Você está na página 1de 23

Aviso:

O conteúdo deste Ebook é de caráter educativo.

Objetivo:

A função desse ebook é ajudar vocês com conhecimentos básicos


para um processo psicoterapêutico de qualidade, dentro da
abordagem da Gestalt-Terapia.

Se você gostou do nosso material, não se esqueça de nos seguir em


nossas redes sociais e compartilhar com seus colegas!

Distribuição e Direito de Imagem:

1. Este ebook é GRATUITO para download. Apenas lembre-se de


verificar em nosso site ou em nossas redes sociais se esta é a versão
mais atualizada.

2. É EXPRESSAMENTE PROIBIDA a cópia e/ou reprodução do


material para finalidade comercial, sem a devida autorização do
Transborda Psicoterapias.

3. QUALQUER reprodução desse material deverá ser citada e


autorizada, caso o contrário configura-se o crime de direito autoral,
conforme Lei Federal nº 9.610/98
ìndice

Sobre Nós.......................................................................... 01
Resumo............................................................................ 02
Objetivos Terapêuticos.................................................... 03
O Passo a Passo................................................................ 04
1 - A Relação Terapêutica................................................. 04
2 - Identificação da Demanda ......................................... 05
3 - Redução Fenomenológica das Vivências................... 05
4 - Identificar Gestalts Abertas ....................................... 06
5 – Identificar Mecanismos de Defesa ............................. 07
Introjeção.................................................................... 07
Confluência................................................................. 08
Egotismo..................................................................... 08
Retroflexão................................................................. 09
Deflexão...................................................................... 09
Dessensiblização......................................................... 10
Racionalização............................................................. 10
Projeção....................................................................... 11
Proflexão...................................................................... 11
Negação....................................................................... 12
Fixação........................................................................ 12
6 - Identificar Dominador/Dominado............................... 14
7 - O Insight ....................................................................... 15
Insight e Gestalt-terapia ........................................... 15
Racionalização x Insight............................................... 16
Intensidades do Insight................................................ 16
O Insight Provoca Mudanças?....................................... 16
Papel do Gestalt-terapeuta.......................................... 16
8 - Integração de Partes Alienadas .................................. 17
9 - Responsabilização e Maturidade................................. 18
Sobre Nós

Somos Helena e Isadora psicólogas e terapeutas do Transborda.


Além de amigas, somos parceiras e compartilhamos juntas o amor
e a confiança no autoconhecimento, na psicoterapia e na Gestalt-
terapia, como forma de evolução mental, física e emocional.

Atuamos de forma Holística e o nosso propósito é ampliar a


consciência e abertura existencial de nossos clientes e garantir
maior percepção de si mesmo, dos outros e do mundo, para que isso
contribua para sua adaptação, crescimento e evolução no mundo.

Além disso, estamos aqui para contribuir para o desenvolvimento


profissional de nossos colegas na Gestalt-terapia e compartilharmos
conhecimento. Para isso, formamos grupos de estudo, supervisões
clínicas, cursos e montamos materiais didáticos.

Vem se conhecer com a gente. Aqui a gente aprende junto!

01
Resumo

A Gestalt-terapia é considerada como a terapia do contato. A


experiência humana se dá na fronteira de contato entre o organismo
e o ambiente. Acredita-se que estamos sempre em contato com
o meio e é por meio deste contato que o funcionamento humano
pode tornar-se saudável ou disfuncional. Ele se torna disfuncional
quando a interação natural e necessária do organismo/ambiente se
torna comprometida, o que culmina em necessidades/desejos não
satisfeitos.

O acúmulo dessas necessidades não satisfeitas (gestalts abertas)


é o que gera a chamada neurose - comportamentos repetitivos e
obsoletos de interrupção do contato, que impedem o crescimento
do self.

A gestalt-terapia busca, através da redução fenomenológica dos


eventos e experiências do indivíduo, acessar gestalts abertas e
possibilitar que ele integre todo o seu potencial para se adaptar a
realidade à sua frente.

Neste ebook, abordamos o passo a passo do processo


psicoterapêutico dentro da perspectiva da gestalt-terapia. Visamos
ajudar gestalts-terapeutas a atingir o objetivo de tornar seus
clientes mais conscientes de si mesmo, de suas necessidades e de
como interage com o meio.

02
Objetivos Terapêuticos

O objetivo do Gestalt-terapeuta, num processo terapêutico, é


ampliar a consciência do cliente, através da exploração de si mesmo,
dando possibilidade para ressignificação de suas experiências e
abertura existencial. O processo de ampliação de consciência tem
como objetivo:

• Dar-se conta das suas necessidades;

• Perceber gestalts abertas, interrupções do ciclo de contato


e mecanismos de defesa;

• Reconhecimento dos dominadores e eu ideal;

• Integração de partes alienadas e polaridades;

• Insights.

03
O Passo a Passo

1 - A Relação Terapêutica

Não há psicoterapia sem encontro, sem relação entre cliente e


terapeuta. A aptidão para psicoterapia se soma à aptidão para o
encontro.

Para que o processo terapêutico funcione o primeiro passo é criar


uma relação de autenticidade e confiança com o cliente. Só assim,
ele conseguirá acessar suas dores e questões profundas que estão
alienadas.

Dizemos que a relação entre cliente e terapeuta é uma relação de


simpatia. O gestalt-terapeuta não está isolado em seu domínio,
tendo poder sobre o cliente, com o papel de guiá-lo em suas
escolhas. Mas também não está exposto a todos os ventos, em uma
empatia otimista.

O papel do Gestalt terapeuta é permitir e favorecer. Ele é um catalista:


toda transformação que acontece está ligada às interferências das
duas partes.

04
2 - Identificação da Demanda

Demanda, em sua definição, é a solicitação de um determinado


serviço. Como nosso objetivo, em um processo terapêutico,
é ampliar a consciência do cliente, a demanda terapêutica vai
depender do que a pessoa está buscando e o que ela quer entender e
perceber no seu campo. Normalmente, o cliente chega falando sobre
determinada situação, relação ou acontecimento. Entendemos isso
como gestalt aberta.

Assim, de forma geral o cliente traz um problema, uma reclamação


ou uma queixa. Estas são demandas iniciais, mas, enquanto gestalt-
terapeutas, não devemos focar apenas na queixa - figura - e sim
buscar o fundo, trazer um entendimento mais profundo daquela
determinada situação.

A demanda do cliente não se mantém estável, vai sendo substituida,


visto que, no processo de expansão de consciência, uma elaboração
vai abrindo outros processos e, assim, a demanda terapêutica
muda para outra. Abre-se um novo caminho e uma nova gestalt a
ser fechada.

3 - Redução Fenomenológica das Vivências

A redução fenomenológica requer a suspensão das atitudes,


crenças, teorias, e de todo o conhecimento das coisas do mundo
exterior, para concentrarmos exclusivamente no cliente e na
experiência em foco, porque esta é a realidade para ele.

Por isso, utilizamos desse método o tempo todo no consultório.


É a forma que conseguimos captar o sentido da experiência para
o próprio cliente. Na psicoterapia, a redução fenomenológica se
desenvolve a partir da necessidade de se compreender a realidade
existencial vivida do cliente.

Com a redução fenomenológica, podemos chegar à síntese das


visadas de consciência que o cliente já fez nas suas experiências e,

05
se abrir para novas.

Pôr em prática a redução fenomenológica exige, de antemão, que


o psicoterapeuta tenha certo nível de contato consigo mesmo, que
tenha autoconhecimento suficiente sobre seu jeito de funcionar no
mundo, para que isso não interfira no mundo do cliente.

A redução fenomenológica é o que proporciona os Insights.

“REDUZIR PARA AMPLIAR - SOFRIMENTO É UM ENCURTAMENTO


DE MUNDO E DE SUAS POSSIBILIDADES.”

4 - Identificar Gestalts Abertas

Gestalts abertas são necessidades não atendidas, situações que


permanecem inacabadas e não bem elaboradas pela pessoa.
Por exemplo, um relacionamento que não foi bem elaborado pela
pessoa, alguma situação em que o cliente se vê preso sem conseguir
solucionar ou alguma experiência que aconteceu e que ainda traz
algum tipo de desconforto.

Uma gestalt aberta é como


um ciclo que não se fecha.

06
Toda gestalt aberta mobiliza energia para ser fechada, isto é, pede
seu fechamento. Elas são experiências que deixam uma sensação de
incompletude no cliente. Muitas vezes vêm carregadas de emoção.
Identificar estas gestalts é essencial para o processo
psicoterapêutico. Quando são identificadas, há, desta forma, a
possibilidade de entendê-las mais profundamente e elaborar uma
ação para fechá-la.

5 – Identificar Mecanismos de Defesa

Diante da impossibilidade de satisfazer uma de suas necessidades/


desejos, de realizar trocas ou evitar o contato com o meio, o
organismo recorre a algumas estratégias (mecanismos) para
assegurar sua integridade.

Esses mecanismos podem ser saudáveis ou disfuncionais,


conforme a sua intensidade e o momento em que são utilizados (nível
de consciência sobre eles). Não é objetivo do Gestalt-terapeuta
eliminar essas resistências, mas sim, torná-las mais conscientes,
favorecendo a adaptação do cliente no seu meio.

Os mecanismos de defesa mais citados dentro da Gestalt-terapia


são:
introjeção, confluência, egotismo, retroflexão, dessensibilização,
deflexão, projeção, proflexão, negação e racionalização.

Introjeção

A introjeção é definida como o processo primário de internalização


de crenças, valores, pensamentos transmitidos pelos pais, pela
cultura e outros ambientes significativos, que interferem e também
contribuem na constituição da subjetividade da criança.

Os introjetos podem ser positivos (internalização de valores e


vivências que facilitam a identificação e integração da criança no
mundo social) e tóxicos (inibição do excitamento espontâneo e
criativo).

07
Um introjeto tóxico é, então, uma mensagem negativa que a pessoa
escuta e internaliza sem digerir, sem nenhuma reflexão se aquilo
faz sentido na sua vida, o que limita seu modo de ser genuíno e
cristalizar a percepção de si e do mundo.

Carrega “um deveria” junto com “um não deveria” (“você deve ser
assim, você não deve ser assim”) que vem associado a expectativas
trágicas (ameaças de punição, privação do amor, abandono) por
ter desobedecido, desagradado, revelado uma vontade, ou mesmo
recusado algo.

Confluência

A confluência se refere a um tipo de interação em que o indivíduo


não reconhece a barreira que há entre ele e o seu meio. Ele aliena
o seu desejo em função de um padrão externo e, por isso, pode ser
visto como aquele “Maria vai com as outras”.

Em estado patológico de confluência, a pessoa não consegue


fazer contato consigo mesmo. Nesse sentido, pode-se dizer que
a confluência se refere ao processo pelo qual: a pessoa se liga
fortemente aos outros sem diferenciar o que é seu do que é deles;
aceita ser diferente para sentir-se semelhante aos demais e, embora
com sofrimento, obedece a valores e atitudes da sociedade e dos
pais; gosta de agradar aos outros, mesmo não tendo sido solicitada
e, por temer o isolamento, aprecia estar em grupo, agarrando-se
firmemente aos outros. O confluente não tem contato com seu
próprio desejo, se misturando com o desejo do outro e vivendo em
função dele.

Egotismo

Em tal mecanismo de defesa há uma terceirização do desejo, isto


é, o egotista impõe de antemão as suas necessidades e desejos
em relação às outras pessoas. O egotista impõe de tal forma sua
vontade, que negligencia a atenção ao seu meio; tem dificuldade
para dar e receber.

08
A autoconsciência exagerada impede o envolvimento com o outro e
que ele se entregue no contato sem medo de perder seus próprios
limites. Ao contrário do que ocorre na confluência, a fronteira que
separa o eu do meio está rigidamente definida a ponto de impedir a
percepção de aspectos da realidade externa.

O egotista, ao prestar muita atenção a si mesmo e às suas próprias


necessidades, não enxerga ou nega a demanda do meio, fazendo
com que sua ação se torne inadequada e seu contato insatisfatório,
tendo como resultado a frustração e mais tensão, em vez de
relaxamento.

Para se perceber um egotista, vale observar se a pessoa impõe seu


desejo ao outro, seja diretamente ou indiretamente, por meio de
manipulações, jogos ou até mesmo drama, sem enxergar também
o outro lado.

Retroflexão

A retroflexão tem seu significado literal como: voltar-se


rispidamente contra si mesmo. O retroflexor faz consigo o que
gostaria de fazer, inconscientemente, com o outro. Está fixado
no meio de si próprio, não consegue expressar sentimentos como
raiva para o ambiente, voltando para si em forma de somatização e
autopunição.

A retroflexão é claramente percebida no corpo. Coceiras, tosse, dor


de garganta, herpes e roer as unhas são alguns dos exemplos que
podem ser percebidos.

A psicoterapia ajuda o cliente a desfazer essas retroflexões,


através do entendimento e clareza das emoções que não estão
sendo devidamente expressas, assim o contato se estabelece e a
expressão volta a fluir.

Deflexão

A deflexão é uma manobra para evitar o contato direto, seja com

09
outra pessoa ou situação. É uma forma de esfriar o contato com o
meio, com a intenção de evitar possíveis danos.

A pessoa que deflete age como se tivesse uma armadura invisível,


vendo as coisas de forma rasa, o que pode gerar a sensação de estar
perdida (sem contato com seu próprio desejo), além de confusa e
deslocada.

A deflexão pode ser notada em pessoas que tendem a falar em


rodeios, desviam o olhar de quem fala, ri de seus problemas e
bloqueios, fala do passado ao invés do presente e exprimi emoções
brandas, mesmo quando são intensas.

Dessensiblização

A dessensibilização é o processo pelo qual o indivíduo se torna


entorpecido, frio diante de um contato; apresenta dificuldade para
se estimular; sente diminuição da sensopercepção e há perda de
interesse por sensações novas e mais intensas.

Normalmente, pessoas dessensibilizadas já passaram por situações


traumáticas, ou bem difíceis de serem elaboradas e, assim, se
mantêm frias e distantes, evitando contato com o meio para se
“prevenir”, de forma inconsciente e equivocada, de um possível tipo
de sofrimento ou dor.

Racionalização

A racionalização é um mecanismo de defesa utilizado nos momentos


em que a pessoa tem dificuldade em aceitar, ou não quer que
determinada situação ou ação ocorra e como justificativa utiliza
explicações lógicas.

A racionalização está relacionada com a necessidade de explicar o


que acontece e manter a coerência entre ações e pensamentos. É
um mecanismo muito utilizado quando se quer fugir de determinado
sentimento, utilizando, em troca, justificativas racionais.

10
A racionalização mantém a pessoa no mesmo lugar, funcionando
para evitar o fato de ter que lidar com a mudança. Nesse sentido,
pode-se dizer que o racionalizador, na confusão mental e racional
para justificar comportamentos, atitudes e situações, não move e
nem entra em contato com o que de fato está ocorrendo.

Projeção

Na projeção a pessoa não reconhece em si determinadas


características e, ao invés disso, às atribui a outra(s) pessoa(s).
Ela visualiza no mundo exterior aquelas partes de sua própria
personalidade com as quais se recusa a se identificar.

Quem faz uso desse ajustamento, geralmente é uma pessoa que


não pode aceitar seus sentimentos e ações, porque não “deveria”
sentir ou agir de determinada maneira (rotula o sentimento ou ação
como desagradável). Para ele, lidar com tais sentimentos e ações
em si mesmo é por demais angustiante, então é como se tudo isso
fosse abafado, colocado debaixo do tapete.

Em contrapartida, o projetor está intensamente consciente dessas


características nos outros. Geralmente se identifica uma projeção
quando você sente raiva ou irritação por um comportamento
que o outro emite, pois, de certa forma, inconscientemente esse
comportamento diz sobre você.

Proflexão

A proflexão é uma combinação dos mecanismos de projeção e


retroflexão. Consiste em fazer ao outro aquilo que gostaríamos que
o outro nos fizesse.

O jogo do proflexor é criar manobras (manipular) para conseguir


tocar o outro e ser reconhecido por ele. É como se amasse para ser
amado. É comum ouvirmos: “dou tanto para os outros e não ganho
nada, não recebo nada em troca”. Ele não consegue ser sua própria
fonte de prazer e, assim, projeta no outro.

11
Negação

A negação está muito presente na projeção, uma vez que há também


uma alienação de si mesmo. Ela se refere a uma incapacidade de
contato consigo mesmo e nos serve para evitar a dor e o sofrimento
da frustração. Negamos nossas características, desejos ou
emoções para sermos mais aceitos e queridos pelas pessoas e por
nós mesmos.

Esse mecanismo pode ser visto quando relutamos em negar


alguma característica: “eu não sou assim”. Essa característica ou
sentimento diz sobre algo que envolve dor e que não aceitamos ou
reconhecemos em nós mesmos, por isso, a tendência é negarmos.

Fixação

A fixação diz respeito a um apego a uma pessoa ou situação. Nessas


circunstâncias não é fácil saber o que vem primeiro, se o medo do
contato com o novo ou o ato de agarrar-se a situações familiares. A
pessoa não parte para o novo, não muda, não se move em direção a
próxima figura, mas permanece com o antigo e familiar.

Sendo assim, na fixação falta o movimento de exploração curiosa,


necessário à criação de figuras vivas e interessantes. A pessoa fica
enfadada e aborrecida, uma vez que sua atenção está concentrada
naquilo que não é mais interessante e muito menos nutritivo.
Diferentemente do que acontece com a deflexão, onde a pessoa
“voa” sobre e passa rapidamente de uma figura para outra.

A fixação é, na verdade, o comportamento geral do neurótico, que


busca a repetição dos padrões defensivos no contato com o meio.

Esses são os mecanismos de defesa da Gestalt-terapia. Eles podem


variar de acordo com os autores. As pessoas utilizam de mecanismos
de defesa para se proteger de situações ou lembranças dolorosas
e para esconder partes alienadas de si mesmo que podem trazer
vergonha ou culpa.

12
Por isso, identificar os mecanismos no processo terapêutico é
importante. Eles apontam sempre um trauma ou um Eu alienado.
A partir da compreensão dos mecanismos de defesa, buscamos
identificar essas partes alienadas ou lembranças traumáticas que
falam de gestalts abertas.

Os mecanismos de defesa são interrupções e distorções no ciclo de


contato que impossibilitam o bom funcionamento do organismo e
barram o contato pleno com o meio.

Cada etapa do ciclo é bloqueada por mecanismos de defesa


específicos, assim como na figura abaixo.

13
6 - Identificar Dominador/Dominado

Muitas das nossas necessidades individuais se opõem à sociedade.


Competição, necessidade de controle, exigências de perfeição e
imaturidade são características de nossa cultura atual.

As expectativas neuróticas da sociedade levam o indivíduo a se


dissociar de sua própria natureza, impedindo seu processo de
integração. Então, para ser aceito pela sociedade, o indivíduo
responde com um conjunto de respostas fixas, ignorando seus
próprios sentimentos, desejos e emoções.

O Dominador corresponde às ordens da sociedade. Pode vir como


voz interna ou representado por algo/alguém. É exigente, punitivo,
autoritário e primitivo. Ele manda com afirmações do tipo “você
deveria”, “você precisa” e “você tem que fazer isso ou aquilo”.

O Dominado é a parte que desenvolve grande habilidade em fugir das


ordens do dominador. Responde com “sim, mas...”, “estou tentando,
mas da próxima vez farei melhor”.

Integração e cura só podem ser conseguidas quando a necessidade


de controle entre dominador e dominado cessa. É necessário
chegar no sentido de cada um.

Nosso objetivo como terapeutas é ampliar o potencial humano


através do processo de integração, apoiando os interesses, desejos
e necessidades genuínas do indivíduo. Fazemos isso identificando
quem ocupa o lugar de dominador dos clientes, percebendo como
eles se comportam no papel do dominado e dando voz para os seus
desejos e necessidades genuínos.

14
7 - O Insight

Insight é um termo em inglês utilizado na psicologia para definir o


momento em que tomamos consciência ou nos damos conta de
algo; seja sobre nossos problemas (ou uma solução para um), nosso
humor, nossas emoções, nossos pensamentos, etc.

Em muitas ocasiões, experimentamos uma série de estados de


humor sem saber, notando apenas sensações de desconforto ou
bem-estar, mas sem entender muito bem como nos sentimos. É
no momento em que nos tornamos capazes de compreender essas
emoções ou o que nos levou a nos sentir dessa forma que podemos
continuar avançando. Assim, por meio do insight, a pessoa capta ou
compreende uma “verdade” revelada.

Insight e Gestalt-terapia

O conceito de insight é de suma importância para a gestalt. É


definido como um evento cognitivo no qual a relação e a ligação de
eventos psicológicos conferem forma a figura e fazem com que o
sujeito compreenda a figura formada.

Figura/fundo: figura é o que estou prestando atenção, fundo é o


contexto. O fundo é o inconsciente e é isso que não se torna figura.
Na prática, quando um cliente diz “estou com ansiedade”, isso é
a figura. No fundo, estaria a elaboração do que levou o cliente a
desenvolver a ansiedade.

O insight é a formação de padrão do campo perceptivo, de uma


maneira tal que as realidades significativas ficam aparentes. É a
formação de uma gestalt na qual os fatores relevantes se encaixam
com respeito ao todo.

É a tomada de consciência de algo importante e significativo a


respeito da vida psíquica durante o processo. Percepção que
o cliente tem do padrão ou configuração em sua experiência,
sentimento, comportamento e pensamento.

15
Racionalização x Insight

Racionalizações são justificativas


e explicações lógicas que afastam
do Insight. Quando se quer fugir
de determinado sentimento (onde
normalmente está o insight)
utiliza-se justificativas racionais.

Intensidades do Insight

O insight pode ocorrer para


resoluções de pequenos
problemas até àqueles capazes de
alterar toda estrutura emocional e
psíquica do cliente.

O Insight Provoca Mudanças?

Não necessariamente. Mas é o primeiro passo para a mudança. É o


que dá suporte para que o cliente tome novas decisões e a mudança
possa ocorrer.

Papel do Gestalt-terapeuta

É papel do gestalt-terapêuta trazer conhecimento de algo que


não tinha sido percebido pelo cliente. Através de intervenções,
questionamentos e da redução fenomenológica, em que se passa
um pente fino nas vivências do cliente, sendo possível trazer insights
à tona que permitem o fechamento da Gestalt.

16
8 - Integração de Partes Alienadas

Neurose em gestalt-terapia, é definida pelo resultado da tentativa


do indivíduo de evitar o conflito e recuperar o equilíbrio na sua
relação com o meio e se autorregular. Essa estratégia porém, tem
como consequência a alienação de algumas partes da personalidade
que produzem o desequilíbrio, resultando na criação de conflitos
internos.

Através da redução fenomenológica, o cliente se torna consciente


destas partes e o motivo pelo qual foram alienadas, resultando em
sua integração.

Integrar partes alienadas é se tornar cada vez mais saudável.


A pessoa entra em sintonia com os processos que os fazem
ser quem é e a capacidade de fazer escolhas adequadas diante
das possibilidades do meio. Isso resulta na realização de suas
necessidades e um contato satisfatório, sem interrupções com o
meio e consigo mesmo.

17
9 - Responsabilização e Maturidade

É papel do Gestalt terapeuta desenvolver a maturidade do cliente.


Responsabilizando-o pelas suas questões, seus sentimentos, sua
vida e ampliando a sua consciência sobre si mesmo. Pois assim, ele
pode fazer escolhas mais assertivas e viver de forma mais saudável
e adaptativa.

18
Este conteúdo foi escrito por nós, Helena e Isadora,
gestalt-terapeutas. Ele é baseado em nossa própria
experiência profissional.

Esperamos que contribua para potencializar o seu


atendimento clínico e sua formação enquanto gestalt-
terapeuta.

O que achou do nosso Ebook?


Siga-nos em nossas redes sociais e compartilhe a sua
opinião sobre o ebook com a gente! Fique de olho nos
próximos conteúdos!

Um abraço!

www.instagram.com/transborda.psicoterapias/

www.transbordapsicoterapias.com

Você também pode gostar