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Para Krug (2016) o psicodiagnóstico é um processo científico de investigação

e intervenção clínica que visa avaliar características psicológicas, com base em uma
teoria psicológica.
O texto critica a supervalorização dos instrumentos psicométricos e projetivos,
em detrimento da escuta e da tarefa de síntese compreensiva. Também ressalta a
importância da teoria psicológica para o processo avaliativo, uma vez que qualquer
leitura e intervenção sobre o comportamento humano está embasada em paradigmas
teóricos.
O psicodiagnóstico é um processo complexo que requer conhecimento,
habilidades e sensibilidade do psicólogo. A graduação em Psicologia fornece a base,
mas é necessário um constante aperfeiçoamento técnico e pessoal para realizar um
psicodiagnóstico eficaz.
Krug (2016) discute a importância de uma boa demanda para o sucesso do
psicodiagnóstico. A demanda é a pergunta que o paciente ou o sistema de saúde traz
para o psicólogo. É importante que a demanda seja bem compreendida e delimitada,
para que o profissional possa traçar um plano de avaliação adequado.
Segundo Rigoni (2016) o psicodiagnóstico é um processo científico que avalia
as características psicológicas de um indivíduo, tendo por base uma teoria
psicológica. O objetivo é compreender as potencialidades e as dificuldades
apresentadas pelo avaliando, para que seja possível recomendar um
encaminhamento mais apropriado.
A entrevista é a principal técnica utilizada, mas também podem ser utilizados
outros instrumentos como testes psicológicos, dependendo do objetivo do
psicodiagnóstico.
Na realização da Avaliação Psicológica, a psicóloga e o psicólogo devem
basear sua decisão, obrigatoriamente, em métodos, técnicas e instrumentos
psicológicos reconhecidos cientificamente para uso na prática profissional da
psicóloga e do psicólogo (fontes fundamentais de informação: testes psicológicos,
entrevistas e anamneses, protocolos ou registros de observação de comportamento-
PROC).
No primeiro contato com o paciente, o psicólogo deve se apresentar de forma
atenciosa e acolhedora, esclarecer a demanda da avaliação e explicar o que é o
psicodiagnóstico.
A empatia é uma habilidade essencial para o psicólogo, pois permite que ele
se conecte emocionalmente com o paciente e construa uma relação de confiança.
Mônego (2016) ressalta que a empatia é uma habilidade que inclui aspectos
cognitivos, afetivos e comportamentais. Empatia é sentir o que o outro está sentindo,
sem uma conscientização do outro.
As entrevistas iniciais são o primeiro passo no processo de psicodiagnóstico.
Elas têm como objetivo conhecer o paciente e compreender o motivo da avaliação. A
entrevista pode ocorrer com o paciente ou com seus familiares, dependendo da idade
e da situação do indivíduo. É importante criar um ambiente acolhedor e explicar o
processo de avaliação.
O entrevistador deve ser empático e evitar atitudes inadequadas, como ser
excessivamente neutro ou frio, reagir de forma emotiva ou responder com hostilidade.
Serafini (2016) destaca que as entrevistas iniciais podem ser divididas em mais
de um encontro. No caso de crianças, a primeira entrevista é realizada com os pais
ou responsáveis. É importante que o paciente se sinta seguro e confortável durante a
entrevista e o entrevistador deve ser empático e evitar atitudes que possam interferir
na avaliação.
A entrevista lúdica diagnóstica segundo Krug (2016) é uma técnica de avaliação
psicológica que utiliza o brincar como meio de comunicação com a criança. O objetivo
da entrevista é compreender o funcionamento psíquico da criança, a partir de sua
expressão lúdica.
O setting da entrevista lúdica diagnóstica é um ambiente acolhedor e seguro,
onde a criança se sinta confortável para brincar. O psicólogo deve estar atento à
estrutura do setting e aos materiais utilizados, de modo a facilitar a expressão da
criança.
Ao discorrer sobre o exame do estado mental Osório (2016) define como um
procedimento de avaliação psicológica que visa a coleta de informações sobre o
funcionamento mental de uma pessoa. O objetivo do EEM é identificar e descrever
sintomas de síndromes, crises vitais e condições clínicas de outra natureza.
O EEM é realizado por meio de uma entrevista estruturada com 140 itens. A
entrevista é realizada pelo psicólogo, que deve ser capaz de estabelecer uma relação
de confiança com o paciente.
O EEM é dividido em três etapas: 1. Descrição dos fenômenos clínicos: Nesta
etapa, o psicólogo descreve os sintomas do paciente, incluindo queixas subjetivas e
sinais aparentes. 2. Nomeação ou designação: Nesta etapa, o psicólogo identifica e
nomeia os sintomas do paciente. 3. Formulação do diagnóstico: Nesta etapa, o
psicólogo formula um diagnóstico baseado na descrição e na nomeação dos sintomas.
As funções que são examinadas no EEM incluem: Consciência, Atenção,
Sensopercepção, Orientação, Memória, Inteligência, Linguagem, Afeto e humor,
Pensamento, Juízo crítico e Conduta
Destaca-se duas resoluções importantes do Conselho Federal de Psicologia
referente ao psicodiagnóstico: a Resolução n. 6, de 29 de março de 2019 - Institui
regras para a elaboração de documentos escritos produzidos pela(o) psicóloga(o) no
exercício profissional e a Resolução n. 31, de 15 de dezembro de 2022 - Estabelece
diretrizes para a realização de Avaliação Psicológica no exercício profissional da
psicóloga e do psicólogo, regulamenta o Sistema de Avaliação de Testes Psicológicos
– SATEPSI.
Por fim, foi feita a leitura do capítulo que trata dos critérios de análise do brincar
infantil da entrevista lúdica diagnóstica onde foi proposto vários roteiros de análise a
fim de ampliar a escuta analítica através de uma linguagem lúdica. Necessário que o
psicólogo que realiza avalições psicológicas de crianças conheça as várias teorias
psicanalíticas a fim de estar mais sensível à escuta do sofrimento da criança.
REFERÊNCIAS
CONSELHO FEDERAL DE PSICOLOGIA. Institui regras para a elaboração de
documentos escritos produzidos pela(o) psicóloga(o) no exercício profissional.
Resolução n. 6, de 29 de março de 2019. Disponível em:
https://atosoficiais.com.br/lei/elaboracao-de-documentos-escritos-produzidos-pelo-
psicologo-decorrentes-de-avaliacao-psicologica-cfp?origin=instituicao. Acesso em: 28
out. 2023.
CONSELHO FEDERAL DE PSICOLOGIA. Estabelece diretrizes para a realização de
Avaliação Psicológica no exercício profissional da psicóloga e do psicólogo,
regulamenta o Sistema de Avaliação de Testes Psicológicos - SATEPSI. Resolução
n. 31, de 15 de dezembro de 2022. Disponível em:
https://atosoficiais.com.br/lei/avaliacao-psicologica-cfp?origin=instituicao. Acesso em:
28 out. 2023.
KRUG, J.S; TRENTINI, C.M; BANDEIRA, D.R. Conceituação de psicodiagnóstico na
atualidade. In: HUTZ, Claudio Simon et al. Psicodiagnóstico. Porto Alegre: Artmed,
2016. Cap. 1, p. 22-33.
KRUG, J.S; TRENTINI, C.M; BANDEIRA, D.R. Psicodiagnóstico: Formação, cuidados
éticos, avaliação de demanda e estabelecimentos de objetivos. In: HUTZ, Claudio
Simon et al. Psicodiagnóstico. Porto Alegre: Artmed, 2016. Cap. 2, p. 34-46.
KRUG, J.S; TRENTINI, C.M; BANDEIRA, D.R. Entrevista lúdica diagnóstica. In:
HUTZ, Claudio Simon et al. Psicodiagnóstico. Porto Alegre: Artmed, 2016. Cap. 8,
p. 129-172.
MÔNEGO, B. G. Cuidados técnicos no início do psicodiagnóstico. In: HUTZ, Claudio
Simon et al. Psicodiagnóstico. Porto Alegre: Artmed, 2016. Cap. 4, p. 61-80.
OSÓRIO, C. M. O exame do estado mental e suas transformações. In: HUTZ, Claudio
Simon et al. Psicodiagnóstico. Porto Alegre: Artmed, 2016. Cap. 4, p. 173-222.
RIGONI, M. S; SÁ, S. D. O processo psicodiagnóstico. In: HUTZ, Claudio Simon et al.
Psicodiagnóstico. Porto Alegre: Artmed, 2016. Cap. 3, p. 47-60.
ROVINSKI, S. L.; LAGO, V. M. Elaboração de documentos decorrentes da avaliação
psicológica. In: HUTZ, Claudio Simon et al. Psicodiagnóstico. Porto Alegre: Artmed,
2016. Cap. 14, p. 308-329.
SERAFINI, A. J. Entrevista psicológica no psicodiagnóstico. In: HUTZ, Claudio Simon
et al. Psicodiagnóstico. Porto Alegre: Artmed, 2016. Cap. 5, p. 81-91.

Aluno: Jesaias Pinheiro de Oliveira (202203628992).

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