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JOANÓPOLIS - SP
2.022
FACULDADE DOM ALBERTO
JOANÓPOLIS - SP
2.022
O TRABALHO DO ASSISTENTE SOCIAL COM AS CRIANÇAS E
ADOLESCENTES VITÍMAS DE VIOLÊNCIA SEXUAL
Declaro que sou autor(a)¹ deste Trabalho de Conclusão de Curso. Declaro também que o mesmo
foi por mim elaborado e integralmente redigido, não tendo sido copiado ou extraído, seja parcial ou
integralmente, de forma ilícita de nenhuma fonte além daquelas públicas consultadas e corretamente
referenciadas ao longo do trabalho ou daqueles cujos dados resultaram de investigações empíricas por
mim realizadas para fins de produção deste trabalho.
Assim, declaro, demonstrando minha plena consciência dos seus efeitos civis, penais e
administrativos, e assumindo total responsabilidade caso se configure o crime de plágio ou violação aos
direitos autorais. (Consulte a 3ª Cláusula, § 4º, do Contrato de Prestação de Serviços).
RESUMO – Este artigo busca analisar o aspecto da violência doméstica e familiar contra a criança e o
adolescente. Muitas vezes, as crianças e os adolescentes se calam e não registram queixa ou denunciam
este tipo de violência, justamente por medo ou por respeitabilidade hierárquica, quando os agressores
são membros de sua família. Então, sentem-se acuadas e não sabem como agir, que atitude tomar. É
nesse aspecto que entra o trabalho do profissional do Serviço Social, que irá prestar os primeiros
atendimentos à criança e adolescente vítimas da violência sexual. É necessário que a atuação dos
assistentes sociais seja efetiva, prática e com certa eficiência, buscando sanar o problema em um
primeiro momento. Portanto, este artigo tem como objetivo justamente analisar o trabalho deste
profissional, em sua área de atuação, bem como os métodos de trabalho. Trata-se de uma pesquisa
doutrinária, onde serão buscadas inovações sobre o tema, fruto de estudo de pesquisadores dos mais
renomados estudiosos sobre o assunto.
ABSTRACT - This article seeks to analyze the aspect of domestic and family violence against children
and adolescents. Often, children and adolescents are silent and do not file a complaint or denounce this
type of violence, precisely out of fear or hierarchical respectability, when the aggressors are members of
their family. So, they feel cornered and don't know how to act, what attitude to take. It is in this aspect that
the work of the Social Service professional comes in, who will provide the first care to children and
adolescents who are victims of sexual violence. It is necessary that the performance of social workers is
effective, practical and with some efficiency, seeking to solve the problem at first. Therefore, this article
aims precisely to analyze the work of this professional, in his area of expertise, as well as the working
methods. This is a doctrinal research, where innovations on the subject will be sought, the result of a
study by researchers of the most renowned scholars on the subject.
KEYWORDS: Child. Adolescent. Sexual Violence. Social Worker. School and Family.
1
ademildefontana@hotmail.com.
1 INTRODUÇÃO
Esta pesquisa tem como tema o “Serviço Social e o Trabalho com Crianças e
Adolescentes vítimas de Violência Sexual”.
O tema está inserido na área de Serviço Social, porém serão necessárias
algumas abordagens essenciais, como conceitos sobre aspectos relevantes para o
presente estudo, a fim de que haja compreensão necessária sobre os aspectos
abordados.
No entanto, o tema é bastante complexo, porém a realidade demonstra que
muitas crianças e adolescentes realmente são vítimas de violência sexual. Tal problema
tem sido considerado um problema de saúde pública em diversos países, inclusive no
Brasil.
Crianças e adolescentes têm que ser protegidos pela sociedade, pois é o futuro
de um país. Objetiva-se um crescimento saudável, para que seres humanos dignos e
honestos possam ser constituídos.
Crianças e adolescentes são considerados prioritários pela legislação brasileira,
tendo a garantia constitucional de que são protegidos e inerentes aos direitos básicos.
No entanto, será que isso realmente está acontecendo? Será que a proteção tem sido
eficiente, conforme o disposto no texto constitucional?
Estes têm que ter um atendimento prioritário, ter o direito ao acesso à educação,
à saúde, e outros direitos básicos de todo cidadão, garantido inclusive pela Lei Maior,
que é a Constituição Federal.
Assim, criança é o ser humano cuja idade compreende do zero aos doze anos.
Adolescente, é o ser humano com idades de doze aos dezoito anos.
Portanto, objetiva-se uma proteção para o ser humano, sujeito de direitos e
obrigações, do zero aos dezoito anos. Aos dezoito anos, o indivíduo atinge a
maioridade civil, nos termos do artigo 5º, do Código Civil Brasileiro.
Diante desta breve explanação, compreende-se que a lei protetiva abrange todos
os indivíduos cuja idade seja inferior aos dezoito anos.
O indivíduo cuja idade seja inferior aos dezoito anos está cheio de planos,
expectativas para a vida. Geralmente, estudando, escolhendo sua profissão. Tem, em
sua família, a sua base moral, sua estrutura psicológica.
Imagina-se, porém, em caso contrário, quando presenciar em seu âmbito familiar
uma ameaça, sente-se mal com as agressões constantes sofridas em seu âmbito
familiar, ou mesmo nas ruas, quando é abordado e agredido constantemente, tendo sua
sexualidade simplesmente invadida.
Em uma época de descobertas, quando está descobrindo seu próprio corpo ou
descobrindo aspectos de sua existência, de sua vida, é agredido, molestado (por
conhecidos ou não).
Como ficaria o psicológico deste jovem? Como este poderia confiar em seu
próximo, ao saber que a sua inconfiabilidade vem de seu próprio lar, onde este teria o
seu respaldo, o seu conforto e o amor necessário para constituí-lo como ser humano?
A maioria destes jovens carrega para o resto de suas vidas os traumas vividos
em suas infâncias e adolescências. Necessitam de tratamento psiquiátrico intensivo em
muitos casos e muitos acabam por se sentir desfigurados moralmente.
Assim, é importante ressaltar estes dois aspectos — o jurídico e o social.
Quando se trata do aspecto jurídico, ressente-se por algo que já ocorreu, determinando
punições para o agressor e proteção à vítima para que não sofra mais agressões.
Porém, abrange o aspecto repressivo da questão.
Já no âmbito social, busca-se um aspecto preventivo, ou seja, tende-se a evitar
que casos assim ocorram, buscando o âmbito social, através de palestras ou
instruções, para que tal caso não ocorra. Visa à proteção da criança e do adolescente
para que estes não sofram agressões sexuais de quem quer que seja.
Portanto, tem por objetivo geral uma análise doutrinária sobre a questão da
violência sexual contra crianças e adolescentes, buscando assuntos práticos da
atualidade, informando como agem os grupos de apoio e a busca da repressão sobre
este tipo de violência.
Assim, para viabilizar, serão utilizadas pesquisas nos mais renomados autores
que disciplinam sobre o assunto, bem como serão buscados dados novos sobre o
assunto através de meios eletrônicos, tais como internet.
1. VIOLÊNCIA SEXUAL CONTRA CRIANÇAS E ADOLESCENTES
A psicanalista suíça Wirtz (1990, apud FELIZARDO et al., 2006) entende que tal
relação independe de duas partes envolvidas, pois uma relação que envolve uma
pessoa adulta e uma criança é uma prática que esta última não tem condições de
consentir.
O adulto se aproveita da relação hierárquica em relação à criança, obrigando a
mesma a cooperar. Assim, o abuso sexual contra crianças e adolescentes, podem ser
equiparados ao estupro. Nesse sentido, “trata-se aqui de uma relação sexual imposta,
mesmo que o momento da violência física não esteja presente” (WIRTZ, 1990, p. 17,
apud FELIZARDO et al., 2006).
Segundo Wirtz (1990, apud FELIZARDO et al., 2006), a criança, que deveria
receber atenção e cuidados dos adultos, é, entretanto, violentada por quem justamente
tem como um modelo e que depende financeira e afetivamente.
Shengold (apud WIRTZ, 1990, apud FELIZARDO et al., 2006) entende que tal
espécie de violência é o “ataque total contra o ser da pessoa”. Assim, a identidade da
criança e do adolescente é diretamente afetada.
O abuso sexual infantil é, portanto, definido como:
Uma ação sexual (ou sexualizada) de um adulto com uma criança, que, pelo
seu desenvolvimento emocional e cognitivo, e pela relação de poder desigual
entre duas gerações, não está em condições de se decidir livremente (HRSG,
1984, p. 69, apud FELIZARDO et al., 2006).
Então, por Childhood (2012), deveria haver mais investimento do Poder Público
para que tal situação pudesse ser resolvida. Trata-se de uma condição insustentável,
onde crianças e adolescentes acabam sofrendo as consequências.
Tem-se que considerar, também, que os agressores podem ser portadores de
algum distúrbio que os conduz à prática da violência sexual.
A falta de informação é um aspecto a ser considerado. Mesmo jovens vítimas
deste tipo de abuso não registram suas reclamações, o que afeta diretamente as
estatísticas sobre o assunto.
Childood (2012) comenta que abordar temas relativos à sexualidade é algo
complexo. Ainda existe um tabu quanto a isto, ou seja, muitos relutam em discutir, falar
sobre o tema. Talvez se sintam envergonhados, inibidos por relatar que sofreram abuso
sexual de alguém conhecido, muito próximo destas vítimas.
A dependência dos agressores também é outra questão que os impedem de
relatar o que realmente está acontecendo. Assim, pais ou responsáveis, por exemplo,
agressores destes menores, são responsáveis pelo orçamento familiar. Uma prisão do
agente ativo, neste caso, importa em uma redução às condições de vida, que
normalmente já é precária.
Graça Gadelha (apud CHILDHOOD, 2012), afirma que por outro lado, crianças e
adolescentes, vítimas de violência sexual, são atendidos por médicos, psicólogos ou
psiquiatras, fazendo com que a notificação não chegue ao Sistema de Garantia de
Direitos, o que é prejudicial às estatísticas.
Já os fatores culturais são de extrema importância quando se fala em violência
sexual contra crianças e adolescentes. Assim, em uma sociedade em que a mulher é
vista como objeto, em uma cultura extremamente machista, é comum que ocorra tal
prática. As vítimas, inclusive, podem ser meninos, cujos agressores podem ser tanto
homens como mulheres.
Tais casos são menos denunciados, pois há um enorme constrangimento. Muito
se espera de políticas públicas ou projetos para atender estes meninos. Há a
dificuldade para o encaminhamento de vítimas do sexo masculino.
CONCLUSÃO
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
SOUZA, Edinilsa Ramos de; JORGE, Maria Helena Prado de Mello. Impacto da
Violência na Infância e Adolescência Brasileiras: Magnitude da Morbimortalidade.
Disponível em:
http://bibliotecadigital.puc-campinas.edu.br/services/e-books-MS/06_0315_M.pdf#page=
29. Acesso em: 11 Agost. 2022.
WORLD HEALTH ORGANIZATION. (Organização Mundial da Saúde). Documentos e
publicações da Organização Mundial da Saúde. Geneva, 2003. Disponível em
http://www.who.int/topics/child_abuse/en/. Acesso em: 11 agost. 2018.