A IMPORTÂNCIA

DA EDUCAÇÃO
SEXUAL.

INSTRUÇÃO É SEGURANÇA.
 3 APRESENTAÇÃO
4 O QUE É?
6 COMO EVITAR?
7 COMO IDENTIFICAR
12 O QUE FAZER?
SUMÁRIO

AUTORIA:
CLARISSA ROCHA
GUSTAVO SALGUEIRO
JOÃO PEDRO VIEIRA
LUARA OLIVEIRA
MARIA ROSA CELLA

02
 APRESENTAÇÃO

ESTA CARTILHA FOI DESENVOLVIDA PARA SERVIR DE

INSTRUMENTO DE CONSCIENTIZAÇÃO SOBRE A
IMPORTÂNCIA DA EDUCAÇÃO SEXUAL NA INFÂNCIA (NÃO SÓ
PARA AS CRIANÇAS, MAS PARA OS PAIS TAMBÉM), COMO
MÉTODO PARA O ENFRENTAMENTO DE QUADROS DE ABUSO
SEXUAL. NOSSA IDEIA É DESTACAR A EDUCAÇÃO SEXUAL
COMO FERRAMENTA ESSENCIAL NA PROMOÇÃO DE
AUTOCONHECIMENTO SOBRE SEUS CORPOS E OS LIMITES
QUE DEVEM SER IMPOSTOS PARA COM OS MESMOS,
CONSTITUINDO, ASSIM, UMA EFETIVA ESTRATÉGIA DE
EMPODERAMENTO DAS CRIANÇAS. RESSALTAMOS TAMBÉM
QUE OS PAIS, COMO PRINCIPAIS REFERÊNCIAS DAS
CRIANÇAS, EXERCEM UM PAPEL CENTRAL NO COMBATE AO
ABUSO SEXUAL, UMA VEZ QUE O DIÁLOGO E A ESCUTA
ATIVA SÃO ALIADOS FUNDAMENTAIS PARA A DETECÇÃO DE
TODO E QUALQUER TIPO DE VIOLÊNCIA PARA COM OS
FILHOS.

SENDO ASSIM, APRESENTAMOS AQUI ALGUNS

PONTOS ESSENCIAIS PARA A COMPREENSÃO DA
IMPORTÂNCIA DA EDUCAÇÃO SEXUAL E
ESTRATÉGIAS PARA A PROTEÇÃO DOS FILHOS, COM
DICAS PARA QUE VOCÊ POSSA DETECTAR OS
SINAIS DE ABUSO E MANEIRAS PARA SE
COMUNICAR COM SEU FILHO, ESTREITANDO O
VÍNCULO DE CONFIANÇA ENTRE VOCÊS DOIS. ALÉM
DISSO PROPOMOS ALGUMAS ATIVIDADES PARA
AJUDAR VOCÊ (PAI, MÃE OU TUTOR) A
TRANSFORMAR O SEU FILHO EM UMA CRIANÇA
SUPER EMPODERADA!!

Vamos lá?
03
O QUE É EDUCAÇÃO
SEXUAL, AFINAL?

É, primeiramente, convidar a criança para

conhecer o seu corpo e enxerga-lo com carinho e
cuidado.

É mostrar à criança que seu corpo é um bem

precioso a ser cuidado e preservado de qualquer
ameaça ou pessoa que está a sua volta, ensinando-
a a detectar comportamentos que representem um
possível perigo a si mesmas.

É promover um empoderamento de seu corpo,

incentivando-as a estabelecerem limites claros e,
principalmente, a dizer “NÃO” quando se sentirem
desconfortáveis.

É convidar toda a sociedade a participar da luta

contra o abuso sexual de menores, promovendo
ações que envolvam todas as partes que fazem
parte da vida das crianças (assim como a escola,
os pais, familiares e amigos) para a prevenção de
abusos contra as mesmas.

04
Direitos das
crianças
De acordo com a Lei 13.431/2017, presente no Estatuto da Criança e do
Adolescente (ECA):
Art. 1º Esta Lei normatiza e organiza o sistema de garantia de direitos da
criança e do adolescente vítima ou testemunha de violência, cria
mecanismos para prevenir e coibir a violência, nos termos do art. 227 da
Constituição Federal , da Convenção sobre os Direitos da Criança e seus
protocolos adicionais, da Resolução nº 20/2005 do Conselho Econômico e
Social das Nações Unidas e de outros diplomas internacionais, e estabelece
medidas de assistência e proteção à criança e ao adolescente em situação
de violência.

Art. 2° A criança e o adolescente gozam dos direitos fundamentais

inerentes à pessoa humana, sendo-lhes asseguradas a proteção integral e
as oportunidades e facilidades para viver sem violência e preservar sua
saúde física e mental e seu desenvolvimento moral, intelectual e social, e
gozam de direitos específicos à sua condição de vítima ou testemunha.

É de extrema importância conhecer e ensinar

às crianças sobre a legislação que as protegem
para que possam, de fato, se sentir cidadãos de
primeira classe, dignos de direitos e reivindicar
o tratamento imposto por lei. Esta é uma
ferramenta essencial para o empoderamento
das crianças, uma vez que saberão que o
Estado não admite nenhum tipo de violência
contra as mesmas, portanto, devem fazer o
mesmo.

05
 COMO EVITAR O ABUSO
SEXUAL DE CRIANÇAS E
ADOLESCENTES;
1. Fale para eles/elas sobre as agressões
sexuais:
Discorra sobre a existência de abusos
sexuais e de como estes acontecem,
estabeleça regras de segurança em função
ao corpo deles e crie uma naturalidade em
falar desse assunto, se tiver dificuldades
para falar do assunto busque informação
com professores, médicos e psicólogos.
2. Conheça bem as pessoas que tenham
contato com a criança/adolescente;
Peça que outro adulto responsável e
confiável os cuide quando você mesmo/a
não possa fazê-lo, acompanhe a rotina do
seu filho por exemplo na escola, curso e
lazer e sempre converse no final do dia
para tal acompanhamento de forma
menos invasiva possível.

3. Autocuidado:
Ensine seus filhos/as a zelar por sua própria segurança, não aceitar dinheiro de
estranhos ou qualquer coisa ligada a eles, diga-lhes o que podem fazer se alguém se
aproxima. Se uma pessoa fica olhando para eles/as ou os toca de uma forma que não
gostam, devem contar para você o quanto antes. Diga-lhes que podem confiar em você,
pois sempre vai acreditar neles e protegê-los. Explique- lhes também que no caso de
você não estar presente, que busquem a ajuda de uma pessoa mais velha
imediatamente quando um adulto os faça sentir incômodos ou os assustar. Nessas
situações, também é oportuno chamar a atenção, gritar e criar um escândalo.

4. Ninguém pode tocá-los intimamente; 5. Internet:

Importante sempre ensinar aos seus
filhos/a uma educação sobre se sentir
confortável nas situações sociais por
exemplo, é normatizado que em festas de
família aconteça de ter uma conformação
obrigatória por pressão dos pais aos filhos
para aceitar carícias de familiares mesmo
que eu filho ou filha se sinta constrangido
ou até mesmo abusado.
É de extrema importância sempre
discorrer sobre o uso da internet de forma
saudável para a segurança deles, sempre
conversar que não se deve confiar em
todos pela internet e conscientizar que
passar informações pessoais ou sair com
pessoas que não conhecem pessoalmente
nem eles nem os pais ou responsáveis
poderá expor eles há um perigo.

6. Atente a supervisão
Sempre reafirmar que eles deverão contatar algum
adulto de confiança se acaso forem tocados de forma
inadequada ou se sentirem violentados e constrangidos
pelo bem da segurança destes, no caso de crianças
menores sempre se atentar aonde eles vão e sempre
deixe aonde vocês possam ter confiança e vê-los depois
basta um momento para que uma criança seja agredida
sexualmente.
06
3.
COMO IDENTIFICAR
SINAIS DE ABUSO
SEXUAL
As crianças sempre acham uma forma de demonstrar
que algo está errado e precisamos estar sempre
atentos a esses sinais. Quanto mais cedo
percebermos o que está errado, mais rápido
acabaremos com essa situação, colocando fim ao que
causa sofrimento àquela criança e evitando maiores
danos a curto e longo prazo.

07
3.1 SINAIS PSICOLÓGICOS

“A experiência do abuso sexual pode afetar o desenvolvimento cognitivo, afetivo e

social de crianças de diferentes formas e intensidade. Os diversos fatores associados
ao abuso também devem ser considerados, visto que contribuem para o
desenvolvimento de consequências psicológicas severas para a criança, que se não
tratadas podem se perpetuar por toda a vida” (Cogo et Al., 2011).

Os sinais psicológicos são divididos em 3 grupos: alterações

comportamentais, cognitivas e emocionais.

Alterações comportamentais

Conduta hipersexualizada (Toque constante e

Alterações de humor
persistente dos órgãos genitais, masturbação
compulsiva em público, grande carga de (oscilação entre estado de
curiosidade sexual, introdução de objetos nos timidez e extroversão)
órgãos genitais)

Fuga do lar Isolamento social

Representações de órgãos genitais Mudanças no padrão de sono e

com características muito específicas alimentação
que ultrapassam a capacidade de sua
faixa etária
Comportamentos agressivos
contra familiares e irmãos
Retorno a comportamentos infantis como
choro descontrolado, sucção de dedos da
mão e enurese (urinar-se involuntariamente) Preocupação excessiva em
agradar a todos

Comportamentos autodestrutivos
(tentativa de se machucar e/ou de
Ansiedade perante temas
cometer suicídio)
relacionados ao sexo

Comportamentos tensos (a
criança encontra-se sempre
em estado de alerta)

08
 Alterações emocionais Alterações cognitivas

Sentimentos de medo e/ou pânico (do Baixa concentração e atenção

escuro, de alguma determinada
pessoa ou de algum local específico)
Dissociação na forma de
apresentação de
Sensação de desconforto e desagrado personalidades múltiplas
relacionada a determinado lugar

Refúgio na fantasia
Vergonha excessiva
Baixo rendimento escolar

Sentimento de culpa
Crenças distorcidas (percepção
de culpa por ter sido abusada,
Ansiedade generalizada desconfiança, percepção de
inadequação e inferioridade)

Tristeza, abatimento profundo

Raiva

Irritabilidade

09
Fonte: Guia Escolar - IDENTIFICAÇÃO DE SINAIS DE ABUSO E EXPLORAÇÃO SEXUAL DE CRIANÇAS E ADOLESCENTES
 3.2 OS SINAIS FÍSICOS OU
MATERIAIS
Fonte :Guia Escolar - IDENTIFICAÇÃO DE SINAIS DE ABUSO E EXPLORAÇÃO SEXUAL DE CRIANÇAS E
ADOLESCENTES

Crianças e adolescentes “avisam”, de diversas maneiras, que estão vivenciando situações de maus-tratos e abuso sexual,
quase sempre de forma não verbal, portanto a observação desses sinais é essencial.

Enfermidades sem aparente causa clínica, como Roupas rasgadas, danificadas sem razão
dores de cabeça e vômitos. aparente,

IST's, infecções urinárias, muita coceira, odores ou

Gravidez precoce ou aborto.
corrimento na área genital.

Dificuldades de engolir ou vômitos, causados por Ganho ou perca de peso, visando afetar a
inflamações no trato oral. atratividade do autor.

Dor, inchaço ou lesões na área genital, a ponto de Traumatismos físicos ou lesões corporais
causar dificuldade de caminhar ou sentar. causadas pelo uso de violência física.

Canais vaginais ou anais alargados, hímen

rompido, pênis ou reto inchados.

Baixo controle do esfincter, constipação ou

incontinência fecal.

Semêm nas roupas, genitais, roupas de cama,

tapetes, carpetes e etc.

10
11
O QUE
FAZER?

Uma vez que existe uma

desconfiança ou uma certeza do
que se passa com a criaça ou o
adolescente, vamos ao próximo
passo: que caminho tomar?

12
PRIMEIRO PASSO

como tratar a criança e

adolescente que sofreu
abuso?

Paciência e escuta são as palavras chave. O

abuso sexual tem raízes profundas na cabeça
de uma criança e adolescente, é uma
experiencia de imenso sofrimento, o papel do
responsável é assegurar que a vitima está
segura, e prover de meios para que aqueles
traumas sejam processados da forma mais
saudável possível. Grupos de apoio psicológico
gratuitos, formas de terapia convencionais ou
alternativas, são caminhos possíveis.

Leve a sério o que a criança ou adolescente

relata, a violência sexual na maioria das vezes
vem acompanhada de manipulação vinda do
abusador. Não pressione a vítima, culpa é um
sentimento comum entre vítimas de abuso
sexual, portanto, o ato de falar sobre é muito
difícil e é necessária a paciência de quem
escuta, fale de forma clara e crie um ambiente
de compreenção e não de inquisição, ela é a
vítima.

13
 COMO DENUNCIAR?

A primeira medida é procurar

uma delegacia de polícia ou o
conselho tutelar.

se não existir conselho tutelar na sua

cidade, busque diretamente a
delegacia de polícia

outra opção é o disque 100, a

ouvidoria nacional de direitos
humanos ou o aplicativo
Proteja Brasil

Art. 13 do Estatuto da Criança e do Adolescente:

Os casos de suspeita ou confirmação de maus-
tratos contra criança ou adolescente serão
obrigatoriamente comunicados ao Conselho
Tutelar da respectiva localidade, sem prejuízo de
outras providências legais

14
COMO FUNCIONA O
PROCESSO DE DENUNCIA
LEI Nº 13.431, DE 4 DE ABRIL DE 2017.

O registro do Boletim de
Ocorrência.
esse é o momento de entrada
na denuncia, é o primeiro
movimento necessário

Ida ao Instituto Médico

legal

Ali duas provas são geradas: laudo pericial

e prova testemunhal. É importante que a
vitima não tome banho ou lave as roupas
depois do ocorrido, desta forma mais
provas são preservadas para a análise.

Aplicação de medidas de
proteção a vítima.

Cabe ao conselho tutelar, ou na ausência deste, ao juiz,

aplicar as medidas de proteção à criança e adolescente.
Entre as medidas estão: o afastamento do agressor, se é
uma pessoa que mora na mesma casa que a vítima, então a
criança ou adolescente precisa ser abrigada em outro local
ou encaminhada para serviço psicológico.

15
Apuração dos fatos.

Ela começa pela denúncia. Ali são

recolhidos os depoimentos da vítima, de
possíveis testemunhas e do acusado.

Relatório ao Ministério
Público

Depois das provas e depoimentos reunidos, o

delegado faz um relatório e envia para o
Ministério Público, lá ele será analisado e se for
determinado indícios substancias de violência o
caso é enviado para vara de justiça comum.

Abuso sexual é crime

DISQUE 100
Denuncie.

16