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O ovário possui duas zonas. A parte interna, zona medular, constituída por vasos sanguíneos e nervos. E a
zona cortical, mais externa, que contém presente folículos ováricos.
Gametogénese feminina
Inicia-se antes do nascimento retomando na puberdade até à menopausa.
o Fase de multiplicação:
Durante o desenvolvimento embrionário as células germinativas primordiais iniciam
uma fase de rápida proliferação mitótica, o que aumenta o número de oogónias.
Contudo, a maioria sofre atresia, apenas algumas completarão a sua evolução até à
ovulação.
o Fase de crescimento:
Ainda durante o desenvolvimento embrionário, as oogónias aumentam o seu
volume originado oócitos I. A acumulação de materiais nutritivos nestas células
garantirá o crescimento do embrião, devido às primeiras divisões celulares que
ocorrem após a fecundação.
o Fase de maturação:
Inicia-se antes do nascimento e permanece em repouso até à puberdade, onde é
retomada.
Ainda no desenvolvimento fetal, os oócitos iniciam a meiose. Durante a profase I, a meiose é bloqueada,
ficando o ovário num período de repouso até à puberdade. Aí dá-se início aos ciclos ováricos. Apesar de a
meiose ser reiniciada em vários folículos, geralmente, apenas um deles, o oócito I, completa a primeira
divisão da meiose, formando duas células haploides de
dimensões diferentes, devido a uma citocinese
assimétrica. A maior, o oócito II herda a maior parte do
citoplasma, e a outra constitui o primeiro glóbulo
polar. Inicia-se então a segunda divisão da meiose que
fica suspensa em metafase II. Aqui ocorre a libertação
do oócito II para a trompa. Caso ocorra a fecundação,
a maturação é retomada e avança até ao final da
meiose II com citocinese assimétrica. Forma-se uma
célula com a mesma dimensão que o oócito II, o óvulo,
e outra muito reduzida, o segundo glóbulo polar.
Regulação hormonal da reprodução
As hormonas são compostos químicos que circulam no sangue até às células-alvo presentes em tecidos e
órgãos e sobre as quais atuam, regulando o seu funcionamento. O controlo da produção/libertação de
hormonas ocorre, normalmente, por retroação negativa. Assim, um estímulo causa a libertação de uma
hormona cujos efeitos inibem a produção adicional dessa hormona. Assim, a redução da hormona induz
o aumento da sua produção. A retroação positiva ocorre sempre que o aumento de concentração de
determinada hormona estimula ainda mais a sua produção.
A regulação hormonal do funcionamento dos sistemas reprodutores resulta da ação eixo hipotálamo-
hipófise. O hipotálamo é uma região do cérebro que se encontra ligada à hipófise, uma glândula endócrina
que controla a atividade metabólica de outras glândulas.
A GnRH estimula o lobo anterior da hipófise a produzir LH e FSH. A LH estimulará as células de Leydig, a
produzir testosterona. Entretanto, a FSH estimula as células de Sertoli, aumentando a espermatogénese.
O aumento de testosterona no sangue provoca a redução da estimulação do hipotálamo e a redução da
estimulação da hipófise, diminuindo a produção de FSH e LH. Assim, ocorre a diminuição da estimulação
testicular e a diminuição dos teores de testosterona no sangue. Assim garante-se os níveis de testosterona
dentro dos valores normais. Neste mecanismo, o estímulo (aumento da concentração de testosterona),
leva a uma resposta que consiste na diminuição da sua produção devido à redução da produção de FSH e
LH.
Funções do estrogénio:
- faz com que as células do corpo proliferem
- é o responsável pelo aparecimento dos caracteres sexuais secundários da mulher:
Funções da progesterona:
Está pouco relacionada com o desenvolvimento dos caracteres sexuais femininos. Está relacionada com:
- preparação do útero para receber o embrião – fase secretora
- promove o desenvolvimento das células glandulares das mamas e aumenta as suas secreções
- inibe as contrações uterinas durante a nidação e o desenvolvimento embrionário.
Ciclo ovárico:
Fase folicular- desde o primeiro dia do ciclo até à ovulação. Desenvolvimento de vários folículos,
dos quais apenas um atinge a maturação.
Fase ovulatória- dura de 1 a 3 dias e culmina por volta do 14ºdia do ciclo, com a ovulação.
Fase luteínica- desde a ovulação até ao final do ciclo
Ciclo uterino:
Fase menstrual- diminuição de estrogénios e progesterona,
devido à atrofia do corpo amarelo, reduz a estimulação do
endométrio, provocando a desagregação deste tecido e dos seus
capilares sanguíneos. Origina-se a menstruação.
Fase proliferativa- ocorre a proliferação do endométrio, com
crescimento rápido das suas camadas celulares e vasos
sanguíneos. Este crescimento é devido à ação estimulante dos
estrogénios resultantes do desenvolvimento de novos folículos
ováricos.
Fase secretora- Após a ovulação, o corpo lúteo produz estrogénio
e progesterona em grandes quantidades. Enquanto os
estrogénios favorecem o crescimento adicional do endométrio, a
progesterona promove o desenvolvimento das glândulas
secretoras, tornando o endométrio num órgão capaz de nutrir o
embrião.
Fecundação:
Durante a relação sexual, a ejaculação masculina liberta na vagina esperma. Grande parte destas células
ficam em contacto com o muco cervical produzido pelas glândulas presentes no colo do útero. Apenas uma
pequena parte dos espermatozoides chega ao útero, onde o muco que recobre o endométrio lhes
proporciona uma maior mobilidade em direção às trompas de Falópio.
Se ocorreu ovulação, o oócito II encontra-se nas trompas, envolvido por glicoproteínas.
Ao atingir a zona pelúcida, os recetores membranares dos espermatozoides ligam-se a proteínas existentes
nessa zona, desencadeando a reação acrossómica. Esta consiste na exocitose de enzimas hidrolíticas,
presentes no acrossoma do espermatozoide. Essas enzimas degradam as glicoproteínas da zona pelúcida
do oócito II, tornando possível a progressão do espermatozoide e a fusão da sua membrana com a do
oócito. Assim, fundem-se os dois citoplasmas e a formação de uma única célula com dois núcleos.
O contacto entre as membranas dos dois gâmetas provoca a reação cortical, exocitose do conteúdo desses
grânulos para a zona pelúcida. As enzimas degradam os recetores da zona pelúcida, a poliespermia, ou
seja, a fusão do oócito com mais do que um espermatozoide. Em consequência da plasmogamia, o oócito II
conclui a segunda divisão da meiose. O núcleo do espermatozoide sofre descondensação, dando origem ao
pronúcleo masculino, que se funde com o pronúcleo feminino (cariogamia).
Terminada a fecundação, o ovo inicia uma série de divisões celulares mitóticas e de processos de
diferenciação celular que originarão um novo organismo.