Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Jundiaí
2017
JEFERSON HENRIQUE DA SILVA
Jundiaí
2017
JEFERSON HENRIQUE DA SILVA
BANCA EXAMINADORA
Agradeço ao único e Eterno Deus que esteve comigo em cada etapa do curso.
A minha família que sempre me apoiou desde o início da graduação e a minha futura
esposa que sempre esteve ao meu lado.
SILVA, Jeferson Henrique. Psicologia e políticas públicas no enfrentamento da
violência sexual contra crianças e adolescentes. 2017. 60 (sessenta), número total
de folhas. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Psicologia) – Faculdade
Anhanguera Educacional, Jundiaí, 2017.
RESUMO
Este trabalho de conclusão de curso foi fruto de uma pesquisa desenvolvido nas áreas
da psicologia e política pública infanto juvenil, com o objetivo de descrever o contexto
cultural da violência sexual, parâmetros e conceitos da violência sexual contra
crianças e adolescente, como ocorre o acompanhamento psicoterapêutico dessas
vítimas e ainda quais são as políticas públicas existentes no enfrentamento dessa
violação de direito, baseando-se em conceitos teóricos. Para alcançar este objetivo
foram elaborados procedimento metodológicos como levantamento bibliográfico,
pautado em referências concernentes a psicologia e políticas públicas no
enfrentamento de violência sexual contra crianças e adolescentes, revisão
bibliográfica a fim de estudar a temática de forma ordenada de maneira mais racional
possível. Ao longo deste trabalho foi observado grande demanda no campo da
psicologia e políticas públicas pois tal violação aumenta todos os dias no mundo todo,
sendo que todos as crianças e adolescentes estão passíveis de tal violência. Por
vezes tal violação se demonstra disfarçada de tradição, costumes, religião entre
outros aspectos. O pressuposto que permeia as atividades do psicólogo em relação a
violência sexual das vítimas pode ser encarado como um desafio devido à
complexidade que os casos se manifestam. Conclui-se que é demasiadamente
importante o trabalho do psicólogo junto as políticas públicas de enfrentamento, pois
sua escuta qualificada e métodos de trabalho voltados para questões psicológicas
fazem com que as vítimas tenham melhoras e desenvolvimento. Com os avanços
científicos pode-se compreender que a psicologia se faz fundamental nos diversos
âmbitos e espaços de construção de política pública infanto juvenil.
ABSTRACT
This work was the result of a research developed in the areas of psychology and public
policy for children and adolescents, with the purpose of describing the cultural context
of sexual violence, parameters and concepts of sexual violence against children and
adolescents, as the psychotherapeutic follow-up of these victims and also what public
policies exist in the face of this violation of law, based on theoretical concepts. To reach
this goal, a methodological procedure was elaborated as a bibliographical survey,
based on references concerning psychology and public policies in the confrontation of
sexual violence against children and adolescents, a bibliographical review in order to
study the subject in an orderly manner in the most rational way possible. Throughout
this work great demand has been observed in the field of psychology and public
policies since such rape increases every day all over the world, and all children and
adolescents are liable to such violence. Sometimes such a violation is disguised as
tradition, customs, religion, among other aspects. The assumption that permeates the
activities of the psychologist in relation to the sexual violence of the victims can be
seen as a challenge due to the complexity that the cases manifest themselves. It is
concluded that the psychologist's work with the public coping policies is too important,
because his qualified listening and working methods focused on psychological issues
cause the victims to improve and develop. With the scientific advances one can
understand that the psychology becomes fundamental in the diverse scopes and
spaces of construction of public policy infantojuvenil.
INTRODUÇÃO.................................................................................................12
1. VIOLÊNCIA SEXUAL CONTRA CRIANÇAS E
ADOLESCENTES......................................................................................................14
1.1 CONTEXTO CULTURAL DA VIOLÊNCIA SEXUAL CONTRA
CRIANÇAS E
ADOLESCENTES......................................................................................................14
1.1.1 Parâmetros e conceitos descritivos da violência sexual contra crianças e
adolescentes.
...................................................................................................................................15
2 ACOMPANHAMENTO PSICOTERAPÊUTICO NO TRATAMENTO DE
CRIANÇAS E ADOLESCENTES VITIMAS DE VIOLÊNCIA
SEXUAL.....................................................................................................................20
2.1 IDENTIFICAÇÃO DA VIOLÊNCIA SEXUAL E TRATAMENTO
PSICOTERAPÊUTICO...............................................................................................22
3 POLÍTICAS PÚBLICAS EXISTENTES PARA O ENFRENTAMENTO
DA VIOLÊNCIA SEXUAL CONTRA CRIANÇAS E
ADOLESCENTES......................................................................................................26
CONSIDERAÇÕES FINAIS..................................................................31
REFERÊNCIAS.....................................................................................32
ANEXOS...............................................................................................39
ANEXO A Capítulo II do Código Penal
ANEXO B Crimes Sexuais de acordo com o ECA
ANEXO C Guia de Entrevista Forense NICHD
12
INTRODUÇÃO
criança se case com um homem mais velho a fim de garantir a segurança econômica
dos familiares. (LAURO; GREENE, 2013).
O casamento infantil de crianças está inteiramente ligado à violação conjunta
de outros grupos de direitos, pois com as responsabilidades que recebem de forma
escrava, não existe espaço para o desenvolvimento biopsicossocialespiritual, direitos
como à educação, lazer, esporte, vida, dignidade, liberdade são reprimidos, causando
infinitos desdobramentos de ordem psíquica. Essa triste realidade dificulta a
capacidade dessas meninas saírem da pobreza. (ONU, 2012).
Figura 1 – Casamento Infantil.
sexual. A violência sexual virtual, em especial nas redes sociais, segundo Bretan (p.
6, 2012) “por sua condição peculiar de pessoa em desenvolvimento, que, em geral,
os torna mais vulneráveis que os adultos, crianças e adolescentes podem não ser
capazes de identificar esses riscos ao utilizar a tecnologia”
Segundo Nascimento & Hetkowski (p. 188, 2009),
A infância parece estar cada dia mais curta com a inserção precoce das
crianças no universo adulto através do consumo e de novos comportamentos
que há· alguns anos ainda não lhes eram pertinentes. Atualmente, roupas,
acessórios e aparelhos tecnológicos, como os celulares, assumem
rapidamente o lugar dos brinquedos tradicionais no cotidiano infantil e
passam a representar, desde muito cedo, um papel fundamental na
estruturação da identidade e das relações sociais entre os adolescentes.
Com parceria entre o governo federal e a Agência dos Estados Unidos para o
Desenvolvimento Internacional (USAID), foi implantando o Programa de Ações
Integradas e Referenciais de Enfrentamento da Violência Sexual Infanto-juvenil no
Território Brasileiro (PAIR), pautada na proteção integral consiste na articulação de
ações e serviços, fortalecimento dos conselhos de direitos e na capacitação para
profissionais que atendem essa demanda. A tabela demonstra que 60% dos
profissionais consideram a atuação das políticas públicas setoriais junto ao PAIR com
desempenho satisfatório (bom e ótimo).
No âmbito das políticas públicas também existe o Serviço de Proteção e
Atendimento Especializado a famílias e indivíduos (PAEFI), o programa foi
implementado através do CREAS em 2006, consoante com as Normas Operacionais
Básicas da Política Pública de Assistência Social (NOB/SUAS), o PAEFI passou a ser
compreendido como serviço de média complexidade, com intuito de compreender
29
Nos últimos anos o Disque 100 tem demonstrado ser um dos poucos métodos
existentes no Brasil no que diz respeito ao enfrentamento da violência sexual contra
crianças e adolescentes. Segundo Brasil (p., 6, 2016) explica, “O Disque 100 com
131.201 denúncias, a Ouvidoria Online com 6.005 denúncias e o Clique 100 com 310
denúncias, numa média de 376,7 denúncias/dia e 270.801 encaminhamentos [...]”.
Tabela 6 – Balanço de denúncias do Disque ano de 2015 e 2016.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
BEGALLI, Marcatto, Silvia, Ana. Casos Araceli e Ana Lídia: uma reflexão sobre o
abuso e a exploração sexual de menores no Brasil. RIDB. Ano 3, n. 2, p. 1009,
2014. Disponível em:
<http://www.cidp.pt/publicacoes/revistas/ridb/2014/02/2014_02_01007_01021.pdf>
Acesso em 22 de ago. de 2017.
BOARATI, Maria Cristina Brisighello; SEI, Maíra Bonafé; ARRUDA, Sérgio Luiz
Saboya. Abuso sexual na infância: a vivência em um ambulatório de psicoterapia de
crianças. Rev. bras. crescimento desenvolv. hum. São Paulo, v. 19, n. 3, p. 426-
33
FARAJ, Suane Pastoriza; SIQUEIRA, Aline Cardoso; ARPINI, Dorian Mônica. Rede
de proteção: o olhar de profissionais do sistema de garantia de direitos. Temas
psicol., Ribeirão Preto, v. 24, n. 2, p. 727-741, jun. 2016 . Disponível em
<http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-
389X2016000200018&lng=pt&nrm=iso>. Acessos em 26 de set. de 2017.
FURLAN, Fabiano; TANK, Aline, Jéssica. et al. Violência sexual infantil: a dialética
abusador/abusado e o sistema de enfrentamento. Vivências: Rev. Eletr. De
Extens. Da URI. Joinville, vol. 7, n. 13, p. 203, 2011. Disponível em:
<http://www.reitoria.uri.br/~vivencias/Numero_013/artigos/artigos_vivencias_13/n13_
22.pdf> Acesso em 03 de mai. de 2017.
LIMA, Letícia Saldanha de; CUNHA, Larissa Gonçalves da; DIAS, Ana Cristina
Garcia; DIAS, Hericka Zogbi Jorge. Terapia cognitivo-comportamental na
situação de abuso sexual. Rio Grande do Sul, UFSM, p. 2, 2010. Disponível em:
<http://www.unifra.br/eventos/sepe2010/2010/Trabalhos/humanas/Completo/5521.p
df> Acesso em 12 de set. de 2017.
KRISTOF, Nicholas. Dirvorciado antes da puberdade. The New York Times. Março,
2010. Disponível em: <http://www.nytimes.com/2010/03/04/opinion/04kristof.html>
Acesso em 15 de ago. de 2017.
<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0100-
15742005000200014&lng=en&nrm=iso>. Acesso em 21 de ago. de
2017. http://dx.doi.org/10.1590/S0100-15742005000200014.
casamentos-aconteceram-quando-um-dos-parceiros-menor-idade/> Acesso em 21
de ago. de 2017.
PAULO, Rui M.; ALBUQUERQUE, Pedro B.; BULL, Ray. A Entrevista Cognitiva
Melhorada: Pressupostos teóricos, investigação e aplicação. Psicologia, Lisboa, v.
28, n. 2, p. 21-30, dez. 2014 . Disponível em
<http://www.scielo.mec.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0874-
20492014000200003&lng=pt&nrm=iso>. Acesso em 18 de set. de 2017.
PARAVENTI, Felipe et al. Estudo de caso controle para avaliar o impacto do abuso
sexual infantil nos transtornos alimentares. Rev. psiquiatr. clín., São Paulo, v.
38, n. 6, p. 222-226, 2011. Disponível em:
<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0101-
60832011000600002&lng=en&nrm=iso>. Acesso em 18 de set. de 2017.
http://dx.doi.org/10.1590/S0101-60832011000600002.
SANDES, Iara Boldrini. Violação dos direitos das crianças e adolescentes. Ação
ou reação? 2014. Disponível em:
<http://iaraboldrini.blogspot.com.br/2014/07/violacao-dos-direitos-das-criancas-
e_23.html>. Acesso em 27 de set. de 2017.
38
ANEXO A
CAPÍTULO II DO CÓDIGO PENAL
DOS CRIMES SEXUAIS CONTRA VULNERÁVEL
(Redação dada pela Lei nº 12.015, de 2009)
Sedução
Art. 217-A. Ter conjunção carnal ou praticar outro ato libidinoso com menor de
14 (catorze) anos: (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009)
Corrupção de menores
I - quem pratica conjunção carnal ou outro ato libidinoso com alguém menor de
18 (dezoito) e maior de 14 (catorze) anos na situação descrita no caput deste
artigo; (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009)
ANEXO B
CRIMES SEXUAIS DE ACORDO COM O ECA
Art. 241. Vender ou expor à venda fotografia, vídeo ou outro registro que
contenha cena de sexo explícito ou pornográfica envolvendo criança ou
adolescente: (Redação dada pela Lei nº 11.829, de 2008)
Parágrafo único. Incorre nas mesmas penas quem vende, expõe à venda,
disponibiliza, distribui, publica ou divulga por qualquer meio, adquire, possui ou
armazena o material produzido na forma do caput deste artigo. (Incluído pela Lei nº
11.829, de 2008)
43
Parágrafo único. Nas mesmas penas incorre quem: (Incluído pela Lei nº
11.829, de 2008)
Art. 241-E. Para efeito dos crimes previstos nesta Lei, a expressão “cena de
sexo explícito ou pornográfica” compreende qualquer situação que envolva criança
ou adolescente em atividades sexuais explícitas, reais ou simuladas, ou exibição
dos órgãos genitais de uma criança ou adolescente para fins primordialmente
sexuais. (Incluído pela Lei nº 11.829, de 2008)
ANEXO C
I. Introdução
“Como você pode ver, temos aqui uma câmera de vídeo e um microfone para
gravar a nossa conversa. Assim, é mais fácil me lembrar de tudo o que você
vai me contar. Às vezes, esqueço de algumas coisas e a gravação me ajuda a
ouvir com toda a atenção sem ter que escrever tudo o que você disser”.
“Parte do meu trabalho envolve falar com crianças (jovens) sobre as coisas
que aconteceram com elas. Eu me encontro com muitas crianças (jovens)
e assim elas podem me contar a verdade sobre coisas que lhes
aconteceram. Por isso, antes de começarmos, quero ter certeza de que
você compreendeu que é muito importante contar a verdade” (com crianças
pequenas explicar: “Aquilo que é verdade e aquilo que é mentira”).
“Se eu disser que os meus sapatos são vermelhos (ou verdes), isso é
verdade ou é mentira?”
2. “Não pode ser verdade, pois os meus sapatos são (pretos, azuis, etc.). E se eu
disser que agora estou sentado(a), isso é verdade ou é mentira (certo ou errado)?”
3. “Isso é verdade porque você pode ver que estou de fato sentada”.
(Pausa)
1
NICHD – National Institute of Child Health and Human Development
2
Versão traduzida do original em inglês: Lamb, M.E.; Hershkowitz, I.; Orbach, Y.
& Esplin, P.W. (2008). Appendix 1 – Investigative interview protocol. In Lamb,
M.E.; Hershkowitz, I.; Orbach, Y. &
Esplin, P.W., Tell me what happened – Structured investigative interviews of
child victims and witnesses (pp. 283-299) England:Wiley-Blackwell
3
Tradução de Lúcia Cavalcanti de Albuquerque Williams, Chayene Hackbarth,
Carlos Aznar Blefari e Maria da Graça Saldanha Padilha com base na versão original
em inglês e na versão para Portugal de Carlos Eduardo Peixoto, Isabel Alberto e
Catarina Ribeiro, em 2010 (instrumento não publicado).
46
4. “Se eu fizer uma pergunta que você não entendeu, diga “eu não2
entendi”. Está bem?”
(Pausa)
“Se eu não entender o que você está me contando, vou pedir para você
me explicar melhor”.
(Pausa)
5. “Se eu fizer uma pergunta e você não souber a resposta diga apenas
“eu não sei”.
“Não, você não sabe a resposta porque você não me conhece. Quando
não sabe a resposta, não precisa responder – pode dizer que não sabe”.
(Pausa)
8.“Então se eu disser que você é uma menina de dois anos (quando estou
entrevistando um menino de 5 anos, etc.), o que é que você deve dizer?”
“O que você deve dizer se eu errar e disser que você é uma menina de 2
anos (quando estou entrevistando um menino de 5 anos, etc.)?”
(Pausa)
10.“Então se eu disser que você está de pé, o que você diz?”
(Espere por uma resposta)
“Correto”
47
3.“Me conta mais sobre (atividade que a criança mencionou no seu relato. Evitar
abordar temáticas como programas de televisão, filmes e fantasia)”.
“Eu quero saber mais sobre você e sobre as coisas que você faz”.
1c. “Me conta tudo o que aconteceu depois (parte do evento mencionado pela
criança) até você ir para a cama naquela noite”.
1e. “Há pouco você me contou que (atividade mencionada pela criança). Me
conta tudo sobre isso”.
(Se a criança fizer uma descrição pobre do acontecimento continue com as questões 2 e
2e).
(Nota: se a criança fizer uma descrição detalhada do acontecimento, diga:)
49
“É muito importante que você me conta tudo o que lembrar sobre as coisas que
aconteceram com você. Você pode me contar coisas boas e coisas ruins”.
Ontem
2. “Eu quero ficar sabendo das coisas que acontecem com você. Me conta tudo
o que aconteceu ontem, desde a hora que você acordou até ir para a cama”.
2a. “Eu não gostaria que você deixasse alguma coisa de fora. Me conta
tudo o que aconteceu desde que você acordou até (alguma atividade ou parte
do acontecimento mencionado pela criança na resposta à questão anterior)”.
2c. “Me conta tudo o que aconteceu depois (alguma atividade ou parte do evento
mencionado pela criança) até você ir para a cama”.
2e. “Há pouco você me contou que (atividade mencionada pela criança). Me
conta tudo sobre isso”.
Hoje
“Agora que conheço você um pouco mais, queria falar sobre porque você
veio aqui hoje”.
1.“Eu entendo que pode ter acontecido alguma coisa com você. Me conta
tudo o que aconteceu desde o início até ao fim”.
(Se a criança não fizer qualquer alegação, prossiga com a questão 5).
7. “Alguém fez alguma coisa com você que você achou que não era certo?”
8. “Alguém (fazer breve sumário das alegações ou suspeita sem adiantar nomes para o
alegado ofensor ou providenciar pormenores demasiados)” (Por exemplo: “Alguém te
bateu?” ou “alguém mexeu no seu pipi? “ou outras partes privadas do seu corpo?”)
Questões Abertas
(Então diga:)
10a. “E depois o que é que aconteceu?” ou “Me conta mais sobre isso”.
10b. “Lembra daquele (a) (dia/noite) e me conta tudo o que aconteceu desde
(acontecimento precedente já mencionado pela criança) até (alegado evento abusivo
conforme descrito pela criança)”.
(Nota: utilize esta questão quantas vezes for necessário para assegurar que todos os
detalhes do incidente foram descritos).
[Se você ficar confuso sobre determinados detalhes (por exemplo, sobre a sequência dos
incidentes), pode ser útil dizer:]
“Você já me contou muita coisa, e isso foi muito útil, mas estou um pouco
confuso(a). Para ter certeza de que entendi, comece pelo princípio e me
conta (como é que tudo começou/ o que aconteceu exatamente/ como é
que tudo acabou/ etc.)”.
(Se ainda faltam alguns pormenores centrais da alegação ou se esses são pouco claros
após a utilização exaustiva de questões abertas, utilize questões diretas. É importante
salientar a importância de realizar questões abertas com questões diretas, sempre que
apropriado).
direta). Exemplos:
1. “Você contou que estava numas lojas. Onde você estava exatamente?”
(pausa para a resposta). “Me conta mais sobre essa loja”.
2. “Há pouco você me disse que a tua mãe ‘te bateu com essa coisa
comprida’. Me conta mais sobre aquela coisa.”.
3. “Você falou de um(a) vizinho(a). Você sabe o nome dele(a)?” (pausa para
a resposta) “Me fala sobre esse teu vizinho” (Não pedir uma descrição).
4. “Você disse que um dos teus colegas viu isso. Como ele/ela se chama?
(pausa para a resposta) “Me conta o que ele estava fazendo lá”.
Separação de Incidentes
(Se o incidente aconteceu uma vez, prossiga para o Intervalo). (Na página 11).
(Se o incidente aconteceu mais do que uma vez prossiga para a questão 13. LEMBRE-SE
DE EXPLORAR OS INCIDENTES INDIVIDUAIS DESCRITOS EM DETALHES
CONFORME ESTÁ DESCRITO A SEGUIR).
54
13. “Me conta tudo sobre a última vez (a primeira vez/no momento em que no
(localização)/a hora que (alguma atividade específica/outra vez que você se lembre
bem) em que aconteceu alguma coisa.”
13c. “Me conta mais sobre (Pessoa/objeto/ atividade referida pela criança)”.
13d. Você disse que (pessoa/objeto/ atividade mencionada pela criança). Me conta
tudo sobre isso”.
(Se ainda faltaram alguns pormenores centrais da alegação ou se esses são pouco claros
após a utilização exaustiva de questões abertas, utilize questões diretas. É importante
salientar que deve utilizar questões abertas emparelhadas com questões diretas à
elaboração, sempre que apropriado).
14. “Você contou que (pessoa/ objeto/ atividade mencionada pela criança), (Como/
Quando/ Onde/ Quem/ Qual/ O quê) (completar a questão direta)”.
55
Exemplos:
1. Você contou que estava vendo televisão. Onde é que você estava exatamente?
2. “Há pouco você contou que seu pai “te deu um safanão”. Me conta
exatamente o que ele te fez”.
3. “Você contou que um(a) amigo(a) estava presente. Como é que ele/ela se chama?
4. “Há pouco você me contou que o teu tio te “meteu o dedo” (te deu um
beijo na boca/ fez sexo com você/ etc.). Me conta exatamente o que ele te fez.”
VI. Intervalo
(Diga à criança:)
“Agora quero ter a certeza que eu entendi tudo e ver se há mais alguma coisa que eu
preciso te perguntar. Eu vou só (pensar sobre o que você me disse/ rever as minhas
anotações/ conferir com NOME).
Depois do Intervalo
(De forma a obter mais informações importantes que ainda não foram descritas pela
criança, faça questões adicionais diretas e abertas, conforme foi descrito anteriormente).
Retome as questões abertas (“Me conta mais sobre isso”) depois de fazer uma questão
direta. Depois de finalizar estas questões, proceda para a seção VII.
56
VII. Obtendo informações que ainda não foram mencionadas pelas crianças
(Você deve fazer essas questões apenas se já tentou utilizar outras estratégias e ainda
sente que faltam informações de relevância forense. É muito importante emparelhar
questões abertas (“Me conta tudo sobre isso”) sempre que possível).
(Nota: No caso de múltiplos incidentes, você deve direcionar a criança para os incidentes
relevantes utilizando as próprias palavras da criança, fazendo questões específicas apenas
depois de dar oportunidade à criança de elaborar sobre os detalhes centrais do incidente).
Exemplos:
1. “Quando você me contou sobre a hora do porão, você disse que ele
tirou a calça dele. Aconteceu alguma coisa com as suas roupas?”
2. “Quando você me contou sobre a última vez, contou que ele te tocou.
Ele te tocou por cima da tua roupa?”
1. “Me contaram que você falou com (...) no (data/local). Me conta sobre o
que falaram”.
(Se a criança não fornecer mais informações, faça a questão 2; Se a criança fornece
mais informações, diga:)
(Prossiga com outras dicas abertas, como: “Me conta mais sobre isso”, se necessário).
Se tem conhecimento de anteriores revelações e a informação ainda não lhe foi revelada
diga:
(Prossiga com outras dicas abertas, como: “Me conta mais sobre isso”, se necessário).
58
(Prossiga com outras dicas abertas, como: “Me conta mais sobre isso”, se necessário).
(Prossiga com outros estímulos abertos, como: “Me conta mais sobre isso”, se
necessário).
4. “Vejo (me disseram) que você tem (marcas/se machucou/tem um dodói) no (...).
Me conta tudo sobre isso”.
(Prossiga com outras dicas abertas, como? “Me conta mais sobre isso”, se necessário).
(Prossiga com outras dicas abertas, como: “Me conta mais sobre isso”, se necessário).
“Você disse porque veio falar comigo hoje. Me contou muita coisa e isso
me ajudou a entender o que aconteceu”.
(Se a criança mencionou ter contado a outra pessoa sobre o(s) incidente(s), prossiga para
a questão 6. Se a criança não mencionou ter contado a outra pessoa, averigue a
possibilidade de revelação imediata dizendo:)
(Espere por uma resposta. Se a criança identificar alguém, prossiga para a questão 6).
(Se a criança confirmar, mas não a identificar o nome, pergunte:)
“Quem?”
(Espere por uma resposta. Se a criança identificar alguém, prossiga para a questão 6).
4. “Agora quero saber como é que as outras pessoas descobriram o que aconteceu
(último incidente)”.
(Espere por uma resposta. Se a criança identificar alguém, prossiga para a questão 6).
(Se faltar informação, faça as seguintes questões).
5. “Quem foi a primeira pessoa, além de você e do (suposto ofensor) a descobrir que
(suposto abuso descrito pela criança)?”
6. “Me conta tudo o que conseguir sobre como (“a primeira pessoa mencionada
pela criança”) descobriu”.
X. Encerramento
(Diga:)
ajudado”. 1. “Há mais alguma coisa que você acha que eu deveria saber?”
4. “Se quiser falar comigo outra vez, pode me ligar para este número de telefone
(forneça à criança um cartão com o seu nome e o número de telefone)”.