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Índice

Introdução ......................................................................................................................... 4

Documentos Psicológicos ................................................................................................. 5

Linguagem a Ser Usada no Documento Psicológico........................................................ 5

Parecer Psicológico........................................................................................................... 6

Exposição de motivos ....................................................................................................... 7

Estrutura ........................................................................................................................... 7

Identificação ..................................................................................................................... 8

Descrição da Demanda ..................................................................................................... 8

Análise .............................................................................................................................. 8

Conclusão ......................................................................................................................... 9

Referências ....................................................................................................................... 9

Exemplo 1 de Parecer Psicológico ................................................................................. 10

Exemplo 2 de Parecer Psicológico ................................................................................. 11

Conclusão ....................................................................................................................... 13

Bibliografia ..................................................................................................................... 14
Introdução

A avaliação psicológica é entendida como o processo técnico-científico de coleta de


dados, estudos e interpretação de informações a respeito dos fenômenos psicológicos, que
são resultantes da relação do indivíduo com a sociedade, utilizando-se, para tanto, de
estratégias psicológicas - métodos, técnicas e instrumentos. Os resultados das avaliações
devem considerar e analisar os condicionantes históricos e sociais e seus efeitos no
psiquismo, com a finalidade de servirem como instrumentos para atuar não somente sobre
o indivíduo, mas na modificação desses condicionantes que operam desde a formulação
da demanda até a conclusão do processo de avaliação psicológica.

O presente Trabalho tem como objetivos orientar o profissional psicólogo na confeção de


documentos decorrentes das avaliações psicológicas e fornecer os subsídios éticos e
técnicos necessários para a elaboração qualificada da comunicação escrita.

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Documentos Psicológicos

O documento psicológico resulta da prestação direta de serviços psicológicos a uma


pessoa, grupo ou organização. Pode ser o registro da conclusão de uma avaliação
psicológica ou uma resposta a uma solicitação daqueles que estão diretamente envolvidos
no processo de trabalho ou de autoridades legais. Podem ser considerados envolvidos: a/o
usuária/o ou sua/seu responsável legal, uma/um profissional específica/o ou equipes
multiprofissionais.

A elaboração de documentos pressupõe condições dignas e apropriadas para sua emissão,


qualidade técnica e compromisso ético. Assim, a/o profissional deve avaliar se: a
finalidade do documento é coerente com seu objetivo e contexto de trabalho; se
conseguirá sustentar tecnicamente as afirmações que compõem o documento; e, ainda,
ponderar sobre o sigilo e as relações profissionais envolvidas. Para tanto, é essencial
analisar os efeitos dos condicionantes históricos e sociais sobre os fenômenos
psicológicos observados, bem como sua natureza dinâmica. Sempre que necessário, cabe
à/ao profissional intervir de modo fundamentado sobre a demanda e construir um projeto
de trabalho para reformulação dos condicionantes que provocam sofrimento psíquico ou
violação de direitos humanos.

Linguagem a Ser Usada no Documento Psicológico

Um documento psicológico deve: expressar o raciocínio psicológico que o norteia,


garantir a coerência com os princípios técnicos e éticos da profissão e com as normas
cultas da língua portuguesa, bem como primar pela objetividade da comunicação. Para
tanto, garantirá o compromisso com a promoção e defesa dos Direitos Humanos e a
impessoalidade. Deve-se observar o uso de frases e parágrafos coesos e a
interdependência entre os itens da estrutura do texto. O uso de transcrições de falas das
pessoas atendidas requer justificativa técnica e ética, bem como a necessária
contextualização textual.

Documentos Psicológicos

São modalidades de documentos psicológicos: declaração, atestado, relatório, laudo e


parecer psicológicos, bem como o relatório multiprofissional.

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Parecer Psicológico

O parecer psicológico é um pronunciamento por escrito, que tem como finalidade


apresentar uma análise técnica, respondendo a uma questão-problema do campo
psicológico ou a documentos psicológicos questionados.

O parecer tem como finalidade apresentar resposta esclarecedora, no campo do


conhecimento psicológico, através de uma avaliação especializada, de uma “questão-
problema”, visando a dirimir dúvidas que estejam interferindo na decisão, sendo,
portanto, uma resposta a uma consulta, e que portanto exige de quem responde
competência no assunto, lembrando-se que o saber não depende somente da teoria, nem
tão pouco está embasado somente na prática, é a união da teoria com a prática que faz de
um profissional o detentor de seu saber científico.

Ao realizar, portanto um parecer psicológico, além do profundo conhecimento na área da


psicologia enquanto ciência bem como da intimidade com os instrumentos psicológicos
(testes, métodos, técnicas psicológicas), o profissional deve ter uma sólida experiência
prática no campo da psicologia e na árdua tarefa de periciar, escrever e elaborar
documentos, pois que o resultado deste trabalho de investigação e análise leva o psicólogo
a lapidar o complexo raciocínio que desenvolveu durante o processo de coleta de dados,
estudos e análises da questão problema apresentada, por meio de criterioso exame
qualitativo, quantitativo e pesquisas científicas do material apresentado para análise. Tais
conclusões porém, são reguladas pelas teorias psicológicas e também segundo critérios
de racionalidade, argumentação e objetividades possíveis, até a conclusão final e
elaboração dos documentos cabíveis.

 O parecer psicológico visa a dirimir dúvidas de uma questão-problema ou


documento psicológico que estão interferindo na decisão do solicitante, sendo,
portanto, uma resposta a uma consulta.
 A elaboração de parecer psicológico exige, da(o) psicóloga(o), conhecimento
específico e competência no assunto.
 O resultado do parecer psicológico pode ser indicativo ou conclusivo.
 O parecer psicológico não é um documento resultante do processo de avaliação
psicológica ou de intervenção psicológica.

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Exposição de motivos

Como é sempre solicitado por alguém, todo parecer psicológico deve estar bem embasado
nas razões que o motivaram. Um diretor de RH, ao solicitar um parecer sobre determinada
profissional, por exemplo, precisa apontar as questões que o levaram a fazer essa
solicitação.

É exatamente nesse item que acontece a exposição do problema principal a ser


solucionado ou das dúvidas a serem resolvidas com a ajuda do parecer. Assim, a situação-
chave tem que ser exposta, de modo que não haja dúvidas sobre quais informações devem
ser levantadas. Aqui não é necessário, no entanto, a descrição detalhada de
procedimentos, como dados coletados ou nome dos envolvidos.

Estrutura

O psicólogo parecerista deve fazer a análise do problema apresentado, destacando os


aspetos relevantes e opinar a respeito, considerando os quesitos apontados e com
fundamento em referencial teórico-científico.

Havendo quesitos, o psicólogo deve respondê-los de forma sintética e convincente, não


deixando nenhum quesito sem resposta. Quando não houver dados para a resposta ou
quando o psicólogo não puder ser categórico, deve-se utilizar a expressão "sem elementos
de convicção". Se o quesito estiver mal formulado, pode-se afirmar "prejudicado", "sem
elementos" ou "aguarda evolução".

O parecer psicológico deve apresentar as informações da estrutura detalhada abaixo, em


forma de itens.

O Parecer é composto de 5 (cinco) itens:

 Identificação;
 Descrição da demanda;
 Análise;
 Conclusão;
 Referências.

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Identificação

Neste item, a(o) psicóloga(o) deve fazer constar no documento:

Título: Parecer Psicológico

 Nome da pessoa ou instituição objeto do questionamento (ou do parecer):


identificação do nome completo ou nome social completo e, quando necessário,
outras informações sociodemográficas da pessoa ou instituição cuja dúvida ou
questionamento se refere;
 Nome do solicitante: identificação de quem solicitou o documento, especificando
se a solicitação foi realizada pelo Poder Judiciário, por empresas, instituições
públicas ou privadas, pelo próprio usuário do processo de trabalho prestado ou
outros interessados;
 Finalidade: descrição da razão ou motivo do pedido;
 Nome da(o) autora(or): identificação do nome completo ou nome social completo
da(o) psicóloga(o) responsável pela construção do documento, com a respectiva
inscrição no Conselho Regional de Psicologia e titulação que comprove o
conhecimento específico e competência no assunto.

Descrição da Demanda

Destina-se à transcrição do objetivo da consulta ou demanda. Deve-se apresentar as


informações referentes à demanda e finalidades do parecer.

A descrição da demanda deve justificar a análise realizada.

Análise

A discussão da questão específica do Parecer Psicológico se constitui na análise


minuciosa da questão explanada e argumentada com base nos fundamentos éticos,
técnicos e/ou conceituais da Psicologia, bem como nas normativas vigentes que regulam
e orientam o exercício profissional.

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Conclusão

Neste item, a(o) psicóloga(o) apresenta seu posicionamento sobre a questão-problema ou


documentos psicológicos questionados.

 O documento deve ser encerrado com indicação do local, data de emissão,


carimbo, em que conste nome completo ou nome social completo da(o)
psicóloga(o), acrescido de sua inscrição profissional, com todas as laudas
numeradas, rubricadas da primeira até a penúltima lauda, e a assinatura da(o)
psicóloga(o) na última página.
 É facultado à(ao) psicóloga(o) destacar, ao final do parecer, que este não poderá
ser utilizado para fins diferentes do apontado no item de identificação, que possui
caráter sigiloso, que se trata de documento extrajudicial e que não se
responsabiliza pelo uso dado ao parecer por parte da pessoa, grupo ou instituição,
após a sua entrega ao beneficiário, responsável legal e/ou solicitante do serviço
prestado.

Referências

Na elaboração de pareceres psicológicos, é obrigatória a informação das fontes científicas


ou referências bibliográficas utilizadas, em nota de rodapé, preferencialmente.

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Exemplo 1 de Parecer Psicológico

PARECER PSICOLÓGICO

PARECER:

Nome do psicólogo, CRP Nº

SOLICITANTE: Mm. Sr. Juiz Dr.

Da Vara da Comarca

ASSUNTO: Validade de Avaliação Psicológica.

I. EXPOSIÇÃO DE MOTIVOS

O presente Parecer trata de solicitação do Mm. Sr. Juiz Dr.

da Vara Familiar, da Comarca , sobre a


validade de Avaliação Psicológica. A Avaliação Psicológica, que se encontra nos Autos
do Processo Nº 000 / 2001 de Separação Judicial, é peça utilizada por uma das partes
como prova alegada de incapacidade emocional da parte que ficou com a guarda dos
filhos quando da separação, motivo pelo qual requer do juiz a “revisão de guarda”. A
parte, agora contestando, solicita a invalidação da Avaliação Psicológica alegando que
o documento não tem respaldo ético legal, vez que o psicólogo era muito amigo da
parte que está pleiteando a guarda. Diz ainda que aquela avaliação não está isenta da
neutralidade necessária, pois o psicólogo deu informações baseadas na versão do
“amigo” e que consigo só falou uma vez, apresentando interpretações pessoais e
deturpadas.
Requer, portanto, o Mm. Juiz, Parecer sobre a validade da contestada Avaliação
Psicológica.

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À disposição para qualquer esclarecimento.

Atenciosamente,

[Local e data ]

_____________________________________________
Nome completo do profissional
Nº de inscrição no CRP

Exemplo 2 de Parecer Psicológico

ROTEIRO DE PARECER PSICOLÓGICO

IDENTIFICAÇÃO

Nome:
Data de Nascimento: Idade
Endereço: Telefone:
Encaminhamento:
Pai: Idade:
Mãe: Idade:

Este documento foi elaborado por


_______________________________________________
(nome completo e CRP do profissional que realizou a avaliação), a pedido do Sr.
___________________________________________________ (indicar o nome do autor
do pedido), com a finalidade de
____________________________________________________
(O psicólogo indicará a razão, o motivo do pedido: acompanhamento psicológico, psiquiátrico,
neurológico, médico, prorrogação de prazo para acompanhamento, pedido da escola, ou outras
razões pertinentes a uma avaliação psicológica como para solicitação de algum benefício de
transporte público ou matrícula em escola).

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DESCRIÇÃO DA DEMANDA
O paciente (os pais) procurou atendimento por estar apresentando
______________________
(deve incluir a descrição da queixa/demanda: informações referentes à problemática apresentada
e dos motivos, razões e expectativas que produziram o pedido do documento). Nesta parte, deve-
se apresentar a análise que se faz da demanda de forma a justificar o procedimento adotado.

PROCEDIMENTO

O atendimento foi realizado em ______ sessões, no período de _____ a _____, pelo


estagiário ___________ supervisionado pelo prof. ________________, CRP N º
__________.
Foram utilizados os seguintes instrumentos:
_______________________________________
______________________________________________________________________
_____
(mencionar os procedimentos e testes utilizados)

ANÁLISE E CONCLUSÃO

A análise dos dados mostrou que


________________________________________________
(Exposição descritiva de forma metódica, objetiva e fiel dos dados colhidos e das situações vividas
relacionadas à demanda em sua complexidade. Nesta exposição, deve-se respeitar a
fundamentação teórica que sustenta o instrumental técnico utilizado, bem como princípios éticos
e as questões relativas ao sigilo das informações. Somente deve ser relatado o que for necessário
para esclarecimentos do encaminhamento, como disposto no Código de Ética Profissional do
Psicólogo.)

Local e data

Ass. ___________________________ Ass. _____________________________


Nome do estagiário Nome completo do supervisor

Código de matricula CRP e carimbo do supervisor

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Conclusão

De acordo com a definição, o Parecer Psicológico é um documento em que a(o)


parecerista emite o seu ponto de vista fundamentado cientificamente sobre uma questão
solicitada que está relacionada ao âmbito da Psicologia e, portanto, não é decorrente de
avaliação ou intervenção psicológica realizada pela parecerista. O parecer pode ser
unicamente teórico, fruto do conhecimento científico da profissional acerca de um tema
(questão específica ou ampla). Neste caso, a análise do documento é feita, avaliando se o
documento atende os preceitos científicos, técnicos e éticos da Psicologia. Assim, a(o)
assistente poderia, com base em estudos científicos, questionar resultados de testes (ou
de outras técnicas) aplicados pela(o) perita(o), fazer objeções aos seus diagnósticos e
conclusões, como também apoiá-los, sempre fundamentando-se na ciência, na técnica e
normativas da Psicologia.

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Bibliografia

Barros, M. D., e Teixeira, E. H. (2015). Manual de perícias psiquiátricas. Porto Alegre:


Artmed.

Huss, M. T. (2011). Psicologia forense: pesquisa, prática clínica e aplicações. Porto


Alegre: Artmed.

Hutz, C. L. (2020). Avaliação psicológica no contexto forense. Porto alegre: Artmed.

Martins, N. D. (2013). Psicopatologia forense e direito: teoria e aspectos práticos.


Curitiba: Juruá.

Serafim, A. P., e Saffi, F. (2015). Neuropsicologia Forense. Porto alegre: Artmed.

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