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º ano
1. Reprodução humana
Uma das principais funções de um ser vivo é a sua reprodução, de modo a que as suas
características se perpetuem. A maturidade sexual permite ao homem e à mulher originar novas
vidas. Numerosas etapas, desde a produção de gâmetas até ao seu encontro e fusão desses, são
necessárias para que ocorra a procriação.
A espécie humana reproduz-se sexuadamente, com a participação de indivíduos de sexos
diferentes. A recombinação genética assegura descendência com grande variabilidade. O ciclo de
vida (biológico) do Homem é diplonte, uma vez que possui uma fase diplonte de grande período.
Todas as nossas células são 2n, à exceção das reprodutoras. A meiose é pré-gamética, pois ocorre
antes da fecundação dos gâmetas.
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1.1. Gónadas e Gametogénese
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O escroto tem como função a proteção dos testículos e a manutenção da temperatura destes
constante, um pouco mais baixa que a corporal, visto que os reveste. Existem também as glândulas
de Cowper, que são especializadas na produção de uma solução que anula a acidez da vagina (os
espermatozóides preferem um meio básico). Os epidídimos são canais muito enovelados, podendo
atingir os 5 metros.
O pénis é formando por 3 cilindros – dois corpos cavernosos, que se podem encher de sangue
durante a ereção, e um corpo esponjoso, atravessado pela uretra, que dilata durante a ereção,
formando a glande. A glande é revestida por uma membrana chamada prepúcio. O pénis contém um
tecido erétil.
É nos testículos, orgãos que se encontram no exterior do abdómen, que ocorre a gametogénse,
com um nome específico de espermatogénese – processo de diferenciação das espermatogónias
(2n) em espermatozóides (n). Tem início na puberdade e é contínua ao longo da nossa vida, sendo
que a quantidade de espermatozóides que produzimos diminui à medida que a idade avança. Em 64
dias, milhões de espermatogónias podem transformar-se em espermatozóides.
Observando um testículo, nota-se a existência de septos radiais, separando cerca de 200 a 300
compartimentos, os lóbulos testiculares, existindo em cada lóbulo um a quatro túbulos muito
enovelados – os túbulos seminíferos, envolvidos num tecido rico em vasos sanguíneos, que têm
cerca de 70 cm e é onde ocorre a espermatogénese. Ao conjunto de túbulos seminíferos designamos
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rede testicular, a qual termina nos epidídimos. Os septos radias são formados por “crescimentos” de
um tecido exterior que rodeia o testículo chamado albugínea.
Entre os túbulos seminíferos, no tecido conjuntivo (que envolve totalmente o túbulo), surgem as
células intersticiais ou de Leydig, onde ocorre a produção de testosterona, hormona responsável
pelo aparecimento e manutenção dos caracteres sexuas secundários (como o desenvolvimento da
musculatura e a alteração da voz, por exemplo), pela espermatógénese e pelo desenvolvimento dos
órgãos genitais. Estas células aparecem na puberdade.
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Como ocorre a espermatogénese?
Espermiogénse
Neste processo, os espermatídeos, esféricos, transformam-se em espermatozóides, flagelados,
pelo achatamento do núcleo, diferenciação do flagelo, eliminação de grande parte do citoplasma
(que é fagocitado pelas células de Sertoli) e rearranjo de organitos. Os espermatozóides são
libertados no lúmen do túbulo seminífero.
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Morfologia, funcionamento e maturação dos espermatozóides
Cabeça – contém o núcleo genético e o acrossoma, capuz formado por vesículas do
Complexo de Golgi, que se adapta ao núcleo, contendo enzimas digestivas que permitem
perfurar a camada protetora do oócito II, aquando da fecundação.
Peça intermédia – possui os centríolos, dispostos no pólo oposto ao acrossoma, originam os
microtúbulos que constituem o flagelo. Concentram-se as mitocôndrias, fornecedoras de
energia (ATP) para os batimentos do flagelo, na base deste.
Cauda – formada pelo flagelo, cujos batimentos impulsionam o espermatozóide.
Os fluidos produzidos pelas células de Sertoli auxiliam a condução dos espermatozóides dos
túbulos seminíferos até aos epididímos. Nos epididímos ocorre a síntese de nutrientes, hormonas e
enzimas que auxiliam a maturação dos espermatozóides. Os espermatozóides que chegam aos
epididímos apresentam reduzida mobilidade, sendo incapazes de participar na fecundação. Aqui
tornam-se mais resistentes a variações de temperatura e pH.
Funções básicas
Génese de gâmetas;
Transporte dos gâmetas e local de fecundação;
Receção de esperma;
Desenvolvimento de novos seres.
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Orgãos genitais externos
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1.1.4. Estrutura dos ovários e oogénese
Os ovários são glândulas de forma ovóide com cerca de 5 cm de comprimento. Estão localizados
na cavidade abdominal, na zona pélvica, de um e do outro lado do útero, sendo mantidos na sua
posição através de ligamentos. Possuem duas zonas:
Zona medular, a mais interna, constituida por um tecido com numerosos vasos sanguíneos e
nervos;
Zona cortical, a mais superficial, com estruturas mais ou menos esféricas, os folículos
ováricos, em diferentes estados de desenvolvimento, sendo cada folículo ovárico constituído
por uma célula da linha germinativa, rodeada por uma ou mais camadas de células somáticas
foliculares, mais ou menos desenvolvidas, que intervêm na nutrição e proteção da célula
germinativa.
A oogénse é o processo de produção de gâmetas femininos que ocorre nos ovários. Tem início no
embrião, com a formação de todas as oogónias, estando estas suspensas em profase I até à
puberdade. A partir da puberdade e até à menopausa ocorre, em cada ciclo ovárico, a maturação,
em regra, de um oócito I, e a degenerescência de outros.
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A fase de multiplicação, crescimento e início da
maturação ocorre no ovário do embrião. Ainda durante a
vida fetal, inicia-se a degenerescência de oócitos I, num
processo designado por atrésia folicular. Dos 2 milhões de
oócitos I com que nasce uma criança, só restam 400 000
ao atingir a puberdade e, destes, apenas cerca de 450
completerão a sua evolução até à menopausa,
degenerando os restantes.
Após a ovulação, no pavilhão da Trompa de Falópio, é que esta etapa se conclui, mas apenas se
ocorrer fecundação. Neste caso, completa-se a segunda divisão da meiose (equacional), com a
formação de um ovúlo, de maiores dimensões, e de segundos glóbulos polares, de menores
dimensões, que irão degenerar.
Desenvolvimento folicular
Em cada ciclo ovárico, juntamente com as células da linha germinativa, também as restantes
formações dos folículos ováricos exprimentam transformações (evoluções). A estas, que ocorrem
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simultaneamente com a oogénese e têm início durante o desenvolvimento embrionário da mulher,
dá-se o nome de foliculogénse ou desenvolvimento folicular.
Folículos primordiais – constituídos por uma célula da linha germinativa (oócito I) rodeada
por uma camada descontínua de células foliculares achatadas. Aquando do nascimento, os
ovários possuem cerca de 2 milhões de folículos primordiais.
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É, neste momento, que se dá a ovulação – o rompimento do folículo maduro, por pressão da
cavidade folicular sobre a parede do ovário, e a libertação do oócito II para o pavilhão da trompa de
Falópio. Se não ocorrer fecundação, o oócito II é eliminado.
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1.2. Regulação hormonal do funcionamento dos sistemas reprodutores
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Outras informações provenientes quer do meio interno quer do meio externo, como certas
doenças, fortes emoções, stress, podem constituir mensagens nervosas que, quando chegadas ao
cérebro, têm incidência sobre o hipotálamo, condicionado o controlo exercido sobre o sistema
genital.
O sistema genital feminino tem um funcionamento cíclico desde a puberdade até à menopausa.
Em cada ciclo ocorrem transformações nos ovários e no útero, perfeitamente sincronizadas.
Ciclo ovárico
Tem uma duração média de 28 dias. Divide-se em duas fases, cada uma com 14 dias:
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estrogénios. A concentração destas hormonas vai aumentando primeiro progressivamente, à
medida que os folículos ováricos crescem e, depois, de um modo rápido, atingem o valor
máximo um pouco antes da ovulação. Quando ocorre a ovulação, o seu valor baixa devido,
em parte, à perda de células foliculares. A concentração de progesterona é praticamente
nula.
Fase luteínica – ocorre a formação, evolução e regressão do corpo amarelo. Este produz
progesterona (que induz a complexificação das glândulas uterinas e a sua secreção) e alguns
estrogénios. A concentração de estrogénios volta a aumentar nesta fase devido à atividade
do corpo amarelo, voltando a decair no fim do ciclo. O valor máximo de progesterona atinge-
se com o pleno desenvolvimento do corpo amarelo e a sua concentração baixa quando o
corpo entra em regressão.
Ciclo uterino
Paralelamente ao ciclo ovário, mas dependente das concentrações das hormonas produzidas
neste (induzem as alterações), ocorre um ciclo uterino ou menstrual, com alterações do endométrio
(revestimento uterino). Divide-se em três fases:
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As hormonas ováricas atuam sobre o sistema de comando, ocorrendo processos de
autorregulação, quer positiva quer negativa. A avaliação das concentrações das gonadoestimulinas
produzidas pelo complexo hipotálamo-hipófise evidencia a existência de picos na concentração de
FSH e de LH, alguns dias antes da ovulação.
A FSH estimula o desenvolvimento dos folículos ováricos que vão produzindo estrogénios. Uma
concentração elevada de estrogénios, devido ao aumento do número de células foliculares, que
ultrapasse o valor-limite, faz aumentar a concentração de FSH e sobretudo, de LH, por retroação
positiva. A produção de gonadoestimulinas é estimulada, em vez de ser inibida. Esta descarga
hormonal (aumento do teor de LH) provoca a ovulação.
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A LH vai desencadear a fase luteínica. O corpo amarelo produz progesterona e estrogénio e, os
elevados níveis (relativamente, mais moderados do que quando comparados com momentos antes
da ovulação) destas hormonas vão inibir o complexo hipotálamo-hipófise, verificando-se o bloqueio
da produção de gonadoestimulinas (retroação negativa). Com a regressão do corpo amarelo, os
níveis de progesterona e de estrogénio diminuem e o complexo hipotálamo-hipófise é
desbloqueado, iniciando-se a produção de gonadoestimulinas.
Outros estímulos de origem interna ou externa podem também atuar sobre o complexo
hipotálamo-hipófise, desencadeando alterações nos ciclos sexuais, como emoções de certa
intensidade, stress, doenças ou certos medicamentos. Os estímulos recebidos são transmitidos ao
hipotálamo através de neurónios, provocando variações na GnRH.
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Na maioria das mulheres, os ciclos sexuais deixam de ocorrer entre os 45 e os 55 anos,
correspondendo a menopausa à cessação da atividade dos ovários, de forma gradual. Durante algum
tempo pode persistir um certo desenvolvimento folicular com oscilações na secreção de estrogénios,
até que desaparece com o fim dos folículos. Deixa de ocorrer retroação negativa das hormonas
ováricas sobre o complexo, pelo que os níveis de FSH e LH estabilizam, aumentando em relação aos
anteriores.
Na formação de um novo ser, o encontro do oócito II com espermatozóides permite que ocorra a
fecundação. Após a formação do ovo inicia-se um processo de desenvolvimento contínuo e
dinâmico, com a duração em regra de 40 semanas, que termina com o nascimento.
Fecundação
A fecundação – encontro e união das células sexuais masculina e feminina, haplóides, com fusão
dos seus núcleos e formação de um zigoto diplóide – resulta de um conjunto complexo de processos.
No decurso de uma relação sexual (ejaculação), ocorre a deposição na vagina de 50 a 130 milhões
de espermatozóides. Estes contactam com o muco cervical, produzido por glândulas do colo uterino
em quantidade e consistência variáveis ao longo do ciclo ovárico. No período de ovulação, o muco é
mais fluido e a rede de fibras menos apertada, para permitir a passagem dos espermatozóides. Ao
mesmo tempo, ocorre a deslocação do oócito II em direção ao útero, por contrações da trompa de
Falópio e por movimentos ciliares do epitélio.
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alteração da zona pelúcida, tornando-a resistente à penetração de outros espermatozóides;
incorporação progressiva do espermatozóide no oócito II;
finalização da divisão II da meiose do oócito II coma formação do pronúcleo feminino e do
segundo glóbulo polar;
formação do pronúcleo masculino a partir da descondensação do núcleo do espermatozóide;
migração dos dois pronúcleos para o centro do oócito II, terminando com a fusão dos dois
pronúcleos num só núcleo diploide com cromossomas maternos e paternos – cariogamia.
Período embrionário – dura cerca de 8 semanas, ao fim das quais todos os órgãos estão já
totalmente esboçados. É o desenvolvimento do embrião.
Período fetal – dura as restantes semanas (cerca de 32), até ao nascimento, e corresponde
ao desenvolvimento dos órgãos e ao crescimento do feto.
Segmentação
Quando chega ao útero, 4 dias após a fecundação, o embrião chama-se mórula, com uma forma
esférica, formada por uma massa de pequenas células, com uma aspeto de uma amora, com o
tamanho ainda do ovo (mas constituído por muitas mais células). A mórula desenvolve-se, pelas
divisões celulares e pela organização celular, passando a blastocisto, que apresenta três partes e dois
conjuntos de células:
Botão embrionário (massa celular interna) – massa de células que origina o corpo fetal.
Trofoblasto – delimita uma cavidade interna achatada para onde faz saliência o botão
embrionário, rodeada pela zona pelúcida. Participa na formação da placenta.
Blastocélio – região central do blastocisto.
Ao blastocisto ocorre a eclosão da zona pelúcida. De seguida, ocorre o processo designado por
nidação – implantação do embrião (blastocisto) no endométrio uterino 6 a 7 dias após a fecundação.
As células do trofoblasto produzem enzimas que digerem localmente o endométrio.
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Começa a formar-se um anexo embrionário – o córion -, que possui vilosidades. Estas mergulham
em lacunas do endométrio, preenchidas por sangue materno devido à rutura dos capilares. Cerca de
11 ou 12 dias após a fecundação o embrião encontra-se totalmente coberto pela mucosa uterina.
A nidação é um processo muito importante, pois é do endométrio que o embrião, nesta fase,
recebe os nutrientes. Caso o endométrio não esteja preparado ou o embrião não esteja desenvolvido
o suficiente, este não se implanta e é expelido durante a menstruação (são cerca de 40% dos casos).
Gastrulação
Estas três camadas vão constituir os diferentes tecidos, órgãos e sistemas de órgãos do novo
indivíduo, pela diferenciação celular – especialização estrutural e bioquímica das células da
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ectoderme, da endoderme e da mesoderme no sentido de desempenharem funções específicas. Os
diferentes tecidos formam órgãos e sistemas de órgãos.
Anexos embrionários
Âmnio – membrana que delimita a cavidade amniótica, cheia de líquido amniótico. Forma
um saco que protege o embrião da dessecação, de choques mecânicos e de variações
térmicas (mantém a temperatura constante);
Vesícula vitelina – é muito reduzida mas ricamente vascularizada. Parte desta estrutura fica
incorporada no cordão umbilical, sendo o primeiro local de produção de células sanguíneas e
células germinativas. Forma parte do tubo digestivo.
Alantóide – contribui para a formação do cordão umbilical, com um tamanho muito
reduzido.
Cordão umbilical – faz o transporte de substâncias de excreção do feto para a mãe e dos
alimentos e do oxigénio, da mãe para o feto.
Córion – membrana mais exterior que, com o âmnio, rodeia o embrião e intervém na
formação de placenta, formando uma extensa superfície de trocas.
Placenta – órgão, cuja formação se iniciou a seguir à nidação, em forma de disco que resulta
da fusão do córion (das suas vilosidades) com o endométrio uterino, sendo assim, de origem
mista (do embrião e da mãe). É responsável pelas trocas seletivas de nutrientes e de
produtos de excreção entre o embrião e o corpo materno. Permite a passagem de anticorpos
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do sangue da mãe, os quais protegerão o recém-nascido no início da sua existência. Por
outro lado, substâncias nocivas, como o álcool e outras drogas e microrganismos, difundem-
se facilmente a partir do sangue da mãe.
Durante o período fetal ocorre também uma evolução do comportamento do feto à medida que o
sistema nervoso se desenvolve. Ao fim de 40 semanas após a fecundação, o feto está totalmente
formado e preparado para o nascimento, iniciando-se o trabalho de parto.
Durante a gestação, o corpo da mãe sofre uma série de adaptações, quer morfológicas, como o
aumento de dimensões do útero, a adaptação do coração e da circulação à circulação placentária e
uma maior capacidade de expressão dos rins, quer a nível hormonal. A paragem dos ciclos sexuais, o
trabalho de parto e a lactação são alguns dos acontecimentos subordinados ao controlo hormonal.
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A hormona honadotrofina coriónia humana (HCG), produzida desde o início da nidação ao nível
do trofoblasto, é fundamental no decorrer da gestação e uma das suas funções é, inicialmente,
impedir a degeneração do corpo amarelo. Tem uma estrutura e efeito semelhantes à hormona
hipofisiária LH. Deste modo, este continua a produzir estrogénios e progesterona, essenciais à
manutenção do endométrio e que a nidação se mantenha.
Elevados valores de HCG exercem uma retroação negativa sobre o complexo hipotálamo-hipófise,
bloqueando o ciclo ovárico.
Como qualquer hormona, a HCG, é libertada através da urina. Isto permite que os primeiros
testes de gravidez sejam baseados na deteção, na urina da mãe, desta hormona.
Trabalho de parto
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recetores de oxitocina no útero. Esta hormona estimula as células musculares do útero a contraírem-
se vigorosamente e com mais frequência.
A alimentação láctea recebida pelo recém-nascido nos primeiros meses de vida assegura-lhe um
desenvolvimento equilibrado. A secreção de leite só ocorre após o nascimento. Contudo, durante a
gravidez ocorrem transformações nas glândulas mamárias sob a influência de altos valores de
estrogénio e de progesterona:
Os diversos canais dispersos no tecido adiposo ramificam-se;
Os alvéolos contendo as células secretoras de leite desenvolvem-se;
Também ocorre, paralelamente, o desenvolvimento de uma vasta rede de vasos
sanguíneos e linfáticos.
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A produção de leite materno é controlada por diversas substâncias, entre as quais a hormona
prolactina, produzida pela hipófise anterior. Durante a gestação os níveis elevados de estrogénios e
progesterona exercem um feedback negativo sobre a secreção da prolactina.
As glândulas mamárias entram em atividade após o parto, mas a sua secreção não aumenta nem
se mantém se não for estimulada pelas sucções do bebé. O esquema anterior mostra como se dá a
produção de leite. Ter em atenção que as células-alvo da oxitocina, localizadas nas glândulas
mamárias, são estimuladas, contraem-se e ocorre o fluxo de leite.
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Resumindo, altos níveis de progesterona e estrogénio, levam a um/uma:
Aumento dos seios;
Aumento da secreção do muco cervical (rolhão protetor);
Aumento do útero;
Ausência de ovulação e de menstruação;
Evita as contrações uterinas e a produção de prolactina.
2. Manipulação da fertilidade
Desde muito cedo que os humanos desejam controlar a fertilidade. Contudo, isto apenas se
tornou possível a partir do século XX, graças ao reconhecimento dos mecanismos hormonais e
celulares que regulam a reprodução, aliado ao processo de biotecnologia. Atualmente, os casais já
podem decidir não ter um filho (contraceção) ou tê-lo, mesmo possuindo problemas de fertilidade.
2.1. Contraceção
A contraceção consiste na prevenção voluntária da gravidez com recurso a métodos que
permitem evitar a fecundação. Não nos devemos esquecer que o nascimento de um filho deve ser
um ato refletido e desejado, pois é necessário ser facultado um ambiente com condições propícias a
um desenvolvimento físico e psíquico saudável.
São processos que permitem aos casais planear o nascimento dos filhos. Existem vários métodos
contracetivos:
Os que modificam o funcionamento normal das gónadas, evitando a gametogénese;
Os que possibilitam a o encontro do espermatozóide com o oócito II e consequente
fecundação;
Os que impedem a nidação do embrião.
Segundo a OMS, um método contracetivo deve ser eficaz e reversível. Hoje em dia, existem uma
grande diversidade de métodos contracetivos que impedem a gravidez desejada, sem no entanto,
serem irreversíveis, ou seja, não impedem a transmissão da vida após a paragem da aplicação do
método utilizado. A utilização dos métodos contracetivos implica uma tomada de consciência sobre a
responsabilidade no respeito mútuo e no respeito pela vida.
Os métodos contracetivos mais comuns são a contraceção hormonal (oral, injetável, implante); o
dispositivo intra-uterino (DIU); o espermicida; o preservativo (masculino/feminino); o diafragma; a
abstinência periódica; a contraceção cirúrgica; e a contração de emergência.
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2.1.1. Métodos contracetivos naturais
Método do calendário – considera o tempo de sobrevivência dos gâmetas (24 horas para
o oócito e 72 horas para o espermatozóide). Sabendo a duração dos ciclos menstruais
anteriores, o período fértil é calculado subtraindo 11 dias ao ciclo mais longo e 18 dias ao
ciclo mais curto, consegue-se obter o intervalo, aproximando em que o período fértil está
compreendido. Quando a mulher tem os ciclos regulares, por exemplo de 28 dias, retira-
se a este valor tanto 11 como 18, ficando o período fértil entre o 10º e o 17º dia do ciclo,
inclusive.
Os métodos naturais não apresentam efeitos secundários, mas a sua eficácia depende do rigor
com que é determinada a data da ovulação. Têm, no entanto, riscos que resultam, por exemplo, da
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possibilidade de ocorrerem oscilações na temperatura devido a causas diversas da ovulação ou de
uma avaliação incorreta do muco cervical. Não protegem das doenças sexualmente transmissíveis.
Os diversos métodos contracetivos não naturais têm modos de ação e fiabilidades diferentes
Cirúrgicos
Físicos (barreira)
Preservativo – é uma contraceção praticada pelo homem em grande escala, o qual evita o
encontro dos gâmetas (e, portanto, a fecundação) e o único que protege de doenças
sexualmente transmissíveis (DST). A sua taxa de sucesso (95%), quando a aplicação é correta,
é elevado, podendo, contudo, romper-se, deixar passar espermatozóides ou causar alergias.
Diafragma – impede a entrada de espermatozóides no útero. Requer orientação médica e o
uso associado de espermicidas, sendo pouco recomendável a mulheres jovens. Tem taxa de
sucesso de 85%.
Químicos/hormonais
Desde a invenção das primeiras pílulas (pertencendo à contraceção hormonas, uma das mais
eficazes), grandes progressos, com a redução as dosagens ministradas e a produção de novos
derivados sintéticos.
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Espermicidas – destroem os espermatozóides. Protegem por pouco tempo e podem causar
alergias Tem taxa de sucesso de 75%. Também pode ser considerado um método físico.
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Pílula do dia seguinte (contraceção de emergência) – único método utilizado após a relação
sexual como recurso em caso de acidente contracetivo ou violação. Pode impedir a ovulação,
a fecundação ou a nidação, conforme o momento em que for tomada. Não é, nem deve ser,
um contracetivo de uso regular, pois é constituído por elevadas doses de um derivado de
progesterona ou de progesterona e de estrogénios. Se a mulher estiver grávida, ou seja, se a
nidação já tiver acontecido, num período superior a 72 horas, não interrompe a gravidez em
curso. Apresenta efeitos secundários graves.
Anel vaginal – anel flexível com uma baixa dosagem hormonal e eficácia semelhante à de
outros processos hormonais. É aplicado pela própria mulher apenas uma vez em cada ciclo.
Mantém-se por três semanas e deve ser retirado na quarta semana.
Implante subcutâneo – com forma de um bastonete, é implantado pelo médico, sob a pele
do antebraço, com recurso a anestesia local. Foi desenvolvido de forma a manter uma boa
eficácia durante três anos.
Aborto
O aborto é e interrupção da gravidez, podendo ser voluntário ou natural. Em qualquer dos
casos, o aborto não é um método contracetivo. Desde 2007 que se tornou possível interromper a
gravidez por opção da mulher e nas condições referendadas.
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2.2. Reprodução assistida
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2.2.1. Infertilidade
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A reprodução assistida é o conjunto de técnicas que visam obter uma gestação substituindo ou
facilitando uma etapa deficiente no processo reprodutivo. Existem várias técnicas para o tratamento
da infertilidade. As técnicas mais comuns de reprodução assistida incluem a inseminação artificial, a
fertilização in vitro, a transferência intratubárica de gâmetas, de zigotos ou de embriões e a injeção
intracitoplasmática de espermatozóides (microinjeção).
A forma de drosófila predominante na Natureza tem o corpo cinzento, olhos vermelhos e asas
longas e denomina-se forma selvagem. Outras formas alternativas (mutantes) podem relevar corpo
negro, olhos brancos ou asas vestigiais, entre outras características. Numa amostra de moscas da
fruta selvagens (com olhos vermelhos), Morgan encontrou, com grande surpresa, um macho de
olhos brancos, passando, então, a estudar esta característica.
É costume representar-se a constituição genética das formas alternativas de uma gene pela letra
inicial da palavra inglesa que expressa a característica que elas manifestam. Quando este locus é
ocupado pelo alelo da forma selvagem, este representa-se pela mesma letra associada ao sinal +.
Deste modo:
Alelo para olhos brancos = W (de white);
Alelo para olhos vermelhos = W+
Transmissão da cor dos olhos em drosófilas
Nas experiências de Mendel não foi relevante que determinado fenótipo pertencesse à fêmea ou
ao macho, isto é, os cruzamentos diretos ou os cruzamentos recíprocos destes não conduziram a
resultados diferentes. O mesmo não se passou com as experiências de Morgan.
Morgan encontrou um macho mutante de olhos brancos e cruzou-o com uma fêmea de olhos
vermelhos e efetuou também o cruzamento recíproco a este, todos com linhagens puras. Obteve
uma geração F1 com 100% de indivíduos (machos e fêmeas) de olhos vermelhos. Concluiu que o
alelo para olhos vermelhos era dominante sobre o alelo mutante para olhos brancos.
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Os resultados do primeiro cruzamento estão de acordo com os previstos por Mendel (50% de
fenótipo para cada sexo, com vermelho dominante). Porém, no recíproco, as fêmeas têm todas olhos
vermelhos e os machos têm todos olhos brancos.
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permitem-nos afirmar que genes localizados no mesmo cromossoma são transmitidos em conjunto
aos descendentes.
No caso considerado cruzaram-se indivíduos de duas linhas puras com a forma selvagem e com
corpo negro e asas vestigiais. Os di-híbridos da primeira geração são uniformes, manifestando as
características determinadas pelos alelos dominantes (corpo cinzento e asas longas). O genótipo é
heterozigótico. Contudo, na 2.ª geração, não aparecem quatro classes fenotípicas, mas apenas duas.
Observando os indivíduos do cruzamento-teste, verifica-se que existe 50% de indivuiduos de corpo
cinzento e asas longas e 50% de indivíduos de corpo negro e asas vestigiais. Conclui-se então que o
híbrido apenas produziu dois tipos de gâmetas: um portador dos alelos b+ vg+ e outro dos alelos b vg,
uma vez que estas forma as combinações genicas que se expressaram nos descendentes do
cruzamento-teste.
Os genes que condicionam o corpo negro e as asas vestigiais estão situados no mesmo
cromossoma, embora em loci diferentes, sendo por isso transmitidos em conjunto, como se pode
confirmar nos resultados do cruzamento-teste.
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Como resultado de crossing-over, durante a meiose, os genes podem separar-se e surgir nos
gâmetas como se estivessem situados em cromossomas separados – surgem recombinados na
descendência. A descendência será qualitativamente igual à prevista numa segregação
independente dos genes; quantitativamente, surgem com proporções alteradas dado que o
crossing-over é menos frequente do que a transmissão em bloco dos genes em causa.
Muitas das características hereditárias não são controladas apenas pelo material genético
existente num único locus, mas sim por vários genes existentes em diferentes loci ou mesmo em
diferentes cromossomas que interatuam no estabelecimento da mesma característica. Existem dois
processos fundamentais.
Epistasia
São situações em que dois ou mais genes não alélicos interatuam para produzir uma determinada
característica fenotípica, isto é, um gene de um determinado locus altera a expressão fenotípica de
um gene de um segundo locus. Por exemplo, a determinação da cor do pêlo dos ratos e outros
mamíferos é determinada por dois genes, localizados em diferentes loci. No caso dos cães de raça
labrador, por exemplo, os de cor negra terão de possuir num dos loci, pelo menos, um dos alelos
responsáveis pela cor negra e no outro locus, pelo menos, um dos alelos responsáveis pela deposição
de pigmento.
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Alelos letais
Nas mais variadas espécies, existem certos alelos que, reunidos em homozigotia, geralmente,
podem conduzir à morte do seu predador. Em heterozigotia tais alelos não são letais o que permite a
sua manutenção na população, desde que a morte do indivíduos não ocorra antes da reprodução. Os
seus efeitos podem manifestar-se logo no desenvolvimento embrionário ou após o nascimento, mais
ou menos tardiamente.
Admite-se que todas as espécies incluem no seu genoma genes letais. Uns são dominantes e
manifestam-se nos heterozigóticos, provocando a morte quando em homozigotia; outros são
dominantes e impedem mesmo a sobrevivência mesmo em heterozigotia; e outros, recessivos, só
deixam sobreviver os heterozigóticos. Na espécie humana, a doença de Huntington, a anemia
falciforme, a hemofilia ou a fenilcetunúria, estão relacionadas com alelos letais.
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A árvore genealógica (ou heredograma) é um diagrama que evidencia a história da transmissão
de um dado caráter ao longo das gerações. A sua construção de um indivíduo implica traçar a sua
história familiar recorrendo aos ascendentes, bem como registar os irmãos, os primos e até os seus
descendentes. A sua análise permite determinar se os genes envolvidos são dominantes ou
recessivos e se estão localizados nos autossomas ou nos cromossomas sexuais.
A transmissão de caracteres hereditários codificados por genes que se localizam nos autossomas
reveste-se de aspetos particulares, conforme o alelo responsável pela manifestação do caráter é
dominante ou recessivo.
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Transmissão de alelos autossómicos dominantes
Da análise da transmissão hereditária deste tipo de alelos (menos frequentes) pode concluir-se
que:
Homens e mulheres são igualmente afetados;
Homens e mulheres transmitem o caráter com a mesma frequência;
A anomalia tende a aparecer em todas as gerações. A transmissão do caráter pára numa
geração em que nenhum indivíduo seja afetado;
Os heterozigóticos manifestam a anomalia;
Quando um indivíduo manifesta a anomalia, pelo menos um dos progenitores também a
possui;
Quando um dos progenitores apresenta a anomalia, aproximadamente metade da sua
descendência pode ser afetada.
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1.6.2. Alelos múltiplos
Numa população podem existir três ou mais alelos do mesmo gene, concorrentes para um
determinado locus que tem, assim, alelos múltiplos. Note-se que, mesmo nesta situação, um
indivíduo possui dois dos diversos alelos disponíveis (o mesmo locus em cromossomas homólogos).
Esta forma de condicionamento de uma determinada característica constitui uma situação de
polialelismo e os alelos envolvidos formam uma série de alelos múltiplos ou polialelos. Deste modo,
a existência de uma maior número de combinações possíveis entre os diferentes alelos aumenta a
variação fenótipica.
Na população humana existem quatro grupos sanguíneos, A,B, AB e O, que constituem o sistema
ABO, caracterizados pela presença na superfície da membrana das hemácias de glicoproteínas
globalmente chamadas antigénios (aglutinogénios) e pela presença no plasma de proteínas
relacionadas com os antigénios das hemácias a que se chama anticorpos (aglutininas). Um único
locus (I), situado no cromossoma 9, pode ser ocupado por três tipos de alelos (IA, IB e IO), envolvidos
nas características dos quatro grupos de sangue.
O alelo A domina o alelo O (I A > IO); o alelo B domina o alelo O (I B > IO); os alelos A e B são
codominantes (IA = IO); o alelo O é recessivo em relação aos restantes.
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1.5.2. Hereditariedade ligada ao sexo
A hemofilia (resultante de uma alteração num gene que comanda a síntese de uma proteína
sanguínea necessária à sequência de reações que ocorrem na coagulação) e o daltonismo
(incapacidade de distinguir determinadas cores) são anomalias hereditárias causadas por alelos
recessivos localizados no cromossoma X.
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Transmissão de alelos dominantes ligados ao cromossoma X
Nos procariontes, o DNA é uma só molécula, não associada a proteínas, dispersa no citoplasma.
Nos eucariontes existem várias moléculas de DNA, associadas a proteínas, as histonas. Encontra-se
no núcleo. Também existe DNA extracelular em mitocôndrias e cloroplastos.
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2.1. Regulação génica
Em cada célula, apenas uma parte do seu genoma está a ser expresso, determinando as suas
características. Esse conjunto de genes que se expressa varia consoante o tipo de célula, sendo esta a
causa primeira de diferenciação celular. As células somáticas de um indivíduo, apesar de terem todas
a mesma informação genética, assumem formas e funções completamente diferentes consoante os
tecidos. Este fenómeno é resultado da regulação da expressão dos genes.
François Jacob e Jacques Monod (1961) desenvolveram trabalhos relativos à regulação génica em
bactérias, nomeadamente o funcionamento dos genes envolvidos no metabolismo da lactose em
Escherichia coli.
Se no meio existir glicose, a bactéria utiliza este monossacarídeo como fonte de energia. Se a
concentração de glicose no meio for muito reduzida ou mesmo nula, a E. coli pode utilizar a lactose
como fonte alternativa de energia. A lactose é um dissacarídeo formado por glicose e galactose. Para
que a E. coli possa utilizar a lactose como fonte de energia, é necessário que a bactéria sintetize três
enzimas: a β-galactosidase, a galactose permease e a galactose transacetilase.
Operão lac
Jacob e Monod verificaram que os genes responsáveis pela síntese destas três enzimas – genes
estruturais – encontravam-se numa secção contínua da molécula de DNA e eram controlados por
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outros genes próximos. Ao conjunto de genes estruturais com funções relacionadas e dos genes que
os controlam, funcionando o conjunto como uma unidade, chama-se operão.
O operão da lactose (operão lac) é formado por três genes estruturais (lac Z, lac Y e lac A), que
codificam as enzimas necessárias ao metabolismo da lactose e, por dois segmentos de DNA que
controlam a transcrição dos genes estruturais – o gene promotor e o gene operador.
O promotor é a região onde a enzima RNA polimerase, responsável pela transcrição dos genes
estruturais, se liga. O operador controla o acesso desta enzima aos genes estruturais. A regulação
depende ainda de um gene chamado gene regulador – este gene (i), situado fora do operão, é
responsável pela produção de um repressor que pode estar ou não ativo.
Quando existe lactose no meio, esta molécula liga-se ao repressor, altera a sua conformação de
tal forma que este se torna inativo, desligando-se do operador. Assim, o operador fica livre,
permitindo que os genes estruturais sejam transcritos e, posteriormente, traduzidos, formando-se
enzimas necessárias ao metabolismo da lactose.
Quando a concentração de lactose começa a baixar drasticamente, devido à ação catalítica das
enzimas, a lactose desliga-se do repressor, que, ao voltar a ficar ativo, liga-se ao operador,
bloqueando a transcrição do operão. Assim, garante-se uma poupança de recursos devido aos
fenómenos de autorregulação descritos.
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A lactose funciona como um indutor, pois a sua presença permite ativar o operão (dos genes
estruturais). Por este facto, o operão da lactose é, por vezes, designado operão indutível. O operão
está associado a reações catabólicas.
O operão do triptofano (operão trp) é formado por 5 genes estruturais que codificam as 5
enzimas necessárias à síntese do aminoácido triptofano (produzido pela E. coli) associados a um
promotor e a um operador. O mecanismo é inverso em relação ao do operão lac, pois é repressivo.
Está associado a reações anabólicas.
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gene mais distante mas, neste caso, é produzida sob a forma inativa, não se podendo ligar ao
operador e bloquear o operão.
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2.1.3. Regulão
Nos casos dos operões lac e trp cada um é controlado por um regulador diferente. Existem casos
em que um grupo de operões é controlado por um único tipo de regulador. Este grupo de operões
toma a designação de regulão.
Por exemplo, operões com intervenção no catabolismo de glícidos são controlados em simultâneo
pelo mesmo gene regulador, tornando mais eficaz e rápida a conversão de glícidos em glicose.
Mutações génicas – envolvem uma alteração pontual ao nível dos nucleótidos de um gene,
constituindo-se, deste moído, um alelo desse gene, isto é, uma nova versão do gene;
Mutações cromossómicas – envolvem a estrutura ou o número de cromossomas. Afetam
porções de cromossomas, cromossomas completos ou até mesmo conjuntos de
cromossomas.
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3.1.1. Mutações génicas
Uma alteração ao nível dos genes deve-se à substituição de nucleótidos (como na anemia
falciforme ou na fenilcetonúria). Noutros casos, a molécula de DNA perde (deleção) ou ganha
(inserção) um nucleótido, alterando-se por completo a mensagem a partir do codão onde ocorreu a
mutação.
O efeito de uma mutação é imprevisível. Nuns casos pode ser benéfico se conduzir a uma
característica vantajosa. Noutros casos é prejudicial, alternado o funcionamento normal da célula e
conduzindo à sua morte.
Frequentemente, o seu efeito é neutro, dada a redundância do código genético, não provocando
modificações na sequência de aminoácidos da proteína (mutação silenciosa). O novo aminoácido
pode apresentar propriedades similares às do aminoácido substituído ou, ainda, a substituição
ocorrer numa zona da proteína não determinante para a sua função.
Mutações e descendência
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Em células somáticas – a mutação pode originar um clone de células mutantes idênticas
entre si, facilmente distinguíveis das restantes células, com possíveis efeitos na vida do
indivíduo, mas não afeta a sua descendência por não ser transmitida sexualmente, a não ser
em casos de reprodução assexuada.
Em células gaméticas – a mutação pode ser transmitida aos descendentes estando presente
em todas as suas células.
Podem ocorrer quer em autossomas quer em cromossomas sexuais e afetar porções maiores do
genoma, como partes de cromossomas, cromossomas completos ou mesmo conjuntos de
cromossomas. Desencadeiam um conjunto de sintomas causados pela dosagem anormal de genes,
globalmente designado por síndroma.
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Inversão – rotação de 180º de um segmento cromossómico em relação à posição normal,
com inversão da ordem dos genes, sem alteração da localização do cromossoma.
Translocação - transferência de material (porção ou cromossoma inteiro) de um
cromossoma para outro não homólogo (translocação simples) ou troca de segmentos entre
dois cromossomas não homólogos (translocação recíproca) – a mais comum. As
translocações podem alterar drasticamente o tamanho dos cromossomas, assim como a
posição do centrómero. Todos os genes estão presentes, modificando-se apenas a sua
posição relativa, o que traz dificuldades acrescidas, desde logo no emparelhamento dos
cromossomas durante a meiose.
Durante a meiose pode ocorrer quer uma não disjunção de cromossomas homólogos na divisão I,
quer uma não-disjunção de cromatídeos na divisão II. De ambos os casos resultam células com
excesso ou défice de cromossomas. A maior parte dos embriões que resultam de gâmetas com
anomalias cromossómicas numéricas abortam espontaneamente. Outros, contudo, sobrevivem.
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Euploidia – o cariótipo apresenta o número normal de cromossomas.
Aneuploidia – o cariótipo, num determinado par de homólogos, apresenta anomalias, por
excesso ou por defeito, no número de cromossomas.
Poliploidia – todo o conjunto de cromossomas fica duplicado.
Aneuploidias
Trissomia – o indivíduo apresenta não um par de homólogos mas três cromossomas (2n+1);
Monossomia – para um determinado par, o indivíduo possui apenas um cromossoma (2n-1);
Nulissomia – em casos muito raros pode não existir nenhum cromossoma de um
determinado par (2n-2).
A trissomia 21 ou síndroma de Down é uma das anomalias mais frequentes na espécie humana e
consiste na presença de uma cópia extra do cromossoma 21, um dos cromossomas mais pequenos, e
desencadeia características anormais em quase todas as áreas do corpo. São indivíduos de pequena
estatura, com uma boca pequena muitas vezes semiaberta e com uma forma dos olhos
característica. São muitos suscetíveis a infeções respiratórias e apresentam, muitas vezes,
malformações cardíacas e problemas cardiovasculares. Têm uma esperança média de vida inferior ao
normal, em média 17 anos. A incidência da síndrome aumenta significativamente com a idade de
procriar da mãe.
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A síndroma de Turner é a única monossomia viável na espécie humana. As mulheres que a
possuem têm estatura baixa, são desprovidas de caracteres sexuais secundários, os órgãos genitais
são infantis e os ovários não funcionam (1 em cada 2700 nascimentos). A síndroma de Klinefelter
origina homens altos com testículos pouco desenvolvidos mas com desenvolvimento normal do
pénis; geralmente estéreis, embora não sejam impotentes; e com fraca pilosidade e ausência de
barba, podendo apresentar ancas e seios desenvolvidos (1 em cada 700 nascimentos).
Poliploidia
Não disjunção dos cromossomas durante a mitose ou durante a meiose, surgindo, por
exemplo, indivíduos com quatro conjuntos de cromossomas e não com dois, como
habitualmente sucede.
Noutros casos a repartição dos cromossomas decorre habitualmente, não havendo, contudo,
citocinese (divisão do citoplasma), ficando a célula com o dobro do número de
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cromossomas. Os indivíduos com uma dosagem anormal de cromossomas não podem
cruzar-se com os restantes indivíduos diploides da sua espécie, exceto no caso das plantas
que reproduzem assexuadamente por autofecundação.
Efeitos da poliploidia
A poliploidia pode conduzir à formação de novas espécies. Estima-se que a maioria das
espécies de plantas atuais sejam poliploides (70% das angiospérmicas e 95% das
gimnospérmicas).
As espécies poliploides apresentam vários conjuntos cromossómicos das espécies de onde
provieram, apresentando vantagens adaptativas.
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3.1.3. As mutações e o desenvolvimento biotecnológico
Estima-se que a probabilidade de um gene humano sofrer uma mutação espontânea, dada a
existência de mecanismos enzimáticos de reparação do DNA. No DNA mitocondrial e em bactérias e
vírus não existem mecanismos de reparação pelo que a taxa de mutação é muito superior.
Oncogenes
Os proto-oncogenes são genes normais que estimulam a divisão celular, estando implicados na
regulação da proliferação e da diferenciação das células. Os oncogenes, por seu lado, são sequências
de DNA resultantes da alteração quantitativa ou qualitativa (mutação) de proto-oncogenes e que
podem conduzir à formação de um tumor - cancro.
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Genes supressores tumorais
Estes genes, tal como os proto-oncogenes estão envolvidos na divisão das células mas as
proteínas a que dão origem contrariam o estímulo proliferativo dos proto-oncogenes através de uma
ação inibidora. Quando estes genes sofrem um a mutação perdem a capacidade de realizar este
controlo e a divisão celular realiza-se de forma descontrolada originando um cancro.
Aparecimento do cancro
Todos os cancros são genéticos na medida em que resultam de alterações do DNA mas os cancros
hereditários são raros. Neste caso a alteração genética introduzida está presente em todas as células
do indivíduo e manifesta-se muito cedo.
A maioria dos cancros (cerca de 95%) são cancros esporádicos e surgem como resultado de
mutações somáticas que resultam da interação entre o genoma do indivíduo e o ambiente (vírus,
bactérias, hormonas, fumo do tabaco, radiações solares, poluição do ar, produtos químicos, etc.).
Consoante o cancro, varia a importância da componente genética em relação à ambiental.
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4. Engenharia genética
Em 1953 Watson e Crick apresentaram o modelo de dupla hélice para a molécula de DNA – duas
cadeias polinucleótidicas antiparalelas. Cada nucleótido é formado por uma base azotada, uma
pentose e um grupo fosfato. A ligação entre as cadeias de DNA é feita por complementaridade entre
as bases azotadas – a adenina emparelha com a timina, a citosina com a guanina. A molécula de RNA
é formada por uma única cadeia de nucleótidos e, em vez de timina, apresenta uracilo.
Para que a informação contida no DNA seja expressa terá de ser passada ao RNA, que forma por
complementaridade com o DNA, e traduzida sob a forma de proteínas.
Enzimas de restrição
Passou, então a ser possível abrir a molécula de DNA, extrair genes e transplantá-los para outras
células e “transformar” organismos noutros sem esperar milhões de anos. Se considerarmos, por
exemplo, o genoma humano com os seus 3 mil milhões de pares de bases que constituem os
cromossomas, tendo hélice dupla dezenas de milhão de pares de bases, podem levantar-se algumas
questões, tais como: “Como encontrar um determinado gene?” e “ Como separá-lo dos restantes?”.
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As enzimas de restrição fragmentam a hélice dupla do DNA por hidrólise em locais específicos, as
zonas de restrição. A especificidade é dada pela sequência de nucleótidos que a enzima reconhece,
fragmentando o DNA sempre que encontra essa sequência. Formam-se fragmentos menores de
DNA, em hélice dupla, mas com uma pequena extensão em cadeia simples em cada extremidade.
Os vírus invadem frequentemente as bactérias e afetam o seu DNA. Algumas bactérias possuem
um mecanismo de defesa contra os vírus que consiste na produção de enzimas de restrição
chamadas endonucleases de restrição.
A extremidades da molécula de DNA (porções terminais) são coesivas, podendo ligar-se, por
complementaridade a outro DNA com intervenção de outras enzimas que catalisam o processo –
ligases do DNA. Um exemplo de uma enzima de restrição é a Eco RI, que reconhece a sequência: 5’
GAATTC 3’.
Plasmídeo e vetores
Muitas bactérias possuem, para além da molécula de DNA principal, pequenas moléculas de DNA
em cadeia dupla – os plasmídeos. Geralmente, os genes dos plasmídeos não são essenciais à
sobrevivência da bactéria, podendo ser retirados. Podem replicar-se independentemente da
molécula de DNA principal, podendo fundir-se com ela em algumas situações.
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4.1.Técnica de Engenharia Genética
4.1.1. Técnica do DNA recombinante
Os plasmídeos das bactérias forma os primeiros vetores. Alguns plasmídeos são particularmente
interessantes porque, além de possuírem um único local que é reconhecido por uma determinada
enzima de restrição, possuem genes que lhes conferem resistência a um antibiótico. Isto permite
localizar as bactérias que têm o DNA recombinante. Basta cultivar essas bactérias num meio com
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esse antibiótico e procurar as bactérias que resistem. Estas têm certamente o plasmídeo
recombinante, porque todas as outras desapareceram com a aplicação do antibiótico.
Atualmente, utilizam-se outros vetores, como, por exemplo, vírus. Também as células hospedeiras
dos gene já não são só bactérias, mas podem ser outras células, como leveduras e outras células
eucarióticas. São hoje comuns as plantas e os animais em cujo genoma foram introduzidos genes que
determinam características vantajosas.
Um dos primeiros medicamentos feitos através de técnicas de DNA recombinante foi a insulina
humana. No passado, a insulina utilizada pelos diabéticos obtinha-se a partir do pâncreas de vacas ou
de porcos, mas esse procedimento colocava alguns problemas. Por um lado, era difícil de purificar e
como como não era exatamente igual à insulina humana, por vezes, havia fenómenos de rejeição.
A engenharia genética produz, hoje, insulina humana através da técnica do DNA recombinante. O
problema que se levanta é o de tentar compreender como se isolou o gene responsável pela
produção de insulina humana.
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O cDNA é obtido a partir do mRNA por complementaridade de bases. Esse mRNA, existente em
grande abundância nas células do pâncreas produtoras de insulina, já sofreu processamento (não
contém intrões).
A produção de cDNA é possível por ação da enzima transcriptase reversa. O mRNA funciona
como um molde para a síntese de uma cadeia de DNA, um processo inverso do que se passa
habitualmente na transcrição. Após a formação da primeira cadeia de cDNA, a DNA polimerase
forma a cadeia complementar, constituindo-se um molécula estável.
A comparação entre o cDNA (sem intrões) e o DNA original permite localizar as regiões
codificantes (exões) e as não codificantes (intrões) de um determinado gene.
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O cDNA facilita a produção de proteínas de seres eucariontes em bactérias uma vez que estas não
possuem mecanismos de processamento do mRNA, isto é, em presença de um DNA original
transcreveriam todo o gene, incluindo os intrões, obtendo-se proteínas diferentes das pretendidas.
Ao ser inserido um clone de cDNA garante-se a produção de proteína normal.
É uma das técnicas para clonar DNA de modo a obter grandes quantidades a partir de uma
pequena amostra, uma vez que uma questão que se levanta quando se pretende trabalhar com os
genes dos indivíduos é a da quantidade de DNA que é necessária para esse procedimento.
Uma dificuldade que se levantou nesta técnica foi a de conciliar um processo que decorre a
elevadas temperaturas com a fragilidade da enzima DNA polimerase. Recorreu-se aos
microrganismos, utilizando-se uma DNA polimerase (tac polimerase) extraída de bactérias que vivem
em ambientes muito quentes, pertencentes a um grupo de bactérias denominadas termófilas
aquáticas, resistentes facilmente a latas temperaturas.
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4.1.4. DNA fingerprint
Cada indivíduo possui o seu próprio DNA, que é único. No seio do DNA encontram-se zonas de
restrição – sequências repetitivas ao longo da molécula – cujo número, tamanho e localização são
variáveis de indivíduo para indivíduo.
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Submetido à ação de enzimas de restrição o DNA fragmenta-se em porções de diferentes
tamanhos e pesos moleculares. Estes pedaços de DNA, sujeitos a eletroforese, revelam um padrão
de fragmentos de restrição que é único para cada indivíduo, funcionando como um “código de
barras” genético.
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na pesquisa de ancestrais de determinado indivíduo. A origem do DNA utilizado pode ser o sangue
(apenas leucócitos), o cabelo, o sémen e qualquer tecido encontrado nos vestígios do crime.
Os OGM levantam reservas não só em termos de saúde humana mas, sobretudo, em termos de
perturbação ambiental. Não é seguro que os OGM, através da reprodução, não disseminem genes
manipulados alterando o equilíbrio das populações naturais.
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