DOI: 10.4025/cienccuidsaude.v8i2.

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PERCEPÇÃO DE PUÉRPERAS SOBRE ASSISTÊNCIA

DE ENFERMAGEM NA GRAVIDEZ

Isabela Nogueira Pessoa*

Elonan Dias de Menezes**
Terezinha de Freitas Ferreira***
Leila Maria Geromel Dotto****
Lucineide Frota Bessa*****

RESUMO
A gravidez é um processo fisiológico, sendo o nascimento de um filho uma situação natural na vida. Entretanto,
essa circunstância pode precipitar um estado de crise, desencadeado pela incapacidade em lidar com
determinados eventos. Objetivou-se identificar e analisar a satisfação de puérperas acerca da assistência
oferecida no período da gravidez pela equipe de enfermagem. Foram selecionadas 20 mulheres em uma
maternidade pública da Amazônia Ocidental, no mês de janeiro de 2006, as quais haviam recebido
acompanhamento pré-natal integral da equipe de enfermagem. Utilizou-se questionário composto de questões
socioeconômicas e demográficas e de 26 questões, sendo 13 fechadas (com variação de ótima a ruim) e 13
abertas, abordando o fenômeno em estudo, o qual foi aplicado pelas autoras. As respostas obtidas foram
agrupadas em tabelas, sendo as perguntas fechadas analisadas por estatística descritiva e as abertas, por
análise qualitativa. Os resultados mostraram que as usuárias se sentiram satisfeitas com o atendimento prestado
pela equipe de enfermagem no período da gestação, sendo esse atendimento classificado, de modo geral, como
ótimo ou bom. Características como atenção, compromisso, empatia e gentileza foram justificativas recorrentes
para tal resultado. Aportamos na certeza de que a Enfermagem tem contribuído muito para atender às
necessidades das grávidas, o que repercute sensivelmente em sua saúde mental.
Palavras-chave: Cuidado Pré-Natal. Enfermagem. Saúde Mental. Saúde da Mulher.

naturalmente na vida das pessoas, no entanto,

INTRODUÇÃO
A gestação e a maternidade apresentam
diversas dimensões. Além de alterações
hormonais que provocam transformações físicas,
no comportamento e no psiquismo, essas
condições promovem mudanças na inserção
social, nos papéis da mulher no casamento, na
autoimagem e na identidade feminina(1-3), sendo
por isso, consideradas momentos de crise no
ciclo evolutivo da mulher(3).
A crise pode ser definida como um estado de
desequilíbrio, resultando da interação de um
evento com os mecanismos de manejo do
indivíduo ou da família, que são inadequados
para atender às demandas da situação. O
nascimento de um filho é considerado um evento
do desenvolvimento, uma situação que ocorre
____________________
*Enfermeira. Mestranda em Saúde Pública pela Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo. Especialista em Saúde Mental.
Docente da Universidade Federal do Acre (UFAC). E-mail: belaisanp@uol.com.br.
**Enfermeira. Especialista em Saúde Mental. Assistencialista
elonan.menezes@rbo.incra.gov.br
***Enfermeira. Doutora. Docente da UFAC. E-mail: anhiz@uol.com.br.
****Enfermeira. Doutora. Docente da UFAC. E-mail: leiladotto@uol.com.br.
*****Enfermeira. Doutora. Docente da UFAC. E-mail: lucineide@ufac.br.
pode precipitar um estado de crise(4).
A assistência pré-natal, muitas vezes,
representa o primeiro contato da gestante com os
serviços de saúde, e deve ser organizada de
forma a atender às reais necessidades da mulher,
por meio da utilização de conhecimentos
técnico-científicos e de recursos adequados.
A maioria das pesquisas relaciona a
adequação do pré-natal ao período em que ele é
iniciado e ao número de consultas realizadas,
sendo pouco frequentes avaliações sobre a
qualidade da assistência(5).
As investigações sobre a satisfação do
usuário são salutares, porque podem contribuir
para o planejamento de medidas buscando a
superação das limitações detectadas com base
nas informações colhidas(6-7).
O cuidado pré-natal com baixa qualidade é
do Hospital de Saúde Mental do Acre-HOSMAC. E-mail:

Cienc Cuid Saude 2009 Abr/Jun; 8(2):236-241

Percepções de puérperas sobre assistência de enfermagem
percebido pelas usuárias a partir da falta de
confiança no profissional, da dificuldade de
acesso e do atendimento insatisfatório de suas
necessidades. Nesse contexto, as usuárias podem
ter abalados os seus mecanismos de manejo de
situações relacionadas à gestação, ao parto e ao
seu papel materno.
A análise dos motivos mencionados pelas
gestantes não participantes do pré-natal permitiu
identificar que a falta de interesse e a
desinformação representaram mais de 40,0% das
justificativas dadas(5).
Com a finalidade de procurar uma mudança
de cultura no atendimento de saúde no Brasil, o
Ministério da Saúde implantou o Programa de
Humanização no Pré-Natal e Nascimento, com o
intuito de resgatar a atenção obstétrica integrada,
qualificada e humanizada(8-9).
A importância de se conhecer a satisfação das
usuárias dos serviços de saúde acerca da
assistência recebida no período da gravidez está
no fato de que a criação de um vínculo entre a
gestante e o serviço aumenta a chance de
acompanhamento materno regular no período
pré-, peri e pós-natal, propiciando entre outros
benefícios, cuidados adequados com a criança(5).
A atuação da enfermeira e de sua equipe é
alicerce indispensável para que as mulheres
sejam cuidadas integralmente e possam conceber
seus filhos de forma mais segura. Para
aperfeiçoamento dessa relação entre gestantes e
equipe de enfermagem, definimos como
objetivos deste estudo conhecer o grau de
satisfação das usuárias dos serviços de saúde
acerca da assistência recebida da equipe de
enfermagem no período da gravidez, e refletir
sobre o processo construtivo da satisfação
produzido por essas mulheres.
METODOLOGIA
O presente estudo caracteriza-se por uma
pesquisa de campo exploratório-descritiva
desenvovlida no município de Rio Branco -
Acre. A assistência pré-natal na cidade de Rio
Branco é oferecida nas 55 unidades básicas de
saúde e nos 14 centros de saúde existentes. As
consultas de acompanhamento são realizadas por
profissional médico ou por enfermeiro, nos casos
de baixo risco. Os técnicos e auxiliares de
enfermagem participam do pré-natal nos
237
momentos de acolhimento, mensuração do peso
corporal e pressão arterial, vacinação e demais
atividades de nível médio.
As informantes desta pesquisa foram
mulheres em fase de puerpério, atendidas na
Maternidade Bárbara Heliodora (MBH). A
eleição desta instituição como universo da coleta
de dados é decorrente do fato de nenhuma das
entrevistadas ter realizado o acompanhamento
pré-natal neste serviço, o que as deixou à
vontade para responder quanto à sua satisfação
sem receio de possíveis represálias. Por ser este
um serviço de referência para gestação de alto
risco, situação esta em que a mãe é
acompanhada essencialmente por profissional
médico, houve, para o estudo, escassez de
mulheres para o estudo que atendiam o critério
de terem realizado todo o pré-natal com a equipe
de enfermagem.
Foram selecionadas para a amostra as
pacientes que estavam internadas no mês de
janeiro de 2006 e haviam realizado todo o seu
acompanhamento pré-natal com a equipe de
enfermagem, perfazendo o total de 20
entrevistadas.
Os dados foram coletados por meio de
entrevista, realizada com auxílio de um
questionário. Esta era composto de dados
socioeconômicos e demográficos para
caracterização da clientela e 26 questões
relacionadas à satisfação dessas mulheres quanto
ao atendimento pré-natal realizado pela equipe
de enfermagem no momento da pré-consulta, na
sala de espera e de vacinação e nas consultas
pré-natais propriamente ditas. Dessas questões,
13 eram fechadas e 13 abertas, com solicitação
de explicação da resposta dada a cada questão
fechada. As questões apresentavam variação de
graduação, disposta em escala adaptada de
Likert de quatro pontos, correspondendo a: (1)
ótimo; (2) bom; (3) regular e (4) ruim ou (1)
sim; (2) não; (3) não sabe e (4) não se aplica. As
respostas obtidas foram organizadas em forma
de tabelas, sendo as perguntas fechadas
analisadas por estatística descritiva e as abertas
por análise qualitativa, que se deu pelo
agrupamento por semelhança das respostas.
O presente estudo foi aprovado pelo Comitê
de Ética em Pesquisa - Fundação Hospital
Estadual do Acre - FUNDHACRE, mediante o
Parecer n.º 086/2005.
Cienc Cuid Saude 2009 Abr/Jun; 8(2):236-241
238
RESULTADOS E DISCUSSÃO
As mulheres participantes deste estudo se
caracterizam como um grupo muito jovem: 70%
(14) estão na faixa etária de 15 a 24 anos, as
demais apresentam 25 anos ou mais de idade.
Quanto aos anos de estudo, 60% das
entrevistadas afirmaram ter frequentado a escola
por 3 a 7 anos; 35% responderam ter completado
o ensino médio, perfazendo um total de 12 anos
de estudo; apenas 5% se declararam analfabetas.
Afirmaram residir com o pai da criança 85%, e
todas revelaram sentir-se apoiadas por ele. 75%
informaram ter sido acompanhadas por
familiares até a maternidade no período de
trabalho de parto. Em relação à renda familiar,
65% referiram que esta se situava entre
R$=300,00 a R$=450,00 (trezentos a
quatrocentos e cinquenta reais), e as demais
(35%) entre R$=600,00 a R$850,00 (seiscentos a
oitocentos e cinquenta reais). Para efeito de
comparação, devemos considerar que o salário
mínimo brasileiro em janeiro/2006 equivalia a
R$=300,00 (trezentos reais).
Metade das mulheres entrevistadas afirma
que a gravidez havia sido desejada, e a outra
metade, não haver planejado ter o último filho,
porém apenas 15% destas tentaram interromper
a gestação.
Das puérperas participantes, 55% realizaram
de seis a oito consultas pré-natais, o que está de
acordo com o que é preconizado pelo Ministério
da Saúde(10), que recomenda o mínimo de seis
consultas para garantir um bom
acompanhamento da gestante e da criança. As
demais (45%) afirmaram ter comparecido de três
a cinco consultas pré-natais.
Satisfação atribuída ao serviço de
enfermagem
No que se refere à satisfação das usuárias
com o atendimento pré-natal recebido dos
componentes da equipe de enfermagem, as
puérperas foram praticamente unânimes em
reconhecer a relevância desse acompanhamento
para sua saúde e para a da criança, por ser um
momento de realização de exames, alguns deles
nunca antes realizados por elas, e de obtenção de
informações quanto às condições de saúde da
criança, cuidados pós-natais e possíveis
complicações na gestação e no parto. Além
disso, outros motivos justificam essa adesão,
Pessoa IN, Menezes ED, Ferreira TF, Dotto LMG, Bessa LF
como, por exemplo, a exigência do cartão da
gestante pela maternidade e o conhecimento da
data provável do parto, cálculo esse realizado
durante o pré-natal:
Achei muito importante a consulta pré-natal, e a
maternidade exige (E3).
Porque facilitou de vir para a maternidade, e ainda
tem as orientações (E6).
É importante, se não fizer o pré-natal não sabe o
dia certo de o bebê nascer (E13).
De acordo com a tabela 1, pode-se constatar a
satisfação das usuárias quanto ao atendimento
recebido na pré-consulta e na sala de vacina.
Sentimentos de preocupação com o próximo,
atenção e carinho refletem as percepções das
puérperas quanto ao serviço prestado nesses
setores, de acordo com as respostas às questões
abertas.
Tabela 1. Satisfação das usuárias quanto ao
atendimento recebido da equipe de enfermagem na
pré-consulta, sala de vacina e sala de espera, Rio
Branco – AC, 2006.
Respostas
Questões
Ótimo Bom Regular Ruim
N % N % N % N %
O que você achou do 10 50,0 08 40,0 - - 02 10,0
atendimento recebido na
pré-consulta?
O que você achou do 14 70,0 05 25,0 - - 01 5,0
atendimento recebido na
sala de vacina?
O que você achou do 05 25,0 08 40,0 03 15,0 04 20,0
atendimento recebido na
sala de espera?
Muitas entrevistadas mostraram-se
insatisfeitas com o atendimento oferecido na sala
de espera. Desorganização, demora excessiva
para o atendimento e bancos desconfortáveis
foram justificativas recorrentes para tal
descontentamento. Entretanto, foram colocados
pontos positivos, como, por exemplo, o
agendamento de consultas, o qual caracteriza um
serviço mais organizado e com menor tempo de
espera, e o encontro com outras grávidas,
quando podia haver troca de experiências e uma
conversa empática entre as futuras mães.
Neste caso, é interessante haver a formação
do grupo de espera, em que o processo de
atendimento é iniciado por meio da educação em
saúde, aproveitando este momento de ociosidade
Cienc Cuid Saude 2009 Abr/Jun; 8(2):236-241
Percepções de puérperas sobre assistência de enfermagem
para dirimir dúvidas, discutir condutas e fazer
esclarecimentos(11).
A realização de ações educativas tem sua
importância em todas as etapas do ciclo grávido-
puerperal, mas é no pré-natal que a mulher
deverá ser melhor orientada para que possa viver
o parto de forma positiva, ter menos riscos de
complicações no pós-parto e mais sucesso na
amamentação. Os profissionais de saúde devem
assumir a postura de educadores que
compartilham saberes, buscando devolver à
mulher sua autoconfiança para viver a gestação,
o parto e o puerpério(12).
Com os dados ilustrados na tabela 2, pode-se
observar que a satisfação das usuárias com o
atendimento prestado na 1ª consulta pré-natal e
nas consultas subseqüentes e com a forma como
as consultas foram conduzidas é classificada
pela grande maioria das mulheres como ótima ou
boa. Além do mais, quando questionadas sobre
que atendimento as deixou mais satisfeitas, a
grande maioria atribui à consulta de enfermagem
as melhores impressões.
Tabela 2. Satisfação das puérperas quanto ao
atendimento recebido durante as consultas de pré-
natal realizadas por enfermeiras, quanto à
comunicação da equipe de enfermagem e quanto à
forma como suas queixas foram consideradas, Rio
Branco – AC, 2006.
Respostas
Questões Ótimo Bom Regular Ruim
N % N % N % N %
O que você achou do 13 65,0 07 35,0 - - - -
atendimento recebido na 1ª
consulta pré-natal?
O que você achou do 13 65,0 06 30,0 - - 01 5,0
atendimento recebido nas
consultas subseqüentes?
O que você achou da forma 15 75,0 04 20,0 - - 01 5,0
como o profissional se
comunicou?
De que forma suas queixas 18 90,0 02 10,0 - - - -
foram levadas em
consideração?
Observou-se o grande valor da criação de
vínculo entre a usuária-mãe e a profissional
enfermeira. A maioria das entrevistadas percebia
na enfermeira uma pessoa na qual podiam
confiar, uma profissional que se comprometia
com a sua assistência e que fazia falta quando se
ausentava. É interessante ressaltar que esse
vínculo era criado entre as personagens, gestante
e enfermeira, e não necessariamente entre
239
usuária e profissional. Vejamos isso bem
caracterizado na fala de (E9):
A enfermeira atendia mesmo nos dias que não
eram de pré-natal, conforme a necessidade. Me
senti desamparada somente no último mês,
quando ela entrou de férias.
Muitas vezes uma consulta é rotulada como
boa quando termina com a entrega de um
receituário (ou com a solicitação de exames),
principalmente se o cliente for de baixa renda.
Esta “demanda” pode ter sua gênese em um
complexo sistema de ideias, expectativas e
representações acerca da doença, da saúde e do
tratamento(13).
Faz-se necessário destacar que várias das
características positivas mencionadas pelas
mulheres de nossa pesquisa às quais muitas
atribuíram sua satisfação - como, por exemplo,
solicitação de exames e prescrição de
medicamentos - não são atividades exclusivas
da(o) enfermeira(o), podendo ser executadas por
outros profissionais, o que nos leva a refletir
sobre os resultados encontrados. Será que se a
assistência pré-natal dessas mães tivesse sido
realizada por outros profissionais que também
tivessem autonomia para realizar tais condutas,
os níveis de satisfação não seriam iguais ou
consideravelmente semelhantes?
Grande parcela das puérperas entrevistadas
afirmou ter compreendido as orientações
fornecidas pelos profissionais, e quando
surgiram termos desconhecidos estes foram
esclarecidos. As queixas apresentadas à equipe
de enfermagem foram consideradas com
atenção, e isso se reflete em vários depoimentos,
os quais expressam cuidado, empatia e escuta
terapêutica.
Percebi que a enfermeira transmitia o que eu
queria saber (E12).
Quando me queixava a enfermeira sempre
esclarecia por que eu estava sentindo essas coisas
(E19).
Tudo que eu falava a enfermeira ouvia com
atenção (E20).
Atribui-se à enfermagem a atenção prestada
ao paciente no momento do atendimento, a
eficiência da comunicação e, acima de tudo, a
empatia demonstrada diante dos problemas.
Ouvir reflexivamente é uma das mais efetivas
técnicas de comunicação terapêutica, e constitui
Cienc Cuid Saude 2009 Abr/Jun; 8(2):236-241
240 Pessoa IN, Menezes ED, Ferreira TF, Dotto LMG, Bessa LF

instrumento essencial para que o enfermeiro CONSIDERAÇÕES FINAIS

estabeleça o relacionamento terapêutico. É ainda
um dos principais meios de obtermos
informações, e quando deixamos de ouvir,
renunciamos a um dos objetivos da
comunicação, o de ficar sabendo sobre a outra
pessoa para tentar compreendê-la(14).
O período pré-natal é uma época de
preparação física e psicológica para o parto e
para a maternidade e, como tal, é um momento
de intenso aprendizado. O profissional deve
contribuir para que a cliente exercite a
capacidade de enfrentar situações de estresse, de
crise, e decida sobre a sua saúde. Durante a
gravidez a mulher vivencia uma gama de
sentimentos: se essa condição foi desejada, traz
alegria, se não esperada, pode gerar surpresa,
tristeza e até mesmo negação(12).
É imprescindível considerar ainda que
auxiliar pessoas essencialmente saudáveis que
estejam em um estado de desequilíbrio por não
terem suas necessidades atendidas, no sentido de
que atinjam uma percepção cognitiva correta da
situação e conquistem um manejo eficaz de suas
emoções, contribui para a promoção da saúde
mental e prevenção de doenças afins(4).
O conhecimento da satisfação das mulheres
acerca da assistência recebida por componentes
da equipe de enfermagem no período da
gravidez pode contribuir para a promoção da
saúde mental dessas mulheres, aprofundando,
dessa forma, as noções desses profissionais
acerca de uma realidade específica: como as
usuárias percebem a assistência de enfermagem
que está sendo prestada a elas, vislumbrando o
aperfeiçoamento.
Elementos como sensibilidade, capacidade
para ouvir e confiança são alguns dos pilares da
atuação dos profissionais, pois são
indispensáveis para a criação do vínculo
profissional-gestante. Devemos ficar atentos ao
fato de que a gravidez e o parto são eventos
sociais que constituem a vivência reprodutiva de
homens e mulheres.
Diante dos resultados da investigação,
aportamos na certeza de que a equipe de
enfermagem muito tem contribuído para atender
às necessidades das mulheres no período da
gravidez, o que repercute sensivelmente na
saúde mental dessas mães e é um fator
importante para o bom desempenho de seu papel
materno. Não obstante, devemos considerar as
características socioeconômicas do grupo
pesquisado como variáveis relevantes na
determinação dos resultados finais.

PERCEPTION OF MOTHERS ON ASSISTANCE OF NURSING IN PREGNANCY

ABSTRACT
Pregnancy is a physiological process, and the birth of a child a natural situation in life. However, such
circumstance may precipitate a crisis state which is triggered by the individual’s incapacity to deal with certain
events. This study aimed at identifying and analyzing the satisfaction level of users concerning the care received
from the nursing staff during pregnancy. Twenty women in a puerperal period were selected at a public maternity
in the western Amazon region in January 2006, whose pre-natal follow-up had been integrally given by the
hospital’s nursing staff. Data were collected by means of an exclusive questionnaire, composed of socioeconomic
and demographic questions in addition to thirteen closed questions (varying from very good to bad) and thirteen
open questions. The obtained answers were grouped in tables, and the closed questions were analyzed by
descriptive statistics while the open questions were evaluated by qualitative analysis. The results showed that the
users were satisfied with the care given by the nursing staff during the pregnancy period, which was generally
rated as very good or good. Characteristics such as attention, commitment, empathy and kindness were recurrent
explanations for such result and this has made us sure that the nursing staff has contributed to meet the needs of
pregnant women, which greatly influences their mental health.
Key words: Prenatal Care. Nursing. Mental Health. Women’s Health.

PERCEPCIÓN DE PUÉRPERAS SOBRE ASISTENCIA DE ENFERMERÍA EN EL

EMBARAZO
RESUMEN
El embarazo es un proceso fisiológico, considerándose el nacimiento de un hijo como una situación natural en la

Cienc Cuid Saude 2009 Abr/Jun; 8(2):236-241

Percepções de puérperas sobre assistência de enfermagem 241

vida. Sin embargo, esa circunstancia puede ser el principio de un estado de crisis, que se desencadena por la
incapacidad de lidiar con determinados eventos. El objetivo fue identificar y analizar la satisfacción de puérperas
sobre la atención recibida, durante el periodo de su embarazo, por el equipo de enfermería. Fueron
seleccionadas 20 mujeres en una maternidad pública de Amazonia Occidental, en el mes de enero de 2006, y
que habían realizado su control prenatal integralmente con el equipo de enfermería. Los datos fueron
recolectados a través de un cuestionario compuesto de cuestiones socioeconómicas y demográficas, y 26
cuestiones siendo 13 preguntas cerradas (con variación de óptima a pésima) y 13 abiertas, abordando el
fenómeno en estudio, aplicado por las autoras. Las respuestas obtenidas fueron agrupadas en tablas, siendo las
preguntas cerradas analizadas por estadística descriptiva y las abiertas por análisis cualitativa. Los resultados
mostraron que las usuarias se sintieron satisfechas con la atención prestada por el equipo de enfermería durante
el periodo del embarazo, siendo calificada, de modo general, como óptima o buena. Características como
atención, compromiso, empatía y gentileza fueron justificativas recurrentes que llevaron a tal resultado. Así el
equipo de enfermería ha contribuido mucho para cubrir las necesidades de las embarazadas, lo que repercute
sensiblemente en su salud mental.
Palabras-Clave: Atención Prenatal. Enfermería. Salud Mental. Salud de La Mujer.

8. Ballone GJ. Humanização do Atendimento em Saúde.

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http://www.fen.ufg.br/revista.htm.

Endereço para correspondência: Isabela Nogueira Pessoa. Rua Isaura Parente, 1812, Estação Experimental,
CEP 69908-210, Rio Branco, Acre. E-mail: belaisanp@uol.com.br

Data de recebimento: 21/12/2006

Data de aprovação: 04/03/2009

Cienc Cuid Saude 2009 Abr/Jun; 8(2):236-241