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PARA ATUAÇÃO DO
PSICÓLOGO EM VARAS DE
FAMÍLIA
por Larissa Vargas e Naila Garcia
A ATUAÇÃO DE PSICÓLOGAS(OS) NO
SISTEMA DE JUSTIÇA
Em especial no Poder Judiciário, é uma prática recente no Brasil, afeita
à Psicologia Jurídica reconhecida pelo Conselho Federal de Psicologia
(CFP) como uma área especializada da Psicologia em 2000, por
delimitar um campo de saber próprio de atuação da(o) psicóloga(o) no
âmbito das questões e dos problemas jurídicos.
O recorte nas varas de família foi uma resposta à crescente demanda de consultas e processos éticos
em torno da atuação das(os) psicólogas(os) neste âmbito, embora muitas questões extrapolam a
matéria do Direito de Família e dialoguem com concepções e conceitos advindos de conflitos humanos
relacionados à vida em família, tais como encontradas nas varas da infância e da juventude, nas varas
especiais de crimes contra a criança e adolescente e de crimes contra a mulher, entre outras
instâncias.
ÁREAS
ABORTADAS Questões jurídicas
Questões de sexualidade
Em seu artigo 1.584, o CFC de 2002 dispõe que a guarda dos filhos deveria ser atribuída
àquele que revelasse melhores condições de exercê-la, ressaltando-se a importância de
se garantir o acesso da criança tanto à linhagem materna como à linhagem paterna.
Quando não houver acordo entre os genitores quanto à guarda do filho, encontrando-se
ambos aptos a exercer o poder familiar, será aplicada a guarda compartilhada, salvo se
um dos genitores declarar ao magistrado que não deseja a guarda do menor.
ALIENAÇÃO
PARENTAL
Segundo a lei nº 12.318, a definição da
síndrome de alienação parental, segundo
psiquiatra Richard Gardner, seria um
distúrbio infantil, atingindo crianças e É preciso cuidado entre o direito das crianças
adolescentes em situações de disputa de serem ouvidas nesses processos e o fato de que
guarda, onde sofreram uma “lavagem deve ser privilegiada a palavra de uma criança.
cerebral” ou uma “programação’ no filho [...]não caberia à(ao) psicóloga(o) a tarefa de
para que rejeite o outro genitor; inquirir a criança para que ela respondesse com
A Lei n.º 12.318/2010 dispõe no artigo quem deseja permanecer.
sexto, que diferentes medidas podem ser [...]Hoje, deve ser preocupação das(os)
aplicadas nos casos em que se comprove psicólogas(os) avaliar se mesmo após o
a alienação parental, dentre elas a rompimento conjugal dos genitores estão sendo
determinação de acompanhamento proporcionadas à criança a filiação materna e
psicológico e/ou biopsicossocial e a paterna.
inversão da guarda;
A prática de ato
de alienação
parental constitui
abuso moral
contra a criança
ou adolescente e
fere o direito
fundamental de
convivência
familiar saudável;
SOBRE PERITOS E
ASSISTENTES SOCIAIS
Psicólogas(os) e assistentes sociais que atuam nas
políticas públicas não devem ser convocados para
realizar perícias judiciais e/ou trabalho de assistente
técnico;
O assistente técnico é psicólogo com a função de
complementar e/ou argumentar acerca do estudo
psicológico desenvolvido pelo perito no processo judicial,
devendo estar habilitado para orientar e esclarecer sobre
as questões psicológicas que dizem respeito ao conflito;
[...]este pode questionar os procedimentos e técnicas
utilizados, os dados levantados e a conclusão da
avaliação feita pelo perito, além de colaborar com o
patrono da parte na formulação de quesitos a serem
encaminhados ao perito.
Resolução CFP n.º 8/2010, em 30 de junho de 2010: O psicólogo assistente técnico
não deve estar presente durante a realização dos procedimentos metodológicos que
norteiam o atendimento do psicólogo perito e vice-versa, para que não haja
interferência na dinâmica e qualidade do serviço realizado;
Conforme a especificidade de cada situação, o trabalho pericial poderá contemplar
observações, entrevistas, visitas domiciliares e institucionais, aplicação de testes
psicológicos, utilização de recursos lúdicos e outros instrumentos, métodos e
técnicas reconhecidas pelo Conselho Federal de Psicologia;
Em julho de 2012 a Resolução CFP 10/2010 foi suspensa em todo o território
nacional, esta vedava à psicóloga(o) o papel de inquiridor.
[...]a escuta especializada realizada por psicólogas e psicólogas(os) na rede de
proteção tem como objetivo o acolhimento, permitir o relato livre, com perguntas
estritamente necessárias para que a proteção e o cuidado sejam prestados, não se
configurando como relato para a produção de prova;