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ALUNA: MARIA RITA DE SALES

FACILITADORA: URSULA GALVÃO

NOVA SÍNTESE
SP 3.2 – MOTOR ENVENENADO

PALAVRAS DESCONHECIDAS:
 Estatinas:
De acordo com o livro de Lehninger, uma classe de fármacos, denominados estatinas,
alguns deles isolados de fontes naturais e alguns sintetizados industrialmente, é usada
para tratar pacientes com colesterol sérico elevado, em função de hipercolesterolemia
familiar e de outras condições. As estatinas assemelham-se ao mevalonato e são
inibidores competitivos da HMG-CoA-redutase. Uma abordagem alternativa para o
controle dos níveis séricos de colesterol é a ativação de RHX, que tem o efeito geral de
reduzir a absorção de colesterol e promover sua excreção. Esse é o modo de ação de um
fármaco chamado ezetimiba. Uma vez que a ativação do RHX também ativa SREBP1C,
causando aumento na produção hepática de ácidos graxos e triacilgliceróis, novas
classes de fármacos que atinjam apenas os RHX intestinais estão sendo desenvolvidas.
As estatinas inibem a HMG-CoA-redutase, em parte por mimetizarem a estrutura do
mevalonato, e, assim, inibem a síntese do colesterol. O tratamento com lovastatina
diminui o colesterol sérico em até 30% em pessoas com hipercolesterolemia resultante
de uma cópia defeituosa do gene para o receptor de LDL. Quando combinado com uma
resina que pode ser ingerida e que liga ácidos biliares e previne sua absorção pelo
intestino, o fármaco é ainda mais efetivo.
As estatinas são, atualmente, os fármacos mais amplamente utilizados para a redução do
nível do colesterol sérico. Os efeitos colaterais são sempre uma preocupação quando se
utilizam fármacos, porém, no caso das estatinas, muitos dos efeitos colaterais são
positivos. Esses fármacos podem melhorar o fluxo sanguíneo, aumentar a estabilidade
das placas ateroscleróticas (de modo que elas não rompem, obstruindo o fluxo
sanguíneo), reduzir a agregação plaquetária e inibir a inflamação vascular. Em pacientes
usando estatinas pela primeira vez, alguns desses efeitos ocorrem antes de se observar
uma redução nos níveis de colesterol e podem estar relacionados a uma inibição
secundária da síntese de isoprenoides. No entanto, nem todos os efeitos das estatinas são
positivos.
 Dislipidemia:
De acordo com a Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia, a dislipidemia
é caracterizada pela presença de níveis elevados de lipídios (gorduras) no sangue.
Quando estes níveis ficam elevados, é possível que placas de gordura se formem e se
acumulem nas artérias, o que pode levar à obstrução parcial ou total do fluxo sanguíneo
que chega ao coração e ao cérebro. As dislipidemias podem ser manifestadas pelos
seguintes fatores:
- Níveis elevados de colesterol LDL (colesterol ruim).
- Níveis baixos de colesterol HDL (colesterol bom).
- Níveis elevados de triglicérides.
Colesterol e triglicérides estão incluídos nessas gor3duras, que são importantes para
que o corpo funcione. No entanto, quando em excesso, colocam as pessoas em alto risco
de infarto e derrame. Algumas formas de dislipidemia também podem predispor à
pancreatite aguda. Existem 2 tipos de dislipidemias, as primárias e as secundárias.
As primárias são de causa genética.
As secundárias podem ser decorrentes de outras doenças – o diabetes descompensado,
por exemplo – e também podem ser originadas pelo uso de medicações, diuréticos,
betabloqueadores e corticoides. Situações como o alcoolismo e uso de altas doses de
anabolizantes também podem alterar o perfil lipídico.

A obesidade tem influência significativa no metabolismo lipídico e deve ser encarada


como importante fator na sua interpretação e tratamento.

Pessoas com diabetes tipo 2 têm maior prevalência de alterações do metabolismo dos
lipídios. Assim, o tratamento da dislipidemia nesses pacientes pode e deve ser mais
agressivo, a fim de reduzir a incidência de eventos coronários fatais.

Uma dieta hipocalórica, pobre em ácidos graxos saturados e colesterol, é fundamental


para o tratamento da dislipidemia. A atividade física moderada, realizada durante 30
minutos, pelo menos quatro vezes por semana, auxilia na perda de peso e na redução
dos níveis de colesterol e triglicérides. Mesmo assim, ainda pode ser necessária a
administração de medicamentos. A única forma segura de identificar as dislipidemias é
por meio de exames de sangue periódicos. Estilo de vida saudável pode prevenir
dislipidemias
Os fatores genéticos não podem ser controlados, mas, adotar hábitos saudáveis é
essencial para conseguir prevenir níveis altos do colesterol ruim e das triglicérides.
Modos de prevenir esta doença:
- Reduzir o consumo de alimentos de origem animal, como carnes e queijos amarelos.
- Evitar alimentos açucarados ou açúcar refinado.
- Comer cereais integrais, vegetais, frutas e alimentos com fibras regularmente.
- Evitar frituras.
- Evitar pratos prontos congelados.
- Praticar exercícios físicos regularmente.
- Evitar consumo de bebidas alcoólicas.
- Não fumar.
 A Ecografia de Carótidas:
De acordo com o artigo “Aplicabilidade da ecografia de artérias carótidas”, de Pablo
Pierezan Camargo, MatteoBaldisserotto e Elton Torres, o Ecodoppler de Carótidas,
também chamado de ultrassonografia das carótidas, é um exame que identifica se o
paciente possui estenose carótida, ou seja, o acúmulo de placas de gorduras nas artérias
carótidas que levam sangue ao cérebro. Esse processo de acúmulo de gorduras nas
artérias carótidas é chamado de aterosclerose.
Se as artérias carótidas ficam obstruídas por placas, tornam-se rígidas e estreitas,
dificultando a passagem do sangue, oxigênio e nutrientes para as estruturas cerebrais. O
exame utiliza ondas de ultrassom para avaliar o fluxo de sangue e a estrutura dos vasos
sanguíneos (veias e artérias), ele evidencia o espessamento da artéria carótida e o seu
resultado costuma ser usado como referência da doença vascular. Este tipo de exame
está recomendado para avaliar o risco de AVC em pacientes com:

- Hipertensão arterial.

- Diabetes.

- Colesterol alto.

- Histórico familiar de AVC ou doença cardíaca.

- Doença coronária.

 Espessamento da íntima:
De acordo com o artigo “Espessamento médio-intimal da carótida e função endotelial na
doença arterial coronariana”, da Scielo, - Revista Brasileira de Cardiologia, o
espessamento médio-intimal (EMI) da carótida é uma alteração vascular precoce, que
precede a formação da placa. Entretanto, a correlação entre estes parâmetros na doença
arterial coronariana não está definida. A doença arterial coronariana persiste como a
principal causa de óbito em todo o mundo. Sabe-se, hoje, que o endotélio tem
participação central na patogênese da aterosclerose, deflagrando uma resposta
inflamatória que é a responsável pela formação e instabilização da placa aterosclerótica,
com influência direta no curso clínico desta e de outras doenças cardiovasculares, como
hipertensão arterial e insuficiência cardíaca.
O espessamento médio-intimal vascular corresponde a um estágio inicial da
aterosclerose, precedendo a formação da placa. A ultrassonografia da artéria carótida
permite facilmente essa medida, e a presença e a gravidade do espessamento médio-
intimal carotídeo têm sido correlacionadas à aterosclerose coronariana.

Embora a presença de disfunção endotelial e o espessamento médio-intimal da carótida


tenham valor prognóstico bem demonstrado como preditores independentes de eventos
cardiovasculares futuros (infarto agudo do miocárdio, acidente vascular cerebral e
óbito), o valor desses métodos como indicadores de possível doença arterial coronariana
não está definido e seu emprego clínico permanece incerto.

 Evolução da placa ateromatosa, na bifurcação da carótida esquerda:


De acordo com o editorial “Doença aterosclerótica carotídea”, da Scielo, as artérias
carótidas são a principal fonte de fluxo sanguíneo para o cérebro e se localizam em
ambos os lados do pescoço. A doença carotídea aterosclerótica, ou estenose de carótida,
acontece quando há um estreitamento ou obstrução do fluxo sanguíneo nas artérias
carótidas por placas de ateroma, que são formadas por algumas substâncias, como
gordura e cálcio. Esse fenômeno é conhecido como aterosclerose. Pequenos fragmentos
de gordura ou um coágulo podem se soltar das placas de ateroma e causar um acidente
vascular cerebral isquêmico (AVCI) ou derrame. A obstrução das artérias carótidas é
responsável por aproximadamente 15% dos casos de acidente vascular cerebral
isquêmico (AVCI). Fatores de risco: Idade avançada; Diabetes; Fumo; Hipertensão;
Colesterol elevado; Obesidade; Sedentarismo; História familiar de aterosclerose.
A estenose carotídea é considerada um importante marcador de risco cardiovascular e
óbito de causa cardíaca, a tal ponto que os portadores de estenose carotídea progressiva
têm maior risco iminente de desenvolver IAM do que futuros eventos cerebrais
isquêmicos.
 Aterosclerose:
De acordo com o livro de Lehninger, aterosclerose é uma doença do sistema circulatório
em que os vasos sanguíneos são ocluídos por placas ricas em colesterol, é o acúmulo
patológico de colesterol, obstruindo os vasos sanguíneos. A falência cardíaca, devido à
oclusão das artérias coronárias, é uma das principais causas de morte nas sociedades
industrializadas. A aterosclerose está relacionada a altos níveis de colesterol no sangue e
particularmente a altos níveis de colesterol LDL (“mau colesterol”). Com isso, existe
uma correlação negativa entre o nível de HDL (“bom colesterol”) e a doença arterial. A
formação de placa nos vasos sanguíneos é iniciada quando a LDL, contendo grupos
acil-graxo, parcialmente oxidados, adere e se acumula na matriz extracelular das células
epiteliais que revestem as artérias. As células do sistema imune (monócitos) são atraídas
para a região onde há acúmulo de LDL, e elas se diferenciam em macrófagos, que
captam o LDL oxidado e o colesterol que eles contêm. Os macrófagos não limitam sua
captação de esteróis, e, com o aumento do acúmulo de ésteres de colesterila e colesterol
livre, os macrófagos tornam-se células espumosas. Com o acúmulo de colesterol livre
nas células espumosas e em suas membranas, elas sofrem apoptose. Ao longo do tempo,
as artérias tornam-se, progressivamente, ocluídas, já que as placas, consistindo em
material da matriz extracelular, tecido cicatricial formado por tecido muscular liso e
restos de células espumosas, se tornam maiores. De modo ocasional, uma placa se solta
do local de sua formação e é transportada pelo sangue para uma região mais estreita de
uma artéria no encéfalo ou no coração, causando o acidente vascular cerebral ou infarto
do miocárdio.
 Sinvastatina:
De acordo com o artigo “ANÁLISE TÉRMICA APLICADA À CARACTERIZAÇÃO DA SINVASTATINA
EM FORMULAÇÕES FARMACÊUTICAS”, da Scielo, - Revista Química Nova, sinvastatina é
um fármaco pertencente do grupo das estatinas, que atua inibindo a hidroximetilglutaril
- coenzima A redutase. Indicada para o tratamento de dislipidemias, tendo como
objetivo a redução dos níveis de colesterol LDL e triglicerídeos e aumento do colesterol
HDL no sangue. Sinvastatina é indicada para reduzir os riscos à saúde, decorrentes das
doenças cardiovasculares. Esse fármaco pode reduzir o risco de infarto do miocárdio ou
de derrame, pode melhorar o fluxo sanguíneo nas pernas e nos órgãos essenciais, pode
reduzir a necessidade de hospitalização por dor no peito (conhecida como angina).
A sinvastatina é um antilipêmico amplamente consumido no Brasil, e está incluída na
Relação Nacional de Medicamentos Essenciais para o tratamento de cardiopatia
isquêmica e de hipercolesterolemia, apresenta baixa solubilidade em meio aquoso e alta
permeabilidade. No sistema de classificação biofarmacêutica é uma droga de classe II.
Para fármacos da classe II, baixa solubilidade e alta permeabilidade, a dissolução é o
passo limitante da velocidade de absorção e uma correlação in vivo - in vitro (CIVIV)
pode ser esperada. O fármaco e as formulações farmacêuticas foram submetidos a
análises químicas com o objetivo de se avaliar as características térmicas, a
compatibilidade das formulações farmacêuticas e identificar produtos de degradação e
formas polimórficas.

PENDÊNCIAS:
1. Diferenciar carboidratos simples de complexos:
Os carboidratos simples têm alto índice glicêmico, são digeridos rapidamente pelo
organismo, os carboidratos são rapidamente absorvidos, gerando um pico de glicemia e,
em seguida, de insulina no organismo. Os altos níveis de insulina indicam ao corpo esse
excesso de carboidrato e fazem com que eles sejam retirados da circulação e
armazenados na forma de gordura, o que favorece o ganho de peso e atrapalha a forma
física. Alimentos com carboidratos simples: açúcar, mel, refrigerantes, sorvetes, doces
de uma forma geral, chocolates, farinha refinada.
Os carboidratos complexos são de baixo índice glicêmico, são alimentos ricos em
nutrientes e fibras, o que torna mais lentas a digestão e absorção da glicose, ou seja, não
transformam em excesso de gordura em nosso corpo.
Alimentos com carboidratos complexos: alimentos integrais, sementes, batata doce,
inhame, macaxeira, aveia.

Para o emagrecimento, é indicado fazer um cardápio equilibrado e exercícios físicos. Os


carboidratos do tipo complexos, pois, saciarão melhor o organismo, além de serem
fontes de vitaminas e fibras.
OBJETIVOS:
1. Conceituar lipídios, seus tipos e funções:
De acordo com o livro de Lehninger, os lipídeos biológicos são um grupo de compostos
quimicamente diversos, definidos por uma característica em comum: a insolubilidade
em água e a alta solubilidade em solventes orgânicos. Têm funções de reserva de
energia e combustível celular (Membranas celulares - fosfolipídios e glicolipídios),
isolamento e proteção de órgãos, impermeabilizante (ceras), isolante térmico, hormonal
(esteróides), anti-oxidante (Vitaminas A e E) e digestiva (sais biliares). Gorduras e óleos
são as principais formas de armazenamento de energia, em muitos organismos. Os
fosfolipídeos e os esteróis são os principais elementos estruturais das membranas
biológicas. Outros lipídeos, embora presentes em quantidades relativamente pequenas,
desempenham papéis cruciais como cofatores enzimáticos, transportadores de elétrons,
pigmentos fotossensíveis, âncoras hidrofóbicas para proteínas, chaperonas para auxiliar
no enovelamento de proteínas de membrana, agentes emulsificantes no trato digestório,
hormônios e mensageiros intracelulares.
Os lipídios são construídos a partir do ácido graxo. Suas variações ocorrem em função
do tipo de álcool. Assim, eles são ser classificados em glicerídeos, fosfolipídios,
esterídeos e cerídeos.

Os lipídios mais simples são os triglicerídeos. Eles são compostos por três
ácidos graxos, unidos com ligações éster ao glicerol. Os ácidos graxos são
estruturas que armazenam energia, também chamada de gordura de reserva, e
são eficientes para o isolamento térmico. Ácidos graxos também formam lipídios
estruturais.

Os fosfolipídios resultam da união de lipídios com fosfato. Eles estão presentes
na estrutura das membranas celulares.

Os esterídeos são grupos mais complexos de lipídios. Possuem quatro anéis e
estrutura química contendo um ciclo-pentano-fenantreno e um núcleo cíclico,
como o colesterol. Além do colesterol, alguns hormônios pertencem à classe de
lipídios, como a progesterona e a testosterona. Existem, também, lipídios com
pigmento, os carotenoides.

Os cerídeos, por sua vez, têm função protetora e impermeabilizante. É o caso
do cerume, popularmente conhecido como cera de ouvido, produzido pelas
glândulas sebáceas para proteção do canal auditivo. Também estão presentes na
superfície das folhas, no corpo de alguns insetos e na cera produzida pelas
abelhas.
CLASSIFICAÇÃO DE LEHNINGER
Lipídeos de armazenamento: As gorduras e os óleos são utilizados, de modo quase
universal, como formas de armazenamento de energia nos organismos vivos e são
derivados de ácidos graxos. Os ácidos graxos são derivados de hidrocarbonetos, com
estado de oxidação quase tão baixo quanto os hidrocarbonetos nos combustíveis fósseis.
A oxidação celular de ácidos graxos (a CO2 e H2O), assim como a combustão
controlada e rápida de combustíveis fósseis em motores de combustão interna, é
altamente exergônica.
Os lipídeos mais simples, construídos a partir de ácidos graxos, são os triacilgliceróis,
também chamados de triglicerídeos, gorduras ou gorduras neutras. Os triacilgliceróis
são compostos por três ácidos graxos, cada um em ligação éster com uma única
molécula de glicerol. Aqueles que contêm o mesmo tipo de ácido graxo em todas as três
posições são chamados de triacilgliceróis simples, e sua nomenclatura é derivada do
ácido graxo que contêm. Os triacilgliceróis simples de 16:0, 18:0 e 18:1, por exemplo,
são tripalmitina, triestearina e trioleína, respectivamente.
Como as hidroxilas polares do glicerol e os carboxila-tos polares dos ácidos graxos
estão em ligações éster, os triacilgliceróis são moléculas apolares, hidrofóbicas,
essencialmente insolúveis em água. Os lipídeos têm densidades específicas mais baixas
do que a água, o que explica por que as misturas de óleo e água têm duas fases: o óleo,
com densidade específica mais baixa, flutua sobre a fase aquosa.
Os triacilgliceróis armazenam energia e proporcionam isolamento térmico. Na maioria
das células eucarióticas, os triacilgliceróis formam uma fase separada de gotículas
microscópicas de óleo no citosol aquoso, servindo como depósitos de combustível
metabólico. Em vertebrados, células especializadas, chamadas de adipócitos (células do
tecido adiposo), armazenam grandes quantidades de triacilgliceróis em gotículas de
gordura que quase preenchem a célula. Os triacilgliceróis também são armazenados
como óleos nas sementes de vários tipos de plantas, fornecendo energia e precursores
biossintéticos durante a germinação da semente. Os adipócitos e as sementes em
germinação contêm lipases, enzimas que catalisam a hidrólise dos triacilgliceróis
armazenados, liberando ácidos graxos para serem transportados para os locais onde são
necessários como combustível. Em alguns animais, os triacilgliceróis armazenados sob
a pele, servem tanto de estoques de energia, quanto de isolamento contra baixas
temperaturas. Focas, morsas, pinguins e outros animais polares de sangue quente
apresentam sua superfície amplamente coberta por triacilgliceróis. Em animais
hibernantes, como os ursos, as enormes reservas de energia acumuladas antes da
hibernação servem para dois propósitos: isolamento térmico e reserva de energia.
Lipídeos estruturais em membranas: A característica central na arquitetura das
membranas biológicas é uma dupla camada de lipídeos que atua como barreira à
passagem de moléculas polares e íons. Os lipídeos de membrana são anfipáticos (uma
extremidade da molécula é hidrofóbica e a outra é hidrofílica). Suas interações
hidrofóbicas entre si e suas interações hidrofílicas com a água direcionam o seu
empacotamento em lâminas, chamadas de bicamadas da membrana. Esta seção descreve
cinco tipos gerais de lipídeos de membrana: - Glicerofosfolipídeos, nos quais as regiões
hidrofóbicas são compostas por dois ácidos graxos ligados ao glicerol. - Galactolipídeos
e sulfolipídeos, que também contêm dois ácidos graxos esterificados ao glicerol, mas
não apresentam os fosfatos característicos dos fosfolipídeos. - Lipídeos tetraéter em
arqueia, nos quais duas cadeias muito longas de alquilas estão unidas por ligação éter ao
glicerol, em ambas as extremidades. - Esfingolipídeos, nos quais um único ácido graxo
está ligado a uma amina graxa, a esfingosina. - E esteróis, compostos caracterizados por
um sistema rígido de quatro anéis hidrocarbonados fusionados. As porções hidrofílicas
nesses compostos anfipáticos podem ser tão simples quanto um único grupo OH em
uma extremidade do sistema de anéis do esterol, ou podem ser bem mais complexas.
Nos glicerofosfolipídeos e alguns esfingolipídeos, a cabeça polar está unida à porção
hidrofóbica por uma ligação fosfodiéster, estes são os fosfolipídeos. Outros
esfingolipídeos não apresentam fosfato, mas têm um açúcar simples ou um
oligossacarídeo complexo em suas extremidades polares, estes são os glicolipídeos.

2. Entender como funciona a digestão, absorção e transporte dos lipídios no


organismo:
De acordo com o livro de Lehninger, as células podem obter ácidos graxos combustíveis
de quatro fontes: gorduras consumidas na dieta, gorduras armazenadas nas células como
gotículas de lipídeos, gorduras sintetizadas em um órgão para exportação a outro e
gorduras obtidas por autofagia (a degradação das próprias organelas celulares). Algumas
espécies utilizam as quatro fontes sob várias circunstâncias, outras utilizam uma ou duas
delas. Os vertebrados, por exemplo, obtêm gorduras na dieta, mobilizam gorduras
armazenadas em tecidos especializados (tecido adiposo, consistindo em células
chamadas de adipócitos) e, no fígado, convertem o excesso dos carboidratos da dieta em
gordura, para a exportação a outros tecidos. Na falta de nutrientes, eles também podem
reciclar lipídeos por autofagia. Em média, 40% ou mais das necessidades energéticas
diárias das pessoas que vivem em países altamente industrializados são supridos pelos
triacilgliceróis da dieta. Os triacilgliceróis fornecem mais da metade das necessidades
energéticas de alguns órgãos, particularmente o fígado, o coração e a musculatura
esquelética em repouso. Os triacilgliceróis armazenados são praticamente a única fonte
de energia dos animais hibernantes e das aves migratórias. Os protistas obtêm gorduras
consumindo organismos mais abaixo na cadeia alimentar e alguns também armazenam
gorduras como gotículas citosólicas de lipídeos.
As gorduras da dieta são absorvidas no intestino delgado. Nos vertebrados, antes que os
triacilgliceróis possam ser absorvidos através da parede intestinal, eles precisam ser
convertidos de partículas de gordura macroscópicas, insolúveis em micelas
microscópicas finamente dispersas. Essa solubilização é realizada pelos sais biliares,
como o ácido taurocólico, que são sintetizados a partir do colesterol no fígado,
armazenados na vesícula biliar e liberados no intestino delgado após a ingestão de uma
refeição gordurosa. Os sais biliares são compostos anfipáticos que atuam como
detergentes biológicos, convertendo as gorduras da dieta em micelas mistas de sais
biliares e triacilgliceróis. A formação de micelas aumenta muito a fração de moléculas
de lipídeos acessíveis à ação das lipases hidrossolúveis no intestino, e a ação das lipases
converte os triacilgliceróis em monoacilgliceróis e diacilgliceróis, ácidos graxos livres e
glicerol. Esses produtos da ação de lipases e difundem para dentro das células epiteliais
que revestem a superfície intestinal (a mucosa intestinal), onde são reconvertidos em
triacilgliceróis e empacotados com o colesterol da dieta e com proteínas específicas em
agregados lipoproteicos, chamados de quilomícrons. As apolipoproteínas são proteínas
de ligação a lipídeos no sangue, responsáveis pelo transporte de triacilgliceróis,
fosfolipídeos, colesterol e ésteres de colesterol entre os órgãos. As apolipoproteínas
combinam-se com os lipídeos para formar várias classes de partículas de lipoproteínas,
que são agregados esféricos com lipídeos hidrofóbicos no centro e cadeias laterais
hidrofílicas de proteínas e grupos polares de lipídeos na superfície. Várias combinações
de lipídeos e proteínas produzem partículas de densidades diferentes, variando de
quilomícrons e lipoproteínas de densidade muito baixa (VLDL, do inglês, very low
density lipoproteins) a lipoproteínas de densidade muito alta (VHDL, do inglês, very
high density lipoproteins), que podem ser separadas por ultracentrifugação. As porções
proteicas das lipoproteínas são reconhecidas por receptores nas superfícies celulares. Na
absorção de lipídeos no intestino, os quilomícrons, que contêm a apolipoproteína C-II
(apoC-II), deslocam-se da mucosa intestinal para o sistema linfático e, então, entram no
sangue, que os carrega para os músculos e o tecido adiposo. Nos capilares desses
tecidos, a enzima extracelular lipase lipoproteica, ativada pela apoC-II, hidrolisa os
triacilgliceróis em ácidos graxos e glicerol, que são captados via transportadores
específicos nas membranas plasmáticas de células nos tecidos-alvo. No músculo, os
ácidos graxos são oxidados para obter energia; no tecido adiposo, eles são
reesterificados para armazenamento na forma de triacilgliceróis.
Os remanescentes dos quilomícrons, desprovidos da maioria dos seus triacilgliceróis,
mas ainda contendo colesterol e apolipoproteínas, deslocam-se pelo sangue até o fígado,
onde são captados por endocitose mediada por receptores para as suas apolipoproteínas.
Os triacilgliceróis que entram no fígado por essa via podem ser oxidados para fornecer
energia ou precursores para a síntese de corpos cetônicos. Quando a dieta contém mais
ácidos graxos do que o necessário imediatamente como combustível ou como
precursores, o fígado os converte em triacilgliceróis, empacotados com apolipoproteínas
específicas, formando VLDL. As VLDL são secretadas pelos hepatócitos e
transportadas pelo sangue até o tecido adiposo, onde os triacilgliceróis são removidos da
circulação e armazenados em gotículas lipídicas dentro dos adipócitos.
Os lipídeos neutros são armazenados nos adipócitos (e nas células que sintetizam
esteroides do córtex da glândula suprarrenal, dos ovários e dos testículos) na forma de
gotículas lipídicas, com um centro de triacilgliceróis e ésteres de esteróis envoltos por
uma monocamada de fosfolipídeos. A superfície dessas gotículas é revestida por
perilipinas, uma família de proteínas que restringem o acesso às gotículas lipídicas,
evitando a mobilização prematura dos lipídeos. Quando hormônios sinalizam a
necessidade de energia metabólica, os triacilgliceróis armazenados no tecido adiposo
são mobilizados (retirados do armazenamento) e transportados aos tecidos (musculatura
esquelética, coração e córtex renal), nos quais os ácidos graxos podem ser oxidados para
a produção de energia. Os hormônios adrenalina e glucagon, secretados em resposta aos
baixos níveis de glicose ou à situação de luta-ou-fuga (atividade iminente), estimulam a
enzima adenilil-ciclase na membrana plasmática dos adipócitos, que produz o segundo
mensageiro intracelular AMP cíclico (cAMP). A proteína-cinase dependente de cAMP
(PKA) leva a mudanças que abrem a gotícula de lipídeo, permitindo a atividade de três
lipases citosólicas, as quais atuam sobre tri, di e monoa-cilgliceróis, liberando ácidos
graxos e glicerol. Os ácidos graxos assim liberados (ácidos graxos livres, AGL) passam
dos adipócitos para o sangue, onde eles se ligam à proteína circulante albumina sérica.
Essa proteína, que representa cerca da metade da proteína sérica total, liga-se de modo
não covalente a até 10 ácidos graxos por monômero de proteína. Ligados a essa proteína
solúvel, os ácidos graxos, que de outra maneira seriam insolúveis, são transportados a
tecidos como o músculo esquelético, o coração e o córtex renal. Nesses tecidos-alvo, os
ácidos graxos dissociam-se da albumina e são levados por transportadores da membrana
plasmática para dentro das células para servir de combustível. Cerca de 95% da energia
biologicamente disponível dos triacilgliceróis residem nas suas três cadeias longas de
ácidos graxos; apenas 5% são fornecidos pela porção glicerol. O glicerol liberado pela
ação da lipase é fosforilado pela glicerolcinase, e o glicerol-3-fosfato sultante é oxidado
a di-hidroxiacetona fosfato. A enzima glicolítica triose-fosfato-isomerase converte esse
composto em gliceraldeído-3-fosfato, que é oxidado na glicólise.
Mobilização dos triacilgliceróis armazenados no tecido adiposo: Quando os níveis
baixos de glicose no sangue ativam a liberação de glucagon, 1 o hormônio liga-se ao seu
receptor na membrana do adipócito e, assim, 2 estimula a adenilil-ciclase, via uma
proteína G, a produzir cAMP. Isso ativa a PKA, que fosforila 3 a lipase sensível a
hormônio (HSL) e 4 as moléculas de perilipina na superfície da gotícula lipídica. A
fosforilação da perilipina causa a 5 dissociação da proteína CGI-58 da perilipina. A
CGI-58 recruta a lipase de triacilgliceróis do tecido adiposo para a superfície da gotícula
e estimula sua atividade lipásica. A ATGL ativada 6 converte triacilgliceróis em
diacilgliceróis. A perilipina fosforilada associa-se com a lipase sensível a hormônios
fosforilada, permitindo seu acesso à superfície da gotícula lipídica, onde 7 ela hidrolisa
os diacilgliceróis em monoacilgliceróis. Uma terceira lipase, a monoacilglicerol-lipase
(MGL), 8 hidrolisa os monoacil-gliceróis. 9 Os ácidos graxos deixam o adipócito e são
transportados no sangue, ligados à albumina sérica. Eles são posteriormente liberados
da albumina e são captados por um miócito via um transportador específico para ácidos
graxos. No miócito, os ácidos graxos são oxidados a CO2 e a energia da oxidação é
conservada em ATP, que fornece energia para a contração muscular e para outros
processos metabólicos que necessitam de energia no miócito.

Os ácidos graxos são ativados e transportados para dentro das mitocôndrias. As enzimas
da oxidação de ácidos graxos nas células animais estão localizadas na matriz
mitocondrial, como demonstrado em 1948 por Eugene P. Kennedy e Albert Lehninger.
Os ácidos graxos com cadeias com comprimento de 12 carbonos ou menos entram na
mitocôndria sem a ajuda de transportadores de membrana. Aqueles com 14 carbonos ou
mais, que constituem a maioria dos ácidos graxos livres obtidos na dieta ou liberados do
tecido adiposo, não conseguem passar livremente através das membranas mitocondriais,
eles precisam passar pelas três reações enzimáticas da lançadeira da carnitina. A
primeira dessas reações é catalisada por uma família de isozimas da acil--CoA-sintetase,
que apresenta especificidade para ácidos graxos de cadeias carbonadas curtas,
intermediárias ou longas. As isozimas estão presentes na membrana mitocondrial
externa, onde promovem a reação geral: Ácido Graxo + CoA + ATP → Acil-CoA Graxo
+ AMP + PPi
Assim, as acil-CoA-sintetases catalisam a formação de uma ligação tioéster entre o
grupo carboxila do ácido graxo e o grupo tiol da coenzima A para produzir uma acil-
CoA gra-xo, em uma reação acoplada à clivagem do ATP em AMP e PPi
A reação ocorre em dois passos e envolve um intermediário acil-adenilil. Acil-CoAs,
como a acetil-CoA, são compostos de alta energia; a sua hidrólise a ácidos graxos livres
e CoA tem uma grande variação negativa de energia livre padrão (∆G′° 5 231 kJ/mol). A
formação de uma acil-CoA torna-se mais favorável pela hidrólise de duas ligações de
alta energia do ATP; o pirofosfato formado na reação de ativa-ção é imediatamente
hidrolisado pela pirofosfatase inorgânica, que puxa a reação de ativação precedente no
sentido da formação de acil-CoA. A reação total é: Ácido Graxo + CoA + ATP → Acil-
CoA Graxo + AMP + 2Pi
Os ésteres de acil-CoA formados no lado citosólico da membrana externa da
mitocôndria podem ser transportados para dentro da mitocôndria e oxidados para
produzir ATP, ou podem ser utilizados no citosol para sintetizar lipídeos de membrana.
Os ácidos graxos destinados à oxidação mitocondrial são ligados transitoriamente ao
grupo hidroxila da carnitina, formando acil-carnitina – a segunda reação do ciclo.
Essa transesterificação é catalisada pela carnitina-acil-transferase 1 (também chamada
de carnitina-palmi-toiltransferase 1, CPT1), na membrana externa. A acil-CoA é
convertida no éster de carnitina à me-dida que passa através da membrana externa. O
éster de acil-carnitina, então, entra na matriz por difusão facilitada através do
cotransportador acil-carnitina/carnitina da membrana mitocondrial interna. Esse
cotransportador move uma molécula de carnitina da matriz para o espaço
intermembrana enquanto uma molécula de acil-carnitina é levada para a matriz.
No terceiro e último passo da lançadeira da carnitina, o grupo acila é enzimaticamente
transferido da carnitina para a coenzima A intramitocondrial pela carnitina-aciltrans-
ferase 2 (também chamada de CPT2). Essa isoenzima, localizada na face interna da
membrana mitocondrial interna, regenera acil-CoA de cadeia longa e a libera,
juntamente com a carnitina livre, dentro da matriz. Esse processo de três passos para
transferir os ácidos graxos para dentro da mitocôndria – esterificação com CoA,
transesterificação com carnitina, seguida de trans-porte e transesterificação de volta a
CoA – liga dois re-servatórios de coenzima A e de acil-CoA, um no citosol e o outro na
mitocôndria. Esses reservatórios têm funções diferentes. A coenzima A na matriz
mitocondrial é ampla-mente utilizada na degradação oxidativa do piruvato, dos ácidos
graxos e de alguns aminoácidos, ao passo que a coenzima A citosólica é utilizada na
biossíntese de ácidos graxos (ver Figura 21-10). A acil-CoA graxa no reservatório
citosólico pode ser utilizada para síntese de lipídeos de membrana ou pode ser
transportada para dentro da matriz mitocondrial para oxidação e produção de ATP. A
conversão ao éster de carnitina compromete a porção acila com o destino oxidativo.
O processo de entrada mediado pela carnitina é o passo limitante para a oxidação dos
ácidos graxos na mitocôndria e, como discutido mais adiante, é um ponto de regulação.
Uma vez dentro da mitocôndria, a acil-CoA sofre a ação de um conjunto de enzimas da
matriz.
A digestão dos lipídios inicia no intestino delgado, onde os sais biliares emulsificam as
gorduras formando micelas, para facilitar a ação das enzimas lipases. As lipases
hidrolisam as ligações éster dos lipídios saponificáveis, liberando ácidos graxos e os
outros produtos como o glicerol, que atravessam então a mucosa intestinal, sendo
convertidos em triacilgliceróis. Os triacilgliceróis, juntamente ao colesterol são
incorporados às proteínas transportadoras, as apolipoproteínas, formando os
quilomícron. Os quilomicron se movem pela corrente sanguínea até chegar aos tecidos e
órgãos que metabolizam lipídios, sendo novamente hidrolisados e penetrando nas
células. O principal órgão que metaboliza os lipídios é o fígado, entretanto eles também
são metabolizados pelo coração para produção de sua própria energia. O fígado exporta
lipídios metabolizados para outros tecidos, como o cérebro na forma de corpos
cetônicos, já que estes não metabolizam lipídios, mas convertem os corpos cetônicos em
acetil-CoA, sendo esta metabolizada no ciclo do ácido cítrico.
RESUMO:
■ Os ácidos graxos dos triacilgliceróis fornecem uma grande fração da energia oxidativa
nos animais. Os triacilgliceróis da dieta são emulsificados no intestino delgado, por sais
biliares, hidrolisados pelas lipases intestinais, absorvidos pelas células epiteliais
intestinais, reconvertidos em triacilgliceróis e, então, transformados em quilimícrons,
pela combinação com apolipoproteínas específicas.
■ Os quilomícrons levam os triacilgliceróis aos tecidos, onde a lipase lipoproteica libera
ácidos graxos livres para a entrada nas células. Os triacilgliceróis armazenados no
tecido adiposo são mobilizados por uma lipase de triacilgliceróis sensível a hormônio.
Os ácidos graxos liberados ligam-se à albumina sérica e são transportados no sangue
para o coração, à musculatura esquelética e a outros tecidos que utilizam ácidos graxos
como combustíveis.
■ Uma vez dentro das células, os ácidos graxos são ativados na membrana mitocondrial
externa pela conversão em tio-ésteres de acil-CoA. A acil-CoA de cadeia longa, que será
oxidada, entra na mitocôndria em três passos, pela lançadeira da carnitina.

3. Estudar a síntese e armazenamento dos lipídios através da via das pentoses:


De acordo com os livros de Lehninger, Voguel, Mastroeni e Hall, a via das pentoses é
uma importante via anaeróbica alternativa da utilização da glicose. Esta via não é
produtora de ATP, mas sim de NADPH. e é reguladora da glicemia. Esta via produz
pentoses para a biossíntese de nucleotídeos, como a D-ribose, produz NADPH, agente
redutor utilizado para biossíntese de ácidos graxos e esteróides (colesterol e seus
derivados), bem como para a manutenção da integridade das membranas dos eritrócitos.
A via das pentoses é uma via citoplasmática, anaeróbica ocorrendo no fígado, glândulas
mamarias, tecido adiposo e nas hemácias. Ocorre em duas etapas: Fase oxidativa, onde
ocorre a produção de pentoses e fase não oxidativa, onde ocorre a interconversão de
pentoses intermediários da via glicolítica.
A primeira reação da via das pentoses-fosfato é a oxidação da glicose-6-fosfato, pela
glicose-6-fosfato-desidrogenase (G6PD), para formar 6-fosfoglicona-δ-lactona, um éster
intramolecular. O NADP1 é o aceptor de elétrons, e o equilíbrio global está muito
deslocado no sentido da formação de NADPH. A lactona é hidrolisada ao ácido livre 6-
fosfogliconato por uma lactonase específica; o 6-fosfoli-conato sofre, então, oxidação e
descarboxilação pela 6-fosfogliconato-desidrogenase, para formar a cetopentose
ribulose-5-fosfato; a reação gera uma segunda molécula de NADPH. (Essa ribulose-5-
fosfato é importante na regulação da glicólise e da gliconeogênese). A fosfopentose-
isomerase converte a ribulose-5--fosfato em seu isômero aldose, ribose-5-fosfato. Em
alguns tecidos, a via das pentoses-fosfato termina nesse ponto. O resultado líquido é a
produção de NADPH, agente redutor para as reações biossintéticas, e ribose-5-fosfato,
precursor para a síntese de nucleotídeos.
Em tecidos que necessitam de NADPH, as pentoses-fosfato, produzidas na fase
oxidativa da via, são recicladas em glicose-6-fosfato. Nessa fase não oxidativa, a
ribulose-5-fosfato é primeiro epimerizada a xilulose-5—fosfato. A seguir, em uma série
de rearranjos dos esqueletos de carbono, seis moléculas de açúcar-fosfato de cinco
átomos de carbono são convertidas em cinco moléculas de açúcar-fosfato com seis
átomos de carbono, completando o ciclo e permitindo a oxidação contínua de glicose-6-
fosfato com a produção de NADPH. A reciclagem continuada leva, por fim, à conversão
de uma molécula de glicose-6-fosfato em seis CO2.
Duas enzimas exclusivas da via das pentoses-fosfato agem nessas interconversões de
açúcares: a transcetolase e a transaldolase. A transcetolase catalisa a transferência de um
fragmento de dois carbonos de uma cetose doadora a uma aldose aceptora. Em sua
primeira aparição na via das pentoses-fosfato, a transcetolase transfere C-1 e C-2 da
xilulose-5--fosfato para a ribose-5-fosfato, formando o produto de sete carbonos
sedoeptulose-7-fosfato. O fragmento de três carbonos remanescente da xilulose é o
gliceraldeído-3-fosfato. Em seguida, a transaldolase catalisa uma reação semelhante à
reação da aldolase na glicólise: um fragmento de três carbonos é removido da
sedoeptulose-7-fosfato e condensado com o gliceraldeído-3-fosfato, formando frutose-
6-fosfato e tetrose eritrose-4-fosfato. Neste ponto, a transcetolase age novamente,
formando frutose-6-fosfato e gliceraldeído-3-fosfato a partir de eritrose-4-fosfato e
xilulose-5-fosfato. Duas moléculas de gliceraldeído-3-fosfato, formadas por duas
repetições dessas reações, podem ser convertidas em uma molécula de frutose-1,6-
bisfosfato, como na gliconeogênese, e, finalmente, a FBPase-1 e a fosfo-hexose--
isomerase convertem frutose-1,6-bisfosfato em glicose-6--fosfato. No total, seis
pentoses-fosfato são convertidas em cinco hexoses-fosfato. Agora, o ciclo está
completo.

4. Compreender as vias metabólicas dos lipídios, no processo de obtenção de


energia:
De acordo com os livros de Lehninger, Voguel, Mastroeni e Hall, os lipídios não são
metabolizados em todas as células, mas sim, principalmente, pelas células do fígado e
do coração. No fígado, os ácidos graxos e o glicerol são metabolizados, sendo que o
glicerol entra na via glicolítica, enquanto os ácidos graxos são convertidos em acetil-
CoA. Essa acetil-CoA pode entrar no ciclo do ácido cítrico, gerando energia para as
células do fígado, ou pode ser exportada para outros tecidos, na forma de corpos
cetônicos. Os corpos cetônicos, ao atingirem as outras células, são novamente
convertidos em acetil-CoA para serem metabolizados, gerando energia. Quando o
organismo encontra-se com excesso de energia proveniente da alimentação, esta pode
ser armazenada na forma da gordura no interior dos adipócitos, gordura esta sintetizada
a partir da acetil-CoA, pela biossíntese dos ácidos graxos.
Os principais produtos da digestão de lipídios são o glicerol e ácidos graxos. O glicerol
é metabolizado na via glicolítica e, para isto, ele precisa, primeiro, ser ativado pela
enzima glicerol-quinase, que utiliza uma molécula de ATP, para converter o glicerol em
L-glicerol-3-fosfato. Em seguida, a enzima glicerol3-fosfato-desidrogenase utiliza o
NAD+ para converter o L-glicerol-3-fosfato em diidroxiacetona-fosfato. Por fim a
enzima triose-fosfato-isomerase converte a diidroxiacetona-fosfato em D-gliceraldeído-
3-fosfato, que segue seu caminho na via glicolítica.
O metabolismo dos ácidos graxos ocorre no interior da mitocôndria. Para que eles sejam
metabolizados, é necessário ativá-los, transformando seu grupo carboxilato num tio-
éster da CoASH. A enzima acilCoA sintetase ativa o ácido graxo com uma molécula de
ATP. O oxigênio da carboxila ataca o fósforo-α do ATP, fornando acil-AMP e
pirofosfato. O pirofosfato é hidrolisado a dois fosfatos inorgânicos. Em seguida a
CoASH ataca a carbonila da acil-AMP, saindo o grupo abandonador AMP e formando
acil-CoA. Os ácidos graxos com até 12 carbonos atravessam a membrana mitocondrial
sem problemas. Para ácidos graxos maiores, entram em ação as enzimas carnitina-
aciltransferase I e carnitina aciltransferase II. A primeira catalisa a transesterificação da
acil-CoA com a carnitina, formando acilcarnitina e CoASH. A acil-carnitina atravessa a
membrana mitocondrial, e, do outro lado, a segunda enzima catalisa a transesterificação
da acil-carnitina com a CoASH, formando acil-CoA e carnitina.
No interior da mitocôndria, os ácidos graxos serão oxidados em quatro etapas,
quebrando sua estrutura de dois em dois carbonos, até convertê-los em acetil-CoA,
NADH e FADH2. O acetil-CoA segue para o ciclo do ácido cítrico e os NADH e
FADH2 seguem para a fosforilação oxidativa.
A primeira reação da β-oxidação de ácidos graxos é catalisada pela enzima acil-CoA-
desidrogenase, que utiliza o FAD para remover o hidrogênio, convertendo a acil-CoA
em trans-Δ2 -enoil-CoA. Repare que a insaturação formada é trans e não cis como seria
esperado encontrar em ácidos graxos. Na segunda reação, a trans-Δ² -enoil-CoA sofre
hidratação catalisada pela enoil-CoA-hidratase (idêntica à reação da fumarese no ciclo
do ácido cítrico), formando o L-β-hidroxiacil-CoA. Na terceira reação, a enzima β-
hidroxiacil-CoA-desidrogenase utiliza o NAD+ para oxidar o L-β-hidroxiacil-CoA à β-
cetoacil-CoA. Na quarta e última reação, a enzima acil-CoA-acetiltransferase, também
denominada tiolase, catalisa a quebra da β-cetoacil-CoA pela CoASH, formando acetil-
CoA e uma acil-CoA, com dois carbonos a menos.
Essas quatro etapas são repetidas até que todo o ácido graxo saturado seja convertido à
acetil-CoA, NADH e FADH2. Os ácidos graxos monoinsaturados possuem uma etapa a
mais. Tomemos o ácido oléico como exemplo. Ele vai sendo quebrado de dois em dois,
seguindo as quatro reações anteriores, entretanto, ao atingir três quebras, o produto é o
cis-Δ³ -dodecenoil-CoA. A insaturação está na posição errada C3-C4, e com
configuração errada, cis. Para dar proseguimento à β-oxidação entra em cena a enzima
Δ³ ,Δ² – enoil-CoA-isomerase, que converte a cis-Δ³ -dodecenoil-CoA em trans-Δ² -
dodecenoil-CoA, podendo então a β-oxidação proseguir.
Para os ácidos graxos poliinsaturados são necessárias três etapas adicionais. Tomemos o
ácido linoléico. A β-oxidação ocorre normalmente três vezes formando a cis-Δ3 ,cis-Δ6
-dodecadienoil-CoA. Neste ponto entra a enzima Δ3 ,Δ2 -enoil-CoA-isomerase que
converte a cis-Δ3 ,cis-Δ6 - dodecadienoil-CoA em trans-Δ2 ,cis-Δ6 -dodecadienoil-CoA
(Figura 12). Ocorre então mais uma β-oxidação e a primeira etapa da próxima,
formando a trans-Δ2 ,cis-Δ4 -decadienoil-CoA. Neste ponto a enzima 2,4-dienoil-
CoAredutase utiliza o NADPH para reduzir a insaturação C4-C5, convertendo em trans-
Δ3 -decenoil-CoA. Em seguida a enzima enoil-CoAisomerase isomeriza a insaturação
formando a trans-Δ2 -decenoil-CoA, que prosegue agora na β-oxidação sem mais
problemas.
A oxidação completa de ácidos graxos ímpares requer três reações extras. Um ácido
graxo ímpar ao sofrer β-oxidação gera na última quebra acetil-CoA e propionil-CoA, em
vez de duas moléculas de acetil-CoA. O propionil-CoA necessita então sofrer três
reações para terminar de ser metabolizado. Primeiro a enzima propionil-CoA-
carboxilase utiliza a biotina e o ATP para incorporar um bicarbonato ao propionil-CoA,
formando o Dmetilmalonil-CoA. A D-metilmalonil-CoA é então epímerizada pela
enzima metilmalonil-CoA-epimerase, formando a L-metilmalonil-CoA. Por fim a L-
metilmalonil-CoA sofre um rearranjo catalisado pela metilmalonil-CoA-mutase com o
auxílio da coenzima B12, formando a succinil-CoA, que entra diretamente no ciclo do
ácido cítrico.
Nos mamíferos, a acetil-coA formada no fígado durante a β-oxidação de ácidos graxos
pode ser exportada para outros tecidos na forma de corpos cetônicos. São três os corpos
cetônicos: acetona, acetoacetato e D-β-hidroxibutirato. A acetona é produzida em menor
quantidade, e por ser volátil é exalada. Os outros são solúveis em água, sendo
transportados pelo sangue até os demais tecidos, onde são reconvertidos em acetil-CoA
e oxidados no ciclo do ácido cítrico. A formação dos corpos cetônicos inicia com uma
condensação de Claisen entre duas moléculas de acetil-CoA formando acetoacetil-CoA,
catalisada pela enzima tiolase, num processo inverso à última etapa da β-oxidação de
ácidos graxos. Em seguida a enzima HMGCoA-sintase catalisa uma condensação
aldólica mista estre acetil-CoA e acetoacetil-CoA, formando a β-hidroxi-β-metilglutaril-
CoA (HMG-CoA), que é clivado em acetil-CoA e acetoacetato. Por último a enzima D-
β-hidroxibutirato-desidrogenase utiliza um NADH para reduzir o acetoacetato à D-β-
hidroxibutirato. Em pessoas saudáveis a acetona é produzida em pequenas quantidades
pela enzima acetoacetato-descarboxilase que catalisa a descarboxilação do acetoacetato.
Ao chegar aos tecidos extra-hepáticos, o D-β-hidroxibutirato é oxidado pela D-β-
hidroxibutirato-desidrogenase a acetoacetato. Em seguida o acetoacetato é convertido ao
seu éster da CoASH pela enzima β-cetoacil-CoA-transferase, que transfere a CoA da
succinil-CoA para o acetoacetato, formando acetoacetil-CoA e succinato. Por último a
enzima tiolase reverte a condensação de Claisen, convertendo o acetoacetil-CoA em
duas moléculas de acetil-CoA, que pode assim entrar no ciclo do ácido cítrico.
Pessoas com diabetes, em jejum prolongado, ou fazendo dietas sem ingestão de
carboidratos como no caso da dieta do Dr. Atkins, produzem uma quantidade muito
maior de acetoacetato. Esse acetoacetato ao ser descarboxilado gera uma quantidade
maior de acetona que é tóxica, além de ser volátil, provocando um odor característico no
hálito do paciente. Esse odor muitas vezes foi utilizado num pré-diagnóstico de
diabetes.
O processo de biossíntese de ácidos graxos é basicamente o inverso da degradação de
ácidos graxos, com algumas ressalvas. A primeira é que não é possível unir duas
unidades de acetil-CoA. Ao invés disso precisamos ativar uma das acetil-CoA
convertendo-a em malonil-CoA através de uma reação de carboxilação catalisada pela
acetil-CoA-carboxilase, que utiliza a biotina como coenzima, com o gasto de uma
molécula de ATP para ativar o bicarbonato.
Outra particularidade é que enquanto a degradação de ácidos graxos ocorre sempre com
os substratos ligados à CoASH, na biossíntese o substrato é transferido da CoASH para
uma enzima específica denominada ácido graxo-sintase, onde se encontram todos os
sítios catalíticos necessários. Assim como na CoASH, na enzima os substratos
encontram-se ligados à enzima por uma ligação tio-éster, com dois resíduos de Cys da
enzima. Após a malonil-CoA e a acetil-CoA serem transferidas para a enzima, ocorre
uma condensação de Claisen entre elas, formando um β-ceto-éster com quatro carbonos
e eliminando CO2. Em seguida a enzima utiliza o NADPH para reduzir o β-ceto-éster a
um β-hidroxi-éster. O álcool desidrata formando um éster transαβ-insaturado. Por
último, ocorre nova redução promovida pelo NADPH, formando um éster saturado de
quatro carbonos. A última redução utiliza o NADPH ao invés do FADH2, como seria
esperado no caso de redução de insaturação. Outra malonil-CoA se liga a enzima e as
quatro reações se repetem, aumentando a cadeia do ácido graxo de dois em dois
carbonos.

5. Pesquisar como calcular a frequência de carga tabágica e relacionar com a


hipertensão e aterosclerose:
De acordo com o artigo da Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia, do Jornal
Brasileiro de Pneumologia, de 2020, o tabagismo é considerado uma doença crônica,
mais de 7 milhões de mortes por ano são atribuídas ao consumo de tabaco, além de o
tabagismo ser responsável por promover o desenvolvimento de diversas doenças, como
doenças ateroscleróticas que, ao gerar inflamação leve, é capaz de provocar
dislipidemias e surgimento de sarcopenia, por meio de respostas catabólicas do músculo
esquelético. O cigarro causa efeitos no perfil lipídico, com uma diminuição do HDL,
que é cardioprotetor, e um aumento do colesterol total, LDL e triacilglicerol. Como
consequência, ocasiona disfunção endotelial, estresse oxidativo, dislipidemias,
aterosclerose e desenvolvimento de doenças cardiovasculares. Adicionalmente, é capaz
de gerar alterações na composição corporal, acarretando um efeito direto na homeostase
da glicose, proporcionando uma diminuição das funções das células β-pancreáticas e,
consequentemente, uma resistência à sensibilidade insulínica, influenciando
negativamente a relação cintura-quadril e a gordura visceral dos fumantes, fatores que
são preditores de morbidade e mortalidade e que caracterizam a síndrome metabólica
pela instalação de um quadro de hipertensão arterial, resistência insulínica, níveis de
colesteróis anormais e deposição de gordura na região abdominal.
A carga tabágica (anos-maço) de cada indivíduo é calculada pela fórmula: Número de
cigarros consumidos por dia, dividido por 20 e multiplicado pelo número de anos de
tabagismo. Essa carga relaciona questões sobre o número de cigarros consumidos por
dia, tempo de tabagismo e grau de dependência de nicotina, avaliada por meio do teste
de Fagerström, que permite a classificação da dependência de nicotina em cinco níveis:
muito baixo (0 a 2 pontos), baixo (3 a 4 pontos), moderado (5 pontos), alto (6 a 7
pontos), e muito alto (8 a 10 pontos).

6. Definir colesterol, suas funções e vias de atuação no organismo:


De acordo com o artigo da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia, de
2005, colesterol é um lipídio, constituído por um álcool policíclico de cadeia longa,
usualmente denominado um esteroide, encontrado nas membranas celulares e
transportado no plasma sanguíneo de todos os animais. Tem papel crucial como um
componente das membranas celulares e como precursor dos hormônios esteroides e dos
ácidos biliares. Nosso corpo obtém colesterol de duas maneiras:
- Endógena: gerado pelo próprio organismo, em especial no fígado.
- Exógena: obtido dos alimentos que consumimos.

O colesterol faz parte da estrutura das células do organismo e é importante para a


produção de alguns hormônios e de vitaminas. Além disso, o colesterol forma ácidos
biliares, que são substâncias que atuam na digestão, dessa forma, ele exerce um trabalho
importante no funcionamento do organismo.
O colesterol passa a ser um problema quando existe o excesso da partícula LDL–

colesterol (colesterol ruim) no organismo e do tipo de gordura ingerida. Para se manter

longe desse colesterol, o ideal é ter uma alimentação saudável, baseada em alimentos in

natura ou minimamente processados, sem excessos de gorduras saturadas (originadas da

gordura de produtos animais) e evitar o consumo de alimentos ultraprocessados.

Os diferentes tipos de colesterol: LDL x HDL

A composição do colesterol é uma só, o que muda é o seu meio de transporte, ou seja: a

lipoproteína à qual está associado. Ela pode ser de alta ou de baixa densidade,

dependendo da composição, com funções diferentes.

Colesterol LDL: O colesterol combinado às lipoproteínas de baixa densidade é chamado

de LDL. Em excesso, pode se depositar nas paredes das artérias, formando placas de
gordura que aumentam o risco de obstrução e, consequentemente, de infarto e acidente

vascular cerebral. Por isso, o LDL é conhecido como “colesterol ruim” e seu nível deve

ser mantido baixo. Transporta o colesterol do fígado para os tecidos.

A principal consequência do excesso do colesterol LDL e da obstrução das artérias, é o

aumento do risco de doenças cardiovasculares como: infarto agudo do miocárdio e

acidente vascular cerebral (mais conhecido como derrame).

Colesterol HDL: Conhecido por ser quem “tira” o colesterol das células para ser

eliminado, são lipoproteínas de alta densidade que, quando combinadas ao colesterol,

são chamadas de HDL. Ele ajuda a evitar a obstrução das artérias, sendo conhecido

como “colesterol bom” e seu nível deve ser mantido alto. Transporta o colesterol da

corrente sanguínea para o fígado.

Quais as situações que podem aumentar o “colesterol ruim”?

História familiar: O aumento do colesterol LDL pode ter origem genética. Nesse caso, o

tratamento consiste em orientações sobre comportamentos saudáveis e

acompanhamento regular por sua equipe de saúde.

Comportamento sedentário: A prática regular de atividade física ajuda a reduzir o

colesterol LDL.

Alimentação inadequada: Uma alimentação rica em alimentos ultraprocessados, que

também podem ser fontes de gorduras saturadas, e o baixo consumo de alimentos in

natura ou minimamente processados, são fatores atrelados ao aumento do colesterol.

Comorbidades: Condições como a obesidade, o diabetes mellitus e a hipertensão arterial

sistêmica, quando não controladas, podem levar ao aumento do colesterol.

Tabagismo: O hábito de fumar pode resultar em menores níveis de HDL e níveis mais

elevados de LDL. Com isso, aumentam o risco de formação de placas e obstrução das

artérias.

O colesterol é fundamental para o funcionamento normal do organismo, sendo o


componente estrutural das membranas celulares em todo nosso corpo. Ele está presente
no cérebro, nervos, músculos, pele, fígado, intestinos e coração.
O corpo humano utiliza o colesterol para produzir vários hormônios, vitamina D e
ácidos biliares, que ajudam na digestão das gorduras. Cerca de 70% do colesterol é
fabricado pelo nosso próprio organismo, no fígado, enquanto que os outros 30% vêm da
dieta.
Existem dois tipos de colesterol. O HDL é chamado de “colesterol bom”, pois forma
uma classe de lipoproteínas que ajuda a carregar o colesterol do ateroma dentro das
artérias, e transportá-lo de volta ao fígado, para ser excretado. Já o LDL, chamado de
“colesterol ruim”, transporta o colesterol de células que mais produzem do que usam,
para as células que mais necessitam. É considerado ruim pela relação existente do alto
índice de LDL com doenças cardíacas.
Quando em excesso (hipercolesterolemia), o colesterol pode se depositar nas paredes
das artérias, que são os vasos que levam sangue para os órgãos e tecidos, determinando
um processo conhecido com arteriosclerose. Se esse depósito ocorre nas artérias
coronárias, pode ocorrer angina (dor no peito) e infarto do miocárdio. Se ocorre nas
artérias cerebrais, pode provocar acidente vascular cerebral (derrame).
Manter uma vida saudável, praticando exercícios físicos e evitando comer alimentos
gordurosos ajuda a evitar o alto colesterol. Parar de fumar também é uma atitude que
ajuda a neste controle.
Gema de ovo, bacon ou toucinho, carne de frango com pele, torresmo, manteiga, creme
de leite e nata, frituras, salsicha, salame e linguiça e carnes de animais são os principais
alimentos que contém uma significativa quantidade de colesterol.
O aumento no nível de colesterol no sangue não costuma ter sintomas. Em casos
excepcionais, aparecem os chamados xantomas, que são sinais decorrentes do acúmulo
do colesterol na pele. Quando o aumento do colesterol atinge níveis muito altos, pode
haver um aumento no fígado, no baço e sintomas de pancreatite.
As taxas de colesterol apontadas em exames se referem à soma do bom colesterol
(HDL) com o mau colesterol (LDL). Essa taxa é considerada boa quando está abaixo de
200, suspeita quando está entre 201 e 239 e elevada quando está acima de 240;
Há três causas para a alteração do colesterol. A primeira é o fator genético, quando o
indivíduo possui genes que determinam essa alteração. A segunda é a alimentação.
Quem ingere alimentos gordurosos, com alto índice de colesterol, têm mais chances de
sofrer com taxas altas. A última possível causa são doenças, como hipotireoidismo,
diabetes e doenças nos rins.
Para fazer uma dieta visando o controle do colesterol, prefira leite e iogurte desnatados,
queijo branco fresco, ricota, “cottage”, queijos “light”, peixes, aves sem pele, carnes
magras, inhame, macarrão, pães, bolachas de água e de água e sal, evitando sempre
gordura em excesso. O tratamento das alterações do colesterol deve ser mantido por
toda a vida. Tanto os cuidados com a alimentação e exercícios, como o uso de
medicamentos, deverão ser empregados por tempo indeterminado.
7. Explicar como funcionam os programas de controle de hipertensão,
obesidade e diabetes no SUS:
De acordo com a Organização Pan-Americana da Saúde – Representação Brasil e o
CONASS, existem linhas de cuidado voltadas para o combate à hipertensão, diabetes e
obesidade.
As doenças cardiovasculares constituem a principal causa de morbimortalidade na
população brasileira. A Hipertensão arterial sistêmica, o Diabetes mellitus e a obesidade
representam os principais fatores de risco, contribuindo decisivamente para o
agravamento deste cenário em nível nacional. Estas doenças levam, com frequência, à
invalidez parcial ou total do indivíduo, com graves repercussões para o paciente, sua
família e a sociedade. Quando diagnosticadas precocemente, estas doenças são bastante
sensíveis, oferecendo múltiplas chances de evitar complicações; quando não, retardam a
progressão das já existentes e as perdas delas resultantes. Investir na prevenção é
decisivo, não só para garantir a qualidade de vida, como também para evitar a
hospitalização e os consequentes gastos, principalmente quando considera-se o alto grau
de sofisticação tecnológica da medicina moderna.
Desta forma, o Ministério da Saúde, em articulação com as sociedades científicas
(Cardiologia, Diabetes, Hipertensão e Nefrologia), as federações nacionais dos
portadores, as secretarias estaduais, através do CONASS, e as secretarias municipais de
saúde, através do CONASEMS, apresenta o Plano de Reorganização da Atenção à
Hipertensão Arterial e Diabetes mellitus. O propósito do Plano é vincular os portadores
desses agravos às unidades de saúde, garantindo-lhes acompanhamento e tratamento
sistemático, mediante ações de capacitação dos profissionais e de reorganização dos
serviços. Para atender os portadores de hipertensão, o Ministério da Saúde possui o
Programa Nacional de Atenção a Hipertensão Arterial e Diabetes Mellitus. O programa
compreende um conjunto de ações de promoção de saúde, prevenção, diagnóstico e
tratamento dos agravos da hipertensão. O objetivo é reduzir o número de internações, a
procura por pronto-atendimento, os gastos com tratamentos de complicações,
aposentadorias precoces e mortalidade cardiovascular, com a consequente melhoria da
qualidade de vida dos portadores.
Existe, ainda, um programa de combate à obesidade, a Estratégia Intersetorial de
Prevenção e Controle da Obesidade, a qual norteia as ações do governo brasileiro e tem
por objetivo promover a reflexão e fomentar a implementação da Estratégia pelos
diversos setores que compõe a Câmara Intersetorial de Segurança Alimentar (CAISAN),
tanto em nível federal, quanto estadual, ratificando a necessidade de elaboração de
diretrizes para o enfrentamento deste cenário epidemiológico, configurado como um
problema social com dimensões morais e repercussões na saúde e na qualidade de vida
do indivíduo. A Estratégia Intersetorial de Prevenção e Controle da Obesidade tem por
objetivo orientar estados e municípios na articulação de ações intersetoriais locais com o
intuito de prevenir e controlar a obesidade na população, sendo pautada em seis grandes
eixos de ação:

1. Disponibilidade e acesso a alimentos adequados e saudáveis.


2. Ações de educação, comunicação e informação.
3. Promoção de modos de vida saudáveis em ambientes específicos.
4. Vigilância Alimentar e Nutricional.
5. Atenção integral à saúde do indivíduo com sobrepeso/obesidade na rede de saúde.
6. Regulação e controle da qualidade e inocuidade de alimentos.
Durante os últimos anos, observou-se grande avanço na discussão do enfrentamento e
prevenção da obesidade no país, efetivando uma Estratégia que organizasse e
estruturasse as diversas ações de diversos setores da sociedade. A elaboração da
Estratégia busca articular ações que atuam sobre as causas sociais, ambientais,
econômicas e políticas da obesidade/sobrepeso, contribuindo para a superação da
perspectiva fragmentada e setorial do enfrentamento dessa situação.
No que concerne ao setor saúde, diversas ações são preconizadas no contexto da
Estratégia, que contribuem para a redução e manejo da obesidade, tais como:

Programa Saúde na Escola (PSE).


Programa Academia da Saúde.
Discussão da regulação da publicidade, práticas de marketing e comercialização de
alimentos, especialmente voltado para o público infantil.
Renovação de acordo com Associação Brasileira das Indústrias de Alimentação –
ABIA, para redução e eliminação de gordura trans.
Discussão sobre a redução de açúcar em alimentos processados, prevendo
pactuação das primeiras metas em 2015.
Ações de promoção da alimentação adequada e saudável para crianças, por meio
da divulgação e utilização do Guia Alimentar para População Brasileira, do Guia
Alimentar para Crianças Menores de 2 anos e dos Alimentos Regionais Brasileiros.
Discussão junto ao Ministério do Trabalho para atualização das Portarias que
regulamentam o Programa de Alimentação do Trabalhador (PAT).
Renovação de Acordo de Cooperação entre o Ministério da Saúde e a Federação
Nacional das Escolas Particulares (FENEP) para promoção da alimentação saudável
nas escolas, com enfoque nas cantinas.
Ações de Vigilância Alimentar e Nutricional (VAN), para monitoramento de
práticas alimentares e estado nutricional da população.

Vale destacar que a elaboração de uma Estratégia, que agrega os diversos setores
governamentais, bem como representantes da sociedade civil, reafirma a importância da
participação social na formulação de políticas e iniciativas no qual o Estado assume o
compromisso com a universalidade, integralidade e equidade no acesso à alimentação
adequada e saudável, preservação da autonomia e respeito à dignidade das pessoas,
transparência no uso de recursos públicos, compromisso social, sustentabilidade e ética.
No âmbito do setor saúde, cabe ao SUS realizar a vigilância alimentar e nutricional,
realizar ações de promoção da saúde, como promoção da alimentação adequada e
saudável e atividade física, garantir atenção integral à saúde dos indivíduos com
sobrepeso e obesidade e atuar no controle e regulação da qualidade dos alimentos.

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