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GRUPO EDUCACIONAL CEUMA

CENTRO UNIVERSITÁRIO METROPOLITANO DA AMAZÔNIA


CURSO DE PSICOLOGIA

HUGO LEONARDO GONÇALVES CARDOSO

KAIO REIS SAITO

MARCELA VIEIRA PASTANA

MARIA EDUARDA MORAES NAVARRO

CONSEQUÊNCIAS OCASIONADAS NO DESENVOLVIMENTO


BIOPSICOSSOCIAL INFANTIL DECORRENTES DO ABUSO SEXUAL
INTRAFAMILIAR: UMA ANÁLISE A PARTIR DA PERSPECTIVA DOS AGENTES
DE SAÚDE

BELÉM–PA
2023
HUGO LEONARDO GONÇALVES CARDOSO

KAIO REIS SAITO

MARCELA VIEIRA PASTANA

MARIA EDUARDA MORAES NAVARRO

CONSEQUÊNCIAS OCASIONADAS NO DESENVOLVIMENTO


BIOPSICOSSOCIAL INFANTIL DECORRENTES DO ABUSO SEXUAL
INTRAFAMILIAR: UMA ANÁLISE A PARTIR DA PERSPECTIVA DOS AGENTES
DE SAÚDE

Projeto de pesquisa apresentado ao Centro


Universitário Metropolitano da Amazônia como
pré-requisito para a 2ª Avaliação Regimental de
Práticas Integrativas IV do Curso de Psicologia.
Orientadora: Prof.ª Drª Roberta Flores Bentes
Bayma. Tutor Prof. Dr. Leonardo Fabiano de
Souza Malcher.

BELÉM–PA
2023
SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO............................................................................................................................4

1.1 Justificativa.....................................................................................................................................6

2. OBJETIVOS.................................................................................................................................8

2.1 Geral............................................................................................................................................8

2.2 Específicos...................................................................................................................................8

3. REFERENCIAL TEÓRICO.......................................................................................................9

4. QUESTÕES ÉTICAS.................................................................................................................10

5. MÉTODO....................................................................................................................................10

5.1 Procedimento técnico...............................................................................................................10

5.2 População e amostra.................................................................................................................11

5.3 Técnica de pesquisa..................................................................................................................11

6. Cronograma................................................................................................................................13

REFERÊNCIAS.................................................................................................................................14

APÊNDICE - QUESTIONÁRIO.......................................................................................................16
1. INTRODUÇÃO
O desenvolvimento humano (DH) é um campo de estudo acerca dos processos de
transformações ao longo de todo o ciclo da vida humana que desperta muito interesse e é
amplamente discutido por diversos autores através de diferentes linhas teóricas. Nesse viés
pode-se citar as teorias psicanalíticas, que incluem as teorias psicossexual de Freud,
psicossocial de Erik Erikson e teorias da aprendizagem, como a de Vygotsky, Piaget e
Skinner que abrangem não só a psicologia, como também a medicina, a biologia, a
antropologia, a sociologia, a pedagogia, entre outras áreas do conhecimento (FELDMAN;
PAPALIA, 2013).
Apesar de haver diferentes perspectivas, os autores reconhecem, de modo geral, que o
desenvolvimento humano é um processo que dura a vida toda – um conceito conhecido como
desenvolvimento do ciclo de vida, tendo início desde os primeiros estágios da gestação, em
que juntamente com a infância, determinam fatores que se estabelecem ao longo da vida
(FELDMAN; PAPALIA, 2013).
É importante ressaltar que o DH deve ser visto de maneira integral, compreendendo as
nuances da criança, suas características e necessidades, bem como as condições ambientais
em que ela está inserida. O DH é um processo que envolve aspectos biopsicossociais
imprescindíveis para uma compreensão holística do DH. Desse modo, a infância se torna uma
das etapas primordiais, em que se estabelecem aspectos fundamentais que influenciarão
diretamente o restante desse processo de constante desenvolvimento (FELDMAN; PAPALIA,
2013).
Acerca das teorias do desenvolvimento humano, vale ressaltar uma breve
contextualização. As teorias psicanalíticas do desenvolvimento iniciam a partir dos trabalhos
de Sigmund Freud (1856-1939), fundador da psicanálise, para ele o desenvolvimento infantil
ocorre através de estágios denominados de psicossexuais, os quais influenciam a formação da
personalidade e constituem o id, ego e superego do indivíduo. Tal teoria considera a
sexualidade como algo primordial no entendimento da vida psíquica, em que a função sexual
acompanha o indivíduo desde o início da vida e não só na adolescência.
Ainda dentro das teorias psicanalíticas, há a concepção de Erikson acerca do
desenvolvimento psicossocial, para o autor os aspectos sociais e históricos eram fundamentais
para o desenvolvimento da personalidade, ganhando maior destaque na sua teoria, ao
contrário de Freud, que se restringia aos aspectos da sexualidade. Os estágios definidos por

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Erikson eram marcados por conflitos, e a experiência vivida durante o momento de crise
proporcionava novas capacidades e desenvolvimento do indivíduo.
Vale destacar que no primeiro estágio a criança busca estabelecer as primeiras relações
seguras e confiáveis com seus familiares ou cuidadores, justamente por ser um período de
vulnerabilidade. Portanto, quando essa relação é insatisfatória a criança desenvolve uma
percepção negativa acerca do mundo que afetará as suas futuras relações, sua autoestima e
consequentemente seu desenvolvimento (ERIKSON, 1998). Ao considerar a perspectiva de
Erikson (1998), uma questão importante para se discutir é o abuso sexual infantil, em
destaque o intrafamiliar e os impactos que isso pode trazer ao desenvolvimento da criança.
Diferentemente do pensamento de Erikson, no período da Idade Média não existia a
concepção de fragilidade acerca da infância, o que considera que deixava a criança em uma
situação vulnerável, como um alvo de maus-tratos psicológicos, físicos e até mesmo exposta a
investidas sexuais por parte dos adultos que participavam do seu convívio diário. A partir do
Renascimento ocorreram transformações sobre a concepção de criança, e consequentemente a
percepção sobre o abuso sexual infantil, que posteriormente passou a ser alvo de discussão
(OLIVEIRA, 2006).
Para compreender melhor a problemática do abuso sexual, a Lei n° 12.845, de 2013 o
define como qualquer forma de atividade sexual não consentida, compreende uma série de
situações como a manipulação da genitália, a pornografia, o exibicionismo, o assédio sexual,
o estupro, o incesto e a exploração infantil. Além disso, Organização Mundial da Saúde
(OMS) esclarece que a coerção pode ocorrer de diversas formas, tanto fisicamente, quanto
sem contato físico e por meio de diferentes graus de força, intimidação psicológica, extorsão e
ameaças. (UNIC RIO DE JANEIRO, 2018)
Atualmente, a questão do abuso sexual infantil no Brasil também é discutida por
órgãos específicos direcionados ao cuidado infanto-juvenil, como o Estatuto da Criança e do
Adolescente (ECA), o qual prevê no Artigo 5° da lei 8.069 de 13 de julho de 1990 que
“nenhuma criança ou adolescente será objeto de qualquer forma de negligência,
discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão, punido na forma da lei qualquer
atentado, por ação ou omissão, aos seus direitos fundamentais” (CASTRO; MACEDO, 2019,
p. 1220 APUD BRASIL, 1990). Além disso, o dia 18 de novembro foi estabelecido pela ONU
como dia mundial para a prevenção e cura da exploração, abuso e violência sexual infantil.
(ONU NEWS, 2022).

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A partir da definição citada anteriormente, é importante destacar que o abuso sexual
ocorre de diversas maneiras e em diferentes contextos. Em relação ao contexto, pode ser
denominado de intrafamiliar compreendido como todo tipo de relação de abuso ou violência
praticado no contexto familiar. Esse cenário é um problema social grave e recorrente que
precisa ser estudado e solucionado devido ao seu impacto nas condições de vida e de saúde da
população, especialmente por ocorrer durante a infância, antes do completo crescimento e
desenvolvimento humano (MARTINS; PRATA; PARRA, 2018).
Levando em consideração as questões anteriormente discutidas neste artigo, pode-se
inferir que o abuso sexual intrafamiliar tem potencial de ser danoso para o desenvolvimento
infantil de modo geral. Acerca disso, é possível destacar as sequelas físicas do abuso sexual
infantil: lesões físicas gerais; lesões genitais; lesões anais; gestação, infecções sexualmente
transmissíveis; hematomas; contusões e fraturas (FLORENTINO, 2015).
Além disso, é possível destacar os sintomas psicológicos mais comuns: depressão,
ansiedade, Transtorno de Estresse Pós-Traumático (TEPT), hiperatividade, déficit de atenção,
sequelas emocionais, afetivas, psicológicas, sociais e comportamentais (MARTINS; PRATA;
PARRA, 2018).
Quanto a consequências a nível social, é possível apontar que o desenvolvimento das
relações e a socialização da criança serão afetadas. Em destaque, Comportamento sexual
inapropriado, baixa autoestima, sentimentos de desamparo, ódio e medo, relações
interpessoais disruptivas, tendências suicidas, isolamento, fugas de casa, dificuldade de
confiar no outro e estabelecer relações interpessoais (BORGES; DELL’AGLIO, 2008).
Em relação ao abuso sexual infantil ser uma problemática de saúde pública que ocorre
no mundo inteiro, no Brasil, a identificação dos sinais e sintomas do abuso ainda são um
desafio que requer o apoio de uma equipe de profissionais da saúde especialmente composta
por psicólogos e assistentes sociais. De acordo com o Estatuto da Criança e do Adolescente
(ECA) Lei n° 8.069, de 13/7/90, os profissionais da saúde devem assumir responsabilidade
legal perante a notificação da violência. (LIMA et al. 2011).
Entre as principais atribuições dos agentes de saúde, estão: acolhida e a escuta
qualificada visitas domiciliares, atendimento sócio familiar, acompanhamento individual e
familiar e encaminhamentos para os serviços, programas e projetos oferecidos pelo governo
federal, estadual e municipal. (IGARAÇU DO TIETÊ, 2021).

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1.1 JUSTIFICATIVA
A discussão acerca do desenvolvimento humano tem tido diversos desdobramentos na
atualidade, demonstrando a fragilidade da infância e quanto os aspectos biopsicossociais
podem influenciar no seu desenvolvimento. Nesse âmbito, as discussões sobre o abuso sexual
e suas consequências vem ganhando cada vez mais destaque entre estudiosos, os quais partem
do princípio de que essa é uma problemática de saúde pública a nível mundial, entretanto,
ainda existe uma grande dificuldade no quesito de prevenção e combate a esse tipo de
violência.
De acordo com o Panorama da Violência Letal e Sexual contra Crianças e
Adolescentes no Brasil, lançado pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) e
pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP), a cada 15 minutos uma criança sofre
violência sexual no Brasil (UNICEF, 2020). Portanto, é evidente que o abuso sexual infantil,
principalmente o intrafamiliar, que caracteriza mais de 70% dos casos, de acordo com a
delegada Regina Brito da Delegacia Especializada de Proteção à Criança e ao Adolescente
(AGÊNCIA BRASIL, 2019), é uma problemática social gravíssima que pode gerar
consequências irreparáveis para a vítima, pois afeta diretamente o seu desenvolvimento.
Observando que há necessidade de estudos mais aprofundados sobre as consequências
a nível de sinais e sintomas biopsicossociais que essa violência acarreta as crianças, o presente
trabalho propõe-se a questionar, a partir da perspectiva dos agentes de saúde, sobre os
impactos que essa situação gera no desenvolvimento biopsicossocial infantil e levantar a
frequência com que determinados sinais e sintomas acarretados por essa violência são
expressos no público infantil no município de Barcarena-PA.

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2. OBJETIVOS
2.1 GERAL
Analisar as consequências ocasionadas no desenvolvimento biopsicossocial infantil
em decorrência do abuso sexual intrafamiliar a partir da perspectiva dos agentes de saúde que
atuam no CREAS Henrica de Nazaré, no município de Barcarena.

2.2 ESPECÍFICOS
 Analisar os sinais e sintomas biopsicossociais decorrentes do abuso sexual infantil
intrafamiliar que são observados com maior frequência pelos Agentes de saúde do
CREAS Henrica de Nazaré
 Levantar dados estatísticos acerca dos sinais e sintomas biopsicossociais mais
frequentes decorrentes do abuso sexual infantil intrafamiliar em Barcarena-PA.

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3. REFERENCIAL TEÓRICO
O desenvolvimento humano é estudado através de diferentes perspectivas e
abordagens, em que as teorias psicanalíticas podem ser consideradas um ponto de partida nos
estudos acerca do tema, que surgiram com os trabalhos de Sigmund Freud (1856-1939),
grande fundador da psicanálise e influenciador de várias teorias que surgiram posteriormente
acerca do tema, sejam elas complementando ou discordando de suas ideias . Para Freud
(1999), o ponto central do desenvolvimento é a sexualidade, que ocorre através de estágios
denominados de psicossexuais.
Influenciado pelos trabalhos de Freud, Erik Erikson discute o desenvolvimento através
de uma nova perspectiva, a teoria psicossocial. Para Erikson (1998), os aspectos sociais e
históricos são essenciais para o desenvolvimento humano, ao contrário do que foi proposto
por Freud, que se direciona exclusivamente aos aspectos da sexualidade. Além disso, Erikson
defende que os estágios do desenvolvimento se prolongam até o final da vida, enquanto Freud
afirma em sua teoria que o desenvolvimento duraria apenas até a adolescência.
Vale acrescentar que o desenvolvimento humano também foi discutido a partir de
teorias da aprendizagem, propostas por Vygotsky e Piaget. Para eles, a criança construía suas
funções psicológicas a partir do contato social, acreditando que o conhecimento é
desenvolvido de forma compartilhada. Além disso, Vygotsky afirma que é impossível
compreender o desenvolvimento de forma separada da aprendizagem. (FELDMAN;
PAPALIA, 2013).
A discussão do desenvolvimento humano na atualidade é fundamentalmente baseada
nas autoras Papalia e Feldman, no livro “Desenvolvimento Humano”, de 2013, em que
descrevem o ciclo vital, que compreende o desenvolvimento do ser humano do nascimento à
velhice. Ele é composto por estágios ou etapas demarcados por acontecimentos muitas vezes
culturais. Nas palavras de Papalia e Feldman (2013), o ciclo vital classifica-se em oito
períodos: pré-natal (da concepção ao nascimento); primeira infância (do nascimento aos 3
anos de idade); segunda infância (de 3 a 6 anos); terceira infância (de 6 a 11 anos);
adolescência (de 11 a 18 anos); jovem adulto (de 19 a 40 anos); meia-idade (de 41 a 65 anos)
e terceira idade (de 66 anos em diante).
Tendo em vista que a infância é um período crítico do desenvolvimento humano,
violências como o abuso sexual que como aponta Platt et al (2018), autores referencias na
discussão do abuso sexual infantil, é tido como um significativo fator de risco para diversos

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problemas de saúde na infância e consequentemente na vida adulta, que geram efeitos
negativos na saúde física e psicológica das vítimas afetadas.
Em relação a situação do abuso sexual em seus diversos contextos, vale destacar um
trecho da obra de Martins; prata; parra, (2018, p.03), acerca do abuso sexual intrafamiliar e
suas consequências:
Falar de um contexto amplo como o da violência intrafamiliar é uma experiência
que costuma ter uma série de repercussões, pois nessas situações, não é apenas a
pessoa agredida que sofre, mas todos os membros da família que convivem direta ou
indiretamente com a violência. As consequências sofridas pela convivência em
contextos familiares violentos podem ser diversas e podem apresentar-se de
diferentes formas (MARTINS; PRATA; PARRA, 2018, p.03).
Ademais o mesmo autor discute sobre as consequências que o abuso sexual pode
trazer as vítimas, incluindo “psicopatologias, dificuldades em relacionamentos sociais,
transtornos de comportamento, cometimento de atos infracionais e envolvimento em
relacionamentos íntimos violentos na vida adulta” (MARTINS; PRATA; PARRA, 2018,
p.03).

4. QUESTÕES ÉTICAS
A presente pesquisa está devidamente fundamentada nos aspectos éticos de pesquisas
realizadas com seres humanos fomentados pelo desenvolvimento da ciência e tecnologia.
Como estabelecidos pelas resoluções Nº 466, de 12 de dezembro de 2012, e Nº 510, de 07 de
abril de 2016, estes aspectos implicam o respeito pela dignidade humana, pela liberdade e
autonomia dos participantes da pesquisa, assim como aos direitos humanos.
Além disso, o projeto será submetido à avaliação pelo Comitê de Ética em Pesquisa
(CEP) e pelo Conselho Nacional de Ética em Pesquisa (CONEP), através da Plataforma Brasil
que pode ser definida como uma base nacional que possibilita o acompanhamento de
pesquisas indo desde sua submissão até o momento de sua validação (GOV.BR, 2020).

5. MÉTODO
5.1 Procedimento técnico
O presente projeto consiste em uma pesquisa de campo, que segundo Kevin Spink
(2003) é definida como um tipo de pesquisa, na qual o pesquisador vai ao campo para coletar
os dados que serão posteriormente analisados através de variados métodos para coleta e
análise. A pesquisa será fundamentada em uma abordagem mista de pesquisa, ou seja, em que

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há integração dos métodos quantitativo e qualitativo, mantendo as suas estruturas e
procedimentos originais, com o objetivo de obter informações mais abrangentes acerca do
fenômeno destacado. (MARCONI; LAKATOS 2022).

5.2 População e amostra


Para observar os aspectos mencionados através da perspectiva dos agentes de saúde, a
população escolhida para a pesquisa serão os agentes de saúde do CREAS (Centro Referencia
Especializado de Assistência Social) do município de Barcarena, no estado do Pará, visto que
um dos pesquisadores reside neste município, favorecendo o contato com os profissionais,
além de ter um fácil acesso e conhecimento sobre a região escolhida para a pesquisa.
Ademais, a amostra adotada será de três psicólogos e cinco assistentes sociais que atuam
diretamente no CREAS Henrica de Nazaré em Barcarena, levando em consideração que
atualmente existem quatro psicólogos e sete assistentes sociais ativos no CREAS de
Barcarena e seria inviável ocupar a totalidade dos funcionários, pois poderia causar
transtornos no funcionamento efetivo do CREAS.

5.3 Técnica de pesquisa


A técnica adotada na pesquisa para coleta de dados será a de questionários que serão
aplicados na amostra após o estabelecimento prévio do “RAPPORT”, com o intuito de
esclarecer os objetivos da pesquisa, introduzir o tema, assim como estabelecer uma boa
relação com os profissionais nesse primeiro contato. O RAPPORT segundo Hutz et al. (2016)
é um momento no qual pode ocorrer o estabelecimento de uma boa relação, acontecendo logo
no primeiro contato, o qual ocorre a apresentação de nomes, papeis e objetivos. Os
questionários, segundo Roston (2000, APUD PARASURAMAN, 1991) é tão somente um
conjunto de questões, feito para gerar os dados necessários para se atingir os objetivos do
projeto.

Em primeiro momento, será agendada uma única reunião com os agentes de saúde
através do contato administrativo do CREAS Henrica de Nazaré, a partir disso, os
pesquisadores irão se direcionar ao município de Barcarena por meio da Lancha que parte do
Porto Amazonat em Belém, no Ver-O-Peso, e chega no Terminal Hidroviário de Barcarena.
Após a chegada em Barcarena, o direcionamento até o CREAS Henrica de Nazaré será
realizado através de um táxi. A partir disso, será realizado o primeiro contato, no qual será

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estabelecido o “RAPPORT” com os funcionários de maneira individual para que se sintam
mais confortáveis em compartilhar seus relatos, com duração de cerca de 30 minutos cada.

Posteriormente, será aplicado um questionário, em que os pesquisadores estarão


presentes durante todo o processo devida à sensibilidade do tema, além de se manterem
disponíveis para responder dúvidas, caso surjam durante o processo. O questionário será
impresso e seu conteúdo será divido em 1) Lesões Físicas 2) Consequências psicológicas e 3)
Comportamentos disfuncionais, em que em cada um dos três aspectos serão citados exemplos
de sinais ou sintomas (que foram observados com maior frequência de acordo com a literatura
utilizada para realizar essa pesquisa) e o avaliado deverá indicar a frequência com que tem
observado esses sinais ou sintomas em crianças expostas a situação de abuso sexual
intrafamiliar no último ano através das opções: A) Não observado; B) Ocasionalmente e C)
Frequentemente (ver APÊNDICE). Após a aplicação do questionário, os pesquisadores farão
a análise para então realizar a apuração dos resultados obtidos.

PASSAGEM TRANSPORTE ALIMENTAÇÃO IMPRESSÃO CANETA


DA (TAXI) (QUESTIONÁRIOS) BIC
LANCHA
CUSTO IDA E IDA E VOLTA PRATO UNIDADE UNIDADE
INDIVIDUAL VOLTA 30,00 EXECUTIVO + 1,50 2,16
29,76 BEBIDA
25,00

CUSTO IDA E IDA E VOLTA PRATO TOTAL (10 TOTAL (9


TOTAL (4 VOLTA 120 EXECUTIVO + QUESTIONÁRIOS) CANETAS)
PESSOAS) 119,04 BEBIDA 15,00 19,44
100,00

5. ORÇAMENTO

A princípio a pesquisa não terá custos, entretanto, o orçamento abaixo indica os valores
que seriam gastos na etapa de coleta de dados.

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6. CRONOGRAMA

2023

ATIVIDADES PERÍODO DE 6 MESES DE PESQUISA

FEV MAR ABR MAIO JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ

Revisão bibliográfica e
X
análise das fontes

Determinação dos
X X
objetivos da pesquisa

Entrega parcial do projeto X

Encontro com a equipe


para planejar a X X
elaboração do projeto

Elaboração dos
X
questionários

Agendamento do
encontro com os agentes X
de saúde
Realização da pesquisa
de campo no CREAS X
Henrica de Nazaré

Análise dos resultados


X X
obtidos no questionário

Resultados e discussões X X

Apresentação final do
X
projeto

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REFERÊNCIAS
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em: <https://www.childhood.org.br/10-maneiras-de-identificar-possiveis-sinais-de-abuso-
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disponível em: <https://agenciabrasil.ebc.com.br/direitos-humanos/noticia/2019-05/mais-de-
70-da-violencia-sexual-contra-criancas-ocorre-dentro-de>. Acesso em: 08,05,2023

BORGES, J. L.; DELLAGLIO, D. D. Abuso sexual infantil: indicadores de risco e


consequências no desenvolvimento de crianças. Revista interamericana de psicologia
[Interamerican journal of psychology], v. 42, n. 3, p. 528–536, 2008.

CASTRO, Elisa Guaraná de; MACEDO, Severine Carmem. Estatuto da Criança e


Adolescente e Estatuto da Juventude: interfaces, complementariedade, desafios e
diferenças. Revista Direito e Práxis, v. 10, p. 1214-1238, 2019.

CHAGAS, Anivaldo Tadeu Roston. O questionário na pesquisa científica. Administração on


line, v. 1, n. 1, p. 25, 2000.

ERIKSON, Erik O Ciclo de vida completo. Porto Alegre: Artmed, 1998

FERREIRA, C. Que consequências tem a violência sexual na criança ou


jovem? Disponível em: <https://apav.pt/care/index.php/pt/re-agir/que-consequencias-tem-a-
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FREUD, S. Resumo das Obras Completas. Rio de Janeiro. São Paulo. Livraria Atheneu,
1984. Zimerman, D. E. (1999). Fundamentos psicanalíticos: teoria, técnica e clínica. Porto
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APÊNDICE – QUESTIONÁRIO

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