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RENATA APARECIDA AUGUSTO XAVIER


ROBERTO CARLOS DE MENEZES

RELATÓRIO DE ESTÁGIO
ESTÁGIO CURRICULAR ESPECÍFICO EM PSICOLOGIA SOCIAL
- COMUNITÁRIA:
DELEGACIA DE POLÍCIA DE DEFESA DA MULHER DE CASSIA-
MG - DDM

Relatório apresentado para o estágio


supervisionado específico em Psicologia Social-
Comunitária do 09º/10º Semestre do Curso de
Psicologia da Universidade de Franca. Sob a
orientação da Professora Ma. Berenice Bolzani.

CASSIA-MG
2020
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SUMÁRIO

1. FICHA DE IDENTIFICAÇÃO DO ESTAGIÁRIO..............................................4

2. FICHA DE CONTROLE DE HORAS DO ESTÁGIO........................................6

3. FICHA DE IDENTIFICAÇÃO DA INSTITUIÇÃO..............................................7

4. INTRODUÇÃO..................................................................................................9

5. CARACTERIZAÇÃO INSTITUCIONAL..........................................................10

5.1. Dados da Instituição.................................................................................10

5.2. Histórico da Instituição.............................................................................10

5.3. Serviços/Clientelas...................................................................................11

5.4. Infraestrutura da Instituição......................................................................11

5.5. Necessidades Psicossociais....................................................................11

6. AVALIAÇÃO DA DEMANDA..........................................................................11

6.1 JUSTIFICATIVA........................................................................................12

6.2 OBJETIVO GERAL...................................................................................12

6.3 OBJETICO ESPECÍFICO..........................................................................12

6.4 METODOLOGIA........................................................................................12

7. EVOLUÇÃO E DISCUSSÃO.......................................................................13

8. CONSIDERAÇÕES FINAIS.........................................................................21

9. DADOS ESTATÍSTICOS................................................................................22

10. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.............................................................23

11. APÊNDICE....................................................................................................27
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1. FICHA DE IDENTIFICAÇÃO DO ESTAGIÁRIO


Psicologia – Serviço-Escola
Identificação do estagiário

Nome: Renata Aparecida Augusto Xavier


RGM: 16530918 Série: 09º/10º A Turno: manhã
Ano de entrada no curso: 2016
Estágio: Estágio Curricular Especifico em Psicologia Social - Comunitária
Orientador: Berenice Bolzani CRP: 06/43756-3

Endereço
Rua: Floriano Peixoto Nº: 320
Complemento: Bairro: Jardim Colapa
Cidade: são Sebastião do Paraiso Estado: MG
Tel. fixo: (35) 988986310 Tel. celular: (35) 988986310
Outros telefones:

Dados complementares:
E-mail: rx.saudemental@hotmail.com
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Psicologia – Serviço-Escola
Identificação do estagiário

Nome: Roberto Carlos de Menezes


RGM: 16073045 Série: 09º 10º A Turno: manhã
Ano de entrada no curso: 2016
Estágio: Curricular Especifico em Psicologia Social - Comunitária
Orientador: Berenice Bolzani CRP: 06/43756-3

Endereço: Rua Pará


Nº: 651
Complemento: Bairro: centro
Cidade: São Joaquim da Barra Estado: SP
Tel. fixo: Tel. celular: 16991706671
Outros telefones:

Dados complementares:
Email: dr.robertomenezes@hotmail.com
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2. FICHA DE CONTROLE DE HORAS DO ESTÁGIO

Psicologia – Serviço-Escola
Controle de horas do estágio

Nome do (a) estagiário (a): Renata Aparecida Augusto Xavier

Nome do (a) estagiário (a): Roberto Carlos de Menezes

Orientador (a): Berenice Bolzani CRP: 06/43756-3

Ano: 2020 Semestre: 09º/10º

Data de início: 17/02/2020 Data de encerramento: 30/11/2020

Atividades Quantidade

Intervenção na instituição 40

Supervisão 40

Total final de horas realizadas no estágio: 80

Parecer do/a orientador/a:

( ) aprovado ( ) reprovado

Parecer final:

Assinatura do/a Orientador (a)

_______________________________________
Data
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3. FICHA DE IDENTIFICAÇÃO DA INSTITUIÇÃO


Psicologia – Serviço-Escola
Identificação da instituição atendida

Cód.: 16530918
Estagiário (a): Renata Aparecida Augusto Xavier

Cód.: 16073045
Nome do (a) estagiário (a): Roberto Carlos de Menezes

CRP: 06/43756-3
Supervisor (a): Berenice Bozani

Estágio: Curricular Específico em psicologia Social - Comunitária Ano: 2020

Nome da instituição: Delegacia de Policia de Defesa da Mulher de Cássia

Endereço: Avenida Antonio Lemos Nº 141

Bairro: Patrimônio CEP: 37980-000

Telefone: (35) 999518899

Responsável pelo estágio na instituição: Regis Rangel de Almeida

Estrutura Física, Funcionamento: Prédio atende parcialmente as necessidades da comunidade e seu


funcionamento é de segunda a sexta das 8h às 18h. A instituição tem 3 salas, recepção, cozinha e
banheiro.

Estrutura humana; 1 delegado,1 escrivão; 2 investigadores; 1 carcereiro; 1 agente policial e 1


auxiliar de limpeza (terceirizada)

Principais características da instituição: Atendimento as mulheres de todas as idades, crianças,


adolescentes e idosas vítimas de violência.
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Início do trabalho: 17/02/2020 Encerramento do trabalho: 19/11/2020

Demanda: A instituição apresenta uma demanda que lida com a violência em suas várias facetas.

Síntese da proposta: Auxiliar no acolhimento dos usuários e usuários e dar assistência psicológica à
instituição.

Parecer final: Verificamos uma postura compreensiva e participativa da instituição que


prontamente se dispôs a contribuir com o trabalho dos estagiários por meio de seus colaboradores.
Destacamos que a abordagem e acolhimento a usuários e usuárias foram de acordo e com boa
adesão da demanda. Observamos a grande necessidade apoio, orientações encaminhamento vindo
da complexidade que permeia a violência e violação de direitos. Visualizamos que a uma grande
incidência de casos de violência à mulher, na maioria das vezes agressão física, sendo algo que
merece destaque e atendimento especializado. Identificamos dúvidas pertinentes relacionadas a
processos jurídicos e nos atentamos em orientar estes usuários e usuárias. Com os elogios e
feedback positivo dos participantes e colaboradores, pudemos verificar que o trabalho em grupo
dos estagiários pode intervir e despertar e reflexões diante dos quadros de violência e
vulnerabilidade social. Desta maneira, se torna pertinente a continuação do trabalho realizado,
visto que é visível a necessidade dos atendimentos.

Roberto: Na minha concepção o estágio ampliou a visão das representações existentes que
contribuem e permeiam a violência doméstica à mulher. Além das mudanças na aprendizagem
acadêmica ao ter contato com usuários e usuárias em situação de violação de direitos, houve uma
ressignificação da visão perante a sociedade, política e humanização como um todo, assim
contribuindo efetivamente para minha formação.

Renata: O estágio me proporcionou uma visão prática dos conteúdos visto na teoria, fui bem
recebida com a instituição, tive oportunidade de desenvolver um bom trabalho com as usuárias na
tentativa de amenizar o sofrimento psíquico através do acolhimento e do apoio psicológico.
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4. INTRODUÇÃO

Diante do trabalho realizado pelos estagiários, levantaremos alguns conceitos


introdutórios de importância para a compreensão das intervenções realizadas.
A Psicologia Social é uma área, segundo Lane e Codo (1994) apud Rossini e
Barros (2012), com o intuito de pesquisa e investigação nas relações, dinâmicas e
contatos entre indivíduo e comunidade e grupos que se constroem. Nesse pensamento, o
estágio de Psicologia Social - Comunitária mantém o contato a essas massas, a fim de
proporcionar intervenções psicológicas visando à melhoria e bem-estar da sociedade e
comunidade em geral.
Nesse contexto, destacamos a Psicologia Social Comunitária, com uma vertente
da psicologia social, tendo a finalidade de promover a ética da solidariedade,
ressaltando os direitos humanos, comprometimento político, assim como o
entendimento dos grupos, família e instituições e as representações que as rodeiam
(ROSSINI, BARROS, 2012). Assim percebemos a relevância do trabalho realizado nas
instituições concedentes do estágio em si.
O presente trabalho de intervenção teve como finalidade desenvolver a prática
da Psicologia Social através de atividades como o acolhimento e apoio psicológico com
os usuários e usuárias da Delegacia de Polícia de Defesa da Mulher (DDM), bem como
a propagação de informações pertinentes que possam contribuir para o atendimento.
A violência contra a mulher segundo Fonseca, Ribeiro e Leal (2012) se
apresenta de várias formas como física, moral, psicológica, patrimonial e sexual, todas
com impactos significativos na vida das vítimas e familiares, além disso, a violência
psicológica é silenciosa e provoca sofrimento intenso. Geralmente as vítimas não têm
percepção real da situação e ou não entendem as conseqüências do ciclo de violência em
que estão inseridas, o que as tornam vulneráveis socialmente.
Sendo assim, quando procurado atendimento em uma DDM, por terem sofrido
algum tipo de violência, as vítimas buscam além de justiça, o acolhimento e
compreensão de seu sofrimento. Segundo Balbueno (2019), o acolhimento psicológico
precisa ser visto como momento de escuta técnica que busca a reflexão das mulheres
sobre sua real situação, bem como suas necessidades. É provável que a mulher acolhida
seja mais assertiva e realize escolhas conscientes sobre seu futuro.
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Podemos destacar a Lei Maria da Penha (Lei nº 11.340 de 7 de agosto de 2006)


que é embasada nos Direitos Humanos, estabelecendo mecanismos de “(...) coibir e
prevenir a violência doméstica e familiar contra a mulher (...) e estabelece medidas de
assistência e proteção às mulheres em situação de violência doméstica e familiar.” Na
instituição trabalhada, as atitudes e assistência as usuárias, são em grande maioria
embasadas na legislação citada.

Nesse sentido o estágio tem grande relevância social na prestação de serviço e


assistência no que diz respeito ao acolhimento, humanização e promoção de saúde.

5. CARACTERIZAÇÃO INSTITUCIONAL

5.1. Dados da Instituição

A instituição consta com um Delegado; 1 Escrivão; dois Investigadores; um


Carcereiro; um Agente Policial e uma auxiliar de limpeza de empresa terceirizada.
Dentro da instituição não existe equipe multidisciplinar. Horário de funcionamento é
das 08 horas às 18 horas

5.2. Histórico da Instituição

A Delegacia de Defesa da Mulher (DDM) foi criada em 2018 e tem como


principal objetivo combater a violência contra as mulheres, crianças e adolescentes. Os
serviços prestados são os de investigação; inquérito; termo circunstanciado; arquivo;
encaminhamento para Conselho Tutelar e trabalho em conjunto com Juízes, Promotores
e a Vara da Infância e da Juventude, bem como, as Varas Criminais.

5.3. Serviços/Clientelas

Os serviços prestados são os de investigação; inquérito; termo circunstanciado;


arquivo; encaminhamento para Conselho Tutelar e trabalho em conjunto com Juízes,
Promotores e a Vara da Infância e da Juventude, bem como, as Varas Criminais.
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Sua clientela é formada por mulheres de qualquer idade, vítimas de violência


física, moral e sexual; crianças; adolescentes e idosos.

5.4. Infra-estrutura da Instituição

A instituição se encontra em um prédio alugado, conta com recepção com o


escrivão, a sala de espera, a sala dos investigadores, cozinha, e sala para delegado.

5.5. Necessidades Psicossociais

As usuárias e usuários da instituição possuem necessidades de escuta


terapêutica, acolhimento e informações de encaminhamentos para outros órgãos da rede
de apoio psicossocial.

6. AVALIAÇÃO DA DEMANDA

Na instituição podemos perceber que há uma grande demanda de usuários que


necessitam de atenção psicológica. A DDM é um local que fornecesse um serviço de
grande necessidade e carga emocional, devido à violência instaurada em nossa
sociedade que incide em vários grupos e classes da comunidade. Vale ressaltar que o
público variou em gênero (sendo em sua grande maioria mulher). Percebeu-se que as
questões emocionais encontradas pelos estagiários, ao decorrer das atividades, já eram
esperadas segundo a demanda apresentada pela instituição. Podemos destacar as
especificidades mais aparentes nos apoios e atendimentos psicológicos foram:
ansiedade, desesperança, medo, perda, raiva, conflitos familiares, violação de direitos,
abusos, tristeza e sofrimento biopsicossocial.

Com esse pensamento, podemos destacar a necessidade de apoio psicológico,


atendimentos individuais, encaminhamentos e psico-educação a mulheres, crianças,
adolescentes e idosas em situação de violação de direitos, assim como suporte e
orientação a familiares e comunidade.
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6.1 JUSTIFICATIVA

O trabalho tem sua relevância visto que o público atendido está em


vulnerabilidade social e em situação de violação de direitos, sendo uma situação de
necessidade de suporte emocional, um atendimento humanizado e orientações
relevantes a fim de melhorar o bem-estar e a situação problema.

6.2 OBJETIVOS GERAIS

O trabalho dos estagiários teve como objetivo colaborar e auxiliar no


acolhimento dos usuários e usuárias da Delegacia de Defesa da Mulher, bem como
propiciar um atendimento mais especializado e humanizado a comunidade.

6.3 OBJETICO ESPECÍFICO

 Escuta terapêutica dos usuários e usuárias;


 Acolhimento;
 Apoio psicológico;
 Disseminou e ampliou conhecimentos sobre os direitos dos usuários e
usuárias;

6.4 METODOLOGIA

Esse estágio foi realizado na DDM, por dois estagiários de psicologia todas as
quartas-feiras no horário das 18h ás 20h.

O público alvo deste projeto foram os usuários e usuárias que procuram a DDM.
A instituição concedente foi a Delegacia de Defesa da Mulher situada Avenida Antonio
Lemos Nº 141- cássia MG

As intervenções que foram realizadas pelos estagiários de psicologia contam


com a supervisão da psicóloga e docente Berenice Bolzani da Universidade de Franca
(UNIFRAN).

Utilizamos como ferramentas de intervenção o acolhimento em grupos de sala


de espera que de acordo com Veríssimo e Valle (2006) o consideram como uma
intervenção grupal, juntamente a usuários de alguma instituição, no período em que
aguardam qualquer procedimento. É uma intervenção psicoterapêutica de suporte, que
acontece em contextos variados. Além disso, Braga (2012) ressalta a importância da
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escuta profissional com uma postura de respeito e receptividade frente à situação, as


vivencias do sujeito atendido e o contexto sociocultural que está inserido, evitando
julgamento e preconceitos perante as escolhas firmadas.

7. EVOLUÇÃO E DISCUSSÃO

O estágio de Psicologia Social - Comunitária foi realizado na Delegacia de


Defesa da Mulher (DDM) da cidade de Cassia-Mg, onde foi possível observar os
atendimentos as usuárias e usuários que procuravam a instituição. Possibilitamos uma
atenção especializada e intervenções em muitos casos, sendo que as pessoas atendidas
apresentavam dificuldade em lidar com o conteúdo psicológico que as situações lhes
proporcionavam. Os atendimentos foram realizados a fim de minimizar os aspectos que
acarretavam em sofrimento psíquico, sendo eles: agressão física, violência psicológica,
cárcere privado, violência sexual, ameaça, injúria, crimes patrimoniais, dano material,
desajustes familiares entre outras situações.

Inicialmente analisaremos todos os encontros, casos e intervenções realizados na


instituição concedente e logo após discutiremos de uma maneira geral as variações e
especificações observadas e concluídas durante o trabalho dos estagiários.

A primeira atividade realizada foi visita técnica com um representante da


instituição, nos proporcionando uma análise institucional que tinha como intuito a
caracterização da instituição.

Segundo Santos (2014), a entrevista é a técnica mais utilizada para adquirir


informações de alguma pessoa com os objetos e finalidade diversos. No caso, foi
utilizado um roteiro de apoio, a fim de auxiliar a coleta dos dados. Neiva (2010, p. 27)
ressalva, que é necessário “caracterizar a instituição, organização ou comunidade e
diagnosticar as necessidades psicossociais”. Sendo assim, a mesma sendo feita de forma
efetiva.

Sobre a visita técnica, Souza et al (2012) destaca que a visita técnica é o


momento de ampliação dos conhecimentos, complementando o olhar dos estagiários a
profissão.
Foi realizada a atividade de observação do funcionamento dos atendimentos as
usuárias e usuários na recepção da DDM, onde pudemos interagir e conhecer casos
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corriqueiros da instituição. Segundo Gil (1999), a observação é elemento fundamental


de uma pesquisa, pois delimitam várias etapas de certo estudo, como coleta de dados,
formularem problemas e etc.
No primeiro encontro marcado com grupo de usuários ouvimos de uma usuária
que relata que seu esposo a agrediu com socos, empurrões e mordidas, Sobre esse
assunto Amaral (2001), define que violência contra a mulher é qualquer ato de violência
baseado no gênero que resulte ou possa resultar em dano ou sofrimento físico, sexual ou
psicológico da mulher. A usuária tinha várias marcas pelo corpo, disse que não dormiu a
noite e que sente medo de quando o esposo retornar para casa. Sobre a violência contra
a mulher, a maioria das vítimas permanece coagida a um relacionamento baseado,
muitas vezes, na dependência financeira e emocional, levando a eventos cíclicos de
violência. Na maior parte dos casos, a violência foi cometida pelo próprio parceiro, na
residência (CORTÊS 2012).
Durante atendimento do grupo realizamos também o apoio psicológico de uma
usuária de 36 anos, que foi até a delegacia para ver o andamento do seu B.O. registrado
por estupro. Ela verbaliza o constrangimento por todos saberem do ocorrido e do
julgamento das pessoas que duvidam do estupro e muitas vezes a culpam pelo ocorrido.
Sobre esse fato Giffin (1994), aborda a problemática da culpabilização da vítima,
considerando que é preciso encontrar uma explicação moral para o estupro, a mulher é
que vai ser acusada de ser muito provocante. Então a mensagem passada é a de que, se a
mulher quer se proteger de um estupro, deve se comportar bem, vestir-se descentemente
e não andar sozinha à noite nas ruas, caso contrário, ela é quem seria responsável pelo
estupro.
Os estagiários participaram de uma breve conversa com a drº Henrique, que nos
orientou sobre alguns procedimentos da delegacia bem como orientações que podemos
passar as usuárias e usuários.
Com a citação acima, contextualizamos um instrumento utilizado muitas vezes
na instituição trabalhada, visto que várias usuárias requisitam a instituição esse
documento.
Após toda a descrição e análise perante as atividades realizadas na DDM, vamos
considerar de forma mais abrangente as demandas encontradas no estágio.
Através de 5 encontros, as intervenções utilizadas pelos estagiários, foram
psicoterapia focal, escuta ativa, atendimento individual, apoio psicológico,
encaminhamento, orientação e acolhimento humanizado.
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Com tudo isso, podemos ressaltar que a violência tem varias facetas nas relações
abusivas, e no caso da violência a mulher, é nítido a maioria ter sofrido agressões
físicas. De acordo com Cardoso (1996), em quase todas as agressões domésticas, o
marido ou amante foi o responsável pela agressão.
Valle (2019) nos conta que o machismo é o preconceito mais praticado pelos
brasileiros, e no caso de violência contra a mulher, ocorre geralmente após a mulher
tomar alguma atitude contra a vontade do parceiro. Em análise, vimos que a violência a
mulher vai além de medidas protéticas e punitivas, pois a causa do problema está no
cerne cultural e na representação social que permeiam as famílias e mulheres do país, e
que o estado e os profissionais sociais têm o dever de atentar a esse problema que
epidêmico, de saúde pública e generalizada.
Por fim, assistência da DDM é de uma extrema necessidade e protagonizou, na
questão do feminicídio no Brasil. O atendimento especializado e humanizado é algo de
importância a todos, pois ao ficar próxima a mulher ou ao usuário necessitado, podemos
efetivar a rede de proteção que o sistema brasileiro almeja, visto que na prática a
assistência ainda está em desenvolvimento e precisando de melhorias para manter as
garantias por direito de todos.

8. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Ao final do estágio pudemos fazer uma reflexão sobre a importância do


profissional de Psicologia no âmbito da Delegacia de Defesa da Mulher, observamos em
diversas vezes o quanto as usuárias e usuários chegavam até a instituição com
necessidades psicossociais graves e que a equipe técnica ali presente não poderia sanar.
O acolhimento foi um importante instrumento para o início do trabalho com as
usuárias e usuários, por se tratar de um olhar humanizado para a pessoa atendida que
muitas vezes chegavam com dificuldades de expressar seus sentimentos, bem como
lidar com a situação de violência sofrida. Nos casos em que a pessoa tinha maior
necessidade e/ou condição de se expressar o apoio psicológico foi de extrema
importância, pois auxiliava na busca de novas possibilidades para seguir em frente
diante de um fato já consumado.
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Foi uma excelente oportunidade de utilizar na prática toda a teoria estudada


durante as aulas e perceber o quão importante é o trabalho da Psicologia Social no
auxílio da comunidade dentro de uma instituição.
Fica clara a necessidade de uma continuidade do trabalho da Psicologia Social
dentro da Delegacia de Defesa da Mulher, pois é real que as usuárias e usuários
precisam de um atendimento humanizado e uma escuta profissional para que possam
buscar em si mesmos mecanismos para continuar sua caminhada após qualquer tipo de
quebra de diretos que possam ter sofrido. É preciso promover uma busca pela ampliação
das possibilidades e oferece um espaço de escuta a alguém que apresenta uma demanda
psíquica, um sofrimento, oferecer um momento no qual esse sujeito que sofre se sinta
verdadeiramente ouvido na sua dor.

9. DADOS ESTATÍSTICOS

DADOS ESTATÍSTICOS DO SERVIÇO-ESCOLA

1. Instituição (nome): DELEGACIA DE POLÍCIA DE DEFESA DA


MULHER DE CASSIA-MG
2. Estágio (nome): Psicologia Social - Comunitária.
3. Estagiário: Renata Aparecida Augusto Xavier e Roberto Carlos de Menezes
4. Supervisor/a Acadêmico: Berenice Bolzani
5. Supervisor/a Institucional: Regis Rangel de Almeida
6. Data de início (na instituição): 20/09/2019
7. Data de encerramento (na instituição): 26/10/2020
8. Nº de horas semanais (na instituição): 3 h
9. Nº total de horas cumpridas: 40
10. Nº de faltas dos estagiários: 0
11. Nº de atendidos/ beneficiados na instituição semanalmente (média): 02
12. Total (média): 04
13. Nº Total de supervisões: 05

14. Carga horária total do estágio: 80 h


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10. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ALMEIDA, R. A. Técnicas de Psicoterapia Breve. TEMAS EM PSICOTERAPIA E


PSICOLOGIA. 2010.

BALBUENO, B. Investigação sobre atendimento psicossocial oferecido em delegacias de


defasa da mulher. Psicólogo inFormação, v. 15, n. 15, p. 69-82, 2011. Disponível em:

http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1415-88092011000100005
Acesso em: 28 de outubro de 2020.

FONSECA, D. H.; RIBEIRO, C. G.; LEAL, N.S. B. Violência doméstica contra a mulher:
Realidades e representações sociais. Psicologia & Sociedade; Vol. 24 n.2. 2012. p.341-358.
Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/psoc/v24n2/07.pdf Acesso em: 28 de outubro de
2020.

CARDOSO, N. M. B. Mulheres em situação de violência conjugal: incidência, conceitos,


fatores associados e conseqüências da violência. Barbarói, 1996

FREITAS, L. V. Grupos Vivenciais sob uma perspectiva Jungiana. Psicologia USP, 2005.

GIFFIN, K. Violência de gênero, sexualidade e saúde. Cadernos de Saúde Pública, Rio de


Janeiro, v. 10, n. 1. 1994. Disponível em: http://www.scielo.
br/pdf/csp/v10s1/v10supl1a10.pdf. Acesso em: 28 de outubro de 2020.

GIL, A. C. Métodos e técnicas de pesquisa social. 5. ed. São Paulo: Atlas, 1999.

JUSBRASIL. Lei Maria da Penha - Lei 11340/06 | Lei nº 11.340, de 7 de agosto de 2006.
Disponível em: < https://presrepublica.jusbrasil.com.br/legislacao/95552/lei-maria-da-
penha-lei-11340-06> Acesso em: 29 de outubro de 2020
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MENDONÇA, AHSDF. Plantão Psicológico na Delegacia de Defesa da Mulher. Anais da


2ª Jornada Junguiana de Bauru e região, julho, 2003.

NEIVA, Kathia Maria Costa. Intervenção psicossocial: aspectos teóricos, metodológicos e


experiências práticas. São Paulo: Vetor, 2010.

PADOVANI, R. C. WILLIAMS, L. C. A. Histórico de violência intrafamiliar em pacientes


psiquiátricos. Psicol. cienc. prof. vol.28 no.3 Brasília, 2008

ROCHA, R. M. G. CARDODO, C. L. A experiência fenomenológica e o trabalho em


grupo na saúde mental. Psicologia & Sociedade, 2017.

SOUZA, C. F. et al. O papel da visita técnica na educação profissional: estudo de caso no


Campus Araguatins do Instituto Federal do Tocantins. Ciência, tecnologia e inovação: VII
CONNEPI. Palmas, 2012.

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VERISSIMO, Danilo Saretta; VALLE, Elizabeth Ranier Martins. A experiência vivida por
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