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- APG Glandulas Mamárias:

- Anatomia:
A glândula mamária é um órgão par, que se situa na parede anterior e superior do tórax e
está apoiada sobre o músculo peitoral maior; se estende da segunda à sexta costela no
plano vertical e do esterno à linha axilar anterior no plano horizontal.

A mama feminina é composta por lobos (glândulas produtoras de leite), por ductos
(pequenos tubos que transportam o leite dos lobos ao mamilo) e por estroma (tecido
adiposo e tecido conjuntivo que envolve os ductos e lobos além de vasos sanguíneos e
vasos linfáticos).

As mamas são revestidas pela pele, na qual está o tecido adiposo subcutâneo, que se
estende em volta de toda a região glandular e seus ductos. Na região central está presente
a aréola e a papila ou mamilo. Eles possuem coloração rosada a castanho, que varia na
população e durante as fases de desenvolvimento, de maneira que é mais clara em
mulheres jovens e nuliparas e tornam-se mais escurecidas durante a gestação.

A papila também varia de formato, assim são classificadas em protrusa, quando formam
protuberância; em semi protrusa, quando não são proeminentes; e invertida, quando
projetam-se levemente para dentro das mamas. A projeção é importante para facilitar a
sucção do leite pelo lactente.

- Fisiologia:

A lactação é um processo complexo que envolve várias fases e hormônios. De


acordo com a Sanar Medicina, a lactação apresenta três fases: Mamogênese,
Lactogênese e Lactopoese, e Ejeção de leite.
-Mamogênese:

Ocorre durante todo o período gestacional e se refere ao crescimento e


desenvolvimento da glândula mamária, que torna a mulher capaz de produzir leite.
É importante ressaltar que o crescimento das glândulas mamárias também
acontecem durante a puberdade pela ação de diversos hormônios, como o
estrogênio, progesterona, GH e insulina, deixando de ser uma mama imatura para
se tornar uma mama adulta não gestante.

Durante a gestação, há o aumento do tecido adiposo, da vascularização das


mamas, da rede de células mioepiteliais que envolvem os alvéolos e também dos
lóbulos (formado pelo aumento da rede de ductos e alvéolos). Além da atuação do
estrogênio e progesterona, a prolactina também entra em ação, sendo ela a
responsável pela produção do leite nas células alveolares. É importante saber a
principal atuação de cada hormônio nesse momento:

● Estrogênio: desenvolvimento dos ductos galactóforos.


● Progesterona: desenvolvimento dos alvéolos.
● Prolactina: produção de leite (síntese e secreção).
● Ocitocina: ejeção de leite.

- Lactogênese e lactopoese:
Primeiro ocorre a lactogênese (síntese) e depois a lactopoese (manutenção da
produção).

Lactogênese:
Se refere à síntese de leite pelas células alveolares e sua secreção no lúmen do
alvéolo. Sabe-se que a mama lactante é constituída por uma camada única de
células cuboidais alveolares produtoras de leite, formando o alvéolo.

Esse alvéolo é envolto por células mioepiteliais (músculo liso) com função contrátil.
Um alvéolo está dentro de um lóbulo, com outros alvéolos, e esses lóbulos estão
conectados por ductos lactíferos. Os ductos se iniciam nos lóbulos com um calibre
mais fino e vão aumentando, formando ampolas – locais onde o leite fica
armazenado.

Como já visto anteriormente, com a queda abrupta de estrogênio e progesterona, a


ação da prolactina permite o início da produção de leite nas próximas 48 horas
pós-parto. Inicialmente, nos primeiros dias, trata-se do colostro, uma secreção
amarelada e mais espessa, rica em proteínas, vitaminas lipossolúveis e
imunoglobulinas (IgG, considerada como a primeira vacina devido à alta carga dos
fatores de defesa.

À medida que os dias vão passando, o leite vai se tornando mais gorduroso, com
uma alta quantidade de lactose, tornando-o mais calórico e com menor valor
imunológico do que o colostro.

Após essa transição, finalmente o leite se torna uma solução aquosa que contém
água, lactose, gordura (como principal fonte energética), aminoácidos, proteínas,
vitaminas e minerais, essenciais para o pleno desenvolvimento do bebê. Dado que
esses componentes do leite vêm do sangue materno, existem vias para sua
secreção.

Via da exocitose/secretória: proteínas, açúcares e imunoglobulinas. As proteínas


do leite são sintetizadas no retículo endoplasmático rugoso e empacotadas pelo
complexo de Golgi, para, então, serem exocitadas, bem como a lactase, induzida
pela lactase sintetase no complexo de Golgi. Já as imunoglobulinas são captadas
pela membrana basal das células alveolares por endocitose para, então, o complexo
de IgA-receptor se internalizar em vesículas e ser transportado até a membrana
apical para ser exocitado.

Transporte transcelular de água e sais: a água se move através das células por
gradiente osmótico gerado pela concentração de lactose.
Via dos lipídeos: os ácidos graxos formam gotículas que vão aumentando de
tamanho à medida que são “empurrados” para a membrana apical. A gotícula de
gordura formada é envolvida por essa membrana, sendo eliminada para o lúmen do
alvéolo.

Via paracelular: água, sais, leucócitos e imunoblastos por gap junctions. Devido às
tight junctions, as substâncias que normalmente não passariam entre as células
alveolares passam por causa da sucção, que faz com que as células fiquem mais
frouxas e permitam a passagem desses componentes.

-Lactopoese:
Diz respeito à manutenção da lactação já estabelecida e depende da duração e
frequência da amamentação. Nessa fase, a sucção e a pega adequada são
essenciais, tendo em vista que, com o aleitamento, as concentrações de prolactina
se manterão elevadas durante as primeiras 8 a 12 semanas.
Com o passar do tempo, a concentração da prolactina já não se mantém mais tão
elevada, no entanto, ainda continua sendo essencial para a manutenção da síntese
de leite.

-Ejeção do leite:
Passagem do leite do lúmen alveolar para o sistema de ductos, até ductos maiores e
ampolas, culminando na liberação do leite pelos mamilos. Nesse momento, além da sucção
induzir a produção de prolactina, ela também induz a ocitocina para a ejeção do leite.

A ocitocina será produzida nos neurônios magnocelulares do núcleo paraventricular (PNV) e


supraóptico (SON) do hipotálamo. São secretados em vesículas, descendo por meio do
axônio até serem armazenados na neuro-hipófise, para depois serem liberados na corrente
sanguínea, processo desencadeado principalmente pelo estímulo da sucção.

A ocitocina também pode ser liberada mediante a estímulos condicionados, tais como a
visão, olfato e escutar o choro de uma criança; além disso, fatores de ordem emocional
podem ser fatores que estimulam (motivação, autoconfiança e tranquilidade) ou
desestimulam (estresse físico e psicológico, ansiedade, medo, insegurança) a liberação de
ocitocina – nesses casos, acontece a produção de prolactina, portanto há a produção do
leite, no entanto ele não consegue ser ejetado devido à inibição do hormônio responsável
por esse processo.

Histologia da Glândula Mamária


A glândula mamária é uma glândula exócrina túbulo-alveolar, do tipo apócrina, ou seja, junto
a secreção produzida nas células epiteliais glandulares, uma parte do citoplasma é liberada
também. Ela é formada pelo parênquima, a parte secretora, e pelo estroma, constituído de
tecido conjuntivo e tecido adiposo, responsável por sua sustentação.

Uma glândula mamária em lactação é composta por 15 a 20 lobos separados por septos de
tecido conjuntivo com células adiposas. Cada lobo é drenado por um único ducto lactífero
que conflui para o mamilo, revestido por dupla camada de células cúbicas ou colunares e
por uma bainha de tecido conjuntivo com células mióides.

Microscopicamente os lobos são constituídos por 20 a 40 lóbulos com seus ductos


intralobulares. Por sua vez, os lóbulos contém 10 a 100 ácinos caracterizados como epitélio
secretor simples cúbico ou colunar. Durante a gravidez e lactação, diferenciam-se em
alvéolos secretores produtores de leite, crescem e se expandem.

Envolvendo os alvéolos, estão as células mioepiteliais, constituídas de proteínas contráteis


responsáveis pela contração durante a ejeção do leite, sob efeito da ocitocina.
Desenvolvimento da Glândula Mamária
Ao longo das fases reprodutivas da mulher, a glândula mamária passa por
diferentes etapas de desenvolvimento. São elas:

● Embriogênese: Durante a 18a ou 19a semana de gestação o tecido


epitelial de revestimento prolifera-se dando origem ao epitélio
glandular e aos ductos principais.

● Mamogênese: Ocorre durante a puberdade, sob efeito do


estrógeno e da progesterona, e a gestação pela proliferação do
parênquima e amadurecimento da glândula, sob efeito dos
hormônios estrógeno, progesterona, lactogênio placentário,
prolactina e gonadotrofina coriônica.

● Lactogênese: É caracterizada pelo início da produção de leite,


horas após o parto, pelo efeito da baixa dos níveis de progesterona
vinda da placenta.

● Lactação: Continuidade da produção de leite devido ao estímulo


das mamadas.

● Involução: Perda da capacidade de produzir leite pela cessar dos


estímulos de mamada ou hormonal.
A importância do lactente na produção de leite materno está relacionada com a
sucção do bebê no mamilo. A sucção do bebê no mamilo estimula a liberação de
ocitocina e prolactina, que ajudam na produção e liberação do leite

A importância do lactente na produção de leite materno está relacionada com


a sucção do bebê no mamilo. A sucção do bebê no mamilo estimula a liberação de
ocitocina e prolactina, que ajudam na produção e liberação do leite . Espero que
essas informações sejam úteis para um estudante de medicina interessado em
aprender mais sobre a fisiologia da lactação.

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