Você está na página 1de 21

PSICOPATOLOGIA E TERAPIA COGNITIVO

COMPORTAMENTAL
FACULESTE

A história do Instituto Faculeste, inicia com a realização do sonho de um grupo


de empresários, em atender a crescente demanda de alunos para cursos de Graduação e
Pós-Graduação.Com isso foi criado a Faculeste, como entidade oferecendo serviços
educacionais em nível superior.
A Faculeste tem por objetivo formar diplomados nas diferentes áreas de
conhecimento, aptos para a inserção em setores profissionais e para a participação no
desenvolvimento da sociedade brasileira, e colaborar na sua formação contínua. Além de
promover a divulgação de conhecimentos culturais, científicos e técnicos que constituem
patrimônio da humanidade e comunicar o saber através do ensino, de publicação ou outras
normas de comunicação.
A nossa missão é oferecer qualidade em conhecimento e cultura de forma
confiável e eficiente para que o aluno tenha oportunidade de construir uma base
profissional e ética. Dessa forma, conquistando o espaço de uma das instituições modelo
no país na oferta de cursos, primando sempre pela inovação tecnológica, excelência no
atendimento e valor do serviço oferecido.

2
SUMÁRIO

Psicopatologia e Terapia Cognitivo Comportamental (Adaptado).................................. 4

O PRECONCEITO IDEALISTA NA PSIQUIATRIA. ................................................... 5

RETORNO A FREUD E O RESPEITO ÀS OPOSIÇÕES NA PSICANÁLISE. ........... 7

Referências bibliográficas .............................................................................................. 11

AS QUATRO ESTRUTURAS DA PSICOPATOLOGIA ............................................. 11

BIBLIOGRAFIA ............................................................................................................ 13

NOTAS ........................................................................................................................... 14

TERAPIA COGNITIVO-COMPORTAMENTAL ........................................................ 14

PRINCÍPIOS BÁSICOS................................................................................................. 15

PRINCÍPIOS ETIOLÓGICOS ....................................................................................... 16

ESTRUTURA DA TERAPIA ........................................................................................ 17

EFICÁCIA ...................................................................................................................... 19

DESENVIOLVIMENTO POSTERIOR......................................................................... 19

Referências ..................................................................................................................... 20

Bibliografia ..................................................................................................................... 21

3
Psicopatologia e Terapia Cognitivo Comportamental (Adaptado)

Riva Satovschi Schwartzman


Prof. adjunto do Depto de Psicologia da UFMG (aposentada).
Mestre (Duquesne University, Pittsburgh, Pa., U.S.A.) Psicanalista

A etiologia orgânica e ouso recorrente de drogas químicas constituem o discurso


e a prática dominantes na psiquiatria atual. Outras abordagens psiquiátricas, a abordagem
psicanalítica e estudos psicopatológicos irão apontar outros caminhos e explicações para
os distúrbios psíquicos.
Os meios de comunicação e divulgação têm sido insistentes em publicar
descobertas médicas que prometem alívio para qualquer tipo de sofrimento psíquico. As
notícias afirmam sempre que tais sofrimentos são na verdade, doenças orgânicas cujas
causas acabam de ser descobertas, assim como o medicamento que as cura. Nessa
perspectiva, a Psicopatologia é tomada como área de conhecimento que pertence
naturalmente ao campo epistêmico da Medicina.
Mais do que no terreno da teorização, no entanto, é no cotidiano da prática médica
que a abordagem do fenômeno psicopatologia) como doença tem sido grandemente
reforçada pelas recentes e bem sucedidas descobertas de drogas que atuam de forma
eficiente na eliminação ou abrandamento de muitos dos sintomas das chamadas doenças
mentais. Esse inegável ganho prático obscurece e até mesmo exclui da discussão
especializada o objetivo inaugural da investigação psicopatológica, cuja ambição é a de
alcançar o esclarecimento sobre a origem, natureza e diferenciações entre as muitas
expressões dessas doenças. O tratamento a ser dado ao sofrimento psíquico fica então
reduzido aos limites da busca de alívio imediato; ou, pior ainda, condenado à conclusão
de que "isso não é nada": nada que possa ser explicado por uma causa orgânica. Define-
se nesse ponto o marco de separação entre os projetos da Psiquiatria e da Psicanálise,
apontado por Freud já em 1915 (Freud,S., 1915): a Psiquiatria firmando-se na busca de
causas orgânicas; a Psicanálise postulando a historicidade do corpo.

4
Proponho que se reflita não apenas nas razões que alimentam a postura guerreira
que a Psiquiatria tem adotado ao afirmar a causalidade exclusivamente biológica de todo
sofrimento psíquico, mas também nas razões que a têm levado a, concomitantemente,
declarar que a Psicanálise está morta. Logo de início, não concordo com a opinião de
muitos que vêem aí tão somente uma luta corporativista. Se a motivação de uma disputa
pelo "mercado de clientes" preside parte dos interesses que alimentam esse esforço,
pergunto-me sobre que outras forças motivadoras se somariam a essa, para que o
empenho se mostre ao final tão forte. Um tal questionamento acaba por tornar-se
exigência imposta a todos os que se interessam pelo estudo da Psicopatologia e pelo
trabalho clínico voltado para o sofrimento psíquico, face à realidade da entusiasmada
acolhida que as promessas de cura química recebe da maioria das pessoas. E se fizéssemos
uma escuta psicanalítica daquelas declarações repetidas? "A Psicanálise está morta"!....
"A Psicanálise não está viva"!... "Todo sofrimento psíquico é fruto de uma causa orgânica
curável através de medicamentos!". O que se pode ouvir aqui afirmado sob a forma de
uma negativa tão reiterada?

O PRECONCEITO IDEALISTA NA PSIQUIATRIA.

Recorro a Paul Bercherie (Bercherie, P., 1989) para o encaminhamento dessa


discussão. Esse autor mostra, em sua cuidadosa reconstrução da história do pensamento
psiquiátrico, que o trabalho inaugurado por Pinel no século XVIII estagnou, após longo
período fértil, diante de impasses que não pode superar. Destaca-se dentre eles o que o
autor chamou com justiça de preconceito idealista. Ele consiste em "conceber a ordem
dos fenômenos como uma casca opaca que encobre a essência pura, a realidade última
que é responsável por eles" (Bercherie, P., 1989, p. 318) e que deveria ser a realidade de
um corpo doente.
Deixo de lado muitas questões que inevitavelmente surgem desse postulado para
dar atenção à sua qualidade dualista: ela se define na separação mente/corpo. Na
Psiquiatria hoje, expressa-se não apenas pela divisão, mas, mais fortemente, pela

5
afirmação do valor de determinação do lado do corpo, anulando o polo mental. A
insistência nessa anulação faz-nos pensar numa reação à Psicanálise, numa formação
reativa à descoberta do inconsciente.
Tomada como defesa, a força da repetição da notícia da morte da Psicanálise
denuncia o quanto a revelação de um polo inconsciente que (pelo menos em parte) nos
governa é mesmo desconcertante. A história do movimento psicanalítico está povoada de
conflitos que atestam o desconforto de depararmo-nos com meandros de nossas próprias
vidas que não podemos compreender e muito menos dominar. Reagir a esse impacto com
tentativas variadas de negação tem custado à ciência psiquiátrica uma paralisação da
construção teórica. Essa é a conclusão a que chega o estudo de Bercherie.
No entanto, não me parece estar aí o melhor de seu trabalho; considero melhor sua
advertência: ela dirige-se a todos os que se propõem a estudar a loucura; não há como
fazê-lo a não ser identificando e lutando continuadamente contra as resistências que
surgem sempre no caminho dessa investigação.
Entendo então que a reação da Psiquiatria deve ter para a comunidade dos
psicanalistas o valor de uma boa caricatura. Vê-se nela a instalação de uma cisão dualista
que paralisa o fluxo da investigação das obscuridades da loucura e do funcionamento
psíquico em geral. A existência de polos opostos, que regem a vida psíquica na tessitura
de seu confronto permanente, foi uma constatação à qual Freud - mesmo enfrentando
dificuldades, manteve-se fiel. O impedimento nas investigações do psiquismo faz-se pela
redução da riqueza paradoxal do confronto de poios opostos inseparáveis e inerentes à
condição humana a um de seus lados apenas.
Essa dificuldade não é um privilégio psiquiátrico. As descobertas mais cruciais da
Psicanálise só se fizeram através de sua superação. Por outro lado, alguns dos importantes
momentos de impasse e paralisia da pesquisa psicanalítica assentam-se também no apego
a um dos polos de uma construção psíquica ambígua e complexa, negando e obscurecendo
sua articulação a um polo oposto. Isso não pode ser entendido como simples sinal de
imaturidade do pensamento psicanalítico: vislumbra-se aí o cerne do que constitui o

6
objeto da investigação da Psicanálise, o qual mostra-se capaz de convocar uma defesa e,
tendo sido já parcialmente revelado, ocultar-se mais uma vez. São esses enfrentamentos
o que discutirei a seguir.

RETORNO A FREUD E O RESPEITO ÀS OPOSIÇÕES NA PSICANÁLISE.

Uma das críticas que se faz com maior frequência à Psicanálise diz respeito ao
fato inegável de que em sua produção retoma-se maciçamente o texto freudiano. Não
sendo essa uma prática comum em outras áreas de conhecimento, tal retorno à palavra do
pioneiro é interpretado como estagnação, como dificuldade no progresso do
conhecimento, cujo percurso é aí pressuposto como linear. Estariam os psicanalistas
todos, tão somente presos à autoridade de Freud na validação de seu próprio trabalho? Ou
podemos -tomando um pouco de distância da ideologia mecanicista e pragmatista que nos
submerge - captar, na ironia daqueles comentários, um dos preconceitos acima
discutidos?
Uma cisão subjacente ao preconceito acima é a que separa novo de velho. Nada
aí é neutro: novo seria obviamente melhor que velho, e o progresso do conhecimento
deveria brindar-nos sempre com novidades. O que a Psicanálise vem-nos dizer no entanto,
é que o crucial dos fenômenos psíquicos é sempre um conhecido e desconhecido.
Especialmente no terreno da loucura, sabe-se que a patologia faz parte do cotidiano e
brinca de nos surpreender; não com algo novo mas, constrangedoramente, com lapsos,
esquecimentos e enganos gerados e desenvolvidos por paixões por demais familiares.
A coexistência de desconhecimento e intimidade que qualifica o objeto da
investigação psicanalítica obriga não apenas à sustentação dessa tensão novo/velho, mas
também ao reconhecimento de que não se trata aí apenas da aplicação de um método já
consagrado de pesquisa, nem dos espantos de uma descoberta. Trata-se de uma
recuperação.
Se se toma como horizonte de reflexão a singularidade do objeto da investigação
psicanalítica, vê-se que não é nada acidental a volta constante ao texto freudiano. O que

7
se busca alcançar nesse retorno não é a certeza de um conhecimento fixo, garantido.
Busca-se a postura pessoal que possibilita a abertura para o instante sempre fluido e fugaz
no qual o inconsciente se faz ouvir. Aquele posicionamento, face a si próprio e ao outro,
é o que define essencialmente o analista e seu trabalho. É com essa paixão pela verdade
que ele se identifica e é ela o que primordialmente o constitui. Busca-se em Freud muito
mais a inspiração do que a palavra final.
E só reconhecendo a importância do envolvimento do psicanalista com o seu
objeto de investigação que se pode compreender o grande interesse que desperta qualquer
depoimento que enriqueça o que se conhece da biografia de Freud. As muitas cartas que
ele escreveu destacam-se nesse interesse. Um bom número delas não trata de temas
psicanalíticos; elas mostram algo do olhar sobre o mundo, das atitudes, opiniões, gostos,
afeições e desafetos do Mestre.
Freud é quem primeiro afirma a crucialidade da sustentação de uma paixão
inspiradora para o desenvolvimento do trabalho em Psicanálise ao contar a Marta, em
cartas coloridas de grande entusiasmo, o impacto que sofreu por ocasião de seu encontro
com Charcot. Ele encontra em Charcot o modelo de cultivo da verdade, de espírito de
investigação e de honestidade intelectual que o fazem diferente e destacado no cenário
dos homens de ciência de sua época. O encantamento com o professor que estas cartas
exalam não é dirigido tanto à obra, mas à atitude. É a partir de um tal modelo que o jovem
Freud enche-se de coragem para enfrentar as barreiras nas quais esbarravam todos no
tratamento de pacientes histéricos e que, já naquele momento, não lhe eram
desconhecidas.
O retorno ao texto freudiano é uma marca muito visível que distingue a produção
do pensamento psicanalítico da produção das ciências da natureza. Com maior sutileza,
mas não com menor Importância, listam-se outras diferenças impostas pelo objeto de
interesse da Psicanálise. Algumas delas são especialmente importantes para a
Psicopatologia.

8
Tomo então os polos sujeito/objeto e alguns de seus derivados. O momento
dramático de seu surgimento na história da Psicanálise dá-se quando Freud descobre em
sua própria infância as mesmas paixões que tecem o sofrimento de seus pacientes. Seu
registro está na conhecidíssima carta dirigida a Fl iess, a 4 de outubro de 1897:
"Muito pouca coisa está acontecendo comigo externamente; contudo,
internamente, ocorre algo muitíssimo interessante. Pois, nos últimos quatro dias, minha
autoanálise, que considero indispensável para esclarecer todo o problema, tem
prosseguido nos sonhos e me presenteou com as mais valiosas referências e indicações"
(Freud,S., 1897).
Nas linhas que se seguem, Freud, em tom de confissão, relata a Fliess ter
reconhecido em sua própria história infantil desejos e conflitos que ele (Fliess)
identificara em seu filho: um envolvimento apaixonado por sua mãe, assim como um
ciúme feroz do irmão um ano mais novo que ele, e que morreu com poucos meses de
idade. Condensa-se aí o drama que sustenta a construção do sujeito psíquico e também de
todo sofrimento neurótico: o triângulo familiar, o complexo de Édipo, os processos que
resultam nas construções identificatórias e nas escolhas amorosas. É também em sua auto
-análise que Freud reconhece ter captado o núcleo construtor da subjetividade que se
expressa no sofrimento neurótico, nos sonhos, nos enganos da fala, nos esquecimentos.
Anula-se a separação pesquisador/objeto de pesquisa. A linha de divisão entre
público e privado fita também, consequentemente, enfraquecida.
O mesmo cuidado que desperta no analista o relato de um caso clínico para que a
vida particular de seu paciente não sofra exposição, lnibe-o quando o relato de suas
reflexões atinge os meandros de seu próprio psiquismo e de sua vida privada. Quando
lemos A Interpretação dos Sonhos (Freud.S., 1900), é com pesar que nos deparamos com
interrupções no trabalho interpretativo, em momentos em que Freud declara que o
prosseguimento implicaria em mostrar algo que prefere guardar. Concede-se ao analista
que assim procede o direito de fazê-lo: o simples relato de um sintoma ou do fragmento
de um sonho é revelador, já que a separação sintoma/doença, tal como entendida pela

9
Medicina não se aplica aqui. Não há no sofrimento psíquico uma verticalidade que ordene
as coisas de modo a colocar as causas da doença em lugar oculto e distante, deixando à
tona apenas os sintomas. Os sintomas são os portadores de seu sentido, convidando-nos
a esculá-los. Aquilo que se oculta emaranha-se com o artifício ocultador na
horizontalidade da fala e então também se revela.
Finalmente, se pensamos o todo do trabalho em Psicanálise, constatamos que as
divisões ordenadoras da Ciência não são aplicáveis a seu objeto. A limpeza de uma
separação entre a teoria pslcopatológica e a metapsicologia psicanalítica não existe. Não
se pode dizer também de uma teoria que se "aplica" à prática clínica ou de uma "técnica
de pesquisa" que num segundo momento se preste à construção da teoria. Quem dedica-
se ao tratamento de pacientes, pesquisa o inconsciente e constrói a teoria. Os três polos
nutrem-se recíproca e continuadamente. A interrupção desse fluxo resulta em teorização
empobrecida, clínica estereotipada e pesquisa estéril. Além disso, o objeto a que se dedica
a Psicanálise não está lá, lá fora. O Inconsciente de que se ocupa o Investigador
psicanalista, sendo também ele mesmo, não é propriamente objeto de uma "descoberta".
Nem o tempo, nem o espaço medem-se aí da mesma forma. A distância inexiste e o tempo
não obedece ao relógio. O tratamento de pacientes é também um trato de si mesmo, como
é reconhecido na Psicanálise, na sustentação da tensão entre transferência e
contratransferência.
Retomei acima alguns dos importantes pares de polos opostos, cuja sustentação
resulta nas produções mais ricas da teorização psicanalítica. As dificuldades dessa
sustentação são as mesmas que se interpõem no processo de um tratamento psicanalítico:
a resistência que mantém a cisão inconsciente/consciente. Assim, um impasse teórico
difícil de superar indica a força da resistência no teorizador. A construção da teoria
psicanalítica é também, tanto quanto qualquer outra produção psíquica, afetada pelo
recalcamento.
O trabalho desenvolvido desde há algum tempo por Paulo César Ribeiro (Ribeiro,
P.C., 1993) atesta o efeito do recalcamento no pensamento do próprio pai da Psicanálise.

10
Esse autor documenta momentos de "surdez" na escuta desenvolvida por Freud em alguns
dos casos clínicos que a sua análise tornou clássicos. Ele demonstra de forma precisa o
que se dizia acima: o progresso na construção do conhecimento em Psicanálise não é
linear, pois os obstáculos impostos pelo recalcamento devem ser superados a cada passo.
A construção teórica é, também ela, sofredora dos limites impostos pelo trabalho do
inconsciente. É nesse cenário que se esclarece a diferença entre teoria psicopatológica
psiquiátrica e teoria psicopatológica psicanalítica. Indica-se aí também que os momentos
de psiquiatrização que invadem o pensamento psicanalítico são fruto de motivações mais
complexas e não somente da disputa pelo mercado de clientes.

Referências bibliográficas

Bercherie, P. Os Fundamentos da Clínica: história e estrutura do saber psiquiátrico. Rio


de Janeiro, Jorge Zahar Editor, 1989.

Freud, S.,(1897). Edição Standard Brasileira das Obras Psicológicas Completas de


Sigmund Freud, Vol I. Rio de Janeiro, Imago Editora, 1976.

Freud, S.; (1900). Edição Standard Brasileira das Obras Psicológicas Completas de
Sigmund Freud, Vol IV e V.Rio

Freud, S.,(1915). Conferências Introdutórias sôbre Psicanálise. Edição Standard


Brasileira das Obras Psicológicas Completas de Sigmund Freud, Vol XV Rio de Janeiro,
Imago Editora, 1976.

Ribeiro, P.C.. "O edipe et Castration selon le 'petit Hans'", in: Psychanalyse a l'Université,
Tome 18, no.70, avril 1993.

AS QUATRO ESTRUTURAS DA PSICOPATOLOGIA

As chamadas psicopatologias, no contexto da teoria psicanalítica Freudiana,


podem ser divididas em quatro estruturas, a saber, a neurose obsessiva, a histeria, a
perversão e a psicose.
A neurose por ser brevemente definida como uma desordem mental, consciente
pelo sujeito, desordem esta que não atinge as funções essenciais da personalidade, ou
ainda, doença nervosa sem causa somática, mas psíquica, não tendo o poder de

11
transformar a personalidade do sujeito[1]. “Com efeito, o que quer dizer as palavras
“consciente” e “não tendo o poder de transformar a personalidade do sujeito” no registro
da neurose?
Os neuróticos caracterizam-se pelo sofrimento que sua psicopatologia lhes inflige,
sendo este sofrimento a causa mesma da deliberação do sujeito no sentido de procurar um
analista na esperança de uma cura. A patologia neurótica não impede o sujeito de possuir
uma vida social mais ou menos saudável, e ele mesmo está cônscio de seu sofrimento. O
neurótico obsessivo embora não consiga por conta própria se libertar de seus medos, sabe
que no fundo são absurdos. Todas as pessoas psiquicamente normais sentem medo diante
do perigo, diferentemente, o neurótico é afligido por um medo mórbido, doentio e sem
qualquer fundamento[2]. Segundo Freud, a causa da neurose reside na ideia de conflito
interno entre duas forças opostas que constituem o nosso psiquismo [3]. Ao afirmar que os
neuróticos sofrem de reminiscências, Freud confere a uma experiência passada a causa
da neurose, pelo conflito, existente entre um desejo, ligado às pulsões e ao ID, e o dever
moral, que emana do Superego, gerando, por conseguinte, o sentimento de culpa. E como
as pulsões precisam ser necessariamente descarregadas acabam por gerar um sintoma
neurótico.
A histeria, não obstante ser distinta da neurose obsessiva, apontada
precedentemente, também é classificada como uma neurose, com o seguinte distintivo: o
sintoma histérico é conversivo, isto é, o sintoma se manifesta no corpo do sujeito na forma
de paralisias, coceiras, cegueira, etc. A título de exemplo, pode-se mencionar a paciente
de Freud chamada Dora, que apresentava entre outros sintomas uma tosse nervosa. O
sintoma desapareceu quando Dora reconheceu, pelo método psicanalítico que a irritação
da garganta ligava-se a um desejo inconsciente de sucção da vara pela qual ela se
identificava à amante de seu pai [4].
As perversões caracterizam-se pelo retorno às atividades, gostos e escolhas
característicos de uma etapa anterior do desenvolvimento libidinal; retorno este chamado
em psicanálise de regressão. No pervertido o desejo edipiano não deixou de existir e a

12
angústia de castração que a ela está intimamente ligada subsiste em toda a sua intensidade.
O prazer do pervertido não pode ser obtido pela simples aproximação das partes sexuais
de um homem e de uma mulher, porém, utiliza outros meios e outras vias corporais, por
exemplo, o órgão genital do mesmo sexo, via oral ou anal, ou prover aproximação
heterossexual normal de condições sem as quais ela não traria para ele realização
satisfatória[5]. As perversões manifestam-se, na relação sadismo/masoquismo,
voyeurismo/ exibicionismo, no fetichismo e no homossexualismo.
No tocante à psicose, convém compará-la com a neurose para uma melhor
compreensão. Conforme visto anteriormente, o neurótico sabe que seus medos e fantasias
são absurdos. Ao contrário, um sujeito que sofre de psicose acredita que suas próprias
representações fantasiosas são reais. O psicótico não consegue ver o absurdo, por
exemplo, da afirmação de ser Napoleão ou Jesus Cristo, pois o psicótico fica estranho à
realidade, isto é, torna-se um alienado. A psicose impede que o doente compare o que ele
imagina como o que acontece na realidade. Portanto, o psicótico perde totalmente a noção
de seu estado[6]. Esta perda de consciência implica na impossibilidade da cura da psicose
através do método psicanalítico. Pois como vimos, o neurótico busca ajuda psicanalítica
porque sofre, e através da associação livre, auxiliado pelo psicanalista, alcança a cura de
sua neurose simplesmente ao conhecer a causa geradora do sintoma. No entanto, isto não
é possível em relação aos psicóticos para quem suas fantasias e representações, são a pura
realidade. Quanto aos pervertidos são dificilmente tratáveis pelo método da psicanálise,
pois estão tão ligados aos seus objetos de prazer, os quais são assumidos muitas vezes
publicamente, que se tornam impedidos de buscarem na clínica o fim de sua patologia [7].

BIBLIOGRAFIA

BRABANT, Georges Philippe. Chaves da Psicanálise. Zahar Editores. Rio de Janeiro:


1973.

ESTEVAM, Carlos. Freud: vida e obra. José Álvaro Editor. Rio de Janeiro: 1968.

VALINIEFF, Pierre. Psicanálise e complexos. Edições MM. Rio de Janeiro: 1971.

13
SANTOS, Adelson Bruno dos Reis / Ceccareli, Paulo Roberto. Perversão sexual, ética e
clínica psicanalítica. Revista Latinoam. Psicopat. Fund. Vol.12, n.2. São Paulo: 2002.

NOTAS
[1]
Pierre Valinieff. Psicanálise e complexos. P.121.
[2]
Carlos Estevam. Freud: vida e obra. P.108
[3]
Ibid., p.112.
[4]
Georges Philippe Brabant. Chaves da psicanálise. P. 96.
[5]
Ibid., págs. 91-92.
[6]
Carlos Estevam. Freud: vida e obra. P.108.
[7]
Adelson Bruno dos Reis Santos/Paulo Roberto Ceccareli. Perversão sexual, ética e
clínica psicanalítica. P. 223.

TERAPIA COGNITIVO-COMPORTAMENTAL

Terapia cognitivo-comportamental (TCC) é uma forma de psicoterapia que se


baseia no conhecimento empírico da psicologia. Ela abrange métodos específicos e não-
específicos (com relação aos transtornos mentais) que, com base em comprovado saber
específico sobre os diferentes transtornos e em conhecimento psicológico a respeito da
maneira como seres humanos modificam seus pensamentos, emoções e comportamentos,
têm por fim uma melhora sistemática dos problemas tratados.
Tais técnicas perseguem objetivos concretos e operacionalizados (ou seja,
claramente definidos e observáveis) nos diferentes níveis do comportamento e da
experiência pessoal (al. Erleben) e são guiadas tanto (1) pelo diagnóstico específico do
transtorno mental como (2) por uma análise do problema individual (ou seja, uma
descrição das particularidades do paciente;
Nesse contexto representa um papel importante uma análise aprofundada dos
fatores de vulnerabilidade (predisposições), dos fatores desencadeadores e mantenedores
do problema .

14
A combinação dessas duas vias permite atingir um relativo equilíbrio entre o
método padronizado (determinado pelo diagnóstico) e as características individuais do
paciente (que determinam a análise do problema). A terapia cognitivo-comportamental
encontra-se em constante desenvolvimento e exige de si mesma uma comprovação
empírica da sua efetividade[1].
A terapia cognitivo-comportamental possui tanto técnicas da terapia
cognitiva como da terapia comportamental, tendo demonstrado ser uma das técnicas mais
eficazes no tratamento de vários transtornos como depressão e esquizofrenias.[2]

PRINCÍPIOS BÁSICOS

Jürgen Margraf[1] oferece uma lista de dez princípios básicos que caracterizam os
diversos métodos conceituais da TCC:
1. A TCC se orienta no conhecimento empírico da psicologia científica;
2. a TCC se orienta no problema (sintoma) atual do paciente;
3. a TCC baseia-se na análise dos fatores de vulnerabilidade (predisposições),
fatores desencadeadores e mantenedores dos transtornos mentais;
4. por se orientar no problema, a TCC é também orientada para um objetivo definido
(a modificação do comportamento problemático);
5. a TCC é voltada para a ação e não apenas para a tomada de consciência
(ing. insight, al. Einsicht) e uma compreensão mais profunda do problema;
6. a TCC não se restringe à situação terapêutica, mas se estende à vida diária do
indivíduo;
7. a TCC é transparente, tanto quanto a seus objetivos quanto a seus meios;
8. a TCC procura ser uma ajuda para a autoajuda, ou seja, acentua a responsabilidade
do próprio paciente no processo terapêutico e
9. a TCC se esforça por estar em desenvolvimento constante.

15
PRINCÍPIOS ETIOLÓGICOS

Os transtornos mentais são vistos como fruto de um desequilíbrio entre os


fatores salutogênicos por um lado e os fatores patogênicos por outro[1][3]:
 Fatores salutogênicos são aqueles que permitem ao indivíduo ser saudável. Dentre
eles se distinguem determinados fatores da personalidade, como os estilos
de coping, os fatores de fomento à saúde, que ajudam a mantê-la (ex. a prática de
esportes, uma vida equilibrada etc.), e os fatores de proteção, que ajudam a
defendê-la em momentos de estresse (ex. uma boa rede social, bom acesso à rede
de saúde etc.).
 Fatores patogênicos são aqueles que levam à doença. Os fatores de
vulnerabilidade são as predisposições e tendências pessoais, quer de ordem
genético-biológicas, quer ligadas à história de vida da pessoa, a desenvolver
determinado transtorno mental; os fatores desencadeadores são os eventos que
levaram ao aparecimento do transtorno (ex. diferentes tipos de estresse, perda de
entes queridos, acidentes e outros traumas etc.) e os fatores mantenedores são
aqueles que propiciam a continuação do transtorno mesmo após os fatores
desencadeadores não estarem mais presentes (ex. estresse permanente, tentativas
errôneas do paciente ou de pessoas a ele próximas de lidar com a situação etc.).
Dentre os fatores mantenedores a funcionalidade (ou ganho secundário) do
transtorno desempenha um papel importante: Trata-se dos aspectos positivos que
toda doença e transtorno mental, por mais grave que seja, tem para o indivíduo.
Assim determinados transtornos infantis têm como funcionalidade a manutenção
do relacionamento instável dos pais, que permanecem juntos somente por causa
do filho. Como se depreende do exemplo, não se deve confundir a funcionalidade
com má-fé ou intenção maldosa do paciente.
Tradicionalmente a TCC dedica-se especialmente aos fatores mantenedores, sem
no entanto perder de vista os demais fatores. Nos últimos anos vem crescendo cada vez

16
mais a consciência de que sobretudo os fatores salutogênicos têm grande importância na
recuperação da saúde e devem ser fomentados[1][3].

ESTRUTURA DA TERAPIA

A estrutura da TCC pode ser descrita em uma série de cinco passos [4]:

1. APRESENTAÇÃO DO PROBLEMA
1. Primeira orientação a respeito problemática - consiste na coleta e
organização dos dados relevantes para a compreensão do paciente e de seu
problema: dados pessoais, sintomática e seu desenvolvimento, objetivos
do paciente, esclarecimento das condições necessárias para o trabalho
psicoterapêutico;
2. Definição do(s) problema(s) e diagnóstico - definição dos diversos
problemas envolvidos e da relação entre eles, esclarecimentos diagnóstico
(ex. possíveis causas fisiológicas do problema), diagnóstico provisório
(segundo CID 10 ou DSM IV) e definição da indicação psicoterapêutica
(ou seja, qual método psicoterapêutico é o mais indicado);
3. Escolha do(s) problema(s) a ser(em) tratado(s)
2. ANÁLISE DO(S) PROBLEMA(S)
1. Análise comportamental - escolha do comportamento problemático,
análise da sua incidência (em que situações, com que frequência,
acompanhado de que pensamentos, emoções, com que consequências);
2. Análise motivacional - análise do valor do comportamento problemático:
que objetivos são perseguidos com ele? Quais motivos influenciam a vida
da pessoa? O comportamento se origina de conflitos entre objetivos
distintos?

17
3. Análise sistêmica - análise da pertinência do indivíduo a
diferentes sistemas sociais, com regras e exigências distintas e, por vezes
contraditórias e a influência dessa pertinência sobre seu comportamento;
4. Origem e desenvolvimento do problema: Anamnese, geração
de hipóteses sobre a origem do problema;
5. Condensamento do conhecimento ganho até então: geração de um
modelo etiológico individual
3. ANÁLISE DO OBJETIVO
1. Pré-requisitos da mudança (de comportamento) - consideração dos lados
positivo e negativo do comportamento atual (problemático), definição da
motivação para a mudança, determinação dos fatores ambientais que
auxiliam a mudança e daqueles que a atrapalham;
2. Determinação dos objetivos - quais os objetivos perseguidos pelas partes
envolvidas (paciente, terapeuta, terceiros), formulação de objetivos e dos
passos necessários para alcançá-los;
3. Relacionamento paciente-terapeuta - o relacionamento entre paciente e
terapeuta é tal que permite um trabalho produtivo? Como mantê-lo (ou
modificá-lo)?
4. ANÁLISE DOS MEIOS
1. Pontos de partida: quais pessoas devem ser envolvidas na mudança? Com
quais situações, problemas, pessoas começar?
2. Princípios da mudança - com base na análise do problema, quais passos
devem ser dados? Como? Explicação da lógica do tratamento (dos passos
a serem dados) ao paciente
3. Planejamento concreto da terapia - que novos comportamentos devem ser
aprendidos, em que situação? Como? Definir os parâmetros formais
(frequência das consultas, duração da terapia) e determinar se outros

18
tratamentos (ex. medicamentos) são necessários. Definir exatamente (de
forma observável) o que se considera "sucesso"
4. Teste e avaliação dos passos definidos - realização dos passos tal qual
definidos anteriormente, sempre levando em conta de que as hipóteses
sobre as quais elas se baseiam são provisórias e, assim, modificáveis
sempre que necessário. Avaliação permanente de cada um dos passos e
dos diferentes objetivos alcançados. Término da terapia.

EFICÁCIA

Estudos científicos feitos por Aaron Beck(um dos fundadores da terapia cognitiva)
e vários de seus alunos demonstram a eficácia a longo prazo da terapia cognitiva
para depressão, transtorno de ansiedade generalizada, transtorno do pânico, fobia
social, TOC, agressão sexual, esquizofrenia e transtornos internalizantes na infância. Nos
casos de depressão e pânico os resultados foram especialmente promissores e mais
duradouros. [5]
A TCC também se provou eficaz no tratamento de transtorno
bipolar, TDAH aliado à medicação, [6], anorexia nervosa, transtorno dismórfico corporal,
colecionismo patológico, jogo patológico, TEPT em crianças que sofreram abuso, TOC
em crianças e transtorno afetivo sazonal.[7]
Estudos na área da psicologia da saúde também tem demonstrado a eficácia da
TCC no apoio psicológico perante condições médicas, incluindo doenças
coronarianas, hipertensão, câncer, dor de cabeça, dor crônica, dor lombar
crônica, síndrome da fadiga crônica, artrite reumatóide, síndrome pré-
menstrual e síndrome do cólon irritável. [8]

DESENVIOLVIMENTO POSTERIOR

Nos últimos 15 anos a psicologia cognitivo-comportamental têm procurado


expandir-se, desenvolvendo novos conceitos e técnicas para o tratamento de transtornos
mentais, para os quais as técnicas tradicionais não apresentavam a efetividade desejada.

19
Esse desenvolvimento posterior, chamado de "terceira onda" da terapia cognitivo-
comportamental (sendo a "primeira onda" a terapia comportamental e a segunda a terapia
cognitiva), procurou desenvolver mais o trabalho com as emoções e com o conceito
de mente alerta, além de trazer uma maior aproximação com o corpo teórico das outras
escolas psicoterapêuticas, sobretudo a psicanálise, a gestaltoterapia e a abordagem
centrada na pessoa. Dentre essas novas forma de psicoterapia se destacam:
 A terapia do esquema, desenvolvida por Jeffrey Young sobretudo para o
tratamento de transtornos de personalidade;
 a CBASP, desenvolvida por J. McCullough para o tratamento dos diversos tipos
de depressão crônica;
 a ACT (terapia de aceitação e compromisso), desenvolvida por S. C. Hayes e seus
colaboradores, baseada no conceito da mente alerta.

Referências

1. Margraf, Jürgen (2009). Hintergründe und Entwicklung. In: Jürgen Margraf & Silvia
Schneider Lehrbuch der Verhaltenstherapie. Band 1. Berlin: Springer.

2. KNAPP, Paulo and BECK, Aaron T. Fundamentos, modelos conceituais, aplicações e


pesquisa da terapia cognitiva. Rev. Bras. Psiquiatr. [online]. 2008, vol.30, suppl.2 [cited
2010-07-22], pp. s54-s64 . Available from:
<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1516-
44462008000600002&lng=en&nrm=iso>. ISSN 1516-4446. doi: 10.1590/S1516-
44462008000600002.

3. Perrez, Meinrad & Baumann, Urs (2005) (Hrgs.). Lehrbuch klinische Psychologie -
Psychotherapie, 3. Aufl. Bern: Huber.

4. Bartling, Gisela; Echelmeyer, Liz & Engberding, Margarita (2008). Problemanalyse


im psychotherapeutischen Prozess.Stuttgart: Kohlhammer.

5. Beck AT. The current state of cognitive therapy: a 40 year retrospective. Arch Gen
Psychiatry. 2005;62(9):953-9.

6. Lam DH, McCrone P, Wright K, Kerr N. Cost effectiveness of relapse prevention


cognitive therapy for bipolar disorder: 30-month study. Br J Psychiatry. 2005;186:500-
6.

20
7. Butler AC, Chapman JE, Foreman EM, Beck AT. The empirical status of cognitive-
behavioral therapy: a review of meta-analyses. Clin Psychol Rev. 2006;26(1):17-31.

8. Beck AT. The current state of cognitive therapy: a 40 year retrospective. Arch Gen
Psychiatry. 2005;62(9):953-9.

Bibliografia

Bartling, Gisela; Echelmeyer, Liz & Engberding, Margarita (2008). Problemanalyse im


psychotherapeutischen Prozess.Stuttgart: Kohlhammer. ISBN 978-3-17-018753-5

Margraf, Jürgen & Schneider, Silvia (2009). Lehrbuch der Verhaltenstherapie. Band 1 -
Grundlagen, Diagnostik, Verfahren, Rahmenbedingungen. Berlin: Springer. ISBN 978-
3-540-79540-7

Margraf, Jürgen & Schneider, Silvia (2009). Lehrbuch der Verhaltenstherapie. Band 2 -
Störungen im Erwachsenenalter, Spezielle Indikationen, Glossar. Berlin: Springer. ISBN
978-3-540-79542-1

Perrez, Meinrad & Baumann, Urs (Hrgs.) (2005). Lehrbuch klinische Psychologie -
Psychotherapie, 3. Aufl. Bern: Huber. ISBN 3-456-84241-4

Schneider, Silvia & Margraf, Jürgen (2009). Lehrbuch der Verhaltenstherapie. Band 3 -
Störung im Kindes- und Jugendalter. Berlin: Springer. ISBN 978-3-540-79544-5

21

Você também pode gostar