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Biologia 12º Ano

Reprodução humana

Sistema reprodutor masculino

Sistema reprodutor feminino

Externato Marista de Lisboa


Externato Marista de Lisboa Biologia 12º Ano

No ser Humano, a reprodução é exclusivamente sexuada. O ciclo


biológico do Homem é diplonte, apresentando todas as estruturas,
excetuando os gâmetas, 2n cromossomas, ou seja, 23 pares de
cromossomas. Cada ser é diploide e os seus gâmetas são haploides.
 As gónadas são:
• Testículos (♂)
• Ovários (♀)
 O processo de formação de gâmetas denomina-se gametogénese:
• Espermatogénese (♂)
• Oogénese ou ovogénese (♀)
 As células germinativas chamam-se gónias:
• Espermatogénese – espermatogónias (♂)
• Oogénese – oogónias (♀)
 Os gâmetas são as células sexuais:
• Espermatozoides (♂)
• Óvulo (♀)
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Morfofisiologia do sistema reprodutor humano


 Homem

 Órgãos reprodutores externos:


 Escroto
 Pénis

 Órgãos reprodutores internos:


 Gónadas
– Produzem gâmetas e hormonas.
 Glândulas acessórias ou anexas
– Que secretam produtos essenciais para o movimento dos
gâmetas e sua sobrevivência.
 Vias genitais (ductos)
– Nas quais circulam os gâmetas e as secreções glandulares.
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 O pénis é constituído por três cilindros de tecido erétil – os corpos


cavernosos e corpo esponjoso – resultantes da modificação de veias e
capilares sanguíneos.

Na extremidade do pénis, situa-se a glande, rica em terminações


nervosas, que apresenta no seu vértice o orifício urogenital, no qual se abre a
uretra. A glande é recoberta por uma prega de pele, o prepúcio.

 Durante o ato sexual, os tecidos eréteis enchem-se de sangue


proveniente das artérias do pénis. O seu enchimento causa um aumento de
pressão que provoca o fecho das veias do pénis, permitindo, assim, a
ereção.

A ereção é essencial para a introdução do pénis na vagina, de forma a


depositar aí o sémen, líquido resultante da ejaculação.

Um dos cilindros eréteis (corpo esponjoso) rodeia a uretra, o que permite


mantê-la aberta para a saída do sémen.
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Junqueira e Carneiro, Histologia Básica


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 O escroto é uma prega externa da superfície corporal que permite


manter os testículos fora da cavidade abdominal. Este facto verifica-se pois,
na maioria dos mamíferos, incluindo o Homem, a produção de esperma não
ocorre, à temperatura corporal. A temperatura do escroto, é cerca de 2 ºC
mais baixa, que a do corpo, tornando-se ideal para a espermatogénese.
 As principais funções do sistema reprodutor masculino são a produção
de gâmetas e a sua deposição no interior do sistema reprodutor feminino –
uma vez que a nossa espécie apresenta fecundação interna.
 As glândulas acessórias ou anexas do sistema reprodutor masculino são
as vesículas seminais, a próstata e as glândulas de Cowper.
As duas vesículas seminais produzem um líquido alcalino, que contribui
com cerca de 60% do volume total de sémen e contém muco, frutose – o
principal nutriente que fornece energia aos espermatozoides –, enzimas e
hormonas. O líquido seminal é conduzido até à uretra através do canal
ejaculatório.
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A próstata é a maior glândula acessória e segrega o líquido prostático


com pH alcalino, diretamente para a uretra, que inclui vários produtos, entre
os quais citrato (nutriente para os espermatozoides) e enzimas
anticoagulantes.

A próstata permite também a passagem para a uretra de urina,


proveniente da bexiga urinária, controlando, assim a alternância de produtos
provenientes dos sistemas urinário e reprodutor.

As duas glândulas de Cowper ou bulbo-uretrais situam-se abaixo da


próstata. Antes da ejaculação, estas glândulas segregam para a uretra um
muco alcalino, neutralizando a acidez da urina que, eventualmente, possa aí
permanecer.
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Os testículos são constituídos por numerosos tubos seminíferos


enrolados, rodeados por várias camadas de tecido conjuntivo – a túnica
albugínea ou cápsula fibrosa – que dá origem a vários septos, dividindo os
testículos em vários lóbulos.

Cada lóbulo testicular contém dois ou três tubos seminíferos enovelados,


nos quais ocorre a produção de espermatozoides.

Os tubos seminíferos convergem para a zona posterior dos testículos


formando a rede testicular, de onde saem cerca de 15 canais que se vão ligar
ao epidídimo.

Histologicamente, é possível distinguir, no epitélio dos tubos seminíferos,


grandes células somáticas – as células de Sertoli –, que desempenham
funções importantes no processo da espermatogénese.
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Entre os tubos seminíferos, distinguem-se células intersticiais de grande


tamanho – as células de Leydig –, que produzem, a testosterona, responsável
pelo aparecimento dos caracteres sexuais secundários do homem.

Os epidídimos são compostos por um tubo muito enrolado, que comunica


com o respetivo canal deferente. É no epidídimo que os espermatozoides vão
amadurecendo, ganhando mobilidade e capacidade fecundativa.

Os canais deferentes partem do escroto e cada um deles une-se a um


canal da vesícula seminal, formando um curto canal ejaculatório. Estes canais
abrem-se para a uretra.
Durante a ejaculação o esperma passa através dos canais deferentes
graças à contração das paredes musculosas destes ductos.
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Espermatogénese

Compreende quatro etapas: multiplicação, crescimento, maturação e


diferenciação ou espermiogénese.

 Fase de multiplicação ou proliferação


As células germinativas que irão dar origem aos espermatozoides –
espermatogónias – estão localizadas na periferia dos tubos seminíferos.
Desde a puberdade, estas células entram em proliferação constante,
dividindo-se por mitoses sucessivas.

 Fase de crescimento
As espermatogónias aumentam de volume, devido à síntese e
acumulação de substâncias de reserva, originando os espermatócitos I.
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 Fase de maturação
Cada espermatócito I divide-se, por meiose. Da primeira divisão meiótica,
resultam dois espermatócitos II. Nos espermatócitos II, ocorre a segunda fase
da divisão meiótica, originando-se, assim, quatro espermatídeos.

 Fase de diferenciação ou espermiogénese


Os espermatídeos sofrem um processo de transformação em
espermatozoides. As transformações sofridas incluem perde de grande parte
do citoplasma, reorganização dos organitos citoplasmáticos e diferenciação
de um flagelo a partir dos centríolos.
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 Mulher
 Órgãos reprodutores externos:
 Vulva

 Órgãos reprodutores internos:


 Gónadas
– Produzem gâmetas.
 Vias genitais (ductos)
– Que conduzem os gâmetas e alojam o embrião.
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 A vulva é constituída pelo clítoris, pelos lábios (grandes e pequenos


lábios), pelo orifício genital e pelo orifício urinário.

Externamente, os lábios são pregas cutâneas que envolvem a vulva.


Existe um par de pregas maiores – os grandes lábios e duas mais pequenas –
os pequenos lábios. Os grandes lábios têm como função proteger os
restantes órgãos sexuais.
Os pequenos lábios delimitam uma região denominada vestíbulo, onde se
situam as aberturas vaginal e uretral (meato urinário), bem como a abertura
das glândulas de Bartholin, que segregam um muco destinado à lubrificação
do vestíbulo.
Na união anterior dos pequenos lábios, situa-se o clítoris. Este pequeno
órgão é homólogo do pénis do homem, sendo igualmente eréctil e com muitas
terminações nervosas, tendo um papel importante na estimulação sexual da
mulher.
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 O sistema reprodutor da mulher não é completamente fechado – os


ovários estão muito próximos dos ovidutos ou trompas de Falópio. Cada
trompa de Falópio constitui um canal, sendo a extremidade mais próxima do
ovário uma abertura em forma de funil franjado – o pavilhão da trompa. A
outra extremidade termina no útero.

No epitélio interior do pavilhão da trompa existem cílios vibráteis que


provocam um movimento de líquido da cavidade abdominal para a trompa,
facilitando, assim a recolha do gâmeta feminino para o interior do oviduto e a
sua condução, ao longo deste órgão, em direção ao útero.
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 O útero é um órgão musculoso e elástico, apresentando uma camada


interna – o endométrio – muito vascularizada. Tem a forma de uma pera
invertida, com cerca de 7 a 8 cm. A parte superior, mais dilatada, constitui o
corpo uterino. A parte inferior, mais estreita, forma o colo uterino, ou cérvix, e
contacta com a vagina.
É no útero que se acomoda o embrião (e mais tarde, o feto), durante a
gestação.

 A vagina é um canal musculoso, muito elástico, com um comprimento


que, embora variável, se situa, normalmente, entre os 6 e os 12 cm. A vagina
termina na vulva e serve como depósito de sémen, durante o ato sexual.
Também constitui o canal pelo qual se dá o nascimento.
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 As gónadas femininas são os ovários e encontram-se alojados na


cavidade abdominal, um de cada lado do útero e ligados a este por pregas de
tecido conjuntivo (mesentério). Os ovários têm a forma semelhante a uma
amêndoa, com cerca de 2 cm de largura por 4 cm de comprimento. No
entanto, o seu tamanho varia ao longo da vida, atingindo o volume máximo no
início da puberdade. Com o avançar da idade, os ovários tendem a diminuir e
na menopausa atingem cerca de um terço do seu volume inicial.

Os ovários encontram-se envolvidos por uma forte cápsula de tecido


epitelial – a albugínea do ovário, que envolve o parênquima ovárico. No
parênquima ovárico é possível distinguir duas camadas: o córtex, ou zona
cortical, que é uma camada externa de tecido conjuntivo, e a medula, ou zona
medular, composta por tecido muscular e tecido conjuntivo. A zona medular é
muito irrigada por vasos sanguíneos e possui muitas terminações nervosas.
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No córtex ovárico, é possível observar numerosas estruturas


arredondadas de diversos tamanhos – os folículos ováricos. Os folículos são
formados por uma célula germinativa, que irá dar origem ao gâmeta, rodeada
por uma ou mais camadas de células foliculares, que alimentam e protegem a
célula germinativa ao longo do seu amadurecimento.

A evolução folicular e a oogénese são fenómenos que ocorrem


simultaneamente e têm início durante o desenvolvimento embrionário da
mulher.
Os folículos são classificados de acordo com o seu desenvolvimento,
folículo primordial, folículo primário, folículo secundário, folículo terciário e
folículo maduro ou de Graaf.

A oogénese é acompanhada da maturação dos folículos ováricos e


compreende quatro etapas: multiplicação, crescimento, repouso e maturação.
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Foliculogénese

 folículo primordial
Constituído por uma célula germinativa rodeada por células foliculares
achatadas. Aos cinco meses, o feto feminino possui nos ovários vários
milhões destes folículos. No entanto, estes começam a degenerar nos meses
seguintes (atresia folicular), pelo que, na altura do nascimento, os ovários
possuem cerca de 400 mil folículos primordiais.

 folículo primário
A partir da puberdade e aproximadamente uma vez por mês, um folículo
primordial começa a crescer dentro de um dos ovários. O oócito I (profase I)
aumenta de volume e verifica-se uma proliferação das células foliculares, até
formarem uma camada contínua de células.
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 folículo secundário
Continua a verificar-se o crescimento do folículo primário, devido ao
contínuo aumento do oócito I e à proliferação das células foliculares, que
originam uma camada espessa – camada granulosa. Entre o oócito I e a
camada granulosa forma-se uma camada acelular, constituída apenas por
substâncias orgânicas – zona pelúcida. Surge, ainda, outra camada de células
a rodear o folículo – a teca.
 folículo terciário
A camada de células foliculares continua a aumentar e surgem cavidades
cheias de líquido.
 folículo maduro ou de Graaf
As cavidades existentes na camada granulosa continuam a aumentar de
tamanho até originar uma só cavidade cheia de líquido folicular – cavidade
folicular. O oócito I conclui a primeira divisão da meiose, dando origem ao
oócito II e ao primeiro glóbulo polar. O oócito II realiza a segunda divisão da
meiose até à metafase II.
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Oogénese

 Fase de multiplicação ou proliferação


Durante o desenvolvimento embrionário as oogónias multiplicam-se por
mitoses sucessivas.

 Fase de crescimento
Síntese de substâncias de reserva, as oogónias aumentam de volume,
originam-se as oócitos I ou de 1ª ordem, que se rodeiam de células
foliculares, originando os folículos primordiais. O oócito inicia a primeira
divisão meiótica, que se interrompe em profase I.

 Fase de repouso
Os primordiais permanecem inativos desde o nascimento até à
puberdade, é nesta fase que a maior parte dos folículos primordiais degenera.
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 Fase de maturação
Atingida a puberdade, alguns folículos primordiais começam a
desenvolver-se e com eles os oócitos I. A maturação do oócito I torna-se
evidente quando o folículo atinge a fase madura.
Ao se iniciar a fase de maturação o oócito I, que se encontra em profase
I, recomeça a primeira divisão da meiose, originando duas células haploides
desiguais (citocinese desigual), uma maior, o oócito II ou de 2ª ordem e outra
de menor tamanho, o 1º glóbulo polar.
Após a formação do folículo de Graaf e consequentemente a sua rutura,
ocorre a ovulação, isto é a libertação do oócito II (em metafase II da meiose)
para o pavilhão da trompa de Falópio.

Se não ocorrer a fecundação, o oócito II será eliminado. Caso um


espermatozoide penetre no oócito II, este conclui a segunda divisão da
meiose, originando novamente duas células desiguais, um óvulo maduro de
grande tamanho e um 2º glóbulo polar, que acabará por degenerar.

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