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m14p3 – Amamentação

ASPECTOS GERAIS
ALEITAMENTO MATERNO: a criança recebe leite humano (direto da mama ou ordenhado)
Aleitamento materno exclusivo: a criança recebe somente leite humano de sua mãe ou ama de leite; ou leite
humano ordenhado (pode ter gota ou xarope apenas com vitaminas, medicamentos ou suplementos
minerais).
Aleitamento materno predominante: principalmente leite humano + água (água adocicada, chás e
infusões), sucos de frutas, solução de sais de reidratação oral, gotas ou xarope de vitaminas, minerais e
medicamentos, e fluidos rituais (em quantidades limitadas -MS permite e OMS não).
Aleitamento materno complementado: leite materno + outros alimentos sólidos, semissólidos ou líquidos,
incluindo leites não humanos.
 A educação e o preparo de mulheres para a lactação durante o pré-natal comprovadamente
contribuem com o sucesso do aleitamento, em especial entre as primíparas.
LEITE MATERNO: Alimento perfeito: proteínas, lipídios, carboidratos, minerais e vitaminas e 88% de
água.
 A necessidade calórica do bebê supera em aproximadamente três vezes a dos adultos, chegando a
120 kcal/ kg e, no primeiro ano de vida, 40% das calorias ingeridas são utilizadas no processo de
crescimento e desenvolvimento, caindo para 20% no segundo ano.
ANATOMIA E DESENVOLVIMENTO DAS MAMAS
 Origem
Na embriogênese humana, a formação das glândulas mamárias segue a linha mamária, uma fita de tecido
epidérmico que se estende da base axilar até a região inguinal e possui áreas mais espessas, que irão se
transformar mamas (humano atrofia a linha e só fica um par). São consideradas glândulas sudoríparas
modificadas.
 Em alguns casos, pode haver remanescentes embrionários que se apresentam como
glândula/mamilos extranumerários na linha inguinoaxilar.
 Limites
Superior: segundo ou o terceiro arco costal
Inferior: sexta ou a sétima costela
Lateral: linha axilar anterior
Medial: borda lateral do esterno
Posterior: músculos peitorais maiores e menores  fixam o tecido conjuntivo fibroso mamário
(sustentação)
Projeções: cauda de Spence
 Composição
15 a 20 lobos independentes  se subdividem em lóbulos em número
variável (de 20 a 40 subunidades)  compostos por cerca de 100 alvéolos
 desembocam nos dúctulos (pequenos)  ductos maiores (possuem
projeção na aréola– seio galactóforo  mecanismo de succção)  fusão
ductos maiores que drenam os lobos  ductos principais exteriorizam por
orifícios.
Alvéolos: estruturas acinosas secretoras e saculiformes responsáveis pela
produção láctea.
 Primeira metade da gestação: prolifera e forma novos ductos; segunda metade: diferenciação para
atividade secretória
 Mamogênese e modificações gravídicas
Os altos níveis de esteroides são os grandes responsáveis pelo desenvolvimento e diferenciação mamária.
 Tecido glandular:
 Tamanho: Aumenta principalmente em função da proliferação dos ductos lactíferos, que
aumentam em quantida de e formam canalículos (lumen se específica), tornando-se
consideravelmente maior em relação ao tecido gorduroso e conjuntivo. Essa ação é mediada
majoritariamente pelos estrógenos placentários, mas o Gh e a insulina também participam.
 Diferenciação: As células terminais dos dúctulos se diferenciam em ácinos (alvéolos) por
meio da prolactina, que matura esses ácinos e os torna capazes de produzir os componentes
do leite. Esse hormôn io tem sua ação limitada pelos altos teores circulantes de progesterona
e lactogênio placentário, que possui maior afinidade com os receptores alveolares.
 Redes de Haller: desenvolvimento vascular localizado ocasionado
pelo aumento mamário, o que contribui para o surgimento de veias
visíveis pela epiderme. São proeminentes desde o início da gestação,
gerando intumescimento e edema localizados.
 Inervação: extremamente abundante e está comprometida (ocupada)
com os arcos reflexos neurais envolvidos na lactogênese e na
galactogênese.
 Proteção: reforçada pelo desenvolvimento das glândulas sebáceas do mamilo - os tubérculos de
Montgomery-, que irão lubrificar e proteger a pele local, mantendo sua elasticidade.
 Primero trimestre: As mudanças na coloração e pigmentação das aréolas mamárias são evidentes
 Segundo trimestre: O aumento da prolactina faz esses fenômenos se acentuarem, assim,
estimulando os processos secretórios dos alvéolos mamários. Aqui, as mamas já possuem plena
capacidade de funcionamento.
 Terceiro trimestre: Ocorre redução dos componentes extraglandulares e o desenvolvimento ainda
mais pronunciado das unidades lóbulo-acinosas, com as mamas atingindo capacidade máxima de
produção e secreção de proteínas, lactose e lípides, além de atividade exponencial de determinadas
enzimas como a galactosiltransferase e a lactose sintetase.
FISIOLOGIA DA PRODUÇÃO E EJEÇÃO DO LEITE
A lactação é um mecanismo fisiológico específico dos mamíferos que envolve eventos bioquímicos e
teciduais das mamas e de controle neuroendócrino. A amamentação é o ato de nutrir que tem o significado
emocional e constrói incialmente o vínculo do binômio, possuindo muita influência dos aspectos
psicológicos.
Lactogênese:
 Colostro: Já pode ser perceptível a partir do segundo trimestre de gestação, ao maturar das glândulas
mamárias, sendo presente na quase totalidade das mulheres no período próximo ao parto.
Na gestação, a lactogênese é inibida pelo estriol, pela
progesterona e pelo lactogênio atuando sobre os alvéolos
mamários.
 Progesterona: inibe síntese de lactose e
alfalactoalbumina;
 Estrógeno: inibe secreção de alfalactoalbumina 
antagonizando prolactina.
 Lactogênio: efeito contrário ao da prolactina, ligando-
se a receptores de prolactina nos alvéolos mamários.
PROLACTINA: Atua na diferenciação secretória, estimula
síntese de RNA para produção das proteínas do leite e induz
enzimas catalisadoras. Consegue atuar nos receptores mamários a partir do parto e da dequitação, quando os
níveis dos hormônios placentários decrescem abruptamente.
 Secreção e estímulo: Ocorre no hipotálamo, aumentando os níveis além dos basais a cada sucção do
recém-nascido (reflexo de fergusson succção libera ocito), mecanismo que também inibe a
dopamina (fator inibidor da prolactina).
 Tende a igualar-se aos níveis pré-gravídicos no puerpério tardio e, no caso de interrupção da
lactação, isso ocorre após 2 a 3 semanas.
 Apojadura: Ocorre cerca de 72h após o parto, quando esse hormônio promove a secreção de leite,
período que coincide com o ingurgitamento mamário típico desse período (extravasamento de leite +
dor nas mamas  50% analgesia; 10% dor intensa 14 dias; 13% apresenta febre 37,8 a 39º >4-16h).
 Síndrome de Sheehan: É a necrose hipofisária grave que impede as mulheres de amamentar.
 Intervalo entre mamadas: Quanto menor for, menor será o tempo para reestabelecer os níveis
de prolactina, mantendo o nível sérico desse hormônio e a produção adequada de leite
materno.
 Intervalo maior entre o parto e a primeira sucção do RN faz com que o pico inicial e a
secreção basal de prolactina sejam reduzidos  menor produção láctea  menor
produção de leite  1ª pega no max. Após 40min do parto, com frequência de 7-8x/dia,
em livre demanda. Pouca variação não afeta nada.
 Intervalor grandes ou sucção ineficiente  estase láctea e redução do fluxo vascular
loca  alterações celulares  destruição de tecido mamário e substituição por tecido
conjuntivo e gordura. Em tese, deve ocorrer após 3 meses de suspensão do aleitamento,
embora possa permanecer tecido glandular até o climatério.
 Níveis: A secreção basal é progressivamente menor com picos relativamente maiores até o terceiro
mês pós-parto, quando os níveis séricos circulantes se aproximam dos valores normais.
 Regulação: Depende não só da existência de um aparelho glandular desenvolvido, mas também da
contínua e eficiente remoção do leite (regulação autócrina das substâncias do leite)
Lactopoese e galactocinese: Lactopoese  manutenção da produção e da ejeção do leite.
Galactocinese  mecanismo de excreção do leite durante a sucção das mamas pelo neonato.
Arcos reflexos neurais: São os responsáveis pela produção e ejeção do leite, se iniciando nas terminações
nervosas livres no complexo areolopapilar, que, quando estimuladas, carream as informações pelas vias
aferentes torácicas (T4 a T6) e promovem a liberação de ocitocina (hipófise posterior) e prolactina (hipófise
anterior).
 Complexo areolopapilar  vias aferentes t4-t6  libera ocitocina (células mioepiteliais + muscular
lisa areolar+ contração uterina -involução-) e prolactina.
Ejeção do leite: promovida pela ocitocina, que atua nas células
mioepiteliais (circunda alvéolo), que se contrai e faz a excreção láctea e
na muscular lisa areolar, promovendo compressão do seio lactóforo e
ereção da papila, que favorecem o mecanismo.
 É um reflexo mais complexo que o liberador de prolactina, uma
vez que é mais suscetível a influências de fatores
psicoemocionais e ambientais  situações desconfortáveis inibem imediatamente o reflexo  reduz
quantidade de leite expelida.
 Fator inibidor da prolactina: liberação relacionada ao eixo
neuroendócrino, ou seja, está sujeita a modificações dependentes de
estímulo emocional exógeno. É inibida durante a sucção das mamas
pelo recém-nascido, o que permite a secreção de prolactina.
 Composição do leite
Colostro: é o precursor do leite materno e consiste em uma secreção
alcalina e amarelada que pode já estar presente nos últimos meses de gravidez, surgindo no máximo entre 2-
5 dias pós-parto.
 É rico em minerais, proteínas (+ que leite), vitamina A e Ig (principalmente IgA – proteção
entérica E. coli e rotavírus), com menor qtd de carbo e gordura, comparado ao leite materno
maduro.
 Outros fatores de proteção que podem ser encontrados no colostro e no leite são: complemento,
macrófagos, linfócitos, lactoferrina, lactoperoxidase e lisozimas.
Leite maduro: 87% água, 7% carbo (lactose), 3-5% gorduras, 0,9% proteínas e 0,2% de minerais. O leite
tem um teor calórico de 600-750kcal/dia, é isotônico ao plasma (lactose responsável por 50% pressão
osmótica) e não sofre muita variação entre mamas, raça, idade, dieta, restrição calórica, perda de peso e
exercícios físicos. O volume inicial aumenta progressivamente  500 mL/dia (1ª semana) p 1 a 2 L/dia
 Proteínas: alfalactoalbumina, lactoferrina, IgA, lisozima, albumina e enzimas digestivas.
 Carboidratos: A lactose é o principal  alfalactoalbumina+glicose  prolactina estimula as enzimas
catalisadoras galactosiltransferase e a lactose sintetase.
 Lipídios: maior parte no alvéolo posterior  esvaziamento completo da mama pra garantir que ta
sendo ofertado pro RN.
 Teor progressivamente maior até o terceiro mês de lactação  passagem de a. graxo do
plasma pro leite e produção na glândula.
 Vitaminas: todas menos Vit K (suplementa no nascimento). AAP recomenda repor D pq o teor é
baixo – 22UI-ml.
 Prolactina: parece ser secretada ativamente no leite materno
 Fator de crescimento epidérmico - EGF: D etectado no leite humano e, como ele não é destruído
pelas enzimas proteolíticas do estômago, pode ser absorvido para estimular a proliferação e a
maturação da mucosa intestinal do recém-nascido.
 Linfócitos: Presença de B e T  diferente do sangue, possuem antígenos específicos na membrana,
sendo uma espécie de ‘células T de memória”  efeito benéfico conferido pela experiência imune
materna.
 Capacidade de adaptação mamária
Pré-termo: 20% mais rico em proteínas, 50% mais rico em gorduras, IgA aumentada e 15% menos lactose,
padrão este mais compatível com a imaturidade do sistema digestório dessas crianças.
Múltiplos: produção de leite aumenta proporcionalmente à nova demanda estabelecida.
ALOJAMENTO CONJUNTO E CUIDADOS
(não botei todos os tópicos da febrasgo pq achei inútil)
 Importância do alojamento conjunto
Os bebês dormem melhor e choram menos; o aleitamento materno se estabelece bem e continua por mais
tempo; a perda de peso é menor e o ganho de peso é rápido pelo bebê; as mães ficam mais confiantes em
cuidar de seus bebês; promove o vínculo entre a mãe e o seu bebê
 Alimentação guiada pelo bebê
A frequência e a duração das mamadas são determinadas pelas necessidades e pelos sinais do bebê.
 Importante pois há mais colostro, a apojadura ocorre mais precocemente, ganho mais rápido de peso;
menos icterícia neonatal; menos ingurgitamento mamário; maior duração do aleitamento materno;
 Os lactentes passam a reconhecer seus sinais de fome e saciedade, o que pode estar associado a
menores taxas de obesidade em crianças amamentadas.
 Deve-se orientar mãe, pai e familiares sobre os sinais de fome que indicam que o bebê já deverá
receber o peito.
 Capacidade gástrica: Nascimento: 5-7mL; 3º dia: 22-27 mL; Primeira semana: 50-60ml; 1º mês:
100-120mL;
 Monitoramento das mamadas
Primeira mamada: Deve ser monitorada completo para prevenir intercorrências mamárias e estabelecer
uma mamada efetiva  prolongamento da amamentação.
 A leitura da interação mãe-filho, como aceitação, ansiedade, insegurança e vínculo é fundamental
para o apoio adequado ao aleitamento.
Orientações: colostro, apojadura, técnica de amamentação com pega adequada, posicionamento correto,
esvaziamento mamário quando necessário  reduz ansiedade materna, aumentam a compreensão do
processo e a autoconfiança, especialmente após a alta hospitalar, além de prevenirem o ingurgitamento
mamário e traumas mamilares.
 Cuidar com supermotivação  se a mãe não internalizou ainda pode ser prejudicial.
 Cuidados durante o AC
Dormir de barriga pra cima/supina  reduz morte súbita; Orientar sobre visitas 
receber quando disposto, orientar sobre agendar horário e respeitar o tempo; Bebe
doente  visita não fica no mesmo espaço; Não tocar bebê/tocar com mãos limpas 
evitar passar doença p bb.
Alta hospitalar: Não deve ocorrer antes que o bebê complete 48 horas de vida + sem
icterícia nas primeiras 24 horas eliminou todo o mecônio + urinando e mamando bem
 tranquilidade e segurança pros pais.
 Dificuldades na lactação
Podem começar ainda na internação  equipe precisa adequar, orientar e intervir.
Dificuldades precoces na amamentação: mesmo com inúmeras vantagens
aleitamento materno ainda tem taxas aquém do esperado  fatores que
influenciam de forma negativa o início e a manutenção dessa prática.
 Pediatra e obstetra são os profissionais que podem intervir e agir
decisivamente em favor do aleitamento materno  embasamento
teórico e prático do tema, competência clínica e habilidades de
aconselhamento  vínculo com a nutriz.
 Prática da amamentação deixou de ser instintiva e natura  virou
processo complexo  influencias socioculturais.
PRINCIPAIS DIFICULDADES  erros de técnica de amamentação.
 Desafios na amamentação
USO DE SUPLEMENTO NO ALOJAMENTO CONJUNTO: segundo a OMS, está indicado nas
seguintes situações:
 RN de muito baixo peso (< 1.500g) ou nascido antes de 32 semanas de gestação;
 RN com fator de risco para hipoglicemia (prematuridade ou baixo estoque) que requeira terapia para
hipoglicemia ou que não respondeu à administração de leite humano;
 RN que tenha experimentado significante estresse com hipóxia e isquemia intraparto; aqueles que
estão doentes e cujas mães são diabéticas e sua glicemia não melhorou com a amamentação ou com
leite materno;
 RN com erro inato do metabolismo (fenilcetonúria, galactosemia, doença do xarope de bordo na
urina);
 RN com perda aguda de água (casos de fototerapia para icterícia, quando a amamentação não
fornecer hidratação adequada);
 RN cuja mãe apresente doença grave (psicose, eclâmpsia ou choque);
 RN cuja mãe esteja em uso de drogas ou medicamentos contraindicados durante a amamentação
(citotóxicos, íons radioativos etc.).
Fatores associados: Parto cesáreo, parto gemelar, mãe adolescente, mãe primípara, mãe com intercorrência
clínica, falta de preparo materno, ausência de resultado do teste rápido anti-HIV materno, perda ponderal e
problemas mamários.
HIPOGLICEMIA NEONATAL: É um dos distúrbios mais frequentes no período neonatal  reconhecer
RNs do grupo de risco  prevenção é eficaz e seu tratamento é bastante fácil.
 Glicemia plasmática inferior a 40mg/dL nos primeiros dias de vida  risco de desenvolvimento
de lesões neurológicas, e a ausência de sintomas não exclui a possibilidade -bem comum n ter ou ter
pouco sintoma- (limite não é bem definido)  rastreio seriado RN de risco.
Sinais e sintomas: Tremores, sudorese, dificuldade de alimentação, cianose, letargia, hipotonia e convulsão.
Diagnóstico: Laboratorial.
A alimentação, sempre que possível, deve ser iniciada precocemente, durante as primeiras horas de vida e, de
preferência, com leite materno, pois a queda inicial dos níveis glicêmicos é menos intensa.
 GR: RN pré-termo, RN pequeno para a idade gestacional ou baixo peso ao nascer (< 2.500g), RN
filho de mãe diabética, RN grande para a idade gestacional ou peso ao nascer ≥ 4.000g, asfixia
perinatal, RN de mãe em uso de beta-adrenérgicos e betabloqueadores.
Prevenção:
 Contato pele a pele imediato se mãe e RN estáveis;
 Observação rigorosa nas primeiras 24-48h preferencialmente juntos;
 Encorajar AC mesmo se o RN receber fototerapia ou antibioticoterapia intravenosa;
 Início da amamentação tão logo possível, na primeira hora de vida  mãe e bb afastados: ordenha
mamária.
 Sucção inadequada: e a mãe e o RN estiverem afastados, deve-se estimular a mãe a realizar a
ordenha mamária o mais rápido possível  ofertar em copo, conta-gotas ou colher;
 Estimular a amamentação sob livre demanda.
 Acordar RN (principalmente prematuro), a cada 1-2h (RN principalmente), para mamar.
 Infusão de glicose EV se AM insuficiente, com manutenção das mamadas no seio.
PERDA PONDERAL DO RN: Frequentemente é supervalorizada  mães consideram que tem “leite
fraco” ou “pouco leite” e o filho “passar fome”.
 Produz pouco colostro pq RN tem pouco volume no estômago  suficiente para prevenir
hipoglicemia em RN saudável.
Etiologia: Perda de fluido extracelular fisiológico em torno de 10% do peso de nascumento, recuperando em
10-14 dias de vida  introdução errônea de suplementos e o desmame precoce.
 Essa perda poderá variar também com o tipo de parto.
 Sempre é aconselhável avaliar o normograma.
ABM protocol:
 Assegurar às mães conhecimento da fisiologia da
 Ficar atento a sinais e sintomas de ingestão inadequada:
 Desidratação: hipernatremia, hipertermia e/ou letargia, mesmo após o manejo do aleitamento
materno; Diminuição da diurese ou manutenção de fezes meconiais até o quinto dia de vida;
 Perda ponderal: ≥ 8% a 10% no quinto dia ou perda > percentil 75 para a idade.
Alta c 48h de vida se RN bem 8-10% perda ponderal  retorno precoce no pediatra para pesar e avaliar
mamadas.
Complementação:
 1ª escolha: leite materno ordenhado.
 Baixa produção: Casos excepcionais, utiliza-se leite humano pasteurizado ou a fórmula (proteína
hidrolisada) pelo menor espaço de tempo possível;
Orientações: evitar o uso de bicos e mamadeiras  dar complemento ao RN no copo ou por translactação
(estimula a mãe) seguro tanto no pré e qt no termo.
 Apoio as puérperas e nutrizes:
TAMANHO DAS MAMAS: Mamas gigantes podem dificultar o posicionamento do bebê.
 Além de ajudar a posicionar o bebê, podemos utilizar uma tipoia de fralda de tecido/malha
ortopédica para sustentar a mama, com a largura dependente dessa.
 As mãos da mãe ficam livres e ela terá mais facilidade em posicionar seu filho. Com o tempo e com
a prática, a tipoia é dispensada.
MAMILOS PLANOS E PSEUDOINVERTIDOS: fortalecer autoestima da mãe  bebê não retira leite
dos mamilos, sim da aréola e o mamilo pode se formar com a sucção  deixar a aréola bem macia (extrair
um pouco de leite)  estimular reflexo de ereção do mamilo antes de cada mamada  oferecer o peito
fazendo uma prega na aréola e, quando o bebê abrir a boca, introduzimos a aréola sobre a língua.
MAMILOS INVERTIDOS VERDADEIROS: Essa é uma situação muito rara. Fortalecer autoestima da
mãe  deixar aréola bem macia  introduzir o máximo possível dentro da boca da criança, sobre a língua.
 Evitar o uso de intermediário de silicone ou outros tipos de bico.
 É importante que o RN não esteja muito faminto na hora da mamada.
 O início do processo nem sempre é fácil e, se o bebê entrar em choro de desespero, deve-se
interromper e esperar que ele se acalme.
 Acertar a pega é fundamental.
MASSAGEM: devem começar pela aréola (com os dedos indicador e médio) e, assim que a aréola estiver
macia, deve ser estendida para toda a mama.
 Uma das mãos deve ficar espalmada para dar sustent ação à massagem, e a outra mão realiza
movimentos circulares ao redor de toda mama.
 ponta do dedo p aréola; palma da mão pro resto; sacudir os peitos ajuda na descida do
leite.
EXTRAÇÃO LÁCTEA: Após a massagem, inicia-se a extração láctea.
 Mais recomendada  ordenha manual, por não causar danos ao mamilo.
 A nutriz deve ser orientada a retirar adereços (anéis, pulseiras, relógio etc.); prender os cabelos e, se
possível, usar touca; lavar as mãos e o antebraço procedendo à limpeza das unhas com detergente
neutro e água corrente; secar as mãos, de preferência com toalha descartável ou de tecido limpo.
Movimento: O dedo polegar e o indicador, em forma de C, comprimem a base da aréola onde se inicia a
pele, tracionando levemente para trás para que haja sustentação para extração do leite.
 No momento da extração do leite, o corpo da mãe deve estar ligeiramente fletido para frente.
Armazenamento do leite cru: um frasco de vidro com tampa plástica rosqueável, devidamente esterilizado
e rotulado com, no mínimo, nome da mãe e data.
 Fora da geladeira: não se recomenda.
 Geladeira ou freezer (≤ -3°C): 15 dias.
 Reaquecer em banho-maria e agitá-lo suavemente para homogeneizar a gordura. • Oferecer à criança
em copinho ou em colher.
Armazenamento leite pasteurizado: O leite é submetido à fervura na temperatura de 62,5ºC por 30
minutos), podendo ser armazenado em congelador/freezer (≤ -10°C) por seis meses.
 O descongelamento deve ser feito dentro da geladeira, aquecido em banho-maria, homogeneizado e
oferecido à criança em copinho ou colher.
PEGA INCORRETA: causa mais frequente de dor  pode causar abcesso mamário. Posicionamento do
bebê no colo deve ser correto:
1. Barriga do RN voltada para a barriga da mãe;
2. Cabeça e ombros do RN alinhados; Mãe relaxada em posição
3. Caso a mãe esteja com muita dor e opte por amamentar deitada, é aconselhável que a cabeça do RN
esteja apoiada no seu braço.
Movimento da pega: a mão da mãe deve ser colocada na forma da letra C abaixo da mama 
A boca do bebê deve estar bem aberta  traz criança para mama, não o corpo da mãe que se
direciona para o bb  parte inferior da aréola está mais dentro da boca que a parte superior  A
boca deve permanecer bem aberta e os lábios devem ficar virados para fora (“boca de peixinho”)
e o queixo deve tocar a mama.
Retirada do leite da mama: exige trabalho de todo aparelho fonoarticular do bebê.
 A criança leva o mamilo para o palato mole, veda a boca com o músculo
orbicular do lábio e extrai o leite da mama por meio de ondulações da língua que
comprimem a aréola no palato.
 Esse padrão de sucção explica por que o uso de mamadeiras e chupetas confunde a pega, acaba por
causar fissuras nas mamas e baixa extração de leite.
 Com o uso de bicos artificiais o bebê não anterioriza a língua, a sucção é feita por meio de
movimentos labiais e os bicos param no palato mole.
ALEITAMENTO MATERNO
 Introdução e epidemiologia
O ato de amamentar fortalece o vínculo afetivo entre a mãe e seu bebê, com benefícios emocionais e
psicológicos para ambos, o que reduz também as taxas de negligência e abandono infantil.
 Aleitamento exclusivo  6 meses 11%; 96% inicia amamentação mas só 46% mantém até o
primeiro ano de vida.
 leite humano  ferramenta mais acessível, eficaz e econômica como medida de prevenção da
mortalidade e morbidade infantil
 não é um ato instintivo da mulher  precisa ser orientado;
 amamentação é responsável por um terço da diminuição da fertilidade observada nas últimas décadas
(zugaib).
 (zugaib)  amamentação até os 6 meses no brasil subiu de 49% p 60% desde 1980; período médio
de amamentação é até 10 meses, mas AE é de 23 dias.
 Mulheres com baixo nível educacional, mães de crianças com baixo peso ao nascer, primíparas,
tabagistas (reduz produção láctea e prevalência) e portadoras de alergias têm grande risco de
interrupção do aleitamento precocemente;
 Análise dos fatores associados ao aleitamento materno em menores de 1 ano mostrou que o trabalho
informal e o desemprego influenciam o desmame precoce, ao passo que a escolaridade e a idade
materna não são fatores significativos.
 A suplementação de cálcio está formalmente recomendada nas gestantes restritas  e 600 mg/dia de
carbonato de cálcio, a ser ingerido com as refeições. A suplementação de vitamina D deve ser
associada ( 400 UI/ dia), especialmente em lactantes que apresentam dificuldades para exposição
solar  maior demanda materna.
 Causas de desmame precoce
Retorno ao trabalho: Causa declínio acetuado nos EUA entre o segundo e o terceiro mês de vida,
necessitando de suporte ambiental e social para continuar o aleitamento.
 Controverso  alguns estudos dizem que influencia e outros “não é impeditivo se a mãe quer
realmente amamentar.
“Leite fraco”: Crença de que o aleitamento materno exclusivo não nutre suficientemente a criança além dos
4 meses de vida.
Falta de orientação: Metade das mães não recebem orientação adequada  falta de assistência adequada.
“Troca de bicos”: Facilitam o desmame porque o recém-nascido passa a posicionar erroneamente a língua
ao sugar a mama, além de favorecerem alterações ortodônticas, aumentarem incidência de candidíase oral e
servirem de veículo para enteroparasitoses.
Trauma mamilar: é importante causa de desmame e a sua prevenção é primordial, feita por meio de
orientações sobre a pega correta e os cuidados com mamilos.
Mamilos planos/invertidos: podem dificultar o começo do aleitamento, mas não necessariamente o
impedem.
Dor/desconforto: levam a lactante a reduzir a frequência e o tempo das
mamadas, gerando ingurgitamento mamário, o que piora o quadro doloroso.
Mamoplastia redutora: importante impacto negativo nas taxas de aleitamento
materno, em especial nas taxas de aleitamento exclusivo. 1º mês: 29%x77%; 3
meses: 12%x55%.
 Esse impacto não parece estar presente nas cirurgias com colocação de
prótese mamária em que não ocorre secção transversal dos ductos.
Aspectos emocionais: angústia  inibição de ocitocina  amamenta menos  ingurgitamento.
Escolaridade: maior escolaridade  maior duração do aleitamento materno.
 Mulheres mais instruídas tendem a valorizar mais o AE;
 Benefícios e contraindicações
BENEFÍCIOS: São muitas as vantagens da amamentação para a criança, a mãe, a família e a sociedade.
Mães: Demonstrando-se menor risco de câncer de mama, tanto antes quanto depois da menopausa, proteção
em relação a alguns tipos de neoplasias epiteliais de ovário.
 Rápida perda de peso materno na amamentação exclusiva  prevenção da obesidade e de
comorbidades.
 os intervalos intergestacionais são maiores, uma vez que a amenorreia lactacional funciona como
método anticoncepcional natural  menos fertilidade em país que amamenta mais.
 amamentação por dois anos cumulativos 23% menos risco de DAC.
Medcurso  Melhora remineralização óssea PP; 15% menos incidência de desenvolver diabetes tipo 2 para
cada ano de lactação (ind. Fator risco);
Filhos:
 Crianças que não são amamentadas  RR 14,2x maior de óbito por diarreia; 3,6x maior óbito de
doenças respiratórias; 2,5x outros tipos de infecção. (proteção aumenta mais se for AE)
 Proteção contra síndrome da morte súbita do lactente, diabetes mellitus tipo 1 e tipo 2, doença de
Crohn, retocolite ulcerativa, linfoma, doenças alérgicas e outras doenças crônicas do aparelho
digestório.
 Coeficientes de inteligência mais altos quando adultos, independentemente da gama de fatores que
podem confundir essas análises.
CONTRAINDICAÇÕES:
Existem poucas contraindicações à amamentação.
VÍRUS: portadoras do HIV E HTLV 1 e 2;
 Varicela zoster: infecção materna no período periparto requer isolamento de contato temporário
com o bebe  BB toma Ig e reestabelece amamentação qd a mãe não transmite mais(crostas nas
lesões e sem novas lesões em 72 horas de observação).
 CMV: recém-nascidos prematuros citomegalovirus-soronegativos não devem receber leite humano
de mães com sorologia positiva
 Herpes vírus: Não impede nem na vigência de infecção ativa, basta não ter lesão nas mamas.
 Sarampo: Isolamento materno após rash (72h).
 Hepatite A e B: Aplica Ig, vacina no RN e não contraindica amamentação.
 Hepatite C: Não se sabe o real risco de transmitir no leite materno, paciente decide o que quer fazer.
DROGAS ILÍCITAS: maioria é excretada no leite materno, mas vários fatores podem influenciar sua
excreção, como a concentração plasmática da droga, a concentração de proteínas, o pH do plasma e do leite,
o grau de ionização, a solubilidade dos lípides e o peso molecular.
FÁRMACOS: Grande parte das puérperas (de 80 a 90% delas) necessitará de algum tipo de medicação
durante a lactação, a maioria não excreta no leite, mas mesmo assim 30% opta por não
amamentar durante uso de ATB, por ex.
Avaliado pela relação Leite/Plasma  menor que 1,0: seguro  depende da
farmacocinética (passa mais se tem baixo peso molecular e alta concentração no plasma
 gradiente de concentração alto; Alta lipossolubilidade e pouca ligação com proteínas
passa mais pro leite tbm; capacidade de ionização relacionada ao pH  mais ácido
passa mais pro leite).
 Não amamenta: Agentes antineoplásicos e antimetabólicos (por exemplo,
ciclofosfamida, mercaptopurina), alguns anticonvulsivantes (por exemplo,
topiramato), alcaloides do ergot e amiodarona.
 Lítio: deve ter seus níveis monitorizados no recém-nascido, caso haja necessidade de administrá-las
à mãe
 Galactosemia: É contraindicação absoluta para amamentação. É um erro inato do metabolismo e os
RN portadores de galactosemia não são capazes de metabolizar a galactose, componente da lactose
do leite materno, levando a sérias consequências como alterações hepáticas, catarata e retardo
mental. Nos casos leves da doença, há deficiência parcial e a intolerância não é tão grave, a ponto de
ser possível receber parte de sua alimentação por meio do leite materno.
 Fenilcetonúria: Inabilidade de metabolizar tirosina em fenilalanina. Recomenda-se o aleitamento
artificial com leite sem fenilalanina, embora seja possível utilizar pequenas doses de leite humano,
pobre em fenilalanina, para garantir o aporte de imunoglobulina nas primeiras semanas de vida.
 Doenças metabólicas maternas: lactantes com doença de Wilson ( excesso de cobre) não devem
amamentar devido ao tratamento com penicilamina ( que se liga a cobre, magnésio e ferro), pois essa
substância pode chegar ao leite humano e, assim, acometer o recém-nascido.
DOENÇA DE LYME: doença for diagnosticada no pós-parto, a mãe e o recém-nascido deverão ser tratados
imediatamente, principalmente se houver sintomas como rash ou febre – após início do tratamento, a
amamentação pode ser retomada.
TUBERCULOSE: suspeita de tuberculose ativa (escarro positivo) deve ser isolada do contato respiratório
após o parto, independentemente do modo de alimentação do neonato.
EXPOSIÇÃO:
 Chumbo: metal pesado presente em tintas à base de chumbo e na poluição industrial. Passa mais
pela placenta do que pelo leite, amamentação segura se dosagem sanguínea <40mg.
 Mercúrio: ingestão de peixes e frutos do mar contaminados. Contraindicado se mãe sintomática e
com níveis mensuráveis.
 Cádmio: atravessa a placenta e o leite. A contaminação pode ocorrer por exposição industrial ou
ingestão de crustáceos contaminados.
 Pré natal
As ações nesse momento envolvem esclarecimento de dúvidas e anseios, abandono de práticas de possam
comprometer a amamentação, detecção e correção de alterações que possam comprometê-la e explicações
sobre eventuais complicações, devendo ser realizadas a cada consulta pré-natal ou por meio de reuniões,
grupos... Importante participação dos familiares!
 Obstetra sempre deve reforçar esses conceitos e orientar sobre o preparo fisiológico das mamas e as
necessidades de suporte (sutiã adequado) e sobre práticas não adequadas neste momento, como
preparo dos mamilos com substâncias hidratantes, cremes e substâncias esfoliativas, aplicação de
plantas ou fricção dos mamilos.
 Acredita-se que essas medidas são importantes, mas ainda não se sabe se são realmente efetivas e se
há necessidade de padronização.
CONSULTA COM PEDIATRA: É recomendada por volta das 32 semanas (SBP) de gestação, para que se
possa construir um vínculo com o profissional e futuramente estabelecer a amamentação.
 Parto
Neste momento, a postura da equipe e da instituição envolvidas na assistência ao parto são fundamentais
para o sucesso da amamentação. É crucial o abandono de práticas e rotinas rígidas que dificultam a
amamentação em favor de boas práticas de parto e nascimento, que incluem:
 Orientações constantes sobre o aleitamento materno;
 Dieta branda ou líquida no TP, presença de acompanhante (é lei em todo o processo de
parturição!), posicionamento confortável da parturiente, uso consciente de sedativos (gestante +
ativa).
 Contato pele a pele e visual após o nascimento, bem como o aleitamento na primeira hora de vida,
ainda na sala de parto (mesmo se cesárea)  permite colonização bacteriana do RN (colostro fica
TOP)  RN alerta na primeira hora de vida, depois fica sonolento, por isso que é importante fazer
isso.
 Alojamento conjunto, mesmo na recuperação anestésica e durante o transporte.
 Enfermarias  orientações coesas e equipe atenta a intercorrências e técnica inadequada.
 Preferência por métodos não farmacológicos, quando possível, para controle de dor, pois a sedação
(acesso + imobilização prolongada e restrita) e sonolência materna e do recém-nascido prejudicam o
aleitamento precoce;
 Banhos de imersão, deambulação e adoção de posição confortável para a parturiente tornam o TP
menos exaustivo  favorece AM na 1ª hora de vida.
 o trabalho de parto menos exaustivo e mais agradável e favorecerem o aleitamento materno na
primeira hora de vida (Mariani Neto, 2015; Giugliani, 2004;).
Cuidados iniciais com RN: aspiração de vias aéreas superiores, aquecimento, identificação, instilação de
nitrato de prata ocular (Credê), mensuração de peso e altura e o banho, impedem que o recém-nascido seja
colocado em contato logo após o nascimento com sua mãe.
 Apgar 7 ou mais 1ª min: Frequentemente não necessitam de manobras de reanimação, podendo ter
medidas feitas mais durante o contato pele a pele ou após a primeira mamada.
Temperatura: Manutenção na sala adequada para que o RN não perca calor + contato pele a pele com a mãe
com o corpinho coberto substituem o aquecimento no berço.
Identificação: pode ser feita durante o contato pele a pele, inclusive com vistas da mãe.
Risco de queda: Preocupava-se principalmente nos partos cirúrgicos, pois envolviam anestesia 
considerava impedimento para contato pele a pele e visual e amamentação precoce.
 Uso de faixas (“tops”) ou campos cirúrgicos envolvendo o corpo da mãe e do bebê reduz o risco de
quedas  mais segurança para a equipe.
Para que todas essas ações ocorram, torna-se imprescindível a mudança de postura das instituições que
prestam assistência ao parto, abandonando rotinas hospitalares rígidas, que, como já demonstrado, dificultam
o aleitamento materno, e disponibilizando estrutura física e equipe envolvida para as chamadas boas práticas
de assistência ao parto e nascimento.
 Puerpério
Alojamento conjunto  cura todos os problemas da humanidade
Orientações coesas da equipe de saúde, no que se refere ao aleitamento, como: técnica de amamentação,
regime de livre demanda, identificação e prevenção das complicações mamárias mais frequentes.
 Acompanhar primeira mamada observando a interação mãe-filho, avaliando a aceitação, ansiedade,
insegurança e vínculo, ofertando o apoio adequado para o estabelecimento e a manutenção do
aleitamento.
 Mais esclarecimentos sobre técnica, colostro e esvaziamento mamário (principal p evitar as perebas)
 reduz mais ainda as inseguranças maternas e previnem complicações mamárias mais
frequentes.
 Quem decide se quer ou não é a mãe, não forçar a situação como equipe  intervenção só se
solicitada pela mãe.
 Hipogalactia e Agalactia
HIPOGALACTIA: produção insuficiente de leite materno.
 É uma queixa comum, mas apenas 10% das lactantes apresentam o quadro verdadeiro, que se
manifesta com ganho de peso insuficiente do recém-nascido.
 Etiologia: deve-se a fatores emocionais, associados ou não a elementos anatômicos.
 TTO:
 Causas secundárias afastadas: suporte psicológico e orientação das técnicas de amamentação.
 IMPORTANTE PQ A MAIORIA SUPLEMENTA E PARA DE AMAMENTAR
 Fatores biológicos: Reforçar as técnicas de amamentação com orientações adequadas,
aumentar ingesta hídrica e corrigir distúrbios.
 Medicações para incremento: não possui evidência científica, mas pode-se utilizar
clorpromazina (50 mg, intramuscular, uma dose diária, por 3 dias), a sulpirida (100 mg/dia,
por via oral) ou a metoclopramida ( 10 mg, por via oral, duas vezes ao dia, por 1 a 2 semanas),
com riscos raros de efeitos colaterais graves.
 Por vezes, a correção da causa de hipogalactia é impossível, em especial as relacionadas a
traumas ductais extensos.
AGALACTIA: Amastia bilateral e síndrome de Sheehan configuram casos de agalactia (ou ausência de
produção láctea) que são extremamente raros (menos de 1 % das lactantes)
 Inibição da lactação
São substâncias que reduzem o volume de leite produzido por meio da ação agonista nos receptores
dopaminérgicos, o que suprime a produção de prolactina. Primária: após o parto; Secundária: após início da
lactação.
 Derivados do ergot (ergotamina, ergometrina e bromocriptina) e a cabergolina, contraindicadas a
pacientes hipertensas e cardiopatas
 Outros tipos de substâncias também têm capacidade de reduzir a galactogênese e a galactopoese,
estando entre elas o álcool, a nicotina e os diuréticos.
Pode ser feita de forma mecânica, com o enfaixamento das mamas e compressão intensa, mas sem restrição
ou incomodo respiratório, devendo-se manter por 5-10 dias (70-80% sucesso da supressão -1ª medida a ser
feita pq aumenta resposta a medicação).
COMPLICAÇÕES DA AMAMENTAÇÃO
A principal consequência dessas intercorrências na lactação é o desmame precoce. Para evitá-lo, o
profissional da saúde deverá supervisionar o aleitamento matemo de todas as puérperas, detectando e
intervindo precocemente em situações de risco.
 Ingurgitamento mamário
DEFINIÇÃO E EPIDEMIOLOGIA: É o esvaziamento incompleto da mama, causando congestão
vascular/linfática, causando obstrução e distensão das mamas, principalmente nos 3-5 dias pp. Popularmente,
é conhecido como “leite empedrado”.
 Causa mais comum de pega incorreta no período de internação.
QUADRO: Dor intensa associada ou não a febre. Ao exame físico, a mama encontra-se
aumentada de tamanho, extremamente dolorosa, com áreas difusas avermelhadas,
edemaciadas e brilhantes. Os mamilos ficam achatados, retesados, o que dificulta a pega e
a saída do leite.
ETIOLOGIA: início tardio da amamentação, mamadas infrequentes, com restrição da
duração, sucção ineficaz do recém-nascido e uso de complementos
PREVENÇÃO: Mamadas precoces, não utilizar complemento e mamadas em livre demanda.
TRATAMENTO: Deve-se manter o aleitamento exclusivo sob livre demanda, corrigir as possíveis
falhas de técnica de amamentação, iniciar a mamada pela mama sadia, reduzir os intervalos das
mamadas, massagear as mamas e ordenhá-las antes das mamadas, para permitir a pega adequada e,
ao término, para esvaziar o excesso de leite. Mamas eretas drenam melhor;
 Devem-se evitar compressas e uso de produtos tópicos que, além de não possuírem
eficiência comprovada, podem, ainda, causar lesões do tegumento.
 Nos casos de hipergalactia, estimula-se a doação do excesso de leite se a lactante preencher os
requisitos para doação.
 Casos graves: Aine, analgésicos, diuréticos tiazídicos e até inibidores da lactação em dose única
(bromocriptina 5 mg ou cabergolina 0,25 mg – descartar leite e não amamentar por 12h).
 Traumas mamilares
DEFINIÇÃO E EPIDEMIOLOGIA: principal causa de desmame precoce. Geralmente ocorrem devido
a pega, posicionamento incorreto, peito cheio, bico invertido ou pseudoinvertido, língua posteriorizada do
RN, uso incorreto de bombas, colocação do dedo indicador da mãe sobre a aréola na hora da mamada, freio
lingual curto e monilíase
QUADRO:
ETIOLOGIA: Ocorrem geralmente nos primeiros dias do aleitamento e são decorrentes de técnica incorreta
de aleitamento  má pega e a apreensão incorreta do mamilo e aréola, o que leva à erosão por fricção
continuada  inicialmente superficial (racha), depois atinge derme (fissura – extremamente doloroso).
TTO: O tratamento se baseia na correção do posicionamento do recém-nascido e pega adequada do mamilo
e aréola, além de mantê-los secos
 A extração láctea prévia à pega do recém-nascido alivia a sensação dolorosa e desencadeia o reflexo
da ejeção, evitando que a criança sugue com muita força no início.
 Se dor muito intensa  suspende mamada na mama machucada (ordenha e dá no copinho); pode
tentar usar bico de silicone nesse momento (mais risco de desmame precoce/infecção).
 O leite materno é um excelente cicatrizante, mas também pode-se utilizar pomadas à base de
lanolina.
 Laser é top, mas precisa de mais estudos p indicar oficialmente (febrasgo).
 Outras medidas, como aplicação local de compressas aquecidas ou frias, uso de algumas plantas,
complexos enzimáticos, acupuntura, entre outras, não são recomendadas, por não demonstrarem
eficácia no tratamento dos traumas mamilares.
 Mastite puerperal aguda
CONCEITO E EPIDEMIOLOGIA: É o processo inflamatório de um ou mais segmentos da mama (QSE +
comum), que pode ou não progredir para infecção bacteriana.
 Geralmente quando infeccionam (2ª-3ª semana pós parto – raro após 12ª semana) a
porta de entrada são fissuras;
 Acomete em torno de 2-6% gestantes;
 Cerca de 74 a 95% nos 3 meses iniciais da amamentação;
 Recorrência 4-8,5 em todas as lactantes e 14,4-36,1 em pacientes que já tiveram em
gestação prévia.
 Os abscessos mamários ocorrem em 5 a 11% dos casos de mastite, o que
corresponde a uma incidência de 0,4 a 0,5% de todas as lactantes.
ETIOLOGIA: Staphylococcus aureus (95%), S. epidermidis e S. albus; e em menor escala, estreptococo do
Grupo A ou B, Escherichia coli e Bacteroides sp. (flora nasal e cutânea materna/flora oral lactente)
FISIOPATOLOGIA: ingurgitamento mamário  proliferação bacteriana  trauma mamilar transforma o
quadro em infeccioso  sepse e abcesso em casos graves.
QUADRO: Dor mamária localizada, na maioria das vezes unilateral, acompanhada de
hiperemia e hipertermia. No exame físico geral, pode haver febre, mialgia, anorexia,
taquicardia e sinais de bacteriemia ou sepse nos quadros de maior gravidade.
 Ao exame das mamas, observam- -se edema, infiltração e eritema localizados e
mal delimitados.
 A presença de massa endurecida com ponto de flutuação sugere a presença de
abscesso;
DIAGNÓSTICO: Clínico, podendo ser complementado com usg e bacterioscopia 
refratário.
 USG: contribui para o diagnóstico e tratamento definitivos, identificando edema no subcutâneo,
septos ou múltiplas lojas, ectasia ductal, abscessos intra ( na espessura da glândula) ou retro
mamários ( entre a mama e os músculos), principalmente em mamas volumosas, ingurgitadas ou
usuárias de prótese.
 MAMOGRAFIA: Não é recomendada na fase aguda, acentua a dor e não contribui para o diag. Ou
tto, que é específico e urgente.
DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL: Ingurgitamento mamário  ocorre nos primeiros 3-5 dias, ambas
mamas, edema e eritema generalizado, febre <39º e primeiras 24h pp na axila geralmente (não pega na T.
oral); Carcinoma mamário localmente avançado  Além de não apresentar resposta à antibioticoterapia,
febre e leucocitose são pouco comuns. A punção aspirativa mostra hemorragia e a biópsia está indicada; ,
fibrose em pacientes diabéticas; doença de Paget (aumento da remodelação óssea).
TRATAMENTO:
 Formas iniciais: Hidratação oral, esvaziamento da mama afetada por meio de ordenha manual,
posicionamento correto das mamas e administração de analgésicos e anti-inflamatórios (ibuprofeno,
paracetamol, piroxicam). Nesses casos, não existe indicação de suspensão da amamentação.
 Casos infecciosos: O uso de antibióticos de amplo espectro (cefalexina, clindamicina, metronidazol,
levofloxacino), na dependência da gravidade do quadro, está indicado. O aleitamento materno não
está contraindicado também, exceto nos casos de saída de pus diretamente pelo mamilo Mesmo
nestes casos, não se deve bloquear a lactação, pois o fluxo constante de leite faz parte do tratamento.
 Mastite por S. Aureus produtor de penicilinase: aparecimento
precoce, por volta do quarto dia pós-parto, associada a piodermite do
recém-nascido, quadro menos frequente, porém de maior gravidade,
cujo tratamento requer antibioticoterapia intravenosa.
 Mastite endêmica: quadros mais tardios, que ocorrem geralmente a
partir da segunda semana pós-parto, ou por ocasião de desmame
(mastite endêmica), geralmente menos graves, e que podem ser tratados com antibióticos por via
oral. (60% S. aureus, Staphylococcus epidermidis,
Streptococcus, E. coli).
 Abcesso mamário: 10% dos quadros evoluem
formação de “lojas” (única ou múltiplas) que podem
evoluir para necrose do tecido mamário  dor intensa +
prostração + queda importante do estado geral  tto igual mastite, mas faz cultura e antibiograma e
drena <5cm; cirurgia  >5cm, necrose, aí coloca dreno por 24h, para amamentação nessa mama, só
ordenha.  pode fazer fistula e mastite crônica (opera p tirar todos os ductos).
 Galactocele
Obstrução do ducto lactífero em consequência de secreções espessadas. Geralmente volume pequeno, mas se
excessivo  galactocele  sintomas compressivos e aspecto de abscesso  usg confirma diag pode
regredir espontaneamente ou requerer aspiração.
 Alta hospitalar
Orientações quanto ao aleitamento materno e a segurança quanto ao retorno ou contato para esclarecimento
de dúvidas e dificuldades que frequentemente surgem (disponibilidade)  mãe precisa sair bem preparada e
reconhecendo tudo.
 As primeiras duas semanas em casa são fundamentais para a efetivação e a continuidade do
aleitamento materno iniciado na maternidade  retorno pediatra 7-10 dias pós alta.
LEGISLAÇÃO E INICIATIVAS
 Hospital Amigo da Criança
HOSPITAL AMIGO DA CRIANÇA (IHAC): Estratégia mundial (OMS e UNICEF)  promover,
proteger e apoiar a amamentação, mediante o cumprimento, pelos hospitais, dos “Dez
passos para o sucesso do aleitamento materno”, ou seja, boas práticas que visam ao
incentivo ao aleitamento materno.
 Contato pele a pele após o parto, pelo menos por 1 hora  reflexos de
busca e de sucção do RN são particularmente vigorosos e a mãe geralmente
está ansiosa por ver e tocar o seu filho.
 É recomendável que o bebê seja colocado o mais precocemente possível junto à sua mãe,
ainda na sala de parto, mesmo que não haja a sucção nutritiva.
 Mãe-Canguru
É a Norma de Atenção Humanizada ao Recém-Nascido de Baixo Peso, possuindo objeto de efetivar a alta
hospitalar precoce desses. (AMOR, o CALOR e o ALEITAMENTO MATERNO)
 É utilizado por vários países em todo o mundo, com a finalidade de aumentar os vínculos afetivos
entre mãe e filho e promover o desenvolvimento neuropsicomotor do neonato.
 Os cuidados com o recém-nascido consistem em colocá-lo em posição vertical sobre o corpo da mãe
ou de outro familiar, mantendo o contato pele a pele, como a posição dos marsupiais.
 Fazer translactação assim que possível (sucção)
O método mãe-canguru pressupõe três etapas:
 UTI: recém-nascido permanece em unidade de cuidados intensivos com treinamento dos pais e
familiares para a assistência ao neonato com baixo peso e se faz o contato pele a pele assim que
possível.
 Unidade intermediária: Inicia com condições favoráveis e RN>1.250g com ganho ponderal de
15g/dia. Translactação é introduzida até que o RN consiga fazer AE.
 alta hospitalar, peso>1500g e ganho de peso adequado 72h antes, com retornos frequentes até
que o RN atinja 2500g.
 Ambulatorial: acompanhamento em unidade ambulatorial pediátrica de alto risco.
No Brasil, a implantação do método mãe-canguru objetiva a humanização da assistência ao recém-nascido
com baixo peso, e não a substituição da tecnologia das UTI neonatais, aumentando a adesão ao programa e
reduzindo as taxas de complicações e de abandono.
 Legislação trabalhista
LICENÇAS: A licença à gestante está garantida no art. 7°, XVIII, da Constituição Federal, sem prejuízo do
emprego e do salário, com duração de 120 dias, podendo se iniciar 28 dias antes do parto com a apresentação
do atestado médico.
 A licença-maternidade pode ser ampliada por 60 dias, desde que a empresa na qual a gestante
trabalha faça parte do programa Empresa Cidadã.
 Crianças adotadas: Até 1 ano: 120 dias; 1-4 anos: 60 dias; 4-8 anos: 30 dias.
 Amamentação: Até que o filho complete 6 meses, há o direito a dois descansos especiais
remunerados por dia, de 30 minutos cada um, durante a jornada de trabalho, podendo até ser
prorrogado esse período em razão da necessidade e da saúde da criança.
Já a licença-paternidade confere ao empregado o direito de ausentar-se do serviço por 5 dias, por ocasião do
nascimento do filho, mediante a apresentação da certidão de registro de nascimento.
ESTABILIDADE: É vedada a dispensa arbitrária ou sem justa causa da mulher trabalhadora durante o
período da gestação e lactação, desde a confirmação da gravidez até cinco meses após o parto.
 É proibida a criação de contratos com restrições ao direito de emprego por motivo de casamento ou
maternidade.
CRECHE: Todo o estabelecimento que empregue mais de 30 mulheres com mais de 16 anos de idade
deverá ter local apropriado para guardar sob vigilância e assistência seus filhos no período da amamentação.
LEI FEDERAL N. 6.202/ 1975: dá direto à gestante estudante de manter o aprendizado com exercícios
domiciliares.

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