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Sistema reprodutor feminino

Tópicos fundamentais:
➢ Legenda
➢ Funções
➢ Oogênese
➢ Hormonas e funções

Funções básicas:
➢ gênese de gâmetas
➢ transporte dos gâmetas e local de fecundação
➢ Recepção do esperma
➢ Desenvolvimento de novos seres

Legenda:
Funções:

Gônadas ou glândulas sexuais:


➢ Ovários: produção de oócitos e de hormonas
Vias genitais:
➢ Trompas de falópio: condução dos óvulos ao útero; local da fecundação
➢ Útero: alojamento e desenvolvimento do novo ser até ao seu nascimento
➢ Vagina: receção dos espermatozóides durante a cópula
Órgãos genitais externos:
➢ Vulva:
○ Orifício genital: saída do fluxo menstrual e da criança, aquando do parto
○ Orifício urinário: expulsão de urina
○ Clitóris: sensibilidade sexual
○ Lábios: proteção do conjunto
Temos também:
➢ Cérvix: porção inferior e estreita do útero, onde ele se une com a porção final
superior da vagina

Estrutura dos ovários:

Zona medular: interna, apresenta elevada vascularização


Zona cortical: periférica, com numerosos folículos ováricos em diferentes estados de
desenvolvimento

Oogénese:
A oogénese (ou ovogênese) é o processo de formação
de gâmetas femininos e ocorre nos ovários.

Tem início no embrião, com formação de todas as


oogónias, com meiose suspensa em profase I até à
puberdade.

A partir da puberdade (até à menopausa) ocorre, em


cada ciclo ovárico, a maturação, em regra, de um
oócito I e a degenerescência de outros.

Fases da oogénese:
➢ Multiplicação: formação de novas oogónias (ou ovogônias) (2n=46,XX) por mitoses
sucessivas
➢ Crescimento: formação de oócitos I (2n=46,XX) pela síntese e acumulação de
reservas nutritivas e replicação do DNA
➢ Maturação: formação de oócitos II (n=23,X) e primeiros glóbulos polares (n=23,X)
pela divisão I da meiose; início e bloqueio da divisão II da meiose em metáfase II;
formação de óvulos e segundos glóbulos polares, pela conclusão da meiose, em
caso de fecundação.

A fase da multiplicação, crescimento e mesmo o início da maturação ocorre no ovário do


embrião
Ainda durante a vida fetal deixa de ocorrer a fase de multiplicação e inicia-se a
degenerescência de oócitos I

Morfologia do óvulo:
O óvulo é um célula esférica, sem meios de locomoção, com citoplasma rico em reservas
nutritivas para alimentação do embrião nos primeiros dias.
Desenvolvimento folicular:

Nos ovários cada oócito encontra-se rodeado por um invólucro de células somáticas mais
ou menos desenvolvidos, formando em conjunto uma unidade funcional, o folículo ovárico.

A evolução dos folículos ováricos e a ovogênese são fenómenos que ocorrem


simultaneamente e têm início durante o desenvolvimento embrionário da mulher.

No córtex ovárico diferenciam-se os folículos, resultantes da multiplicação das oogónias.

Os folículos podem ser classificados de acordo com o seu grau de desenvolvimento.


1. Folículos primordiais: constituído por uma célula germinativa (oócito I) rodeada por
células foliculares achatadas; aquando do nascimento os ovários possuem cerca de
dois milhões de folículos primordiais
2. Folículos primários: a partir da puberdade e, aproximadamente, uma vez por mês,
um folículo primordial começa a crescer dentro de um dos ovários; o oócito I
aumenta de volume e verifica-se uma proliferação de células foliculares, até
formarem uma camada contínua de células
3. Folículos secundários: o folículo primário continua a crescer; a camada de células
foliculares fica mais espessa e granulosa; entre o oócito I e a zona granulosa,
forma-se uma zona acelular, a zona pelúcida; surge ainda outra camada de células a
rodear o folículo, a teca.
4. Folículos terciários: o oócito continua a aumentar de tamanho e as células da
camada granulosa continuam a proliferar; esta camada começa a apresentar várias
cavidades preenchidas de líquido; a teca diferencia-se em teca externa e teca
interna.
5. Folículo maduro ou de Graaf: as cavidades existentes na camada granulosa
continuam a aumentar de tamanho até originar uma só cavidade cheia de líquido, a
cavidade folicular; a zona granulosa é reduzida a uma fina camada que rodeiam a
cavidade folicular e o oócito. Conclui-se a divisão I da meiose, com formação do
oócito II (em metáfase II) e do 1º glóbulo polar. Na fase final do processo o folículo
maduro provoca uma saliência na superfície do ovário

Ovulação:

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Rompimento do folículo maduro e expulsão do oócito II para a trompa de falópio.
Se não ocorrer fecundação, o oócito II é eliminado

Ciclo ovárico:

Tem um duração média de 28 dias: fase folicular (14 dias), ovulação e fase luteínica (14
dias)
1. Fase folicular: desenvolvimento de folículos ováricos que iniciam, mensalmente, o
processo de maturação; apenas um dos folículos conclui a maturação, degenerando
os restantes; termina com a ovulação; as células foliculares e a teca interna
produzem estrogénios.
2. Fase luteínica: formação, evolução e regressão do corpo amarelo; estre produz
progesterona (e alguns estrogénios, mas na aula foi apenas falado que o corpo
amarelo produz progesterona)
Corpo amarelo ou lúteo:
Após a ovulação, as células foliculares (do folículo de Graaf) carregam-se de um pigmento

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amarelo intenso, com função hormonal.
Se não ocorrer fecundação o corpo amarelo degenera

Ciclo uterino:
Paralelamente ao ciclo ovárico, decorre o ciclo uterino ou menstrual, com alterações do
endométrio (revestimento uterino- revestimento interno do útero).
Estas alterações são induzidas por hormonas ováricas e ocorrem em ciclos de 28 dias,
dividindo-se em fase menstrual, fase proliferativa e fase secretora

1. Fase menstrual: degradação parcial do endométrio, por contração e rompimento dos


vasos sanguíneos; as hemorragias, juntamente com os restos de mucosa
constituem um fluxo que demora cerca de 5 dias (menstruação); ocorre, se não
houver fecundação, no ciclo anterior, pela degeneração do corpo amarelo, que deixa
de produzir progesterona e estrogénios
2. Fase proliferativa:proliferação de células do endométrio, que se regenera e
vasculariza, desenvolvendo-se glândulas; ocorre entre o 5º e o 14º dia do ciclo;
coincide com a fase folicular do ovário; no final desta fase ocorre a ovulação; o
crescimento do endométrio é estimulado pelo estrogénio
3. Fase secretora: o endométrio atinge a máxima espessura e vascularização; as
glândulas apresentam atividade secretora produzindo um, muco rico em glicogênio;
coincide com a fase luteínica do ovário e é estimulada pela ação conjunta do
estrogénio e da progesterona aí produzidos

Regulação hormonal na mulher:


Hormonas ováricas:
Estrogénios
➢ produzidas na granulosa e teca interna
➢ máxima concentração antes da ovulação
➢ induz a proliferação do endométrio
Progesterona
➢ produzida pelo corpo amarelo
➢ máxima concentração na fase luteínica
➢ induz a complexificação das glândulas uterinas e sua secreção

A descida simultânea da concentração das duas hormonas provoca a desagregação do


endométrio (fase menstrual).

Ovulação e parto: mecanismo de


retroação positivo
Restante ciclo: mecanismo de
retroação negativo

Regulação do funcionamento do ovário:


O complexo hipotálamo-hipófise produz gonadoestimulinas (FSH e LH)
A FSH estimula o desenvolvimento dos folículos ováricos que vão produzindo estrogénios
Uma concentração moderada de estrogénios faz baixar o FSH (mecanismo de retroação
negativa)
Uma concentração elevada de estrogénios a FSH e, sobretudo, o LH por retroação positiva
Esta descarga hormonal provoca a ovulação
sistema de retroação negativo:

teor relativamente elevado de estrogénios –inibe→ complexo hipotálamo-hipófise


–diminui→ produção de FSH –diminui→ desenvolvimento folicular –diminui→ produção de
estrogénios →valor do teor de estrogénios estabelecido

teor relativamente baixo de estrogénios –estimula→ complexo hipotálamo-hipófise


–aumenta→ produção de FSH –aumenta→ desenvolvimento folicular –aumenta→ produção
de estrogénios →valor do teor de estrogénios estabelecido

sistema de retroação positivo:


teor relativamente elevado de estrogénios (ultrapassa o valor limite) –estimula→ complexo
hipotálamo-hipófise –aumenta→ produção de gonadoestimulinas

Conclusões retiradas dos exercícios feitos em sala de aula:


➢ Diferenças que ocorrem relativamente à ovogênese e à espermatogénese - Para
além do facto de, ao contrário da ovogênese, a espermatogénese possuir uma
quarta etapa denominada de diferenciação, pode-se ainda afirmar que o número de
gâmetas formado em cada um dos fenómenos é diferente, sendo formados mais na
espermatogénese (mais espermatozóides que oócitos II).
➢ O encontro dos gâmetas realiza-se no terço superior das trompas de falópio
➢ O oócito II é ativado pelo espermatozóide e completa a 2ª divisão da meiose
➢ As células foliculares que envolvem o oócito II NÃO repelem todos os
espermatozóides menos um, na verdade, depois do primeiro espermatozóide entrar
é criada uma barreira de proteção que impede os restantes espermatozóides de
entrarem, porém não os repele.
➢ A produção de gonadoestimulinas ocorre na hipófise anterior, sob a indução de
GnRH, produzida pelo hipotálamo
➢ A maturação dos folículos ováricos é induzida pela gonadoestimulina FSH, sendo
desencadeada a secreção de estrogénios
➢ A ovulação corresponde à rotura do folículo maduro e à expulsão do oócito II
causada pelo pico da taxa sanguínea de LH (e FSH, porém com um pico menor,
como é possível analisar nos gráficos anteriormente apresentados), desencadeada
por mecanismo de retroação POSITIVA
➢ No final do ciclo sexual, o corpo amarelo degenera, provocando diminuição das
concentrações de hormonas ováricas, o que desencadeia a menstruação, isto tudo
se não ocorrer fecundação
➢ Relativamente à menopausa: As hormonas ováricas apresentam uma fraca
concentração ao longo do tempo; durante a menopausa não ocorre a maturação de
qualquer folículo; a elevada taxa sanguínea de LH é consequência da quase
paragem da atividade endócrina nos ovários; a dosagem das hormonas ováricas não
exerce mais retroação negativa sobre o complexo hipotálamo-hipófise

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