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Sistema reprodutor masculino:

Gónadas masculinas: testículos


Vias genitais: epidídimos, canais deferentes e uretra (transporta urina e sémen)
Glândulas anexas: vesículas seminais, próstata e glândula de Cowper
Órgãos genitais externos: escroto e pénis

Cada testículo possui lóbulos do testículo, separados por septos testiculares. Em


cada lóbulo encontram-se túbulos seminíferos. Estes estão ligados ao epidídimo,
para onde os espermatozoides são transportados e adquirem a sua mobilidade.

A produção dos espermatozoides ocorre nos túbulos seminíferos, por um


processo centrípeto (desde a periferia dos túbulos até ao lúmen), em torno das células de
Sertoli. Estas células suportam o processo de diferenciação das células da linha
germinativa, através da produção de nutrientes e de outras substâncias orgânicas.
Entre os túbulos seminíferos encontram-se as células de Leydig, em torno de
capilares sanguíneos. Estas produzem testosterona que intervém no controlo da
produção de espermatozoides.

Na saída dos espermatozoides pelas vias genitais, são adicionadas secreções


produzidas pelas glândulas anexas, líquido prostático e líquido seminal, originando esperma que é libertado
durante a ejaculação. Após a ejaculação é libertado pelas glândulas de Cowper outro líquido que
neutraliza a acidez da urina e da uretra.

Gametogénese masculina- processos envolvidos na produção de espermatozoides; ocorre nos testículos


 Inicia-se na puberdade e ocorre durante o resto da vida do homem.
 Ocorre nos túbulos seminíferos e desenvolve-se nas seguintes fases:
o Fase de multiplicação:
 As espermatogónias (células germinativas estaminais localizadas nos túbulos
seminíferos) sofrem mitoses sucessivas.
o Fase de crescimento:
 Em cada duas espermatogónias formadas por mitose, uma dividir-se-á outra vez por
mitose e a outra continua a espermatogénese, aumentando o seu volume celular.
No final deste crescimento, estas células diploides designam-se espermatócitos I.
o Fase de maturação:
 Os espermatócitos I sofrem divisão nuclear meiótica. No final da meiose I formam-
se células haploides (n=23), os espermatócitos II. Na segunda divisão formam-se
espermatídios. No final desta fase, cada espermatócito I origina quatro
espermatídios haploides.
o Fase de diferenciação ou espermiogénese:
 Os espermatídios sofrem diferenciação celular originando células muito
especializadas, os espermatozoides. Os espermatídios perdem a maior parte do
citoplasma (fagocitado pelas células de Sertoli) e reorganizam-se os poucos organelos
que se mantém. O complexo de Golgi origina o acrossoma que é uma estrutura
celular que armazena enzimas digestivas e envolve parte do núcleo. Os centríolos
dispõem-se no lado oposto ao acrossoma, e um deles origina os microtúbulos do
flagelo. Algumas mitocôndrias dispõem-se na base do flagelo fornecendo energia
necessária ao movimento.

Sistema reprodutor feminino:


Gónadas femininas: ovários
Vias genitais: vagina, útero e as trompas de Falópio
Órgãos genitais externos: clitóris e a vulva (pequenos e grandes lábios e o orifício genital)

O ovário possui duas zonas. A parte interna, zona medular, constituída por vasos sanguíneos e nervos. E a
zona cortical, mais externa, que contém presente folículos ováricos.

Cada oócito I está envolvido por células foliculares, os folículos


primordiais. Alguns destes irão iniciar um processo de amadurecimento,
onde aumentam de tamanho e desenvolvem uma cavidade cheia de
líquido entre as células foliculares, a cavidade folicular. Dos folículos que
iniciam este processo, normalmente apenas um atinge o máximo
desenvolvimento, o que corresponde a um folículo maduro, folículo de
Graaf ou folículo antral.
Ao aumentar o tamanho perto da parede do ovário, o folículo rompe e sai
para o pavilhão da trompa de Falópio, libertando o oócito II envolvido por algumas células foliculares-
Ovulação.
As restantes camadas do folículo que permanecem no ovário, formam o corpo amarelo ou lúteo, que é
responsável pela produção de hormonas sexuais. Caso não ocorre fecundação, o corpo lúteo regride.

Gametogénese feminina
 Inicia-se antes do nascimento retomando na puberdade até à menopausa.
o Fase de multiplicação:
 Durante o desenvolvimento embrionário as células germinativas primordiais iniciam
uma fase de rápida proliferação mitótica, o que aumenta o número de oogónias.
Contudo, a maioria sofre atresia, apenas algumas completarão a sua evolução até à
ovulação.
o Fase de crescimento:
 Ainda durante o desenvolvimento embrionário, as oogónias aumentam o seu
volume originado oócitos I. A acumulação de materiais nutritivos nestas células
garantirá o crescimento do embrião, devido às primeiras divisões celulares que
ocorrem após a fecundação.
o Fase de maturação:
 Inicia-se antes do nascimento e permanece em repouso até à puberdade, onde é
retomada.

Ainda no desenvolvimento fetal, os oócitos iniciam a meiose. Durante a profase I, a meiose é bloqueada,
ficando o ovário num período de repouso até à puberdade. Aí dá-se início aos ciclos ováricos. Apesar de a
meiose ser reiniciada em vários folículos, geralmente, apenas um deles, o oócito I, completa a primeira
divisão da meiose, formando duas células haploides de
dimensões diferentes, devido a uma citocinese
assimétrica. A maior, o oócito II herda a maior parte do
citoplasma, e a outra constitui o primeiro glóbulo
polar. Inicia-se então a segunda divisão da meiose que
fica suspensa em metafase II. Aqui ocorre a libertação
do oócito II para a trompa. Caso ocorra a fecundação,
a maturação é retomada e avança até ao final da
meiose II com citocinese assimétrica. Forma-se uma
célula com a mesma dimensão que o oócito II, o óvulo,
e outra muito reduzida, o segundo glóbulo polar.
Regulação hormonal da reprodução
As hormonas são compostos químicos que circulam no sangue até às células-alvo presentes em tecidos e
órgãos e sobre as quais atuam, regulando o seu funcionamento. O controlo da produção/libertação de
hormonas ocorre, normalmente, por retroação negativa. Assim, um estímulo causa a libertação de uma
hormona cujos efeitos inibem a produção adicional dessa hormona. Assim, a redução da hormona induz
o aumento da sua produção. A retroação positiva ocorre sempre que o aumento de concentração de
determinada hormona estimula ainda mais a sua produção.
A regulação hormonal do funcionamento dos sistemas reprodutores resulta da ação eixo hipotálamo-
hipófise. O hipotálamo é uma região do cérebro que se encontra ligada à hipófise, uma glândula endócrina
que controla a atividade metabólica de outras glândulas.

Regulação hormonal da espermatogénese

A GnRH estimula o lobo anterior da hipófise a produzir LH e FSH. A LH estimulará as células de Leydig, a
produzir testosterona. Entretanto, a FSH estimula as células de Sertoli, aumentando a espermatogénese.
O aumento de testosterona no sangue provoca a redução da estimulação do hipotálamo e a redução da
estimulação da hipófise, diminuindo a produção de FSH e LH. Assim, ocorre a diminuição da estimulação
testicular e a diminuição dos teores de testosterona no sangue. Assim garante-se os níveis de testosterona
dentro dos valores normais. Neste mecanismo, o estímulo (aumento da concentração de testosterona),
leva a uma resposta que consiste na diminuição da sua produção devido à redução da produção de FSH e
LH.

Regulação hormonal da oogénese

O aparelho reprodutor feminino funciona em ciclos com cerca de 28 dias.


Os baixos níveis de estrogénios e progesterona no sangue estimulam a libertação da GnRH pelo
hipotálamo. Esta, atuando sobre a hipófise anterior, leva à produção e libertação das gonadotrofinas LH e
FSH, que atuam nos folículos ováricos, amadurecendo alguns deles. As camadas celulares dos folículos em
desenvolvimento iniciam a produção de estrogénios, cuja concentração vai aumentando.
O aumento do estrogénio leva a um aumento de produção de GnRH, no único episodio de retroação
positiva do ciclo. Este pico provoca a ovulação por volta do 14ºdia. Após a ovulação, as células foliculares
que permanecem no ovário dão origem ao corpo lúteo, cujas células passam a produzir hormonas. O
aumento destas leva a inibição da produção de GnRH e, de FSH e LH, o que conduz à atrofia do corpo
amarelo, na fase final do ciclo. Este mecanismo de retroação negativa conduz ao início de um novo ciclo
menstrual.

Funções do estrogénio:
- faz com que as células do corpo proliferem
- é o responsável pelo aparecimento dos caracteres sexuais secundários da mulher:

Funções da progesterona:
Está pouco relacionada com o desenvolvimento dos caracteres sexuais femininos. Está relacionada com:
- preparação do útero para receber o embrião – fase secretora
- promove o desenvolvimento das células glandulares das mamas e aumenta as suas secreções
- inibe as contrações uterinas durante a nidação e o desenvolvimento embrionário.

Ciclo ovárico:
 Fase folicular- desde o primeiro dia do ciclo até à ovulação. Desenvolvimento de vários folículos,
dos quais apenas um atinge a maturação.
 Fase ovulatória- dura de 1 a 3 dias e culmina por volta do 14ºdia do ciclo, com a ovulação.
 Fase luteínica- desde a ovulação até ao final do ciclo

Ciclo uterino:
 Fase menstrual- diminuição de estrogénios e progesterona,
devido à atrofia do corpo amarelo, reduz a estimulação do
endométrio, provocando a desagregação deste tecido e dos seus
capilares sanguíneos. Origina-se a menstruação.
 Fase proliferativa- ocorre a proliferação do endométrio, com
crescimento rápido das suas camadas celulares e vasos
sanguíneos. Este crescimento é devido à ação estimulante dos
estrogénios resultantes do desenvolvimento de novos folículos
ováricos.
 Fase secretora- Após a ovulação, o corpo lúteo produz estrogénio
e progesterona em grandes quantidades. Enquanto os
estrogénios favorecem o crescimento adicional do endométrio, a
progesterona promove o desenvolvimento das glândulas
secretoras, tornando o endométrio num órgão capaz de nutrir o
embrião.

Fecundação:
Durante a relação sexual, a ejaculação masculina liberta na vagina esperma. Grande parte destas células
ficam em contacto com o muco cervical produzido pelas glândulas presentes no colo do útero. Apenas uma
pequena parte dos espermatozoides chega ao útero, onde o muco que recobre o endométrio lhes
proporciona uma maior mobilidade em direção às trompas de Falópio.
Se ocorreu ovulação, o oócito II encontra-se nas trompas, envolvido por glicoproteínas.
Ao atingir a zona pelúcida, os recetores membranares dos espermatozoides ligam-se a proteínas existentes
nessa zona, desencadeando a reação acrossómica. Esta consiste na exocitose de enzimas hidrolíticas,
presentes no acrossoma do espermatozoide. Essas enzimas degradam as glicoproteínas da zona pelúcida
do oócito II, tornando possível a progressão do espermatozoide e a fusão da sua membrana com a do
oócito. Assim, fundem-se os dois citoplasmas e a formação de uma única célula com dois núcleos.
O contacto entre as membranas dos dois gâmetas provoca a reação cortical, exocitose do conteúdo desses
grânulos para a zona pelúcida. As enzimas degradam os recetores da zona pelúcida, a poliespermia, ou
seja, a fusão do oócito com mais do que um espermatozoide. Em consequência da plasmogamia, o oócito II
conclui a segunda divisão da meiose. O núcleo do espermatozoide sofre descondensação, dando origem ao
pronúcleo masculino, que se funde com o pronúcleo feminino (cariogamia).
Terminada a fecundação, o ovo inicia uma série de divisões celulares mitóticas e de processos de
diferenciação celular que originarão um novo organismo.

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