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A partir da leitura dos textos motivadores e com base nos conhecimentos construídos ao longo de
sua formação, redija um texto dissertativo-argumentativo em modalidade escrita formal da língua
portuguesa sobre o tema “FORMAS DE COMBATER A VIOLÊNCIA ESCOLAR NO BRASIL”, apresentando
proposta de intervenção que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de
forma coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista.

TEXTO I vá além da matéria ensinada no quadro”, disse.

Enquanto C.A. acredita que está faltando a


educação que deveria vir de casa, Sandra Tosta
defende que escola e família precisam atuar
juntos. A violência na escola nem sempre é
produzida lá, muitas vezes ela vem de fora. É
aquela violência familiar que de algum modo
repercute no ambiente escolar. A escola e a
família precisam ser corresponsáveis pela
educação das crianças: “Elas precisam ter uma
relação próxima, a família precisa atuar junto à
escola, é uma relação de corresponsabilidade”.

Para combater o quadro de violência dentro das


escolas, a opinião dos entrevistados é comum:
conscientização. Faltam ações do governo para
que o quadro mude. “Não há política pública que
discuta a violência na escola”, afirmou. “E isso
prejudica porque a forma mais coerente, a longo
prazo, é a conscientização desses alunos”,
TEXTO II
completou.
A escola pública é o reflexo da sociedade.
Disponível em: https://medium.com/@mmoregula/. Acesso
Estamos lidando com um momento complicado em 28 de mar de 2023.
dentro do país, e a escola consegue mostrar
esse exemplo claramente. Temos uma TEXTO III
sociedade violenta, então isso deve se
manifestar na escola de alguma maneira”, disse. O ataque a faca em uma escola estadual de São
Paulo que deixou uma professora morta e mais
Há pouco respeito dos alunos com os quatro pessoas feridas jogou luz sobre a violência
professores e que isso é reflexo de casa. nas salas de aula do país, que tem histórico de
“Atualmente nas escolas, os professores são índices elevados de agressão contra docentes. Há
tudo, menos professores. A criança chega na anos, pesquisas têm indicado a alta incidência de
escola, em tese, para ter um complemento da casos de agressão, colocando o Brasil no topo da
educação. Na maioria das vezes, chegam sem violência escolar. Entre as causas, destacam-se:
essa noção e exigem que o trabalho do professor
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Isolamento social: durante a pandemia, os TEXTO IV


estudantes tiveram que ficar em casa,
convivendo apenas com a família e dependendo
da tecnologia para interações sociais.

Exposição à violência: nos espaços familiares,


algumas crianças e adolescentes estiveram
expostos a violência e maus-tratos.

Tecnologia: o acesso à internet sem mediação de


um responsável tornou mais fácil o consumo de
fóruns da internet, muitos na deep web, que
disseminam ideias e conteúdos violentos. “Não à
toa, muitos grupos racistas, conservadores e
neonazistas se proliferam nestes ambientes”,
explica a especialista.
TEXTO V
Polarização: no mesmo período, boa parte das
relações estremeceram diante da polarização Um vídeo que mostra um grupo de adolescentes
sanitária, social e política no país, o que pode ter praticando bullying contra uma colega de 11 anos
servido como combustível para ideias mais ganhou repercussão nas redes sociais nesta
extremistas. sexta-feira. Nas imagens, uma das meninas
atormenta a vítima, que está sentada, tentando
Um dos caminhos que podem levar à solução o puxar seus cabelos, enquanto outras
problema é interseccional e deve ter trilhado por adolescentes riem ou filmam a situação. A vítima,
todos envolvidos na proteção da criança e do que se chama Vitória e seria autista, demonstra
adolescente. Por isso, devem ser criados extremo incômodo com o bullying, reage às
mecanismos objetivos de controle destas tentativas de agressão e chora.
situações que permitam identificar onde os
casos de ataque estão ocorrendo e por que Apesar de ser um fenômeno antigo, a
ocorrem. Além disso, o bullying deve ser identificação, prevenção, repressão e
combatido por todos. “Precisamos entender que erradicação do bullying não foram, ainda, objeto
qualquer tipo de bullying no ambiente escolar da devida conscientização social e apenas,
não é aceitável. Assim como estamos recentemente, essa forma de violência passou a
entendendo que violência contra a mulher não ser objeto de atenção legislativa. No Brasil, duas
pode ser ignorada, a violência sofrida pelas normas pretenderam o enfrentamento da
crianças não é menor e também não deve ser matéria: a Lei Federal n. 13.185 de 06 de
normalizada”. A escola deve criar programas de novembro de 2015, assinada pela então
acolhimento que envolvam os estudantes e suas presidente Dilma Rousseff, e a Lei 13.663 de maio
famílias. As frentes de atuação devem ser de 2018, firmada pelo presidente Michel Temer.
múltiplas. Há uma crise de bullying nas escolas e a solução
é aprender o que fazer antes que isso aconteça.
Disponível em:https://g1.globo.com/educacao. Acesso em 01
de abril de 2023.
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“O bullying infringe sobre o funcionamento TEXTO VI


mental, emocional, físico, social e acadêmico.
Isso pode aparecer como baixa autoestima, A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Brasileira
depressão, isolamento, queixas físicas como (LBD) afirma, em seu artigo 2º, que: "A educação,
dores de cabeça ou dores de estômago, ou dever da família e do Estado, inspirada nos
evitar ir à escola”. princípios de liberdade e nos ideais de
solidariedade humana, tem por finalidade o pleno
A integração da mídia social na vida dos desenvolvimento do educando, seu preparo para
adolescentes exacerba ainda mais os impactos o exercício da cidadania e sua qualificação para o
do bullying. Antes das redes sociais, poderia trabalho".
haver uma interação desagradável na escola e
era ali que ela parava. Agora, essa interação é Disponível em:https://noticias.uol.com.br/. Acesso em 01 de
transportada para casa e é inevitável. Em vez abril de 2023.
de uma pessoa fazer você se sentir mal, pode
haver algo postado on-line e os colegas podem TEXTO VI
estar vendo ou até mesmo curtindo esta
postagem. “Nós sabemos que essa nova geração deseja ser
escutada, deseja, mais do que tudo, ter voz. Se
Comece conversando com seu filho sobre a esses jovens são discriminados no convívio
importância de relatar o comportamento de social, mas são aceitos e muito bem cooptados
bullying a um funcionário da escola. Se seus em um espaço virtual onde o ódio é disseminado,
filhos testemunharem outro aluno sendo eles encontram essa posição de poder, de
excluído, provocado, humilhado, ameaçado ou legitimidade, em um lugar preocupante e
ferido fisicamente, eles devem informar a um violento”, reforça a psicóloga.
adulto. A maioria das crianças não se sentirá
confortável em intervir para ajudar uma vítima O bullying tem papel fundamental na crescente
no momento por medo de retaliação de um onda de tragédias. Elas geram medo e ansiedade
agressor. extremas, isolam a vítima, e corroem
profundamente sua autoestima. Em casos
Mas os espectadores ainda podem ter um extremos, que vêm se tornando cada vez mais
efeito poderoso e positivo, não apenas frequentes, geram tanto ódio, tanta raiva e
relatando o comportamento, mas também desejo de vingança, que acaba resultando em
conversando com a vítima em particular tragédias.
depois.
A falha, de acordo com Ângela, se dá por dois
Instrua seu filho a dizer algo de apoio, como: “vi motivos. Primeiro, porque “a dinâmica da vida
o que aconteceu e não estava certo” ou “não é escolar reproduz a dinâmica da própria
verdade o que aquela pessoa disse para você”. sociedade, e esta, particularmente no caso
Afirmar o valor de outro aluno, mesmo em brasileiro, vem se tornando assustadoramente
particular, pode ajudar a evitar que a criança se mais agressiva e violenta”. Em segundo lugar, a
sinta completamente como um estranho. psicóloga observa que “por não compreender que
está reproduzindo a violência sistêmica em que
Disponível em:https://www.cnnbrasil.com.br/saude. Acesso está inserida, a escola pouco faz na direção de
em 01 de abril de 2023.
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estudar, planejar e atuar, para promover uma acompanhada de um temor difuso de que aquilo
cultura de paz na comunidade escolar”. Mesmo volte a acontecer a qualquer momento, em
com a realização de cursos preparatórios para qualquer lugar. Dizem que se trata da crônica de
os professores e uma mudança de paradigma uma tragédia sem precedentes, mas há muito
sobre o papel social das escolas, Tsuchida anunciada. Quando escola e violência se
relembra que, para cumprir suas atividades, as associam no imaginário social, o resultado é uma
instituições de ensino demandam recursos, explosão coletiva de indignação e protestos
estrutura e profissionais. contra um alvo impreciso (quem são os
culpados?) e dirigida a um destinatário indefinido
“Estamos falando de escolas em que faltam (quem poderá nos salvar?). Abandonados à
profissionais de ensino e até profissional de própria ignorância, levantamos as mãos para o
porta. Diretoras que fazem recepção de alunos além, clamando pelas explicações que, afinal, não
e repõem professores em aula. Se você não convencem ninguém.
tem condições mínimas, como cobrar apenas
dos profissionais dentro das salas que tenham Dizem, não sem pressa, que aprendemos a lição
um olhar mais atento?”, destaca. As escolas dos americanos; que nos rendemos de vez à
precisam contar com uma rede de apoio do banalização da violência a la Hollywood; que o
próprio governo, responsável por lidar com espetáculo da vida, emoldurado numa singela
questões de lazer, assistência social, cultura e manhã escolar, foi trocado pela
moradia, por exemplo. espetacularização atroz da morte. E dizem que o
tempo vindouro será sombrio; que será preciso
Há, porém, um outro agente envolvido: as suspeitar e se proteger dos concidadãos,
plataformas digitais. “As famílias têm a principalmente dos jovens e, no limite, das
responsabilidade de acompanhar as próprias crianças.
navegações dos seus filhos, mas todo esse
processo é difícil. Os acessos são complexos, Dizem, não sem cinismo, que tudo se resumia,
com poucos mecanismos de controle. Como afinal, a uma fórmula infalível: "pobreza mais
essas plataformas digitais querem se abster do educação precária é igual a violência". Mais uma
assunto, quando são nelas que são criadas razão para estigmatizarmos as escolas públicas
salas privadas, com espécies de ‘salas de como locais inócuos, insalubres e, muito pior,
adoração’ de discursos de ódio?”, avalia. periculosos. Dizem que os professores, aquelas
almas em purgação, terão, de agora em diante,
Disponível em: https://www.metropoles.com/brasil/. de se acautelarem contra não só seus alunos,
Acesso em 01 de abril de 2023. mas também aqueles que já o foram. E todos
clamam por mais segurança (eufemismo para
TEXTO VII aumento do policiamento) não apenas no
O massacre de Realengo
entorno escolar, mas agora no seu interior.
Dizem, dizem, dizem. Dizem ao léu. Não há
Dizem que se trata de um marco sinistro na
explicação alguma para o que lá se passou.
história do país. Especialistas se manifestam;
políticos se consternam; religiosos pregam; Disponível
opinião pública se solidariza. Mas em poucas em:https://www1.folha.uol.com.br/fsp/cotidian/ff100420111
semanas só restará uma lembrança tensa no ar 2.htm. Acesso em 01 de abril de 2021

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