém, será mais frequentes num momento em que houver uma
maior relação entre pares, mais cotidiana'', explica Adriana Ramos, pesquisadora da
Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e coordenadora do curso de pós-
graduação As relações interpessoais na escola e a construção da autonomia moral", da
Universidade de Franca (Unifran).
21. Quais são as especificidades para lidar com o bullying na Educação
Infantil?

Para evitar o bullying, é preciso que a escola valide os princípios de respeito desde
cedo. É comum que as crianças menores briguem com o argumento de não gostar uma
das outras, mas o educador precisa apontar que todos devem ser respeitados,
independentemente de se dar bem ou não com uma pessoa, para que essa ideia não
persista durante o desenvolvimento da criança.

Etimologia
Na língua inglesa, bullying é um substantivo derivado do verbo bully, que significa "machucar ou ameaçar
alguém mais fraco para forçá-lo a fazer algo que não quer".[5]
Devido ao fato de ser um fenômeno que só recentemente ganhou mais atenção, o assédio escolar ainda
não possui um termo específico consensual,[6] sendo o termo em inglês bullying constantemente utilizado
pela mídia de língua portuguesa. Existem, entretanto, alternativas
como acossamento, ameaça, assédio e intimidação,[7] além dos mais
informais judiar e implicar,[8] além de diversos outros termos utilizado pelos próprios estudantes em
diversas regiões.
No Brasil, o Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa indica a palavra "bulir" como equivalente a "mexer
com, tocar, causar incômodo ou apoquentar, produzir apreensão em, fazer caçoada, zombar e falar
sobre, entre outros".[9] Por isso, são corretos os usos dos vocábulos derivados, também inventariados
pelo dicionário, como bulimento (o ato ou efeito de bulir) e bulidor (aquele que pratica o
bulimento).[9] Incluído na proposta de reforma no Código Penal brasileiro, foi tipificado primeiramente sob
a denominação de "intimidação escolar" e depois preferiu-se "intimidação vexatória", por a escola não
ser o único local de ocorrência.[10]

Caracterização

Como a maior parte dos alunos não denuncia e alguns adultos negligenciam sua importância, a sensação de impunidade

favorece a perpetuação do comportamento agressivo.[3]

"Acossamento",[8] "intimidação" ou, entre falantes de língua inglesa, bullying, é um termo frequentemente
usado para descrever uma forma de assédio executado por alguém que está, de alguma forma, em
condições de exercer o seu poder sobre alguém ou sobre um grupo mais "fraco". O cientista sueco Dan
Olweus, que trabalhou por muito tempo em Bergen, na Noruega, define assédio escolar em três termos
essenciais:[11]

1. o comportamento é agressivo e negativo;


2. o comportamento é executado repetidamente;
3. o comportamento ocorre num relacionamento onde há um desequilíbrio de poder entre as partes
envolvidas.
O assédio escolar divide-se em duas categorias:

1. assédio escolar direto;


2. assédio escolar indireto, também conhecido como agressão social
O "bullying direto" é a forma mais comum entre os agressores (bullies) masculinos.
A "agressão social' ou "bullying indireto" é a forma mais comum em bullies do sexo feminino e crianças
pequenas, e é caracterizada por forçar a vítima ao isolamento social. Este isolamento é obtido por meio
de uma vasta variedade de técnicas, que incluem:

 espalhar comentários;
 recusa em se socializar com a vítima;
 intimidar outras pessoas que desejam se socializar com a vítima;
 ridicularizar o modo de vestir ou outros aspectos socialmente significativos (incluindo a etnia da
vítima, religião, incapacidades etc).
O assédio pode ocorrer em situações envolvendo a escola ou faculdade/universidade, o local de trabalho,
os vizinhos e até mesmo países. Qualquer que seja a situação, a estrutura de poder é tipicamente
evidente entre o agressor (bully) e a vítima. Para aqueles fora do relacionamento, parece que o poder do
agressor depende somente da percepção da vítima. Todavia, a vítima geralmente tem motivos para temer
o agressor, devido às ameaças ou concretizações de violência física/sexual, ou perda dos meios de
subsistência.
Deve-se encorajar os alunos a participarem ativamente da supervisão e intervenção dos atos de bullying,
pois o enfrentamento da situação pelas testemunhas demonstra, aos autores do bullying, que eles não
terão o apoio do grupo. Uma outra estratégia é a formação de grupos de apoio, que protegem os alvos e
auxiliam na solução das situações de bullying. Alunos que buscam ajuda têm 75,9 por cento de
probabilidade de reduzirem ou cessarem um caso de bullying.[3] Um estudo realizado na Suécia
demonstrou que os alunos ainda não estão totalmente sensibilizados para esta questão. Enquanto 69 por
cento dos entrevistados apontou o bully como culpado, 42 por cento apontou também culpa para a vítima,
devido à sua "diferença", com uma maioria de rapazes nesta resposta. [12]
Os professores devem lidar e resolver efetivamente os casos de bullying, enquanto as escolas devem
aperfeiçoar suas técnicas de intervenção e buscar a cooperação de outras instituições, como os centros
de saúde, conselhos tutelares e redes de apoio social.[3]

Agressor

Em um estudo entre alunos autores de bullying, 51,8 por cento afirmou que não recebeu nenhum tipo de orientação ou

advertência por seus atos. Provavelmente porque 41,6 por cento dos que admitiram ser alvos de bullying relataram não ter

solicitado ajuda aos colegas, professores ou família.[13]

Pesquisas[14] indicam que adolescentes agressores têm personalidades autoritárias, combinadas com
uma forte necessidade de controlar ou dominar. Também tem sido sugerido[15] que uma deficiência
em habilidades sociais e um ponto de vista preconceituoso sobre subordinadospodem ser particulares
fatores de risco.
Estudos adicionais[16] têm mostrado que enquanto inveja e ressentimento podem ser motivos para a
prática do assédio escolar, ao contrário da crença popular, há pouca evidência que sugira que
os bullies (ou bulidores)[9] sofram de qualquer deficit de autoestima.[17] Outros pesquisadores também
identificaram a rapidez em se enraivecer e usar a força, em acréscimo a comportamentos agressivos, o
ato de encarar as ações de outros como hostis, a preocupação com a autoimagem e o empenho em
ações obsessivas ou rígidas.[18]
É frequentemente sugerido que os comportamentos agressivos têm sua origem na infância:
"Se o comportamento agressivo não é desafiado na infância, há o risco de que ele se torne habitual. Realmente, há
evidência documental que indica que a prática do assédio escolar durante a infância põe a criança em risco de
comportamento criminoso e violência doméstica na idade adulta."

—[19]

O assédio escolar não envolve necessariamente criminalidade ou violência. Por exemplo, o assédio
escolar frequentemente funciona por meio de abuso psicológico ou verbal.
Os bullies sempre existiram mas eram — e ainda são — chamados em português de rufias, esfola-caras,
brigões, acossadores, cabriões, avassaladores, valentões e verdugos.
Os "valentões" costumam ser hostis, intolerantes e usar a força para resolver seus problemas. [20] Porém,
eles também frequentemente foram vítimas de violência, maus-tratos, vulnerabilidade genética, falência
escolar e experiências traumáticas.
Comportamentos autodestrutivos como consumo de álcool e drogas e correr riscos desnecessários são
vistos com mais frequência entre os autores de bullying.[21]
Quanto mais sofrerem com violência e abusos, mais provável é eles repetirem esses comportamentos em
sua vida diária e negligenciarem seu próprio bem-estar.[22]

Vítimas
Vítimas de bullying têm mais chance de desenvolverem transtornos de humor, transtornos alimentares, distúrbios de sono ou/e

transtornos de ansiedade em algum momento da vida.[23]

Sinais e sintomas possíveis de serem observados em alunos alvos de bullying:[3]

 enurese noturna (urinar na cama);


 distúrbios do sono (como insônia);
 problemas de estômago;
 dores e marcas de ferimentos;
 síndrome do intestino irritável;
 transtornos alimentares;
 isolamento social/ poucos ou nenhum amigo;
 tentativas de suicídio;
 irritabilidade/agressividade;
 transtornos de ansiedade;
 depressão maior;
 relatos de medo regulares;
 resistência/aversão a ir à escola;
 demonstrações constantes de tristeza;
 mau rendimento escolar;
 atos deliberados de autoagressão.

Tipos

Enquanto a sociedade não resolver o problema de bullying nas escolas, dificilmente conseguirá reduzir as outras formas de

comportamentos agressivos e destrutivos entre adultos.[24]


Os bullies usam principalmente uma combinação de intimidação e humilhação para atormentar os outros.
Alguns exemplos das técnicas de assédio escolar:

 insultar a vítima;
 acusar sistematicamente a vítima de não servir para nada;
 ataques físicos repetidos contra uma pessoa, seja contra o corpo dela ou propriedade.
 interferir com a propriedade pessoal de uma pessoa, livros ou material escolar, roupas, etc,
danificando-os.
 espalhar rumores negativos sobre a vítima;
 depreciar a vítima sem qualquer motivo;
 fazer com que a vítima faça o que ela não quer, ameaçando-a para seguir as ordens;
 colocar a vítima em situação problemática com alguém (geralmente, uma autoridade), ou conseguir
uma ação disciplinar contra a vítima, por algo que ela não cometeu ou que foi exagerado pelo bully;
 fazer comentários depreciativos sobre a família de uma pessoa (particularmente a mãe), sobre o
local de moradia de alguém, aparência pessoal, orientação sexual, religião, etnia, nível de
renda, nacionalidade ou qualquer outra inferioridade depreendida da qual o bullytenha tomado
ciência;
 isolamento social da vítima;
 usar as tecnologias de informação para praticar o cyberbullying (criar páginas falsas, comunidades
ou perfis sobre a vítima em sites de relacionamento com publicação de fotos etc);
 chantagem.
 expressões ameaçadoras;
 grafitagem depreciativa;
 usar de sarcasmo evidente para se passar por amigo (para alguém de fora) enquanto assegura o
controle e a posição em relação à vítima (isto ocorre com frequência logo após o bully avaliar que a
pessoa é uma "vítima perfeita");
 fazer que a vítima passe vergonha na frente de várias pessoas.

Bullying professor–aluno
O assédio escolar pode ser praticado de um professor para um aluno. [25][26][27][28][29][30] As técnicas mais
comuns são:

 intimidar o aluno em voz alta rebaixando-o perante a classe e ofendendo sua autoestima. Uma forma
mais cruel e severa é manipular a classe contra um único aluno o expondo a humilhação;
 assumir um critério mais rigoroso na correção de provas com o aluno e não com os demais. Alguns
professores podem perseguir alunos com notas baixas;
 ameaçar o aluno de reprovação;
 negar ao aluno o direito de ir ao banheiro ou beber água, expondo-o a tortura psicológica;
 difamar o aluno no conselho de professores, aos coordenadores e acusá-lo de atos que não
cometeu;
 tortura física, mais comum em crianças pequenas; puxões de orelha, tapas e cascudos.
Tais atos violam o Estatuto da Criança e do Adolescente e podem ser denunciados em um Boletim de
Ocorrência numa delegacia ou no Ministério Público. A revisão de provas pode ser requerida ao
pedagogo ou coordenador e, em caso de recusa, por medida judicial.

Alcunhas ou apelidos (dar nomes)


Normalmente, uma alcunha (apelido) é dada a alguém por um amigo, devido a uma característica "única"
dele. Em alguns casos, a alcunha é feita em função de uma característica que a vítima não quer que seja
notada, tal como uma orelha grande ou uma forma diferenciada de alguma parte do corpo. Em casos
extremos, professores podem ajudar a popularizá-la, mas isto é geralmente percebido como inofensivo ou
a agressão é sutil demais para ser reconhecida. Há uma discussão sobre se é pior que a vítima conheça
ou não o nome pelo qual é chamada. Todavia, uma alcunha pode, por vezes, tornar-se tão embaraçosa
que a vítima terá de se mudar (de escola, de residência ou de ambos).

Locais de assédio
O assédio pode acontecer em qualquer contexto no qual seres humanos interajam, tais como escolas,
universidades, famílias, entre vizinhos e em locais de trabalho.
Escolas

Alguns meninos flagrados intimidando um colega. Instituto Regional Federico Errázuriz, em Santa Cruz, no Chile.

Em escolas, o assédio escolar geralmente ocorre em áreas com supervisão adulta mínima ou inexistente.
Ele pode acontecer em praticamente qualquer parte, dentro ou fora do prédio da escola. [31][32] Segundo
pesquisas,[33] os locais nos quais mais ocorrem no ambiente escolar são, nessa ordem: salas, recreios,
entradas e saídas.
Alguns sinais são comuns como a recusa da criança de ir à escola ao alegar "sintomas" como dor de
barriga ou apresentar irritação, nervosismo ou tristeza anormais. [20]
Um caso extremo de assédio escolar no pátio da escola foi o de um aluno do oitavo ano chamado Curtis
Taylor, numa escola secundária em Iowa, nos Estados Unidos, que foi vítima de assédio escolar contínuo
por três anos, o que incluía alcunhas jocosas, ser espancado num vestiário, ter a camisa suja com leite
achocolatado e os pertences vandalizados. Tudo isso acabou por o levar ao suicídio em 21 de
Março de 1993. Alguns especialistas em bullies denominaram essa reação extrema de "bullycídio".
Os que sofrem bullying acabam desenvolvendo problemas psíquicos muitas vezes irreversíveis, que
podem até levar a atitudes extremas como a que ocorreu com Jeremy Wade Delle. Jeremy se matou em 8
de janeiro de 1991, aos 15 anos de idade, numa escola na cidade de Dallas, no Texas, nos Estados
Unidos, dentro da sala de aula e em frente de 30 colegas e da professora de inglês, como forma de
protesto pelos atos de perseguição que sofria constantemente. Esta história inspirou a música Jeremy,
interpretada por Eddie Vedder, vocalista da banda estadunidense Pearl Jam.
Na década de 1990, os Estados Unidos viveram uma epidemia de tiroteios em escolas (dos quais o mais
notório foi o massacre de Columbine). Muitas das crianças por trás destes tiroteios afirmavam serem
vítimas de bullies e que somente haviam recorrido à violência depois que a administração da escola havia
falhado repetidamente em intervir. Em muitos destes casos, as vítimas dos atiradores processaram tanto
as famílias dos atiradores quanto as escolas.
No Brasil, em 7 de abril de 2011, a tragédia ocorrida na Escola Municipal Tasso da Silveira,
em Realengo,[34] ganhou grande notoriedade ao demonstrar que um desdobramento trágico a partir
do bullying não é uma exclusividade dos Estados Unidos. Na mente do assassino Wellington de Oliveira,
a culpa pelas mortes foi dos bulidores, como fica muito bem demonstrado em suas palavras escritas na
véspera: "Muitas vezes aconteceu comigo de ser agredido por um grupo e todos os que estavam por
perto se divertiam com as humilhações que eu sofria, sem se importar com os meus sentimentos. Embora
meus dedos sejam responsáveis por puxar o gatilho, essas pessoas são responsáveis por todas estas
mortes, inclusive a minha".[33][35]
Como resultado destas tendências, escolas em muitos países passaram a desencorajar fortemente a
prática do assédio escolar, com programas projetados para promover a cooperação entre os estudantes,
bem como o treinamento de alunos como moderadores para intervir na resolução de disputas,
configurando uma forma de apoio por parte dos colegas.
O assédio escolar nas escolas pode também assumir, por exemplo, a forma de avaliações abaixo da
média, não retorno das tarefas escolares, segregação de estudantes competentes por professores
incompetentes ou não atuantes, para proteger a reputação de uma instituição de ensino. Isto é feito para
que seus programas e códigos internos de conduta nunca sejam questionados, e que os pais (que
geralmente pagam as taxas) sejam levados a acreditar que seus filhos são incapazes de lidar com o
curso. Tipicamente, estas atitudes servem para criar a política não escrita de "se você é estúpido, não
merece ter respostas; se você não é bom, nós não te queremos aqui". Frequentemente, tais instituições
(geralmente em países asiáticos) operam um programa de franquia com instituições estrangeiras (quase
sempre ocidentais), com uma cláusula de que os parceiros estrangeiros não opinam quanto a avaliação
local ou códigos de conduta do pessoal no local contratante. Isto serve para criar uma classe de "tolos
educados", pessoas com títulos acadêmicos que não aprenderam a adaptar-se a situações e a criar
soluções fazendo as perguntas certas e resolvendo problemas.

Local de trabalho
O assédio escolar em locais de trabalho (algumas vezes chamado de Assédio escolar Adulto) é descrito
pelo Congresso Sindical do Reino Unido[36] como:
Um problema sério que muito frequentemente as pessoas pensam que seja apenas um problema ocasional entre
indivíduos. Mas o assédio escolar é mais do que um ataque ocasional de raiva ou briga. É uma intimidação regular e
persistente que solapa a integridade e confiança da vítima do bully. E é frequentemente aceita ou mesmo
encorajada como parte da cultura da organização.

Vizinhança

Adultos e idosos também são vítimas frequentes de bullying

Entre vizinhos, o assédio escolar normalmente toma a forma de intimidação por comportamento
inconveniente, tais como barulho excessivo para perturbar o sono e os padrões de vida normais ou fazer
queixa às autoridades (tais como a polícia) por incidentes menores ou forjados. O propósito desta forma
de comportamento é fazer com que a vítima fique tão desconfortável que acabe por se mudar da
propriedade. Nem todo comportamento inconveniente pode ser caracterizado como assédio escolar: a
falta de sensibilidade pode ser uma explicação.

Política
O assédio entre países ocorre quando um país decide impor sua vontade a outro. Isto é feito,
normalmente, com o uso de força militar, ou com a ameaça de que ajuda e doações não serão entregues
a um país. Também é frequente um país mais poderoso não permitir que um país menor se associe a
uma organização de comércio.

Militar

Um trote praticado nas Forças Armadas Aéreas da França em que um cadete é suspenso por um helicóptero sobre o mar

em Compiègne, em 1997
Em 2000, o Ministério da Defesa (MOD) do Reino Unido definiu o assédio como: "... o uso de força física
ou abuso de autoridade para intimidar ou vitimizar outros, ou para infligir castigos ilícitos". [37] Todavia, é
afirmado que o assédio militar ainda está protegido contra investigações abertas. O caso das Deepcut
Barracks, no Reino Unido, é um exemplo do governo se recusar a conduzir um inquérito público completo
quanto a uma possível prática de assédio escolar militar.
Alguns argumentam que tal comportamento deveria ser permitido por causa de um consenso acadêmico
generalizado de que os soldados são diferentes dos outros postos. Dos soldados, se espera que estejam
preparados para arriscarem suas vidas, e alguns acreditam que o seu treinamento deveria desenvolver o
espírito de corpo para aceitar isto.[38]
Em alguns países, rituais humilhantes entre os recrutas têm sido tolerados e mesmo exaltados como um
"rito de passagem" que constrói o caráter e a resistência; enquanto em outros, o assédio sistemático dos
postos inferiores, jovens ou recrutas mais fracos pode, na verdade, ser encorajado pela política militar,
seja tacitamente ou abertamente (veja dedovschina). Também, as forças armadas russas geralmente
fazem com que candidatos mais velhos ou mais experientes abusem — com socos e pontapés — dos
soldados mais fracos e menos experientes.[39]

Legislação

Cartaz em uma campanha contra o bullying no campus I do Cefet-MG.

No Brasil, o ato pode levar os jovens infratores à aplicação de medidas socioeducativas. [20] De acordo
com o código penal brasileiro, a negligência com um crime pode ser tida como uma coautoria. [20] Na área
cível, e os pais dos bullies podem, pois, ser obrigados a pagar indenizações e podem haver processos
por danos morais.[20] Um das referências sobre o assunto, no Brasil, é um artigo escrito pelo
ministro Marco Aurélio Mello, intitulado "Bullying — aspectos jurídicos".[9]
A legislação jurídica do estado brasileiro de São Paulo define "assédio escolar" como "atitudes de
violência física ou psicológica que ocorrem sem motivação evidente, praticadas contra pessoas com o
objetivo de intimidá-las ou agredi-las, causando dor e angústia".[40]
Os atos de assédio escolar configuram atos ilícitos, não porque não estão autorizados pelo ordenamento
jurídico brasileiro, mas por desrespeitarem princípios constitucionais (exemplo: dignidade da pessoa
humana) e o Código Civil Brasileiro, que determina que todo ato ilícito que cause dano a outrem gera o
dever de indenizar. A responsabilidade pela prática de atos de assédio escolar pode se enquadrar
também no Código de Defesa do Consumidor, tendo em vista que as escolas prestam serviço aos
consumidores e são responsáveis por atos de assédio escolar que ocorram nesse contexto. [41]
No estado brasileiro do Rio de Janeiro, uma lei estadual sancionada em 23 de setembro de 2010 institui a
obrigatoriedade de escolas públicas e particulares notificarem casos de bullying à polícia.[42] Em caso de
descumprimento, a multa pode ser de três a 20 salários mínimos (até 10 200 reais) para as instituições de
ensino.[42]
Na cidade brasileira de Curitiba, todas as escolas têm de registrar os casos de bullying em um livro de
ocorrências, detalhando a agressão, o nome dos envolvidos e as providências adotadas. [7]
Condenações legais
Dado que a cobertura da mídia tem exposto o quão disseminada é a prática do assédio escolar, os júris
estão agora mais inclinados do que nunca a se simpatizarem com as vítimas. Em anos recentes, muitas
vítimas têm movido ações judiciais diretamente contra os agressores por "imposição intencional de
sofrimento emocional" e incluindo suas escolas como acusadas, sob o princípio da responsabilidade
conjunta. Vítimas norte-americanas e suas famílias têm outros recursos legais, tais como processar uma
escola ou professor por falta de supervisão adequada, violação dos direitos civis, discriminação racial ou
de gênero ou assédio moral.
No Brasil, uma pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística realizada em 2009 revelou que
quase um terço (30,8 por cento) dos estudantes brasileiros informou já ter sofrido bullying, sendo maioria
das vítimas do sexo masculino. A maior proporção de ocorrências foi registrada em escolas
privadas (35,9 por cento), ao passo que, nas públicas, os casos atingiram 29,5 por cento dos
estudantes.[43] Outra pesquisa no país realizada em 2010 com 5 168 alunos de 25 escolas públicas e
particulares revelou que as humilhações típicas do bullying são comuns em alunos da 5ª e 6ª séries. Entre
todos os entrevistados, pelo menos 17 por cento estão envolvidos com o problema - seja intimidando
alguém, sendo intimidados ou os dois. A forma mais comum é a cibernética, a partir do envio de e-
mails ofensivos e difamatórios em sites de relacionamento como o Orkut.[44]
Em 2009, uma pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística apontou as cidades
de Brasília e Belo Horizonte como as capitais brasileiras com maiores índices de assédio escolar, com
35,6 e 35,3 por cento, respectivamente, de alunos que declararam esse tipo de violência nos últimos 30
dias.[45]

Casos
Brasil

Propaganda brasileira de 1942 mostra uma mulher sofrendo assédio por ser gorda.

 Na Grande São Paulo, uma menina apanhou até desmaiar por colegas que a perseguiam [46] e,
em Porto Alegre, um jovem foi morto com arma de fogo durante um longo processo de assédio
escolar.[47]
 Em maio de 2010, a Justiça obrigou os pais de um aluno do Colégio Santa Doroteia, no
bairro Sion de Belo Horizonte, a pagar uma indenização de 8 mil reais a uma garota de 15 anos por
conta de assédio escolar.[48] A estudante foi classificada como "G.E." (sigla para integrantes de
"grupo de excluídos") por ser supostamente feia: as insinuações se tornaram frequentes com o
passar do tempo, e entre elas, ficaram as alcunhas de "tábua", "prostituta", "sem peito" e "sem
bunda".[49][50] Os pais da menina alegaram que procuraram a escola, mas não conseguiram resolver a
questão.[51][52] O juiz relatou que as atitudes do adolescente acusado pareciam não ter "limite" e que
ele "prosseguiu em suas atitudes inconvenientes de 'intimidar'", o que deixou a vítima, segundo a
psicóloga que depôs no caso, "triste, estressada e emocionalmente debilitada". [53] O colégio
de classe média alta não foi responsabilizado.[53]
 Na Universidade de São Paulo, o jornal estudantil "O Parasita" ofereceu um convite a uma "festa
brega" aos estudantes do curso que, em troca, jogassem fezes em um gay.[54][55] Um dos alunos a
quem o jornal faz referência chegou a divulgar, em outra ocasião, que estudantes
de farmácia chegaram a atirar uma lata de cerveja cheia em um casal de homossexuais, que
também era do curso, durante o tradicional happy hour de quinta-feira na Escola de Comunicações e
Artes da Universidade de São Paulo. Ele disse que não pretende tomar nenhuma providência judicial
contra os colegas, embora tenha ficado revoltado com a publicação da cartilha. [55]
 Também em junho de 2010, um aluno de nona série do Colégio Neusa Rocha, no Bairro São Luiz, na
região da Pampulha de Belo Horizonte, foi espancado na saída de seu colégio, com a ajuda de mais
seis estudantes armados com soco inglês.[56] A vítima ficou sabendo que o grupo iria atacar outro
colega por ele ser "folgado e atrevido", sendo inclusive convidada a participar da agressão. [56]
 Durante o ano de 2010, Bárbara Evans, filha de Monique Evans e estudante da Universidade
Anhembi Morumbi (onde cursava o primeiro ano de nutrição), em São Paulo, entrou na Justiça com
um processo de assédio escolar realizado por seus colegas. [57] No dia 12 de junho de 2010, um
sábado à noite, o muro externo do estacionamento do campus Centro da referida universidade foi
pichado com ofensas a ela e a sua mãe.[58]
 Em recente caso julgado no Rio Grande do Sul (Processo nº 70031750094 da 6ª Câmara Cível do
TJRS), a mãe do bullie foi condenada civilmente a pagar indenização no valor de 5 mil reais à vítima.
Foi um legítimo caso de cyberbullying, já que o dano foi causado por meio da Internet,
em fotolog (flog) hospedado pelo Portal Terra. No caso, o portal não foi responsabilizado, pois retirou
as informações do ar em uma semana. Não ficou claro, entretanto, se foi uma semana após ser
avisado informalmente ou após ser judicialmente notificado. [59]
 Alguns casos de assédio escolar entre crianças têm anuência dos próprios pais, como um
envolvendo um garoto de 9 anos de Petrópolis. A mãe resolveu tirar satisfação com a criança que
constantemente agredia seu filho na escola e na rua, mas o pai do outro garoto, em resposta,
procurou a mãe do outro garoto chamado de "boiola" e "magrelo". Ela foi empurrada em uma galeria,
atingida no rosto, jogada no chão e ainda teve uma costela fraturada. O caso, registrado em um
vídeo, foi veiculado na internet e ganhou os principais jornais e telejornais brasileiros. [60][61]
 Em 2011, a 13ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro condenou uma escola privada
a pagar indenização a uma vítima de bullying.[62]
 Em 2011, o Massacre de Realengo, no qual 12 crianças morreram alvejadas por tiros, foi atribuído,
por ex-estudantes da escola e ex-colegas do atirador, a uma vingança por bullying.[63] O atirador, que
se suicidou durante a tragédia, também citou o bullying como a motivação para o crime nos vídeos
recuperados pela polícia durante as investigações.[64][65]
 Um garoto de Campo Grande do oitavo ano de ensino fundamental foi obrigado por outro garoto a
passar por diversas situações vexatórias, como fazer atividades escolares e pagar lanches para ele
na escola para ser poupado de agressões físicas.[66][67] O caso avançou para a extorsão de dinheiro,
causando, à vítima, a subtração de cerca de 500 reais em em ano.[66] O caso foi parar na 27º
Promotoria da Infância e Juventude do município, que apurou, por meio de ligações telefônicas, que
realmente ocorria a extorsão. Um flagrante feito pela polícia quando o garoto daria mais 50 reais ao
agressor.[66] Penalizado, o garoto foi submetido a ações previstas no programa contra violência
e evasão escolar, o Procese, em desenvolvimento no município há dois anos. O valor subtraído foi
pago pela mãe do agressor aos pais do garoto agredido.[66] O bullie de 13 anos foi obrigado pela
promotoria a levar os pratos utilizados durante a merenda e a lavar o pátio escolar durante 3 meses,
além de poder ter de frequentar um curso sobre bullying.[66]
 Também em fevereiro de 2012, pais de duas adolescentes de Ponta Grossa, no Paraná, foram
condenados pela Justiça após uma denúncia de cyberbullying, cometida pelas filhas, a pagar 15 mil
reais de indenização por danos morais para a família da vítima.[68] Duas colegas de sala da vítima
teriam conseguido a senha de uma página de relacionamentos na internet e violaram a conta da
adolescente, postando mensagens pornográficas e alterando a fotografia do perfil.[68] Após postar as
mensagens, as autoras ainda cancelaram a senha da vítima, o que impediu que ela soubesse o que
estava acontecendo.[69]
 Em 2013, Alexandre Esteves dos Santos, aluno da "Escola Estadual Efigênia de Jesus Werneck",
em Santa Luzia, atirou em dois colegas.[70][71] Em depoimento à polícia afirmou ser vítima de
bullying.[72][73][74]
 Na manhã da sexta-feira do dia 20 de outubro de 2017, no Colégio Goyases, em Goiânia, um aluno
vítima de bullying abriu fogo contra os colegas, matando dois e ferindo quatro.[75][76][77] Ele cursava o
oitavo ano e era filho de policiais militares,[78][79][80] e foi contido pelos colegas e pela coordenadora
quando parou para recarregar a arma.[81][75]O Governo de Goiás decretou luto oficial por três
dias.[82][83] Os pais dos alunos fizeram vigília durante a noite em frente ao colégio onde houve
atentado.[84] O Ministério Público do Estado de Goiás recomendou na tarde do sábado 21 de outubro
a internação provisória por 45 dias do autor dos disparos, e horas depois, a juíza plantonista Mônica
Cézar Moreno Senhorello acatou o pedido.[85]
Estados Unidos

 Em 27 de fevereiro de 2008, um jovem que dizia estar sofrendo bullying abriu fogo em uma escola de
Ohio.[86] Pelo menos três estudantes morreram.[87][88]
 Em 2013, Hannah Smith se suicidou após ser vítima de cyberbullying.[89][90][91]

Bulicídio
Ver artigo principal: Bulicídio
Bulicídio é uma palavra-valise atribuída à morte de a uma pessoa (ou por suicídio ou por assassínio)
devido ao bullying ou cyberbullying.[92][93][94]
O termo foi primeiramente utilizado em 2001 por Neil Marr e Tim Field no livro Bullycide: Death at
Playtime.[95][96]

Casos famosos de bulicídio


 Amanda Todd
 Eric Harris e Dylan Klebold
 Megan Meier
 Phoebe Prince
 Seung-Hui Cho
 Tyler Clementi
 Rehtaeh Parsons
 Ryan Patrick Halligan
 Wellington Menezes de Oliveira
 Hannah Smith[97]
 Bethany Thompson[98][99][100][101]

Ver também

 Assédio moral
 Assédio sexual
 Abuso de poder
 Bullying, filme de 2009
 Bulicídio
 Cyberbullying

Referências

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76. Ir para cima↑ Tiroteio em colégio de Goiânia deixa dois mortos
77. Ir para cima↑ Autor dos disparos em colégio sofria bullying e ganhou desodorante de “presente”
78. Ir para cima↑ Aluno atira em colegas dentro de escola em Goiânia, mata dois e fere quatro
79. Ir para cima↑ Atentado a escola em Goiânia foi motivado por bullying
80. Ir para cima↑ Tiroteio em escola de Goiânia deixa ao menos dois mortos e feridos
81. Ir para cima↑ Aluno atira em colegas dentro de escola em Goiânia e mata dois
82. Ir para cima↑ Governo lamenta atentado e decreta luto
83. Ir para cima↑ Autor do atentado no colégio Goyazes é filho de militar e sofre bullying
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86. Ir para cima↑ EUA: suspeito de atirar em escola escolheu vítimas por acaso
87. Ir para cima↑ Morre terceiro estudante ferido em escola de Ohio
88. Ir para cima↑ Suspeito de tiroteio nos EUA diz que escolheu vítimas aleatórias
89. Ir para cima↑ Garota de 14 anos se enforca após sofrer bullying no Ask.me
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nowhere to hide
98. Ir para cima↑ Menina que sobreviveu a câncer se suicida após sofrer bullying
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100.Ir para cima↑ Cancer survivor, 11, ‘shot herself because she was bullied about her uneven grin caused by
tumour surgery’
101.Ir para cima↑ Niña sobreviviente de cáncer cerebral, se suicida por el bullying

Ligações externas

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 Serviço comunicAÇÃO do Programa Diga Não ao Bullying que fornece notícias sobre o bullying por
meio do Twitter
 Bullying: é preciso levar a sério ao primeiro sinal
 Cyberbullying: a violência virtual
 Tudo sobre Bullying
 Cartilha "Bullying não é brincadeira", produzida pelo Ministério Público do Estado da Paraíba.
 1º parte do episódio Assédio escolar do Almanaque Educação, da TV Cultura

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