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ENFERMAGEM EM SAÚDE

PÚBLICO

TIMBAÚBA - PE
2021
SUMÁRIO

Processo Saúde Doença ................................................................................................ 03

Saúde Pública ................................................................................................................ 04

Medidas de Profilaxia e controle ligadas ao processo saúde-doença ............................ 06

História do SUS ............................................................................................................. 07

Epidemiologia ................................................................................................................ 11

Vigilância Epidemiológica ............................................................................................. 14

Doenças de controle, eliminação ou erradicação ........................................................... 18

Imunização ..................................................................................................................... 31

Doenças Sexualmente Transmissíveis - DST ................................................................ 52

Referências Bibliográficas e Agradecimentos ............................................................... 60


Processo Saúde Doença

Durante muito tempo predominou o entendimento de que saúde era sinônimo de ausência de
doenças físicas e mentais, assim os serviços de saúde privilegiam sua organização a atenção
médica curativa. O conceito hoje adotado se refere ao da Organização Mundial de Saúde
(OMS), discutido na Conferência Internacional de Alma- Ata (1979):

“Saúde é o completo bem estar físico, mental e social e não a simples ausência de doença”.

Modelos biológicos do processo saúde doença

Concepção mágica e sobrenatural da saúde doença:a doença como resultado da obra de


demônios e espíritos malignos, os agentes de saúde neste caso são os feiticeiros e sacerdotes.

"Concepção empírica da saúde e da doença": os "maus ares"," gazes" provenientes da


natureza seriam a causa do desequilíbrio o homem provocando a doença.

Teoria do contágio: partículas invisíveis ao ar penetram no corpo

Concepção científica: a microbiologia descobre os agentes causadores das doenças,


intensificam-se nesta época estudos para o descobrimento dos antibióticos e anticépticos.

Teoria multicausal: a doença como resultante de várias causas que ordenam dentro de três
categorias: o agente, o hospedeiro e o meio ambiente.

✓ Agente: é um microrganismo capaz de produzir infecção ou um agravo a saúde.


✓ Hospedeiro: é todo e qualquer ser vivo que abrigue um agente em seu organismo.
✓ Meio Ambiente: meio pelo qual o micro-organismo é transmitido ao hospedeiro
(sangue, semêm, ar, água, solo...).

Exemplo:

Agente: vírus da hepatite B.

Fatores do meio: contato sangue, semêm.

Hospedeiro: pessoas não vacinadas

Modelo de determinação social do processo saúde-doença

Interação do homem com osambientes físicos e sociais (relacionamento com outros homens,
condição de trabalho).

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Todos os agentes infecciosos possuem propriedades que ajudam a determinar a ocorrência da
doença, identificando-se, para cada um destes microorganismos, mecanismos que permitem
deter a sua disseminação. Um esquema que facilita a compreensão destes mecanismos é a
chamada cadeia de transmissão de doenças ou cadeia epidemiológica ou cadeia de infecção,
cujos elos representam pontos importantes no processo de determinação da doença:

1. O agente causal específico: bactéria, vírus, outros;

2. O reservatório: homem ou animal que abriga o agente causador, apresentando ou não a


doença;

3. A porta de saída: local por onde o agente causador é eliminado (boca, nariz, aparelho
digestivo, etc.);

4. O modo de transmissão: maneira como o agente causador passa do doente para o sadio
(novo hospedeiro);

5. A porta de entrada para o novo hospedeiro: local por onde o agente causador entra para o
organismo;

6. Suscetibilidade: capacidade de o novo hospedeiro enfrentar o agente causador, o que resulta


ou não na ocorrência da doença.

Saúde Pública

Definição

“Saúde púbica é o campo de conhecimento e atividades que tem por objetivo a promoção,
proteção e recuperação da saúde da comunidade, identificar e elevar os níveis de saúde da
comunidade através de medidas de alcance coletivo, da motivação e participação ativa da
população e da organização de seus recursos, assim como algumas práticas para conservar a
saúde impedindo a instalação da doença”.

Características da Saúde-pública

1. Atuação Intersetorial e Multidisciplinar: sua atuação não se reduz ao denominado “setor


de saúde”

- Intersetorial: setores ligados à alimentação e nutrição, ao trabalho, a habitação, ao meio


ambiente, a educação, ao transporte e lazer.

- Multidisciplinar: utilizam-se conhecimentos provenientes da medicina e de várias outras


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ciências-engenharia, odontologia, educação, administração, epidemiologia.

2. Seu trabalho realiza-se junto à comunidade


3. Atua de forma integral junto a essa comunidade, ou seja, sem a separação entre medicina
preventiva e curativa. Por se tratar de ações ligadas à comunidade tem naturalmente uma
ação maior na promoção e proteção da saúde.
4. Tem como característica da ação a motivação da população
5. Não é necessariamente sinônima de ação governamental, podendo ser executada por
iniciativa privada (por ex. as ONGs).

Definição: promoção, proteção, recuperação e reabilitação da saúde.

Prevenção Primária – Proteção da Saúde

Visa evitar ou remover fatores de risco ou causais antes que se desenvolva o mecanismo
patológico que levará à doença. Recorre a meios dirigidos ao nível individual, a grupos
selecionados ou à população em geral. Assim, espera-se a diminuição da incidência da doença
pelo controle de fatores de risco ou causas associadas.

Como exemplos deste tipo de prevenção, temos:

- imunização (vacinação) contra algumas doenças infectocontagiosas

- uso de preservativos para a prevenção de doenças sexualmente transmissíveis

- uso de seringas descartáveis pelos toxicodependentes, para prevenir infecções como


VIH/SIDA e hepatites.

Prevenção Secundária – Recuperação da Saúde

Corresponde à detecção precoce de problemas de saúde em indivíduos presumivelmente


doentes, mas assintomáticos para a situação em estudo. Pretende-se, ainda, que haja uma
aplicação imediata de medidas apropriadas, com vista ao rápido restabelecimento da saúde ou,
pelo menos, um condicionamento favorável da evolução da situação, com cura e/ou redução
das conseqüências mais importantes da doença.

Temos como exemplos:

- rastreio dos cancros do colo do útero, da mama, da próstata, do cólon e reto.

- rastreio e vigilância da pressão arterial, glicemia ou dislipidemia.

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Prevenção Terciária – Reabilitação da Saúde

Este tipo de prevenção tem como objetivos:

1) limitar a progressão da doença,

2) evitar ou diminuir as conseqüências ou complicações da doença como as insuficiências,


incapacidades, seqüelas, sofrimento ou ansiedade, morte precoce,

3) promover a adaptação do doente às conseqüências inevitáveis (situações incuráveis), 4)


prevenir recorrências da doença, ou seja, controlá-la e estabilizá-la.

Para atingir estes objetivos, é freqüente (e necessária) a intervenção associada da medicina


preventiva e da medicina curativa. Não obstante essa situação há múltiplos exemplos de ações de
caráter não médico e que é fundamental para a potenciação da capacidade funcional do indivíduo,
melhoria significativa no seu bem-estar, reintegração familiar e social e até diminuição dos custos
sociais e econômicos dos “estados de doença”.

- realização de sessões formativo-educativas nas escolas e locais de trabalho para eliminar


atitudes fóbicas em relação a indivíduos soropositivos para o HIV.

- reintegração de trabalhadores na empresa que por algum tipo de incapacidade (pós-


traumática, seqüelas de politraumatismos, etc.) não possam voltar a realizar o mesmo tipo de
atividades.

Medidas de Profilaxia e controle ligadas ao processo saúde-doença

De acordo com o conceito de saúde preconizado pela OMS, as causas das doenças encontram-
se na relação do homem com seu meio ambiente podendo ser estas, portanto, bastante extensas
e variáveis:

Agentes biológicos: podem pode chegar ao organismo transportados pela água, ar, utensílios,
mosquitos

Agentes físicos: calor, frio, eletricidade, radioatividade.

Agentes químicos: podem contaminar o ar, água e os alimentos, causando danos ao organismo.

Ambiente: iluminação, má ventilação, ruídos.

Outros: alimentação, ignorância, analfabetismo, miséria, habitação inadequada, falta de lazer,


tensão preocupações da vida.

Dessa forma as medidas ligadas à profilaxia e controle da saúde são extremamente amplas,
necessitando, portanto, de um efetivo compromisso de todos para sua conquista.
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Nesse contexto, podemos citar algumas medidas gerais de importância:

Proteção pessoal

Ela engloba o cuidado e preservação com o corpo, bem como a manutenção da saúde mental.
São exemplos dessas medidas: banho, cuidado com os dentes, boa alimentação, imunização,
lazer, atividades de relaxamento, cuidado no uso de medicações, cuidados ligados a pratica
sexual, cuidados relacionados a pratica profissional (uso de EPI´s), entre outros.

Investimento nas áreas da saúde e meio ambiente

A fixação do homem em qualquer região está intimamente vinculada à disponibilidade


quantitativa e qualitativa, da energia necessária à sua subsistência: luz solar, ar, água e alimento.
Como resultado dessa utilização temos diversos tipos de resíduos, entre os quais predominam
o esgoto e o lixo.

Medidas ligadas ao saneamento do meio ambiente

Saneamento básico é a condição essencial para o bem estar humano, oferecendo situações de
produtividade e melhor atuação na vida em sociedade. Pode-se definir saneamento segundo a
OMS, como sendo “O controle de todos os fatores do meio físico do homem, que exercem ou
podem exercer efeito nocivo sobre o seu bem estar físico, mental ou social”.

A história do SUS

Antes da criação do SUS, a saúde não era considerada um direito social. O modelo de saúde
adotado até então dividia os brasileiros em três categorias: os que podiam pagar por serviços de
saúde privados; os que tinham direito à saúde pública por serem segurados pela previdência
social (trabalhadores com carteira assinada); e os que não possuíam direito algum. Assim, o
SUS foi criado para oferecer atendimento igualitário e cuidar e promover a saúde de toda a
população. O Sistema constitui um projeto social único que se materializa por meio de ações
de promoção, prevenção e assistência à saúde dos brasileiros.
- O Sistema Único de Saúde - SUS - foi criado pela Lei Orgânica da Saúde n.º 8080/90 com a
finalidade de alterar a situação de desigualdade na assistência à Saúde da população, tornando
obrigatório o atendimento público a qualquer cidadão, sendo proibida cobrança de dinheiro

sob qualquer pretexto.

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✓ LEI Nº 8.080, DE 19 DE SETEMBRO DE 1990.
Dispõe sobre as condições para a promoção, proteção e
recuperação da saúde, a organização e o funcionamento
dos serviços correspondentes e dá outras providências.

- Constituição Federal (Seção Saúde – Art. 196 - 200)

- Lei 8142/90 – Dispõe sobre a participação da comunidade

Do Sistema Único de Saúde fazem parte os centros e postos de saúde, hospitais - incluindo os
universitários, laboratórios, hemocentros (bancos de sangue), além de fundações e institutos de
pesquisa, como a FIOCRUZ - Fundação Oswaldo Cruz e o Instituto Vital Brasil. Através do
Sistema Único de Saúde, todos os cidadãos têm direito a consultas, exames, internações e
tratamentos nas Unidades de Saúde vinculadas ao SUS, sejam públicas (da esfera municipal,
estadual e federal) ou privadas, contratadas pelo gestor público de saúde.

O SUS é destinado a todos os cidadãos e é financiado com recursos arrecadados através de


impostos e contribuições sociais pagos pela população em geral e compõem os recursos do
governo federal, estadual e municipal. Todos os serviços do SUS são financiados pela
população brasileira através do pagamento de impostos e contribuições sociais

O Sistema Único de Saúde tem como meta tornar-se um importante mecanismo de promoção
da equidade no atendimento das necessidades de saúde da população, ofertando serviços com
qualidade adequados às necessidades, independente do poder aquisitivo do cidadão. O SUS se
propõe a promover a saúde, priorizando as ações preventivas, democratizando as informações
relevantes para que a população conheça seus direitos e os riscos à sua saúde. O controle da
ocorrência de doenças, seu aumento e propagação são algumas das responsabilidades de
atenção do SUS, assim como o controle da qualidade de remédios, de exames, de alimentos,
higiene e adequação de instalações que atendem ao público.

O setor privado participa do SUS de forma complementar, por meio de contratos e convênios
de prestação de serviço ao Estado – quando as unidades públicas de assistência à saúde não são
suficientes para garantir o atendimento a toda à população de uma determinada região.

O controle social no SUS

A Lei Orgânica da Saúde estabelece duas formas de participação da população na gestão do


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Sistema Único de Saúde: as Conferências e os Conselhos de Saúde onde a comunidade, através
de seus representantes, pode opinar definir, acompanhar a execução e fiscalizar as ações de
saúde das três esferas de governo: federal, estadual e municipal. Para conhecer melhor os
Conselhos de Saúde procure a Secretaria Municipal de Saúde do seu município e veja como
pode participar.

Diretrizes e Princípios do SUS

Universalidade

"A saúde é um direito de todos", como afirma a Constituição Federal. Naturalmente, entende-
se que o Estado tem a obrigação de prover atenção à saúde, ou seja, é impossível tornar todos
sadios por força de lei.

Integralidade

A atenção à saúde inclui tanto os meios curativos quanto os preventivos; tanto os individuais
quanto os coletivos. Em outras palavras, as necessidades de saúde das pessoas (ou de grupos)
devem ser levadas em consideração mesmo que não sejam iguais às da maioria.

Eqüidade

Todos devem ter igualdade de oportunidade em usar o sistema de saúde; como, no entanto, o
Brasil contém disparidades sociais e regionais, as necessidades de saúde variam. Por isso,

enquanto a Lei Orgânica fala em igualdade, tanto o meio acadêmico quanto o político
consideram mais importante lutar pela eqüidade do SUS.

Participação da comunidade

O controle social, como também é chamado esse princípio, foi melhor regulado pela Lei nº
8.142. Os usuários participam da gestão do SUS através das Conferências de Saúde, que
ocorrem a cada quatro anos em todos os níveis, e através dos Conselhos de Saúde, que são
órgãos colegiados também em todos os níveis. Nos Conselhos de Saúde ocorre a chamada
paridade: enquanto os usuários têm metade das vagas, o governo tem um quarto e os
trabalhadores outro quarto.

Descentralização político-administrativa

O SUS existe em três níveis, também chamados de esferas: nacional, estadual e municipal, cada
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uma com comando único e atribuições próprias. Os municípios têm assumido papel cada vez
mais importante na prestação e no gerenciamento dos serviços de saúde; as transferências
passaram a ser "fundo-a-fundo", ou seja, baseadas em sua população e no tipo de serviço
oferecido, e não no número de atendimentos.

Hierarquização e regionalização

Os serviços de saúde são divididos em níveis de complexidade; o nível primário deve ser
oferecido diretamente à população, enquanto os outros devem ser utilizados apenas quando
necessário. Quanto mais bem estruturado for o fluxo de referência e contra-referência entre os
serviços de saúde, melhor a sua eficiência e eficácia. Cada serviço de saúde tem uma área de
abrangência, ou seja, é responsável pela saúde de uma parte da população. Os serviços de maior
complexidade são menos numerosos e por isso mesmo sua área de abrangência é mais ampla,
abrangência a área de vários serviços de menor complexidade.

Programas de saúde do SUS

PAISA – Programa de Atenção Integral à Saúde do Adulto.

PAISM – Programa de Atenção à Saúde da Mulher.

PAISC – Programa de Atenção Integral à Saúde da Criança.

PROSAD – Programa de Atenção à Saúde do Adolescente.

PAST – Programa de Atenção à Saúde do Trabalhador.

PAISI – Programa de Assistência Integral à Saúde do Idoso.

Conceitos

Atenção básica: A Atenção Básica caracteriza-se por um conjunto de ações de saúde,


no âmbito individual e coletivo, que abrangem a promoção e a proteção da saúde, a
prevenção de agravos, o diagnóstico, o tratamento, a reabilitação e a manutenção da
saúde.

Programa de saúde da família: O PSFdesenvolve, em sua rotina de trabalho,


atividades com grupos nas diferentes fases da vida e conforme demanda da população
local, dentre os quais podemos citar: saúde da mulher, saúde da criança, ações de
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vigilância epidemiológica, atenção domiciliar e atividades educativas com idosos,
adolescentes, hipertensos, diabéticos e desnutridos.

O PSF valoriza os princípios de:

✓ Vinculação com a população;


✓ Garantia de integridade na atenção;
✓ Trabalho em equipe com enfoque interdisciplinar;
✓ Ênfase na promoção da saúde com fortalecimento das ações inter-setoriais;
✓ Estímulo à participação da comunidade.

Epidemiologia

Conceito
“Epidemiologia é o estudo da freqüência, da distribuição e dos determinantes dos eventos
relacionados à saúde em específicas populações e a aplicação desses estudos no controle dos
problemas de saúde."

A epidemiologia é uma disciplina básica da saúde pública voltada para a compreensão do


processo saúde-doença na coletividade. Como disciplina da saúde pública, preocupa-se com o
desenvolvimento de estratégias para as ações voltadas para a proteção e promoção da saúde da
comunidade.

Objetivos da Epidemiologia

1. Identificar o agente causal ou fatores relacionados à causa dos agravos à saúde.


2. Entender a causa dos agravos à saúde.
3. Definir os modos de transmissão.
4. Definir e determinar os fatores contribuintes aos agravos à saúde.
5. Identificar e explicar os padrões de distribuição geográfica das doenças.
6. Estabelecer os métodos e estratégias de controle dos agravos à saúde.
7. Estabelecer medidas preventivas.
8. Auxiliar o planejamento e desenvolvimento de serviços de saúde.
9. Prover dados para administração e avaliação de serviços de saúde.

Caracteres Epidemiológicos

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Definição:

Características relativas à pessoa, tempo e lugar que determinam a forma de


apresentação das doenças à comunidade.

Distribuição Geográfica – ocorrência das doenças segundo áreas ou regiões.

Distribuição Universal – Gripe, Hepatite, HIV...

Distribuição Rural – Diarréias (saneamento)

Distribuição Urbana – Sarampo (aglomeração)

Distribuição Cronológica – ocorrência de doenças segundo:

✓ Variações regulares: endemias


✓ Variações irregulares: epidemia, surto epidêmico, pandemia.

Terminologias Epidêmicas

AGENTE: entidade biológica, física ou química capaz de causar doença.


AGENTE INFECCIOSO: agente biológico capaz de produzir infecção ou doença
infecciosa.
BUSCA ATIVA: é a busca de casos suspeitos, que se dá de forma permanente ou não; visitas
periódicas do serviço de saúde em áreas silenciosas e na ocorrência de casos em municípios
vizinhos.
CASO AUTÓCTONE: caso contraído pelo enfermo na zona de sua residência.
CASO IMPORTADO: doente que adquiriu a doença em outra região de onde emigra ou
onde esteve ocasionalmente.
ELIMINAÇÃO: é a redução à zero da incidência de uma doença/agravo, porém com
manutenção indefinidamente no tempo, das medidas de controle.
ENDEMIA: ocorrência de casos de doença em freqüência que não exceda à habitual na
mesma comunidade.

EPIDEMIA: elevação brusca, temporária e significante na incidência de uma moléstia,


causada pela alteração de um ou mais fatores da estrutura epidemiológica. O número de casos

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que indica a existência de uma epidemia varia com o agente infeccioso, o tamanho e as
características da população exposta, sua experiência prévia ou falta de exposição à
enfermidade e o local e a época do ano em que ocorre.

ERRADICAÇÃO: é a cessação de toda a transmissão da infecção pela extinção artificial da


espécie do agente em questão, de forma a permitir a suspensão de qualquer medida de
prevenção ou controle.

FÔMITES: objetivos de uso pessoal do caso clínico ou portador, que podem estar
contaminados e transmitir agentes infecciosos e cujo controle é feito por meio da desinfecção.
FONTE DE INFECÇÃO: pessoa, animal, objeto ou substância a partir da qual o agente é
transmitido para o hospedeiro.
HOSPEDEIRO: organismo simples ou complexo, incluindo o homem, que é capaz de ser
infectado por um agente específico.
IMUNIDADE: resistência usualmente associada à presença de anticorpos que têm o efeito de
inibir microorganismos específicos ou suas toxinas responsáveis por doenças infecciosas.
IMUNIDADE ATIVA: imunidade adquirida naturalmente pela infecção, com ou sem
manifestações clínicas, ou artificialmente pela inoculação de frações ou produtos de agentes
infecciosos ou do próprio agente morto, modificado ou de uma forma variante.
IMUNIDADE PASSIVA: imunidade adquirida naturalmente da mãe ou artificialmente pela
inoculação de anticorpos protetores específicos (soro ou imunoglobulina). INCIDÊNCIA:
número de casos novos de uma doença ocorridos em uma população particular durante um
período específico de tempo.
INFECÇÃO: penetração, alojamento e, em geral, multiplicação de um agente etiológico
animado no organismo de um hospedeiro, produzindo-lhe danos, com ou sem aparecimento
de sintomas clinicamente reconhecíveis.

INFECTIVIDADE: capacidade do agente etiológico se alojar e multiplicar-se no corpo do


hospedeiro.

NOTIFICAÇÃO: consiste na informação periódica do registro de doenças de notificação


compulsória, obtidas por meio de todas as fontes notificadoras.
PANDEMIA: epidemia de uma doença que afeta pessoas em muitos países e continentes.
PATOGENICIDADE: capacidade de um agente biológico causar doença em um hospedeiro
suscetível.
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PERÍODO DE INCUBAÇÃO: intervalo entre a exposição efetiva do hospedeiro suscetível a
um agente biológico e o início dos sinais e sintomas clínicos da doença nesse hospedeiro.
PERÍODO DE TRANSMISSIBILIDADE: intervalo de tempo durante o qual uma pessoa
ou animal infectado elimina um agente biológico para o meio ambiente ou para o organismo
de um vetor hematófago, possível, portanto, a sua transmissão a outro hospedeiro.

PROFILAXIA: conjunto de medidas que têm por finalidade prevenir ou atenuar as doenças,
suas complicações e conseqüências. Quando a profilaxia está baseada no emprego de
medicamentos, trata-se da quimioprofilaxia.

RESERVATÓRIO: o habitat de um agente infeccioso, no qual este vive, cresce e se


multiplica, sendo responsável pela sua sobrevivência e perpetuação na natureza. Ele pode ser
humano (sarampo, DST), animal (leptospirose, raiva) ou ambiental.

RESISTÊNCIA: conjunto de mecanismos corporais que servem de defesa contra a invasão


ou multiplicação de agentes infecciosos ou suas toxinas.

SURTO EPIDÊMICO: epidemia de proporções reduzidas, atingindo uma pequena


comunidade humana ou instituições fechadas (colégios, hospitais, quartéis).

VIRULÊNCIA: grau de patogenicidade de um agente infeccioso, capacidade de produzir


casos graves e fatais.

VIA DE ELIMINAÇÃO: (porta de saída) a forma como o agente atinge o meio ambiente
(trato digestivo, respiratório, lesões na pele, trato geniturinário).

VIA DE PENETRAÇÃO: (porta de entrada) trajeto pelo qual o agente introduz-se no novo
hospedeiro. Basicamente são as mesmas de saída.
ZOONOSES: infecção ou doença infecciosa transmissível, sob condições naturais, de
homens a animais e vice-versa.

Vigilância Epidemiológica

Conjunto de ações que proporcionam o conhecimento, a detecção ou a prevenção de qualquer


mudança nos fatores determinantes e condicionantes de saúde individual ou coletiva, com a
finalidade de recomendar e adotar medidas de prevenção e controle.

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Fontes de dados: São necessários vários tipos de informações buscando conhecer,
documentar e intervir.

✓ Notificação de doenças:

Notificação Ativa: procedimento que tem por objetivo detectar casos que não foram captados
pelo sistema de Notificação. É realizada através de visitas periódicas a serviços de saúde como
hospitais e laboratórios, instituições de ensino, ambulatórios, busca em prontuários, CCIH e
outros locais que possam ser fontes de notificação.

Notificação Negativa: denominação da notificação realizada periodicamente, mesmo na


ausência de casos. O serviço de saúde informa por intermédio de um boletim, telegrama ou até
por telefone, que não ocorreram casos de uma determinada doença. Esse sistema é útil:

(1) sendo a doença objeto de erradicação, de eliminação ou controle;

(2) quando a incidência da doença é baixa, e pode haver um período mais ou menos longo
sem que ocorram casos; dessa forma, os serviços de saúde obrigando-se informar que não
houve casos, estão sempre vigilantes.

✓ Sistemas Nacionais de Informação:

SINAM: Sistema de Informação de Agravos de Notificação reúne todas as informações


relativas aos agravos de notificação alimentados pelas notificações compulsórias

SIM: Sistema de Informação de Mortalidade

SINASC: Sistema de Informação de Nascimentos

SIH: Sistema de Informações Hospitalares

SAI: Sistemas de Informações Ambulatoriais

SIAB: Sistemas de Informações sobre Atenção Básica

SIOVIOLÊNCIA: Sistema de Informação de Violência

Características gerais para a investigação epidemiológica:

1. Coleta de dados
2. Processamento dos dados coletados
3. Analise e interpretação dos dados processados
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4. Recomendações das medidas de controle apropriadas
5. Promoção das ações de controle indicadas
6. Avaliação da eficácia das medidas adotadas
7. Divulgação de informações pertinentes.

Modelo de ficha de notificação

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Doenças de controle, eliminação ou erradicação

Introdução
Serão descritas a seguir, de forma sintetizada, as características gerais de algumas doenças cujo
controle, eliminação ou erradicação estão vinculados ao trabalho de vacinação.
O objetivo final da vacinação, ou seja, da administração de um imunobiológico, não é apenas a
proteção do indivíduo contra determinada doença, ou seja, não é somente possibilitar a
imunidade individual. Na verdade, a vacinação realizada pela rede de serviços públicos de saúde
busca, principalmente, produzir imunidade coletiva, o que vai permitir o controle ou a
erradicação ou a eliminação da doença.

Caxumba
Descrição
A caxumba (parotidite epidêmica) é doença sistêmica transmissível, de etiologia viral,
caracterizada pela inflamação das glândulas salivares.
Agente infeccioso
O agente é o vírus da parotidite infecciosa, do gênero paramixovirus, da família
paramixoviridae.
Reservatório e fonte de infecção
O reservatório e a fonte de infecção é o homem infectado.
Modo de transmissão
A caxumba se transmite por meio do contato direto com secreções nasofaríngeas da pessoa
infectada.
Período de incubação
O período de incubação é de 12 a 25 dias, sendo a média de 18 dias.
Período de transmissibilidade

A transmissibilidade ocorre entre seis e sete dias antes da parotidite, principalmente nas 48
horas antes, até nove dias depois do início da doença.

Coqueluche
Descrição
A coqueluche é uma doença infecciosa causada por uma bactéria que afeta a traquéia e os
pulmões, e que se caracteriza por apresentar três fases: catarral, paroxística e de convalescença.
Na primeira fase, inicial ou catarral, o doente apresenta tosse e expectoração de muco claro e
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viscoso, com duração de uma a duas semanas, aproximadamente.
Na segunda, denominada paroxística, o doente passa a apresentar acessos de tosse que terminam
com um “guincho” ou então com vômitos, quando é eliminada uma secreção viscosa. Esta fase
tem duração aproximada de dois meses.
A terceira fase é a de convalescença, quando a tosse torna-se branda e pouco freqüente, com
duração de uma a três semanas.
Agente infeccioso
O agente infeccioso da coqueluche é um bacilo gram-negativo: a Bordetella pertussis.
Reservatório
O único reservatório é o homem.
Modo de transmissão
A coqueluche se transmite de pessoa a pessoa, por meio das secreções nasofaríngeas,
especialmente na fase catarral, ou seja, no início da doença. A transmissão ocorre, também,
pelo contato com objetos contaminados por essas secreções.
Período de incubação
O período de incubação varia entre sete e 14 dias, sendo a média de sete dias.
Período de transmissibilidade
A transmissibilidade é maior durante a fase catarral, diminuindo nas três semanas seguintes,
quando é insignificante.

Difteria
Descrição
É uma doença infecciosa, causada pela toxina de uma bactéria que se localiza nas amígdalas,
faringe, laringe ou na pele. Quando se instala nas vias respiratórias superiores caracteriza-se
pelo aparecimento de uma ou várias placas acinzentadas, circundadas por uma zona
inflamatória de cor vermelha, que podem obstruir a passagem do ar, provocando asfixia e morte.
Agente infeccioso
O agente infeccioso da difteria é um bacilo gram-positivo, o Corynebacterium diphtheriae.
Reservatório
O reservatório é o homem doente
Modo de transmissão
A difteria se transmite mediante contato direto com o exsudato e secreções das mucosas do
nariz e da faringe ou com lesões cutâneas do doente ou portador.
A transmissão pode ocorrer, também, por meio de objetos contaminados por suas secreções.
Período de incubação

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O período de incubação é de um a seis dias, podendo ser mais longo.
Período de transmissibilidade
A transmissão ocorre enquanto houver bacilos nas secreções e lesões, durando, em média, de
duas a quatro semanas. Com antibioticoterapia adequada à transmissibilidade cessa 24 a 48
horas depois de iniciado o tratamento do doente ou do portador.

Febre amarela
Descrição
A febre amarela é uma doença infecciosa aguda de curta duração e de gravidade variável. Os
casos mais benignos apresentam quadro clínico indefinido. A doença é súbita, com febre, dor
de cabeça, prostração e vômitos. A forma grave se caracteriza por manifestações de
insuficiência hepática e renal, que podem levar à morte. Apresenta-se sob duas formas
epidemiologicamente distintas: febre amarela silvestre e febre amarela urbana. A febre amarela
silvestre ocorre acidentalmente pela penetração do homem nas áreas onde o vírus circula entre
hospedeiros naturais (macacos principalmente) e onde existe o vetor silvestre (mosquito). A
febre amarela urbana não ocorre no Brasil desde 1942.
Agente infeccioso
O agente infeccioso é o vírus da febre amarela, um arbovirus, do gênero Flavivirus, da família
Flavivirídae.
Reservatório
Na febre amarela urbana o homem é o único reservatório. Na febre amarela silvestre (nas
florestas) os primatas não humanos (macacos, marsupiais) são os principais reservatórios e
hospedeiros do vírus, sendo o homem um hospedeiro acidental.
Fonte de infecção
A fonte de infecção na febre amarela urbana é o mosquito Aedes aegypti infectado (o mesmo
mosquito transmissor do vírus da dengue). Na febre amarela silvestre a fonte de infecção são
mosquitos de hábitos eminentemente silvestres, sendo a espécie Haemagogus a que mais se
destaca no Brasil.
Modo de transmissão
Na área urbana a febre amarela se transmite pela picada do mosquito Aedes aegypti que,
previamente, foi infectado ao picar um doente.
Período de incubação
O período de incubação é muito curto, em média de três a seis dias após a picada do mosquito
infectado. No mosquito o período de incubação é de nove a 12 dias.
Período de transmissibilidade
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O sangue do doente é infectante para os mosquitos 24 a 48 horas antes do aparecimento dos
sintomas, ou seja, de um a dois dias antes do início da febre e durante os três a cinco primeiros
dias da doença. O mosquito infectado transmite o vírus por toda a vida, cerca de três a quatro
meses.

Hepatite A
Descrição
A hepatite A pode ser assintomática. As manifestações clínicas, quando ocorrem, vão desde a
presença de poucos sintomas até formas fulminantes, o que acontece raramente, não há
evidência de pessoas com a doença na forma crônica. As manifestações clínicas, quando
existentes, podem ser inespecíficas, como um quadro gripal ou então apresentar febre, dor
abdominal (geralmente do lado direito superior - hipocôndrio), icterícia, fezes descoradas e
urina escura.
Agente infeccioso
O agente infeccioso é o vírus da hepatite A (VHA), um hepatovírus da família Picornaviridae.
Reservatório
O reservatório é o homem e alguns primatas não humanos, inclusive os chimpanzés.
Fonte de infecção
A fonte de infecção é o homem e os animais infectados.
Modo de transmissão
A transmissão é fecal-oral, por meio do contato direto pessoa a pessoa, ou indireto pela água e
alimentos contaminados.
Período de incubação
Varia de 15 a 45 dias, sendo a média de 30 dias.
Período de transmissibilidade
A transmissão ocorre a partir da segunda semana antes do início dos sintomas até o final da
segunda semana da doença.

Hepatite B
Descrição
O início da doença, geralmente, é insidioso, com falta de apetite, dores abdominais, náuseas e
vômitos. Às vezes, ocorrem dores musculares e fadiga, seguidas, freqüentemente, de icterícia.

21
Pode não haver febre ou aparecer uma febre baixa. Alguns casos não são aparentes e outros se
manifestam de forma fatal e fulminante, com necrose hepática aguda e maciça.
Agente infeccioso
O vírus da hepatite B (VHB), da família Hepadnaviridae.
Reservatório
O único reservatório natural é o homem doente ou portador sadio.
Modo de transmissão
A transmissão ocorre por meio de solução de continuidade na pele e/ou nas mucosas. O vírus é
transmitido na relação sexual; na exposição percutânea (parenteral); e por meio de agulhas ou
outros instrumentos contaminados e uso de drogas endovenosas por exemplo.
Período de incubação
O período de incubação é de 30 a 180 dias, sendo a média de 60 a 90 dias.
Período de transmissibilidade
A transmissão é iniciada antes do aparecimento dos sintomas (duas a três semanas), mantendo-
se durante a fase aguda da doença e no estado de portador crônico. Em muitos casos, o estado
de portador persiste por vários anos e até durante toda a vida.

Meningite por Haemophilus Influenzae tipo b


Descrição
A forma capsulada do Haemophilus particularmente a do tipo B (HIB) é a responsável pela
quase totalidade de doença invasiva. O quadro clínico da meningite por Haemophilus
Influenzae tipo B não difere das meningites de outras etiologias. O início, geralmente, é súbito,
com febre, cefaléia intensa, náuseas, vômitos e rigidez da nuca. Em alguns casos, o quadro
clínico é acompanhado por exantema petequial.
Agente infeccioso
É um bacilo gram-negativo o Haemophilus influenzae, sorotipo B; outros sorotipos raramente
causam meningite.

Reservatório

O reservatório é o homem doente.


Modo de transmissão
A transmissão se dá de pessoa a pessoa, por meio de gotículas e secreções da nasofaringe. A
entrada do vírus ocorre, também, pela nasofaringe.

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Período de incubação
O período de incubação é desconhecido, mas, provavelmente, é curto, de dois a quatro dias.
Período de transmissibilidade
A transmissão perdura enquanto o agente infeccioso estiver presente no organismo do indivíduo
infectado, o que pode ocorrer num período prolongado, mesmo sem secreção nasal. A
transmissão deixa de ocorrer após 24 a 48 horas do tratamento adequado.

Poliomielite
Descrição
A poliomielite ou paralisia infantil é doença infectocontagiosa viral aguda, provocada por vírus
e que pode ocorrer sob a forma de infecção não aparente (a mais comum) e sob a forma
paralítica que pode provocar seqüelas permanentes ou levar à morte. O vírus se instala e se
multiplica no tubo digestivo e logo pode apresentar viremia, com invasão do sistema nervoso
central e ataque às células motoras. Acomete em geral os membros inferiores, tendo como
principais características: flacidez muscular, com sensibilidade conservada e arreflexia no
segmento atingido.
A poliomielite foi de alta incidência no país. Hoje, encontra-se erradicada graças ao trabalho de
vacinação e vigilância epidemiológica, desenvolvidos desde 1980.
Agente infeccioso
O agente infeccioso é o poliovírus pertencente ao gênero Enterovírus da família Picornaviridae.
São três sorotipos: o poliovírus I, o II e o III.
Reservatório
O único reservatório da poliomielite é o homem.
Modo de transmissão

A transmissão ocorre, principalmente, pelo contato direto de pessoa a pessoa. A boca é a porta
de entrada do poliovírus que se transmite pela via fecal-oral ou oral-oral.
Período de incubação
O período de incubação da poliomielite varia de dois a 30 dias, sendo, em geral, de sete a 12
dias.
Período de transmissibilidade
A transmissão acontece num período que varia de sete a dez dias antes do início dos sintomas
até cerca de seis semanas após o aparecimento destas manifestações, ocorrendo, de maneira
geral, uma semana antes e uma semana após.

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Raiva
Descrição
A raiva é uma encefalite aguda sempre fatal. Os primeiros sintomas são: ansiedade, dor de
cabeça, febre, mal-estar, formigamento e sensação de anestesia, relacionados com o local do
ferimento. A evolução da doença provoca paresia e paralisia, produzindo espasmos nos
músculos da deglutição e sialorréia quando o indivíduo vê ou tenta ingerir líquidos. Delírios,
convulsões e períodos de consciência se intercalam. A morte ocorre por paralisia dos músculos
respiratórios e a doença dura em média de cinco a sete dias.
A raiva é uma doença que representa importante problema de saúde pública, em razão de
sempre evoluir para a morte.
Agente infeccioso
O agente infeccioso é o vírus da raiva e pertence ao gênero Lyssavirus, da família
Rhabdoviridae.
Reservatório
No ciclo urbano os principais reservatórios são animais domésticos, como o cão e o gato. A
cadeia silvestre é mantida principalmente pelo morcego.
Modo de transmissão

A doença se transmite pelo contato com a saliva do animal infectado, principalmente por
intermédio da mordedura e arranhadura. Também ocorre pela lambedura de ferimentos ou
mucosas.
Período de incubação
O período de incubação é muito variável, desde um dia até um ano, com uma média de 45 dias
no homem e de 10 dias a dois meses no cão.
Período de transmissão
No cão e na maioria dos animais domésticos, a eliminação dos vírus pela saliva ocorre entre
dois e cinco dias antes de surgirem os sinais da doença, persistindo durante toda a sua evolução.

Rubéola
Descrição
A rubéola é uma doença exantemática aguda, de etiologia viral, que apresenta alta
contagiosidade, acometendo principalmente crianças. Sua forma mais importante é a síndrome
da rubéola congênita (SRC) ou síndrome do pré-natal, que atinge o feto ou o recém- nascido
cujas mães se infectaram durante a gestação. A infecção na gravidez acarreta inúmeras
complicações para a mãe (aborto, natimorto) e para a criança (surdez, problemas cardíacos,
lesões oculares e outras).
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Agente infeccioso
O agente infeccioso é um vírus pertencente ao gênero Rubivirus, família Togaviridae.
Reservatório
O reservatório é o homem.
Modo de transmissão
A rubéola se transmite de pessoa a pessoa, por meio do contato direto com as secreções
nasofaríngeas de pessoas infectadas.
Período de incubação

O período de incubação é de 14 a 21 dias, podendo variar de 12 a 23 dias. A média é de 17


dias.
Período de transmissibilidade
O período de transmissibilidade é de, aproximadamente, cinco a sete dias antes do início do
exantema e pelo menos de cinco a sete dias depois.

Sarampo
Descrição
O sarampo é uma doença infecciosa aguda, de natureza viral, grave, transmissível e
extremamente contagiosa, muito comum na infância. Na fase inicial se caracteriza por
apresentar febre, tosse seca, coriza, lacrimejamento e fotofobia. Ocorre, também, intensa
hiperemia da mucosa oral, sendo que, muito freqüentemente, observam-se neste local, pequenos
pontos esbranquiçados chamados manchas de Koplick. Em torno do quarto dia da evolução da
doença surge o exantema; a tosse passa a ser produtiva, com secreção. As manchas de Koplick
desaparecem e a febre vai diminuindo até desaparecer, mais ou menos no quarto ou quinto dia
do exantema.
Agente infeccioso
O agente infeccioso é um vírus pertencente ao gênero Morbillivirus, família Paramyxoviridae.
Reservatório
O único reservatório é o homem doente.
Fonte de infecção
A fonte de infecção é o homem.
Modo de transmissão
O sarampo se transmite de pessoa a pessoa, por meio das secreções nasofaríngeas.
Período de incubação
O período de incubação é de sete a 18 dias, sendo a média de 10 dias.
Período de transmissibilidade
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A transmissão ocorre quatro a seis dias antes do aparecimento do exantema, até quatro dias
após o início da erupção e durante todo o período febril.

Tétano
Descrição
O tétano é uma doença infecciosa aguda não contagiosa causada pela toxina do bacilo tetânico
que se desenvolve anaerobicamente, ou seja, se desenvolve na ausência de oxigênio, no interior
de um ferimento, como o coto umbilical, por exemplo. A doença se caracteriza clinicamente
por contraturas musculares dolorosas que surgem primeiro nos músculos da face, do pescoço e
depois nos músculos do tronco, podendo se estender por todo o corpo, produzindo espasmos e
convulsões que podem levar à morte por asfixia.
No tétano do recém-nascido, tétano neonatal, os sintomas, em geral, aparece entre o quinto e o
12o dia, mais freqüentemente em torno do sétimo dia (“mal de sete dias”).
Agente infeccioso
O agente infeccioso é um bacilo gram-positivo e anaeróbio, o Clostridium tetani.
Reservatório
O reservatório do bacilo é o trato intestinal do homem e de animais domésticos, especialmente
o cavalo, onde vive sem causar nenhum problema. O solo, principalmente o cultivado para
agricultura, a pele e/ou qualquer instrumento perfuro cortante contaminado com o bacilo
também são reservatórios.
Modo de transmissão
O tétano não é uma doença contagiosa e, portanto, não se transmite de pessoa a pessoa. Os
esporos do bacilo são introduzidos no corpo por intermédio de um ferimento, geralmente do
tipo perfurante, contaminado com terra, poeira de rua e fezes humanas e de animais. É o
chamado tétano acidental. Queimaduras e tecidos necrosados favorecem, especialmente, o
desenvolvimento do bacilo anaeróbio.

O tétano neonatal acontece pela contaminação do coto umbilical com esporos do Clostridium
tetani, devido à infecção do umbigo não cicatrizado. A infecção ocorre quando o umbigo é
“tratado” com substâncias e instrumentos impróprios e contaminados com esporos.
Período de incubação
O período de incubação é de dois dias a três semanas, variando de acordo com a natureza, a
extensão e a localização da ferida. Quanto menor o tempo de incubação mais grave é o
prognóstico.
Período de transmissibilidade

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Como o tétano não se transmite de um indivíduo a outro, não há período de transmissibilidade.

Tuberculose
Descrição
A tuberculose é uma doença infecto contagiosa. A lesão inicial, em 95% dos casos, ocorre nos
pulmões, constituindo o foco primário. Em seguida, o agente infeccioso atinge os vasos
linfáticos e invade os gânglios regionais, formando, assim, o complexo primário.
A partir dos gânglios regionais, os bacilos podem-se disseminar por via linfo-hematogênica,
determinando as complicações mais graves da doença: as formas miliar e meníngea. Estas
formas graves atingem, principalmente, os menores de um ano, levando-os com freqüência a
óbito, sobretudo os desnutridos. As formas graves também são comuns nos casos de
intercorrências de outras doenças como o sarampo e a coqueluche, que deprimem fortemente o
sistema imunológico.
Agente infeccioso
O agente infeccioso é um bacilo, o bacilo de Koch ou Mycobacterium tuberculosis.
Reservatório
O principal reservatório é o indivíduo doente, especialmente o bacilífero.
Fonte de infecção

Considera-se como fonte de infecção o indivíduo que elimina grandes quantidades do bacilo no
escarro: são os bacilíferos. Um indivíduo bacilífero, quando não submetido a tratamento, infecta
cerca de cinco a 10 pessoas por ano e, de maneira geral, se mantém bacilífero por dois anos, até
a recuperação espontânea, a cronificação da doença ou a morte.
O bacilo perde a patogenicidade, com o início do tratamento, dentro de 15 a 30 dias,
aproximadamente.
Modo de transmissão
A tuberculose se transmite de pessoa a pessoa, por meio das gotículas que são eliminadas pela
tosse, espirro e fala principalmente pela tosse dos indivíduos bacilíferos.
Período de incubação
O período de incubação é variável, podendo haver ou não um período de latência entre a
infecção e o aparecimento da doença. O período de latência pode corresponder a alguns anos.
Período de transmissibilidade
A doença é transmitida enquanto o indivíduo eliminar os bacilos selvagens, ou seja, bacilos
que não sofreram ainda o efeito da quimioterapia.

Varicela
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Descrição
A varicela ou catapora é uma doença infecciosa que se apresenta, habitualmente, com febre
baixa e lesões vesiculares generalizadas, pruriginosas, concentradas, em sua maioria, no tronco
e na face, com menor presença nas extremidades (braços e pernas). As lesões podem atingir as
mucosas e nunca aparecem nas mãos e nos pés. A maioria dos casos (90%) ocorre em pessoas
com menos de 15 anos de idade.
A infecção primária produz a doença. Depois da infecção primária o agente infeccioso pode
permanecer latente nos gânglios nervosos próximos à medula espinhal e a sua reativação causa
o herpes zoster. O herpes zoster é uma doença que apresenta lesões vesiculares e dor intensa
em uma a três zonas do corpo, relacionadas às terminações dos nervos acometidos.
O herpes zoster é menos contagioso que a catapora porque a transmissão ocorre somente pelo
contato direto com as lesões.
Agente infeccioso
O agente infeccioso é o vírus da varicela-zoster ou Herpesvirus varicellae, pertencente à
família Herpesviridae.
Reservatório
O reservatório é o indivíduo infectado.
Fonte de infecção
A fonte de infecção é o homem doente.
Modo de transmissão
A varicela se transmite por intermédio do contato direto com secreções das lesões vesiculares
e da nasofaringe da pessoa infectada. A porta de entrada habitual é a mucosa do trato respiratória
superior.
Período de incubação
O período de incubação é de 10 a 21 dias, sendo, em média, 14 dias.

Hanseníase
Descrição
A hanseníase é uma doença infecciosa causada pelo bacilo Mycobacterium leprae, um tipo de
bactéria. A hanseníase é conhecida por vários outros nomes, sendo lepra o mais conhecido. O
nome lepra sido evitado devido ao estigma de uma doença deformante, contagiosa e incurável
que a doença carrega.
Transmissão da hanseníase
Atualmente acredita-se que sejam pela via respiratória, as secreções respiratórias,
principalmente nasais, carregam um grande número de bactérias. A transmissão pode ser por
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tosse, espirro ou perdigotos da fala. É importante destacar que a hanseníase não é transmitida
com tanta facilidade como infecções respiratórias comuns tipo gripes é necessário contato
íntimo e prolongado que só ocorre em pessoas que moram na mesma casa. O tempo de
incubação, ou seja, da contaminação até o surgimento dos sintomas é em média de 2 a 5 anos.
Portanto, uma doença de evolução extremamente lenta.

Sintomas da hanseníase
A hanseníase se manifesta principalmente acometendo a pele e os nervos. A lesão típica é uma
mancha hipopigmentada (mais clara que a pele) associada à perda de sensibilidade no local.
A hanseníase é classificada de acordo com a resposta do nosso organismo à presença do bacilo:
- Hanseníase indeterminada = É aquela que apresenta uma lesão única e evolui para cura
espontaneamente na maioria dos casos. São 90% dos casos.
- Hanseníase paucibacilar ou tuberculóide = São os pacientes com 5 ou menos lesões de
pele, onde não se consegue detectar a bactéria quando se retira amostras das lesões.
São pacientes que apresentam resposta imune parcial ao bacilo. Não conseguem destruí-lo, mas
também não o deixam se alastrar pelo corpo.
- Hanseníase multibacilar ou lepromatosa = É a forma mais grave. Pacientes apresenta-se
com 6 ou mais lesões de pele, com amostras positivas para o bacilo de Hansen. São doentes
com sistema imune ineficaz contra a bactéria. Nas formas indeterminadas e paucibacilar as
lesões são hipopigmentadas ou avermelhadas com bordas levemente elevadas.

Uma característica de todas as lesões da hanseníase é a perda da sensibilidade. No início a


dormência é restrita a lesão, mas se não tratada pode destruir nervos levando a perda completa
da sensibilidade e paralisia nos membros e face.
A falta de sensibilidade nos membros faz que o paciente perca a capacidade de sentir dor, o seu
principal mecanismo de alerta para agressões. Com isso, é possível que ocorram mutilações,
principalmente nas extremidades, por lesões repetidas que não são percebidas pelos doentes. O
paciente não sente queimaduras, cortes nem traumas nos locais onde os nervos foram destruídos
pela hanseníase.
Diagnóstico da hanseníase

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O diagnóstico é feito clinicamente e laboratorialmente.

Tratamento da hanseníase
O tratamento com o coquetel de drogas, chamado de poliquimioterapia (PQT) consiste no uso
conjunto de Rifampicina, Dapsona e Clofazimina.

O esquema terapêutico varia de acordo com o tipo de hanseníase:


1. Tratamento para hanseníase paucibacilar
Rifampicina 1x por mês + Dapsona 1x por dia por 6 meses.
São fornecidas 6 cartelas 1 vez por mês o paciente precisa se encaminhar ao posto de saúde
para tomar a dose mensal da rifampicina e pelo menos uma da dapsona sob supervisão médica.

2. Tratamento para hanseníase multibacilar


Rifampicina 1x por mês + Clofazimina 1x por dia + Dapsona 1x por dia por 12 meses.
São fornecidas 12 cartelas, e, do mesmo modo, 1x por mês uma dose de rifampicina +
Clofazimina + Dapsona é feita sob supervisão.

Acredita-se que após o início do tratamento o paciente contaminado já não seja mais capaz de
transmitir a doença. Um dos grandes problemas do tratamento da hanseníase é a alta taxa de
reações às drogas, que pode ocorrer em até 25% dos casos.

Dengue

Descrição
A dengue é uma doença infecciosa febril aguda causada por um vírus da família Flaviridae e é
transmitida, no Brasil, através do mosquito Aedes aegypti, também infectado pelo vírus.
Atualmente, a dengue é considerada um dos principais problemas de saúde pública de todo o

mundo. Em todo o mundo, existem quatro tipos de dengue, já que o vírus causador da doença
possui quatro sorotipos: DEN-1, DEN-2, DEN-3 e DEN-4.

O vírus da dengue pode se apresentar de quatro formas diferentes, que vai desde a forma
inaparente, em que apesar da pessoa está com a doença não há sintomas, até quadros de
hemorragia, que podem levar o doente ao choque e ao óbito.

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Sintomas da Dengue: há suspeita de dengue em casos de doença febril aguda com duração de
até 7 dias e que se apresente acompanhada de pelo menos dois dos seguintes sintomas: dor de
cabeça, dor atrás dos olhos, dores musculares, dores nas juntas, prostração e vermelhidão no
corpo.

Dengue Hemorrágica: inicialmente os sintomas da dengue hemorrágica se assemelham à


Dengue Clássica, mas, após o terceiro ou quarto dia de evolução da doença, surgem
hemorragias em virtude do sangramento de pequenos vasos na pelo e nos órgãos internos, pode
provocar hemorragias nasais, gengivais, urinárias, gastrointestinais ou uterinas.Na Dengue
Hemorrágica, assim que os sintomas de febre acabam a pressão arterial do doente cai, o que
pode gerar tontura, queda e choque. Se a doença não for tratada com rapidez, pode levar à
morte.

Não existe tratamento curativo entre os objetivos temos:

Assegurar a hidratação, aliviar os sintomas como, dor, febre e vômitos, Tranqüilizar o


paciente, vigiar e prevenir as eventuais complicações e tratá-las precocemente.
Hidratação - Estimular o paciente a manter-se hidratado via oral, se indispensável usar a via
endovenosa.
Antipiréticos e analgésicos evitar o uso de aspirina e fármacos anti-inflamatórios não
esteróides, protegendo assim a função plaquetária.
Vigiar a insuficiência circulatória através de: pressão sanguínea, hematócrito, contagem de

plaquetas e nível de consciência.


Repouso, alimentação e tranqüilizarão.

Imunização

A redução da morbidade e da mortalidade por doenças preveníveis por imunização é a


finalidade principal da vacinação. No entanto, para que um imunobiológico possa agir no
organismo e criar defesas ou anticorpos, como no caso da
administração de vacinas, ou para que possa combater
microorganismos já instalados, como no caso da
administração de soros e imunoglobulinas, é preciso que a
atividade de vacinação seja cercada de cuidados, adotando-
se procedimentos adequados antes, durante e após a

31
administração desses produtos na população.

Organização e funcionamento da sala de vacinação

Na sala de vacinação, local destinado à administração dos


imunobiológicos, é importante que todos os procedimentos
desenvolvidos garantam a máxima segurança, prevenindo
infecções nas crianças e adultos atendidos. Para isso, as instalações devem levar em conta um
mínimo de condições, quais sejam: as paredes e o piso devem ser laváveis; deve ter pia com
torneira; deve ter interruptor exclusivo para cada equipamento elétrico; deve ter arejamento e
iluminação adequados, evitando a incidência de luz solar direta; deve ter entrada e saída
independentes, se possível.

Além disso, a sala de vacinação deve ser mantida em condições de higiene e limpeza e ser
exclusiva para a administração dos imunobiológicos.

Início do trabalho diário

Antes de dar início às atividades diárias, a equipe executa os seguintes procedimentos: verifica
se a sala está limpa e em ordem; verifica e anota a temperatura do refrigerador ou refrigeradores,
no mapa de controle diário de temperatura; verifica o prazo de validade dos imunobiológicos,
usando com prioridade aqueles que estiverem com prazo mais próximo do vencimento; retirar
do refrigerador de estoque a quantidade de vacinas e diluentes necessária ao consumo na
jornada de trabalho; coloca as vacinas e os diluentes da jornada de trabalho na caixa térmica
(com gelo reciclável ou gelo em sacos plásticos e com o termômetro), ou, quando disponível,
no refrigerador para imunobiológicos que serão utilizados no dia de trabalho.

Encerramento do trabalho diário

Ao final das atividades do dia, adotar os seguintes procedimentos: arquivar os cartões de


controle ou fichas de registro; desprezar as sobras de vacinas que ultrapassaram o prazo
estabelecido após abertura do frasco; desprezar os frascos de vacina que estejam com o rótulo
danificado; retirar da caixa térmica, ou do refrigerador para imunobiológicos de uso diário, as
demais vacinas que podem ser utilizadas no dia seguinte, recolocando-as no refrigerador de
estoque; verificar e anotar a temperatura do refrigerador, ou refrigeradores, no respectivo Mapa
de Controle Diário de Temperatura; guardar todo material, em local limpo e seco, de preferência
em armário fechado e deixar a sala limpa e em ordem.

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Mapa de Controle Diário de Temperatura

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Conservação dos imunobiológicos

Os imunobiológicos são sensíveis a agentes físicos como a luz e o calor, especialmente por
conterem na sua formulação antígenos e adjuvantes. O calor é bastante prejudicial, pois acelera
a inativação das substâncias que entram na composição dos produtos.

Rede de Frio

Rede de frio é o sistema de conservação dos imunobiológicos, onde se inclui o armazenamento,


o transporte e a manipulação destes produtos em condições adequadas de refrigeração, desde o
laboratório produtor até o momento em que os mesmos são administrados. Na rede de frio
identificam-se, basicamente, cinco instâncias: a nacional, a central-estadual, a regional, a
municipal e a local.

Instância nacional e central estadual

Na instância nacional e central-estadual são instaladas câmaras frias com compartimentos


separados para conservar os imunobiológicos a -20ºC e entre +2ºC e +8ºC.

Instância regional e municipal

Nas instâncias regionais e municipais, os imunobiológicos são conservados em câmaras frias


ou em freezers (-20ºC) e em refrigeradores (+2ºC a +8ºC), conforme a temperatura indicada
para cada produto.

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Instância local

Na instância local, ou seja, nos centros e postos de saúde, nos hospitais e nos ambulatórios,
todos os produtos são conservados entre +2ºC e +8ºC, em refrigeradores do tipo doméstico ou
em caixas térmicas.

Procedimentos básicos na utilização de termômetros

Em todas as instâncias da rede de frio, o controle da temperatura é


feito mediante a verificação de termômetros. Na sala de vacinação,
nos postos de vacinação fixos e volantes, por ocasião de campanhas
bem como no transporte, os imunobiológicos devem ficar entre +2ºC
e +8ºC, que é a temperatura a ser mantida no interior do refrigerador
e de caixas térmicas.

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Procedimentos básicos na utilização do refrigerador

O refrigerador é equipamento vital para a conservação dos imunobiológicos na instância local,


ou seja, na sala de vacinação em unidades básicas de saúde, e nos hospitais e ambulatórios. O
refrigerador deve ser de compartimento único, não utilizar refrigerador “duplex”, com
capacidade para 280 litros, aproximadamente.

Cuidados gerais

No que se refere aos cuidados gerais com o refrigerador, adotar os seguintes procedimentos:

• colocar o equipamento distante de fonte de calor, como estufa e autoclave, e fora do alcance
dos raios solares;

• deixar o refrigerador perfeitamente nivelado;

• afastar o refrigerador da parede, pelo menos 20 cm, de modo a permitir a livre circulação do
ar no condensador;

• usar tomada ou conexão com a fonte de energia elétrica exclusiva para o refrigerador,
evitando ligá-lo junto com outros equipamentos na mesma tomada, usando “T” ou benjamim;

• regular o refrigerador de forma que a temperatura interna permaneça entre +2ºC e +8ºC;

• O termostato depois de ajustado não deve ser manipulado, nem mesmo durante a limpeza.

• usar o refrigerador única e exclusivamente para conservar imunobiológicos, não permitindo a


guarda de outros produtos, como medicamentos, material de laboratório, material odontológico,
alimentos e bebidas;

• evitar abrir o refrigerador de estoque toda vez que for administrar uma vacina; abri-lo somente
duas vezes: no início e no final de cada dia de trabalho;

• fazer uma previsão do número de pessoas que irá procurar o serviço de saúde naquele dia e
retirar as vacinas (quando for o caso acompanhado dos diluentes) acondicioná-las no
refrigerador de uso diário ou em caixa térmica com gelo e termômetro.

Organização do refrigerador

Para que as condições de conservação das vacinas e soros sejam adequadas, organizar e
utilizar o refrigerador de acordo com o seguinte:

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• colocar na prateleira central (de modo geral na segunda prateleira) o termômetro de máxima
e mínima, de pé, para evitar quebra na coluna de mercúrio;

• arrumar os imunobiológicos em bandejas plásticas perfuradas ou em porta-talher de plástico


adaptado;

• no refrigerador, nunca guardar imunobiológicos em caixas térmicas uma vez que impedem a
condução do frio.

• colocar as bandejas com imunobiológicos nas prateleiras, da seguinte maneira:

- na primeira prateleira as vacinas virais que podem ser congeladas;

- na segunda prateleira as vacinas bacterianas, os soros e as vacinas virais que não podem ser
congeladas;

- na terceira prateleira os diluentes e os produtos que permanecem na embalagem original;

• não colocar imunobiológicos na porta e na parte de baixo do refrigerador, pois quando a porta
é aberta estas áreas são as primeiras a sofrerem o impacto da temperatura ambiente;

• não colocar garrafas com água e outros produtos na porta do refrigerador, uma vez que o peso
pode prejudicar a regulagem e a vedação da porta.

• o estoque de diluentes pode ser deixado em temperatura ambiente. No momento da


administração o diluente deve estar na temperatura da vacina (+2ºC e +8ºC) para isto colocá-
lo no refrigerador, no dia anterior ou, pelo menos, seis horas antes do uso.

• retirar a gaveta plástica, caso exista e, em seu lugar, colocar garrafas com água. As garrafas
com água contribuem para estabilizar a temperatura interna do refrigerador, a água colocada
nas garrafas deve conter um corante para evitar que seja bebida.

• conservar no congelador gelo reciclável ou gelo em saco plástico ou em recipiente plástico


tampado, para manter por mais tempo a temperatura interna do refrigerador;

• colocar na frente os produtos com prazo de validade mais próximo do vencimento, para que
sejam utilizados primeiro

Limpeza do refrigerador

A manutenção das condições ideais de conservação dos imunobiológicos exige que a limpeza
do refrigerador seja feita a cada 15 dias, ou quando a camada de gelo atingir 0,5cm. Antes de

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proceder à limpeza do refrigerador:

• transferir os imunobiológicos para outro refrigerador se houver, ou para uma caixa térmica,
com gelo reciclável ou com gelo em sacos plásticos, mantendo a temperatura recomendada
(+2ºC a +8ºC);

• desligar a tomada e abrir as portas do refrigerador e do congelador, até que todo o gelo aderido
se desprenda.

• não mexer no termostato.

Após a limpeza:

• ligar o refrigerador;

• recolocar o termômetro, as garrafas e o gelo reciclável ou em sacos plásticos;

• manter as portas fechadas por uma hora;

• verificar se após esse tempo a temperatura está entre +2ºC e +8ºC;

• recolocar as vacinas e soros nos seus devidos lugares;

Procedimentos básicos em situações de emergência

O refrigerador pode deixar de funcionar por motivo de corte de energia elétrica ou por defeito.
Um corte de energia por um período prolongado, em um dia de calor, pode inutilizar totalmente
os imunobiológicos. Nessas situações manter o equipamento fechado até que a corrente seja
reativada ou até que se verifique o tipo de problema, comunicando de imediato ao responsável
pelo serviço de saúde, para melhor orientação sobre as providências a serem adotadas.

Quando o defeito identificado não é solucionado em até seis horas, providenciar para que os
imunobiológicos sejam colocados em caixas térmicas, mantendo a temperatura entre +2ºC e
+8º, até que sejam transferidos para outro equipamento em um serviço mais próximo, seja no
próprio município ou na instância regional.

Nas situações de emergência, a instância imediatamente superior da rede de frio (central-


estadual – Secretaria Estadual de Saúde ou Regional – diretorias ou coordenações regionais) é
informada sobre os detalhes da ocorrência e a mesma define o destino a ser dado ao
imunobiológico, aguardando, se for o caso, os resultados da reanálise e a orientação para utilizar
ou não os produtos;

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Procedimentos básicos na utilização de caixas térmicas

A caixa térmica é utilizada para conservação dos imunobiológicos em diversas


atividades:

Na sala de vacinação para conservar os imunobiológicos previstos para o dia de trabalho

Em situações de emergência, quando o corte de energia elétrica ultrapassa o prazo de quatro a


seis horas;

No transporte de imunobiológicos de uma instância da rede de frio para outro, ou para


remanejamento entre um serviço e outro;

Na vacinação extramuros em campanhas, intensificações e bloqueios.

Observação

Na caixa térmica não usar gelo em barra ou gelo em escama fora do saco plástico.

Ao utilizar a caixa térmica é importante:

Escolher o tamanho adequado de acordo com a finalidade para a qual será utilizada

Dispor de gelo reciclável ou gelo em sacos plásticos em quantidade suficiente

Acondicionar em caixas térmicas independentes os imunobiológicos que podem ser


congelados e os que não podem.

Organização da caixa térmica.

Na organização da caixa térmica, proceder da seguinte forma:

Estabelecer uma proporção adequada entre a quantidade de imunobiológicos e a quantidade de


gelo reciclável ou de gelo em sacos plásticos;

Arrumar os imunobiológicos na caixa, deixando-os circundados (ilhados) pelo gelo reciclável


ou pelo gelo em sacos plásticos.

Observações

Sempre que necessário, as bobinas de gelo reciclável ou o saco plástico com gelo devem ser
trocados. Após utilizar a caixa térmica lavá-la, enxugá-la e guardá-la em local ventilado e
protegido.

Ao organizar a caixa térmica para acondicionar vacinas bacterianas e soros, deixar o gelo
reciclável sobre a pia ou balcão para eliminar a “neve” que normalmente aparece na superfície
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externa, uma vez que a temperatura está inferior a 0º C.

Organização da caixa térmica

Preenchimento do cartão de registro da vacinação


Os imunobiológicos administrados são registrados a caneta, incluindo a data (dia, mês e ano),
o lote da vacina, a assinatura do funcionário, além do carimbo de identificação do serviço de
saúde.
A data do retorno (dia, mês e ano) é registrada a lápis, orientando o usuário ou responsável.

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Contra-indicações gerais à vacinação
Uma contra-indicação geral para todos os imunobiológicos é a ocorrência de:
✓ Hipersensibilidade (reação anafilática) após o recebimento de qualquer dose;
✓ História de hipersensibilidade aos componentes de qualquer dos produtos;
✓ A presença de neoplasia maligna;

Observações:
- A ocorrência de febre após a administração de uma vacina não constitui contra-indicação à
dose subseqüente. Quando ocorrer febre administrar o antitérmico comumente utilizado.

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- A criança infectada pelo vírus da imunodeficiência humana HIV pode receber todas as
vacinas previstas no esquema básico de vacinação.

Situações que indicam o adiamento da vacinação


O adiamento da vacinação é recomendado em situações muito específicas:

• No tratamento com imunodepressores ou com corticóides em dose imunossupressora.


Neste caso agendar a vacinação para três meses depois do final do tratamento.
• A administração de vacinas deve ser evitada, ainda, durante a evolução de doenças
agudas febris graves.

Vacina contra a tuberculose BCG intradérmica (BCG-ID)


Indicação
A vacina BCG (bacilo de Calmette e Guerin) é administrada com a finalidade principal de
prevenir as formas graves da tuberculose, em crianças menores de cinco anos, mais
freqüentemente nos menores de um ano.
As crianças portadoras do HIV, positivas assintomáticas, e as crianças cujas mães são HIV -
positivas recebem também a vacina BCG-ID, o mais precocemente possível. A vacina é
também administrada nos contatos intradomiciliares de pacientes de hanseníase, com a
finalidade de aumentar a proteção desse grupo, a vacina BCG-ID apenas aumenta a proteção
contra as formas multibacilares da hanseníase nos contatos intradomilociares.
Observação:
• A administração da vacina BCG-ID deve ser adiada quando a criança apresentar peso
inferior a dois quilos, devido à escassez do tecido cutâneo.
Apresentação
A vacina BCG-ID é apresentada sob a forma liofilizada em ampola multidoses,
acompanhada da ampola do diluente específico para a vacina.
Dose e volume
O esquema de administração da vacina BCG corresponde a uma dose, a partir do
nascimento.
O volume correspondente a cada dose é de 0,1 ml, rigorosamente, para evitar
complicações.
Via de administração
A vacina BCG-ID é administrada por via intradérmica.

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A injeção é feita na região do músculo deltoide, no nível da inserção inferior do braço
direito.
• O frasco multidoses da vacina BCG-ID, uma vez aberto, pode ser usado por seis horas.
Evolução da lesão vacinal
• Alguns dias depois da vacinação surge, no local, um nódulo que evolui para pústula e
em seguida para crosta e úlcera.
• Esta lesão regride, espontaneamente, em média entre a quinta e a 12ª semana, podendo
se prolongar até a 24ª, deixando pequena cicatriz.
• A úlcera, que resulta da evolução normal da lesão, não deve ser coberta.
• O local deve estar sempre limpo, não sendo necessário colocar qualquer medicamento
ou adotar qualquer cuidado especial, nem realizar curativo.
• Na ausência da cicatriz é indicada a revacinação seis meses após a primeira dose.

Vacina oral contra poliomielite


Indicação
A vacina é indicada para prevenir a poliomielite, sendo recomendada a partir dos dois
meses de idade. Nas campanhas maciças, realizadas no Brasil desde 1980, a vacina contra
a poliomielite tem sido administrada no grupo de zero a quatro anos, independente do
estado vacinal prévio.
Observações:
• É recomendável adiar a administração da vacina no caso da pessoa estar com diarréia
severa ou vômitos intensos. Em outra oportunidade, com condição clínica satisfatória, a
dose será mais bem aproveitada pelo organismo.
Apresentação
A vacina contra a poliomielite é apresentada sob a forma líquida, em frasco multidoses,
em bisnaga de plástico.
Dose e volume

O esquema básico da vacina contra a poliomielite corresponde a três doses, com intervalo
de 60 dias entre as mesmas. O intervalo mínimo é de 30 dias. Um reforço é administrado
um ano após a terceira dose.
Cada dose, em geral, corresponde a duas gotas, podendo variar conforme especificações
do laboratório produtor.
A bisnaga da vacina contra a poliomielite, uma vez aberta, pode ser usada durante cinco
dias úteis.
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Via de administração
A vacina contra a poliomielite é administrada por via oral.
• Esperar a pessoa engolir a vacina; se a mesma cuspir, regurgitar ou vomitar (até uma hora
depois da administração) repetir a dose.
• Não é necessário fazer intervalo entre a alimentação (inclusive leite materno) e a
administração da vacina.

Vacina contra a difteria, o tétano e a coqueluche: tríplice bacteriana


(DTP).
Indicação
A vacina tríplice bacteriana (DTP) é indicada para prevenir a difteria, o tétano e a
coqueluche (ou pertussis). A vacina é administrada a partir dos dois meses de idade até os
seis anos, 11 meses e 29 dias.
Contra indicação
A vacina tríplice bacteriana não deve ser administrada em crianças com quadro neurológico
em atividade e naquelas que tenham apresentado, após dose anterior, qualquer das
seguintes manifestações:
• convulsões até 72 horas após a administração da vacina;
• colapso circulatório, com estado tipo choque, até 48 horas após a administração da
vacina;
• encefalopatia nos primeiros sete dias após a administração da vacina.

Apresentação
A vacina DTP é apresentada sob a forma líquida, em ampola ou frasco de dose única,
contendo 1,0 ml ou 0,5 ml, ou em frasco multidoses.
Dose e volume
O esquema básico da DTP corresponde a três doses no primeiro ano de vida, com intervalo
mínimo de 30 dias. O reforço é administrado 6 a 12 meses depois da terceira dose, de
preferência aos 15 meses de idade.
Atualmente, o volume correspondente a uma dose é de 0,5 ml, podendo variar de acordo
com o laboratório produtor.
O frasco multidoses da vacina DTP, uma vez aberto, pode ser usado até o vencimento do
prazo de validade.
Observação:
• Quando a criança estiver com o esquema vacinal incompleto, faltando uma ou duas
doses, dar continuidade ao mesmo considerando as doses administradas anteriormente.
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Via de administração
A vacina tríplice bacteriana (DTP) deve ser administrada por via intramuscular. Nas
crianças menores de dois anos a injeção é feita no vasto lateral da coxa e nos maiores pode
ser utilizada a região do deltóide, na face externa superior do braço.

Os eventos adversos à administração da vacina DTP apresentam-se, em geral, sob a forma


de dor local com vermelhidão, edema e enduração, febrícula e sensação de mal- estar com
intensidade variável e duração passageira.

Vacina contra a difteria e o tétano: dupla (dT)


Indicação
A vacina dupla tipo adulto (dT) é indicada a partir dos sete anos de idade, para prevenção
do tétano acidental e da difteria. É também indicada para a vacinação de mulheres em

idade fértil (12 a 49 anos) e gestantes, principalmente para a prevenção do tétano


neonatal.
Apresentação
A vacina dT é apresentada sob a forma líquida e em frasco de dose única ou de
multidoses.
Dose e volume
O esquema básico da vacina dupla tipo adulto (dT) corresponde a três doses com intervalo
de 60 dias entre as doses. O intervalo mínimo é de 30 dias. Entre a segunda e a terceira
doses o intervalo ideal é de 180 dias (seis meses). O reforço da dupla adulto é administrado
de 10 em 10 anos.
Observações:
• O esquema de vacinação para a prevenção do tétano neonatal deve considerar que toda
mulher vacinada com, pelo menos, duas doses das vacinas DTP ou dT, com intervalo
mínimo de um mês entre as doses (antes ou durante a gravidez) terá seu recém-nascido
protegido contra o tétano neonatal nos dois primeiros meses de vida.
• Essa proteção só é possível quando a segunda dose for administrada até 20 dias antes do
parto que é o tempo mínimo necessário para que haja produção de anticorpos suficientes
para transferir ao feto
• O frasco multidoses das vacinas dT ou DT, uma vez aberto, pode ser usado até o
vencimento do prazo de validade.

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Os eventos adversos à administração das vacinas duplas (dT) apresentam-se, em geral, sob
a forma de dor local, com vermelhidão, edema e enduração, febrícula e sensação de mal-
estar com intensidade variável e duração passageira.

Vacina contra a infecção por Haemophilus Influenzae Tipo b (Hib)


Indicação

A vacina contra a infecção pelo Haemophilus influenzae tipo b (Hib) é indicada para os
menores de cinco anos, a partir de dois meses de idade.
Apresentação
A vacina é apresentada sob a forma liofilizada, acompanhada do diluente, ou sob a forma
líquida, em frascos de dose única ou multidoses.
Dose e volume
O esquema básico corresponde a três doses no primeiro ano de vida, com intervalo de 60
dias entre as doses. O intervalo mínimo é de 30 dias. As crianças com idade entre 12 e 59
meses, quando não vacinadas ou quando apresentam esquema incompleto, devem receber
uma única dose.
O volume correspondente a uma dose é de 0,5 ml.
Via de administração
A vacina deve ser administrada por via intramuscular, nas crianças com menos de dois anos
de idade, a injeção é feita no vasto lateral da coxa. A região do deltóide, face externa
superior do braço, é utilizada, para a administração da vacina nos maiores de dois anos de
idade.
O frasco multidoses da vacina Hib liofilizada, após a reconstituição, é utilizado até, no
máximo, cinco dias úteis.

Raramente ocorrem reações à administração da vacina Hib e quando acontecem são locais
(dor, eritema e enduração) e febre nas primeiras 24 a 48 horas.

Vacina contra o sarampo


Indicação
A vacina é indicada para prevenir o sarampo, sendo administrada a partir dos nove meses
de idade.

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Apresentação

A vacina é apresentada sob a forma liofilizada, em frasco de dose única ou de multidoses,


acompanhado do respectivo diluente.
Dose e volume
O esquema básico da vacina contra o sarampo corresponde a uma dose, aos nove meses,
uma dose adicional da vacina é administrada após os 12 meses.
Atualmente, o volume correspondente a uma dose é de 0,5 ml.
Via de administração
A vacina contra o sarampo é administrada por via subcutânea. A injeção é feita, de
preferência, na região do deltóide, na face externa da parte superior do braço.
O frasco multidoses da vacina contra o sarampo, após a reconstituição, pode ser utilizado
até, no máximo, oito horas.
• Os eventos adversos após a administração da vacina contra o sarampo, quando ocorrem,
são, geralmente, benignos:
- 5% a 15% dos vacinados apresentam hipertermia, entre o quinto e 12º dia; e.
- 5% apresentam discreto exantema, após o sétimo ou 10o dia.

Vacina contra o sarampo, a caxumba e a rubéola (tríplice viral).


Indicação
A vacina tríplice viral é indicada para prevenir o sarampo, a caxumba e a rubéola. A sua
administração é feita a partir dos 12 meses de idade.
Contraindicação
Pessoas com história de reação anafilática após a ingestão de ovo.
Apresentação
A vacina é apresentada sob a forma liofilizada, em frasco de dose única ou de multidoses,
acompanhado do respectivo diluente.
Dose e volume

O esquema básico da vacina tríplice viral corresponde a uma dose, a partir dos 12 meses,
de preferência aos 15 meses.
Atualmente, o volume correspondente a uma dose é de 0,5 ml.
Via de administração
A vacina tríplice viral é administrada por via subcutânea, na região do deltóide, na face
externa superior do braço.

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O frasco multidoses da vacina tríplice viral, após a reconstituição, pode ser utilizado até,
no máximo, oito horas.

Os eventos adversos após a administração da vacina tríplice viral, quando ocorrem, são,
geralmente, benignos:
- 5% a 15% dos vacinados apresentam hipertermia, entre o quinto e 12º dia;
- 5% apresentam discreto exantema, após o sétimo e o 10o dia; e.

Vacina contra a rubéola


Indicação
A vacina é indicada para prevenir a rubéola com a finalidade de controlar a ocorrência da
síndrome da rubéola congênita, sendo administrada:
• a partir dos 12 meses e na população feminina em idade fértil (12 a 49 anos) na forma
combinada com as vacinas contra o sarampo e a caxumba (tríplice viral);
Observações:
• Mulheres grávidas não devem receber a vacina contra a rubéola.

Vacina contra a febre amarela


Indicação
A vacina é indicada para prevenir a febre amarela, sendo administrada a partir dos seis
meses de idade. Os viajantes que se deslocam para áreas endêmicas e regiões
Limítrofes dessas áreas, também devem receber a vacina contra a febre amarela.

Apresentação
A vacina contra a febre amarela é apresentada sob a forma liofilizada, em frasco
multidoses.
Dose e volume
O esquema básico da vacina contra a febre amarela corresponde a uma dose a partir dos
seis meses de idade. O Regulamento Sanitário Internacional exige uma dose de reforço a
cada dez anos.
O volume correspondente a uma dose é de 0,5 ml.
Via de administração
A vacina contra a febre amarela é administrada por via subcutânea. A injeção é feita, de
preferência, na região do deltóide, na face externa superior do braço.
O frasco multidoses da vacina contra a febre amarela, após a diluição, pode ser utilizado
até, no máximo, quatro horas.
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Os eventos adversos após a administração da vacina contra a febre amarela, quando
ocorrem, são, geralmente, dor no local da administração, febre e cefaléia.

Vacina contra a hepatite B


Indicação
A vacina é indicada para prevenir a hepatite B, sendo administrada:
• nos menores de um ano de idade, a partir do nascimento, se possível, nas primeiras doze
horas após o parto;

Apresentação
A vacina contra a hepatite B é apresentada sob a forma líquida em frasco de dose única
ou multidoses.
Dose e volume

O esquema de administração da vacina contra a hepatite B corresponde, de maneira geral,


a três doses, com intervalo de um mês entre a primeira e a segunda dose. A terceira dose é
administrada seis meses após a primeira.
Observação:
• Sempre que possível, administrar a primeira dose nas primeiras 12 horas após o
nascimento.
O volume a ser administrado é de 0,5 ml para neonatos, lactentes, crianças e menores de
20 anos; a partir desta idade a dose é de 1,0 ml.
Via de administração
A vacina contra a hepatite B é administrada por via intramuscular, a injeção é feita na
região do deltóide, na face externa superior do braço. Nas crianças menores de dois anos a
vacina é administrada na face lateral da coxa.

As reações mais comuns são: dor local, eritema, febre, mal-estar, fadiga e cefaléia, orientar
a pessoa vacinada ou seu acompanhante para usar compressa fria no caso de dor ou
vermelhidão no local da administração;

Vacina contra a infecção pelo meningococo C


Indicação
A vacina contra a infecção pelo meningococo C ou vacina contra a meningite C é
indicada para prevenir as meningites causadas pelo meningococo do sorogrupo C.

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Apresentação
A vacina contra a infecção pelo meningococo C é apresentada sob a forma liofilizada, em
frasco multidoses, acompanhado da ampola do diluente.
Dose e volume
O esquema básico da vacina contra a infecção pelo meningococo C corresponde a uma
dose. O volume correspondente a uma dose é de 0,5 ml, podendo variar de acordo com o
laboratório produtor.

Via de administração
A vacina contra a infecção pelo meningococo C é administrada por via intramuscular,
podendo ser utilizada a via subcutânea. A injeção é feita, de preferência, na região do
deltoide, face externa superior do braço.

Os eventos adversos após a administração da vacina contra a meningite C são leves e pouco
freqüentes, consistindo, principalmente, de manifestações locais por um ou dois dias e febre
baixa.

Vacina contra a raiva - uso humano


Indicação
A vacina é indicada para a profilaxia da raiva humana em indivíduos expostos ao vírus da
doença, em decorrência de mordedura, lambedura de mucosa ou arranhadura, provocada
por animais transmissores da raiva.
O procedimento de limpeza rigorosa de qualquer ferimento produzido por animal é
importante mecanismo para evitar a raiva humana.
A vacina é indicada também na profilaxia preexposição ao vírus da raiva, ou seja, na
administração da vacina contra raiva em pessoas que, por força de suas atividades, estão
permanentemente expostas ao risco da infecção pelo vírus, tais como: médicos veterinários,
biólogos, profissionais e auxiliares de laboratórios de virologia.
Dose e volume
Na pós-exposição, ou seja, na administração da vacina após contato com o vírus da raiva,
o esquema depende da natureza da agressão e das condições do animal agressor, podendo
corresponder a sete doses e dois reforços, ou 10 doses e três reforços.
Para a profilaxia na predisposição o esquema é de quatro doses, com intervalo de dois dias
entre a primeira e a segunda dose e entre a segunda e a terceira doses. A quarta dose é feita
no 28º dia após o início do esquema.

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O volume de cada dose da vacina contra a raiva corresponde a 1,0 ml, independente da
idade ou do peso da pessoa a ser vacinada.

Vacina contra o vírus influenza (Gripe)


Indicação
A vacina contra o vírus influenza está indicada para:
✓ Pessoas acima de 60 anos;
✓ Gestantes;
✓ Crianças de 6 meses a 2 anos;
✓ Trabalhadores da área da saúde.
Apresentação
A vacina é apresentada sob a forma líquida, em frascos com dose única ou multidoses.
Dose e volume
• O esquema básico da vacina contra o vírus influenza varia conforme a idade da pessoa a
ser vacinada:
• para crianças de seis a 35 meses administrar duas doses de 0,25 ml com intervalo de 30
dias entre as doses;
Via de administração
A vacina contra o vírus influenza é administrada por via intramuscular.
Nas crianças com menos de dois anos de idade, a injeção é feita no vasto lateral da coxa.
A região do deltóide, face externa superior do braço, é utilizada em adultos.

Vacina contra Rotavírus


A administração desta vacina é exclusivamente oral.
A vacina não deve ser congelada. Após a reconstituição, a vacina deve ser aplicada de
imediato, caso contrário, a solução poderá ser utilizada até 24 horas, desde que esteja sob
conservação entre 2 e 8°C e não haja contaminação. Recomenda-se, para melhor

acondicionamento nesta situação, manter a solução no aplicador com a tampa de borracha.


Esquema vacinal
O esquema vacinal recomendado é de duas doses, aos 2 e 4 meses de idade,
simultaneamente com as vacinas Tetravalente (DTP/Hib) e Sabin. O intervalo mínimo
entre as duas doses é de 4 semanas.
Para esta vacina algumas restrições são recomendadas:
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Para a aplicação da 1ªdose:
- Deve ser aplicada aos 2 meses de idade
- Idade mínima 1 mês e 15 dias de vida (6 semanas)
- Idade máxima 3 meses e 7 dias de vida (14 semanas)

Para a aplicação da 2ª dose:


- Deve ser aplicada aos 4 meses de idade
- Idade mínima 3 meses e 7 dias de vida (14 semanas)
- Idade máxima 5 meses e 15 dias de vida (24 semanas)

Não deve ser aplicada fora das faixas etárias preconizadas:


A vacina contra Rotavírus não deve, de forma alguma, ser aplicada fora das faixas etárias
preconizadas, pois nos estudos realizados com a vacina RotaShield suspensa em 1999, foi
demonstrado um risco aumentado de invaginação intestinal em relação à idade de aplicação
da vacina. Portanto, nos estudos realizados com as novas vacinas, como precaução, foram
aplicadas apenas nas faixas etárias estabelecidas. Se ocorrer esta situação, preencher a
Ficha de Notificação de Procedimento Inadequado e acompanhar a criança por 42 dias. Na
vigência de eventos adversos preencher a Ficha de Notificação de Eventos Adversos.

Doenças Sexualmente Transmissíveis – DST

Sífilis
Conceito: doença infectocontagiosa sistêmica (acomete todo o organismo), que evolui de
forma crônica (lenta) e que tem períodos onde se manifesta agudamente e períodos de
latência (sem manifestações). Pode comprometer múltiplos órgãos (pele, olhos, ossos,
sistema cardiovascular, sistema nervoso). De acordo com algumas características de sua
evolução a sífilis divide-se em Primária, Secundária, Latente e Terciária ou Tardia. Quando
transmitida da mãe para o feto é chamada de Sífilis Congênita.
O importante a ser considerado aqui é a sua lesão primária, também chamada de cancro
de inoculação (cancro duro), que é a porta de entrada do agente no organismo da pessoa.
Agente
Treponema pallidum

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Sífilis primária: trata-se de uma lesão ulcerada (cancro) não dolorosa (ou pouco dolorosa),
em geral única, com a base endurecida, lisa, brilhante, com presença de secreção serosa
(líquida, transparente) escassa e que pode ocorrer nos grandes lábios, vagina, clitóris,
períneo e colo do útero na mulher e na glande e prepúcio no homem, mas que pode também
ser encontrados nos dedos, lábios, mamilos e conjuntivas. É freqüente também a adenopatia
inguinal (íngua na virilha) que, em geral passa despercebida. O cancro usualmente
desaparece em 3 a 4 semanas, sem deixar cicatrizes. Entre a segunda e quarta semanas do
aparecimento do cancro, as reações sorológicas (exames realizados no sangue) para sífilis
tornam-se positivas.

Sífilis Secundária: é caracterizada pela disseminação dos treponemas pelo organismo e


ocorre de 4 a 8 semanas do aparecimento do cancro. As manifestações nesta fase são
essencialmente dermatológicas e as reações sorológicas continuam positivas.

Sífilis Latente: nesta fase não existem manifestações visíveis, mas as reações sorológicas
continuam positivas.

Sífilis Adquirida Tardia: a sífilis é considerada tardia após o primeiro ano de evolução
em pacientes não tratados ou inadequadamente tratados. Apresentam-se após um período
variável de latência sob a forma cutânea, óssea, cardiovascular, nervosa etc. As reações

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sorológicas continuam positivas também nesta fase.

Sífilis Congênita: é devida a infecção do feto pelo Treponema por via transplacentária, a
partir do quarto mês da gestação. As manifestações da doença, na maioria dos casos,

estão presentes já nos primeiros dias de vida e podem assumir formas graves, inclusive
podendo levar ao óbito da criança.

Complicações/Conseqüências
Aborto espontâneo, natimorto, parto prematuro, baixo peso, endometrite pós-parto.
Infecções peri e neonatal.
Sífilis Congênita. Neurossífilis. Sífilis Cardiovascular.
Transmissão
Relação sexual (vaginal anal e oral), transfusão de sangue contaminado, transplacentária
(a partir do quarto mês de gestação). Eventualmente através de fômites.
Tratamento
Medicamentoso. Com cura completa, se tratada precoce e adequadamente.
Prevenção
Camisinha pode proteger da contaminação genital se a lesão estiver na área recoberta.
Evitar contato sexual se detectar lesão genital no (a) parceiro (a).

Candidíase
Conceito: a candidíase, especialmente a candidíase vaginal, é uma das causas mais
freqüentes de infecção genital. Caracteriza-se por prurido (coceira), ardor, dispareunia (dor
na relação sexual) e pela eliminação de um corrimento vaginal em grumos brancacentos,
semelhante à nata do leite. Com freqüência, a vulva e a vagina encontram- se edemaciadas
(inchadas) e hiperemiadas (avermelhadas). As lesões podem estender-se pelo períneo,
região perianal e inguinal (virilha). No homem apresenta-se com hiperemia da glande e
prepúcio (balanopostite) e eventualmente por um leve edema e pela presença de pequenas
lesões puntiformes (em forma de pontos), avermelhadas e pruriginosas. Na maioria das
vezes não é uma doença de transmissão sexual. Em geral está relacionada com a diminuição
da resistência do organismo da pessoa acometida. Existem fatores que predispõe ao
aparecimento da infecção: diabetes melitus, gravidez, uso de contraceptivos

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(anticoncepcionais) orais, uso de antibióticos e medicamentos imunosupressivos (que
diminuem as defesas imunitárias do organismo), obesidade, uso de roupas justas etc.

Agente
Cândida albicans e outros.
Complicações/Conseqüências
São raras. Pode ocorrer disseminação sistêmica (especialmente em imunodeprimidos).
Transmissão
Ocorre transmissão pelo contato com secreções provenientes da boca, pele, vagina e dejetos
de doentes ou portadores. A transmissão da mãe para o recém-nascido (transmissão
vertical) pode ocorrer durante o parto.
A infecção, em geral, é primária na mulher, isto é, desenvolve-se em razão de fatores locais
ou gerais que diminuem sua resistência imunológica.
Tratamento
Medicamentos locais e/ou sistêmicos.
Prevenção
Higienização adequada. Evitar vestimentas muito justas. Investigar e tratar doença(s)
predisponente(s). Camisinha.

Gonorréia

Conceito
Doença infecto contagiosa que se caracteriza pela presença de abundante secreção
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purulenta (corrimento) pela uretra no homem e vagina e/ou uretra na mulher. Este quadro
freqüentemente é precedido por prurido (coceira) na uretra e disúria (ardência miccional).
Em alguns casos podem ocorrer sintomas gerais, como a febre.

Agente
Neisseria gonorrhoeae
Complicações/Conseqüências
Aborto espontâneo, natimorto, parto prematuro, baixo peso, endometrite pós-parto.
Doença Inflamatória Pélvica. Infertilidade. Epididimite. Prostatite. Pielonefrite.
Transmissão
Relação sexual
Tratamento
Antibióticos.
Prevenção
Camisinha. Higiene pós-coito.

Linfogranuloma venéreo
Conceito: o linfogranuloma venéreo caracteriza-se pelo aparecimento de uma lesão
genital (lesão primária) que tem curta duração e que se apresenta como uma ulceração
(ferida) ou como uma pápula (elevação da pele). Esta lesão é passageira (3 a 5 dias) e
freqüentemente não é identificada pelos pacientes, especialmente do sexo feminino. Após
a cura desta lesão primária, em geral depois de duas a seis semanas, surge o bubão
inguinal que é uma inchação dolorosa dos gânglios de uma das virilhas (70% das vezes
são de um lado só). Se este bubão não for tratado adequadamente ele evolui para o
rompimento espontâneo e formação de fístulas.

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Agente
Chlamydia trachomatis.
Complicações/Conseqüências
Elefantíase do pênis, escroto, vulva. Proctite (inflamação do reto) crônica. Estreitamento
do reto.
Transmissão
Relação sexual é a via mais freqüente de transmissão.
Tratamento
Sistêmico, através de antibióticos. Aspiração do bubão inguinal. Tratamento das fístulas
Prevenção
Camisinha. Higienização após o coito.

HIV/AIDS

Conceito: síndrome (uma variedade de sintomas e manifestações) causada pela infecção


crônica do organismo humano pelo vírus HIV (Human Immunodeficiency Virus). O vírus
compromete o funcionamento do sistema imunológico humano, impedindo-o de executar
sua tarefa adequadamente, que é a de protegê-lo contra as agressões externas (por bactérias,
outros vírus, parasitas e mesmo por células cancerígenas). Com a progressiva
lesão do sistema imunológico o organismo humano se torna cada vez mais susceptível a
determinadas infecções e tumores, conhecidas como doenças oportunísticas, que acabam
por levar o doente à morte.

A fase aguda (após 1 a 4 semanas da exposição e contaminação) da infecção manifesta-se


em geral como um quadro gripal (febre, mal estar e dores no corpo) que pode estar
acompanhada de manchas vermelhas pelo corpo e adenopatia (íngua) generalizada (em

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diferentes locais do organismo). A fase aguda dura, em geral, de 1 a 2 semanas e pode ser
confundida com outras viroses (gripe, mononucleose etc.) bem como pode também passar
despercebida.
Os sintomas da fase aguda são, portanto inespecíficos e comuns a várias doenças, não
permitindo por si só o diagnóstico de infecção pelo HIV, o qual somente pode ser
confirmado pelo teste anti-HIV, o qual deve ser feito após 90 dias (3 meses) da data da
exposição ou provável contaminação.
Agente
HIV (Human Immunodeficiency Virus), com 2 subtipos conhecidos: HIV-1 e HIV-2.
Complicações/Conseqüências
Doenças oportunas, como a tuberculose miliar e determinadas pneumonias, alguns tipos
de tumores, como certos linfomas e o Sarcoma de Kaposi. Distúrbios neurológicos.
Transmissão
Sangue, semêm, secreções vaginais e leite materno. Pode ocorrer transmissão no sexo
vaginal, oral e anal.
Período de Incubação
De 3 a 10 (ou mais) anos entre a contaminação e o aparecimento de sintomas sugestivos

de AIDS.
Diagnóstico
Por exames realizados no sangue do (a) paciente.
Tratamento
Existem drogas que inibem a replicação do HIV, que devem ser usadas associadas, mas
ainda não se pode falar em cura da AIDS.
As doenças oportunas são em sua maioria tratáveis, mas há necessidade de uso contínuo
de medicações para o controle dessas manifestações.
Prevenção
Na transmissão sexual se recomenda sexo seguro: relação monogâmica com parceiro
comprovadamente HIV negativo, uso de camisinha.
Na transmissão pelo sangue recomenda-se cuidado no manejo de sangue (uso de seringas
descartáveis, exigir que todo sangue a ser transfundido seja previamente testado para a
presença do HIV, uso de luvas quando estiver manipulando feridas ou líquidos
potencialmente contaminados). Não há, no momento, vacina efetiva para a prevenção da
infecção pelo HIV. É necessário observar que o uso da camisinha, apesar de proporcionar
excelente proteção, não proporciona proteção absoluta (ruptura, perfuração, uso
inadequado etc.). Repito, a maneira mais segura de se evitar o contágio pelo vírus HIV é
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fazer sexo monogâmico, com parceiro (a) que fez exames e você saiba que não está
infectado (a).

Infecção por Trichomonas - Tricomoníase Genital


Conceito: doença infectocontagiosa do sistema gênito-urinário do homem e da mulher. No
homem causa uma uretrite de manifestações em geral discretas (ardor e/ou prurido uretral
e secreção branca, amarelado ou amarelo esverdeada), podendo, eventualmente ser
ausentes em alguns e muito intensas em outros.
É uma das principais causas de vaginite, vulvovaginite e cervicite (infecção do colo do
útero) da mulher adulta podendo, porém, cursar com pouca ou nenhuma manifestação
clínica. Quando presente manifesta-se na mulher como um corrimento vaginal amarelo
esverdeado ou acinzentado, espumoso e com forte odor característico. Não é incomum
também ocorrer irritação na região genital bem como sintomas miccionais que podem
simular uma cistite (dor ao urinar e micções freqüentes).

Agente
Trichomonas vaginalis (protozoário).
Complicações/Conseqüências
Prematuridade. Baixo peso ao nascer. Ruptura prematura de bolsa etc.
Transmissão
Relação sexual (principalmente). A mulher pode ser infectada tanto por parceiros do sexo
masculino quanto do sexo feminino (por contato genital). O homem por parceiras do sexo
feminino.
É importante considerar aqui que mesmo a pessoa portadora da doença, mas sem
sintomas, pode transmitir a infecção.
Fômites.
Tratamento
Quimioterápicos. O tratamento pode ser oral e local (na mulher).
Prevenção
Camisinha, tratamento simultâneo do (a) parceiro (a).

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1 Referencias Bibliográficas

1. BennensonAS, editor. Controle das doenças transmissíveis no homem. 13a ed. Washington:
OMS. 1993. Publicação Científica nº 442.
2. Fundação Nacional de Saúde. Cartilha de ofidismo (COBRAL). Brasília; 1991.
3. Fundação Nacional de Saúde. Guia de Vigilância Epidemiológica. 4a ed. Brasília; 1998.
4. Fundação Nacional de Saúde. Manual de vigilância epidemiológica dos eventos adversos após
vacinação. Brasília; 1998.
5. Fundação Nacional de Saúde. Norma técnica de tratamento profilático anti-rábico humano.
Brasília; 1993.
6. Fundação Nacional de Saúde. Guia de controle da hanseníase. Brasília; 1994.
7. Fundação Nacional de Saúde. Manual integrado de prevenção e controle da febre tifóide.
Brasília; 1998.
8. Fundação Nacional de Saúde. Capacitação de pessoal em vacinação: uma proposta de
treinamento em serviço - manual do treinando. Brasília; 1991.
9. Fundação Nacional de Saúde. Manual de procedimentos para vacinação. 3a ed. Brasília; 1994.
10. Ministério da Saúde. Manual de diagnóstico e tratamento de acidentes ofídicos. Brasília; 1989.
11. Freire LMS, Chagas AJ. Sarampo. In: Tonelli E. Doenças infecciosas na infância. Rio de
Janeiro: Ed. Médica e Científica; 1987.
12. São Paulo. Secretaria de Estado da Saúde. Comissão Técnico-Científica de Controle da Raiva.
Profilaxia da raiva em humanos: Norma Técnica 67/96. São Paulo; 1996.
13. São Paulo. Secretaria de Estado da Saúde. Centro de Vigilância Epidemiológica “Prof.
Alexandre Vranjac. Norma do Programa de Imunização. São Paulo; 1998.

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