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KUNDALINI YOGA
Akalmuret Singh
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A arqueologia tem dado umas poucas pistas sobre o que aconteceu no período que
antecede a 1.800 antes de cristo. As especulações preenchem as lacunas de nosso
conhecimento. Há alguns fragmentos de escritos posteriores, referindo-se a este
período inicial. Estas referências estão presentes na forma mítica. Yogi Bhajan uma
vez comentou que o mais antigo registro em pergaminhos do Tibete, fala de civilizações
que floresceram cerca de 40.000 anos A.C. Ele disse que já nestes tempos havia
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A grande invasão das cidades das civilizações do Indo pelos Arianos começa no
próximo período. A ariana era a cultura cuja língua era o Sânscrito, que procediam das
regiões das estepes da Rússia Central. Eles eram nômades e guerreiros indo-
europeus. Eles eram arrogantes, agressivos e guerreiros. Acreditavam em sua própria
superioridade. Desenvolveram uma grande tradição de auto-desenvolvimento e de
yoga. Viviam em bandos e tinham uma grande variedades de armas. Eles eram de pele
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clara, louros e de olhos azuis. Marca profunda de sua cultura, eles acreditavam na auto-
disciplina e na transcendência do ego.
Eles eventualmente se espalharam pelas áreas centrais da Índia e depois se
estabeleceram na área onde hoje é o Punjab. Esta expansão não foi pacífica. Ela
aconteceu através de batalhas, cercos e grandes conflitos. Como ganharam força e
poder, brigaram também entre seus próprios clãs.
A mais longa guerra nos registros históricos é transformada em crônica em
Mahabharata. O poema consiste em mais de 100.000 estrofes. É um registro de
batalhas entre clãs adversárias: os Pandavas e os Kauravas. O verso original foi
escrito entre 800 -1000 A.C. Ele é a fonte de informações dos mitos, simbologia,
história, filosofia, conhecimentos, credos, religião, costumes e experiência mística. É
uma fonte de muito saber sobre yoga neste período. Através dos anos, ele se tornou o
épico principal da Índia. Ele teve muitas partes adicionadas a ele, como o Bhagavad-
Gita e ao longo dos anos cresceu o seu papel de acervo do conhecimento e inspiração
cultural.
As primeiras versões que tratam das raízes dos primórdios do yoga foram
transmitidas oralmente. As versões primordiais descrevem disciplinas e sadhanas, as
versões posteriores registram samkhiya e filosofias ióguicas. Umas das mais fortes
mensagens deste épico é que, além de todo o drama, luta e guerra, existe o estado
transcendental do Ser. Este estado de libertação existe além de toda a dualidade, ou
bom e mau, certo e errado e medo e prazer. A realização pessoal e interna desta
consciência libera e ilumina o individual.
Como as duas culturas se mesclam e influenciam uma à outra, as técnicas e
experiências do desenvolvimento espiritual que ajudou a guiar a integração da culturas
estão registradas no inicial Vedas (livros do Conhecimento): o Rig-Veda, o Sama-
Veda, o Yajur-Veda e o Atharva-Veda. O Rig-Veda, em particular, proporciona a
história e cânticos religiosos que registram as aventuras e os credos da antiga
civilização dos Vedas. Estas escrituras vêm dos Arianos e está escrita em sânscrito.
Eles mostram a influências da população do Indo nas palavras e conceitos que são
incorporados nos cânticos.
Os cânticos foram compostos por grandes santos ou rishis, que obtiveram uma
visão da contemplação profunda e mescla com o Divino. Os hinos foram diretamente
falados e cantados deste estado de percepção direta. Eles não compuseram os Vedas,
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A classe dos sacerdotes era chamada Brâmane. Eles registraram uma grande
quantidade de literaturas sobre os ritos próprios, rituais e comportamentos. Eles
formaram uma classe de sacrifício e ritualística. O culto e a virtude eram externos. Ao
mesmo tempo em que aceitavam o desafio do desenvolvimento interno, cultivado pelo
período védico anterior, eles estabilizaram sua posição social por elaborados ritos
materiais. Os traços do passado passaram por ele, mas o pensamento literal dos
fundamentalistas estavam ocupados com trabalho.
A literatura Brahmanas e nos Aranyakas, um livro de mão para os ascéticos
habitantes da floresta, não promove o yoga ou os preceitos místicos que autorizam o
individual.
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que aprendeu para a libertação. Honradez, sem medo, sem apego, serviço, disciplina,
um amor à Verdade são todos discutidos na narrativa de Ramayana. Muitos dos
eventos narrados são freqüentemente metafóricos. Eles podem ser entendidos como
uma estória ou como uma instrução nos métodos de auto-transcendência.
O Bhagavad-Gita é parte do Mahabharata. É um diálogo entre Krishna e seu
devoto o Príncipe Arjuna. Ele acontece no meio de uma guerra num campo de batalha.
Ele diretamente ensina a aproximação com o yoga através de karma yoga. E nos
ensina que você pode ser despreendido no meio de grandes ações, como as guerras.
Podemos referir-nos ao centro silencioso e constante. O grande poder vem de uma
mente disciplinada, não de ritos externos e sacrifícios. O problema real não é a ação da
vida, mas nosso apego que nos mantém ligados à reação. Na liberação verdadeira, nós
agimos livres, despreocupados e espontâneos, sem apego ou medos como motivos.
Quando não agimos a partir de motivações mais baixas, aprendemos a agir de acordo
com o que é cosmicamente correto- a partir do Dharma. Somente a partir daí, conceitos
como Amor, Dever e Honestidade tem algum significado.Os escritos não excluem,
sistematicamente, a prática do yoga e de meditações. Eles transmitem o espírito e o
ponto de vista de que as práticas devem vir acompanhadas.
Isto transformou a principal escritura para o Vaishnavas durante os anos 400 -
200 D.C. Este grupo cultua Vishnu. A mensagem das escrituras é, no entanto,
universal. Vishnu era venerado como o Um em tudo e o UM além de tudo. Consciência
estava em 2 principais estágios: a libertação do apego e da segurança do tempo e do
espaço (Brahma nirvana) e a absorção, além da mente, dentro do Ser absoluto e do
amor.
Os puranas foram compostos durante este período. Eles são uma vasta coleção
de mitologia, filosofia e história. O grande Mestre Shankara escreveu sobre a filosofia
Vedanta da não dualidade. Seus escritos impeliram muitos santos para o uso da
tecnologia psico-espiritual do yoga. Durante o mesmo tempo, a ênfase no Tantra e o
uso do conhecimento esotérico dos chakras, das glândulas e da aura são expandidos.
A disciplina do sadhana para alcançar a elevação da consciência e como uma ajuda
para a proposta dos primeiros textos torna-se muito difundido.
Em particular, isto torna possível produzir um modo de ser espiritual e físico, sem
rejeitar as sensações e sem ser uma asceta. A ênfase encaminha par uma consciência
da filosofia de Shakti, o princípio cósmico feminino da energia. Kundalini é uma
energia shakti que manifesta o divino nos finitos corpo e mente. Esta explosão de
experiência e práticas preparam o caminho, para a grande síntese do próximo período.
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não haveria mais Gurus humanos nesta tradição e passa a sucessão para o Som,
Shabad. O Shri Guru Granth Sahib Ji é o decimo primeiro Guru.
Resulta daí uma abordagem que afirma a possibilidade humana de acessar e
vivenciar dentro e além de si mesmo o núcleo fundamental de todas as autenticas
Tradições espirituais que é a instancia divina do ser, independente de religião. Contem
ensinamentos do Sufi Sheikh Farid, de outro Sufi Bhagat Kabir, ensinamentos do Bhakti
Yoga hindu através de Ravi Dass, Jay Deva e outros e dos Gurus da linhagem de Guru
Nanak, conhecidos como sikhs. Estes ensinamentos são universais e acessíveis a
qualquer cultura e religião. Estimula o pluralismo cultural e espiritual.
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Yogi Bhajan tem dito que, se todos forem bem na transição, o reino da filosofia global,
do pluralismo e ética da pureza (Khalsa) se estenderá por 11.000 anos. Esta medida de
tempo é única. Mas esta é a primeira vez que o globo inteiro é unido. Pode ser um
período de estabilidade e a expansão, pode ocorrer na profundeza de nosso coração e
no alcance do espaço. O espaço interior e exterior se complementarão um ao outro e
encaminharão a uma vasta espiritualidade e uma filosofia baseada na experiência,
compromisso e universalidade.
Cada um de vocês que estuda estas técnicas antigas e as coloca em prática em
sua vida é um pioneiro da nova era. Você está no cume de esperança e
desenvolvimento que levará a um novo nível de consciência e civilização.
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espírito coletivo animal; enquanto que no ser humano o corpo etérico e o físico
integraram-se de modo que o homem só pode ser inspirado desde dentro, e o
espírito individualizado pode habitar dentro. Isso ocorreu a partir da raça
lemuriana.
4. Raça Atlante – Habitavam o continente da Atlântida. Sua função era desenvolver
o corpo astral e integra-lo com os demais. Criaram uma grande civilização, mas
abusaram dos seus conhecimentos e poderes astrais e psíquicos e criaram um
desequilíbrio tal nas condições planetárias que culminou na submersão do
continente.Supõe-se que a história de Noé e a Arca descreve acontecimentos
relacionados ao que aconteceu com a Atlântida. Os atlantes fundaram a a cultura
egípcia, peruana, druídica. Tártaros, mongóis e chineses são da última sub raça
atlante. Essa raça raíz teve a tarefa de desenvolver o corpo astral e integrar com
os dois corpos anteriores. Traços tipicamente atlantes são excessiva domínio
das emoções, excitáveis, supersticiosos e ainda não determinados pela mente.
5. Raça Ariana – Tarefa principal desenvolvimento do corpo mental. Ao realizarem
totalmente isto serão dominados por um tempo por esse corpo. Toda raça raiz
vive uma idade do ouro. Esta será para os arianos a era de aquário.
6. Sexta Raça – domínio do corpo Alma.
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por Vyasa Deva, os 04 vedas, Rig, Yajur, Sama e Atharva Veda. Ao chegarem,
encontraram alguns povos amarelos descendentes dos atlantes e lemurianos de pele
escura, os dravidianos.
Há indícios de que Shiva era cultuado pelos pré-arianos, e com a chegada
dos arianos for absorvido e colocado como a terceira pessoa da Trimurti. Os arianos,
temendo a miscigenação, que colocava em risco a conservação de sua raça e tradição
teriam tomado essa atitude, além de fortalecer o regime de castas, colocando os
nativos lemurianos como os parias, os sudras; depois os mercadores e agricultores de
pele trigueira e amarelada, os vaisias; depois vinham os kshatryas, guerreiros e
administradores, de sangue levemente misturado, e finalmente os brahmanes de puro
sangue ariano, os sacerdotes e educadores.
Um fato interessante é que o termo “hindu” não existe em sânscrito, portanto
esse povo não se autodenominou hindu, mas foi chamado assim pelos muçulmanos. A
origem desse termo vem da palavra sânscrita “sindhu”, que referia-se ao rio. Os
muçulmanos, devido a dificuldade de pronúncia de sindhu, acabaram por criar a
expressão Indu, que por extensão passou a designar aquela sociedade que principiou
as margens do rio Sindhu ou Indus. Daí a origem do termo Hinduísmo, para designar
toda uma cultura que ali floresceu.
AS ESCRITURAS HINDUS
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c) Prakriti – Pra (movimento), Kriti (“aquilo que faz”). Portanto, Prakriti é aquilo que
está em movimento. É a matéria universal manifestada.
Diz-se que o material de que é feito o Universo, em qualquer dos seus níveis de
condensação, resulta da combinação de 3 “qualidades” da energia cósmica, que
são: Sattwa (ritmo), Rajas (movimento) e Tamas (inércia). Nada existe no Universo
que não se constitua desses 3 atributos, preponderando conforme o caso, uma
sobre as outras. Essas “qualidades” da Prakriti são chamados “gunas”. Prakriti é,
portanto, a manifestação universal; a matéria que forma esse universo manifestado,
desde o nível mais condensado, físico, ate o mais sutil dos planos da matéria
universal.
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f) Maya – existem mais de uma conotação para esse termo, dependendo da Escola
filosófica. Poderíamos ver aqui Maya num sentido objetivo e num sentido subjetivo,
psicológico.
Em primeiro lugar “Maya” não significa dizer que o mundo é ilusão, que não
não existe. Tanta a dimensão subjetiva como o mundo objetivo, factual, existem; porém,
não são absolutos, têm uma existência relativa em relação ao mundo do Absoluto. Um
exemplo: dentro de uma peça teatral tudo é real, a trama, a situação, os personagens;
são reais dentro do contexto da peça. Porém, se compararmos essa realidade com a
dimensão de realidade do autor da peça, encontraremos um outro nível de realidade.
Maya para os hindus é o poder misterioso pelo qual Brahman (enquanto Ele próprio
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i) Dharma – vem da raiz “DHR”, significando “maneira de ser”. “Dharma é aquilo que
mantém unido o universo”. Essa e outras afirmações são encontradas nos textos,
sobre o Dharma. O que se pode perceber, é que essa palavra, pelos vários
momentos em que é utilizada, está intimamente ligada à ação. Uma ação
adequada, integral, mantenedora da harmonia cósmica. Dharma não é uma
obrigação moral, é uma ação espontânea nascida das profundezas da
compreensão completa de cada momento. O Dharma real não é fixo, porque a vida
é flexível, fluente, a acão que se harmoniza com seu movimento é também fluente e
nova a cada momento. Adharma é a ação desarmônica. Dharma quando visto
como uma norma de ação torna-se uma tentativa de ajustamento a um padrão pré-
concebido e deixa de ser natural e espontânea.
I. O QUE É YOGA
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Yoga é um estado de ser além da mente que surge quando a mente se aquieta e
desaparece a idéia de si mesmo baseada no tempo. É o acesso ao Ser Uno, de onde
emergem as múltiplas coisas existentes. Yoga é ser o Um!
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Se o indivíduo aborda a vida muito mais pelo seu aspecto prático, impulsionado
naturalmente à realização, ao trabalho, então vemos um movimento pelo caminho da
ação, e nesse caminho importa muito questionar as motivações, de onde nasce a ação,
o que a impulsiona? De onde ela vêm? O mergulho profundo nessas questões
juntamente com a Meditação constitui o Caminho da ação completa, livre do passado e
do futuro. O Karma Yoga!
indivíduo fará conexão com uma Escola ou Mestre de Jnana Yoga. Então, receberá
ensinamentos e práticas no sentido de acessar o estado de Yoga pelo exercício cada
vez mais profundo da sua capacidade cognitiva e pela Meditação.
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- So Ham – Eu sou Ele. A cada respiração mesmo sem consciência dizemos: “Eu
sou o Absoluto”.
1. Apegos e aversões.
2. dispersão mental.
3. sono.
4. satisfação por um estado passageiro de realização.
Todos serão dissolvidos por um sadhana bem orientado e praticado com interesse
e regularidade. A presença de alguém que realizou o Yoga plenamente é importante
para mostrar ao praticante o estágio em que ele se encontra e lhe indicar quando está
preso nos condicionamentos, ou na própria auto congratulação proveniente do bem
estar gerado pelo progresso já realizado.
relação amorosa com o Divino, independente de como ele seja concebido. Seja na forma de
um Mestre Iluminado, uma imagem que personifica o Divino, uma Idéia, um símbolo ou
simplesmente o Indeterminado sem forma.
O que caracteriza o Bhakti Yoga é o anseio por “participar” do Ser Divino. Fazer
parte Dele. E finalmente Ser Ele, quando então dissolve-se a dualidade entre o amante ao
Amado. O adorador e o Adorado: “Eu e o Pai somos Um”!
Por se tratar de Amor, devoção, o Bhakti Yoga não depende para ser realmente
vivenciado, de uma decisão intelectual ou da vontade. É de certa forma a graça Divina que
acende no coração do devoto a chama do Amor.
O verdadeiro bhakta (praticante de Bhakti Yoga) age sempre para fazer aquilo que o
Divino faria para si mesmo. Isto é servir ao Divino. Agir como uma parte integrante Dele,
para Ele. A devoção dissipa o ego e desvela o Divino como o Único Eu. Então a Unidade
aparece. A mesma realização do Jnana ocorre através do Bhakti Yoga por processos
diferentes. Quando o coração se abre completamente, a mente se aquieta. Quando a mente
se aquieta, o coração se abre. A Sabedoria e o Amor são aspectos de uma mesma
Consciência. O coração aqui se refere ao estado de afetividade incondicionada, muito além
de emoções e sentimentos provocados pelas impressões sensoriais.
A prática do Bhakti Yoga, no dizer de Swami Sivananda, pode ser Apara Bhakti ou Para
Bhakti.
No Apara Bhakti, também chamado por alguns como Gauni Bhakti, a devoção se
expressa em rituais de adoração onde além de outros procedimentos, se oferece flores,
aromas, alimentos à uma personificação do Divino. Há dualidade entre o adorador e o
adorado. E tudo o que se possa fazer para expressar a devoção aumenta a chama do Amor
e a proximidade com o Amado.
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2. PARA BHAKTI
No Para Bhakti a dimensão Divina é percebida em tudo e em todas as coisas, e
não apenas naquela forma que era objeto de devoção. O Divino está em tudo e além de
tudo. Nada, nem ninguém consegue ocultar o Divino dos olhos e coração do verdadeiro
bhakta. Nem uma formiga, um inseto, um amigo ou um inimigo. Todos são Ele. E Ele é
o Eu no próprio devoto. Então desaparece a dualidade e o Amor Divino, Prem é o
estado de Amor Divino, de completa Unidade. Este é o Yoga do Amor que transcende a
própria devoção.
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Pode parecer que o Bhakti Yoga se confunde com religião. No entanto não é
assim. Na religião, e a própria palavra diz isso, há um sentido de dualidade. Existem
dois que precisam se religar. No Yoga, não existem dois. É a dissolução do eu
temporal, o ego, que cria as condições para o Ser atemporal vigorar como a Identidade
real do humano. A dualidade é uma ilusão que se dissipa na realização do Yoga.
Karma significa ação. Karma Yoga é a ação que surge do estado atemporal de
consciência. É uma ação total, que não deixa vestígios em “quem” a pratica, pois não
há nenhum eu que a pratique. È uma ação Imotivada, pois não parte de um centro que
com ela receberia algum resultado desejado.
Existe reação e ação. A reação se estrutura no passado. Nos condicionamentos.
Acontece mecanicamente pela força residual das memórias e do seu núcleo, o ego. A
reação é sempre incompleta, pois trás para o agora, que é sempre novo, uma resposta
do passado. Por ser incompleta precisa se completar com o que dela resulta. Por isso
prende ainda mais quem a pratica nas redes do tempo. Quem espera receber algo pelo
que faz é escravo do futuro.
Karma Yoga não é reação. É ação. Ação é sempre livre do passado e por isso
livre também do futuro. É completa em si mesma, pois nasce da percepção direta do
que agora é. Não precisa se completar com o resultado e por isso é totalmente
desapegada dos seus frutos. É espontânea e nada tem a ver com assistencialismo, ou
voluntarismo social.
A ação que caracteriza o Karma Yoga só é possível em um estado além da
mente e do ego. Por isso mesmo a Meditação, que inclui o auto conhecimento, é
absolutamente essencial para o Karma Yoga.
A prática inclui a auto observação constante e o auto investigação, para que
sejam percebidos os reais motivos, e as tendências subconscientes que impulsionam
as reações. É interessante como exercício, agir observando a tendência egocêntrica de
buscar recompensa, e perceber de forma direta e sem julgamento esse padrão, para
então compreender a sua estrutura e possibilitar uma completa dissolução.
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V. RAJA YOGA.
O Raja Yoga é um momento especial em qualquer
Via autêntica de Yoga. É o momento em que o foco
principal é o mergulho definitivo no espaço meditativo,
além da mente.
Um dos textos mais importantes na descrição
desse momento do processo de Yogi é o Yoga Sutra de Shri Patanjali. Por isso
normalmente quando se fala de Raja Yoga vem à mente este texto clássico.
O foco central do Raja Yoga é o silenciar completo da mente. O trabalho atua
diretamente sobre o movimento dos processos da consciência visando diminuir
progressivamente a dispersão, focalizar a atividade mental em um único ponto e então
parar o processo mental. Com isso surge desaparece o ahankar (eu temporal) e vigora
Purusha (a Consciência incondicionada).
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a- Ahimsa (não violência) – Respeito sincero por todas as manifestações de vida. Não
violar. O tabalho envolve se dar conta das manifestações de violência, sem julgamento,
sem comparar com o que deveria ser de acordo com qualquer tipo de preceito moral,
inclusive este Yama mesmo. A observação adequada das raízes e processo da
violência pode evidenciar o que de inadequado nessa reação e possibilitar então a
dissolução das acusas da violência. Então ela pode desaparecer e a não violência
surge naturalmente, sem ser cultuada. Cultuar a não violência é uma forma sutil de
manter as raízes da violência.
b- Satya – Veracidade. Agir, pensar e falar plenamente de acordo com o que considera
verdadeiro. Verdade não é um conceito ou idéia. Nem a descrição detalhada dos fatos.
È um estado de ser onde tudo é percebido tal como é em si mesmo. Falar a verdade é
dizer aquilo que ao ser escutado, aproxima ou desperta em quem escuta, o estado
onde tudo é visto tal como é. Dizer o que não sabe é mentir. Ser verdadeiro com que é
agora é a base ´para o crescimento em direção ao estado de ser a própria verdade.
c- Asteya - Não roubar objetos, nem idéias. Usar idéias sem ter realizado em si mesmo
o percurso de entendimento é roubar. È viver no mundo dos outros.
d-Brahmacharya - Agir como o Divino. Estado onde a relação com os objetos dos
sentidos não visa o preenchimento psicológico. Aplicado ao aspecto sexual é não fazer
da relação uma forma de preencher o vazio existencial. Pode significar o não
desperdício da energia sexual. Em contexto monástico é o celibato.
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Existem níveis diferentes de samadhi que não vamos comentar aqui. Alguns
apenas suspendem o ego temporariamente, mas este retorna uma vez passada a
experiência. Este é Sabija, com semente. Com o sadhana apropriado, porém, ocorre a
dissolução de todas as tendências condicionadas do subconsciente, as identificações
com as memórias, e o samadhi acontece definitivamente.Então não há mais ninguém
para retornar. Este é o Nirbija, sem semente. O que surge então é Purusha, o Ser
primordial, Imortal e pleno de Sabedoria, capaz de viver no mundo em completa
harmonia e paz.
Os oito angas do Raja Yoga acontecem com e no ente humano e por isso têm
uma relação dinâmica entre si, pois interagem sobre um mesmo centro modificando-o.
Cada anga, quando atua sobre esse centro, o ente humano, encontra-o modificado
pelo impacto de um outro anga que o antecedeu, e modifica-o para a ação dos outros a
seguir. É um processo onde todos interagem harmoniosamente para o acesso à
totalidade do Ser.
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infinitamente essa fonte inesgotável de significado que nos remete ao infinito ser que
somos.
Nesse caso agora incluímos a expressão tântrico e vamos olhar mais de perto o
que é isto, Yoga Tântrico ?
“Yoga é a parada das ondas mentais”. Assim disse Sri Patánjali, o famoso sábio
compilador do Yoga Sutra. Este conceito de Yoga, apresentado no texto clássico de
Patanjali, é um consenso entre as diversas Escolas e Mestres de Yoga. Ele
essencialmente diz que Yoga é um estado de consciência que surge quando a mente
se aquieta.
Quando nos deparamos com o Yoga, naturalmente a primeira questão que surge
é: o que é isto, Yoga ?! E tudo o que se faz a partir dessa pergunta é mergulhar na
descoberta da resposta. E ao se descobrir o que é o Yoga descobrimos também que ao
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da coluna por onde prana e apana fluem unidos, e por onde flui também o poder da
Alma, shakti Kundalini.
Este termo, Yoga Tântrico, pode ser usado para se referir aos caminhos do
Yoga que se fundamentam em uma visão de mundo própria do Tantra. Vamos ver de
modo geral o que é isto.
Os Sakta Agamas ou Tantras glorificam Deus como a Mãe do mundo sob vários
nomes. Falam à respeito de Shakti, o poder Divino em ação e prescrevem várias
práticas devocionais à Divina Mãe.
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Prana é a força vital que anima todas as formas de vida. Prana é a própria
presença da vida manifestando-se em tudo e em todas as coisas. O Prana ao ser
absorvido pelo ente humano ocupa diferentes funções e recebe nomes diferentes.
Prana, apana, udana, samana, vyana. Desses prana e apana são especialmente
importantes, pois é com a união dos dois que se criam as condições para o fluir de
Kundalini. Apana circula no baixo ventre e tem a polaridade lunar. Prana circula no
tórax e tem polaridade masculina.
b. Kundalini
Para que se saiba o que é Kundalini realmente desde dentro do que ela é, é
necessário dissolver-se como identidade temporal(ahankar) e tornar-se a
experiência da própria Infinitude. Essa vivência revela e é revelada pela
manifestação plena do que é Kundalini. Ela é o poder, a energia da consciência
espiritual e divina( Shiva). É a presença da Devi, aspecto dinâmico de Shiva em
cada ser.
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Os Yoguis ao perceberem Shakti com a visão sutil constataram que esse poder
tem a forma espiralada. É uma energia enrolada sobre si mesma, três voltas e meia,
e por isso a chamaram de Kundalini: a enrolada!
Shakti Kundalini é, portanto, o poder divino que manifestou todo esse universo
e que se aloja no ser humano, constituindo a energia divina da consciência em cada
um. Situa-se em uma cavidade triangular chamada trikona, no chakra muladhara,
situado entre o ânus e o órgão genital.
c.Nadis.
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oval e a largura de quatro dedos. Do Kandha surgem 72.000 nadis. Entre esses, nadi
sushumna, Ida e Pingala são as mais importantes no trabalho do Yoga
A nadi que procede do lado direito do escroto (ou ovário), segue seu curso até a
narina esquerda, e vice e versa. Ida é a chandra(lua) nadi, é frio e de polaridade
feminina. Pingala é surya(sol) nadi, é quente e tem a polaridade masculina.
d.Chakras
São centros que recebem, armazenam e distribuem energia vital para as diversas
funções humanas. Existem 07 chakras fundamentais pois
distribuem energia para aspectos essenciais da vida. Vamos
a seguir apenas citar cada um deles e fazer um breve
comentário. Mais adiante neste texto aprofundaremos este
assunto.
2 - Swadhisthana - Situado na raiz dos órgãos genitais. Este chakra possui seis
pétalas, seu elemento é a água e seu bija é vam, o qual é o bija de Karuna; habitado
por Rakini. O elemento é a água e sua deidade reitora é Vishnu. Nutre o sentido de
fluidez e flexibilidade. Regula a função sexual e a experiência de não-separatividade e
comunhão.
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a) HATHA YOGA
O Hatha Yoga Pradipika - escrito pelo sábio Swatmarama, por volta do século
XV, o Gherandha Samhita (diálogos do sábio Gheranda com seu discípulo Chanda
Kapali) e o Shiva Samhita, são textos fundamentais a serem usadas pelos Mestres na
transmissão do Hatha Yoga. No entanto os Mestres tem a missão de atualizar e
modificar o ensino para adequar às pessoas, ao lugar e ao momento, e assim manter
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viva a Tradição do Yoga com o seu poder transformador, tendo em vista sempre a
Meditação e o Samadhi.
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e- Mudras – São gestos realizados com a mão ou com o corpo todo trazendo
profundos efeitos energéticos e psíquicos. Agrupam e mobilizam energias vitais e
psíquicas podendo assim ampliar a percepção e direcionar o fluxo interno do prana
para diversos fins.
b) TANTRA YOGA
Basicamente podemos dizer que existem dois tipos de Tantra Yoga. Um deles
utiliza em suas práticas a mobilização direta da energia sexual visando, obviamente, o
samadhi. E o outro, mesmo trabalhando com todas as energias, inclusive a sexual, não
mobiliza diretamente essa energia.
Tantra que não utilizam a cerimônia do pancha tattva ( 05 elementos) como é próprio
do Vamacharya, mas nas quais a interação sexual acontece visando mobilizar a
energia e direcionar para o sahashara chakra.
No Tantra Yoga que não mobiliza diretamente a energia sexual existem também
escolas diferentes. O caminho conhecido como Dakshinacharya (direita), por exemplo,
utiliza a cerimônia do pancha tattva, mas não inclui o maithuna, e os ingredientes
servidos no ritual não são os mesmos utilizados no Vamacharya.
O Tantra Yoga Branco é outra escola que não mobiliza diretamente a energia
sexual. Utiliza poderosas técnicas de Meditação, praticadas em duplas, que visam
movimentar a energia Kundalini e promover uma completa limpeza do subconsciente
negativo, abrindo espaço para a consciência espiritual. È praticado apenas com a
orientação direta de um Mahan Tântrico, Mestre responsável em cada época pela
transmissão desse tipo de Tantra Yoga. Ou com a presença de alguém especialmente
indicado por ele.
a) Bhuta Suddhi - é uma cerimônia que significa a purificação dos cinco elementos dos
quais o corpo é composto. O praticante dissolve o corpo na perspectiva egóica e cria
um novo corpo que é sentido como divino. Ele inocula dentro do seu corpo a vida de
Devi. O Maha Nirvana Tantra assim descreve este rito: “O elemento terra se dissolve
na água. A água no fogo. O fogo é dissolvido no ar. O ar no éter. O éter se dissolve no
eu (ahankar). O ahankar dissolve-se em Mahat (a grande inteligência além da mente).
Mahat se dissolve na prakriti em sua forma Primordial. E prakriti dissolve-se no
Absoluto Brahmam”.
b) Nyasa – Constitui um ritual tântrico dos mais poderosos. Ele acontece pelo toque
com as pontas dos dedos da mão de direita em diversas partes do corpo,
acompanhados por um Mantra.
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f. O Pancha Tattva
O Pancha Tattva é essencial para o culto à Shakti. O Pancha Tattva é
composto de:
- Vinho, (Madya), carne (Mamsa), peixe (Matsya), cereal tostado (Mudra) e a união
sexual (Maithuna). Como todos eles começam com a letra “M”, eles são comumente
chamados de Pancha-ma-kara, ou os cinco “M”. O Pancha Tattva significam bebida,
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Madya - Elemento fogo. Pode ser vinho, ou pode ser água de coco, ou ainda
significar embriaguez divina, ou consciência de Shiva, o Absoluto. O vinho é um
símbolo para significar o Supremo e a eterna bem-aventurança da sabedoria do Yoga,
ou o conhecimento do Atman (Atma-jñana).
Maithuna - Elemento éter, o mais sutil de todos os tattvas. Pode ser a união de
Shiva e Shakti no centro superior do cérebro, conhecido como Sahasrara, ou lótus de
mil pétalas.
Mamsa (carne) - carne é o ar. Pode ser o ato pelo qual o aspirante consagra ao
Senhor todas as suas ações.
vestimentas de igual cor. Seu corpo escuro assemelha-se a uma nuvem de chuva. Sua
testa brilha com a luz da lua crescente. Entoa-se Japa com o Mantra indicado.
O Tântrico pode ter relações sexuais com a sua esposa, a sua Shakti. Ela é
uma deusa, Griha Lakshmi ou Grahadevata, unida a seu marido pelo Samskara
sacramental do matrimônio. É a sua companheira na vida (Ardhangani). A união de
marido e mulher é um verdadeiro rito escritural sagrado.
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Uma afirmação Yogui diz: ”o Nada (som) atrai a mente e ela mergulha no Laya
(dissolução) através do doce Nada. A mente pode ser disciplinada para propiciar a
libertação pela prática do Nada Yoga. O Yoga do Som”.
No Nada Yoga a mente se fixa no som entoado ou capta os sons Anahat, o som
não tocado. Ao dissolver-se no som ocorre o Laya, a dissolução da mente e do ego, e
com isso o samadhi. Por isso Nada é também Laya Yoga.
O som anahat ao ser escutado abre a percepção direta do real, do Uno que se
esconde e se mostra em todas as coisas e seres.
A prática do Nada Yoga para escutar o anahat é sentar-se em sidhasana.
Tampar os ouvidos com os polegares(Shanmukhi Mudrá) e concentrar-se no som que
está além das palavras. Ou então, entoar Japa com o mantra So Ham ou outro mantra,
sincronizando sempre com a respiração e a correta nota musical. A prática regular de
asanas e pranayamas promove a completa limpeza das nadís e dessa maneira
também o anahat pode ser escutado.
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O Nada Yoga propõe o Mano Laya como um processo mais eficiente para a
dissolução do eu temporal, embora possa incluir também o pranayama. Baseia-se no
uso do poder do Som para atrair e absorver a mente no Shabda Brahmam, o Som
divino.
A ciência do Nada tal como é ensinada pela Tradição de Guru Nanak, trabalha
através do movimento da língua tocando o palato e com isso criando efeitos bio
elétricos no cérebro, influenciando a química cerebral e ampliando a percepção e o
estado de consciência. Yogui Bhajan descreve desta maneira o Nada Yoga: “Ao
entoar um mantra que captura o padrão do Infinito, o sistema nervoso começa a
sincronizar-se e o fluxo de pensamentos move-se com o ser superior em você. Então o
ego relaxa e o mantra é vibrado em cada célula, e em todas as coisas no universo.
Você flui e o silêncio se instala. Então se pode sentir, ouvir e agir guiado pela Alma”.
Isto é Yoga do Som!
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O Tantra é, como vimos até aqui, uma perspectiva através da qual o mundo é
percebido como a urdidura de um tear onde os fios se estendem infinitamente
envolvendo todos os planos e níveis de manifestação da energia no universo. Nesta
visão tudo se encontra em constante movimento, expansão e transformação. O Tantra
constitui uma cosmo-visão, e ao mesmo tempo uma visão do que é o ser humano.
Uma das características da concepção tântrica é atribuir ao Ser humano a
possibilidade de desenvolvimento da consciência. Isto inclui a manifestação de
potencialidades de percepção mais profundas do que o comum. E a partir daí, uma
maior clareza sobre a questão da Identidade, sua origem e destinação.
O Tantra entende que esse possível desenvolvimento se realiza com o auxílio de
determinados procedimentos capazes de intervir sobre o sistema físico, energético e
psíquico do indivíduo, potencializando sua percepção e capacidade de compreender a
si mesmo.
Os procedimentos constituem um sistema prático de Técnicas e Ensinamentos
conhecidos como Yoga. E nesse caso, como já dissemos anteriormente, por se
encontrar no contexto filosófico tântrico, chama-se genericamente Yoga Tãntrico.
Uma das características desse contexto Tântrico é a noção de que todas as
formas de manifestação da energia da vida que se apresentam no ser humano, podem
e devem ser movimentadas e trabalhadas, de modo a facilitar o desenvolvimento da
consciência. Isto inclui o corpo físico tanto quanto o emocional e o mental-intelectual.
Afirmar isto hoje pode parecer um lugar comum, pois a chamada visão holística
demonstra a importância de uma perspectiva integrada do ser humano e da vida. No
entanto, durante muitos séculos e até mesmo ainda hoje, há quem considere que o
despertar da consciência espiritual envolve necessariamente um afastamento do corpo
e muitas das suas manifestações naturais.
No Yoga, a importância do trabalho corporal e bioenergético foi revalorizada na
Índia, com o ressurgimento do Tantra através do Hatha Yoga.
O texto Hatha Yoga Pradípiká especialmente, afirma e expõe as Práticas
corporais, bioenergéticas e psíquicas do Yoga, totalmente inseridas em uma
perspectiva Tântrica.
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Trabalho. É o caso do Hatha Yoga, que significa a união do Há (sol) com Tha (lua).
Ou adotam um nome mais geral, como Tantra pôr exemplo.
No entanto Tantra é um termo geral que esconde em si abordagens com grandes
diferenças de método entre si. É um termo que se refere mais à uma visão de mundo,
do que à uma técnica Yogi específica.Como existem muitas variações de nomes e
métodos o melhor critério para se saber do que trata cada escola, é aproximar-se
adequadamente, e aprender diretamente em cada Escola os Ensinamentos e Técnicas
transmitidos: Que conceitos utilizam com maior ênfase, que técnicas propõe, e
principalmente, se têm um Mestre Vivo ensinando agora. O que significa que haverá
adequação do ensino e da prática de acordo com o lugar, as pessoas e o momento e
por isso uma maior possibilidade de propiciar aquilo que o Yoga propõe. Sem isso
teremos apenas imitação e condicionamento.
d) KUNDALINI YOGA
É necessário dizer antes de mais nada que a expressão Kundalini Yoga é um
termo genérico, podendo ser aplicado á todo sistema de Yoga que utilize técnicas para
mobilizar o prana e os ares vitais( vayus)
visando unir prana e apana.Ou ainda toda
escola que, através de diversas estratégias vise
em última instância despertar Shakti Kundalini,
para juntamente com a Concentração e a
Meditação facilitar a transcendência da mente e
do ego. Esta é a maneira de trabalhar do Hatha
Yoga e do Tantra Yoga. Podemos dizer então
que estas Vias são um tipo de Kundalini Yoga.
que se apresenta com este nome. Um Mestre desta Tradição veio para o ocidente no
final dos anos 60 com a missão de ensinar publicamente usando uma metodologia que
qualquer pessoa pudesse praticar. Este Mestre é Yogui Bhajan e é responsável
atualmente pelo ensino público do Kundalini Yoga.
Esta Escola contém elementos do Bhakti Yoga, Jnana, Nada Yoga, Raja e
Karma Yoga. O suporte espiritual dessa Tradição na formulação dada por Siri Singh
Sahib Yogi Bhajan é recebido pela linhagem de Guru Nanak. Ouve uma sucessão de
10 Gurus humanos e o décimo primeiro é o registro dos sons sagrados expressos em
poemas por Mestres da Tradição Sufi, muçulmanos e bhaktas hindus. Estes poemas
místicos constituem o Siri Guru Granth Sahib, o livro sagrado dis sikhs. Guru Nanak
possibilitou um caminho espiritual livre do formalismo religiosos da sua época, Indicou
um caminho que mostrava que a mística Islâmica e a hindu eram em essência a
mesma verdade, que habita e é, a Identidade espiritual de todo ser humano.
a- Posturas e Movimentos.
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b- Pranayamas.
Pranayamas são técnicas de absorção e direcionamento do Prana ( Energia
Vital) através da respiração. O Kundalini Yoga emprega uma grande diversidade de
técnicas respiratórias. A respiração é rítmica e a intensidade pode se adequar às
condições de saúde, emoção e consciência do praticante. O Kundalini Yoga usa de
forma precisa e científica a respiração para mudar as condições de energia e
consciência.
d- Mudrás-
Mudrá é aquilo que mantém o poder. No caso do Yoga são gestos com as mãos,
dedos, ou até mesmo com o corpo todo. Visam estabelecer certos circuitos no fluxo
energético, contendo o prana em casos onde poderia haver um desperdício dessa
energia, e direcionando o seu fluxo para desencadear estímulos sobre o estado de
consciência. Em geral são usados em combinação com pranayama, mantra e
concentração.
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e- Mantra.
O poder do mantra decorre do fato de que ele expressa em forma de palavra e
de som aquilo o seu significado. Uma palavra-mantra é a expressão sonora de uma
realidade. Ao se entoar a palavra entra-se em contato com a realidade significada
no mantra. O Mantra no Yoga visa criar um estado de harmonia corpo-emoção-
mente que facilite o despertar de um estado de ser atemporal, realizando assim o
propósito essencial do Yoga.
Já foi observado em laboratório que os mantras atuam inclusive no plano
celular, ordenando a órbita dos elétrons e interferindo positivamente nas funções
orgânicas.
No plano emocional e mental os mantras atuam dissipando a negatividade das
energias emanadas pelos conteúdos psicológicos, ajudando a dissipar os padrões
negativo do subconsciente.
h- Dhyan – Meditação -
Em geral no Kundalini Yoga as Técnicas de Meditação incluem um Mudrá
específico, um ponto de concentração, ritmo respiratório, Mantra, algumas vezes
visualização e postura. As técnicas visam aquietar a mente, ampliar a percepção e a
vivência de um estado de ser além da mente e do ego. Existem práticas com diversos
objetivos específicos, mas em todas elas a finalidade última é o estado de Yoga, ou
seja, um estado de comunhão com a vida.
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1. Asanas.
Já citamos os 07 tipos básicos e as “fora de série”. Citamos as regras de
acompanhamento pela respiração (regras harmoniosas do Hatha Yoga). Convém
insistir neste casamento harmonioso entre pranayama e asana.
a) a) Enquanto durar o asana dura o pranayama.
b) b) Enquanto durar o pranayama dura o asana.
A sincronia entre asana e pranayama e a intenção com que se pratica torna o
treinamento vital e eficaz. A intenção é em boa parte, pelo menos a princípio, induzida
pelo Instrutor através de sua atitude, tom de voz, nível de exigência e ritmo que propõe
à aula.
Durante a prática toda a atenção e concentração deve ser posta naquilo que se
faz. Assim não se perde energia e o que se faz é vivido muito mais intensamente.
2. Kriyas.
Treinamento de purificação interna e externa. Fora dos demais treinamentos
conhecidos e utilizados que entrarão em nosso trabalho, o que mais nos interessa é o
Agni Sara Dhauti. O Kapalabhati é considerado um Kriya também.
3. Bandhas.
Treinamentos de contato-pressão interna e externa. Mula bandha, Udiyana
bandha e Jalandhara bandha são aqueles que mais nos interessam.
4. Mudras.
Gestos executados com as mãos ou com o corpo inteiro. Pronam Muudra, aswini
mudra, Gyan mudra....
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Tipos de atenção:
- a de sentido único = que só leva em conta aquilo que é observado. Não permite uma
visão integrada do conjunto do que somos. Traz uma visão elementar. Restrita. Não é
útil na auto-observação. Ora inclui o observador, ora apenas o objeto.
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EMOTIVIDADE
É a mais difícil. Ao olharmos para ela vemos que não a controlamos. Não as
mudamos. Estão sempre presentes e quando ultrapassam a medida habitual às vemos
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e chamamos de sentimento. Mas não são. São reações afetivas automáticas, emoções.
Assim, a cada circunstância algo nos agrada ou desagrada, atrai ou repele.
Não sabemos como elas se criam, não as vemos. Elas vêm automaticamente. Se por
lampejo um homem vê, pode ficar surpreso desagradavelmente. Não sente vontade
espontânea de continuar vendo. Damos um valor muito grande a essas reações
mecânicas. Pode ser perigoso vê-las se as hipervalorizamos. É preciso despertar antes
um “sentir” de outra ordem.
Há no entanto um trabalho possível, sem riscos, com os hábitos emocionais: é a
não-expressão das emoções desagradáveis.
Quando se observa o homem, vê que não observa nada com imparcialidade.
Sempre algo o agrada, ou desagrada ou lhe é indiferente.
Pode não mostrar a aprovação, ou a indiferença, mas é muito difícil não manifestar a
desaprovação. Isso se torna um hábito. É confundido com sinceridade. Se expressa
como oposição, violência, depressão: cólera, inveja, crítica, desconfiança,
aborrecimento, medo, pena de si, etc...essas impressões negativas pessoais ocupam o
lugar da simples constatação de fatos. Expõe a tendência do homem a fazer recair
sobre os demais ao seus agravos pessoais, afim de não se sentir só e tentar se livrar
deles.
Isso indica a própria fraqueza, a marca da incapacidade de compreender a si
mesmo como é. Esbanja e perde energia e alimenta a própria negatividade. Isso pode
ser trabalhado sem prejuízo nenhum para o equilíbrio interno. Apenas poupa energia.
Não faz falta. É a eliminação de algo inútil. Mais energia sobra para trabalho útil.
Quem assim trabalha descobre o processo emocional em que vive.
A “luta” com os hábitos mecânicos em cada um dos centros serve de base, de apoio á
observação inicial de si mesmo. Mais o trabalho com os 2 aspectos do ser servirá de
base ao surgimento de uma “presença”. Mais tarde ainda a “luta” do sim e do não (das
2 naturezas do homem).
No trabalho de auto observação surge a questão: Quem Observa? O que é
observado? A partir daí eu me pergunto o que eu mesmo sou realmente, o que é
“sincero” e o que não é. Esse questionamento sincero, incessante, à luz de uma
consciência de si que se amplia é a base de possíveis mudanças. Pequenas
mudanças, forçadas não servem. As mudanças são espontâneas. A real transformação
é ir além dos processos comuns, desenvolver um novo ser em si mesmo.
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Não basta mais apenas ver-se agora. Com um certo nível de autoconhecimento,
o trabalho não é apenas lembrar-se de si, mas criar a real presença de si. A observação
de si por si mesmo, não mais a distante observação.
Percebe-se aí que a persona é a real barreira para sermos nós mesmos. As
funções estão a serviço da personalidade e não do ser interior. O homem vê que a
transformação é necessária. O ser interior precisa assumir o comando das funções e
colocar os personagens a seu serviço. Essa é a primeira etapa da revolução possível.
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5. Alimentação influencia?
- A alimentação obviamente influencia tudo em nossa vida. Afinal com ela
aumentamos nossa energia de um modo saudável, ou ingerimos substâncias das
quais não apenas não necessitamos, mas que podem nos desgastar e prejudicar de
várias maneiras. Mas para meditar não há nenhuma exigência de dieta. Meditação,
no entanto, aumenta a sensibilidade e inteligência do corpo que passa então
naturalmente a pedir alimentos mais saudáveis e a evitar aqueles que lhe causam
danos.
6. E a respiração ?
- Umas das estratégias para facilitar a Meditação é reaprender a respirar
profundamente. Com isso revitalizamos o corpo e a mente. Outro aspecto é que
induzindo um ritmo respiratório interferimos no ritmo mental e com isso podemos
desacelerar a mente e as emoções facilitando a Meditação. Há um intervalo
normalmente imperceptível entre um pensamento e outro. Quando desaceleramos a
mente podemos estar atentos a esse intervalo e nele surge uma grande silêncio,
pleno de energia e bem estar.
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Cada dedo que você usa na meditação com a mala, relaciona-se com uma parte
do cérebro. Correndo a mala sobre os pontos de meridianos do dedo do sujeito, podem
ser criados diferentes resultados. :
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Aí, retorno a mala e começo de novo. Enquanto estou sentado, fazendo o meu
japa, começo a relaxar, desfrutar um sentido de aconchego e sentir o centro de meu
coração se abrindo. Experimente, é grandioso.
Dedo médio. Para estimular o dedo médio, use o indicador e o polegar para
mover as contas.
Dedo anular. Para estimular o anular, use o dedo médio e o polegar para mover
as contas, como descrito acima.
Dedo mínimo. Use o dedo anular e o polegar para mover as contas. Para dar
suporte ao dedo mínimo, descanse a mão sobre o joelho. O dedo mínimo é o mais
difícil de ser estimulado pela sua posição, assim dê-lhe um suporte.
A mala vem em combinações de 108, 54 (metade de 108) e 27 (1/4 de 108) contas. Se
a sua mala tem 54 contas, você passará pela conta do Guru uma vez, na segunda vez
(para uma recitação de 108), você a pegará, recitará o mantra e fará uma prece. Com
27 contas, você passará o Guru por três vezes e, na quarta vez (numa contagem de
108), segure-a e diga seu mantra e a prece. Se você está começando a usar a mala,
prefira utilizar a de 108 contas que é mais fácil de manejar. Quanto maior as pedras,
maior o poder de cura delas.
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TÉCNICAS DE MEDITAÇÃO
A palavra Dhyan aponta um estado de ser onde ocorre a suspensão dos processos
mentais e da idéia de si mesmo baseada no passado. Nesse silêncio do pensar emerge o Ser
que desde sempre se é. Atemporal, incondicionado, livre!
Mesmo não sendo totalmente adequada, Meditação é a palavra usada para dizer
Dhyan. Nesse sentido Meditação é a disposição de completa abertura e acolhimento do ente
humano para a dimensão Divina do Ser.
Meditação implica a dissolução do próprio meditador. Por isso onde existe “alguém”
meditando não existe meditação.Aquele que pratica a chamada Técnica de Meditação precisa
desaparecer na própria prática, caso contrário não acontece a Meditação.
Ramana Maharshi, um grande Mestre de Yoga, ilustra esse processo dizendo que o
pedaço de madeira inicialmente usado para mexer na fogueira finalmente torna-se fogo e se
transforma na própria fogueira. Essa seria uma prática onde o propósito essencial se realizou.
As intervenções que as técnicas realizam podem ser sobre a dimensão corporal, pranica,
emocional e mental. Atingem glândulas, chakras, corpos sutis. Essencialmente visam
harmonizar e ampliar a capacidade humana de percepção. Com isso, desde o início, já
promovem uma maior qualidade de vida, menos estresse e mais tranqüilidade mental-
emocional. Mas o que a Meditação propõe mesmo de mais profundamente terapêutico é a
dissolução da causa de todas as desarmonias: o eu temporal!!
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A ATUALIDADE DO YOGA
em todas as suas nuances, dizendo inclusive como a nova proposição o dissolve, torna-
se então um dizer que efetivamente atende aos interesses e necessidades da
comunidade naquele momento, e será reconhecido em sua importância.
Muitas vezes esse dizer implica um certo nível de confrontação, pois em geral
não cabe nos pressupostos em vigor. Pode, ao contrário, significar ruptura e o início de
uma nova perspectiva de mundo.
Diante deste quadro, o que nos interessa perguntar agora é, em que condições o
discurso do Yoga torna-se capaz de atender questões essenciais que a mentalidade
vigente em nossa sociedade já não dá conta de responder? Por discurso do Yoga aqui
se quer dizer as idéias e argumentos que fundamentam a sua prática. Aquilo que é
apresentado como justificativa para propor e explicitar o que o Yoga é.
Perguntamos então: o Yoga é capaz de aparecer no mundo de um modo
absolutamente pertinente, formulando claramente o que ele próprio é, e as
possibilidades que se abrem a partir disso? E mostrando a partir da compreensão clara
das circunstâncias históricas; dos vários aspectos que caracterizam a condição humana
atual, mostrando que pode desvelar uma nova perspectiva, um novo estado de ser,
onde respostas adequadas ao agora podem surgir de forma espontânea, a partir de
uma inteligência criativa movida pela na intuição pura?
È possível identificar que um dos traços essenciais, típicos da sociedade
contemporânea é o esquecimento de si mesmo enquanto ser. Ser que aparece na
existência em todas as suas faces: profissional, familiar, social, religiosa...mas, que
antes de tudo é si mesmo.
O esquecimento do ser que se é, é o terreno onde florescem muitos desequilíbrios
característicos da nossa cultura. A ausência de um sentido de identidade bem
estruturado psicologicamente dentro do mundo das relações; e a também ausência de
conexão com um nível de identidade incondicionado, atemporal, deixa o ente humano
em uma luta para afirmar a si mesmo no plano social e profissional. O que se constrói
então é uma terrível dependência da opinião dos outros.
O modelo de identidade que se forma no contexto descrito é determinado pela
mentalidade social dominante. Surge um ente humano medíocre, que justifica a sua
falta de coragem e ousadia para ser ele mesmo, dizendo que a sociedade o obriga a
ser como ele é; que não seguir o modelo aprovado pela mesmisse coletiva o tornaria
um estranho no mundo e assim por diante.
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Uma disfunção muito comum se expressa no esforço para manter, pela rigidez e
o conservadorismo, um sentido artificial e até moralista dos valores e costumes que
nutriam os papéis nas relações até então. E mesmo não fazendo mais sentido, são
cultuados, por não se saber o que pensar e o que fazer. O receio de mudanças reforça
o apego ao velho.
Outro modo de expressão desse mesmo desequilíbrio aparece nas atitudes
contestadoras que buscam quebrar regras e convenções, cultuar originalismos e
transgressões, mas que no fundo ainda fazem parte da mesma velha estrutura. Ainda é
a vigência do esquecimento do ser.
O Yoga convoca à um olhar para fora dos papéis sociais e familiares, com os
quais ainda permanece a identificação, mesmo que, como já foi dito, já não façam mais
sentido; e convida à iluminação do horizonte onde se vislumbra o ser que se é.
O sentido do Yoga como o vislumbre do ser para além dos papéis, só é possível,
no entanto, quando esse olhar já se deu para o vazio desses mesmos papéis. É preciso
já ter olhado para fora dos pressupostos vigentes, para saber que eles são
insuficientes. Daí surge a crise e com ela o convite para a redescoberta de si mesmo. É
preciso então a disposição adequada para o ver que apreende o ser em si mesmo e em
todas as coisas, e que pode acessar uma nova dimensão de consciência e uma nova
maneira de viver.
O Yoga, para quem viu a insuficiência daquilo que constitui a identidade vigente,
é o percurso do desvelamento do ser que se é. É o caminho de plenificação de si
mesmo.
Para quem se mantém cultuando aquilo que vigora mesmo sem fazer sentido,
por conformismo ou medo de admitir que o mundo em que vive está em chamas, para
esses o Yoga é apenas exercício, e serve para mante-los mais confortáveis na
“mesmisse’ e na mediocridade da mentalidade dominante.
Podemos perguntar então se é possível ao Yoga abrir os olhos de quem o
pratica, tornando possível ver além do discurso vigente. Ou se é apenas mais uma
opção reacionária para anestesiar os efeitos da decadência.
E uma possível resposta é: Pode abrir os olhos, sim! Ou o “olho divino” capaz de
ver o que é. Mas nem sempre isso acontece!
Esse “abrir os olhos”, por sua vez, quando de fato acontece pode ser de dois
modos: um é quando pelo próprio discurso instaurador de um novo sentido, o Yoga
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Estamos entrando na chamada era aquariana. Cada pessoa neste planeta tem
algo para oferecer.
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energética, para que realmente a força da vida faça acontecer seu próprio movimento
de expansão. Um modo de iniciar esse processo, biologicamente, é respirando mais e
melhor. O oxigênio e o prana que absorvemos ao respirar de modo adequado e de
forma especial através de exercícios específicos, altera a configuração vigente de
nosso estado emocional, mental e orgânico e efetivamente ficamos mais vivos, capazes
e prontos para ir além do que pensamos ser.
Essa época aquariana é a era do encontro, agrupamento, mas não pela carência,
pela ânsia de receber. Não porque a união faz a força. Ao contrário. É porque sentimos
a força da vida transbordando em nós que podemos nos mover em direção ao outro. De
forma livre, sem controle, sem manipulação, sem precisar do outro para ser o que
somos. Sem estar em busca de sentido para a vida e para si mesmo através do outro.
Não. A vida não faz e não tem nenhum sentido fora dela própria. E ela é o que somos.
Podemos nos aproximar do outro para estarmos juntos, compartilhando; para doar,
distribuir, o aroma que exala do que somos.
A era aquariana pode ser uma experiência de unidade fundada na vivência de que
tudo é Um. Toda diversidade é máscara que esconde o Um que somos. A partir de tal
consciência um novo modo de viver se torna possível.
O papel do Yoga nesse processo pode ser imenso. Pois a consciência realizada
naquilo que o Yoga é, pode alterar radicalmente todas as relações... sem esforço, sem
pretensão. Apenas sendo o que é. Compartilhando a plenitude da sua própria
natureza, do seu próprio Ser.
Mestre - Esta é a típica pergunta mal formulada. O que você quer: silêncio ou
conhecimento? Para que você quer o silêncio? Por quanto tempo você quer esse
silêncio? Você acha que ele irá resolver seus problemas? Saiba que, no melhor
dos casos, você os deixa para mais tarde. Quando você dorme, aliás, os
pensamentos estão em silêncio, mas os problemas não são resolvidos.
Comentário crítico - O “você”, que quer seja o que for, é a raiz e o sustentador da
ignorância, que é a ignorância sobre si mesmo. Querer o conhecimento é um querer
também sustentador do ego tanto quanto querer silêncio. O conhecimento que é
possível ao ego é sempre condicionado pela estrutura desse mesmo ego, e, portanto,
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não sai das suas fronteiras. Estando ainda nesse território condicionado é um
conhecimento insuficiente para dissolver o sofrimento, pois está fundado no ego, fruto
da ignorância. Sendo assim o conhecimento no nível do ego não dissolve a ignorância
e suas manifestações, e ainda se torna um alimento sutil para o falado ego.
Moral da estória: não fique repetindo por repetir palavras bonitas mas vazias, que você
ouve por aí. Pode ser contraproducente.
1. O que causa o estresse? Como administrar e não permitir que ele tome conta da sua
vida?
- O que realmente causa o estresse é a necessidade de aumentar a capacidade de
resposta à uma dada circunstância. Quando julgamos ameaçadora uma situação,
acionamos o mecanismo de reforço que é a reação de estresse. Portanto, quanto mais
confiança tivermos em nosso próprio potencial de ação, menos nos sentiremos
ameaçados, e com isso o estresse muitas vezes será simplesmente desnecessário.
No entanto, quando ele é realmente necessário ele é uma ajuda indispensável. Mas
precisamos saber desativar logo em seguida, pois é ao se prolongar que ele se torna
nocivo.
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2. Como lidar com o excesso de informação nos dias atuais? Como administrar o
tempo?
A informação é necessária e nos torna cientes do que acontece no mundo em
todas as áreas do conhecimento humano. Talvez ela se torne inadequada, quando a
tornamos um fim em si mesma. Quando a informação recebida se integra em um
sentido, uma intenção, um propósito, ela se torna elemento indispensável na
concretização do que se pretende. Ela tem um sentido. Quando ela é absorvida
compulsivamente, de forma mecânica, ou como se em si mesma tivesse alguma
importância, ela apenas ocupa a mente e dispersa a atenção do que realmente
interessa. O tempo é uma questão de organização e estabelecimento de prioridades. E
o mais importante: viver um momento de cada vez! A cada minuto o seu trabalho. Mas
para isso é preciso educar a mente. E isso é uma tarefa da Meditação.
3. O que o sr. diria para as pessoas que dizem precisar de 48 horas para viver no dia?
É novamente a questão do tempo. É necessário estabelecer prioridades, e para
isso precisamos ter clareza sobre o que queremos. Isso exige uma mente ágil,
revitalizada e intuitiva. Aprendendo a arte da Meditação no Kundalini Yoga que utiliza o
poder do Som e da Respiração para potencializar o funcionamento cerebral pode-se
chegar a isso. È preciso também saber deixar a mente descansar,e para isso é
necessário a suspensão do diálogo interno. O silêncio mental torna a mente mais
perceptiva e pacífica.
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5. O Yoga e a Meditação podem fazer com que o indivíduo administre melhor seu
tempo? De que forma?
Na medida que aprendemos a nos concentrar em uma tarefa de cada vez, e a escolher
com clareza a própria tarefa isso já começa a acontecer. Costuma-se dizer que uma
pessoa estressada diz: “Não posso parar para Meditar, pois tenho muita coisa para
fazer. E uma pessoa ativa, que sabe relaxar diz: Tenho muita coisa para fazer hoje. Vou
acordar mais cedo e Meditar. Com alguns minutos de Meditação no estilo do Kundalini
Yoga, temos visto pessoas otimizarem o uso do tempo, administrando melhor a sua
própria vida mental/emocional, ou seja, perdendo menos tempo com devaneios e
preocupações inúteis e ganhando mais confiança e positividade em suas escolhas e
mais vontade e motivação para na concretização de seus projetos.
5. O sr. pode citar alguns exemplos práticos e fáceis de Yoga e Meditação, que relaxam
e diminuem o nível de estresse?
Em princípio é importante a orientação de um Instrutor qualificado para a prática do
Yoga. O que se pode dizer indicar de modo geral para qualquer pessoa é que observe
a sua respiração e tente respirar profundamente, sinta o seu corpo e procure desfazer
sempre todo esforço muscular desnecessário em qualquer situação, pois isso lhe
ajudará a estar mais consciente de si mesmo e mais relaxado. Uma sugestão: Sente-se
confortavelmente. Mãos sobre as coxas, em concha, com a esquerda sobre a direita e
os polegares se tocando. Observe a sua respiração e não interfira, apenas observe.
Quando o ar estiver entrando conte “Um”, quando estiver saindo conte “Dois”, entrando
de novo “Três”, saindo “Quatro”, e assim por diante até “Dez”. Se, acaso se perder na
contagem, volte para o “Um”. Esta prática diminui a dispersão mental, concentra e
relaxa a mente e as emoções.
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