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Técnico em

Enfermagem
Módulo I
EPIDEMIOLOGIA E
PROCESSOS
PATOLÓGICOS
Epidemiologia
 O estudo dos fatores que determinam a frequência e a distribuição
das doenças nas coletividades humanas.

 Enquanto a clínica dedica-se ao estudo da doença no indivíduo,


analisando caso a caso, a epidemiologia debruça-se sobre os
problemas de saúde em grupos de pessoas, às vezes grupos
pequenos, na maioria das vezes envolvendo populações
numerosas.
 A história da epidemiologia tem seus primeiros registros já na
Grécia antiga, 400 anos antes de cristo, por meio de Hipócrates, em
um trabalho denominado Dos Ares, Águas e Lugares.

 Com este trabalho, ele tentou apresentar explicações, com


fundamentos racionais e não baseados no sobrenatural, a respeito
do aparecimento de doenças na população humana
 No século XVII, John Graunt foi o primeiro a quantificar os padrões
da natalidade, mortalidade e ocorrência de doenças, identificando
várias características importantes nesses eventos.

 Além disso, são também atribuídas a ele as primeiras estimativas de


população e a elaboração de uma tábua de mortalidade.

 Esses trabalhos lhe deram o mérito de ter sido o fundador da


bioestatística e um dos precursores da epidemiologia
 No Brasil, essa ciência teve seu inicio a partir da Medicina Tropical e
dos naturalistas, que de forma sistemática, descreveram a
ocorrência de diversas doenças infecciosas, seus vetores e seus
agentes.

 1905, Carlos Chagas conseguiu controlar um surto de Malária em


Itatinga, e sua experiência se tornou um modelo de combate
mundial

 1909, Carlos chagas descobriu o protozoário Tripanosoma cruzi


 Sendo assim, a Epidemiologia tem muito em comum com a
Demografia: ambas estudam as populações.

 Seus principais objetivos são:

I. Descrever a distribuição e a magnitude dos problemas de saúde


das populações humanas.
 Proporcionar dados essenciais para o planejamento, execução e
avaliação das ações de prevenção, controle tratamento de doenças,
bem como para estabelecer prioridades.
 Identificar fatores
etiológicos nas
gêneses das
doenças.
• Por exemplo, quando Dona Maria e o Seu Benedito, moradores da
Rua Sergipe n. 1, vão ao hospital ou ao posto de saúde, o médico,
durante a consulta, preenche o prontuário com os dados pessoais,
faz diagnóstico, pede exames, prescreve tratamento com vista ao
acompanhamento da evolução clínica da saúde de cada um deles.

• Quando a Equipe de Saúde da Família, um médico, uma equipe de


Prevenção Epidemiológica ou estudioso da Saúde Coletiva fazem
perguntas e coletam respostas que levam a novas perguntas sobre a
saúde e a doença, usando os dados de saúde coletados da
população da Vila Brasil, estão trabalhando numa perspectiva
epidemiológica.
• O câncer da D. Maria e a doença pulmonar obstrutiva crônica de
Seu Benedito são casos isolados ou frequentes?

• Quais são os fatores que determinam essas doenças?

• Será que o fumo, no caso da doença de Seu Benedito, levou ao


desenvolvimento de sua doença?

• Da população de idosos da Vila Brasil, quem está mais sujeito a


quais doenças?

• Como mensurar se a população da Vila Brasil está tendo um


envelhecimento saudável?
 Muitos dados clínicos coletados nas consultas nos centros de saúde
e hospitais da rede do SUS são consolidados em nível central e
encaminhado as bases de dados do SUS.

 Os dados do inquérito populacional servirá de base para os estudos


epidemiológicos.

 Aplicando bons métodos e desenhos epidemiológicos, trabalhando


com dados de qualidade e, principalmente, analisando a
complexidade dos resultados, poderemos oferecer bases para o
conhecimento da saúde da coletividade, bem como a identificação
de necessidades de intervenção ou ações coletivas.
História Natural da Doença

 É o nome dado ao conjunto de processos interativos que


compreendem as inter-relações do agente, do suscetível e do meio
ambiente que afetam o processo global e seu desenvolvimento,
desde as primeiras forças que criam o estímulo patológico e o que
levam ate as alterações pertinentes a um defeito, invalidez,
recuperação ou morte.
Período Período Patológico
Epidemiológico (modificações que se
(relação suscetível- passam nos
ambiente) organismos vivos)
 Fatores Sociais

Todos os processos de saúde-doença devem considerar a doença como


originada de processos sociais, crescendo por meio de relações
ambientais e ecológicas desfavoráveis.

Fatores Socioeconômicos
Fatores Sociopolíticos
Fatores Socioculturais
Fatores Psicossociais
 Fatores Socioeconômicos:

Existe, no Brasil, uma relação


pertinente entre capacidade
socioeconômica e probabilidade de
adquirir doenças.

Pessoas pobres tem menos acesso a


meios de saúde, incluindo
programas de prevenção e
recuperação.
 Fatores sociopolíticos

O uso de políticas públicas


voltadas para o combate a certas
doenças e também para a
distribuição de medicações e
aquisição de exames.

Decisão política

Valorização a Cidadania
• Fatores Socioculturais

Nesse contexto, devemos


perceber o habitus, crendices,
comportamentos, normas e
valores, valendo como fatores de
acometimento de doenças.

Peste Negra e a crença de sua


relação com o pecado.
• Fatores Psicossociais

Podemos destacar diversos fatores


da área psicológica que
repercutem nos processos
epidemiológicos de saúde-doença,
podemos citar:
• Falta de apoio no contexto
social e afetivo

• Relações parentais
desequilibradas

• Distúrbios de imagem e de
comportamento
Socioeconômic
os

Psicossociais Sociopolíticos

Socioculturais
• Fatores Ambienteis

O ambiente deve ser entendido como o conjunto de todos os fatores


que mantem relações interativas com o agente etiológico (causador da
doença) e os indivíduos suscetíveis.
• Fatores genéticos

Os fatores genéticos determinam a maior ou menor suscetibilidade do


indivíduo adquirir doenças, embora isso permaneça na fronteira da
pesquisa genética.

A questão é que, em relação a incidência de doenças, percebe-se que,


quando ocorre a exposição a um fator de adoecimento, alguns dos
expostos são acometidos e outros não.
• Portanto, percebe-se que os
processos de adoecimento
possuem causas
multifatoriais, sendo
originado das relações e
correlações entre os vários
processos que vivemos
durante nossas vidas.
• Período da Patogênese

Esse período se inicia com as primeiras ações que os agentes


patogênicos exercem sobre o ser afetado.

Primeiros contatos com os agentes causadores de doenças e podemos


agrupar dentro de 4 grupos:

Interação estimulo-suscetível
Alterações bioquímicas, histológicas e fisiológicas
Sinais e sintomas
Cronicidade
• Interação Estimulo-suscetível

No período interação estímulo-suscetível, todos os fatores necessários


para o desenvolvimento da doença estão presentes, porém a doença
ainda não ganhou maiores proporções.

As questões de homeostasia orgânica, incluindo fatores humorais


(imunológico), nutricionais, genéticos são decisivas para o surgimento
de algumas doenças devido ao fator cumulativo dos fatores adversos
presentes.
• Um exemplo presente no dia a dia dos profissionais da saúde é a
detecção ocasional da hipertensão arterial assintomática.
• Alterações Bioquímicas, histológicas e fisiológicas

Nesse estágio a doença já esta implantada no organismo afetado.


Embora não se percebam manifestações clínicas. Algumas doenças não
passam desse estágio. Existem outras que demoram muito tempo
nesta fase.

• Sinais e Sintomas

Os sinais da doença, ainda confusos, se tornam nítidos e transformam-


se em sintomas.

Esse estágio causa uma diversidade de transformações no organismo


• Cronicidade

A evolução da doença pode progredir até o estado de cronicidade ou


conduzir o doente a um dado nível de incapacidade física por um
tempo variável.
Prevenção de Doenças
• Prevenção Primária
- Promoção da Saúde: feita através de medidas de ordem geral.
- Moradia adequada com comportamentos higiênicos relacionados à
própria habitação como em seu entorno.
- Alimentação adequada, estimulando o hábito alimentar saudável.
- Imunização.
- Saúde ocupacional.
- Proteção contra acidentes.
- Controle dos vetores.
O uso de preservativos em atos sexuais também é uma ação de proteção
específica contra doenças sexualmente transmissíveis.
• Prevenção Secundária

• - Diagnóstico Precoce: Utilizado em indivíduos sadios, porém


potencialmente em risco, ou ainda na identificação de doentes
assintomáticos.

• - Inquérito para descoberta de casos na comunidade.

• - Exames periódicos, individuais, para detecção precoce de casos


(câncer de colo uterino, câncer de mama, câncer de próstata,
exame de escarro para tuberculose e outros.)

• - Isolamento para evitar a propagação de doenças.


• Prevenção Terciária: Focada nos indivíduos com sequelas oriundas
de acidentes ou doenças e buscam sua recuperação ou sua
manutenção do equilíbrio funcional:

- Reabilitação (impedir a incapacidade total).

- Fisioterapia.

- Terapia ocupacional.

- Saúde mental

- Emprego para o reabilitado.


Programas de Saúde
 Estratégia de Saúde da Família

A Estratégia Saúde da Família (ESF) busca promover a qualidade de


vida da população brasileira e intervir nos fatores que colocam a saúde
em risco, como falta de atividade física, má alimentação e o uso de
tabaco. Com atenção integral, equânime e contínua, a ESF se fortalece
como uma porta de entrada do Sistema Único de Saúde (SUS).
 Serviço de Atenção Domiciliar - Melhor em Casa

A atenção domiciliar (AD) é a forma de atenção à saúde oferecida na


moradia do paciente e caracterizada por um conjunto de ações de
promoção à saúde, prevenção e tratamento de doenças e reabilitação,
com garantia da continuidade do cuidado e integrada à Rede de
Atenção à Saúde. Com abordagens diferenciadas, esse tipo de serviço
está disponível no Sistema Único de Saúde (SUS) e é oferecido de
acordo com a necessidade do paciente, a partir do atendimento de
diferentes equipes.
 Atenção Integral a Saúde do Idoso, tendo como objetivo a
promoção de saúde, qualidade de vida, assistência e reabilitação.
Sendo as principais metas: aprimorar, manter e recuperar a
capacidade funcional, valorizando a independência física e mental
da pessoa idosa, redescobrindo possibilidades de viver sua própria
vida como também a fase do ciclo vital, com a melhor qualidade
possível.
 Política Nacional de Saúde Bucal (PNSB)

A principal meta da Política Nacional de Saúde Bucal é a reorganização


da prática e a qualificação das ações e serviços oferecidos no país,
reunindo medidas para garantir ações de promoção, prevenção e
recuperação da saúde bucal dos brasileiros de todas as idades, com
ampliação do acesso ao tratamento odontológico gratuito por meio do
SUS
 Programa de Qualificação das Ações de Vigilância em Saúde - PQA-
VS

O Programa de Qualificação das Ações de Vigilância em Saúde (PQA-


VS) representa um marco para a Vigilância em Saúde por definir
compromissos e responsabilidades para as três esferas de governo: a
federal, com financiamento e apoio técnico, a estadual e a municipal,
buscando induzir a implementação de iniciativas que garantam a
melhoria das ações de vigilância em saúde.
• Programa Nacional de Controle do Tabagismo

O Programa tem como objetivo reduzir a prevalência de fumantes e a


consequente morbimortalidade relacionada ao consumo de derivados
do tabaco.
 Programa Nacional de Segurança do Paciente (PNSP)

O Programa Nacional de Segurança do Paciente (PNSP) foi criado para


contribuir para a qualificação do cuidado em saúde em todos os
estabelecimentos de saúde do território nacional. A Segurança do
Paciente é um dos seis atributos da qualidade do cuidado e tem
adquirido, em todo o mundo, grande importância para os pacientes,
famílias, gestores e profissionais de saúde com a finalidade de oferecer
uma assistência segura.
Principais Epidemias Mundiais

• Epidemia: doença de
caráter transitório, que
ataca simultaneamente
grande número de
indivíduos em uma
determinada
localidade.
• Peste Negra – 50 milhões de mortos (Europa e Ásia).

• História: A peste bubônica ganhou o nome de peste negra por


causa da pior epidemia que atingiu a Europa, no século 14.

• Ela foi sendo combatida à medida que se melhorou a higiene e o


saneamento das cidades, diminuindo a população de ratos urbanos.
• A Peste Negra foi uma epidemia que matou cerca de um terço da
população que habitava o continente europeu em meados do
século XIV.

• A doença era disseminada a partir das pulgas que continham a


bactéria causadora da peste (Yersinia pestis).

• As pulgas, por sua vez, eram transportadas pelos ratos, já que elas
se hospedavam nos roedores.
• Nas péssimas condições de
higiene das cidades
medievais, a peste conseguiu
encontrar um ambiente
propício para sua propagação
entre as pessoas.

• Lixos e excrementos pelas


ruas, além de habitações
pequenas e com muitas
pessoas, facilitavam a
reprodução dos ratos e o
contato das pessoas com as
pulgas.
• A moléstia chegou à Europa vinda possivelmente da Ásia Central,
por volta de 1347, quando houve o primeiro surto.

• Nas rotas comerciais, além de mercadorias, ratos também eram


transportados pelos mercadores.

• Era quase impossível evitar a presença desses animais. Com a


bactéria chegando às cidades, a peste negra logo se disseminou.

• Ela era propagada também de pessoa a pessoa, em razão de ter se


desenvolvido na forma pneumônica, sendo transmitida através da
tosse ou no espirro.
• Sintomas: Inflamação
dos gânglios linfáticos,
seguida de
tremedeiras, dores
localizadas, apatia,
vertigem e febre alta
• Cólera – centenas de milhares de mortos (1817 a 1824).

• História – Conhecida desde a Antiguidade, teve sua primeira


epidemia global em 1817.

• Desde então, o vibrião colérico (Vibrio cholerae) sofreu diversas


mutações, causando novos ciclos epidêmicos de tempos em
tempos
• A cólera é causada por uma série de tipos da bactéria Vibrio
cholerae.

• Determinados tipos dão origem a formas mais graves da doença do


que outros.

• A doença transmite-se principalmente através da água e de


alimentos contaminados com fezes humanas com presença das
bactérias.

• Os seres humanos são o único animal afetado.


• Os fatores de ris incluem saneamento insuficiente, escassez de água
potável e a pobreza.

• Existe o receio de que a subida do nível do mar irá aumentar a


prevalência da doença. A cólera pode ser diagnosticada através
da análise das fezes.

• Estão disponíveis testes rápidos com tiras reagentes, mas a sua


precisão é menor.
• A prevenção envolve a melhora das condições de saneamento e do
acesso a água potável.

• A vacina contra a cólera, administrada por via oral, oferece proteção


razoável por um período de seis meses.

• O tratamento de primeira linha é a terapia de reidratação oral, em


que os líquidos perdidos são repostos por soluções salinas e
ligeiramente doces.

• Em casos graves da doença pode ser necessária a administração de


líquidos por via intravenosa. Os antibióticos podem ser benéficos.
• Estima-se que a cólera afete 3–5 milhões de pessoas em todo o
mundo e tenha sido a causa de 58 000–130 000 mortes em 2010.

• Embora atualmente seja considerada uma pandemia, a doença é


rara em países desenvolvidos. As crianças são o principal grupo
etário afetado.

• A cólera ocorre tanto em surtos como de forma endémica em


determinadas regiões. As áreas em maior risco são a África e
o sudeste asiático.
• Tuberculose – 1 bilhão de mortos

• História – Sinais da doença foram encontrados em esqueletos


de 7 000 anos atrás. O combate foi acelerado em 1882, depois
da identificação do bacilo de Koch, causador da tuberculose.

• Nas últimas décadas, ressurgiu com força nos países pobres,


incluindo o Brasil, e como doença oportunista nos pacientes
de Aids
• A tuberculose é transmitida por via aérea quando as pessoas com
tuberculose ativa nos pulmões tossem, cospem, falam ou espirram.

• As pessoas com tuberculose latente não transmitem a doença. A


infeção ativa é mais comum entre fumadores e pessoas
com VIH/SIDA.

• O diagnóstico de tuberculose ativa é apoiado por radiografias ao


peito, exames microscópicos e culturas de fluidos corporais. O
diagnóstico de tuberculose latente baseia-se na prova da
tuberculina ou análises ao sangue.
• Entre as medidas de prevenção estão o rastreio de grupos de risco,
detecção e tratamento atempados dos casos e vacinação com a
vacina BCG.

• Os grupos de risco incluem as pessoas que partilham casa ou local


de trabalho com pessoas com tuberculose ativa.

• O tratamento consiste na administração de


vários antibióticos durante um longo período de tempo.
• Todos os anos ocorrem novos casos de infeção em cerca de 1% da
população. Em 2016 ocorreram em todo o mundo mais de 10
milhões de casos de tuberculose ativa, tendo sido a causa de cerca
de 1,3 milhões de mortes.

• Isto faz com que a tuberculose seja a principal causa de morte por
doenças infeciosas. Mais de 95% destas mortes ocorreram
em países em vias de desenvolvimento.
• Desde o ano 2000 que o número de novos casos em cada ano tem
vindo a diminuir.

• Em muitos países africanos e asiáticos cerca de 80% da população


apresenta prova de tuberculina positiva, enquanto nos Estados
Unidos os este valor é de apenas 5–10% da população.
• Varíola - 300 milhões de mortos

• História – A doença atormentou a humanidade por mais de 3 000


anos.

• Até figurões como o faraó egípcio Ramsés II, a rainha Maria II da


Inglaterra e o rei Luís XV da França tiveram a temida “bixiga”. A
vacina foi descoberta em 1796
• Os sintomas iniciais mais comuns de varíola eram febre e vómitos.
Aos sintomas iniciais seguia-se a formação de úlceras na boca
e erupções cutâneas na pele.

• Após vários dias, as erupções cutâneas evoluíam


para bolhas características, repletas de líquido e com uma
depressão ao centro.

• A determinado momento, as bolhas ganhavam crostas e


desprendiam-se, deixando cicatrizes na pele.
• A doença era transmitida
diretamente entre pessoas ou
através do contato com objetos
contaminados. A prevenção era
feita com a vacina contra a
varíola.

• Nos casos em que a doença já


tinha sido contraída, podiam ser
usados alguns antivirais.
• Desconhece-se a origem da varíola. As primeiras evidências da
doença encontram-se em múmias egípcias datadas do século III.

• Ao longo da História a doença ocorreu em surtos. Estima-se que


no século XVIII morressem de varíola na Europa cerca de 400 000
pessoas por ano e que um terço dos casos resultasse em cegueira.

• Estima-se que ao longo do século XX a varíola tenha causado entre


300 e 500 milhões de mortes. Em 1967 ocorriam ainda 15 milhões
de casos por ano.
• Gripe Espanhola – 20 milhões de mortos (1918 a 1919).

• História – O vírus Influenza é um dos maiores carrascos da


humanidade. A mais grave epidemia foi batizada de gripe
espanhola, embora tenha feito vítimas no mundo todo. No Brasil,
matou o presidente Rodrigues Alves.
• Na segunda metade de 1918, justo no último ano de uma guerra
como nunca se havia visto antes, a Primeira Guerra Mundial, surgiu
uma gripe cujo vírus foi 30 vezes mais letal.

• Ou seja, caracterizou-se mundialmente pela


elevada morbilidade e mortalidade, especialmente nos sectores
jovens da população e pela frequência das complicações
associadas.
• A Gripe Espanhola provocou a morte de cerca de 50 a 100 milhões
de pessoas em todo o globo durante os dois anos da pandemia —
chegando a afetar cerca de 50% da população mundial, enquanto a
Primeira Guerra Mundial, nos seus quatro anos de duração, matou
aproximadamente 8 milhões de pessoas.

• Em Portugal, verificou-se uma elevadíssima taxa de mortalidade,


com duas ondas epidêmicas e uma ocorrência muito marcada entre
os 20 e os 40 anos, que terá causado cerca de 120 000 mortos.
• As três ondas da Gripe Espanhola
• A primeira onda aconteceu entre março e abril, no Kansas,
Estados Unidos, num campo de treinamento de tropas
destinadas ao front da 1ª Guerra e, apesar de ter sido
considerada branda, levou à morte, em todo o primeiro
semestre, aproximadamente dez mil pessoas, grande parte
atribuídas à pneumonia.
• A segunda onda, aconteceu
quando, depois de percorrer os
continentes, retornou aos
Estados Unidos em agosto,
matando milhões,
transformada “em algo
monstruoso, parecendo-se
muito pouco com o que é
comumente considerado
gripe”, com uma taxa de
letalidade de 6 a 8%.
• A terceira onda foi mais moderada e aconteceu no início de 1919,
de fevereiro a maio daquele ano. No entanto, “Nada – nem
infecção, nem guerra, nem fome – jamais tinha matado tantos em
tão pouco tempo”.
• Febre Amarela - 30 000 mortos (Etiópia) – 1960 a 1962

• História – O Flavivírus, que tem uma versão urbana e outra


silvestre, já causou grandes epidemias na África e nas Américas.
• Em cada ano, a febre amarela causa 200 000 infeções e 30 000
mortes, das quais cerca de 90% ocorrem em África.

• Nas regiões do mundo onde a doença é endémica, vivem cerca de


mil milhões de pessoas. É comum nas regiões tropicais da América
do Sul e de África, mas não na Ásia.

• Desde a década de 1980 que o número de casos de febre amarela


tem vindo a aumentar. Acredita-se que isto seja devido à
diminuição do número de pessoas imunes, ao aumento da
população urbana, ao aumento do número de viagens e
às alterações climáticas.
• A doença teve origem em África, de onde se espalhou para a
América do Sul através do comércio de escravos no século XVII.
Desde então que têm ocorrido vários surtos da doença na América,
em África e na Europa.

• Nos séculos século XVIII e século XIX, a febre amarela era uma das
mais perigosas doenças infeciosas. Em 1927, o vírus da febre
amarela foi o primeiro vírus humano a ser isolado.
• Sarampo – 6 milhões de mortos por ano até 1963

• História – Era uma das causas principais de mortalidade infantil até


a descoberta da primeira vacina, em 1963. Com o passar dos anos,
a vacina foi aperfeiçoada, e a doença foi erradicada em vários
países.
• A doença continua a ser uma das principais causas de morte entre
crianças pequenas em todo o mundo, apesar de haver uma vacina
segura e eficaz disponível.

• Aproximadamente 110 mil pessoas morreram por sarampo em


2017 – a maioria crianças com menos de cinco anos.

• O sarampo é causado por um vírus da família paramyxorividae e é


normalmente transmitido por meio de contato direto e pelo ar.

• O vírus infecta o trato respiratório e se espalha por todo o corpo. É


uma doença humana, ou seja, não ocorre em animais.
• As atividades aceleradas de imunização tiveram um grande impacto
na redução das mortes por sarampo.

• De 2000 a 2017, a vacinação contra o sarampo evitou


aproximadamente 21,1 milhões de mortes.

• O número de óbitos pela doença no mundo caiu 80% no período –


passando de 545 mil no ano 2000 para 110 mil em 2017.
• AIDS – 22 milhões de mortos - desde 1981

• História – A doença foi identificada em 1981, nos Estados Unidos, e


desde então foi considerada uma epidemia pela Organização
Mundial de Saúde
• Existem hoje no mundo 26 milhões de pessoas sem acesso
ao tratamento contra o vírus HIV.

• O que significa dizer que há um expressivo contingente da


população em risco de desenvolver a aids por não ter acesso aos
antirretrovirais, conjunto de medicamentos capazes de frear o vírus.
• Não há como eliminar a doença sem combater as barreiras
estruturais e culturais que a sustentam — ou seja, as desigualdades
e as exclusões socioeconômicas que atingem populações
marginalizadas e que têm sido cada vez mais potencializadas pelo
crescimento global do conservadorismo, do racismo, da xenofobia,
da homofobia e pelo consequente fortalecimento do estigma e da
discriminação.
• A chave para reverter esse cenário depende de as autoridades
nacionais e mundiais assumirem o desafio de encontrar uma
resposta construída conjuntamente com a sociedade civil,
governos, gestores, cientistas, profissionais da saúde e de serviços e
as pessoas que vivem com HIV e aids.

• Mais do que nunca, é preciso buscar retomar o controle da


epidemia com base nos princípios dos direitos humanos, da
solidariedade e da própria democracia.
Patologia

 Patologia: é o estudo das


doenças. Através dela,
estuda-se como os
órgãos e os tecidos de
um organismo saudável
modificam-se quando o
mesmo está doente.
 Doença: perturbação da saúde, isto é, um mal-estar causado por
distúrbio orgânico, mental ou social e pode ter causas exógenas,
endógenas e idiopáticas.
 A doença pode evoluir
para a cura (com ou
sem sequelas),
cronificação,
complicações e óbito.
 Ela é constituída por:
• Etiologia (Causas);
• Patogenia (Desenvolvimento);
• Alterações morfológicas (Alterações estruturais nas células e
órgãos);

• Desordens funcionais (Manifestações clínicas).


 A Patologia divide-se em
dois grandes ramos:

• Geral: estuda os
processos patológicos
gerais dando ênfase à
lesão em si, suas causas
e efeitos nas células e
tecidos.
• Específica: estuda as lesões nos
diferentes aparelhos e sistemas,
correlacionando-as com achados
clínicos e laboratoriais.
Lesão e adaptação celular

 Quando o equilíbrio das células é rompido pelo efeito de uma


agressão, a célula pode adaptar-se, sofrer um processo
regressivo ou morrer.
 Nos casos em que a célula agredida não está adaptada, tendo seu
metabolismo reduzido e, portanto, sua função celular diminuída,
diz-se que a célula apresenta uma alteração regressiva, ou
degeneração.
Lesão e adaptação celular

 As degenerações se situam entre a célula normal e a morte


celular.

 Como há diminuição da função celular, é compreensível que


se acumule dentro da célula, ou mesmo fora dela, uma série
de substâncias que são produtos de um metabolismo
perturbado.
 Deste modo, as lesões
degenerativas são classificadas de
acordo com o tipo de substância
acumulada.
Acúmulo de água
(degeneração hidrópica)
 Essa alteração se caracteriza pelo acúmulo de água no
citoplasma e é vista com mais frequência nas células
parenquimatosas, principalmente do rim, fígado e coração.
 A degeneração hidrópica ocorre em função do comprometimento
da regulação do volume celular, que é um processo basicamente
centrado no controle das concentrações de sódio e potássio no
citoplasma.
 Todos os processos agressivos que reduzem a atividade da
membrana plasmática, da bomba de sódio/potássio e da produção
de ATP (energia) pela célula, levam à retenção do sódio no
citoplasma deixando escapar o potássio e aumentando a água
citoplasmática na tentativa de manter as condições isosmóticas da
célula.
Acúmulo de lipídios (degeneração
gordurosa – esteatose)
 Refere-se ao acúmulo anormal de lipídios no interior das células
parenquimatosas.

 Como o fígado é o órgão diretamente relacionado com o


metabolismo lipídico, é nele que encontra-se mais comumente a
esteatose.
 As principais causas da
esteatose é a obesidade e o
alcoolismo; as consequências
são variáveis, dependendo da
intensidade e da associação
com outros fatores.
 Na grande maioria dos casos, a lesão é reversível e, cessada a
causa, a célula volta a normal.

 Quando a esteatose é grave e duradoura, pode ocasionar a morte


do hepatócito com alterações funcionais do órgão e a progressão
para a cirrose hepática.
Acúmulo de proteínas

 Este tipo de degeneração resulta da ação de substâncias


irritantes com intensidade moderada. Caracteriza-se pela
presença de massas translúcidas de formas arredondadas, com
parte central de aparência calcificada.
• A amiloidose é uma doença caracterizada pelo depósito
de proteína amilóide, que resulta de uma sequência de alterações
no seu desdobramento, sendo que o depósito de fibrilhas amilóides
insolúveis ocorre principalmente nos espaços extracelulares de
órgãos e tecidos.
• De acordo com a natureza bioquímica da proteína precursora
amilóide, as fibrilhas amilóides depositam-se localmente ou em
todo o organismo.

• Esse depósito pode não representar nenhum perigo clínico


aparente ou pode estar relacionado a alterações fisiopatológicas
graves.
• Existem três tipos de amiloidose:

• Amiloidose Primária: acredita-se que essa doença esteja associada


com alterações das células plasmáticas, como o mieloma múltilplo.

• Amiloidose Secundária: resulta de outras doenças, como por


exemplo, tuberculose, artrite reumatóide, entre outras.

• Amiloidose Hereditária: acomete os nervos e certos órgãos; foi


diagnosticada em indivíduos provenientes de Portugal, Suécia,
Japão e outros países.
Acúmulo de muco
 Ocorre pela hiperprodução de muco pelas células mucíparas dos
tratos digestório e respiratório, levando-as a se abarrotarem de
glicoproteínas, podendo inclusive causar morte celular ou pela
síntese exagerada de mucinas em adenomas e
adenocarcinomas, as quais geralmente extravasam para o
interstício e conferem ao mesmo aspecto de tecido mucóide.
 Degeneração Mucóide Epitelial":
Aumento intracelular e/ou
intersticial de mucinas e
mucopolissacárides neutros.

 Em consequência do aumento da
função secretora dos epitélios
mucíparos, vistos nas inflamações
agudas catarrais dos sistemas
respiratório, digestório e genital; ou
nas neoplasias mucossecretoras
onde a falta de acesso aos ductos
resultam em acúmulo intracelular
ou mesmo intersticial de mucina.
• Atrofia Serosa: A inanição prolongada ou doença crônica
caquetizante ocasiona a mobilização das gorduras corporais
determinando a "Saponificação nos adipócitos", principalmente nos
sulcos coronarianos, nos músculos esqueléticos, no mesentério e
no omento.

• Estes tecidos tendem a assumir um aspecto macroscópico


gelatinoso, translúcido, aquoso e mucoso característico.

• Microscopicamente, ocorre proliferação de tecido conjuntivo de


características embrionárias, com matriz basófila (MPS Ac) e fibrilas
em arranjos cruzados além de fibroblastos com núcleo
hipercromático estrelado.
Acúmulo de açúcar

 Anormalidades no metabolismo da glicose ou glicogênio levam a


um aumento no depósito intracelular de glicogênio, o qual se
mostra como vacúolos claros no citoplasma.
• Afecções que levam ao acúmulo de glicogênio
são principalmente o diabetes melitus e as
doenças de armazenamento de glicogênio ou
glicogenoses.
Acúmulo de açúcar

 As causas mais frequentes de lesão celulares são:


• Hipóxia;
• Agentes físicos (temperatura, radiações);
• Drogas e agentes químicos;
• Agentes biológicos (bactérias, fungos, protozoários);
• Reações imunológicas (doenças autoimune);
• Distúrbios genéticos;
• Distúrbios nutricionais.
Acúmulo de açúcar

 As lesões celulares irreversíveis ocorrem quando a célula


não consegue se adaptar e caminha progressivamente para
a morte.

 Morte celular é definida como a perda irreversível das


atividades integradas da célula com consequente
incapacidade de manutenção de seus mecanismos de
homeostasia, isto é, de equilíbrio da célula com o seu
meio.
Acúmulo de açúcar

 A partir do momento da morte celular, após uma agressão,


havendo incapacidade irreversível de retorno à integridade
bioquímica, funcional e morfológica, a célula passa a
desencadear uma série de fenômenos bioquímicos e,
consequentemente, funcionais e morfológicos.

 A esta sequência de fenômenos denomina-se necrose


celular.
• A necrose celular pode ocorrer em consequência da atuação de
enzimas da própria célula (autólise) ou da atuação de enzimas
extracelulares (heterólise).
Acúmulo de açúcar

 A morte celular em tecidos normais como uma forma de


regulação da população celular é um fenômeno biológico
conhecido cuja causa é intrínseca à célula e não depende
de alterações do seu meio ambiente.

 Essa autodestruição ativa de células ou grupos de células é


uma forma de morte denominada apoptose.
Principais Doenças Metabólicas
• Doenças metabólicas são doenças que causam alteração no
funcionamento geral do organismo. Seja por alterações das reações
químicas ou da velocidade que elas ocorrem.

• Metabolismo é o conjunto de processos químicos que acontece nos


seres vivos.
• Doenças cerebrovasculares.

• Infarto agudo do miocárdio.

• Pneumonia.

• Diabetes mellitus.
• Diabetes é uma doença causada pela produção insuficiente ou má
absorção de insulina, hormônio que regula a glicose no sangue e
garante energia para o organismo.

• A insulina é um hormônio que tem a função de quebrar as


moléculas de glicose(açúcar) transformando-a em energia para
manutenção das células do nosso organismo.

• O diabetes pode causar o aumento da glicemia e as altas taxas


podem levar a complicações no coração, nas artérias, nos olhos, nos
rins e nos nervos. Em casos mais graves, o diabetes pode levar à
morte.
• O que é diabetes tipo 1?

• Sabe-se que, via de regra, é uma doença crônica não


transmissível, hereditária, que concentra entre 5% e 10% do total
de diabéticos no Brasil. Cerca de 90% dos pacientes diabéticos no
Brasil têm esse tipo. Ele se manifesta mais frequentemente em
adultos, mas crianças também podem apresentar.

• O diabetes tipo 1 aparece geralmente na infância ou adolescência,


mas pode ser diagnosticado em adultos também. Pessoas com
parentes próximos que têm ou tiveram a doença devem fazer
exames regularmente para acompanhar a glicose no sangue.
• O que é diabetes tipo 2?

• O diabetes tipo 2 ocorre quando o corpo não aproveita


adequadamente a insulina produzida. A causa do diabetes tipo 2
está diretamente relacionado
ao sobrepeso, sedentarismo, triglicerídeos
elevados, hipertensão.e hábitos alimentares inadequados.

• Por isso, é essencial manter acompanhamento médico para tratar,


também, dessas outras doenças, que podem aparecer junto com o
diabetes.
• Diabetes Latente Autoimune do Adulto (LADA): Atinge basicamente
os adultos e representa um agravamento do diabetes tipo 2.

• Caracteriza-se, basicamente, no desenvolvimento de um processo


autoimune do organismo, que começa a atacar as células do
pâncreas.
• A hipertensão arterial ou pressão alta é uma doença crônica
caracterizada pelos níveis elevados da pressão sanguínea nas
artérias. Ela acontece quando os valores das pressões máxima e
mínima são iguais ou ultrapassam os 140/90 mmHg (ou 14 por 9).

• A pressão alta faz com que o coração tenha que exercer um esforço
maior do que o normal para fazer com que o sangue seja
distribuído corretamente no corpo.

• A pressão alta é um dos principais fatores de risco para a ocorrência


de acidente vascular cerebral, enfarte, aneurisma arterial e
insuficiência renal e cardíaca.
• Causas da pressão alta

• Essa doença é herdada dos pais em 90% dos casos, mas há vários
fatores que influenciam nos níveis de pressão arterial, entre eles:
• Fumo
• Consumo de bebidas alcoólicas
• Obesidade
• Estresse
• Elevado consumo de sal
• Níveis altos de colesterol
• Falta de atividade física;
• Sintomas da pressão alta

• Os sintomas da hipertensão costumam aparecer somente quando a


pressão sobe muito:
• podem ocorrer dores no peito,
• dor de cabeça,
• tonturas,
• zumbido no ouvido,
• fraqueza,
• visão embaçada e sangramento nasal.
• Tratamento

• A pressão alta não tem cura, mas tem tratamento e pode ser
controlada. Somente o médico poderá determinar o melhor
método para cada paciente.

• O Sistema Único de Saúde (SUS) oferece gratuitamente


medicamentos nas Unidades Básicas de Saúde (UBS) e pelo
programa Farmácia Popular.
Distúrbios do Crescimento e da
Diferenciação Celular
 Crescimento celular é a multiplicação celular, indispensável
durante o desenvolvimento e para reposição celular dos seres
vivos. Já diferenciação é a especialização morfológica e funcional
da célula.
 Toda célula e toda população celular (tecidos, órgãos, organismos)
se acham sob controle, exercido pela própria célula e pelo
organismo como um todo.

 Em condições normais, ritmo e velocidade de crescimento são


balanceados através de mecanismos homeostáticos que não
permitem multiplicação nem superior nem inferior às necessidades
do órgão e do organismo.
• A ruptura desses mecanismos de controle leva a modificações do
ritmo de crescimento que nada mais são do que respostas
adaptativas.
Distúrbios do Crescimento e da
Diferenciação Celular
 Hipertrofia  Cápsula

 Atrofia  Crescimento

 Hiperplasia  Morfologia

 Metaplasia  Antigenicidade

 Displasia  Metástase.

 Neoplasias
Distúrbios do Crescimento e da
Diferenciação Celular
 Hipertrofia: É o aumento
quantitativo dos constituintes e
das funções celulares, o que
provoca aumento das células e
órgãos afetados.

 Pode ser fisiológica (aumento do


útero na gestação) e patológica
(cardiomegalia por lesão
valvular).
• Atrofia: É a redução
do tamanho e da
função da célula.
Pode ocorrer por
desuso, diminuição
do suprimento
sanguíneo,
insuficiência de
nutrientes,
envelhecimento e
compressão.
Distúrbios do Crescimento e da
Diferenciação Celular
 Hiperplasia: É uma proliferação celular (aumento do número
de células) que conserva o caráter morfofuncional da célula
originária, retirando o estímulo, a proliferação cessa.
 Metaplasia: Pode
ser definida como
o processo pelo
qual uma célula
e/ou um tecido
perdem suas
características
específicas e
adquirem outras.
Distúrbios do Crescimento e da
Diferenciação Celular
 Displasia: Consiste em modificações ou situações em que o
transtorno do processo de diferenciação não permite a
maturação da célula até seu nível de diferenciação normal, ou a
faz parar num nível de diferenciação inferior ao da célula mãe.
Pode ser considerada como lesões pré-cancerosas epiteliais.
• Agenesia, aplasia e hipoplasia
correspondem a situações congênitas.
A primeira pode ser definida como
ausência de formação, a segunda como
ausência de proliferação e a terceira
como diminuição da proliferação.
Distúrbios do Crescimento e da
Diferenciação Celular
 Neoplasias: É uma neoformação local de tecido originada pela
modificação do código genético de células normais
preexistentes, atípica em relação ao tecido do qual se originou,
capaz de crescimento progressivo, geralmente autônomo.
 De acordo com o comportamento biológico os tumores podem ser
agrupados em benignos e malignos. Os critérios de diferenciação
entre cada uma destas lesões são, na grande maioria dos casos,
morfológicos.
Distúrbios do Crescimento e da
Diferenciação Celular
 Cápsula: Os tumores benignos tendem a apresentar
crescimento lento e expansivo determinando a compressão dos
tecidos vizinhos, o que leva a formação de uma pseudocápsula
fibrosa. Já nos casos dos tumores malignos, o crescimento
rápido, desordenado, infiltrativo e destrutivo não permite a
formação desta pseudocápsula.
Distúrbios do Crescimento e da
Diferenciação Celular
 Crescimento: Os tumores benignos, por exibirem crescimento
lento, possuem estroma e uma rede vascular adequada. Por isso
raramente apresentam necrose e hemorragia.

No caso dos tumores malignos, observa-se que, pela rapidez,


desorganização do crescimento, pela capacidade infiltrativa e
pelo alto índice de duplicação celular, apresentam uma
desproporção entre o parênquima tumoral e o estroma
vascularizado.

Isto acarreta áreas de necrose ou hemorragia, de grau variável


com a velocidade do crescimento e a "idade" tumoral.
Distúrbios do Crescimento e da
Diferenciação Celular
 Morfologia: O parênquima tumoral exibe um grau variado de
células. As dos tumores benignos, que são semelhantes e
reproduzem o aspecto das células do tecido que lhes deu
origem, são denominadas bem diferenciadas.

 As células dos tumores malignos perderam estas características,


têm graus variados de diferenciação e, portanto, guardam pouca
semelhança com as células que as originaram e são
denominadas pouco diferenciadas.
• Quando estudam-se suas características ao microscópio, veem-se
células com alterações de membrana, citoplasma irregular e
núcleos com variações da forma, tamanho e cromatismo.
Distúrbios do Crescimento e da
Diferenciação Celular
 Mitose: O número de mitoses expressa a atividade da divisão
celular. Isto significa dizer que, quanto maior a atividade
proliferativa de um tecido, maior será o número de mitoses
verificadas.

 Nos tumores benignos, as mitoses são raras e têm aspecto


típico, enquanto que, nas neoplasias malignas, elas são em
maior número e atípicas.
Distúrbios do Crescimento e da
Diferenciação Celular
 Antigenicidade: As células dos tumores benignos, por serem
bem diferenciadas, não apresentam a capacidade de produzir
antígenos.

 Já as células malignas, pouco diferenciadas, têm esta


propriedade, o que permite o diagnóstico e o diagnóstico
precoce de alguns tipos de câncer.
Distúrbios do Crescimento e da
Diferenciação Celular
 Metástase: As duas propriedades principais das neoplasias
malignas são: a capacidade invasivo-destrutiva local e a
produção de metástases.

 Por definição, a metástase constitui o crescimento neoplásico à


distância, sem continuidade e sem dependência do foco
primário.
Nomenclatura

 A designação dos tumores baseia-se na sua histogênese e


histopatologia.

 Para os tumores benignos, a regra é acrescentar o sufixo


"oma" (tumor) ao termo que designa o tecido que os
originou.

Exemplos:
Tumor benigno do tecido cartilaginoso – condroma;
Tumor benigno do tecido gorduroso – lipoma;
Tumor benigno do tecido glandular – adenoma.
Nomenclatura

 Para tumores malignos, devemos considerar a origem


embrionária dos tecidos de que deriva o tumor.

• Tecidos de revestimento externo e interno: carcinomas.


• Origem glandular: adenocarcinomas.
• Tecidos conjuntivos ou mesenquimais: acréscimo de
"sarcoma" ao vocábulo que corresponde ao tecido.
• Células blásticas: acréscimo de "blastoma" ao vocábulo
que corresponde ao tecido.

Exemplo
Hepatoblastoma - tumor maligno do tecido hepático jovem;
Nefroblastoma - tumor maligno do tecido renal jovem.
Nomenclatura

 Exceções Apesar de a maioria dos tumores incluírem-se na


classificação pela regra geral, alguns constituem exceção a ela.

 Tumores Embrionários: Teratomas (podem ser benignos ou


malignos, dependendo do seu grau de diferenciação),
seminomas, coriocarcinomas e carcinoma de células
embrionárias.

 São tumores malignos de origem embrionária, derivados de


células primitivas totipotentes que antecedem o embrião
tridérmico.
Nomenclatura

 Epônimos: São tumores malignos que receberam os nomes


daqueles que os descreveram pela primeira vez: linfoma de
Burkitt, Doença de Hodgkin, sarcoma de Ewing, sarcoma de
Kaposi, tumor de Wilms (nefroblastoma), tumor de Krukemberg
(adenocarcinoma mucinoso metastático para ovário).
Nomenclatura

 Morfologia Tumoral: Os carcinomas e adenocarcinomas podem


receber nomes complementares (epidermóide, papilífero,
seroso, mucinoso, cístico, medular, lobular etc.), para melhor
descrever sua morfologia, tanto macro como microscópica:

 cistoadenocarcinoma papilífero,
 carcinoma ductal infiltrante,
 adenocarcinoma mucinoso,
 carcinoma medular, etc.
Nomenclatura

 Sufixo Indevido: Algumas neoplasias malignas ficaram


denominadas como se fossem benignas (ou seja apenas pelo
sufixo "oma") por não possuírem a correspondente variante
benigna:

 melanoma,
 linfomas e sarcomas (estes dois últimos nomes representam
classes de variados tumores malignos).
Nomenclatura

 Outros: Algumas vezes, a nomenclatura de alguns tumores


escapa a qualquer critério histogenético ou morfológico.

Câncer (também conhecido como neoplasia) é o nome de um


grupo de mais de 100 diferentes doenças.

Células anormais que se dividem e formam mais células de


maneira desorganizada e descontrolada.

O câncer é causado por fatores externos (radiação, produtos


químicos, vírus, cigarro, álcool) e internos (predisposição,
hormônios).
Nomenclatura

 Outros: Não se sabe ao certo como prevenir todos os casos de


câncer, contudo algumas medidas preventivas, conhecidas,
podem ser adotadas.

Para um correto diagnóstico é imprescindível compreender que


existem muitos tipos de câncer, existindo assim diferentes
tratamentos para cada um deles.

Para isto o médico depende de vários recursos como sinais e


sintomas do paciente, exames físicos, exames de imagem,
laboratoriais gerais e específicos, marcadores tumorais e a
biopsia.
Nomenclatura

 Outros: Pode ser necessária a realização de vários exames


especiais da amostra para se caracterizar o câncer de um modo
mais acurado.

É importante conhecer o tipo de câncer já que isto ajuda o


médico a determinar quais os exames que poderão ser
solicitados, devido fundamentalmente a que cada tipo de câncer
segue um padrão específico de crescimento e disseminação.
 Atualmente existem três formas de tratamento do câncer:

 cirurgia,
 Radioterapia,
 Quimioterapia.
 Cirurgia

 Cirurgia Curativa. A cirurgia curativa geralmente é feita quando o


tumor está localizado em apenas uma parte do corpo, e
provavelmente toda a doença possa ser retirada.

 Nesses casos, a cirurgia pode ser o tratamento principal. Podendo


ser usada isoladamente ou em combinação com outros
tratamentos, como quimioterapia ou radioterapia, que podem ser
administrados antes ou após a cirurgia.
 Cirurgia para Remover parte do Tumor. Esse tipo de procedimento
é usado para remover parte, mas não toda a doença.

 Às vezes, isso ocorre quando retirar todo o tumor causaria muito


dano a órgãos ou tecidos próximos.

 Por exemplo, pode ser usada para cânceres avançados do ovário e


alguns linfomas. Nesses casos, o cirurgião pode remover o máximo
possível do tumor e tratar o que restou com radioterapia,
quimioterapia ou outros tratamentos.
 Cirurgia Paliativa. Este tipo de cirurgia é usada para tratar
problemas causados ​pela doença avançada.

 A cirurgia paliativa pode ser usada para aliviar sintomas que causam
desconforto ou incapacidade. Por exemplo, alguns tipos de câncer
no abdome podem obstruir o intestino. Se isso acontecer, a cirurgia
pode ser usada para remover esse bloqueio.
 A cirurgia paliativa também pode ser usada para tratar a dor que é
difícil de ser controlada por outros métodos.

 A cirurgia paliativa ajuda a aliviar os problemas causados ​pelo


câncer e oferece melhor qualidade de vida aos pacientes, mas não
trata ou cura o câncer.
 Quimioterapia

 Quimioterapia é um tratamento que utiliza medicamentos para


destruir as células doentes que formam um tumor. Estes
medicamentos se misturam com o sangue e são levados a todas as
partes do corpo, destruindo as células doentes que estão formando
o tumor e impedindo, também, que elas se espalhem pelo corpo.
Para mais informações, leia a página sobre Quimioterapia.
 Radioterapia

 É um tratamento no qual se utilizam radiações ionizantes (raio


X, por exemplo) para destruir um tumor ou impedir que suas
células aumentem. Estas radiações não são vistas e durante a
aplicação o paciente não sente nada.

 A radioterapia pode ser usada em combinação com a


quimioterapia ou outros tratamentos.
INFLAMAÇÃO
 A inflamação ( do latim: inflamare) é uma síndrome caracterizada
por alterações imunológicas, bioquímicas e fisiológicas, que produz
no local agredido aumento do fluxo sanguíneo, aumento da
permeabilidade vascular, recrutamento leucocitário e liberação de
mediadores químicos pró-inflamatórios.
 Isso se traduz como edema, dor, vermelhidão, calor e perda da
função, sinais conhecidos como flogísticos.

 Esse processo é uma resposta normal do organismo a um agente


agressor, podendo ser este, um micro-organismo, um parasita, um
agente químico ou físico ou uma reação imunológica.
 Podemos dividir a inflamação em dois grandes tipos, aguda e
crônica.

 A inflamação aguda, como o próprio nome diz, é caracterizada por


ser a resposta inicial a um agente agressor e o aparecimento dos
sinais flogísticos.

 É limitada, durando poucos dias, podendo resultar na cicatrização


tecidual ou cronificação da inflamação.

 Também há diferenciação dos tipos celulares e mediadores


químicos envolvidos, em relação a inflamação crônica.
 A inflamação crônica representa o processo pelo qual o agente
agressor se perpetua ou a resposta orgânica não cessa levando a
um estado permanente inflamatório, que pode ser local ou
sistêmico.

 Há destruição e reparo tecidual ocorrendo concomitante,


frequentemente sua sintomatologia, diferente da aguda que é bem
marca pela flogose, é pouco intensa e de inicio insidioso, até uma
fase mais tardia, onde já há intenso dano.
Processo Inflamatório

 Consiste em uma
reação local, de caráter
predominantemente
vascular, por meio da
qual o organismo
procura defender-se da
ação de agentes
lesivos.
 O processo inflamatório, sob determinado ponto de vista, pode ser
encarado como um mecanismo de defesa do organismo e, como
tal, atua destruindo, diluindo, isolando ou sequestrando o agente
agressor, abrindo caminho para os processos reparativos do tecido
afetado.
• Entretanto, a inflamação pode
ser potencialmente danosa,
uma vez que sua manifestação
pode lesar o próprio
organismo, às vezes de forma
mais deletéria que o próprio
agente injuriante.
Processo Inflamatório

 Os agentes ou causa da inflamação:


• Micro-organismos vivos;
• Agentes físicos;
• Agentes químicos;
• Corpos estranhos;
• Reparação dos tecidos.

A nomenclatura é sempre igual ao nome do órgão ou tecido +


sufixo ITE. Exemplo: apendicite, meningite, pleurite e artrite.
 Micro-organismos vivos:

• Bactérias entram no tecido e são reconhecidas por células do


sistema imunológico (residentes), como
os macrófagos e mastócitos.

• Essas células apresentam receptores que reconhecem moléculas


encontradas apenas nesses microrganismos. O reconhecimento
leva a ativação dessas células que liberam várias substâncias.

• Dentre elas podemos citar as citocinas, que são proteínas


sinalizadoras, importantes para auxiliar outras células na destruição
de microrganismos.
• Os mastócitos são células que têm como principal função liberar
substâncias de seus grânulos, como a histamina, que atua fazendo
com que os vasos sanguíneos aumentem de diâmetro
(vasodilatação), o que leva a uma maior circulação de sangue
naquela região.

• Devido a maior quantidade de sangue, essa região fica avermelhada


e quente, dois dos cinco sinais da inflamação
(Vermelhidão e Calor).
 Inflamação por Agentes Físicos
e Químicos:

• Essa agressão pode vir de


agentes físicos (cortes,
contusões, queimaduras),
químicos (agentes irritantes,
corrosivos, dentre outros).
 Inflamação por corpos estranhos:

• Granuloma de tipo corpo


estranho é uma a reação a um
material imunologicamente
inerte, que pode ser exógeno
(fios de sutura, talco, fibras de
algodão, metais, sílica, silicone,
gotículas de óleo, etc.) ou
endógeno (queratina, colesterol,
fragmentos de pêlo, microcristais
de urato no tofo gotoso).
• A formação de granuloma de tipo
corpo estranho faz parte
da imunidade inata.

• Microscopicamente identificam-se
numerosos macrófagos uni ou
multinucleados circundando e
fagocitando o corpo estranho, que
pode ser visível no HE. Na luz
polarizada o material birrefringente
é evidenciado no centro do
granuloma e dentro dos macrófagos.
• Inflamação por reparação de
tecidos:

• Fase Inflamatória: inicia-se no


momento da lesão tecidual e dura
entre 24 a 48 horas.

• Sua característica é a presença de


calor, rubor, edema e dor, podendo
haver perda parcial ou total das
funções celulares. Nesta fase
ocorre a limpeza da área lesada.
Processo Inflamatório

 As alterações que ocorrem nos vasos sanguíneos da


microcirculação nas primeiras horas após uma injúria subletal
envolvem três tipos de processos:

1. Fase alterativa = Agressão


2. Fase exsudativa = Aumento da permeabilidade vascular
3. Produtiva = Proliferação de vasos, fibroblastos, monócitos
e linfócitos.
Processo Inflamatório

 Uma vez desenvolvida a reação inicial à injúria, a extensão da


lesão local dependerá da intensidade, natureza e duração do
estímulo lesivo bem como das características do hospedeiro
(idade, imunidade, estado nutricional).

 Assim, se o agente nocivo for de curta duração, ou rapidamente


anulado pelos mecanismos de defesa do organismo, as
alterações inflamatórias sofrerão rápida resolução ou deixarão
uma quantidade variável de tecido cicatricial na área lesada.
Processo Inflamatório

 O processo inflamatório é dividido em agudo e crônico.

 A inflamação aguda é de curta duração, de alguns minutos,


horas ou um a dois dias, dependendo do estímulo causal.

 Se caracteriza por exsudação de fluidos e proteínas do plasma e


emigração de leucócitos, predominantemente neutrófilos.

 Há um vasodilatação, causando aumento do fluxo sanguíneo,


responsável pelo calor e rubor.

 Além desses sinais, temos o edema, dor e perda da função.


Processo Inflamatório

 A inflamação crônica é um
processo um pouco mais
demorado, ocorre dentro de
semanas ou meses e é
caracterizada por inflamação
ativa (infiltrado de células
mononucleares), com destruição
tecidual e tentativa de reparar
os danos (cicatrização).
• Pode ser a continuação de uma reação aguda, mas muitas vezes,
acontece de maneira insidiosa.

• As células apresentadoras de antígenos, os macrófagos, são


ativados para combater esse processo e secretam vários
mediadores químicos da inflamação, os quais, se não controlados,
podem levar à destruição do tecido lesado e fibrose características
desse tipo de inflamação.
Processo Inflamatório

 A inflamação crônica caracteriza-se por: Infiltração de células


mononucleares (macrófagos, linfócitos e plasmócitos), reflexo
de uma reação persistente à lesão; destruição tecidual induzida,
sobretudo pelas células inflamatórias.

 Tentativas de cicatrização por substituição do tecido danificado


por tecido conjuntivo, realizada por proliferação de pequenos
vasos sanguíneos (angiogênese) e, em particular, fibrose.
Distúrbios Circulatórios

 A circulação sanguínea é responsável pelo aporte de nutrientes,


remoção de catabólitos, condução de hormônios, manutenção
da homeostasia, eliminação renal de eletrólitos e troca de
substâncias entre o meio intra e extra celular.

 A homeostase, equilíbrio, é mantida pelo meio líquido normal


(concentração de soluto na sangue, estado endotelial e da
membrana basal vascular) e pelo fluxo sanguíneo adequado.
Distúrbios Circulatórios

 As condições patológicas ocorre:

1- No meio líquido = Desidratação e Edema


2- No fluxo sanguíneo = Hiperemia, Trombose, Embolia e
Infarto
3- No líquido intersticial e fluxo sanguíneo = Hemorragia e
Choque.
Distúrbios Circulatórios

 A desidratação é um estado patológico do organismo, causado


pelo baixo nível de líquido (água, sais minerais e orgânicos) no
corpo.

 Ela pode ocorrer quando há excesso de calor , diminuição do


consumo de água, febre , diarreia, vômitos ou pelo uso de
medicamentos diuréticos.
• A hiperemia é o aumento quantidade de volume
sanguíneo em um determinado órgão ou tecido,
causados por maior afluxo sanguíneo (hiperemia
ativa ou arterial) ou por deficiente escoamento
(hiperemia passiva ou venosa).

• Pode ser fisiológica ou patológica.


Distúrbios Circulatórios

 Edema refere-se a um acúmulo anormal de líquido no espaço


intersticial devido ao desequilíbrio entre a pressão hidrostática e
a pressão oncótica.

 É constituído de uma solução aquosa de sais e proteínas do


plasma e sua composição varia conforme a causa do edema.
• Quando o liquido se acumula no corpo inteiro gera um edema
generalizado.

• É por si só o sinal de doença, podendo ser cardíaca, hepática,


desnutrição grave, hipotireoidismo, obstrução venosa e ou linfática.

• As causas podem ser por diversos motivos, como exemplo, o


retorno venoso alterado (estase venosa) ou imobilidade
prolongada.
Distúrbios Circulatórios

 O fenômeno conhecido como trombose é a solidificação dos


elementos do sangue na luz dos vasos ou do coração.

 As causas e mecanismos de formação dos trombos ocorrem


pela alteração de pelo menos dois elementos da tríade de
Virchow.
Distúrbios Circulatórios

 Alterações da parede vascular

As lesões das células endoteliais determinam o aparecimento de


tromboses. Isto é bem evidente quando a superfície dos vasos,
em um ponto específico, fica cem células endoteliais, com
exposição do colágeno e/ou fibras elásticas subjacentes.
• Outro método para produção de trombose, e a presença de uma
superfície estranha, tal como um fio cirúrgico, em contato com a
corrente sanguínea.

• Em qualquer uma dessas eventualidades o quadro trombótico se


inicia por depósito inicial de plaquetas no sítio da lesão.
Distúrbios Circulatórios

 Alterações do fluxo sanguíneo

A lesão do endotélio é facilitada e surge mesmo


espontaneamente em locais onde há alteração da corrente
sanguínea, particularmente quando tem sua velocidade
reduzida ou quando se formam correntes ou redemoinhos em
torno de obstáculos parciais.
Distúrbios Circulatórios

 Alterações nos constituintes do sangue

Condições que aumentam o número de plaquetas na circulação


predispõem à trombose.

Após o parto ou depois de cirurgias, a tendência ao


desenvolvimento de trombose é paralela ao progressivo
aumento de plaquetas.
• Por embolia, entende-se o transporte pelo sangue de fragmentos
de trombo, gordura, gases e outros corpos estranhos, a pontos
distantes de sua sede de origem.

• Cerca de 99% das embolias correspondem a deslocamento de


trombos (tromboembolismo).

• São outros exemplos de êmbolo: glóbulos de gordura, fragmentos


de medula óssea, massa de gases, fragmentos de placas
ateromatosas, células tumorais, parasitas e líquido amniótico.
Distúrbios Circulatórios

 Alterações nos constituintes do sangue

O infarto é uma área localizada de necrose isquêmica. A


isquemia é definida como deficiência do suprimento de sangue
numa determinada área de tecido ou órgão.

Geralmente, a isquemia é produzida por trombose ou embolia.


Na maioria das vezes o infarto é consequente da oclusão
arterial, mas em determinadas circunstâncias, a obstrução
venosa também produz infarto.
Distúrbios Circulatórios

 Alterações nos constituintes do sangue

Hemorragia é a saída de sangue dos vasos e do coração


podendo ocorre por inúmeras causas:

• causas vasculares localizadas, fatores extrínsecos (traumas),

• fatores intrínsecos ao vaso ou ao organismo (arteriosclerose,


aneurisma, hipertensão arterial)

• ou mesmo se relacionar a deficiência de plaquetas ou mais


fatores envolvidos no mecanismo intrínseco e/ou extrínseco
da coagulação sanguínea.
• A lesão hemorrágica, conforme o aspecto macroscópico,
compreende vários tipos, como petéquias, víbices, púrpuras,
equimoses, hematomas.

• Se as hemorragias ocorrem nas cavidades corpóreas recebem


também denominações especiais: hemotórax, hemopericárdio e
hemoperitônio.
Distúrbios Circulatórios

 Alterações nos constituintes do sangue

Outro tipo de perturbação circulatória periférica é o quadro de


choque ou colapso circulatório, que implica alterações na
perfusão sanguínea dos tecidos com hipóxia ou anóxia com
consequências variadas até a morte. O choque tem como
principais causas:

a. A diminuição do volume sanguíneo (choque hipovolêmico);


b. A vasodilatação periférica;
c. Diminuição acentuada do débito cardíaco;
d. Obstrução aguda do fluxo sanguíneo.
Noções de Imunopatologia

 A Imunopatologia é a ciência que estuda as lesões e doenças


produzidas pela resposta imunitária. Podem ser agrupadas em
quatro categorias de estudo:

 doenças por hipersensibilidade,

 doenças autoimunes,

 imunodeficiências

 e rejeição de transplantes.
Noções de Imunopatologia

 Hipersensibilidade

 O termo hipersensibilidade é aplicado quando uma resposta


adaptativa ocorre de forma exagerada ou inapropriada,
causando reações inflamatórias e dano tecidual.
• A hipersensibilidade é uma
característica do indivíduo e
não se manifesta no primeiro
contato com o antígeno
indutor da reação de
hipersensibilidade,
geralmente, aparece em
contatos subsequentes.
 Podemos classificar a Hipersensibilidade em 4 categorias distintas:

• Tipo I – Hipersensibilidade mediada pela IgE (Imediata);

• Tipo II – Hipersensibilidade mediada por anticorpo (Citotóxica);

• Tipo III – Hipersensibilidade mediada por imunocomplexo;

• Tipo IV – Hipersensibilidade tardia mediada por células T.


• Tipo I – Hipersensibilidade mediada pela IgE (imediata):

• Anticorpos IgE ocupam receptores em mastócitos. Dentro de


poucos minutos de exposição ao alérgeno um antígeno
multivalente se junta a IgE, e ativa a desgranulação dos mastócitos.

• Mediadores pré-formados ou formados na hora são liberados, e


causam vasodilatação, contração do músculo liso visceral,
estimulação da secreção de muco pelas glândulas do corpo,
aumento da permeabilidade vascular.

• Mediadores do ácido araquidônico, citocinas e outras proteínas


induzem a fase tardia da resposta inflamatória que ocorre algumas
horas depois.
• Atopica: É o grupo de
doenças (rinite alérgica,
asma, dermatite,
gastroênteropatia alérgica)
que ocorre em certas
pessoas com uma
tendência hereditária a
desenvolver anticorpos IgE
contra múltiplos órgãos
envolvidos com antígenos
ambientais.
• Anafilática: certos alérgenos (especialmente drogas, picada de
insetos, látex e alimentos) podem induzir à resposta mediada pela
IgE, causando uma generalizada liberação de mediadores pelos
mastócitos que resulta numa anafilaxia sistêmica.

• Esta é caracterizada por hipotensão ou choque pela vasodilatação


total, broncoespasmo, contração uterina e gastrointestinal, urticária
ou angioedema.

• Urticária e angioedema são formas cutâneas da anafilaxia muito


comuns, e tem o melhor prognóstico.
• Tipo II – Hipersensibilidade mediada por Anticorpo (Citotóxica): A
reação citotóxica envolve uma reação entre IgG ou IgM contra
antígeno aderido à célula (do órgão afetado).

• Isso tipicamente resulta em ativação da cascata do complemento e


destruição da célula, a qual o antígeno está aderido.

• Um exemplo é a anemia hemolítica ou doença hemolítica do recém


nascido.
• Tipo III – Hipersensibilidade mediada por Imunocomplexo:
Anticorpos IgG ou IgM podem formar complexos com o alérgeno e
este imunocomplexo se deposita nos tecidos e pode ativar o
complemento.

• Com concentração similar de anticorpo e alérgeno, a reação de


Arths, uma resposta inflamatória cutânea e subcutânea, ocorre da
mesma forma que doença do soro (uma doença sistêmica
caracterizada por febre, artralgias e dermatites).
• Tipo IV – Hipersensibilidade tardia mediada por células T: A
manifestação mais comum deste tipo é a dermatite de contato, no
qual o alérgeno causa inflamação na derme por contato direto com
a pele.

• A reação ocorre depois de um período latente de 1-2 dias. A


pneumonite hipersensível ou alveolite alérgica é uma doença
pulmonar mediada por células T.
Noções de Imunopatologia

 Doenças Autoimunes: Autoimunidade é a falha em uma divisão


funcional do sistema imunológico chamada de auto tolerância,
que resulta em respostas imunes contra as células e tecidos do
próprio organismo.

 Qualquer doença que resulte deste tipo de resposta é chamada


de doença autoimune. Exemplos comuns incluem a diabetes
mellitus tipo 1, lúpus e atrite reumatóide.
• Diabetes Melitus tipo 1: é uma forma de diabetes mellitus em que
o corpo não produz insulina em quantidade suficiente, o que resulta
em excesso de glicose no sangue.

• Os sintomas clássicos são micção frequente, sede excessiva, fome


excessiva e perda de peso. Entre outros possíveis sintomas estão
visão enevoada, fadiga e feridas que não cicatrizam corretamente.

• Os sintomas geralmente manifestam-se após um curto período de


tempo.
• Lúpus: Lúpus é uma doença inflamatória autoimune, que pode
afetar múltiplos órgãos e tecidos, como pele, articulações, rins e
cérebro. Em casos mais graves, se não tratada adequadamente,
pode matar. O nome científico da doença é "Lúpus Eritematoso
Sistêmico (LES)".
• O lúpus não é uma doença comum e que tenha fatores de risco pré-
determinados, uma vez que pode se manifestar em pessoas de
qualquer idade, raça e sexo.

• No entanto, existem algumas situações que podem facilitar, a


incidência de lúpus:

• Gênero: a doença é mais comum em mulheres do que em homens.

• Idade: a maior parte dos diagnósticos de lúpus acontece entre os 15


e os 40 anos

• Etnia: lúpus é mais comum em pessoas afro-americanas, hispânicas


e asiáticas.
• Artrite reumatoide: é uma doença autoimune caracterizada pelo
ataque do próprio corpo às articulações, o que provoca inchaço,
rigidez e dores nas juntas, capazes inclusive de limitar a
movimentação no dia a dia. O distúrbio costuma atacar
especialmente dedos, joelhos e tornozelos.
• Se a inflamação crônica não for contida, leva a deformações e chega
a degenerar inclusive os ossos.

• O comprometimento na qualidade de vida é ilustrado pela


dificuldade de realizar tarefas tão simples como escovar os dentes.

• A artrite reumatoide é mais comum em mulheres na faixa dos 30


aos 50 anos.
Noções de Imunopatologia

 Imunodeficiência: É uma desordem do sistema imunológico


caracterizada pela incapacidade de se estabelecer uma
imunidade efetiva e uma resposta ao desafio dos antígenos.

 Chama-se a pessoa que apresenta imunodeficiência de


imunocomprometida. Qualquer parte do sistema imunológico
pode ser afetada.
• A imunodeficiência resulta numa crescente suscetibilidade a
infecções oportunistas e certos tipos de câncer.

• Pode surgir como resultado de uma doença, como a infecção pelo


HIV e a AIDS, ou pode ser induzida por administração de drogas
(imunossupressão), como no tratamento de doenças autoimunes
ou na prevenção contra a rejeição de um transplante de órgãos.
• As síndromes de imunodeficiência primária: são imunodeficiências
geneticamente determinadas com defeitos imunitáros e não
imunitáros. Exemplos são ataxia-telangiectasia, hipoplasia da
cartilagem e pilosa, síndrome de DiGeorge, síndrome de hiper-
IgE e síndrome de Wiskott-Aldrich.

• Em geral, as imunodeficiências se manifestam pelo aparecimento


de infecções recorrentes. A idade em que as infecções recorrentes
começaram fornece uma pista quanto ao componente do sistema
imune que é afetado.

• Outros achados clínicos característicos auxiliam no diagnóstico


clínico (Achados clínicos característicos em algumas
imunodeficiências primárias). Mas testes são necessários para
confirmar o diagnóstico de imunodeficiência.
 As causas ( Causas das imunodeficiências secundárias) incluem:

• Doenças sistêmicas (p. ex., diabetes, desnutrição, infecção pelo


HIV);

• Tratamentos imunossupressores (p. ex., quimioterapia citotóxica,


ablação da medula óssea antes de transplante, radioterapia);

• Doença grave prolongada;

• Imunodeficiências secundárias também ocorrem em pacientes com


doenças graves, idosos, ou hospitalizados.
Noções de Imunopatologia

 Rejeição de Transplantes: Transplantação, em imunologia,


refere-se ao ato de transferir células, tecidos ou órgãos de um
local para outro.

 O procedimento surgiu da compreensão de que era possível


curar muitas doenças pela implantação de células, tecidos ou
órgãos saudáveis de um indivíduo para outro.

O desenvolvimento de técnicas cirúrgicas que permitem uma


fácil reimplantação de tecidos constituiu um importante avanço
para o sucesso dos transplantes.
Noções de Imunopatologia

 Rejeição de Transplantes: No entanto, levantada esta barreira,


restam muitas outras a ultrapassar para que a transplantação de
órgãos se torne um tratamento médico rotineiro.

 A ação do sistema imunitário na rejeição de tecidos


transplantados continua a ser um sério impedimento ao sucesso
desta intervenção médica.

Até os dias atuais, o obstáculo da rejeição de transplantes tem


vindo a ser solucionada com a utilização de agentes
imunossupressores.
Noções de Imunopatologia

 Rejeição de Transplantes: Estes agentes poderão ser fármacos e


anticorpos específicos desenvolvidos para diminuírem a
resposta imunitária aos transplantes.

No entanto, a maioria destes agentes tem um efeito


imunossupressor global, sendo o seu uso a longo termo
deletério.

Novos métodos de indução de tolerância específica ao


transplante, sem suprimir outras respostas imunitárias estão a
ser desenvolvidos, prometendo uma maior sobrevivência dos
transplantes sem comprometer a imunidade do receptor.
Noções de Imunopatologia

 Rejeição de Transplantes: Em transplantações clinicas, podem


ocorrer três tipos principais de rejeição:

• hiperaguda (Ocorrendo minutos ou dias após a transplantação),


aguda (ocorrendo frequentemente nos primeiros 6 meses após
a transplantação)

• e crónica (evidências histológicas de hipertrofia e fibrose).

Independentemente do tipo de rejeição, sinais de perigo


incluem febre, sintomas febris, hipertensão, edemas ou
aumento súbito de peso, mudança no ritmo cardíaco, falta de ar
e dor e sensibilidade no local do transplante.

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