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DENISE LOPES

RA:278352916072
Curso: Psicologia
Semestre: 6°
Disciplina: Estágio Básico III/Escolar
Professor orientador: Fernanda Bianca Garcia

RELATÓRIO DE ESTÁGIO BÁSICO III/ESCOLAR:


“Bullying”

Dados da Instituição de Ensino:


FACULDADE ANHANGUERA EDUCACIONAL
CNPJ:04310392/0104-51
Unidade: Caxias do Sul
Endereço: Alexandre Rizzo, 505 Bairro: Desvio Rizzo
Telefone: 35344600
Representado por: Calebe Salvia de Souza

Dados do local do estágio:


Razão Social: Clínica Médica Anhanguera LTDA
CNPJ: n° 095543270059-15
Endereço: Alexandre Rizzo, n°505, Bairro: Desvio Rizzo
Representado por: Fernanda Bianca Garcia
Cargo: coordenadora da clínica médica e coordenadora
do curso

CAXIAS DO SUL- RS
2020
INTRODUÇÃO

Devido a situação da pandemia de covid19 as escolas estão temporariamente fechadas,


por esse motivo os estágios práticos foram substituídos pela elaboração de uma cartilha sobre
“bullying”, que compõe o referido trabalho, a mesma foi elaborada com o propósito de
informar, reconhecer a prática, desenvolver habilidades para lidar com o tema, empatia,
mudança de comportamento, podendo ser usada pela comunidade escolar como uma
ferramenta de prevenção do “bullying”.
A cartilha foi desenvolvida pelo grupo de alunos do curso de Psicologia da disciplina
de Estágio Básico III/Escolar 2020.1, da Faculdade Anhanguera de Caxias do Sul, com o
intento de conscientizar sobre o mencionado tema aos alunos do ensino fundamental das
escolas do mesmo município.
O presente trabalho tem o objetivo de fazer uma revisão bibliográfica sobre “bullying”
trazendo algumas considerações, conceitos, formas de “bullying”, principais característica das
vítimas, agressores e testemunhas, bem como as causas e consequências, tendo como base
referenciais teóricos.

REFERENCIAL TEÓRICO
O que é “bullying”
É uma palavra inglesa adotada por vários países para explicar a ocorrência de
comportamento hostil, repetido, de uma ou mais pessoas, com a intenção de ferir terceiros.
Violência e ataques físicos, gozações verbais, apelidos, extorsões ou intimidações fazem parte
do repertório. Alguns estudiosos consideram ser necessário pelos menos três ataques durante
um ano contra a mesma pessoa para que o ato seja classificado como” bullying”. No Brasil a
Lei 13,185, de 06 e novembro de 2015 Institui o Programa de Combate a Intimidação
Sistemática (bullying).

“No contexto e para os fins desta Lei, considera-se intimidação sistemática


( bullying ) todo ato de violência física ou psicológica, intencional e repetitivo que
ocorre sem motivação evidente, praticado por indivíduo ou grupo, contra uma ou
mais pessoas, com o objetivo de intimidá-la ou agredi-la, causando dor e angústia à
vítima, em uma relação de desequilíbrio de poder entre as partes envolvidas”
(BRASIL,
2015).

O “bullying” por muitos é considerado um fenômeno atual, por ter sido motivo de
estudos somente nas últimas décadas, contudo esse comportamento é inerente as relações
interpessoais, em que algumas pessoas usam como forma de “brincadeira” com o propósito de
humilhar e agredir. Tal prática ocorre especialmente entre os jovens e é no ambiente escolar
que fato ocorre com mais frequência e intensidade.
Apesar do assunto ser pouco debatido nas escolas para (FANTE, 2005, pg. 29) a
violência escolar acompanha a escola desde a sua criação. O ambiente escolar é espaço de
brincadeiras e chacotas, mas é preciso ficar claro a diferença entre brincadeira e intimidação
sistemática, infelizmente para muitas crianças e jovens frequentar a escola pode ser motivo de
medo e insegurança por serem vítimas de experiências traumáticas.
Segundo a ONU uma pesquisa no ano de 2017 com 100 mil crianças e jovens de 18
países mostrou que, em média, metade deles sofreu algum tipo de bullying por razões como
aparência física, gênero, orientação sexual, etnia ou país de origem, no Brasil esse percentual é
de 43% (ONU, 2018).
A preocupação com o fenômeno fez com que o termo bullying fosse incluído também
na Pesquisa Nacional da Saúde do Escolar (PeNSE) de 2015. Nesse estudo, 7,4% dos
estudantes informaram que já se sentiram ofendidos ou humilhados e 19,8% declararam que
já praticaram
alguma situação de intimidação, deboche ou ofensa contra algum de seus colegas (BRASIL,
2015).
No Brasil o dia 7 de abril é considerado o dia de combate ao “bullying” e a violência
na escola, em alusão a morte de 12 estudantes que foram assassinadas no ano de 2011 em uma
escola de Realengo - RJ, por um ex-aluno que ao eu tudo indica teria sido vítima de “bullying”
na infância.
Contudo um dos grandes problemas que normaliza a intimidação sistemática é a falta
de conscientização dos pais e responsáveis, principalmente no ambiente escolar.
Possivelmente um dos maiores desafios da escola seja assumir sua parte da responsabilidade
pela violência que ocorrem em seu espaço.
É imprescindível solidarizar gestores e professores a respeito do “bullying” e suas
consequências na vida dos alunos, deixando claro que intimidação sistemática não é fase
natural do desenvolvimento, mas um problema social grave e complexo. Preconceito,
intolerância, falta de habilidade para resolver conflitos podem ser as maiores barreiras
encontradas no cotidiano escolar.
Por ser inegavelmente uma organização política e social, não deveria responsabilizar
se apenas por difusão cultural e de conhecimentos, mas também por oportunizar a
transformação das estruturas sociais. Portanto, é preciso chamar a atenção dos
trabalhadores da educação para a seriedade das situações de violência que podem
ocorrer na comunidade escolar (PIETRO, YUNES e LIMA, 2014).

Tipos de “bullying”
Física: agredir, empurrar, roubar;
Verbal: apelidos, críticas, xingamentos;
Psicológicas: amedrontar, humilhar, excluir socialmente;
Virtuais “cyberbullying”: alterar fotos, dados pessoais, enviar e-mails ameaçando;

Principais características das vítimas, espectadores e agressores


Vítima: geralmente possui características diferentes da maioria dos colegas, menor
fisicamente, timidez exacerbada, tem poucos amigos, não oferecem resistência, temem
denunciar o agressor por medo de serem motivo de gozações ainda maiores. Para Bandeira e
Hutz (2009),”as vítimas que são constantemente abusadas caracterizam-se por um
comportamento social inibido, passivo ou submisso”.
Testemunha: expectador, não participam do ato, tem medo de denunciar e sofrer retaliação.
Segundo (LOPES, 2005) o fato de as agressões contarem com plateia pode alimentar a atitude
do agressor.
Agressor: em geral são maiores e mais fortes fisicamente, são populares, impulsivos, tem
dificuldade em cumprir regras. Para Gomes e Rezende (2011), os meninos são mais propensos
a tal ato e a violência verbal a mais empregada.

Causas do “bullying”
São múltiplos os fatores que podem levar uma pessoa a praticar o “bullying”, entre eles estão
os de ordem familiar, psicológica, social, cultural.
Familiar: Modelos de resolução de conflito por meio de atitudes agressivas, violentas e
humilhantes, violência doméstica contra crianças e adolescentes, negligência ou omissão
familiar da vida escolar e social dos filhos;
Psicológicas: Carência afetiva, dificuldades emocionais e de relacionamentos interpessoais;
Social: Omissão e despreparo profissional e institucional, ex: (escola), falta de canais de
comunicação e de expressão de sentimentos, ausência de punição, políticas escolares
inadequadas, falta de investimentos e políticas públicas específicas.
Cultural: Atitudes culturais, como intolerância e preconceito, geradoras de discriminação e
ódio sistemático contra indivíduos e grupos específicos, hierarquização nas relações de poder
estabelecidas em detrimento da fraqueza de outros, estímulo exacerbado à competitividade e
ao consumo, exposição prolongada a inúmeras cenas de violência exibidas pelos diversos
meios de comunicação e informação.
Segundo Santos, Perkoski e Kienen (2015) “Ainda que os aspectos individuais dos
alunos sejam admitidos como decisivos para a ocorrência de “bullying”, características do
ambiente escolar também podem contribuir para a manutenção do fenômeno”.

Suas consequências
Para as vítimas: A repetição das agressões resulta em insegurança e medo, além de prejuízos
psicoemocionais, como ansiedade, apatia, agressividade, oscilação de humor, distúrbios
alimentares e de sono; sintomas de ordem psicossomática, como dores de cabeça e de
estômago, diarreia, sudorese, taquicardia, vômitos; bem como problemas no processo de
aprendizagem, como dificuldade de concentração, dispersão, queda da produtividade,
dificuldade de
adaptação, acentuada queda no rendimento escolar, desmotivação pelos estudos, faltas
constantes nas aulas, evasão, reprovação, suicídio.
Testemunhas: O fato de testemunhar as agressões pode afetar seu desenvolvimento sócio
moral, o que contribui para a escassez da empatia, insensibilidade aos sentimentos alheios,
insegurança pessoal, medo do futuro.
Agressores: Os prejuízos imediatos podem ser identificados por meio da dificuldade de
concentração, de aprendizagem e de cumprimento de regras, baixo rendimento, reprovação,
evasão escolar. Comprometimento as relações afetivas e sociais, além da aprendizagem de
valores humanos, como a solidariedade, a empatia, tendência à depressão, suicídio,
envolvimento em delinquência, uso de drogas e criminalidade
Estudos têm alertado que, quando não há intervenções efetivas e acompanhamentos
sistemáticos, as consequências do bullying afetam a todos os envolvidos, podendo ser
percebidas a curto e longo prazo. Para Esteve e Arruda (2014) é preciso conscientizar a
sociedade que o “bullying” e o Cyberbullying podem ter consequências irreversíveis como
assassinatos e suicídios, que são necessárias medidas imediatas e eficazes de prevenção.
PROJETO:

Unidade(s): Caxias do Sul Curso(s): Diretor (a): Calebe Salvia de Souza


Psicologia
Coordenador (a):
Fernanda Bianca Garcia

Período: 2020.1 Turno: Noturno

Disciplinas envolvidas Professores responsáveis


Estágio Básico III Fernanda Bianca Garcia

Quantidade total de alunos: 16 Quantidade de grupos formados: 6

I. Título do Case / Atividade: BULLYING


II. Temática: Bullying nas Escolas

III. Área do conhecimento: Educação


IV. Objetivos:
• Conceituar Bullying e reconhecer a prática, como ela acontece e os seus
efeitos tanto para quem sofre como para quem pratica.
• Levar o aluno a exercer a cidadania de forma justa respeitando as
diferenças.
• Desenvolver a consciência e o desejo de mudanças de atitudes e
comportamentos em relação ao próximo, com a aceitação das diferenças. •
Possibilitar aos professores um instrumento lúdico para atuar sobre o tema
com os seus alunos de séries iniciais.
V. Autor (ES):
Aline Santana
Cátia Oliveira
Denise Lopes
Débora Vaes Colombo
Diogo Bentaqui
Erick Glauco Borges Viana
Ester Barros Almeida
Glaucia Maria Canola
Jessica Ferreira Aires Rocha
Juma Mazurek
Loiva Berwanger kronbauer
Paola Almeida Dias
Pamela Ianca Guelso Correia
Rute Miriam Soares Pastro
Raquel T. De Oliveira Trevisan
Saula Araújo da Silva Castro

VI – Justificativa
O projeto visa a diminuição da ocorrência do bullying vivido dentro da escola por ao
grande número de alunos. É de suma importância a disseminação de informações sobre o
tema com o intuito de promover mudanças de atitudes e conscientização dos alunos sobre as
consequências negativas do bullying para os envolvidos. A campanha não possui um
período pois a ideia é deixar a disposição sem limite de tempo para que cada professor
posso fazer uso no momento propício.
Descrição do Case / Atividade

Criação de Cartilha com a temática do Bullying, contendo informações que foram


pesquisadas e organizadas pelos alunos do Curso de Psicologia para o Estágio
Supervisionado III da Faculdade Anhanguera, foi formatada digital atendendo a demanda de
aulas online nas escolas Municipais de Caxias do Sul, através da Secretaria Municipal de
Educação.

Procedimentos
-Roda de conversa virtual para organização e divisão dos conteúdos entre os alunos.
-Pesquisa em grupos sobre os temas (divididos em 6: o que é Bullying, legislação,
prevenção, características de vítimas e agressores, consequências do bullying e tipos e
formas de bullying.
-Revisão dos textos observando se a linguagem é adequada para a faixa
etária. -Montagem da cartilha.
CARTILHA:
CONCLUSÃO
Mesmo com a prostração encontradas para a adaptação das aulas no modelo online e a
frustração de não podermos estagiar presencialmente nas escolas, com base na pesquisa feita
concluímos que os exemplos dos adultos são cruciais para a origem e manutenção do
“bullying”, combater as suas causas não é tarefa simples, que pais e escola devem ser os
protagonistas nessa batalha. Que é necessário buscar estratégias para conscientização e
prevenção desse fenômeno, como palestras, debates, formas de denúncia anônimas para que
essa vítimas possam se sentir mais seguras, trabalhar com uma equipe interdisciplinar para o
acolhimento e encaminhamentos necessários para todos os envolvidos, contando sempre com
a união da sociedade e dos governantes. Tais ações podem ser uma forma de resgate da
autoestima tanto de vítimas quanto de agressores, pois a escola é o ponto de encontro e de
embate das desigualdades e um ótimo espaço para diminuir o preconceito e prevenir o
processo de exclusão.
“Educai as crianças e não será preciso punir os homens” (PITÁGORAS).
REFERÊNCIAS

BANDEIRA, Cláudia m., HUTZ, Claudio s. As implicações do bullying na autoestima de


adolescentes. Disponível em: https://www.scielo.br/pdf/pee/v14n1/v14n1a14.pdf. Acesso em:
22 de julho de 2020.
BRASIL. Especialistas indicam formas de combate a atos de intimidação, Ministério da
Educação, Brasília-DF. Disponível em: http://portal.mec.gov.br/component/tags/tag/34487.
Acesso em: 20 de julho de 2020.
BRASIL. LEI Nº 13.185, DE 6 DE NOVEMBRO DE 2015. Presidência da República
Secretaria geral Subchefia para Assuntos Jurídicos, Brasília-DF, 09 de novembro de 2015.
Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13185.htm.
Acesso em: 20 de julho de 2020.
ESTEVE, Crislaine. E. A., ARRUDA, Aparecida. L. M. M. Bullying: Quando a brincadeira
fica seria, causas e consequências. Revista Eletrônica Saberes da Educação – Volume 5 – nº 1
2014 .Disponível em:
http://docs.uninove.br/arte/fac/publicacoes_pdf/educacao/v5_n1_2014/Crislaine.pdf.Acesso
em: 24 de julho de 2020.
FANTE, Cléo. Fenômeno bullying: como prevenir a violência nas escolas e educar para a paz.
2ª edição. Campinas. Editora Versus, 224 p. 2005.
GOMES, Ana e. g., REZENDE, Luciana k. Reflexões sobre bullying na realidade brasileira
utilizando a técnica de análise de conteúdo: revisão bibliográfica. Disponível em:
https://www.mackenzie.br/fileadmin/OLD/47/Graduacao/CCBS/PosGraduacao/Docs/Caderno
s/Volume_11/Gomes_e_Rezende_v_11_n_1_2011.pdf Acesso em 22 de julho de 2020.
LOPES, Aramis a. Bullying comportamento agressivo entre estudantes
https://www.scielo.br/pdf/jped/v81n5s0/v81n5Sa06.pdf. Acesso em: 23 de julho de 2020.
ONU (2018). Pesquisa da ONU mostra que metade das crianças e jovens do mundo já sofreu
bullying. Disponível em: https://nacoesunidas.org/pesquisa-da-onu-mostra-que-metade-das
criancas-e-jovens-do-mundo-ja-sofreu-bullying/. Acesso em: 20 de julho de 2020.
PIETRO, Angela. T.; YUNES, Maria. A. M.; LIMA, Eliane. D. Programa de intervenção
pisco educacional para professores: a escola como espaço de proteção em casos de abuso
sexual. Revista Electrónica de Enseñanza de las Ciências, Ourense, v. 13, n. 1, p. 1-17, 2014.
Disponível em: http://reec.uvigo.es/volumenes/volumen13/REEC_13_1_1_ex697.pdf. Acesso
em 23 de julho de 2020.
SANTOS, Mariana. M., PERKOSKI, Isadora. R., KIENEN, Nádia. Bullying: atitudes,
consequências e medidas preventivas na percepção de professores e alunos do ensino
fundamental. Disponível em:
http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-389X2015000400017.
Acesso em: 24 de julho de 2020.

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