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A VIOLÊNCIA INFANTOJUVENIL NO CONTEXTO INTRAFAMILIAR


Ana Camila Moura dos Santos
Ana Emilia Fernandes de Sousa
Geová da Silva Correia
Josiane Bizerra do Nascimento
Marília Cipriano Feitosa de Melo1

RESUMO
A violência infantil é considerada pela Organização Mundial de Saúde como um gravíssimo
problema de saúde pública, pois a cada ano milhares de indivíduos são afetados em todas as
partes do mundo. Os diversos tipos de violências que são praticadas, mesmo quando não
deixam marcas físicas, promovem sofrimentos psicológicos que deixam traumas profundos
causando sofrimentos permanentes nas pessoas. O objetivo desse trabalho é procurar
compreender quais são as concepções, ou representações sociais, de estudantes de
Psicologia sobre o fenômeno da violência infanto-juvenil no contexto intrafamiliar. Se
órgãos como o Ministério da Saúde informam que a violência aflige crianças e adolescentes
no Brasil e no mundo se tornou tão alarmante que tem mobilizado diversos setores da
sociedade em busca de estratégias para tentar resolver o problema, a realização de trabalhos
dessa natureza parece não apenas ser necessário como urgente. Como fundamentação
teórica, foram utilizadas a teoria das Representações Sociais, a Teoria do Apego e a Teoria
da Aprendizagem Social para dar suporte à pesquisa de campo que foi empreendida para
entrevistar os estudantes do curso de Psicologia, registrar suas respostas, anotar suas
opiniões sobre o assunto e construir um entendimento possível sobre um assunto tão
importante e delicado como o da violência contra crianças e adolescentes.
PALAVRAS-CHAVE: Violência, infanto-juvenil, intrafamiliar.

ABSTRACT
Child violence is considered by the World Health Organization as a very serious public
health problem, because every year thousands of individuals are affected in all parts of the
world. The different types of violence that are practiced, even when they do not leave
physical marks, promote psychological suffering that leave deep traumas causing permanent
suffering in people. The objective of this work is to try to understand what are the
conceptions, or social representations, of Psychology students about the phenomenon of
child-juvenile violence in the intra-family context. If bodies such as the Ministry of Health
report that violence afflicts children and adolescents in Brazil and in the world has become
so alarming that it has mobilized various sectors of society in search of strategies to try to
solve the problem, carrying out work of this nature seems not only be necessary as urgent.
As a theoretical foundation, the theory of Social Representations, Attachment Theory and
Social Learning Theory were used to support the field research that was undertaken to
interview Psychology students, record their responses, note their opinions about the subject
and build a possible understanding of such an important and sensitive issue as violence
against children and adolescents.

1
Graduandos do Curso de Bacharelado e Licenciatura em Psicologia da Universidade Estadual do Piauí-
UESPI, 2022.
1

KEY-WORDS: Violence, child-juvenile, intra-family.

De acordo com a Childhood Brasil2, organização que tem como objetivo a proteção à
infância e à adolescência, através do enfrentamento de abusos e da exploração sexual contra
crianças e adolescentes, em 2019 foram registradas 86.837 denúncias de violações de
direitos de crianças e adolescentes, aproximadamente 13,9% a mais do que no ano anterior
(76.216). No entanto, apesar dos dados serem alarmantes, esses números podem não
corresponder à realidade e serem ainda maiores, já que existem fortes indícios de
subnotificação das denúncias, que não correspondem ao número de casos que realmente são
constatados.
Um estudo realizado pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) e pelo
Fórum Brasileiro de Segurança Pública, mostra que a morte de crianças de 0 a 4 anos
vítimas de violência aumentou 27% entre 2016 e 2020. Os dados da pesquisa mostram que a
maior parte das mortes de crianças e adolescentes no período foi de jovens entre 15 e 19
anos, mas os pesquisadores ainda buscam saber os motivos do aumento entre crianças
pequenas3.
Além disso, não se pode precisar se o aumento exponencial do número de denúncias
é fruto de uma maior conscientização da sociedade sobre o tema ou, o que é pior, de um
aumento desproporcional do número de casos de violência contra esse segmento da
população. Dos 13 tipos de violações registradas pelo Disque-Denúncia em 2019, a
negligência ocupava 38% dos casos; a violência psicológica, 23%; a violência física, 21%; e
a violência sexual, 11%4. É importante destacar que, geralmente, as violências contra
crianças e adolescentes não são praticadas de maneira isolada, mas ocorrem de forma
conjunta. A violência sexual, por exemplo, costuma ocorrer junto com a negligência, com a
violência física e com a violência psicológica.
De acordo com o Ministério da Saúde, “a violência intrafamiliar atinge parcela
importante da população e repercute de forma significativa sobre a saúde das pessoas a ela
submetidas” (BRASIL, 2001, p. 5) e se configura como um problema de saúde pública
relevante e um desafio para os gestores do Sistema Único de Saúde-SUS. Esse mesmo órgão

2
Criada em 1999 pela Rainha Silvia da Suécia, a Childhood Brasil faz parte da World Childhood Foundation
(Childhood), instituição que conta ainda com escritórios na Suécia, na Alemanha e nos Estados Unidos. A
organização é certificada como Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (OSCIP).
3
Esses dados foram apresentados à comissão externa de Políticas para a Primeira Infância da Câmara Federal e
divulgados pela Agência Câmara de Notícias.
4
Dados coletados no site da Childhood Brasil.
2

tem caracterizado a violência que é praticada no contexto intrafamiliar como:

Toda ação ou omissão que prejudique o bem-estar, a integridade física, psicológica


ou a liberdade e o direito ao pleno desenvolvimento de outro membro da família.
Pode ser cometida dentro ou fora de casa por algum membro da família, incluindo
pessoas que passam a assumir função parental, ainda que sem laços de
consanguinidade, e em relação de poder à outra (BRASIL, 2001, p. 5).

A violência infantil é considerada pela Organização Mundial de Saúde- OMS como


um gravíssimo problema de saúde pública, pois a cada ano milhares de indivíduos são
afetados em todas as partes do mundo. Os diversos tipos de violências que são praticadas,
mesmo quando não deixam marcas físicas, promovem sofrimentos psicológicos que deixam
traumas profundos causando sofrimentos temporários e permanentes nas pessoas.
Segundo Rates et al. (2015), o uso da violência física como uma prática
disciplinadora é apontado, em diversos estudos, como um fator motivador para a recorrente
violação dos direitos das crianças. A mesma autora segue informando que a violência
praticada contra crianças também está associada com a experiência de violência vivenciada
pelos pais na infância e que, no contexto de violência doméstica como prática “hereditária”,
aumenta bastante o risco de crianças acabarem se tornando vítimas de homicídios.
É preocupado com isso que o Ministério da Saúde informa que “a violência que
aflige crianças e adolescentes na realidade brasileira atual é de tal forma importante que
mobiliza diversos setores da sociedade, já sendo reconhecida como um relevante problema
de saúde pública” (BRASIL, 1997, p. 7). Em uma perspectiva psicológica, é fundamental
procurar saber quais são as concepções de membros da sociedade sobre a ocorrência da
violência infantojuvenil no contexto intrafamiliar, sobretudo do ponto de vista de estudantes
de Psicologia já que, após a formação, alguns poderão ter que lidar, profissionalmente, com
esse tipo de situação. Além disso, algum dos entrevistados pode conhecer ou ter ficado
sabendo de alguém que já foi (ou que é) vítima de algum tipo de violência praticada no
contexto familiar. Sobre violência, Rates et al. (2015), informa que:

A Organização Mundial da Saúde (OMS) define a violência como o uso


intencional da força e do poder físico, de fato ou como ameaça, contra si próprio,
contra outra pessoa, ou contra um grupo ou uma comunidade que resulte ou tenha
qualquer possibilidade de resultar em lesão, morte, dano psicológico, deficiência
de desenvolvimento ou privação (RATES et al., 2015, p. 656).

Rates et al. também afirma que, no Brasil, o Ministério da Saúde conceitua a


violência como “evento causado por ações impostas por indivíduos, grupos, classes, nações
3

que ocasionam danos físicos, emocionais, morais e/ou espirituais a si próprio ou a outros e a
diferencia de acidente, por serem estes de origem não intencional e evitável” (Rates et al.,
2015, p. 656) e que a OMS classifica a violência como física, psicológica, sexual e por
negligência ou abandono, de acordo com a natureza do ato praticado.
Portanto, a violência intrafamiliar está assolando cada vez mais a sociedade, afetando
famílias, grupos e indivíduos isolados, o que torna urgente a elaboração de estudos que
possam ajudar na promoção de medidas preventivas, assistenciais, e quando necessário
punitivas, para garantir a proteção do segmento infanto-juvenil da população frente às
violências que sofrem.
Moreira e Sousa (2012, p. 15), afirmam que “a violência intrafamiliar contra as
crianças e os adolescentes não é um fenômeno natural, mas construído historicamente nas e
pelas relações sociais”, o que exige, como fundamentação teórica e metodológica para uma
pesquisa sobre esse tema, o arcabouço da teoria das representações sociais que segundo
Jodelet (1985, apud Spink, 1993, p. 300) se constituem em modalidades de conhecimento
prático orientadas para a comunicação e para a compreensão do contexto social, material e
ideativo em que as pessoas vivem. Jodelet (1993), diz que representações sociais são formas
de conhecimento que se manifestam como elementos cognitivos (imagens, conceitos,
categorias, teorias), mas que nunca devem ser reduzidas apenas aos componentes cognitivos.
A autora afirma que:
Com as representações sociais tratamos fenômenos diretamente observáveis ou
reconstruídos por um trabalho científico. Esses fenômenos tornaram-se, depois de
alguns anos, um objeto central das ciências humanas. Em torno deles constitui-se
um domínio de pesquisa dotado de instrumentos conceituais e metodologias
próprias, interessando a muitas disciplinas (JODELET, 1993, p.1).

Portanto, com o objetivo de tentar compreender quais as concepções ou


representações sociais de estudantes de Psicologia sobre o fenômeno da violência
infantojuvenil no contexto intrafamiliar, foi desenvolvida uma pesquisa de campo para
entrevistá-los e registrar suas respostas, opiniões e possíveis relatos sobre o assunto e tentar
construir um entendimento possível sobre a questão. Como referencial teórico para a
realização da pesquisa foi utilizado o conceito de representações sociais que, de acordo com
Castro (2002), nas últimas décadas tem sido referência para muitos trabalhos na área da
Psicologia, da Antropologia, da Sociologia e da História. A mesma autora também informa
que a representação social foi cunhada por Moscovici, em 1961, para ocupar uma posição de
“ponte” entre a Psicologia e a Sociologia e se tornou uma das noções centrais da Psicologia
Social.
4

Em sentido muito parecido, Jodelet, (1993), diz que com as representações sociais
podemos tratar de fenômenos diretamente observáveis ou reconstruídos por um trabalho
com métodos científicos, como é o caso dessa pesquisa. A autora informa que os
fenômenos, depois de algum tempo, se tornaram um objeto central no estudo das ciências
humanas e que ao redor deles tem se constituído um domínio de pesquisa equipado com
instrumentos conceituais e metodológicos próprios, que despertam o interesse de muitas
disciplinas, como a psicologia que fundamenta esse trabalho. A mesma autora também
destaca que a observação das representações sociais pode ser facilitada em muitas ocasiões,
pois circulam na linguagem, são difundidas pelas palavras, veiculadas em mensagens, em
imagens e se consolidam nos discursos e nas condutas. Moraes et al., definem
representações sociais como:

O conjunto de explicações, pensamentos e ideias que nos possibilita evocar um


dado, um acontecimento, uma pessoa ou mesmo um objeto. Configuram sistemas
de valores e práticas que têm vida própria; são prescritivas, pois surgem no meio
social, depois se esvaem, reaparecendo sob a forma de novas representações, em
um processo que não tem fim. Essas representações resultam da própria interação
social, sendo comuns a um grupo social, em determinado tempo e espaço, ou seja,
em determinado contexto. (MORAES et al., 2014, p. 18).

Ainda sobre esse assunto, Sêga (2000), informa que o conceito de representação
social da sociologia de Èmile Durkheim, havia caído no esquecimento mas, ultimamente,
tem sido bastante utilizado em diversos trabalhos na área das ciências humanas. Sêga diz
que esse resgate foi realizado por Serge Moscovici, em 1961, e busca designar fenômenos
múltiplos, observados e estudados em termos de suas complexidades individuais
(psicológicas) e coletivas (sociais). Depois de “resgatado” por Moscovici, o termo
“representação social” acabou saindo da órbita da sociologia e passando a gravitar em torno
da Psicologia Social. Portanto, trabalhar segundo os fundamentos da teoria das
representações sociais foi um dos suportes teóricos fundamentais para o bom
desenvolvimento dessa pesquisa.
Além do mais, Moraes et al. (2014), explica que a Teoria das Representações Sociais
está intimamente ligada ao estudo dos registros simbólicos sociais em nível macro e micro
de análise e essa teoria se refere, principalmente, ao estudo das trocas simbólicas que se
desenvolvem nos mais diversos ambientes sociais durante o processo das relações
interpessoais, influenciando na construção do conhecimento que é partilhado. Assim, por
reproduzir, de forma inteligível pensamentos e comportamentos comuns a grupos de
indivíduos, a Teoria das Representações Sociais é uma excelente alternativa para, na medida
5

do possível, descrever e explicar os diversos fenômenos sociais. Nessa mesma lógica,


Moscovici (1978, p. 44) afirma que “a representação social constitui uma das vias de
apreensão do mundo concreto, em seus alicerces e em suas consequências”.
Ora, a família, por ser a primeira instituição social da qual o indivíduo faz parte,
sempre esteve no centro das discussões sobre representações sociais e, até por todas as
transformações constitutivas pelas quais vem passando nos últimos tempos, tem sido um dos
grandes temas da atualidade, ocupando o centro das discussões sobre sociedade e se
destacando como assunto amplamente discutido na mídia, no meio acadêmico-científico e,
sobretudo, no senso comum, além de gerar controvérsias em outros meios, como por
exemplo, no religioso.
Vasconcellos (2013) destaca que a família, em todas as suas formas de constituição,
tem sido um assunto recorrente de várias teorizações e é exaustivamente discutido nos meios
de comunicação como jornais, revistas, livros, programas televisivos, internet e mídias em
geral. A autora afirma ainda que o antropólogo Claude Lévi-Strauss designa a família como
um grupo social que tem sua origem no casamento, é constituído pelo marido, esposa e
filhos, mas pode incluir outros indivíduos que, eventualmente, sejam próximos do grupo
familiar. Assim, Vasconcellos explica que os membros de uma família:

São unidos entre si por laços legais, direitos e obrigações econômicas e religiosas,
num entrelaçamento definido por direitos e proibições sexuais e sentimentos
psicológicos, tais como amor, afeto, respeito, medo, dentre outros. Em resumo, um
grupo familiar tem sua origem nas trocas entre outras famílias de origem e se
assenta na proibição do incesto como regra reguladora do intercâmbio do grupo
(VASCONCELLOS, 2013, p. 1).

No entanto, de uma forma geral, a representação social da família tem sofrido


alterações e, sobre isso, Maluf (2010), explica que, em uma ótica evolucionista, pode-se
concluir que o conceito de família tem sofrido alterações ao longo do tempo, decorrentes de
fatores como o desenvolvimento das ciências, da tecnologia e dos costumes. A mesma
autora informa que as legislações têm ampliado seu caráter protetivo 5 de acordo com as
novas demandas da realidade que se apresenta trazendo um novo perfil de família, onde a
primazia do indivíduo nas relações familiares, o valor da afetividade, o respeito à dignidade

5
A incorporação do tema à agenda do setor saúde, iniciado na década de 60 e, mais fortemente, nas duas
últimas do século XX, vem ganhando espaço e importância para o enfrentamento do problema. No Brasil, o
Estatuto da Criança e do Adolescente avançou ao considerar crianças e adolescentes como sujeitos de direitos,
garantindo-lhes prioridade absoluta” (RATES et al., 2015, p. 656).
6

humana e, principalmente, aos seus direitos fundamentais são fatores norteadores,


imprescindíveis e inegociáveis.
Esse caráter protetivo da família torna ainda mais assustadora a prática de violências
em seu meio, sobretudo contra os indivíduos mais vulneráveis. Reichenheim (1999) informa
que os primeiros estudos na área da violência intrafamiliar abordavam, principalmente, as
consequências traumáticas do abuso físico e que, apenas recentemente, este campo de
investigação foi ampliado, passando a incorporar também um grande número de pesquisas
que focalizam as consequências psicológicas da violência familiar na saúde das vítimas.
Segundo Stacciarini (2019), o conceito de família tradicional oriundo do casamento
religioso, que prevaleceu durante os séculos de dominação do catolicismo foi, aos poucos,
cedendo espaço para novas formas, o que pode facilmente ser percebido através de uma
comparação dos diversos modelos familiares que já existiram e que se diversificaram
bastante ao longo do tempo. Durante grande parte da história e em praticamente todas as
culturas, o modelo familiar que prevaleceu foi aquele onde o indivíduo do sexo masculino
exercia o controle das ações do grupo, principalmente sobre os indivíduos mais fracos.
No Brasil, por exemplo, o modelo patriarcal, pautado no autoritarismo, que se
perpetuou por tanto tempo parece ter deixado fortes resquícios de sua dinâmica no
imaginário da sociedade, que normalizava a ideia de que os membros dos núcleos familiares
caracterizados como “mais fracos”, ou até mesmo considerados “inferiores”, precisavam ser
“controlados” ou mesmo “domesticados” por meio de atos de violência “justificados”.
Talvez esse tipo de comportamento autoritário, agressivo e violento que perdurou por muito
tempo, inclusive sendo considerado normal e até necessário enquanto instrumento de
educação dos indivíduos mais jovens, ajude a explicar, na atualidade, a prática recorrente
das diversas formas de violências intrafamiliar que são cometidas contra crianças e
adolescentes.
Outra construção teórica utilizada como suporte para essa pesquisa foi a Teoria do
Apego. Desenvolvida entre a década de 50 e 60 pelo psiquiatra britânico John Bowlby,
a Teoria do Apego tenta explicar como ocorre os fortes vínculos afetivos entre o bebê
humano e seus pais ou provedores de suas demandas fisiológicas e afetivas, observando as
implicações dessas relações para o desenvolvimento psicossocial dos indivíduos. Segundo
Abreu (2013):

Nos últimos anos, tendências significativas têm surgido no cenário da psicologia


que, de uma forma sistemática e organizada, vem demonstrando uma preocupação
cada vez maior com a compreensão daquilo que chamamos “realidade humana”.
7

Em função disso, várias descrições têm sido apresentadas como pertinentes e ricas
na explicação das infindáveis causas do comportamento e, nesse movimento, todos
os enfoques têm se posicionado como legítimos (ABREU, 2013, p.11).

De acordo com Abreu (2013), a criança cria e desenvolve sua autoimagem e sua
percepção do mundo por meio da interação com as figuras de apego, que geralmente são os
pais, parentes ou cuidadores com as quais a criança se identifica. O autor também afirma
que essas construções imagéticas passam a desempenhar um papel central no
desenvolvimento cognitivo da personalidade das pessoas, influenciando sua maneira de
pensar, compreender, sentir e, consequentemente, de agir.
Com esse entendimento, parece impossível mensurar as consequências dos traumas
psicológicos que podem ser causados pelas violências provocadas justamente por aqueles
que deveriam proteger e cuidar dos indivíduos mais vulneráveis. Nessa lógica, Abreu
(2013), faz um alerta quando constata que determinados aspectos pessoais são recebidos,
compreendidos e assimilados pelo indivíduo e se incorporam na personalidade, criando
padrões de ordenação interna. Dito de outra maneira, o autor entende que as experiências
vividas pelos indivíduos deixam marcas profundas gerando consequências que podem
resultar no desenvolvimento de padrões de sentido e significado pessoal.
Esses padrões podem influenciar o comportamento das pessoas, que muitas vezes
nem percebem que só estão reproduzindo atitudes e comportamentos que se naturalizaram e
que já estavam registrados em suas memórias de longo prazo. Dessa maneira, muitos
indivíduos acabam contribuindo para a perpetuação de práticas nocivas aos outros e a si
mesmos, já que as violências praticadas pelos “protetores” quase sempre foi entendida como
necessária. Assim, muitos não conseguem compreender que se trata de comportamentos que
devem ser combatidos e superados, Nesse sentido, Silva (2002), explica que:

Enquanto fenômeno que se instala na intimidade da família - a partir do


estabelecimento de relações de poder abusivas, com graves repercussões quanto ao
desenvolvimento global de suas vítimas - a violência doméstica/intrafamiliar ainda
é mantida como um segredo ou mesmo não reconhecida como algo a ser
combatido, pois, na concepção popular, os pais ou responsáveis têm o direito de
disciplinar suas crianças e seus adolescentes, mesmo que para isso se utilizem de
meios inapropriados, até mesmo cruéis, para atingirem seus objetivos (SILVA,
2002, p. 37).

Portanto, é preciso estar atento para identificar, compreender e combater os


“padrões” de comportamento abusivos que podem se manifestam em forma de violências
que, muitas vezes, não são reconhecidas ou são praticadas em segredo contra os indivíduos
8

mais frágeis no contexto intrafamiliar, principalmente contra crianças e adolescentes. Nessa


lógica, entende-se que a Teoria da Aprendizagem Social, desenvolvida pelo psicólogo
canadense Albert Bandura, pode oferecer um suporte muito importante para ajudar a
enfrentar esse tipo de problema. Nesse sentido, Abreu (2013), informa que um número
muito grande de pesquisadores tem se ocupado em tentar descrever as implicações que
resultam da interação entre o ser humano e o ambiente que o cerca, procurando compreender
como o conhecimento que resulta dessa dinâmica se articula internamente nos processos
cognitivos individuais.
Essa interação entre indivíduo e ambiente foi intensamente estudada por Bandura,
que defende que traz, como um aspecto importante de sua teoria, a ênfase no interacionismo
que caracteriza a relação de causalidade recíproca triádica 6 entre os tipos de determinantes
(ambientais, pessoais e comportamentais). Nessa lógica, Bandura afirma que o ser humano
não é mero fruto do seu ambiente, embora receba dele influências bastante significativas e
que, em certa medida, os indivíduos podem assumir o controle de alguns aspectos de suas
vidas por meio daquilo que o autor denomina de “mecanismos de auto-eficácia”7, do
estabelecimento de metas e do que chama de processo de “auto-regulação”8.
Albert Bandura entendia que o ambiente sempre vai apresentar limitações, desafios e
obstáculos, mas acreditava que os indivíduos podem e devem otimizar os resultados de suas
atitudes e comportamentos através de um robusto senso de “auto-eficácia”. O próprio autor
explica em seus textos, que não é a gravidade objetiva da situação que poderá causar efeitos
deletérios, mas sim o pareamento que o indivíduo faz entre o peso da dificuldade de origem
externa e sua capacidade de enfrentamento. Portanto, apesar das influências ambientais para
induzir atitudes e promover comportamentos a ênfase deve estar no papel da agência pessoal
ou, como diz Bandura, na “auto-regulação” para orientar atitudes e comportamentos.
A pesquisa foi desenvolvida no modelo dos estudos de campo que, segundo Bardin
(1994), apresentam muitas semelhanças com os levantamentos de campo, mas distinguem-se
destes, em dois aspectos principais: porque não procuram ser representativos de um universo
definido e nem pretendem fornecer resultados precisos e estatísticos. De acordo com Bardin,

6
Na visão cognitiva social as pessoas não são nem impulsionadas por forças interiores, nem automaticamente
moldadas e controladas por estímulos externos. Mais propriamente, o funcionamento é explicado em termos de
um modelo de reciprocidade triádica na qual comportamentos, fatores cognitivos e fatores pessoais, além de
efeitos ambientais operam como determinantes interativos uns dos outros.
7
Em Psicologia, autoeficácia designa a convicção de que, com empenho, é possível dominar comportamentos
e, em certa medida, controlar acontecimentos para gerar o efeito desejado.
8
A autorregulação é um processo consciente e voluntário de governo, pelo qual possibilita a gerência dos
próprios comportamentos, pensamentos e sentimentos, ciclicamente voltados e adaptados para obtenção de
metas pessoais e guiados por padrões gerais de conduta (BANDURA, 1991).
9

(1994), os estudos de campo buscam muito mais o aprofundamento das questões propostas
do que a distribuição das características da população segundo determinadas variáveis. Esse
mesmo autor também destaca que o planejamento do estudo de campo apresenta muito
maior flexibilidade e, mesmo que seus objetivos sejam reformulados ao longo do processo
de pesquisa, o estudo pode transcorrer normalmente.
O estudo foi desenvolvido a partir de uma abordagem qualitativa e realizado de
maneira descritiva e exploratória, utilizando o método dialético das ciências sociais, que é
caracterizado por Bardin (1994) como uma técnica que fornece as bases para uma
interpretação dinâmica e totalizante da realidade, já que estabelece que os fatos sociais não
podem ser entendidos quando são considerados isoladamente, abstraídos de suas influências
políticas, econômicas e culturais.
Nessa lógica, a pesquisa foi elaborada com a intenção de privilegiar as
representações sociais elaboradas pelos próprios estudantes de Psicologia da Universidade
Estadual do Piauí-UESPI sobre o tema em questão, já que Minayo (1994) afirma que a
pesquisa qualitativa responde a questões muito particulares, se preocupando com um nível
de realidade que não pode ser quantificado. Ou seja, a pesquisa do tipo qualitativa trabalha
com o universo de significados, motivos, aspirações, crenças, valores e atitudes, o que está
de acordo com a proposta inicial dos idealizadores desse trabalho.
A pesquisa foi realizada na Universidade Estadual do Piauí (UESPI), no Centro de
Ciências da Saúde (CCS), onde o curso de Bacharelado em Psicologia é ministrado.
Ademais, de acordo com informações veiculadas em seu site, a UESPI é uma instituição de
ensino superior que tem como missão formar profissionais competentes, éticos, detentores
de uma visão crítica reflexiva e humanística acerca da sociedade à qual pertencem. Portanto,
o CCS da Universidade Estadual do Piauí parece ser um lugar ideal para a realização de
estudos focados em aspectos ligados ao bem-estar da população em geral, sobretudo ao que
se refere a pesquisas que possam contribuir para a elaboração de estratégias que venham
beneficiar o segmento infanto-juvenil, que se constitui na maior parcela da população
universitária que frequenta regularmente a instituição.
Participaram do estudo cinco estudantes do curso de Bacharelado em Psicologia da
Universidade Estadual do Piauí-UESPI que frequentam regularmente o Centro de Ciências
da Saúde (CCS), onde o curso de Psicologia é ministrado. Ressalta-se que só foram aceitos e
incluídos na pesquisa estudantes maiores de idade que, voluntariamente, concordaram em
participar, assinando o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE). Mesmo assim,
10

todos foram informados que poderiam, a qualquer momento e por qualquer motivo, desistir
de participar da pesquisa.
Após tomadas todas as providencias legais, a coleta de dados foi realizada por meio
de dois procedimentos de coleta: entrevistas e desenhos-estórias com tema. Segundo
Deslandes (1994), a entrevista é o procedimento mais usual no trabalho de campo, no qual o
pesquisador procura obter informações contidas na fala dos atores sociais e não se trata de
uma conversa despretensiosa e neutra, uma vez que se insere como meio de coleta dos fatos
relatados pelos atores, enquanto sujeitos-objeto da pesquisa que vivenciam uma determinada
realidade focalizada que, nesse caso, foram os estudantes do curso de Psicologia do Centro
de Ciências da Saúde, da UESPI.
No mesmo sentido, Bardin (2016), explica que, enquanto técnica de coleta de dados,
a entrevista é bastante adequada para a obtenção de informações acerca do que as pessoas
sabem, creem, esperam, sentem ou desejam, pretendem fazer, fazem ou fizeram, bem como
acerca das suas explicações ou razões a respeito das coisas precedentes. Bardin destaca que
muitos autores consideram a entrevista como a técnica por excelência na investigação social,
atribuindo-lhe um valor semelhante ao tubo de ensaio utilizado na Química e ao
microscópio usado na Microbiologia. O mesmo autor afirma que, por ser um instrumento
flexível, a entrevista é adotada como técnica fundamental de investigação nos mais diversos
campos de estudo e afirma que parte considerável do desenvolvimento das ciências sociais
se deu graças à aplicação dessa técnica.
Sobre o procedimento desenhos-estórias, Trinca (1976) analisa que, para que um
cliente possa expressar uma comunicação verbal direta de suas dificuldades, é preciso que
seja capaz de representá-las simbolicamente e destaca uma inexistência de recursos mais
adequados para que se possa trabalhar a representação simbólica dos clientes de maneira
mais satisfatória, o que leva o autor a defender o desenvolvimento de técnicas indiretas de
comunicação na prática clínica, como alternativa para a coleta de dados no psicodiagnóstico.
Nesse sentido, Trinca pesquisou e sistematizou o método de desenhos associados a estórias,
que tem se mostrado muito útil e bastante promissor.
Trinca classificou o método desenhos-estórias como sendo um procedimento
intermediário entre as entrevistas e os instrumentos projetivos gráficos e temáticos e sua
fundamentação se baseia em princípios de associações livres, aliados a princípios de
organização do material, a partir de dados incompletos ou pouco estruturados, onde o
indivíduo precisa ter liberdade de criação e composição para que se possa obter os melhores
resultados no procedimento de coleta dos dados a serem analisados
11

A análise dos dados da pesquisa foi realizada através da técnica da análise de


conteúdo que, segundo Bardin (2016), pode ser uma análise dos “significados” (exemplo: a
análise temática), embora possa ser também uma análise dos “significantes” (análise léxica,
análise dos procedimentos). Esse autor adverte que essa técnica não pode ser tomada como
uma prova decisiva e infalível, mas constitui uma ilustração importante para, pelo menos em
certa medida, reforçar os pressupostos que estiverem em pauta.
Bardin (2016) explica que a análise de conteúdo, conduzida segundo a dimensão das
atitudes ou qualidades pessoais, valorizadas e desvalorizadas, verifica algumas das hipóteses
adiantadas intuitivamente. O autor destaca que, quantitativamente, a elevada frequência no
discurso de temas centrados nas qualidades pessoais dos participantes confirma um caráter
“centrado nos sujeitos”, o que se coaduna com a ideia inicial que os proponentes dessa
pesquisa tinham de deixar os entrevistados bem à vontade, para que pudessem desenvolver
seus raciocínios com toda tranquilidade possível.
Participaram dessa pesquisa cinco estudantes do curso de Bacharelado e Licenciatura
em Psicologia da Universidade Estadual do Piauí-UESPI que frequentam, regularmente, o
Centro de Ciências da Saúde (CCS), onde o curso de Psicologia é ministrado. Destaca-se
que todos os estudantes que foram incluídos na pesquisa são maiores de idade e
concordaram, voluntariamente, em assinar o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido
(TCLE) para participarem do estudo. A coleta de dados foi realizada por meio de dois
procedimentos: entrevista estruturada e desenhos-estórias com tema.
A análise dos dados da pesquisa foi realizada através da técnica da análise de
conteúdo que, segundo Bardin (2016), pode ser uma análise dos “significantes” assim como
dos “significados” e não deve ser tomada como uma prova definitiva e infalível, embora
possa contribuir, pelo menos em alguma medida, para a construção de uma ilustração ou
entendimento possível sobre o objeto de análise em questão, no caso as concepções
elaboradas por estudantes de Psicologia sobre a violência infantojuvenil no contexto
intrafamiliar.
Nesse sentido, no que se refere à análise das entrevistas estruturadas, das quais
participaram cinco estudantes do gênero feminino (já que a turma da qual fazem parte as
estudantes era composta, majoritariamente, por mulheres), foi percebido que todas
demonstraram ter um entendimento muito semelhante quando questionadas sobre o que
entendiam por violência infantojuvenil intrafamiliar. A totalidade das respostas relaciona
esse tipo de violência como aquela que é praticada pelos próprios pais ou por outros
parentes com os quais as vítimas convivem, uma compreensão que não poderia ser diferente.
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No entanto, algumas respostas trazem observações que tornam cada argumentação


um objeto de reflexão muito particular e bastante rico de significados subjetivos da
concepção de cada uma das entrevistadas sobre o assunto. Em uma das respostas, por
exemplo, além de descrever seu entendimento sobre o que é a violência infantojuvenil
intrafamiliar, a estudante destacou que esse tipo de violência se torna ainda mais negativa e
prejudicial por ser cometida por aqueles que, na verdade, deveriam proteger os mais
vulneráveis e não maltratá-los.
A mesma entrevistada completou dizendo que as vítimas sempre precisam de ajuda
para se livrar desse tipo de situação, pois nunca conseguem sair sozinhas da condição na
qual se encontram e, mesmo quando conseguem, podem levar as marcas da violência pelo
resto da vida, inclusive se culpando por um suposto erro que não cometeram e até mesmo
contribuindo (talvez de forma inconsciente) para a reprodução desse tipo de violência.
Quando questionadas sobre quais consequências podem surgir da violência praticada
por familiares contra crianças e adolescentes, 80% das entrevistadas disseram que a perda da
confiança em outras pessoas, da autoestima e, consequentemente, a dificuldade com os
relacionamentos afetivos são as principais consequências desse tipo de violência. Algumas
respostas também apontam, como consequência da violência intrafamiliar contra jovens e
crianças, o prejuízo causado no desenvolvimento psicossocial dos indivíduos e a reprodução
das práticas violentas por parte daqueles que a sofreram, inclusive contra os próprios filhos.
Sobre as possíveis ações que podem ser tomadas para evitar ou combater a violência
contra crianças e adolescentes no contexto intrafamiliar, mais da metade dos estudantes de
psicologia entrevistados destacaram o papel preponderante da escola enquanto espaço que
precisa oferecer segurança para seus frequentadores, inclusive com a presença do
profissional de psicologia, que deve procurar zelar, através da escuta e observação, pelo
cuidado e pelo aconselhamento dos frequentadores do espaço escolar. Alguns defendem
também que, quando necessário, as vítimas devem ser encaminhadas para tomarem as
devidas medidas jurídicas contra os agressores.
No que se refere à análise do que foi coletado com o procedimento de desenhos-
estória com tema, foi notado que 80% das estorinhas construídas pelos alunos do curso de
psicologia ilustram uma ambiguidade entre sentimentos bons e ruins, o que pode ser mais
claramente percebido quando observamos o balão de diálogo da personagem que representa
uma filha dizendo “eu amo meu pai, mas tem dias que eu não gosto dele”. Isso também é
significativo, na medida em que dados sobre a prática da violência intrafamiliar mostram
que os homens costumam ser aqueles que mais a praticam.
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Alguns desenhos mostram uma criança com pensamentos tristes sobre as situações
de violência praticadas contra ela, em uma clara ilustração dos problemas psicológicos que
são causados por esse tipo de violência que costuma deixar sequelas que podem durar a vida
inteira causando sofrimento e contribuindo para o desenvolvimento de vários tipos de
problemas que podem prejudicar a vida das pessoas de diversas maneiras.
Também podem ser vistos desenhos com flores coloridas (representando algo bom),
que logo em seguida são destruídas, estraçalhadas, por uma espécie de vendaval em cor
cinza (representando algo ruim e destruidor), em uma clara alusão à ideia de que a prática da
violência intrafamiliar contra crianças e adolescentes é visto como algo que destrói coisas
boas e traz coisas ruins, como sofrimento e infelicidade, o que também é percebido no balão
de diálogo que diz “e, sem motivo aparente, quem a plantou decidiu despedaçá-la!”.
Alguns desenhos também mostram situações de agressões físicas e verbais, balões de
diálogo com falas tristes, questionando o amor dos pais violentos ou expressões agressivas e
autoritárias, no sentido de proibições e de cerceamento de qualquer tipo de ideia que possa
levar ao entendimento de que crianças e adolescentes, embora jovens, podem ser sujeitos
com subjetividade, que devem ser instigados a terem algum tipo de autonomia para que
possam ter um bom desenvolvimento psicossocial.
Portanto, os resultados da análise dos dados, tanto das entrevistas quanto do
procedimento desenhos-estórias com tema sugerem que as concepções elaboradas por
estudantes do curso de Psicologia sobre a violência infantojuvenil intrafamiliar estão
associadas, sobretudo, ao prejuízo no desenvolvimento psicossocial dos indivíduos,
principalmente impedindo que confiem em outras pessoas e até em si mesmos, o que pode
gerar muito sofrimento em diversos setores da vida de qualquer pessoa que seja afetada por
esse tipo de violência que precisa ser evitada e combatida de todas as formas possíveis e
com a máxima urgência.

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