PROJETO CULTIVE A PAZ: DIGA NÃO AO

BULLYING

Cícero Rafael Barroso Júnior

O “fenômeno” Bullying e as suas conseqüências psicológicas

Santa Maria-Pa
2012
 Cícero Rafael Barroso Júnior

O “fenômeno” Bullying e as suas conseqüências psicológicas

Proposta de trabalho apresentado às escolas

do município como uma opção para se reverter,
educar e prevenir o problema do Bullying a
partir de palestras sócio-educativas ministradas
pelo docente Profº. Cícero Rafael. Este projeto
consiste basicamente na prevenção a partir da
educação, do conhecimento do caso e da
busca de possíveis soluções.

Santa Maria-Pa
2012
 "Não existe outra via para a solidariedade humana senão a procura e o respeito da
dignidade individual."
Maria Ana Paula Freire da Silva

PROBLEMÁTICA DA ESCOLA: O BULLYING

O termo Bullying, tem origem do inglês ‘to Bully’, que significa maltrato.
Aqui no Brasil a ABRAPIA (Associação Brasileira de Proteção a Infância e
Adolescência), designa ao termo Bullying, o fato de usar o poder e a força, para
intimidar ou perseguir os outros. Esse tipo de comportamento pode ser observado
no cotidiano de qualquer grupo de crianças ou adolescentes, seja na escola, em
brincadeiras no bairro ou até mesmo com familiares.
De acordo com os Princípios, Fins e Legislação Educacional Vigente,
cabem a família, a sociedade e o estado, promover a criança e ao adolescente,
direitos básicos como alimentação, saúde, lazer, educação além de protegê-los de
toda e qualquer forma de discriminação, exploração, violência e opressão, como
consta no (art.227).
A prática do Bullying tornou-se algo comum nos espaços educacionais,
provocando cada vez mais atitudes violentas, tantos dos agressores, como das
vitimas.
A popularidade do fenômeno cresceu com a influência dos meios
eletrônicos, como a internet e as reportagens na televisão, pois os apelidos
pejorativos e as brincadeiras ofensivas foram tomando proporções maiores. "O fato
de ter conseqüências trágicas - como mortes e suicídios - e a impunidade
proporcionaram a necessidade de se discutir de forma mais séria o tema", aponta
Guilherme Schelb, procurador da República e autor do livro Violência e
Criminalidade Infanto-Juvenil.
Qualquer individuo pode estar exposto ao Bullying, mas engana-se quem
pensa que qualquer brincadeira de mau gosto pode ser designada como Bullying,
para que tal ato se designe é preciso que ocorra com freqüência pelo agressor ou
grupo de agressores. A agressão gratuita pode causar vários danos para as vitimas,
como: isolamento, medo de voltar à escola ou local onde sofreu a agressão, auto-
estima baixa, tristeza, choro sem motivo, depressão e em casos mais graves o
suicídio.
 Os danos causados pelo Bullying, afeta não só a vitima, mais toda a
família, que necessita de auxilio psicológico para ajudar a criança ou adolescente a
superar o trauma. Muitos precisam mudar de escola ou até mesmo de cidade. O
trauma pode ser ainda maior, caso a agressão seja filmada e postada em sites de
relacionamento, onde um grande número de pessoas tem acesso.
Diante dos problemas surgem também os questionamentos que podem
servir como base para o desenvolvimento e elaboração de estratégias de combate,
são eles: Qual o papel do professor, diante de uma situação de Bullying? Que
medidas sócio-educativas a escola deve ter para evitar que aconteçam coisas mais
sérias?

OBJETIVOS GERAIS DO PROJETO DIGA NÃO AO BULLYING:

Envolver a comunidade escolar no diagnóstico e na implantação de ações

de redução do comportamento agressivo, intimidante e discriminatório, causador
desequilíbrio na relação de poder entre estudantes, a fim de atender ao direito de
toda criança e adolescente desenvolverem-se em um ambiente seguro e salutar,
promovendo a cultura da paz, o respeito à dignidade humana e a valorização das
diferenças.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS:
 Considerar as diferenças existentes em todos os níveis na nossa
comunidade escolar.
 Estabelecer estratégias para o trabalho de sensibilização e combate às
práticas agressivas e repetitivas que possam causar angústia e sofrimento.
 Compreender a importância da reflexão e da discussão teórico- -
conceitual e da avaliação crítica no que se refere ao tema do projeto.
 Promover a criação de um ambiente educacional e social onde
meninos e meninas, homens e mulheres, sejam tratados/as igualmente.
 Estimular o respeito mútuo entre todos os que formam nossa
comunidade educativa.
 Sensibilizar a comunidade educativa em relação ao respeito às
diferenças.
  Participar de debates sobre os temas abordados no projeto pedagógico
em questão.
 Refletir de forma crítica sobre os conflitos que envolvem práticas
relacionadas ao bullying no dia a dia escolar.
 Transformar o espaço escolar num espaço democrático, inclusivo e
que assegure a aprendizagem, um direito de todos, sem discriminações.
 Propiciar aos alunos a apreciação de textos, documentários, filmes e
outras fontes que abordem assuntos relacionados ao tema do projeto.
 Respeitar o outro, sem humilhações ou discriminações.
 Valorizar os pontos de vista de pessoas com opiniões diferentes.
 Construir um dia a dia justo, livre e solidário no ambiente escolar e fora
dele.
 Promover o bem de todos, sem preconceito de origem, raça, sexo, cor,
idade, aparência física, etc.
 Enfrentar o desafio de instalar, no processo de ensino- -aprendizagem
que se realiza em cada uma das áreas de conhecimento, uma constante atitude
crítica, de reconhecimento e ações em relação às diferenças no contexto escolar.
 Contribuir para a formação de cidadãos melhores e mais preparados
para o mundo.
 Discutir os temas relacionados ao projeto pedagógico para recuperar
valores essenciais, como o respeito.
 Trabalhar a questão da autoestima com os diversos segmentos da
nossa comunidade educativa.
 Contribuir para o combate à prática de bullying e cyberbullying nas
relações interpessoais.

PROJETO ANTI BULLYING

O termo BULLYING compreende todas as formas de atitudes agressivas,
intencionais e repetidas, que ocorrem sem motivação evidente, adotadas por um ou
mais estudantes contra outro(s), causando dor e angústia, e executadas dentro de
uma relação desigual de poder. Portanto, os atos repetidos entre iguais (estudantes)
e o desequilíbrio de poder são as características essenciais, que tornam possível a
intimidação da vítima.
 

Por não existir uma palavra na língua portuguesa capaz de expressar todas as
situações de BULLYING possíveis, o quadro, a seguir, relaciona algumas
ações que podem estar presentes:

Colocar apelidos Fazer sofrer Agredir

Ofender Discriminar Bater
Zoar Excluir Chutar
Gozar Isolar Empurrar
Encarnar Ignorar Ferir
Sacanear Intimidar Roubar
Humilhar Perseguir Quebrar pertences
Assediar
Aterrorizar
Amedrontar
Tiranizar
Dominar
ESTRATÉGIAS PARA ENFRENTAR O PROBLEMA
O que se procura com a elaboração de estratégias de combate do
problema é auxiliar com trabalhos sócio educativos, onde se possa mostrar para a
sociedade bem como professores, pais e alunos, o grande malefício que o Bullying
pode ocasionar na vida de crianças e adolescentes.
O objetivo dessas estratégias é mostrar para professores, alunos e
comunidade em geral os malefícios que o Bullying pode causar na vida de crianças
e adolescentes, conseqüentemente para tanto torna-se necessário que através de
palestrar educativas possam ser mostrados aos alunos a importância que cada um
possui diante da sociedade, que todos tem suas particularidades e que essas devem
ser respeitadas.
Diante de fatores como os já mencionados é importante que desenvolva
juntamente com a escola um trabalho de conscientização dos pais, cujos filhos
estejam sofrendo Bullying, a entenderem a gravidade da situação e assim poder
ajudar seus filhos a superarem o trauma.
A princípio, com uma simples observação nas séries iniciais de uma
escola municipal, pode ser constatado que alguns alunos sofrem Bullying,
posteriormente pode ser desenvolvido um trabalho mais intenso com os alunos
envolvidos nesse tipo de violência, onde através de conversas informais, pode ser
montando um perfil dos alunos que sofrem cotidianamente as agressões e também
daqueles que são os agressores.
Em suma, as estratégias de combate são: a utilização de palestras com o
mais diversos profissionais que debatem sobre o problema em questão, o
desenvolvimento de projetos educativos de socialização, acompanhamento
psicológico, aproximação dos pais de alunos com a escola, maximização de valores
éticos e morais, atividades esportivas de integração, oficinas de música, teatro e
dança, etc.

SUGESTÕES DE ATIVIDADES A SEREM DESENVOLVIDAS:

MÊS VALOR ATIVIDADES DESENVOLVIDAS

 Março Respeito Cada aluno recebe frases para comentar e
exemplificar com o intuito de repensar e
retomar suas atitudes e perceber que
pequenas atitudes fazem a diferença.
Abril Responsabilidade Cada turma recebe um kit com quebra-
cabeças de corações para serem compostos
em grupo, reconhecendo, assim, que temos
necessidades dos outros. Antes da dinâmica
pode ser lido algum texto referente ao tema.
Maio Liberdade Os alunos representam por imagens ou
palavras o que entendem por transformar o
mundo em que vivemos e como transformar
atitudes negativas em positivas de acordo com
aquilo que vivem no dia-a-dia.
Junho Solidariedade Poderá ser proposto que cada turma
determine uma ação que reflita sobre um
ponto crítico do bairro, da escola, da cidade
reivindicando melhorias...
Julho Amizade Aos alunos é feita uma conversa com o tema:
“Problemas do mundo” e, reunidos por turma
com seu conselheiro, registraram em uma “Ata
de compromisso” o que cada um pode fazer
para consertar espaços e condutas
inadequadas na escola.
Agosto Paz Divulgação do projeto “Cultive a paz... Diga
não ao Bullying”, por meio de oficina com os
pais.
Setembro Justiça As turmas escolhem atividades, dinâmicas,
músicas, poesias, referentes ao tema, 
tema, para
presentear uma outra turma da escola.
Outubro União  Exposição de trabalhos de todos os trabalhos
coletivos já feitos até então.
Novembro Honestidade  Oração - Dia de Ação de Graças
Dezembro Felicidade  Semana de jogos, exposição e Alegria!