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Curso Técnico de Enfermagem

Assistência de
Enfermagem
Saúde Coletiva

Profª Cleonice Seabra – 2023


- História Natural da Doença
- Processo Saúde Doença e seus
- Fatores Determinantes e
Condicionantes
- Níveis de Prevenção
Profª Esp. Cleonice Seabra
Saúde Coletiva – 2023
História Natural da Doença
• Refere-se a uma descrição da progressão ininterrupta de uma doença em um indivíduo
desde o momento da exposição aos agentes causais, até a recuperação ou a morte.
• Elementos envolvidos no processo saúde – doença, os fatores relacionados ao agente
etiológico, ao (humano) susceptível e ao ambiente
Multicausalidade

E proibida a utilizacao ou copia deste


material
Conceitos de Saúde Conceitos de Doenças
“Saúde é o silêncio dos órgãos". • Falta ou supressão da saúde;
"Saúde é a ausência de • Moléstia, mal, enfermidade;
sofrimento na esfera física e psíquica".
"Saúde é a manifestação da vida". • Expressão física de conflitos interiores;
"Saúde é o estado do indivíduo cujas • A doença acomete o organismo por
funções orgânicas, físicas e mentais inteiro, incide sobre a pessoa e se
se acham em harmonia". expressa nos órgãos ou partes do
“Saúde é ausência de doença”. corpo.
Segundo Leavel & Clark:
“A profunda compreensão da história natural e da prevenção de doenças, defeitos ou invalidez no homem,
exige um conhecimento das condições naturais e específicas em que tais distúrbios aparecem e persistem,
assim como das circunstâncias e condições em que elas não ocorrem".
História Natural da Doença
HISTÓRIA NATURAL DA DOENÇA = inter-relações entre o agente, o suscetível e o meio ambiente (tríade da saúde).

Fase inicial ou de susceptibilidade:


• É o período que antecede às manifestações clínicas das
doenças.
• Os sanitaristas ou administradores de saúde preconizam
diversas medidas preventivas conhecidas como Atenção
Primária. Proteção Específica
• Imunizações;
Promoção da Saúde
É feita através de medidas de ordem • Saúde ocupacional;
geral:
•Moradia adequada; • Higiene pessoal e do lar;
•Escolas;
• Proteção contra acidentes;
•Área de lazer;
•Alimentação adequada; • Aconselhamento genético;
•Educação em todos os níveis.
• Controle de vetores.
História Natural da Doença
PERÍODO PATOLÓGICO (PATOGÊNESE) Doença Precoce Discernível:
• Alterações Bioquímicas, histológicas e fisiológicas
• Sinais e sintomas
• Cronicidade
FASE PATOLÓGICA PRÉ-CLÍNICA: Nessa fase, do ponto de vista clínico, a doença ainda está
no estágio de ausência de sintomatologia, embora o organismo já apresente alterações
patológicas.
FASE CLÍNICA – Ainda no período da patogênese, a fase de manifestação clínica.
As MEDIDAS PROFILÁTICAS ATENÇÃO SECUNDÁRIA: correspondem ao tratamento
adequado para interromper o processo mórbido e evitar futuras complicações e sequelas.

DIAGNÓSTICO PRECOCE E
TRATAMENTO IMEDIATO
•Inquéritos para descoberta de casos na LIMITAÇÃO DA
comunidade; INCAPACIDADE
•Exames periódicos, individuais, para detecção •Evitar futuras complicações;
precoce de casos;
•Isolamento para evitar a propagação de doenças; •Evitar sequelas.
•Tratamento para evitar a progressão da doença.
História Natural da Doença
FASE DE INCAPACIDADE RESIDUAL (Doença Avançada –
Complicações)
• Corresponde à adaptação ao meio ambiente como as
sequelas produzidas pela doença e/ou ao controle
(estabilização) das manifestações clínicas das doenças
crônicas.
PREVENÇÃO OU ATENÇÃO TERCIÁRIA
• Rabilitação (impedir a incapacidade total);
• Fisioterapia;
• Terapia ocupacional;
• Emprego para o reabilitado.
• Fabricação e Distribuição de órteses e próteses;
• Asilos, Terapia Ocupacional e a Reabilitação
Psicossocial.
Determinantes do Processo Saúde
Doença
Art. 3o Os níveis de saúde expressam a organização
social e econômica do País, tendo a saúde como
determinantes e condicionantes, entre outros, a
alimentação, a moradia, o saneamento básico, o meio
ambiente, o trabalho, a renda, a educação, a atividade
física, o transporte, o lazer e o acesso aos bens e
serviços essenciais.

Parágrafo único. Dizem respeito também à saúde as


ações que, por força do disposto no artigo anterior, se
destinam a garantir às pessoas e à coletividade
condições de bem-estar físico, mental e social.
Determinantes e
Condicionantes de Saúde

MODELO DE DAHLGREN E WHITEHEAD


Determinantes do Processo Saúde
Doença
A análise dos determinantes sociais de saúde nos permite intervenções no sentido de ampliar políticas
púbicas que possam reduzir:
• As iniquidades
• Desigualdades consideradas injustas;
• Avançar para políticas de saúde com mais equidade;

Compreender a determinação social da saúde como um conceito mais ampliado e politicamente


construído que envolve a:
“caracterização da saúde e da doença mediante fenômenos que são próprios dos modos de convivência
do homem, um ente que trabalha e desfruta da vida compartilhada com os outros, um ente político, na
medida em que habita a polis, como afirmava Aristóteles”
Para Refletir
• É preciso fundamentalmente contribuir
com a autonomia dos sujeitos no sentido
de que cada um seja protagonista de sua
produção de saúde.
• Ao prestar a assistência ao indivíduo, à
família ou à comunidade há que se
considerar quem é ou quem são os
usuários, como se apresentam na situação
de necessidade de saúde, seus direitos,
deveres, valores e prerrogativas.
Visão Holística da Saúde
• A Humanização da Assistência tem sido um tema preconizado por várias
instituições preocupadas em oferecer um cuidado integral ao cliente, analisando-
o em sua totalidade, dentro deste contexto.
• O Cuidar conquista uma dimensão maior e mais abrangente:
• Necessidades Biológicas;
• Necessidades Emocionais,
• Psicológicas;
• Sociais e Espirituais.
Esse paradigma emergente é também chamado de holístico.
O Que é Holístico
• Holístico ou holista é um adjetivo que
classifica alguma coisa relacionada com o
holismo, ou seja, que procura compreender
os fenômenos na sua totalidade e
globalidade.

• Holístico vem do grego holos, que significa


todo, completo.
Na visão holística o ser humano é visto em sua totalidade
que é composta pelos aspectos físico, mental, emocional e
espiritual, todos eles interligados, um influenciando o
outro.
Níveis de Atenção à Saúde
Níveis de Atenção à Saúde
Os níveis de atenção e assistência à
saúde no Brasil são estabelecidos
pela portaria 4.279 de 30 de dezembro de
2010.
Estabelece as diretrizes para a
organização da rede de atenção à saúde
no âmbito do sistema único de saúde
(SUS).
• Atenção Primária
• Atenção Secundária
• Atenção Terciária
Níveis de Atenção à Saúde
• Eles são usados para organizar os tratamentos e
serviços oferecidos pelo SUS a partir de parâmetros
determinados pela organização mundial da saúde
(OMS).
• Objetivo: Proteger, restaurar e manter a saúde dos
cidadãos, com equidade, qualidade e resolutividade.
Nível Primário
Conhecido como a porta de entrada no SUS, caracterizada por
ações:
• PROMOÇAO, PROTEÇAO E RECUPERAÇAO.
A estrutura física para esse nível são:
• UBSs, Clínicas da Família, Policlínicas e Centros de Saúde.
• Nessa etapa são marcadas consultas e exames básicos, como
hemogramas, além da realização de procedimentos simples.
As equipes profissionais estão divididas da seguinte maneira:
• Saúde da Família; Saúde da Família Ribeirinhas; Prisionais;
Consultório na Rua; Atenção Primária; Saúde Bucal dentre outras
estratégias.
Nível Secundário
Neste nível estão:
• Unidades de pronto atendimento (UPAs), Hospitais Gerais e outras
Unidades de Atendimento Especializado ou de Média Complexidade
e Urgência e Emergência.

• A organização desse nível é feita com base em macro e


microrregiões de cada estado, devendo apresentar tanto
ambulatórios como hospitais.
• Presta apoio ao nível primário e atividades em clínicas: médica,
cirúrgica, ginecológica, obstétrica e pediátrica.
Nível Terciário
Neste nível estão:
• Hospitais gerais de grande porte, Hospitais Universitários, Santas
Casas e Unidades de Ensino e Pesquisa fazem parte do nível de
alta complexidade da atenção especializada.
• São locais com leitos de UTI, centros cirúrgicos grandes e
complexos.
• Também envolve procedimentos que demandam tecnologia de
ponta e custos maiores como: Oncológicos; Cardiovasculares;
Transplantes e Partos de alto risco.
• Assistência a cirurgias reparadoras, processos de reprodução
assistida, distúrbios genéticos e hereditários, entre outros tipos de
cuidados para processos menos corriqueiros.
Nível Prevenção Quaternário
• Esse nível de prevenção é demandado quando o paciente já está com a doença
em estágio mais avançado.

• Prevenção Quaternária: Conjunto de ações realizadas com o objetivo de evitar


danos relacionados a intervenções médicas e de outros profissionais de saúde.
• Exemplo: Quando o tratamento é considerado pior do que a doença. A proposta é
prevenir o que chamamos de hipermedicalização do cuidado, que nada mais é
do que o uso excessivo de medicamentos.

• Objetivo: Evitar intervenções invasivas desnecessárias, como cirurgias ou


exames, assim como fortalecer a política de redução de danos junto ao paciente.
• O desafio dos profissionais de saúde nesta fase é promover procedimentos
científicos e eticamente aceitáveis para melhor qualidade de vida do paciente.
Nível Prevenção Quinquenária
• Esse conceito surgiu recentemente, em 2014, com foco em prevenir o dano no paciente,
atuando no médico. Ou seja, é preciso cuidar de quem cuida.

• Prevenção Quinquenária: trata de medidas preventivas que visam a melhoria da


qualidade dos cuidados prestados ao paciente, mirando no cuidador, de ondem
emergem os cuidados.
• Exemplo: A prevenção ao Burnout (esgotamento) dos profissionais de saúde.
• O Burnout é o estado de exaustão física e ou psicológica no contexto do trabalho.

• Esse nível de prevenção é sim um grande avanço para profissionais de saúde. É preciso
reconhecer, também, seus benefícios para a qualidade dos serviços prestados à
população.
• Exemplo: Hospitais e prontos-socorros são ambientes tensos por natureza. Mas, o que
se viu com a pandemia do novo coronavírus foi um cenário desolador.
Nível de Atenção à Saúde
Gestão da Saúde Pública:
• Essas e outras metodologias administrativas ou ferramentas
tecnológicas auxiliam a gestão da saúde pública a mapear e
organizar a demanda e ajuda a cumprir seu principal objetivo:
• Entregar qualidade no atendimento ao cidadão exatamente com os
recursos necessários - nem mais, nem menos.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
• BLANK, V. L.G.; COELHO, E.B.S. ; SOUZA, M. L. Contextualizando a saúde: uma breve revisão
histórica do conceito de saúde e doença. In: SOUZA, M. L et al. Contextualizando o auxiliar de
enfermagem no ambiente social: estudos regionais e de saúde pública. Florianópolis, NFR/SPB,
CCS – UFSC, 1997, cap.1, p.11-19.
• BRASIL. Lei nº8.080, de 19 de setembro de 1990. Dispõe sobre as condições para a promoção,
proteção e recuperação da saúde, a organização e o funcionamento dos serviços correspondentes e
dá outras providências. Diário Oficial da União, Brasília: 20 de setembro de 1990. Disponível em:
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8080.htm.> Acesso em 06 de março de 2018.
• GAMBA, M. A;. TADINI, A. C. Processo saúde doença. 2010
• IDE, C. A. C.; CHAVES, E. C. A questão da determinação do processo saúde-doença. Rev. Esc.
Enf. USP, São Paulo, 24(1): 163-167, abr. 1990.
• MINISTÉRIO DE SAÚDE. Atenção Primária e Atenção Especializada: conheça os níveis de
assistência do maior sistema público de saúde do mundo. Disponível em:
https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/noticias/2022/marco/atencao-primaria-e-atencao-
especializada-conheca-os-niveis-de-assistencia-do-maior-sistema-publico-de-saude-do-mundo .
Acessado em 10 Abr. 2023.
• ROUQUAYROL, Maria Zélia. Epidemiologia e Saúde. 7. ed. Rio de Janeiro: MEDSI, 2013.
• SOUZA, Marina Célia. Enfermagem em Saúde Coletiva: Teoria e Prática. 2. ed. Rio de Janeiro:
Guanabara Koogan, 2017.

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