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UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA

INSTITUTO MULTIDISCIPLINAR EM SAÚDE


CAMPUS ANÍSIO TEIXEIRA
CURSO DE PSICOLOGIA
IMS251 AVALIAÇÃO PSICOLÓGICA

AVALIAÇÃO PSICOLÓGICA
NO CONTEXTO DA PSICOLOGIA JURÍDICA
Discentes: Dara Passos; Larissa Ravena; Oscar Neto.
Docente: Lucas Matias Felix.
DEFINIÇÕES

Avaliação Psicológica Psicologia Jurídica


 “É definida como um processo estruturado  “Atua no âmbito da Justiça, nas instituições
de investigação de fenômenos psicológicos, governamentais e não-governamentais,
colaborando no planejamento e execução
composto de métodos, técnicas e de políticas de cidadania, direitos humanos
instrumentos, com o objetivo de prover e prevenção da violência. Para tanto, sua
informações à tomada de decisão, no âmbito atuação é centrada na orientação do dado
individual, grupal ou institucional, com base psicológico repassado não só para os
juristas como também aos sujeitos que
em demandas, condições e finalidades carecem de tal intervenção. Contribui para
específicas.” a formulação, revisões e interpretação das
leis.”

(CFP, 2018) (CFP, 1992)


ATRIBUIÇÕES DO PSICÓLOGO JURÍDICO

 Observação;
 Entrevistas;
 Perito;
 Visitas domiciliares e institucionais;
 Assistente técnico;
 Aplicação de testes psicológicos;
 Utilização de recursos lúdicos;
 Outros.

(CFP, 2013)
CUIDADOS NA ATUAÇÃO PROFISSIONAL

 Preservar o sigilo;
 Ter cautela em relação ao limite profissional;
 Atentar-se às demarcações legais em pareceres técnicos;
 Certificar-se de não possuir histórico como terapeuta de nenhuma das partes envolvidas.

(CFP, 2013)
EXAME CRIMINOLÓGICO
 Possui a finalidade de instruir o processo de execução penal;
 Individualização da pena;
 Estudo biopsicossocial do criminoso;
 Investigação do processo do crime;
 Configura-se como um conjunto de exames.

(PINNA; FERRET, 2016; CFP 2013)


DEPENDÊNCIA QUÍMICA

 Investigação policial – fase processual – fase de execução penal

 Identificar déficits cognitivos e funções preservadas

 Imputabilidade – Inimputabilidade

 Exame toxicológico/criminológico*

 “Crise de abstinência”

(SILVA et al., 2018)


TESTES PSICOLÓGICOS – DEPENDÊNCIA QUÍMICA

 Stop Signal Task – controlar respostas diante de estímulos concorrentes.

 Subteste Dígitos de Ordem Inversa do WAIS-III – memória operacional e atenção.

 Figura Complexa de Rey – memória visual, habilidade viso-espacial e algumas


funções de planejamento.
 Iowa Gambling Task – tomada de decisão.

(SILVA et al., 2018)


COMPORTAMENTOS DE SIMULAÇÃO
 10% a 20% de comportamentos simulados

 13% a 29% – perícia de dano psicológico

 17% e os 19% – avaliação de personalidade

 Obtenção de dados clínicos e históricos e observação

 Teoria Psicanalítica – o Impostor

 Teoria Cognitivo-comportamental – malingering

 Teste projetivo (Rorschach) e teste psicométrico (MMPI) em conjunto

(GONÇALVES; PIRES;VILA-REAL, 2017)


COMPORTAMENTOS DE SIMULAÇÃO
ABUSO SEXUAL INFANTIL (ASI)

 O abuso sexual infantil é definido como “o envolvimento da criança em uma atividade sexual
que ela não compreende totalmente, para a qual ela não é hábil para dar consentimento, ou para a
qual ela não está preparada em termos desenvolvimentais ou ainda que viola leis e tabus da
sociedade.” (WHO, 2004, p. 1)
 O impacto do abuso sexual à saúde física e psicológica.
 Dialogo da psicologia e do direito frente ao abuso sexual.
ABUSO SEXUAL INFANTIL (ASI)
 Nas situações de abuso sexual infantil, a importância da psicologia se faz muito mais no
sentido de confirmar a ocorrência da violência do que avaliar os impactos sofridos pela
criança ou adolescente (ROVINSKI; STEIN, 2009).
 Não há um indicador específico que possa determinar se houve abuso sexual ou não; muitas
vezes, única evidência disponível é o testemunho da criança. (DAMMEYER, 1998, apud
PELISOLI, 2016)
 Avaliações de ASI geralmente envolvem dois aspectos: a identificação da ocorrência de abuso
no passado e a predição de possíveis abusos futuros (se a criança está em risco).
(DAMMEYER, 1998, apud PELISOLI, 2016)
PROCEDIMENTOS EM: ASI

 (a) Exames médicos; (b) relato da criança sobre a ocorrência do abuso; (c) informações
obtidas a partir de procedimentos de avaliação incluindo bonecos, desenhos, fantoches, e
casa de bonecas; (d) presença-ausência de comportamento hipersexualizado não-apropriado;
e (e) dados obtidos de testes psicológicos aplicados na criança e no abusador alegado.

(PELISOLI; DELL'AGLIO, 2016)


TESTAGEM EM: ASI

 Instrumentos (abusadores):
 O Minnesota Multiphasic Personality Inventory (MMPI; BUTCHER; DAHLSTROM;
GRAHAM;TELLEGEN; KAEMMER, 1999)
 A Psychopathy Checklist-Revised (PCL-R; HARE, 2004)
 Millon Clinical Multiaxial Inventory (MCMI; CHOCA; VAN DENBURG, 1997; GROTH-
MARNAT, 2003; MILLON, 1987)

(PECHORRO et al., 2004)


DISPUTA DE GUARDA

 Objetivos:
1. Situar a questão da separação.
2. Compreender disputa judicial de guarda.

(LAGO; BANDEIRA, 2008)


DISPUTA DE GUARDA

 A separação ou divórcio acarreta um grande rompimento no processo do ciclo de vida


familiar, afetando os membros da família em todos os níveis geracionais.
 Efeitos nocivos de uma desestruturação familiar
 “o que será melhor para a criança” em caráter físico-biológico, cognitivo, emocional e social.
 “genitor psicológico” e ambiente estável.

(LAGO; BANDEIRA, 2008)


PROCEDIMENTOS EM: DISPUTA DE
GUARDA

(LAGO; BANDEIRA, 2008)


TESTAGEM EM: DISPUTA DE GUARDA

(LAGO; BANDEIRA, 2008)


TESTAGEM EM CONTEXTO JURÍDICO

 A recomendação para um uso específico deve ser buscada nos estudos que foram feitos com
o instrumento, principalmente nos estudos de validade e nos de precisão e de padronização.
(CFP, 2013)
 Foram descritos cinco propósitos mais comuns para o uso dos testes: classificação
diagnóstica, descrição, predição, planejamento de intervenções e acompanhamento. (CFP,
2013)
 As entrevistas e os testes de personalidade projetivos são os principais instrumentos
utilizados na perícia psicológica no contexto da disputa de guarda no Brasil. (LAGO;
BANDEIRA, 2008)
REFERÊNCIAS
 CONSELHO FEDERAL DE PSICOLOGIA. Resolução CFP Nº 009/2018, 25 de abril de 2018.
Disponível em: <http://satepsi.cfp.org.br/docs/Resolu%C3%A7%C3%A3o-CFP-n%C2%BA-09-2018-
com-anexo.pdf>. Acesso em: 22 nov. 2018.
 CONSELHO FEDERAL DE PSICOLOGIA. Atribuições Profissionais do Psicólogo no Brasil. Catálogo
Brasileiro de Ocupações. Brasília, 1992. Disponível em: <https://site.cfp.org.br/wp-
content/uploads/2008/08/atr_prof_psicologo.pdf>. Acesso em: 22 nov. 2018.
 CONSELHO FEDERAL DE PSICOLOGIA. Cartilha Avaliação Psicológica. Brasília, 2013.
Disponível em: <http://satepsi.cfp.org.br/docs/cartilha.pdf>. Acesso em: 23 nov. 2018.
 GONÇALVES, F.; PIRES, A.;VILA-REAL, A. O Sujeito Simulado na Avaliação Psicológica
Forense. Revista Direito Em Debate, v. 26, n. 47, p. 332-349, set. 2017. Disponível em:
<https://www.revistas.unijui.edu.br/index.php/revistadireitoemdebate/article/view/5870>. Acesso em:
22 nov. 2018
REFERÊNCIAS
 LAGO,V. M.; BANDEIRA, D. R. As práticas em avaliação psicológica envolvendo disputa de guarda no
brasil. Avaliação Psicológica, v. 7, n. 2, p. 223-234, Universidade Federal do Rio Grande do Sul. 2008.
Disponível em: <http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1677-
04712008000200013&lng=pt&nrm=iso>. Acesso em; 26 nov. 2018.
 PINNA, Heverlyn Rosa Munhoz Garcia; FERRET, Jhainieiry Cordeiro Famelli. Exame Criminológico:
Caracterização deste instrumento de avaliação. Revista UNINGÁ Review. v. 28, n. 1, p. 131-135, 2016.
Disponível em: <file:///C:/Users/SEEMG/Downloads/document%20(1).pdf>. Acesso em: 23 nov. 2018.
 PECHORRO, Pedro Santos; POIARES, Carlos;VIEIRA, Rui Xavier. Caracterização psicológica de uma
amostra forense de abusadores sexuais. Aná. Psicológica, Lisboa , v. 26, n. 4, p. 615-623. 2008.
Disponível em: <http://www.scielo.mec.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0870-
82312008000400007&lng=pt&nrm=iso>. Acesso em: 25 nov. 2018.
 PELISOLI, Cátula; DELL'AGLIO, Débora Dalbosco. Tomada de decisão de psicólogos em situações de
suspeita de abuso sexual. Temas psicol., Ribeirão Preto, v. 24, n. 3, p. 829-841, set. 2016. Disponível em:
<http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-
389X2016000300004&lng=pt&nrm=iso>. Acesso em: 25 nov. 2018.
REFERÊNCIAS
 ROVINSKI, S. L. R. & STEIN, L. M. O uso da entrevista investigativa no contexto da psicologia forense.
In ROVINSKI, S. L. R. ; CRUZ, R. M. (Eds.). Psicologia jurídica: perspectivas teóricas e processos de
intervenção. São Paulo:Vetor. p. 67-74, 2009. Disponível em
<https://books.google.com.br/books?id=03vZDQAAQBAJ&pg=PT114&lpg=PT114&dq=O+uso+da+en
trevista+investigativa+no+contexto+da+psicologia+forense&source=bl&ots=FVxhDiPLI6&sig=FY2V-
4IglsI9RwIWOZJt5wlfi-c&hl=pt-BR&sa=X&ved=2ahUKEwiN0--
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0investigativa%20no%20contexto%20da%20psicologia%20forense&f=false>. Acesso em: 22 nov. 2018
 SILVA, A. B. et al. Avaliação forense em caso de dependência química. Psicologia PT – O Portal dos
Psicólogos, fev. 2018. Disponível em: <http://www.psicologia.pt/artigos/textos/A1172.pdf>. Acesso
em: 22 nov. 2018.
 WHO – World Health Organization, Regional Office for Africa. Child sexual abuse: a silent health
emergency.AFR/RC54/15 Rev. 1. 2004. Disponível em: <http://afrolib.afro.who.int/RC/RC54Doc-
En/AFR.RC54.15Rev.1Child>. Acesso em: 25 nov. 2018.
ATIVIDADE PRÁTICA
REPORTAGEM DO FANTÁSTICO PERGUNTAS
Quais os pontos positivos da
reportagem e da testagem
psicológica realizada?

O que foi incoerente na


reportagem e na testagem
psicológica realizada?

Como você faria a avaliação


psicológica desse caso?

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