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História natural das doenças, relação médico-paciente e método clínico

• Caracterizar as fases da história natural das doenças.


A história natural de uma doença é uma descrição, ou seja, algo que possui uma evolução, do
processo de adoecimento de um indivíduo até sua cura ou morte. Trata-se de um estudo que acaba
sendo um instrumento necessário, pois aponta quais métodos podem ser utilizados na prevenção e
no controle.
A história natural da doença é todo tipo de interação entre agente ou fatores etiológicos, hospedeiro
e meio ambiente. Possui dois períodos: Período epidemiológico e período patológico. Durante a
fase epidemiológica, conhecida também como pré-patológica, a doença ocorre quando há uma
ruptura no equilíbrio da saúde do hospedeiro, que acaba sendo influenciada pelos determinantes que
contribuem para que a doença aconteça, especialmente quando o hospedeiro está exposto a certos
riscos. O período patológico vem a seguir, quando já ocorreu a contaminação e a doença já se
desenvolveu, os sintomas da doença começam a se manifestar, o corpo começa a sofrer com as
perturbações causadas pelo hospedeiro. Se não houver tratamento durante a fase do desenrolar
fisiopatológico e clínico da doença, o quadro da enfermidade pode evoluir para sequelas
permanentes ou até a morte.

• Caracterizar os tipos de relação médico-paciente.


Sacerdotal: Método mais tradicional. A autoridade é do médico, o poder é do médico. Médico é o
dominante e o paciente é o submisso.
Engenheiro: Autoridade é do médico, mas o poder de decisão é do paciente. O médico usa da
acomodação, preserva sua autoridade e abre mão do poder, que passa a ser exercido pelo paciente.
Colegial: Não existe autoridade e o poder entre médico e paciente é compartilhado de forma
igualitária. Médico e paciente usam da negociação para estabelecer relação.
Contratualista: A autoridade é do médico, ele toma as decisões, mas o poder é compartilhado, o
paciente também participa ativamente da tomada de decisões. O médico e o paciente estabelecem
relação de compromisso.

• Diferenciar doença de adoecimento.


A doença é uma construção teórica, com base em observações objetivas que tentam explicar o
problema. O adoecimento é a experiência pessoal e subjetiva de quem está doente, é diferente para
cada indivíduo.
A doença e o adoecimento nem sempre coexistem. Por exemplo, pessoas com doenças
assintomáticas, como a hipertensão, nem sempre se sentem doentes, e pessoas entristecidas podem
se sentir doentes, mas não têm doença alguma.

• Caracterizar o método clínico centrado na pessoa, enfatizando o atendimento integral do


paciente e ressaltando os aspectos biopsicossociais e sua importância no cuidado à saúde.
O Método Clínico Centrado na Pessoa (MCCP) surgiu da demanda das pessoas por um atendimento
que contemplasse, de maneira mais integral, suas necessidades, preocupações e vivências
relacionadas à saúde ou às doenças. A abordagem centrada na pessoa apresenta mais resultados
positivos, tais como maior satisfação das pessoas e médicos, melhora na aderência aos tratamentos,
redução de preocupações e ansiedade, redução de sintomas;
diminuição na utilização dos serviços de saúde e das queixas por má prática, melhora na saúde
mental, melhora na situação fisiológica e na recuperação de problemas recorrentes.
O Método propõe, em seus diversos componentes, um conjunto de orientações para que o
profissional de saúde consiga uma abordagem mais centrada na pessoa. Sendo estruturado em seis
componentes. O profissional experiente é capaz de perceber o momento adequado para lançar mão
de um ou outro dos componentes, de acordo com o fluir da sua interação com a pessoa que procura
atendimento. Os componentes são:
1) Explorando a doença e a experiência da pessoa com a doença:
• Avaliando a história, exame físico, exames complementares;
Avaliando a dimensão da doença: sentimentos, ideias, efeitos sobre a funcionalidade e expectativas
da pessoa.
2) Entendendo a pessoa como um todo, inteira:
A pessoa: Sua história de vida, aspectos pessoais e de desenvolvimento;
Contexto próximo: Sua família, comunidade, emprego, suporte social;
• Contexto distante: Sua comunidade, cultura, ecossistema.
3) Elaborando um projeto comum de manejo:
• Avaliando quais os problemas e prioridades;
Estabelecendo os objetivos do tratamento e do manejo;
Avaliando e estabelecendo os papéis da pessoa e do profissional de saúde.
4) Incorporando a prevenção e a promoção de saúde:
• Melhorias de saúde;
Evitando ou reduzindo riscos;
Identificando precocemente os riscos ou doenças;
• Reduzindo complicações.
5) Fortalecendo a relação médico-pessoa:
• Exercendo a compaixão;
• A relação de poder;
• A cura (efeito terapêutico da relação);
O autoconhecimento;
• A transferência e contratransferência.
6) Sendo realista:
Tempo e timing;
Construindo e trabalhando em equipe;
Usando adequadamente os recursos disponíveis.

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