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UBERLÂNDIA
2022
CAROLINA ARAÚJO PAIVA
MAISA EDUARDA VILELA SILVA
MARIA SIMONE BARBALHO MESQUITA
LILIAN LOPES GONÇALVES VILAS BOAS
UBERLÂNDIA
202
SUMÁRIO
1- INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 4
2- ABUSO SEXUAL NA INFÂNCIA E SUA REPERCUSSÃO NA VIDA ADULTA....6
3- MÉTODOLOGIA .................................................................................................. 10
4- ANÁLISE DOS DADOS ....................................................................................... 11
5- CONCLUSÃO ....................................................................................................... 16
6 - REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.....................................................................18
ANEXO I.................................................................................................................... 20
ANEXO II................................................................................................................... 21
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1- INTRODUÇÃO
Pode-se dizer que atualmente a infância tem sido evidenciada como uma fase
muito importante, na construção da formação do adulto pertencente a uma sociedade,
mediante a qual conforme a história vivenciada, muitas serão as repercussões na vida
adulta tanto positivas quanto negativas. A fase de 0 a 6 anos, é considerada a primeira
infância, onde o “papel dessa época da vida no desenvolvimento mental, emocional,
de aprendizagem e de socialização da criança talvez seja tão ou mais importante que
a evolução física e neurológica.”(FERRAZ, 2019).
Para Carvalho(2019), a segurança é algo fundamental nessa construção onde
a criança sendo um ser em formação dependerá totalmente de um adulto que propicie
toda nutrição necessária e segura, onde diz:
abuso sexual passam após a situação abusiva pelo Transtorno de Estresse Pós-
Traumático (TEPT).”(ANJOS, 2021, pg.10).
Esses traumas afetam o desenvolvimento da criança de todas as ordens, tanto físicas
quanto psicológicas e desestabilizando todo funcionamento saudável da v.
3- MÉTODOLOGIA
Em relação a análise dos dados foi veirificado que na prática clínica é possível
identificar a associação de abusos sexuais infantis e o desenvolvimento de vários tipos
de transtornos desencadeados na fase adulta, inclusive o transtorno de humor, assim
como afirma Figueiredo et all (2013) que “Eventos estressores traumáticos na infância
ocorrem comumente em situações de maus-tratos e estão associados a prejuízos
psicológicos e a transtornos mentais, entre eles os transtornos do
humor.”(FIGUEIREDO, et al, 2013, p.480).
Mediante aos eventos traumáticos relativos aos abusos infantis, considera-se
também as comorbidades psiquiátricas principalmente em relação a personalidade,
considerando que na infância é o período de formação e quando ocorre algum tipo de
trauma, pode ocorrer uma disruptura desencadeando vários tipos de sentimentos,
como culpa, angústia, vazio, sensação grande de abandono, incapacidade de
desenvolver relacionamentos, intolerância às frustrações, autoagressão como
ciclotimia( arrancar os cabelos), se cortar, beliscar em busca de aliviar as dores.
A entrevista realizada com a psiquiatra , juntamente com a pesquisa de
literatura científica deixa claro que pessoas que for am expostas a traumas e maus-
tratos na infância apresentam maiores risco de desenvolver esse transtorno e de
acordo com a médica entrevistada, o mais comum dentre esses transtornos é o
transtorno de personalidade de borderline (TPB), que “é um distúrbio mental
caracterizado por instabilidade na regulação emocional e resulta de uma interação
entre fatores biológicos e psicossociais.” (LANDIN, et all, 2021).
Quanto ao acompanhamento multidisciplinar, a psiquiatra considera
fundamental para a realibiltação da vítma que sofreu abuso, pois através da união de
vários especialistas cada um consegue identificar o melhor tratamento para alcançar
o todo do paciente, desde os químicos, comportamentais, emocionais e outros, onde
através de uma diversidades de problemas a variedade de olhares diferentes trará
cuidados multidisciplinares garantindo melhor reabilitação para uma melhor qualidade
de vida, como descreve Mattar et all (2007):
esse tratamento, mas em número elas são muito maiores até na questão dos próprios
abusos, dos próprios mal tratos, as mulheres são muito mais envolvidas como vítimas.
De acordo com a revista Humanista(2020), o Brasil é considerado com a cultura do
estupro:
No Brasil, um estupro é registrado a cada 8 minutos; 85% das vítimas são
mulheres; em 70% dos casos, a vítima é criança ou vulnerável; quase 84%
dos estupradores são conhecidos das vítimas. Números tristes que
sustentam uma “cultura do estupro” no país. E em cada número, uma
história. A vítima pode ser famosa ou anônima, mas os enredos repetem
marcas que perpassam os perfis de mulheres exploradas, objetificadas e
violentadas desde o nascimento. (CUACOSKI ,2020).
De acordo com a OMS, “um quarto de todos os adultos revela terem sofrido abusos
físicos quando criança, uma em cada cinco mulheres e um em cada treze homens
revelam ter sido abusados sexualmente na infância.” (OMS, 2016).
Uma das questões que foram colocadas como relevantes na entrevista, foi se
o abuso de substâncias é algo comum na vida das vítimas de abuso e conforme os
relatos da Médica entrevistada “A pessoa se fere para acalmar uma dor Psíquica e
Emocional, a busca de fuga dessa realidade tão dolorida ela se faz muito através das
drogas e do álcool para sentir aquela relação de prazer o que demonstra o quanto que
o sofrimento psíquico e emocional é algo difícil de lidar.” Assim Florentino(2015),
descorre que devido aos traumas que são desencadeados dentre eles estão: “redução
na compreensão de papéis mais complexos e dificuldade para resolver problemas
interpessoais; abuso de álcool e outras drogas; disfunções sexuais; disfunções
menstruais e homossexualismo/lesbianismo.” (FLORENTINO, 2015, apud DAY et al,
2003).
Esse é um drama comum onde muitas pessoas se tornam vítimas de abuso sexual e
frequentemente quando ainda são crianças ou adolescentes, elas se entregam para
o álcool e as drogas como sinal de prazer e esquecimento do ocorrido.
Assim podemos observar que o abuso sexual traz consigo um impacto
devastador na vida das vítimas, desde crianças, adolescentes e tembém na vida
adulta, podendo dizer que a realidade foi alterada mentalmente, influenciando suas
reações, impulsos e escolhas para o resto da vida.
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5- CONCLUSÃO
Destaca-se que os traumas na vida adulta pode acarretar sérios prejuízos tanto
ao desenvolvimento da criança, quanto na vida adulta, com repercussões que podem
ser cognitivas, emocionais, comportamentais, físicas e sociais, mas esses prejuízos
vão variar de indivíduo para indivíduo. Em função disso à atenção continuada e
especializada constitui-se um grande desafio aos diversos setores e profissionais que
se deparam com determinada ocorrência, a violência sexual demanda investimentos
na capacitação dos profissionais que lidam, direta ou indiretamente, com crianças,
adolescente e durante vida adulta, pois a dificuldade na identificação da violência
sexual, muitas vezes, está relacionada ao desconhecimento destes profissionais,
embora nem sempre presentes os sintomas e sinais de lesão física são bastante
conclusivos e devem sempre ser pesquisados mais a fundo, afim de destacar a
necessidade do tratamento.
Cabe ressaltar que mesmo que uma criança não apresente sintomas externos
ou aparentes, pode ser que ela esteja com um sofrimento emocional muito grande o
que é ainda mais danoso. Portanto mulheres que foram abusadas sexualmente na
infância guardam uma centralidade subterrânea, na qual se escondem alterações
nocivas a sua vida cotidiana que, para serem apreendidas, necessitam de um olhar
sensível, atento às menores atitudes presentes.
da violência infantil, que abordavam não somente os efeitos psicológicos mas também
outros que prejudicavam o seu desenvolvimento, como a desnutrição e os
comportamentos inadequados. Por esse motivo esse relatório dedicou a fazer um
estudo mais complexo no que diz respeito às consequencias globais da violência na
criança agredida, como algo que se apresentaria relevante a educação punitiva sendo
preciso o conhecimento da legislação e dos meios de proteção legal tornando-se
necessário assistência às vítimas. Além da identificação, essencial para o
conhecimento das características e magnitude do agravo, tornando-se essencial
refletir sobre o atendimento, tratamento e acompanhamento das vítimas e famílias. É
preciso estruturar os serviços de saúde para que se possa oferecer atendimento
terapêutico adequado, numa ampla rede de apoio, a fim de que se possa minimizar
os casos de ocorrência desta.
Isso nos alerta para a necessidade de uma escuta sensível a ser desenvolvida
pela equipe de profissionais para que esta esteja atenta a diversos sinais, sintomas
ou outros mecanismos de defesa, que estão presentes em crianças, adolescente e
adultos que poderão estar associados a vivências de abuso sexual. É necessário
ainda, que hajam profissionais capacitados para identificar os casos de violência
sexual e trabalhar tanto com intervenções preventivas, quanto terapêuticas, para a
superação desta violência por parte da vítima e do grupo familiar como um todo.
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6- REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
CUACOSKI, Stéffany. Cultura do estupro: 85% das vítimas no Brasil são mulheres e
70% dos casos envolvem crianças ou vulneráveis. Revista <Humanista>2020.
Disponível em: <https://www.ufrgs.br/humanista/2020/12/17/cultura-do-estupro-85-
das-vitimas-no-brasil-sao-mulheres-e-70-dos-casos-envolvem-criancas-ou-
vulneraveis/> acesso em 31/10/22.
LANDIN, Carízia Cruz. Igor Carvalho de Aquino Miranda, Isadora Silva de Lira.
Transtorno de Personalidade Boderline como consequência sexual em
crianças. Caderno de Graduação. Ciências biológicas e saúde. 2021. Disponível em
<https://periodicos.set.edu.br/fitsbiosaude/article/view/9495> acesso em 29/10/22.
7- ANEXO I
Entrevista semi-estruturada
1- Na sua prática clínica você consegue associar o trauma infantil com transtornos de
humor na vida adulta?
2-Diante de casos em que há esta associação, também podemos encontrar
comorbidades psiquiátricas?
3-Para auxiliar estes pacientes você vê a necessidade de uma equipe multidisciplinar?
4-O tratamento psiquiátrico associado à psicoterapia pode ser mais eficaz?
5-Durante a pandemia houve um aumento considerável de abuso sexual infantil? Há
uma abordagem diferenciada para estes casos?
6-Com o tratamento psicofarmacológico você percebe melhorias nos pacientes?
7-Os sobreviventes adultos de maus tratos infantis têm sequelas permanentes mesmo
após o rigor do tratamento psicofarmacológico?
8-Qual a psicopatologia mais prevalente nesses adultos que sofreram maus tratos na
infância?
9-Na sua experiência, os prejuízos mentais e físicos são maiores em homens ou em
mulheres?
10-O abuso de substâncias também é comum nestas vítimas?
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8- ANEXO II
Carta de Apresentação
Desde já agradecemos,
Atenciosamente.