Você está na página 1de 17

Biologia

Professora Eunice Santos


Novembro de 2022

Observação de gónadas e gâmetas de coelho

Trabalho elaborado por:

Maria Colaço, n.º21, 12.ºC

Mariana Simões, n.º22, 12.ºC

Sara Soares, n.º17, 12.ºB

Venda do Pinheiro

2022/2023
Observação de gónadas e gâmetas de coelho

Índice

Resumo ........................................................................................................................................................... 2
Introdução ...................................................................................................................................................... 3
Material ............................................................................................................................................................ 6
Procedimento ................................................................................................................................................ 7
Resultados...................................................................................................................................................... 8
Discussão dos resultados........................................................................................................................ 13
Conclusão..................................................................................................................................................... 15
Bibliografia ................................................................................................................................................... 16

1
Observação de gónadas e gâmetas de coelho

Resumo

Este trabalho tem como principal objetivo a observação microscópica de preparações


definitivas de gónadas femininos e masculinos e a identificação das estruturas que os constituem,
bem como das células nas diferentes fases de desenvolvimento.

No laboratório foi possível identificar tanto os gâmetas femininos como os masculinos e as


estruturas que auxiliam o processo de maturação.

Os resultados obtidos foram ao encontro dos objetivos estabelecidos, tendo sido possível
pôr em prática os conhecimentos adquiridos em aula sobre a constituição e o funcionamento das
gónadas.

2
Observação de gónadas e gâmetas de coelho

Introdução

O desenvolvimento de novas gerações humanas é possível devido aos órgãos dos sistemas
reprodutores masculino e feminino. As gónadas, que pertencem a estes sistemas, são responsáveis
pela formação de gâmetas - gametogénese (e de hormonas no caso das gónadas masculinas).

A gametogénese é um processo de divisão e diferenciação de células da linha germinativa


(e) que leva à formação de gâmetas.

No sistema reprodutor feminino as gónadas são os ovários, onde ocorre a formação de


oócitos II (gâmetas femininos) - oogénese.

Os ovários são glândulas de forma ovoide, com cerca de 5% de comprimento, que


apresentam duas zonas de difícil limitação: a zona medular, mais interna, muito vascularizada e rica
em nervos e a zona cortical, periférica com inúmeros folículos ováricos em diferentes estádios de
desenvolvimento. Cada folículo ovárico é constituído por uma célula da linha germinativa, que se
encontra rodeada por uma ou mais camadas de células foliculares (que intervêm na nutrição e
proteção da célula germinativa).

A oogénese inicia-se no embrião com a formação de todas as oogónias (2n) que ficam
suspensas em prófase I até à puberdade. A partir desta até à menopausa a cada ciclo ovárico ocorre
a maturação de um oócito I (2n) e a degenereção de outros. Este processo é constituído por três
fases: Multiplicação, Crescimento (ocorrem no embrião) e Maturação (ocorre no início da
puberdade).

Na multiplicação ocorre a divisão por mitoses sucessivas das células germinativas (que
migram para cada um dos ovários do embrião), assim formando novas oogónias (células diplontes
(2n)). Esta fase ocorre nos primeiros meses do desenvolvimento embrionário formando-se alguns
milhões de oogónias (grande parte destas degenera, não se verificando nova produção). Em
seguida dá-se o crescimento, as oogónias, que não degeneraram, aumentam de tamanho devido
ao armazenamento de substâncias de reserva, formando assim oócitos I (2n) (células de maiores
dimensões que as oogónias). Os oócitos I iniciam a divisão meiótica, ficando esta estacionada em
prófase I até à puberdade. Por último ocorre a maturação onde a partir da puberdade a meiose
continua, desencadeando mensalmente um ciclo ovárico. Em cada ciclo ovárico só um oócito I (2n)
completa a primeira divisão da meiose, formando-se um oócito II (n) e um glóbulo polar (n) com
dimensões diferentes, uma vez que ocorre uma divisão desigual do citoplasma. O oócito II
apresenta maiores dimensões (englobando a maior parte do citoplasma) do que o glóbulo polar (n),

3
Observação de gónadas e gâmetas de coelho

que apresenta dimensões muito reduzidas. Apenas o oócito II continua a divisão, entrando na
segunda divisão da meiose que vai ser interrompida na metáfase II. Este oócito II, durante a
ovulação, é libertado na trompa de Falópio. Só no caso de ocorrer fecundação é que a segunda
divisão meiótica se completa formando um óvulo e o glóbulo polar degenera.

Em cada ciclo ovárico os folículos ováricos sofrem evoluções enquanto as células de linha
germinativa evoluem.

Primeiramente existem os folículos primordiais onde os oócitos I são rodeados por células
foliculares (granulosa), que se formam durante o desenvolvimento embrionário.

A partir da puberdade até à menopausa os oócitos I aumentam de volume e as células


foliculares proliferam, formando uma camada continua de células cuboides à volta de cada oócito I,
assim originando folículos primários.

Os oócitos I continuam a aumentar de volume e a camada de células foliculares que forma


a granulosa fica mais espessa. Entre o oócito e a granulosa é formada uma membrana pelúcida,
constituída por substâncias orgânicas, que previne a entrada de substâncias como drogas ou iões
que possam destruir o folículo. Posteriormente, surgem duas camadas, a teca externa (células
idênticas às do tecido ovárico) e a teca interna (células secretoras de esteroides). A granulosa
continua a proliferar e apresenta várias cavidades preenchidas por líquido. Os folículos passam
então a ser denominados de folículos secundários (ou em crescimento).

Em seguida são originados folículos maduros ou de Graaf. onde as cavidades existentes


entre a camada granulosa aumentam de tamanho dando origem à cavidade folicular. A zona
granulosa fica reduzida a uma fina camada celular a rodear a cavidade folicular e o oócito. Os
oócitos II iniciam a segunda divisão meiótica que fica bloqueada em metáfase II e assim estão
prontos a serem libertados do ovário para as trompas de Falópio.

Após a origem dos folículos de Graff. ocorre a ovulação, rompimento do folículo maduro e
libertação do oócito II para a trompa de Falópio. Se não ocorrer fecundação o oócito II é eliminado.
Por último, a seguir à ovulação, as células foliculares do folículo maduro ficam de um tom amarelo
intenso, assim passando a designar-se de corpo amarelo ou corpo lúteo, que têm função hormonal.
Se não ocorrer fecundação o corpo amarelo degenera.

No sistema reprodutor masculino as gónadas são os testículos, onde ocorre a formação


de espermatozoides (gâmeta masculino) - espermatogénese e a produção de hormonas.

Os testículos encontram-se divididos em 200 a 300 lóbulos testiculares, sendo que cada um

4
Observação de gónadas e gâmetas de coelho

possui 1 a 4 túbulos seminíferos (enrolados e inseridos num tecido rico em vasos sanguíneos). No
interior destes túbulos encontram-se células de Sertoli e células da linha germinativa em diferentes
fases de diferenciação. Nos espaços intersticiais, entre os túbulos seminíferos encontram-se células
de Leydig, linfa, vasos sanguíneos, fibras nervosas e tecido conjuntivo.

As células de Leydig ou células intersticiais são o local onde ocorre a produção de


testosterona (hormona masculina), responsável pela espermatogénese e pelos carateres sexuais
secundários.

A espermatogénese inicia-se na puberdade e é continua ao longo da vida do homem. Esta


é constituída por quatro fases: Multiplicação, Crescimento, Maturação e Diferenciação.

A multiplicação, onde ocorre a divisão das espermatogónias (células diploides (2n) da linha
germinativa localizadas na proximidade da parede exterior dos túbulos seminíferos) por mitoses
sucessivas. A cada duas espermatogónias formadas, uma volta a dividir-se por mitose e a outra
continua a espermatogénese. Em seguida ocorre o crescimento, que consiste num aumento de
volume da célula devido à síntese e acumulação de reservas nutritivas, assim designando-se as
células resultantes por espermatócitos I (2n). Após isto verifica-se a maturação, onde ocorre a
divisão de cada espermatócito I por meiose assim formando-se espermatócitos II (células haploides
(n)) resultantes da primeira divisão da meiose e espermatídeos (n) resultantes da segunda divisão
da meiose. Por último ocorre a diferenciação onde os espermatídeos convertem-se em células
especializadas, os espermatozoides flagelados com achatamento do núcleo, eliminação do
citoplasma e rearranjo dos organitos - espermiogénese.

Na fase final da diferenciação, os espermatozoides são libertados para o lúmen dos túbulos
seminíferos. Daí passam para os epidídimos, onde ocorre a síntese de nutrientes, hormonas e
enzimas que ajudam na maturação dos espermatozoides. Os espermatozoides que chegaram aos
epidídimos vão ser armazenados nestes, apresentando reduzida mobilidade.

Esta atividade tem como objetivo observar cortes histológicos de gónadas masculinas e
femininas de coelhos com o auxílio do microscópio ótico composto (M.O.C.) e identificar as
estruturas que os constituem e os respetivos gâmetas nas suas diferentes fases de
desenvolvimento.

5
Observação de gónadas e gâmetas de coelho

Material

• Bata;
• Microscópio Ótico Composto (M.O.C);
• Preparações definitivas de cortes histológicos de testículos de coelho e de ovários de coelha;
• Telemóvel;
• Manual;
• Caderno diário;

6
Observação de gónadas e gâmetas de coelho

Procedimento

1. Vestir as batas;
2. Ligar o microscópio à tomada;
3. Colocar a lâmina com a preparação definitiva de um corte histológico de ovários de coelha no
M.O.C;
4. Ligar fonte de iluminação;
5. Focar imagem observada com a objetiva com ampliação total x4 com o auxílio dos parafusos
macrométrico e micrométrico;
6. Registar e fotografar com o auxílio do telemóvel;
7. Repetir procedimentos e 5 e 6 com as objetivas de ampliação total x10 e x40;
8. Colocar na objetiva de menor ampliação (x4) e descer a platina;
9. Substituir a preparação definitiva de um corte histológico de ovários de coelha por uma
preparação definitiva de testículos de coelho;
10. Repetir os procedimentos 5-8;
11. Arrumar o material (retirar a preparação, descer a platina, colocar na objetiva de menor
ampliação e desligar a fonte de iluminação).

7
Observação de gónadas e gâmetas de coelho

Resultados

Zona cortical

Zona medular

Figura 1 - Ovário de coelha (objetiva x4)

Zona medular
Zona cortical

Folículos em crescimento ou Folículos secundários

Figura 2 - Ovário de coelha (objetiva x10)

8
Observação de gónadas e gâmetas de coelho

Tecido conjuntivo do ovário

Oócito I

Folículos primordiais

Células foliculares achatadas

Figura 3 - Folículos primordiais (objetiva x40)

Oócito I

Células foliculares

Folículos primários

Figura 4 - Folículos primários (objetiva x40)

9
Observação de gónadas e gâmetas de coelho

Teca

Folículo em crescimento

Zona pelúcida

Oócito I

Células foliculares

Figura 5 - Folículo em crescimento ou Folículo


secundário (objetiva x40)

Teca

Cavidade folicular

Granulosa

Oócito I

Zona pelúcida

Figura 6 - Folículo em crescimento ou Folículo


secundário (objetiva x40)

10
Observação de gónadas e gâmetas de coelho

Cavidade folicular

Oócito I

Folículo de Graaf

Figura 7 – Folículo de Graaf (objetiva x4)

Figura 8 – Corpo amarelo ou corpo lúteo (objetiva


x40)

11
Observação de gónadas e gâmetas de coelho

Células de Leydig

Túbulo seminífero

Figura 9 - Corte transversal de túbulos seminíferos


(objetiva x10)

Espermatogónias
s
Espermatozoides

Lúmen

Células de Sertoli

Figura 10 - Corte transversal de túbulos seminíferos


(objetiva x40)

12
Observação de gónadas e gâmetas de coelho

Discussão dos resultados

Os resultados que foram obtidos foram de encontro ao que era esperado, tanto na
observação da preparação definitiva do ovário da coelha, como na observação da preparação do
testículo do coelho.

As figuras 1 a 8 mostram-nos o corte histológico do ovário.

Logo na fig. 1 (objetiva x4, ampliação total: 4*10= 40x), conseguimos observar tanto a zona
medular como a zona cortical características do gónada feminino.

Quando passamos para a análise da fig. 2 (objetiva x10, ampliação total: 10*10= 100x), nesta
é possível observar, novamente, de forma mais clara a zona medular e a zona cortical, e os folículos
secundários.

Já na análise da fig. 3 (objetiva x40, ampliação total: 40*10= 400x), o que nos é permitido
observar é o oócito I, o tecido conjuntivo do ovário, alguns folículos primordiais, e as células que os
caracterizam (células foliculares achatadas).

Passando para a análise da fig. 4 (objetiva x40, ampliação total: 40*10= 400x), conseguimos
verificar que o folículo já se encontra num estado mais avançado do seu desenvolvimento (folículo
primário), mantendo-se possível a visualização das células foliculares, e do oócito I.

Na fig. 5 (objetiva x40, ampliação total: 40*10= 400x), verificamos o folículo em fase de
crescimento, pelo que se consegue observar a teca e a zona pelúcida, características do oócito I,
que também é possível observar.

É de realçar que na fig. 6 (objetiva x40, ampliação total: 40*10= 400x), observa-se o oócito
I, a granulosa, a cavidade folicular, a teca, e a zona pelúcida.

Para além disso, na fig. 7 (objetiva x4, ampliação total: 4*10= 40x), é-nos possível observar
o folículo de Graaf, a cavidade folicular que o constituí e o oócito I.

Para finalizar a análise da preparação definitiva do ovário da coelha é possível observar o


corpo amarelo já totalmente desenvolvido na fig. 8 (objetiva x40 ampliação total: 4*10= 40x), é de
realçar que esta imagem foi-nos cedida pelo um outro grupo (o grupo do Eduardo Redondo, do
Mateus Queiroz, do Pedro Gonçalves, e do Tiago Mota), visto que a nossa preparação não continha
esta estrutura.

No que diz respeito a observação do gâmeta e das gónadas masculinas, através da


observação da preparação definitiva do corte histológico do testículo de um coelho, as figuras 9 e
10 permitem-nos observar túbulos seminíferos e células de Leydig (fig. 9 - objetiva x10, ampliação
13
Observação de gónadas e gâmetas de coelho

total 10*10= 100), espermatozoides (embora não seja muito visível na nossa preparação), cuja as
caudas se encontram no lúmen, células de Sertoli, e espermatogónias (fig. 10 - objetiva x40,
ampliação total 40*10= 400).

Contudo, é necessário realçar que em nenhum dos casos foi possível observar as
preparações através da objetiva x100, uma vez que não conseguimos fazer a focagem correta da
preparação, dada que a lente desta objetiva se encontrava danificada. Para alem disso, é de realçar
que a objetiva que foi usada foi a x10.

14
Observação de gónadas e gâmetas de coelho

Conclusão

Através deste trabalho conseguimos compreender de forma mais clara os conteúdos


lecionados em aula no que diz respeito às gametas e às gónadas femininas e masculinas,
esclarecer possíveis dúvidas sobre o Tema abordado, e também nos foi possível aperfeiçoar um
manuseio do M.O.C.

Posto isto, conclui-se que o objetivo do trabalho foi maioritariamente cumprido.

15
Observação de gónadas e gâmetas de coelho

Bibliografia

Caderno diário
TERRA, UNIVERSO DE VIDA 12 (manual)
https://pt.m.wikipedia.org/wiki/Oog%C3%AAnese
https://pt.m.wikipedia.org/wiki/Espermatog%C3%AAnese
https://www.biologianet.com/anatomia-fisiologia-animal/espermatogenese.htm
https://classroom.google.com/u/1/c/Mzg5NDE3NzE1NjU2/m/MzQ1OTA0MjAwODQz/details
https://professor.ufrgs.br/simonemarcuzzo/files/sistema_reprodutor_masculino_0.pdf

16

Você também pode gostar