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SOCIEDADE DE ENSINO SUPERIOR DE SERRA TALHADA

ALPHA – EDUCAÇÃO E TREINAMENTOS


PÓS-GRADUAÇÃO EM SAÚDE PÚBLICA E DA FAMÍLIA COM ÊNFASE EM
SANITARISMO

Jéssica Patrícia Cavalcanti Carvalho


Juliana Silva Brito Monteiro

Práticas Assistenciais da Equipe Multidisciplinar no Cuidado Obstétrico em um


Hospital Público de Serra Talhada - PE

SERRA TALHADA - PE
2016
Jéssica Patrícia Cavalcanti Carvalho
Juliana Silva Brito Monteiro

Práticas Assistenciais da Equipe Multidisciplinar no Cuidado Obstétrico em um


Hospital Público de Serra Talhada - PE

O artigo científico apresentado ao curso de pós-


graduação em Saúde Pública e da Família com
Ênfase em Sanitarismo como requisito para
aprovação da disciplina do trabalho de Conclusão
de Curso.

Orientador: Cibelly de Souza Brandão.

SERRA TALHADA - PE
2016
Práticas Assistenciais da Equipe Multidisciplinar no Cuidado Obstétrico em um
Hospital Público de Serra Talhada - PE
Assistance Practices of the Multidisciplinary Team in Obstetric Care in a Public
Hospital of Serra Talhada - PE
Jéssica Patrícia Cavalcanti Carvalho¹;Juliana Silva Brito Monteiero¹;Cibelly de Souza
Brandão1* Faculdade de Saúde de Paulista, São Paulo – SP

Resumo: A violência obstétrica é o termo usado para definir, o tipo de abuso contra
a mulher durante o trabalho de parto e parto, sendo ela física ou verbal, em que vem
tomando maiores proporções em todo país, atingindo cerca de 25% das mulheres. O
presente estudo teve como objetivo identificar as práticas assistenciais realizadas
durante o processo de parturição em um hospital público do município de Serra
Talhada – PE. Tratou- se de um estudo de campo do tipo descritivo, transversal,
exploratório, retrospectivo com abordagem quantitativa. Participaram da pesquisa
um total de 19 mulheres, que tiveram parto realizado no Hospital Professor
Agamenon Magalhães – HOSPAM, no período de Janeiro à Março de 2015, em que
responderam a um questionário composto por 15 questões objetivas, que foi
aplicado em suas residências. A partir daí foi possível traçar o perfil das mulheres
mais acometidas por esse tipo de violência, bem como as formas como a mesma se
apresentou. Entre as entrevistadas foi encontrado os seguintes dados: pardas
(42,2%), idade entre 18 e 33 anos (94,6%), solteiras (36,8%), com ensino médio
completo (42,2%), renda igual a um salário (36,8%), multíparas (52,7%), tipo de
parto realizado, cesáreo (57,8%). Sobre a violência sofrida foi relatado o exame de
toque realizado de forma dolorosa (10,5%), e grande parte negou ter sofrido algum
tipo de agressão (73,6%). Quanto às práticas humanizadas, foram realizadas
conversas (21%), e dentre as práticas analisadas, foi citado por elas, não terem
passado por nenhuma (57,9), o acompanhante foi negado durante o parto, em todos
os casos (100%), o que viola o direito da parturiente. Acredita- se que esse estudo,
junto com os dados obtidos possibilitará uma melhor percepção dos profissionais
perante as necessidades de suas pacientes, bem como informar toda a sociedade
quanto ao tema abordado, a fim de que, façam valer seus direitos. Mostrando que a
violência contra a mulher, quanto parturiente é uma realidade também do interior do
país.
Palavras chave: Violência Obstétrica; Assistência; Obstetrícia.

Abstract: The Obstetric Violence is the term used to define the type of abuse against
women during labor and childbirth, it being physical or verbal, that has been taking
larger proportions across the country, reaching about 25% of women. This study
aims to identify the care practices performed during the parturition process in a public
hospital in the city of Serra Talhada - PE. It was a descriptive field study, cross,
exploratory, retrospective with a quantitative approach. The participants were a total
of 19 women who gave birth held at the Hospital Professor Agamemnon Magalhães -
HOSPAM, from January to March 2015, they responded to a questionnaire
containing 15 objective questions, which was applied at their homes. From there it
was possible to trace the profile of women most affected by this type of violence as
well as the ways in which it is presented. Among those interviewed was found the
following data: brown (42,2%), aged between 18 and 33 years (94.6%), single
(36.8%), with high school (42,2%), income equal a salary (36, %), multiparous
(52,7%), childbirth type performed, cesarean (57,8%). About this violence was
reported examining touch made painfully (10.5%), and largely had denied suffered
some type of aggression (73.6%). The humanized practices, conversations were held
(21%), and among the analyzed practices, was mentioned by them, have not
undergone any (57.9), the companion was denied during labor, in all cases (100%),
which violates the right of Mother. It is believed that this study, along with data
obtained will enable a better perception of professionals to the needs of their
patients, as well as informing the whole society on the subject addressed, so that, to
assert their rights. Showing that violence against women as a laboring woman is also
a reality of the countryside.

Keywords: Gender Violence; Assistance; Obstetrics.


SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO.....................................................................................................6
2 REVISÃO DE LITERATURA..............................................................................8
2.1 VIOLÊNCIA INSTITUCIONAL E HUMANIZAÇÃO...........................................8
2.2 VIOLÊNCIA DE GÊNERO................................................................................10
2.3 INSTITUCIONALIZAÇÃO DO PARTO.............................................................11
2.4 ASSISTENCIA NO CUIDADO À PARTURIENTE............................................12
2.5 PATOLOGIAS: ALTO RISCO NA GESTAÇÃO.........................................13
2.6 ESTRUTURA HOSPITALAR......................................................................14
3 METODOLOGIA..................................................................................................15
4 RESULTADOS E DISCURSÕES........................................................................16
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS................................................................................27
REFERÊNCIAS BIBLIOGÁRFICAS......................................................................29
APÊNDICE..............................................................................................................42
APÊNDICE A – QUESTIONÁRIO..........................................................................43
6

1. INTRODUÇÃO

Segundo Brasil (2001) o processo gravídico- puerperal é um evento que tem o


poder de unir homem e a mulher, e ainda toda a sociedade que está inserida nesse
meio, onde consigo traz uma experiência de humanização única na vida de ambos
separadamente, onde a equipe de saúde desempenha um papel importantíssimo, no
pré- parto e parto, auxiliando a mulher no acolhimento humanizado, em que tornam-
se donos de uma grande responsabilidade. Por vezes, esse acolhimento não é fácil
de ser realizado, podendo levar a transtornos físicos e/ou psicológicos.
Diniz (2006) relata que 25% das mulheres referem sofrer maus tratos durante
o processo que engloba o ato de dar a luz a uma nova vida. Porém infelizmente, em
sua maioria os casos são omitidos, por vezes pela falta de conhecimento das
parturientes, ou até pelo receio que ambas possuem, ficando praticamente
impossível tomar ciência da real situação desse tipo de violência (SAFFIOTI,
ALMEIDA, 1995).
O tipo de agressão para com a parturiente denomina- se Violência Obstétrica,
que caracteriza- se como, qualquer ação provocada pelos profissionais de saúde,
que vão contra os direitos da mulher, desde a omissão de informação, agressões
físicas ou psicológicas, que atinjam de alguma forma o processo fisiológico do parto
(JUAREZ et al, 2012).
Parir é ato puramente humano, natural da mulher, onde em sua maioria não
se faz necessário intervenções em seu processo, excluindo- se os casos com
presença de distócia. Dessa forma com o avanço da ciência e da tecnologia, houve
a institucionalização do parto, em que houve a privação da mulher no que refere a
sua autonomia corpora, como mulher, mão e ser humano que é. Sendo instituídas
várias técnicas, privatizando o cuidado as mulheres nesse momento (WOLFF,
WALDOW, 2008).
Com essa privatização e imposição de técnicas, a paciente sente- se
reprimida, aceitando o que lhe é imposto. Daí, a necessidade do preparo dos
profissionais, a auxiliar essa mulher no momento mais importante de sua vida,na
intenção de garantir a saúde de ambos, mãe e filho. Porém, não é simples
desenvolver corretamente essa ideia, onde a forma desumana no tratamento
obstétrico pode acarretar danos provisórios e permanentes na futura mãe, daí a
7

necessidade de um atendimento adequado, por profissionais capacitados


tecnicamente e humanamente capazes (DINIZ, 2001).
Em consideração às informações anteriores, tem-se como pressuposto que a
humanização durante o processo de parto não é realizado com eficácia, há o
despreparo da equipe para realizar o acolhimento, onde atos de negligencia,
imprudência ou imperícia relacionados com os casos de violência obstétrica.
Em 2010 foi realizada uma pesquisa à cerca da violência obstétrica com mais
de duas mil mulheres, em cinco macrorregiões do país (N, S, SE, NE e CO), e
quando indagadas se tinham sofrido algum tipo de violência durante o pré- parto e
parto, uma em cada quatro responderam “sim” (FUNDAÇÃO, 2010).
Dentre as sequelas deixadas por esse tipo de violência, há indicativo que o
crescente aumento da depressão pós- parto seja decorrente de tais atos
(SALGADO, 2012). Dessa forma objetivou- se com esse estudo identificar as
práticas assistenciais realizadas durante o processo de parturição em um hospital
público do município de Serra Talhada- PE.
Em virtude da crescente elevação de casos de mulheres que passaram por
algum tipo de ação não humanizadas na assistência ao processo de parturição em
todo o país, surgiu o interesse em detectar se há mulheres que tenham passado por
tal agressão, no referido município. Dado que, é de total importância para a
sociedade adquirir conhecimento de possíveis casos Portanto, o estudo em questão
será imprescindível para a identificação não só da violência obstétrica, mas
principalmente na promoção de informações sobre o assunto, logo por ser pouco
discutido na literatura atual.
Dessa maneira o estudo buscou identificar como o processo de humanizar
perante a gestante/parturiente funciona no hospital público de Serra Talhada- PE,
bem como suas práticas, detectar os tipos de V.O. mais frequentes e revelar o perfil
da mulher que foi mais acometida. Com base no estudo foi possível identificar a
presença de violência obstétrica no hospital público do município, bem como o traçar
os tipos que mais fizeram parte da vivencia de tais mulheres enquanto parturiente.
8

2 REVISÃO DE LITERATURA

2.1 VIOLÊNCIA INSTITUCIONAL E HUMANIZAÇÃO


Quando de fala sobre violência, a percepção de muitos é que a mesma só
ocorre onde há criminalidade, e por pessoas desconhecidas, distante do seu
convívio, tornando- se quase nulo o real entendimento desse termo e suas variações
(SCHRAIBEER et al., 2003).
Pouco se fala sobre a Violência Institucional, levando sua compreensão a um
número limitado de pessoas. Esse tipo de violência abrange vários segmentos não
só da saúde, seja ele público ou privado. Quanto à saúde, o Ministério da Saúde
(MS) diz que, Violência Institucional se caracteriza como toda e qualquer ação
praticada pelos profissionais da saúde, que violem os direitos dos usuários, desde a
omissão de informações, a falta de humanização na assistência prestada, a
discriminação, seja ela de que caráter for, até agressões físicas e/ou psíquicas, onde
há abuso de poder da parte da equipe para com o cliente (BRASIL, 2003).
De acordo com Souza et. al (2013, p. 7) Violência Institucional

É a que ocorre dentro das instituições por meio de regras, normas de


funcionamento e relações burocráticas, reproduzindo as injustiças da
estrutura social. Acontece quando são negados ou negligenciados e na
forma como são oferecidos os serviços públicos ou privados sejam eles de
saúde, de assistência social, de segurança pública ou mesmo nos bancos.

Para a Declaração Universal dos Direitos Humanos (1948), fica claramente


definido que nenhum individuo pode ser tratado de forma desumana, agressiva,
cruel e discriminatória, sendo protegido por qualquer ato que viole essa declaração
(ONU, 2000).
A prestação de serviços de qualidade é direito de cada indivíduo, como define
o Art. 2 da lei nº 8.080, “A saúde é um direito fundamental do ser humano, devendo
o Estado prover as condições indispensáveis ao seu pleno exercício.” Na forma de
garantir a assistência adequada e justa para cada situação (LEI 8.080, 1990).
A partir daí o conceito de humanizar abrange um patamar maior, de grande
importância para a sociedade. Na visão de Derlandes (2004) humanizar refere- se à
assistência prestada na instituição, que vise à qualidade do cuidado, que não vá
contra os direitos, costumes e autonomia do paciente. Onde os profissionais devem
cumprir seu papel, que vai além do saber técnico (PESSINE, 2004).
9

Assim, Corbani, Bretas, Matheus (2009, p. 350) mostram que

Cuidar é usar da própria humanidade para assistir a do outro - como ser


único, composto de corpo, de mente, vontade e emoção, com um coração
consciente, que com seu espírito intui e comunga. Falamos, portanto, de
seres pensantes, dotados de dignidade, a ser cuidados em sua totalidade. A
recíproca é verdadeira, quando o outro em sua humanidade cuida da minha.
Logo, o cuidado está apoiado numa relação inter-humana.

Portanto, se existem às atitudes “humanas”, consequentemente deve-se ao


fato de existirem às atitudes “não humanas”. Quando entende- se o que é
humanização, fica de fácil compreensão distinguir uma palavra da outra e seu
significado. Desumanização está inserida no contexto do que “não é humano”, ou
seja, o não cuidado, a indiferença, os maus tratos, a má qualidade na assistência
prestada, conferindo assim ao paciente, danos de amplo aspecto (RIZZOTO, 2002).
A humanização no ambiente hospitalar é de grande necessidade,
principalmente a mulher quanto gestante, pois é um momento de grande abalo
emocional. Hoje, essa mulher deixou de ser protagonista de sua própria história,
deixando-se dominar por toda a ala da saúde, indo totalmente contra o que visa a
Política Nacional de Saúde, tornando- se cada vez mais vulneráveis aos diversos
tipos de violência, principalmente a institucional. Essa Política versa garantir um
adequado funcionamento dos serviços de saúde, garantindo o direito de cada
indivíduo a sua promoção, proteção e recuperação adequada da saúde (ANDRADE,
AGGIO, 2014).
Das diversas formas de violências praticadas nas instituições, destaca- se a
de cunho cultural, na qual é praticada por meio de atos discriminatórios, seja pela
etnia, condição financeira, entre outros. Particularmente no Brasil, esse tipo de ato
tem tomado proporções assustadoras, principalmente no que refere à mulher. Das
diversas ramificações da violência cultural, a de gênero é a que acompanha toda
uma questão histórica, evoluindo conforme o tempo passa, tornando- se “normal”
para muitos, e passando despercebida, consequentemente ignorada, tornando
quase impossível o seu combate (SOUZA, 2013).
Dessa forma, foi sancionada a lei que regulariza toda e qualquer violência
contra a mulher em um ambiente de saúde, um crime. Como enfatiza o artigo 1° da
lei n° 10.778 de 24 de novembro de 2003, que diz “Constitui objeto de notificação
10

compulsória, em todo o território nacional, a violência contra a mulher atendida em


serviços de saúde públicos e privados” (BRASIL, 2003).

2.2 VIOLÊNCIA DE GÊNERO


Ao decorrer do tempo, as mulheres são consideradas o “sexo frágil”, onde
tornaram- se mais susceptíveis aos diversos tipos de agressões, físicas ou verbais,
passando esse costume de geração em geração, com isso formando uma sociedade
machista, detentora de um poder imaginário sobre elas. Esse tipo de pensamento
durante toda a história levou a formação desse mito da submissão da mulher,
criando a forma autoritária de agir para com a mesma, e às calando na maioria das
vezes (WOLFF, WALDOW, 2008).
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), dos anos
considerados os de “saúde da mulher”, estão estipulados na faixa etária dos 15 aos
44 anos, e 5 a 20% desses anos são perdidos, por alguma forma de violência
praticada contra elas (ASSIS, CONSTANTINO, AVANCI, 2010).
Nos estudos realizados por Mina, Carneiro (2012) apud Adeodato et. al (2005)
mostra que entre os países que tem seu índice de violência doméstica elevado, o
Brasil está entre os que estão no patamar, onde 23% das mulheres são susceptíveis
a algum tipo de atendado.
Alguns dos sinais que a paciente que passou por algum tipo de violência pode
dar ao chegar a uma instituição de saúde, pode se manifestar de diversas formas,
baseado nisso Brasil (2001, p. 47), diz

As manifestações clínicas da violência podem ser agudas ou crônicas,


físicas, mentais ou sociais. Lesões físicas agudas (inflamações, contusões,
hematomas em varias partes do corpo), em geral, são conseqüência de
agressões causadas por uso de armas, socos, pontapés, tentativas de
estrangulamento, queimaduras, sacudidelas. Em alguns casos, podem
provocar fraturas dos ossos da face, costelas, mãos, bravos e pernas.

Entende-se como violência contra a mulher “qualquer ato ou conduta baseada


no gênero, causando morte, dano ou sofrimento de ordem física, sexual ou
psicológico à mulher, tanto da esfera pública como na esfera privada” (Comitê Latino
Americano e do Caribe para a Defesa dos Direitos da Mulher, 1996, p. 6). Assim,
esse tipo de violência mostra-se de distintas formas, porém uma que está a cada dia
11

mais presente no âmbito hospitalar é a pouco conhecida: Violência obstétrica


(ANDRADE, AGGIO, 2014).

2.3 INSTITUCIONALIZAÇÃO DO PARTO


O ato de parir é uma atividade que acompanha a história, em especial a da
mulher, cheio de grandes preceitos culturais e sociais, por muito tempo, foi um
acontecimento de cunho privado, onde só participavam mulheres, principalmente as
ditas parteiras (WOLFF, WALDOW, 2008). Porém, com o avanço da medicina e
suas tecnologias, o processo da parturição tornou- se mais mecanizado, onde
surgiram “regras”, que por vezes não foram criadas pensando no bem- estar da
paciente. Com isso, foi sendo ainda mais necessária a intensificação de ações
humanizadas, dos agora então profissionais, durante todo o processo, desde o pré-
parto até o pós- parto, sendo prestada uma assistência de qualidade e segura tanto
para a mãe, quanto para o bebê, sem ferir os direitos de ambos (WOLFF, MOURA,
2004).
Essa institucionalização tomou maiores proporções após a segunda guerra
mundial, com o crescente número de partos hospitalares, onde os homens agora
passam a fazer parte desse universo, tornando esse evento que antes era normal,
um evento problemático (CRIZOSTÓMO, NERY, LUZ, 2007).
Sobre o aumento das cesáreas no Brasil, a Rede Interagencial de Informação
para a Saúde (2008, p. 289) mostra que

Embora se observe alguma redução em algumas regiões no período entre


1996 e 2000, a proporção de partos cesáreos volta a crescer a partir de
então, mantendo-se em patamares muito elevados, acima dos padrões
internacionais, especialmente nas regiões do Centro-Sul do país, onde
ultrapassa 40%, chegando a atingir 50% na região Sudeste em 2004.

O parto vem deixando de ser de autoria da mulher, para dar vez a equipe de
profissionais que a assiste. Mas por medo, opressão, elas passam a calar, e
vivenciam cada imposição e tratamento proposto. Constituindo- se a partir daí a
violência institucional provocada contra a parturiente (WOLFF, WALDOW, 2008).
Outro ato agressivo, como desrespeito, peregrinação das pacientes em
diversos locais de saúde, negligência, falta de humanização no cuidado, são
classificados como a violência de gênero que se intensifica ainda mais a agressão
no período gravídico dessa mulher (BOTTI, 2013).
12

2.4 ASSITÊNCIA NO CUIDADO À PARTURIENTE


Desde muito tempo, o acesso à saúde foi escasso. Encontrada apenas nas
casas religiosas, sendo promovidas por pessoas muitas vezes sem conhecimento
algum. Porém com o passar do tempo, o conhecimento foi aumentando, junto com
as técnicas e suas tecnologias. Com isso, tornou- se mais complicado as relações
entre profissionais e pacientes, pois além das novas técnicas, o sistema burocrático
ganhou mais ênfase, e se estende até os dias de hoje. A situação atual do país
mostra que esse tipo de atitude da equipe, só faz gerar mais desgosto por parte dos
clientes (BENEVIDE, PASSOS, 2004).
Para se promover um bom cuidado, faz-se necessário a compreensão da
parte de toda equipe de saúde, sobre toda a abrangência do termo saúde. Tem-se
que entender que a saúde, vai muito além do que é imposto por livros, e saberes
ditos como certos, avaliando também o contexto sócio - cultural que aquele indivíduo
está inserido. Onde a mulher brasileira em sua maioria tem sua vida marcada pela
má condição de vida, levando- a ter problemas físicos e psicológicos, prejudicando
sua saúde (BRASIL, 2001).
A mulher é historicamente mais vulnerável. No momento que mais precisa, o
da procriação, muitas vezes não recebem a assistência adequada. Para o bom
atendimento, o profissional deve vir preparando e acompanhando essa mulher,
desde o pré- natal, pois o trabalho de parto envolve além do saber técnico, o
acolhimento dessa parturiente, garantindo- lhe toda a informação e cuidado
necessários (BRASIL, 2001).
A assistência prestada à mulher no ambiente hospitalar durante o parto, deve
promover- lhe segurança, sem tirar sua autonomia, sendo essa atitude um
compromisso necessário que envolve todos os profissionais que estão
participando do cuidado à parturiente (WOLFF, MOURA, 2004).
Com isso, é necessária a atitude de todos os profissionais da saúde, de
enxergarem o quanto é importante o entendimento de que a mudança, o
esclarecimento de antigos conceitos, irá trazer benefícios para todo o atendimento
da rede hospitalar. Onde a auto- avaliação será de suma importância, pois é a partir
daí que será modificado o ser, o tornando mais “humano”. Isso irá trazer para a
equipe o entendimento, que o/a paciente vai além de sua condição naquele
13

momento, como uma mulher ao entrar em trabalho de parto, sendo proporcionado


um melhor atendimento, humanizado, com respeito e digno (WALDOW, 1998).
Dessa forma, para um bom atendimento faz- se necessário um ambiente de
trabalho adequado, com uma adequada estrutura, uma gestão justa, propiciando um
local harmonioso. Pois antes da estrutura física, tem-se que pensar na estrutura
emocional de seus funcionários, para que não surjam problemas futuros
(MEZZOMO, 2002).
O processo de humanização traz consigo uma luta diária para todos os
profissionais de saúde, pois torna- se cada vez mais difícil colocar o lado humano
em prática, além de estar em falta normas e instrução no trabalho voltado para tal
assunto (BENEVIDES, PASSOS, 2004).
Portanto, humanizar de acordo com a Política Nacional de Humanização, é
uma aliança entre todos os saberes, composta por uma equipe multiprofissional, que
engloba desde gestores até pacientes, para um melhor funcionamento da
saúde (BRASIL, 2013).

2.5 PATOLOGIAS: ALTO RISCO DA GESTAÇÃO


Mesmo com o passar do tempo, o índice de morte materno/infantil ainda é
crescente no país, ainda que esses casos em sua maioria sejam preveníeis durante
a gravidez. Apesar de o parto ser um processo natural, uma parte da população
gestante, irá desenvolver algum processo patológico no decorrer do tempo, sendo
necessária uma maior atenção por parte de toda a equipe de saúde, que vai da
atenção básica à assistência hospitalar, pois será caracterizada uma gravidez de
alto risco (BRASIL, 2010).
Uma gravidez de rico pode ser definida como a que tem a maior probabilidade
de acometer a saúde da mãe e feto, tendo como consequência muitas vezes o óbito
de um deles ou ambos, em comparação as outras gestantes de baixo risco (COSTA,
2002).
Dentre os agravos que podem ocorrer na gestação, destacam- se a
hipertensão, diabetes mellitus gestacional, hepatite B e C, e infecção do trato
urinário. A hipertensão que tem sua incidência de 7 a 10% nas gestantes, sendo
uma das maiores causas de mortalidade materno/infantil e ainda é o fator de risco
para a pré- eclampsia e eclampsia. O diabetes mellitus, está com o percentual de
7,6% no Brasil, sendo para o concepto a maior fonte de risco, podendo levar ao
14

óbito. A hepatite B e C têm como principal meio de transmissão perinatal, o


momento do parto, onde o concepto tem grandes chances de ser contaminado, indo
de 10 a 20% em caso de mães com o diagnóstico confirmado, chagando a 90% de
probabilidade. Quanto a ITU é mais comum durante a gestação, devido as
mudanças que ocorrem no corpo da mulher, chegando a acometer cerca de 5 a 15%
das gestantes (FEBRASGO, 2011).

2.6 ESTRUTURA HOSPITALAR


No decorrer do tempo, a estrutura hospitalar foi sendo modificada para um
melhor atendimento e menor risco para os pacientes. Florence Nightingale,
enfermeira, foi a grande precursora dessas mudanças, tanto na área administrativas
quanto na física, diminuindo consideravelmente os riscos que os pacientes estavam
expostos, consequentemente reduzindo o número de óbitos (GEOVANINI et al.,
2005; TREVIZAN, 1988).
Para ocorrer mudanças, é necessário um planejamento prévio, analisando as
necessidades reais do estabelecimento, de forma que haja uma interação com os
objetivos pré- estabelecidos (ROBBINS, 2002).
Ao traçar um projeto, deve- se ter em mente que é de suma importância a
interação de profissionais de áreas distintas, para atender de forma justa cada setor,
no intuito de promover uma assistência adequada aos pacientes que ali estiverem
(BRASIL, 2002). A área hospitalar está completamente ligada ao usuário, o ser
humano que ele é, tendo o dever de proporcionar conforto e prontidão em seu dia
(GOES, 2004).
A estrutura hospitalar ao ser esboçada deve atender a três pilares, que são os
aspectos técnicos, funcionais e psicossociais. Onde esse modelo estrutural deve
auxiliar o trabalho e fluxo de pacientes (BELLO, 2000).
Sendo assim, é de suma importância um planejamento adequado desse
ambiente, dando- se ênfase ao dizer que: “Hospital errado, ao nascer, é o deficiente
físico, cuja eficiência será prejudicada ou inutilizada definitivamente” (BRASIL, 1965,
p.151).
15

3 METODOLOGIA
Trata-se de um estudo de campo do tipo descritivo, transversal, exploratório,
retrospectivo com abordagem quantitativa, é importante descrever um pouco sobre
os tipos de pesquisa apresentados para este estudo, a exemplo a pesquisa
descritiva é abrangente, onde irá relatar as características de determinada
população ou fenômeno, através de métodos que segue um modelo padrão, tais
como questionários e a observação sistemática, relatando assim com maior exatidão
os fatos, onde irá exigir um maior leque de conhecimentos por parte do pesquisador
(TRIVIÑOS, 1987).
O estudo foi realizado no Município de Serra Talhada, localizado no sertão
Pernambucano, a uma distância de 415 km de Recife, faz parte da XI Gerência
Regional de Saúde (GERES), o Município possui 18 Estratégias de Saúde da
Família, 1 Hospital Público e tem uma população de 83.051 habitantes conforme
Censo Demográfico 2010 (IBGE, 2010). O estudo foi efetuado no Hospital Professor
Agamenon Magalhães - HOSPAM localizado na zona urbana, escolhido por possuir
o maior número de atendimentos de gestantes /parturientes da região.
A população foi composta por mulheres que tiveram o parto realizado no
HOSPAM, a serem selecionadas pelo processo de amostragem aleatória simples,
respeitando os critérios de inclusão e exclusão previamente estabelecidos. O
referido hospital possuiu um quantitativo de 279 parturientes no setor obstétrico no
período de janeiro a março de 2015, dentre elas 70 fizeram parte dos critérios de
inclusão. A amostra de acordo com o cálculo amostral se constituiu de 36 mulheres,
onde apenas 19 fizeram parte do estudo, de acordo com nível de confiança de 95%
e percentual máximo de 5%. Os dados foram coletados através de um questionário,
contendo 14 questões objetivas que abordam dados sociodemográficos,
socioeconômico e fatores de risco. Foi aplicado no período de Setembro à
Novembro de 2015.
Esta pesquisa foi realizada dentro dos preceitos estabelecidos na Resolução
Nº 196/96, da Comissão Nacional de Ética em Pesquisa/Conselho Nacional de
Saúde (Conep/CNS), tendo sido aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa
Envolvendo Seres Humanas das Faculdades Integradas de Patos – Fundação
Francisco Mascarenhas – Patos – PB.
16

4 RESULTADOS E DISCURSÕES
Participaram da pesquisa um total de 19 de mulheresque realizaram o parto
no Hospital Professor Agamenon Magalhães – HOSPAM, no período de janeiro a
março do ano de 2015, onde responderam a um questionário, contendo 15 questões
objetivas relacionadas ao seu ultimo parto.
A tabela 1 apresenta os dados relacionados à idade e estado civil de uma
forma

geral das mulheres pesquisadas.

TABELA 1 - Dado sócio- demográfico (idade/ estado civil), das entrevistadas, com parto realizado no
HOSPAM no município de Serra Talhada – PE, entre Jan/Mar de 2015.
IDADE QUANT. % ESTADO CIVIL QUANT. %
18 – 25 9 47,3% Solteira 7 36,8%
26 – 33 9 47,3% Casada 6 31,6%
34 – 41 1 5,4% Divorciada 1 5,2%
União Estável 5 26,4%
TOTAL 19 100% TOTAL 19 100%

Com os dados levantados percebe-se a que o número de mulheres em fase


gravídica com idade entre 18 e 25 anos (9) e entre 26 e 33 (9) anos é semelhante e
prevalente chegando a um somatório de 94,6%, no qual separadamente ambas
chegaram a 47,3%. Assim como, o estado civil atinge uma porcentagem de 36,8%
(7) de mulheres solteiras, contrapondo os de casadas que chega 31,6% (6).
Corroborando com a pesquisa, estudos mostram que a faixa etária adequada
para uma gestação está entre 20 – 34 anos, tendo em vista o tempo reprodutivo
dessa mulher (CARMO, 2006).
Diferente do resultado encontrado, mulheres entre 35 e 40 anos que tem seu
primeiro filho vem aumentando consideravelmente, devido atoda mudança que
ocorreu no meio social e em suas metas, onde ela passa a colocar em primeiro
plano, seus objetivos em diversas áreas, pra assim então pensar em gerar um filho
(PINTO E SILVA, 2005).
17

Quanto ao estado civil o resultado encontrado discorda do estudo descrito por


Spindola et. al (2008), onde diz que o numero de mulheres casadas e com união
estável prevalece em relação aos outros. Em uma pesquisa realizada em Picos – PI,
em 2010, foi verificado que o número de gestantes casadas chegou a 57,4%,
contrapondo com as de solteiras e com união estável que obterão 22,2% e 20,4%
respectivamente (GOMES, FREIRE, 2012).
Na tabela 2 estão expostos os dados referentes à etnia e escolaridade das
mulheres pesquisadas.

TABELA 2 - Dados sócio- demográficos (etnia/ escolaridade) das entrevistadas, com parto realizado no
HOSPAM no município de Serra Talhada – PE, entre Jan/Mar de 2015.
ETNIA QUANT. % ESCOLARIDADE QUANT. %
Branca 7 36,8% Analfabeta 2 10,5%
Preta 3 15,8% Fund. Completo 2 10,5%
Parda 8 42,2% Fund. Incompleto 3 15,8%
Indígena 1 5,2% Médio Completo 8 42,2%
Médio Incompleto 3 15,8%
Superior Completo 1 5,2%
TOTAL 19 100% TOTAL 19 100%

Nessa tabela as informações mostram que as mulheres que se declararam


brancas, chegou a 36,8% (7), pretas 15,8% (3), indígena, 5,2% (1) e as que se
declaram pardas são predominantes, chegando ao total de 42,2% (8). Quanto o grau
de escolaridade, as analfabetas, totalizaram 10,5% (2), com ensino fundamental
completo 10,5% (2), com ensino fundamental incompleto 15,8% (3), as que
cursaram o ensino médio completo, totalizaram 42,2% (8) das entrevistadas, com
nível médio incompleto, com 15,8% (3) e com nível superior completo, apenas a
porcentagem de 5,2% (1).
Diferente dos dados aqui mencionados, as etnias que sofrem mais com os
tipos de violência contra a mulher, estão as que se classificam como pretas e
indígenas. Foi realizado no Brasil entre o ano de 2009 e 2010 o Relatório Anual das
Desigualdades Raciais, no qual contatou- se que o número de mulheres que
procuram os serviços de saúde, são na maioria às declaradas pardas e pretas.
Ainda sobre essa questão, em relação ao pré- natal foi verificado que em relação o
18

numero de consultas, as mães brancas realizaram mais de sete, totalizando 71%, já


as mães pardas e pretas, tiveram um somatório abaixo, chegando a 28,6%
(BASTHI, 2011).
Quanto ao grau de escolaridade, houve uma concordância em relação a uma
pesquisa realizada em uma instituição filantrópica em São Paulo – SP, no ano de
2008, onde foi detectado o nível médio com uma grande relevância entre os demais
níveis escolares, chegando ao índice de 62,1% de gestantes atendidas (NOCHIERE
et. al, 2008).
Haidar (2001) ainda afirma que a escolaridade está diretamente ligada ao tipo
de parto que essa mulher estará disposta a ter, pois quanto mais instruída ela for,
tem-se a probabilidade seis vezes maior de optar pelo parto cesáreo. Sendo também
influenciada pelo médico. Onde a mulher que apresenta um maior conhecimento
tende a ter uma condição financeira maior, podendo arcar com os custos que uma
cesárea exige.
O gráfico 1 traz a situação econômica do grupo pesquisado, tendo como
variáveis, um salário mínimo, mais que um salário mínimo e menos que um salário
mínimo.

GRAFICO 1 - Situação econômica das mulheres pesquisadas, que tiveram o parto realizado no
HOSPAM no município de Serra Talhada – PE, entre Jan/Março de 2015.

Os dados presentes no gráfico 1, mostra que mulheres que relataram viver


com renda de um salário mínimo, chegou a um percentual de 36,8% (7) e as que
19

referiram viver com mais de um salário mínimo (6) e com a quantia de menor que
um salário (6), ambas com 31, 6%.
Para Pallota e Lorenço (1999), a maior parcela das mulheres que sofrem
algum tipo de violência tem consciência de seus direitos como mulher, mas devido
sua situação econômica e por muitas ainda viverem sob a dependência financeira do
marido, optam por se calar por anos e anos, só procurando alguma ajuda quando a
situação já não está mais suportável.
Mesmo com a prevalência de 1 salário mínimo, é crescente o aumento das
famílias que vivem com uma renda acima disso, onde Romanelli (2000) diz que isso
está ocorrendo devido a ascensão da mulher no mercado de trabalho, deixando o
lar, para participar efetivamente nas despesas do mesmo, sendo feita uma
reorganização, dividindo tarefas com seu companheiro.
A tabela 3 traz informações sobre o tipo de parto de escolha, tendo como
possibilidades, o vaginal ou cesáreo e o número de partos contabilizando com a
última gestação, podendo ser primípara ou multípara.

TABELA 3 - Paridade e tipo de parto realizado na última gestação, das mulheres que foram atendidas no
HOSPAM em Serra Talhada – PE, entre Jan/Mar de 2015.
Nº DE PARTOS QUANT. % TIPO DE PARTO QUANT. %
Primípara 9 47,3% Vaginal 8 42,2%
Multípara 10 52,7% Cesáreo 11 57,8%
TOTAL 19 100% TOTAL 19 100%

De acordo com os dados encontrados, o percentual de multíparas, chegou a


52,7% (10) e tipo de parto cesáreo, foi relatado por 57,8% (11). As primíparas
chegaram a um total de 47,3% (9) e o tipo de parto vaginal a 42,2% (8).
Corroborando com a pesquisa, o Ministério da Saúde aponta que a média
nacional de cesarianas no Brasil chega a 43% sendo que em regiões como Sul,
Centro- oeste e Sudeste esse índice supera os 40%. O que significa dize quer no
país há cerca de 560.000 cesarianas sendo feitas desnecessariamente (REIS et. al,
2009). A OMS estipulou em 1985, que o numero máximo de cesáreas não deveria
passar a faixa de 15%. O que se contrapõe aos números mais recentes, que
sobressai ainda mais nas instituições de cunho privado, e apesar de menor o índice,
20

nos hospitais públicos ainda é muita maior do que a taxa acima estabelecida
(BRASIL, 2010).
Sobre os antecedentes obstétricos, foi realizado um estudo no Hospital
Regional do Baixo Amazonas no período de Setembro de 2011, onde o número de
gestantes atendidas são de multíparas com taxa de 59% (ANJOS et. al, 2014),
porcentagem que se assemelha a encontrada na tabela acima.
O gráfico 2 mostra o processo patológico que as mulheres passaram em sua
ultima gestação, onde puderam optar por mais de uma resposta, com destaque
para hipertensão arterial (HAS) e infecção do trato urinário (ITU).

GRÁFICO 2 - Patologias relatadas pelas mulheres que tiveram parto realizado no HOSPAM em Serra
Talhada – PE, entre Jan/Mar de 2015.

Das patologias citadas no questionário, apenas 2 foram relatadas pelas


mulheres, em que a HAS que chegou a 10,8% (2) e a ITU, totalizou 26,3% (5). Das
mulheres pesquisadas 63,2% (12) relatou não ter sofrido com nenhum processo
patológico durante toda a gestação.
O diagnóstico de HAS na gestação é dado quando os níveis estão iguais ou
superiores a 140/90mmHg. A hipertensão está presente entre 5% e 8% das
gestações, podendo evoluir para algo mais complicado, sendo um significativamente
responsável por uma parcela da mortalidade materna e fetal (PASCOAL, 2002).
Uma das patologias que mais acomete durante o período gestacional é a
Infecção urinária, devido às mudanças fisiológicas no corpo da mulher. Muitas vezes
pode passar despercebida, nesse caso de 2% a 10% das gestantes. Mas em todo
21

caso, deve- se estar atento a possíveis mudanças, pois ela pode levar até a um
aborto prematuro (BRASIL, 2000).
O gráfico 3 retrata a classificação da equipe de saúde que prestou
atendimento a essa mulher, desde o acolhimento até a saída da paciente.

GRÁFICO 3 - Classificação da equipe de saúde quanto à assistência às gestantes admitidas no


HOSPAM, em Serra Talhada – PE, entre Jan/Mar de 2015.

Das 19 mulheres entrevistadas, 11 classificaram o atendimento da equipe


como sendo bom, caracterizando um total de 57,9%, 5 disseram ser ótimo
totalizando 26,3%, 2 classificaram como regular e 1 como péssimo, gerando a
porcentagem de 10,5 % e 5,2% respectivamente.
De acordo com um estudo realizado em Rio Grande – RS de 2005-2007,
acerca da qualidade da assistência à parturiente em seu trabalho de parto, as
mulheres declaram aspectos positivos e negativos, dentre os quais destacam- se a
escuta do profissional, gerando um vínculo entre eles, e uma sensação de
segurança e a eficiência no cuidado prestado (MILBRATH, et. al, 2010).
Seguindo essa linha, Salomé (2000) afirma que o profissional de saúde deve
ter visão ampla de toda a situação que o cerca, não só o dopaciente e sua
necessidade patológica, mas também entender que ele é muito além disso, é uma
pessoa assim como ele.Sendo assim, é necessário um estudo do paciente de forma
holística.
O gráfico 4 indicado logo abaixo, representa os tipos de violência obstétrica
mais sofridas pelas mulheres que responderam ao questionário.
22

GRÁFICO 4 - Tipo de violência vivenciada pelas parturientes no HOSPAM em Serra Talhada – PE,
entre Jan/Mar de 2015.

Das mulheres abordadas um percentual de 73,7% (14) relataram, não ter


sofrido nenhum tipo de violência antes, durante ou depois do parto no referido
hospital. Porém um somatório de 15,9% (3) referiu ter passado por algum momento
insatisfatório, sendo eles ofensas verbais como,xingamentos e humilhações, falta de
informação, sentiram sua privacidade invadida, onde individualmente totalizaram
5,3% cada. Das formas de violência tratadas, o exame de toque teve um resultado
considerável chegando a 10,5% (2) das respostas.
Brito (2002) nos mostra que o toque vaginal é uma etapa opressiva do
atendimento obstétrico, tendo aumentado consideravelmente. Entretanto nota-se
que o receio das parturientes, frente esse ato está devido à falta de informação,
solidariedade e respeito dos profissionais em relação a essas mulheres, gerando
aversão cada vez mais enfática a esse momento.
Bruno (2000) refere ainda que, o modo como esse exame deve ser realizado
requer o respeito das etapas, que mesmo se não reduzirem o medo e a dor das
pacientes, ao menos proporciona o atendimento com menos riscos.
23

Goldmam (2002) afirma ainda que, o toque vaginal durante o todo o processo
do parto deve ser minimamente realizado, pois há informações que mostra que a
realização abusiva do exame está ligada a contaminação da cavidade cervical.
O gráfico 5 retrata o percentual de parturientes que tiveram a presença de um
acompanhante de sua escolha nos três momentos do processo de parturição, sendo
eles o pré-parto, parto e pós parto.

GRÁFICO 5 - Índice de mulheres que tiveram o direito a um acompanhante durante o processo de


parturição no HOSPAM, em Serra Talhada – PE, entre Jan/Mar de 2015.

O gráfico em questão trás como dados 16,2% (3) de mulheres tiveram o


direito ao acompanhante no pré-parto, 10,5% (2) no pós- parto e 68% (13) em
ambos. Porém retrata também a realidade de muitos hospitais onde 0% (0) teve o
direito ao acompanhante no momento do parto e 5,3 (1) relatou não ter em nenhum
momento.
Corroborando com a pesquisa, foi sancionada a lei nº 11.108 de 7 de
Setembro de 2005, em seu artigo 19, fica declarado o direito da mulher a um
acompanhante durante todo o processo de parturição, sendo eles o pré parto, parto
e pós- parto imediato.
Em uma pesquisa realizada no hospital público de Fortaleza – CE no ano de
2009 acerca da influencia do acompanhante no trabalho de parto, 78,6% das
mulheres entrevistadas relataram a importância de ter alguém de sua confiança ao
seu lado nesse momento único, reduzindo o medo, fazendo o processo ser mais
tranquilo (OLIVEIRA et. al, 2011).
24

Dentre alguns estudos Buzzello e Jesus (2004) ainda enfatizam que a


presença de um acompanhante que tenha vivenciado todo o período da gestação
com essa mulher, pode inferir mais confiança, progredindo o parto para ser realizado
de maneira natural.
No gráfico 6 está descrito quanto o acompanhamento profissional à essas
parturientes em todo o trabalho de parto.

GRÁFICO 6 – Acompanhamento profissional à parturiente durante o processo de trabalho de parto e


parto no HOSPAM, em Serra Talhada – PE, entre Jan/Mar de 2015 .

Os resultados obtidos explanam que as gestantes foram assistidas por


profissionais da saúde, sendo 47% (8) por enfermeiros, 10,5% (2) por médicos,
10,5% (2) pelo técnico de enfermagem, 5,3% (1) pelo fisioterapeuta, 16,2% (4) por
mais de um profissional e ainda 10,5% (2) que relataram não terem sido
acompanhadas por nenhum profissional. Desses profissionais, 68% acompanharam
a parturiente em mais de um momento do trabalho de parto, e das pacientes
acompanhadas, nenhuma citou a presença de alguém da equipe no pós- parto.
Brasil (2001) afirma que dentre os profissionais da área da saúde, além do
médico obstetra, o único que pode prestar cuidados as parturientes são os
enfermeiros obstetras.
De acordo com a legislação na lei 7.498/86 e o Decreto-Lei 94.406/87 o
enfermeiro deve exercer todas as funções que cabem a ele, nas quais no art. 11
destaca- se todo o processo da assistência de enfermagem, desde o planejamento
25

até a execução da tarefa. E ainda, ao enfermeiro obstetra cabe acompanhar e


realizar o trabalho de parto das parturientes por eles assistidas (BRASIL, 1986).
O gráfico 7 a seguir, mostra os dados frente as práticas humanizadas
realizadas no pré- parto a fim de minimizar os efeitos da dor do parto, bem como a
ansiedade da parturiente.

GRÁFICO 7 - Práticas Humanizadas realizadas no pré- parto no HOSPAM, em Serra Talhada – PE,
entre Jan/Mar de 2015.

Nos dados presentes no gráfico, podemos observar que a maior parte das
parturientes relatou não terem sido realizadas nenhuma prática que auxiliasse o
alívio da dor, ansiedade e expectativas delas no pré- parto, chegando a um
percentual de 57,9% (11) das mulheres. Das usuárias que responderam o
questionário, 5,3% (1) relataram terem tomado algum tipo de medicação e 5,3% (1)
receberam massagens de conforto para alivio da dor. Outras puderam escolher a
posição que lhe era mais confortável, com percentual de 10,5% (2), e 21% (4)
relatou que a equipe conversou a fim de acalma-las.
Ouve-se muito atualmente falar em humanização, mas antes de tudo deve-se
entender o que esse termo significa,no qualFerreira(2009) diz que humanizar está
ligado ao que é humano, sendo complacente, amigável, civilizado, socializar de
maneira cordial.
Relacionado ao parto, a humanização requer que haja algumas modificações
no cuidado, redirecionando este a mulher e suas necessidades, tanto físicas quanto
26

estruturais, onde a equipe só intervenha no processo natural do parto, se realmente


por preciso (DIAS, DOMINGUES, 2005).
Oliveira e Silva (2013) corroboram com a pesquisa ao dizer que, dentre as
maneiras de se prestar um atendimento humanizado à gestante/parturiente, está as
que vão auxiliar o alivio da dor como: massagens, técnicas de respiração, diálogo,
musicoterapia, posição de escolha da paciente, exercícios relaxantes, entre outros.
Das praticas que podem ser realizadas, as massagens estão com uma das maneiras
mais simples de aliviar a dor e proporcionar conforto a mulher.
O gráfico 8 traz o retrato da estrutura hospitalar do HOSPAM, na percepção
das usuárias no período que permaneceram admitidas.

GRAFICO 8 - Estrutura Hospitalar do HOSPAM em Serra talhada – PE, de acordo com as gestantes
admitidas entre Jan/Mar de 2015.

No gráfico acima sobre a estrutura hospitalar relatada pelas mulheres 16% (3)
disse haver um local destinado ao acolhimento e 42% (8) relatou a existência de um
local confortável para observação da evolução do trabalho de parto. Em contra
partida, 42% (8) delas disse não ter presenciado nenhuma estrutura adequada para
atender as suas necessidades, como deve ser.
Em relação ao conforto prestado há condições que desfavorecem o ambiente
hospitalar como, o processo de ventilação, a escassez ou abundancia de
luminosidade, de sons entre outros, podendo gerar uma inquietação no decorrer do
trabalho e recuperação do paciente. Cada fator desse, influencia diretamente nas
27

sensações manifestadas pelas parturientes. Sendo necessária a busca para o


equilíbrio do meio com a assistência (ANVISA, 2014).
Corroborando com a pesquisa a portaria de nº 3.477 de 20 de agosto de
1998, diz sobre a área física destinada a gestante, em seu art. 4 que deve ter no
hospital, uma recepção e sala para atividades complementares, quartos confortáveis
com no máximo 04 leitos, salas para exames, consultórios, banheiros, entre outros
(BRASIL, 1998).
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

De acordo com os dados obtidos no estudo realizado, foi possível identificar


que a violência praticada contra a mulher no período de trabalho de parto e parto, se
faz presente no hospital, ainda que atinja um pequeno grupo de pacientes.
Percebeu- se que das mulheres entrevistadas a maioria eram: jovens, pardas,
solteiras, com escolaridade no nível médio, com renda familiar de um ou mais
salários mínimos, multíparas, com prevalência de parto cesáreo, com índice de HAS
e ITU na ultima gestação.
Ao longo da pesquisa pôde- se obter algumas informações a respeito da
qualidade da assistência à mulher enquanto parturiente. Foi evidenciado o
despreparo dos profissionais de saúde quanto ao acolhimento, escuta e técnica,
frente às exigências da saúde de cada usuária de forma individual. Observou- se
ainda, a desorganização hospitalar quanto a sua estrutura, com a ausência de um
ambiente adequado, que propicie conforto e tranquilidade as pacientes.
Quanto à violência obstétrica propriamente dita, trata- se de um ato que vem
se disseminando em todo país, apresentando- se de inúmeras maneiras. No que se
refere a esse fato, observou-se a existência de casos no hospital estudado, mesmo
que de maneira reduzida, constatado através de algumas situações como, da
realização do tradicional exame de toque vaginal, que de acordo com elas, foi
feitode maneira imprópria e dolorosa. Além disso, algumas parturientes referiram ter
sentido sua privacidade invadida, e outras informaram ainda que não receberem
informações apropriadas sobre seu quadro clínico, e em outros casos foi declarada a
presença de ofensas verbais durante a assistência médico-hospitalar. Ainda quanto
ao atendimento prestado, viu - se a ineficiência quanto às práticas humanizadas
realizadas no pré- parto, na qual as mulheres em sua maioria explanaram não
vivenciar tais métodos.
28

Foi detectada ainda a ineficácia da aplicação dos direitos da parturiente


quanto à presença de umacompanhante durante todo o trabalho de parto, parto
epós-parto, no qual apenas foi permitida a presença de uma pessoa de sua escolha
nos momentos antecedentes ao parto e posterior ao mesmo, o que pode levar a
elevação do medo, ansiedade e insegurança dessa mulher. Direito este sancionado
desde 7 de Abril de 2005, através da lei n° 11.108, a conhecida “Lei do
Acompanhante”.Quanto à equipe presente na assistência, a prevalência de
enfermeiros junto a paciente foi maior, seguida do médico e técnico de enfermagem,
sendo feita em mais de um momento.
Com os resultados obtidos nesse estudo, foi possível traçar o perfil das
mulheres que mais sofreram com a violência obstétrica e a identificação das formas
que a mesma se apresentou, acredita - se que esses dados servirão para ampliar a
percepção dos profissionais que aqui trabalham, possibilitando uma melhoria na
assistência que está sendo prestada, além do esclarecimento das mulheres
envolvidas e toda a sociedade acerca do tema abordado, na qual serão capazes de
compreende e garantir seus direitos.
Dessa forma, constata - se que a violência obstétrica, não é uma realidade
apenas das grandes cidades, e sim em todo o país.
29

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36

APÊNDICE
37

Apêndice A – Questionário

1. Idade? _________

2. Qual o seu grau de escolaridade?


a) Analfabeto ( )
b) Ens. Fundamental Incompleto ( )
c) Ens. Fundamental Completo ( )
d) Ens. Médio Incompleto ( )
e) Ens. Médio Completo ( )
f) Superior Completo ( )
g) Superior Incompleto ( )

3. Qual a renda mensal de sua família?


a) 1 salario mínimo ( )
b) Menor que um 1 salário mínimo ( )
c) Maior que 1 salário mínimo ( )

4. Estado Civil?
a) Solteira ( )
b) Casada ( )
c) Viúva ( )
d) Divorciada ( )
e) União Estável ( )

5. Etnia?
a) Branca ( )
b) Preta ( )
c) Parda ( )
d) Amarela ( )
e) Indígena ( )
38

6. Quantos partos você já teve?


a) 1 (primípara) ( )
b) Mais de 1 (multípara) ( )
7. Qual tipo de parto realizado?
a) Vaginal ( )
b) Cesáreo ( )

8. Na ultima gestação apresentou alguma dessas patologias?


a) Diabetes Gestacional ( )
b) Toxoplasmose ( )
c) Hepatite B ( )
d) Sífilis ( )
e) Pré- eclampsia ( )
f) Hipertensão ( )
g) ITU ( )
h) Outros ( ) ________________________________
i) Nenhuma ( )

9. Como classificaria o atendimento da equipe de saúde que lhe


prestou assistência?
a) Ótimo ( )
b) Bom ( )
c) Ruim ( )
d) Regular ( )
e) Péssimo ( )

10. Você sofreu algum tipo de violência (física ou verbal) durante o


parto? Se sim, qual?
a) Sim ( )
1. Xingamentos/Humilhação ( )
2. Empurrões
3. Exame de toque de forma dolorosa ( )
4. Falta de informação ( )
5. Sentiu sua privacidade invadida ( )
6. Outros ( ) _____________________________
39

b) Não ( )

11. Foi permitido um acompanhante em algum momento desde a sua


admissão no hospital? Se sim, em que momento?
a) Sim ( )
_____________________________________________________
b) Não ( )

12. Dentre os profissionais que lhe prestarão assistência, algum a


acompanhou em algum momento? Se sim, em que momento e qual
profissional lhe acompanhou?
a) Sim ( )
_____________________________________________________
b) Não ( )

13. Foram utilizadas práticas humanizadas no pré- parto? Se sim,


qual/quais?
a) Sim ( )
1. Medicação para alívio da dor ( )
2. Massagens ( )
3. Posição de escolha da parturiente ( )
4. Conversas ( )
5. Bolsas de água quente ( )
b) Não ( )

14. Quanto à estrutura hospitalar, havia:


a) Espaço destinado ao acolhimento ( )
b) Sala de espera confortável para a mulher e acompanhante ( )
c) Bancadas baixas e cadeiras ( )
d) Ambiente confortável com controle de luminosidade, sonoro e térmico ( )
e) Local confortável destinado a observação e avaliação do progresso do
trabalho de parto, se necessário ( )
f) Nenhuma das alternativas ( )
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