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Periódico do Núcleo de Estudos e Pesquisas sobre Gênero e Direito

Centro de Ciências Jurídicas - Universidade Federal da Paraíba


V. 8 - Nº 05 - Ano 2019
ISSN | 2179-7137 | http://periodicos.ufpb.br/ojs2/index.php/ged/index

1
ABUSO SEXUAL INFANTO-JUVENIL EM UMA ANÁLISE SOBRE
TÉCNICAS EM TERAPIAS COGNITIVO-COMPORTAMENTAIS
EM GRUPO (TCCG)
Késia Alves Silva1
Antonio Leonardo Figueiredo Calou2
Rivalina Maria Macêdo Fernandes3

Resumo: Este trabalho teve por objetivo de crianças e adolescentes vítimas de


promover a reflexão, o estudo e a abuso sexual, envolvidas no processo
pesquisa acerca da temática do abuso terapêutico grupal, realizado por
sexual na infância e na adolescência, profissionais psicólogos cognitivos e
tendo como luz a terapia cognitiva- comportamentais.
comportamental. Diante do crescente
número de casos, visualizamos a Palavras-Chave: Crianças e
necessidade de se redobrar a assistência Adolescentes. Abuso Sexual. Terapia
psicológica. Sabendo do importante Cognitivo-Comportamental.
impacto gerado por este fenômeno a
inúmeras crianças e adolescentes, foi Abstract: This study aimed to promote
pontuada sobre o importante papel do reflection, study and research on the
psicólogo no acolhimento a essas theme of sexual abuse in childhood and
vítimas, bem como um eficaz adolescence, with cognitive behavioral
acompanhamento em longo prazo, capaz therapy as its light. Given the growing
de trazer uma nova ressignificação de number of cases, we see the need to
vida, sofrimento e culpa. Em virtude redouble psychological assistance.
disto, buscou-se aqui apresentar as Knowing the important impact generated
técnicas mais utilizadas no acolhimento by this phenomenon to countless

1
Bacharel em Psicologia e especialista em Terapia Cognitivo-Comportamental pelo Centro
Universitário INTA (UNINTA).
2
Doutorando em Psicologia pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN).
Cientista Social com mestrado na área. Professor do curso de especialização em Terapia
Cognitivo-Comportamental do Centro Universitário INTA (UNINTA).
3
Mestre em Gestão de Organizações Aprendentes pela Universidade Federal da Paraíba (UFPB).
Psicóloga e professora do Centro Universitário INTA (UNINTA).
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children and adolescents, was stressed físico, psicológico e sexual que na
about the important role of the maioria das vezes ocorrem no próprio
psychologist in welcoming these ambiente familiar da criança (Habigzang
victims, as well as an effective long-term e Koller, 2011).
follow-up, capable of bringing a new De acordo com o Plano Nacional
resignification of life, suffering and de Enfrentamento da Violência Sexual
guilt. Because of this, we sought to de Crianças e Adolescentes (Brasil,
present the most used techniques in the 2015), deve-se “trabalhar a violência
reception of children and adolescents sexual como um macroconceito
victims of sexual abuse, involved in the que envolve duas expressões: abuso
group therapeutic process, performed by sexual e exploração sexual”. Entendendo
professional cognitive and behavioral o abuso sexual, como tema central deste
psychologists. trabalho, partirmos da definição de
Morechi (2018, p.17) que introduz como
Keywords: Children and Adolescents.
“toda ação que obriga uma pessoa a
Sexual abuse. Cognitive behavioral
manter contato sexual, físico ou verbal,
therapy.
com uso da força, coerção, chantagem,
manipulação, ameaça ou qualquer outro
meio que anule ou limite a vontade
Introdução
pessoal”. Já a exploração sexual, por sua
A violência contra crianças e
vez, “é o uso sexual de criança ou
adolescentes constitui atualmente um
adolescente para obter lucro, troca ou
problema de saúde pública que ocorre
vantagem. Já a exploração sexual se
em diversas culturas e a todo momento.
expressa de quatro formas: prostituição,
(Pelisoli e Picolloto, 2010). Ela não
pornografia, tráfico e turismo sexual”,
somente fere os direitos humanos de suas
segundo a cartilha do Ministério Público
vítimas, mas também deixa inúmeras
do Distrito Federal e Territórios (Brasil,
consequências deletérias para o
2015).
desenvolvimento psicológico e físico da
Conforme dados da Fundação
população infanto-juvenil. Dentre as
ABRINQ - Associação Brasileira dos
formas de violência mais comuns
Fabricantes de Brinquedos, em 2017, o
podemos citar a negligência e abuso
disque 100 recebeu mais de 144 mil
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denúncias de violação de direitos contra um eficaz acompanhamento em longo
crianças e adolescentes em todo país. prazo, capaz de trazer uma nova
Dentre elas, 20,6% foram casos de ressignificação de vida, amenizando as
violência sexual contra crianças e sequelas e seus efeitos. Assim, diante
adolescentes (Moreschi, 2018). Uma disso, pensa-se na seguinte questão: Em
característica relevante e alarmante é a virtude desta demanda, quais as técnicas
grande diferença no número de vítimas mais utilizadas e que são consideradas
por sexo, sendo a criança do sexo eficazes, no acolhimento de crianças e
feminino, a maior vítima de crimes adolescentes vítimas de abuso sexual,
sexuais. Ainda segundo esta Fundação, envolvidas no processo terapêutico,
cerca de dois terços do total dos casos de realizado por profissionais psicólogos
abuso sexual registrados no Brasil, 70% cognitivos comportamentais?
é praticada contra o gênero feminino Diante de tais inquietações,
(Brasil, 2017). propomos fazer aqui um estudo
Nesse contexto, visualizamos a exploratório que segundo Gerhardt e
necessidade de se redobrar a assistência Silveira (2009), tem como objetivo
psicológica, quanto às repercussões em proporcionar maior familiaridade com a
longo prazo para o desenvolvimento problemática em questão, objetivando
físico e emocional de crianças e torná-la mais explícita ou auxiliar na
adolescentes expostas a este tipo de construção de hipóteses. Assim, este
violência. De acordo Lira et al. (2017), a estudo baseia-se em materiais que foram
exposição ao abuso sexual na infância publicados com propósito de analisar
está associada a prejuízos futuros posições diversas em relação ao assunto
representado como fator de risco para o (Gil, 2010).
desencadeamento de depressão, ideias Neste segmento, o estudo
suicidas, ansiedade e transtorno do envolveu uma revisão bibliográfica de
estresse pós-traumático. natureza qualitativa que teve o intentio
Sabendo do imenso impacto de produzir todo o percurso da sua
gerado por este fenômeno a inúmeras elaboração por meio de uma busca
crianças e adolescentes, reconhecemos o sistemática por informações, com o
importante papel do psicólogo no propósito de compreender para
acolhimento a essas vítimas, bem como interpretar e explicar a realidade
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investigada. Para tal, Gil (2010) ratifica com enfoque na infância e na
que se trata de um tipo de pesquisa adolescência das vítimas.
construída através do levantamento de Seguindo os critérios utilizados
publicações preexistentes, utilizando foram encontrados inúmeros artigos
principalmente artigos científicos e referenciando o tema abuso sexual,
livros. Assim, buscou-se apresentar porém com material escasso envolvendo
conceitos, prevalências, dados gerais e as técnicas cognitivo-comportamentais.
específicos acerca da temática, a fim de Após ter lido os resumos dos artigos
obter uma percepção mais ampla e foram escolhidos os que se
embasada diante das demandas que assemelhavam com o tema, trazendo
transcorre o abuso sexual infanto-juvenil informações e contribuições para a
e o embasamento teórico e técnico à luz pesquisa.
da terapia cognitivo-comportamental. Analisamos esse material e
Os dados foram coletados entre desenvolvemos um texto que se dividiu
os meses de Fevereiro, Março e Abril de em três momentos. O primeiro constitui-
2019, nos bancos de dados do SCIELO, se de uma leitura sobre o tema, onde
GOOGLE ACADÊMICO e PUBMED, analisamos todo o contexto relacionado
acerca do tema. O material foi rastreado ao abuso sexual infanto-juvenil, desde
utilizando os descritores: “abuso sua origem no cenário nacional e
sexual”, “criança”, “adolescente”, internacional. O segundo capítulo trata-
“terapia cognitivo-comportamental” e se de uma perspectiva psicológica,
“psicoterapia de grupo”. interconectando-a com a terapia
Como técnica de coleta de dados cognitiva comportamental como modelo
utilizou-se o fichamento, que segundo efetivo no tratamento do público já
Marconi e Lakatos (2010), possibilita mencionado acima. E o terceiro e último
uma seleção constante da documentação capítulo, vem contribuir com uma
e de seu ordenamento. Permitindo assim, análise das técnicas mais utilizadas e que
selecionar dados relevantes para a são consideradas eficazes, no tratamento
pesquisa, empregando como critérios de psicológico diante do acolhimento
inclusão e exclusão, informações dessas crianças e adolescentes, na
relacionadas à expressão supracitada perspectiva cognitivo-comportamental.
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O abuso sexual na infância e na Compreende-se como uma
adolescência violência complexa de difícil suspeita e
confirmação, estando os casos presentes
O abuso sexual enquanto um
na realidade global, sendo praticados, na
fenômeno multifacetado e complexo que
grande maioria, por pessoas ligadas
afeta crianças e adolescentes,
diretamente às vítimas. Embora nem
compreendido desde as tentativas de
sempre sejam acompanhados de
atentado ao pudor, até chegar ao ato do
violência física aparente, apresenta-se de
estupro, é considerado pela Organização
diversas maneiras e níveis de gravidade,
Mundial da Saúde (OMS, 2002) como
dificultando assim as denúncias por parte
um problema de saúde pública mundial,
das vítimas e a confirmação pelos órgãos
configurando-se como uma das
competentes.
principais formas de violação de direitos,
De acordo com relatório do
com desdobramentos e efeitos que
Fundo das Nações Unidas para a Infância
afetam de forma impactante na saúde
– UNICEF, em 2005 infere-se que 150
física e psíquica das vítimas.
milhões de meninas e 73 milhões de
De acordo com a OMS (2002),
meninos com menos de 18 anos já
abuso sexual infantil é quando há o
sofreram relações sexuais violentadas ou
envolvimento de uma criança em
outra forma de violência sexual ou física.
atividade sexual que a mesma não
Segundo o relatório “Situação da
compreende de forma completa, sendo
Infância Brasileira”, ainda da UNICEF
assim incapacitada de consentir, ou para
(2005), cerca de 20% das mulheres e
a qual, em função de seu
10% dos homens no mundo, já sofreram
desenvolvimento, a criança não está
violência sexual na infância. Os dados
preparada e não pode permitir, violando
revelam que 64% dos casos de abuso
assim seus direitos. Essa prática é
sexual contra crianças e adolescentes de
evidenciada por estas atividades entre
até seis anos de idade sejam cometidos
uma criança e um adulto ou outra
por pais ou familiares próximos,
criança, que, em razão da idade ou do
indicando que as crianças do sexo
nível de desenvolvimento, está em uma
feminino estão mais vulneráveis do que
relação de responsabilidade, confiança
as do sexo masculino (Saffioti, 1997). Os
ou poder (OMS, 2002).
principais abusadores são pessoas do
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sexo masculino, sobretudo pessoas com os diversos padrões culturais e
próximas, como pais, padrinhos, dentre especificidades sociais dos contextos de
outros (Capitão e Romaro, 2008). Desta ocorrência, entretanto independente
forma, temos o ambiente doméstico dessas questões refere-se a uma violação
como um espaço de violência sexual dos direitos essenciais das crianças e
recorrente. Tal vínculo familiar contribui adolescentes, em caráter potencialmente
para que os dados estejam inebriados de danoso, com impactos significativos
obscuridade e o abuso dificilmente para as vítimas em todo o seu processo
denunciado (Ribeiro, Ferriani e Reis, de desenvolvimento (Araújo, 2002).
2004). Entretanto as estatísticas ainda Dessa forma, fez-se necessário o
são inconclusivas, uma vez que a real planejamento, organização e execução
prevalência é desconhecida, visto que, na de políticas públicas destinadas ao
maioria dos casos, as crianças e cuidado e proteção, bem como a
adolescentes não conseguem romper o prevenção da violência sexual contra
silêncio, chegando a revelar o ocorrido crianças e adolescentes, uma vez que
apenas na idade adulta, o que impede um demonstrou ao longo dos anos, ser um
panorama mais fidedigno (Braun, 2002). forte agravo a ser enfrentado.
Trata-se de uma violência perpassada Assim, o marco inicial de
pelo silêncio. enfrentamento a essa violência em
Fazendo um recorte no cenário caráter internacional deu-se em 1996,
nacional, existem poucos dados no Brasil com o I Congresso Mundial Contra a
sobre esta temática, uma lacuna que Exploração Sexual Comercial de
dificulta a real proporção de crianças e Crianças e Adolescentes, realizado na
adolescentes afetados pelo abuso, como Suécia, passando também a reconhecer a
também os fatores que são relativos à sua violação para com crianças e/ou
ocorrência. Outro recorte que reforça adolescentes. Nacionalmente, o
esse precedente é o baixo número de Ministério da Saúde (Brasil, 1999),
notificações sobre a violência, com normatizou a prevenção e tratamento dos
estimativa de que apenas 10% dos casos agravos resultantes da violência sexual
são de fato notificados (Barros, 2004). contra menores, onde em 2001, o
Por ser um fenômeno global e de Ministério da Justiça buscou traçar um
abrangência universal, varia de acordo Plano Nacional de Enfrentamento da
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Violência Sexual Infanto-Juvenil, como atendimento a esse público por meio de
iniciativa do Governo Federal para a ações governamentais e não
articulação da rede de proteção e no governamentais (Zagaglia, 2004).
intuito da defesa dos direitos das crianças Destaca-se que pela lei
e adolescentes (Brasil, 2003). supracitada, são regulamentados os
As ações protetivas são conselhos-tutelares responsáveis pela
embasadas nos princípios defendidos formulação de políticas de proteção
pelo Estatuto da Criança e do integral a infância, que articulam os
Adolescente no sentido de construir órgãos públicos e iniciativas privadas
práticas interventivas para combater a para a concretização da política de
essa violência, sejam elas através de proteção e desenvolvimento das crianças
atendimentos especializados às vítimas, e adolescentes (Brasil, 2003). Reforça-se
ações preventivas, ou a busca pelo também a criação do Programa
fortalecimento do sistema de defesa e Sentinela em 20015 que se propõe
responsabilização (Abrapia4, 2002). garantir o atendimento integral e
Vale destacar que a partir do ano 2000, especializado às crianças e aos
foi instituído o dia 18 de maio como o adolescentes em situação de violência
Dia Nacional do Combate ao Abuso e sexual (Pinheiro, 2006).
Exploração Sexual Infanto-Juvenil pela Dessa forma, uma rede de apoio
Lei Federal 9.970. Enquanto medida estrutura-se e possibilita o suporte
protetiva, o cenário brasileiro conta com necessário para que se possa atravessar
diversos dispositivos legalmente essa ocorrência de forma a minimizar ou
reconhecidos. O Estatuto da Criança e do até mesmo excluir os agravos,
Adolescente - ECA ou Lei 8.069/90 é o implicando a organização de um sistema
maior referencial para essas ações, protetivo, eficaz e assertivo. A “proteção
estabelecendo toda uma política de social especial é voltada para indivíduos

4
“A ABRAPIA trabalha na prevenção Henrique Cardoso – FHC (1999-2003), sob
primária, secundária e terciária da violência a coordenação da então Secretaria de Estado
contra a criança nas suas principais formas: da Assistência Social – SEAS – do
violência doméstica, violência social e Ministério da Previdência e Ação Social -
violência na escola (bullying)” (Abrapia, MPAS, é uma ação do governo federal, que
2002). tem como objetivo o atendimento
5
O Programa Sentinela, criado em 2001, especializado às crianças e aos adolescentes,
durante segunda gestão de Fernando vítimas da violência sexual (Santos, 2010).
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ou famílias que tiveram seus direitos que se dá entre a denúncia e as etapas de
violados ou ameaçados por investigação e cuidado às vítimas. O
circunstâncias diversas, por exemplo, o apoio psicológico insere-se como
abuso sexual, exigindo atuação importante ferramenta de cuidado e
interdisciplinar e especializada” (CFP6, enfrentamento.
2009). Entretanto, para além da proteção O abuso sexual precisa ser
legal é imprescindível o suporte para considerado de acordo com as
com os aspectos psicológicos pertinentes implicações ocasionadas na saúde física
ao abuso sexual, inserindo as demandas e mental da criança e do adolescente,
terapêuticas da criança e das famílias destacando sempre a importância do
nessa rede de cuidados (Habigzang et al, acolhimento e abordagens adequadas
2006). para o devido acompanhamento, de
Diante dessa necessidade, forma a minimizar e ressignificar essas
buscamos na sequencia estreitar os laços sequelas.
entre a psicologia e a terapia cognitivo- Os efeitos psíquicos são
comportamental, buscando os efeitos preocupantes e os problemas decorrentes
eficazes nos modelos de intervenção do abuso podem persistir na vida adulta
terapêutica para crianças e adolescentes. dessas crianças, visto como fator de risco
para a vitimização sexual na idade adulta
A psicologia e a terapia cognitivo- (Abrapia, 2002) e para o
comportamental como efetivo modelo desenvolvimento de psicopatologias
de intervenção psicológica futuras (Minayo, 2002). Relata-se que
Diversos estudos apontam que o quanto mais frequentes e persistentes
abuso sexual vivenciado na infância e na forem os abusos, piores serão os
adolescência, se não amparado problemas psíquicos, comportamentais e
adequadamente, aumentam o risco de de relacionamento a serem
futuros distúrbios psíquicos na vida desenvolvidos (Morales e Schramm,
adulta (Rush, 2008). O leque de 2002). Dentre os principais problemas
possibilidades de atuação e intervenção estão: medo, perda de interesse pelos
vai desde o acontecimento, até o espaço estudos e brincadeiras, dificuldades de se

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Conselho Federal de Psicologia.
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ajustar, isolamento social, déficit de frente a esses casos. De acordo com o
linguagem e aprendizagem, baixa referido relatório, o atendimento
autoestima (Gabel, 1997), uso de álcool psicológico deve compor a atenção
e drogas, ideias suicidas e homicidas, psicossocial, tendo por princípio a
tentativas repetidas de suicídio, prioridade absoluta, em razão da
automutilação e agressividade. Porém, condição peculiar de desenvolvimento
ressalta-se que algumas crianças e dos sujeitos. Portanto, em casos de abuso
adolescentes, apesar do sofrimento sexual contra crianças e adolescentes o
vivenciado, passam por essa experiência trabalho precisa estar voltado para o
sem apresentar o quadro de impactos fortalecimento e o restabelecimento de
descritos pela literatura, de forma que direitos das crianças e/ou adolescentes à
conseguem encontrar “caminhos de convivência familiar e comunitária, em
(re)construção de suas próprias vidas” condições dignas de vida (CFP, 2009).
(Deslandes, 2003). Ações interventivas precisam
A criança deve ser acolhida e ser estar pautadas na possibilidade de
conscientizada de que ela é sujeito e não superação da situação de violação de
objeto da ação sofrida, e que embora direitos, além da reparação da violência
exista o processo de vitimização sofrido, sofrida, integrando a rede de cuidados,
alguns recursos internos podem ser considerando sempre a fase e
explorados para enfrentamento (Viaux, desenvolvimento na qual as vítimas se
1997). A Psicologia com seus aparatos encontram, possibilitando assim, a
de ciência e profissão tem o importante interrupção do ciclo da violência para a
papel para contribuir substancialmente redução de danos sofridos e para a
na eficácia dessas medidas de prevenção. construção de condições de proteção e de
O Conselho Federal de autonomia.
Psicologia elaborou o documento: A revisão de literatura feita por
Serviço de Proteção Social a Crianças e Padilha e Gomide (2004), permitiu o
Adolescentes Vítimas de Violência, apontamento de sete principais motivos
Abuso e Exploração Sexual e suas de se fazer uma prevenção terciária em
Famílias: referências para a atuação do crianças e adolescentes vítimas de abuso
psicólogo, com diretrizes básicas para a sexual, dentre elas destaque-se: 1) elas
atuação dos profissionais de psicologia tendem a tornarem-se reprodutoras de
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maus tratos na vida-adulta; 2) apoio diferentes níveis de idade, renda e
diante de uma situação reveladora educação (Beck, 2013). Mostra-se
diminui as sequelas emocionais; 3) antes embasada com intervenções breves e
de uma revelação a público, deve-se objetivas, recomendada nos últimos
passar por um acolhimento empático e anos, como uma abordagem propicia ao
não crítico; 4) a grupoterapia facilita o tratamento de inúmeros casos na rede
rompimento do segredo e o isolamento; pública (Silva, Pereira e Aquino, 2011).
5) prevenções de esquiva pela Inicialmente, a história da TCC
diminuição da ansiedade; 6) a livre traz como foco central o tratamento de
expressão facilita a percepção e casos de ansiedade e depressão (Clark e
modificação de culpa que o sujeito tem Beck, 2012), porém sua aplicabilidade
de si e 7) prevenção da revitimização. tem sido estendida atualmente a diversas
Tais pressupostos só vêm reafirmar e áreas, desde cuidados primários e outras
embasar a importância da prática do especializações da saúde, as escolas,
amparo psicológico terciário às emoções prisões, dentre outros ambientes e
e comportamentos das crianças e contextos (Beck, 2013).
adolescentes abusadas sexualmente, A Terapia Cognitivo-
proporcionando uma visão ampla do comportamental de acordo com Beck
acontecimento e melhorando assim o (2013) baseia seu tratamento na
repertório de enfrentamento dos compreensão ou conceituação de cada
pacientes. sujeito, especificamente, suas crenças e
A terapia cognitivo- padrões de comportamentos. O
comportamental tem sido utilizada nas terapeuta, objetiva produzir uma
mais diversas práticas e intervenções em mudança cognitiva (pensamentos e
saúde, tanto no enfoque individual, como crenças do paciente), para que haja uma
também em grupo. Há décadas, tem sido mudança emocional e comportamental
afirmada a eficácia de suas intervenções permanente. Assim, pensamentos
em diversos âmbitos, com os estudos dos disfuncionais que possam ser
percussores Aaron Beck e Albert Ellis prejudiciais aos indivíduos como:
(Knapp, 2004). Tem-se mostrado uma constantes fracassos, desmotivação,
abordagem com alto grau de baixa autoestima e depressão em
adaptabilidade a pacientes com decorrência do sofrimento, tornam-se
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ciclos viciosos em que a TCC busca Hanbigzang (2009), as pesquisas que
interromper, ensinando aos pacientes utilizam a terapia cognitivo-
maneiras efetivas de equilibrar tais comportamental como enfoque, têm
prejuízos do transtorno e manejar as obtido melhores resultados quando
evitações (Safren et. al., 2008; Barkley, comparadas com outras terapias não
2010,). diretivas para crianças e adolescentes
Assim, nessa concepção com problemas comportamentais
cognitivista, o modelo da Terapia advindos do abuso sexual.
Cognitiva Comportamental é bem
conceituado por Petersen e Wainer
como: Técnicas cognitivas e
comportamentais em grupoterapias
[...] uma abordagem terapêutica
bem estruturada, diretiva com de apoio a crianças e adolescentes
metas claras e definidas,
focalizada no presente e utilizada vítimas de abuso sexual
no tratamento dos mais diferentes
transtornos psicológicos. Seu
objetivo principal é o de produzir
mudanças nos pensamentos e nos A terapia grupal de crianças e
sistemas de significados (crenças) adolescentes vitimadas pelo abuso
dos clientes, evocando uma
transformação emocional e sexual, permite que os pacientes através
comportamental duradouras, e não
apenas um decréscimo de suas experiências num contexto de
momentâneo dos sintomas (2011,
p.18). vivências coletivas, enxerguem suas
dificuldades e tudo que está ligado direta
No contexto do abuso sexual, a
ou indiretamente a ela, desde
criança e o adolescente que passa pelo
pensamentos disfuncionais, que possam
processo de psicoterápico cognitivista-
gerar emoções negativas, até
comportamental deve aprender
comportamentos prejudiciais que
mecanismos para se recolocar em seu
estejam paralisando a vida desses
curso normal de vida, através de um
sujeitos. Mencionarei neste capítulo o
repertório de enfrentamento com
estudo feito por Hanbigzang e
habilidades emocionais e sociais
colaboradores em diversos anos, onde a
importantes para melhorar sequelas de
grupoterapia objetivou à redução de
abuso e seus efeitos (Padilha e Gomide,
sintomas de depressão, ansiedade e
2004). Em um estudo feito por
transtorno do estresse pós-traumático,
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bem como à reestruturação de crenças Etapa 1- Psicoeducação; A Terapia
disfuncionais em relação à experiência Cognitivo-Comportamental pode
abusiva. ensinar habilidades para modificar
De acordo com Neufeld (2011), pensamentos e gerenciar estados de
existem quatro modalidades de humor, assim como mudar
intervenções cognitivo-comportamentais comportamentos de forma significativa
em grupo: 1) psicoeducação, 2) grupos (Aguiar e Dantas, 2018). Chamamos
de apoio, 3) grupos de orientação e/ou essa forma de ensinamento de
treinamento e 4) grupos terapêuticos. No psicoeducação e é usada em diversos
contexto da TCCG – seja qual for a contextos, desde a psicologia, pedagogia
modalidade escolhida ou a temática a ser ou a medicina.
trabalhada – o tratamento de um número A psicoeducação trata-se de uma
maior de pacientes em um único educação do paciente em relação a sua
atendimento, permite a agilidade na demanda/diagnóstico, corroborando
demanda das instituições, como também assim, um dos princípios fundamentais
a diminuição dos altos custos da TCC, de que o paciente é capaz de
concernidos na rede pública (Neulfeld, aprender habilidades e modificar
2011). Traremos a seguir algumas pensamentos disfuncionais, tornando-se
técnicas utilizadas em atendimentos capaz de alinhar e modificar
grupoterápicos em terapias cognitivo- comportamentos. Tais habilidades são
comportamentais, encontradas na encontradas e aperfeiçoadas na
literatura direcionada ao público psicoeducação, momento este da
estudado. A apresentação se estrutura de psicoterapia, imprescindível que
modo a contemplar a técnica utilizada, instrumentaliza o paciente a conhecer e
suas características e os possíveis praticar todo conhecimento adquirido
resultados encontrados. sobre sua problemática. Reduzindo
• Psicoeducação; assim, o risco de uma recaída (Wright,
• Treinamento de Inoculação de Basco e Thase, 2008).
Estresse (TIE); Em grupos, a psicoeducação
• Prevenção à recaída; possibilita a criação de espaços nos quais
as pessoas podem reconhecer as suas
dificuldades, pensamentos, emoções, e
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comportamentos relacionados a elas. emergência saber lidar com lembranças
(Oliveira, et. al, 2018). É possível que intrusivas do abuso.
um paciente tenha mais autonomia no Ainda de acordo com
processo terapêutico na medida em que Hanbigzang et. al. (2009), na aplicação
se sente capaz de identificar e mudar do TIE é imprescindível o apoio total do
pensamentos, manejar emoções e psicoterapeuta grupal, diante das
quebrar padrões de comportamentos que repercussões negativas, pensamentos,
não o ajudam. (Aguiar e Dantas, 2018). emoções e comportamentos que serão
(re)cordados e (re)sentidos, trazendo as
Etapa 2- Treinamento de Inoculação vítimas, momentos difíceis, mas que
de Estresse (TIE); O TIE é realizado na posteriormente, trarão a reestruturação
perspectiva de controle das emoções da memória traumática.
pertinentes às lembranças do trauma e
reestruturação da memória traumática. Etapa 3- Prevenção à recaída; A
(Schneider e Habigzang, 2016). prevenção à recaída é uma etapa
No estudo de Hanbigzang et. al. indispensável para se fechar com sucesso
(2009), o treino de inoculação de estresse um acompanhamento grupal de crianças
é composto por quatro sessões, onde ele e adolescente vítimas de abuso sexual.
traz técnicas em que o paciente apresente Através dela, o paciente aprende
e treine de forma gradual, as situações habilidades de autoproteção para
abusivas experienciadas pelo relato oral prevenir futuras revitimizações
ou por escrito; faça uma reestruturação (Hanbigzang, 2009). Nesta fase da
cognitiva das memórias traumáticas; terapia, Maia (2001), também vem
relate detalhadamente o abuso sexual; ressaltar a importância do trabalho com a
mapeie a frequência e a intensidade das imagem corporal do cliente, bem como
lembranças do abuso sexual e dos uma orientação voltada para o futuro,
eventos desencadeadores destas incentivando a tomada de decisão
lembranças; treine a substituição de perante suas escolhas, seu bem-estar
imagens positivas e negativas; relate o físico e a relação com as outras pessoas.
pior momento do abuso sexual; construa Num estudo feito por
estratégias cognitivas e Hanbigzang et al. (2009), ele descreve
comportamentais, para num momento de seis sessões durante a etapa de prevenção
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a recaída da seguinte forma: Oficina idealizar vários projetos de vida, a nível
educação sexual, na qual são abordadas pessoal e interpessoal, ter autonomia de
questões referentes ao autocuidado, pedir ajuda se necessário, se cuidar e
mudanças físicas da puberdade e deixar ser cuidada (Maia, 2001).
métodos contraceptivos; Oficina de
psicomotricidade; Oficina sobre o
Estatuto da criança e do adolescente, Considerações Finais
Apresentação e discussão do vídeo A TCC é utilizada como forma de
Estatuto do Futuro Dramatização de tratamento por ter um modelo de ações
audiência (abordar a possibilidade de que se mostram bastantes eficazes ao
participação de audiências, esclarecendo longo do processo psicoterápico.
dúvidas e preparando as participantes Verificou-se que a TCC cumpre seu
para tal situação); Treino de habilidades objetivo diante da demanda de crianças e
sociais focadas em medidas protetivas adolescentes com transtornos ansiosos
(identificação de situações de risco pós vivenciar traumas complexos,
ensaio cognitivo e comportamental de reduzindo sintomas e sendo
estratégias de proteção contra futuras corresponsável pela diminuição de
revitimizações), Escolha de um adulto- recidivas.
referência para solicitar ajuda em A terapia cognitivo-
situações de risco; Retomada das comportamental mediante uso das
estratégias cognitivas e comportamentais técnicas de psicoeducação, treinamento
aprendidas no contexto grupal, de inoculação de estresse e prevenção à
Abordagem das perspectivas com recaída, mostrou ótimos resultados nos
relação ao futuro das participantes e pacientes que no início do tratamento
reestruturar possíveis crenças apresentaram alto índice de ansiedade,
distorcidas; Auto-avaliação por meio de medo e culpa. Assim, com a aplicação
registro escrito das mudanças percebidas das técnicas e apoio do psicoterapeuta é
antes e depois da grupoterapia em possível que os pacientes tenham um
relação a si, como se relaciona com os maior controle de seus pensamentos,
outros e visão do futuro. emoções e saibam reconhecer momentos
Ao término desta etapa, a criança em que possam ter autonomia e
ou o adolescente se torna capaz de
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quando e a quem pedirem ajuda. 11.
Na literatura explorada verificou-
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se que ainda há uma escassez no que se
déficit de atenção e hiperatividade em
refere a estudos da terapia cognitivo-
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comportamental em grupo - (TCCG) e
estratégias de tratamento.
suas técnicas com ênfase em grupos
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abuso sexual. Sendo assim, propomos
que outros estudos sejam feitos, a partir Barros, W. S (2004), “Crimes contra os
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