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Ficha de avaliação Imunidade e controlo de doenças

Nome: N.° Turma:

Data: Avaliação: Professor:

GRUPO I

Surtos e doenças causadas por agentes patogénicos microbianos alimentares representam uma
carga pesada para o sistema de saúde, não apenas através da doença, mas também pelos custos
associados às medidas tomadas para reduzir os impactos sobre as populações. Com a globalização,
o potencial para a propagação de doenças transmitidas por alimentos, em todos os países, apesar
das barreiras continentais, é imenso. Em todo o mundo, o norovírus (NoV) é o principal agente de
gastroenterite aguda, com prevalência de cerca de 1 em cada 5 casos, em países desenvolvidos.
Os vírus são agentes causadores de doenças que, do ponto de vista estrutural, são muito
simples: possuem um ácido nucleico, seja DNA ou RNA de cadeia simples (ss) ou cadeia dupla
(ds), envolto por uma capa proteica. Atendendo à presença, ou ausência, de uma cápsula,
constituída por uma bicamada lipídica derivada das membranas das células hospedeiras e de
proteínas virais, os vírus são classificados como encapsulados ou não encapsulados.
Um grande número de diferentes vírus pode ser encontrado no trato gastrointestinal humano,
causando uma ampla variedade de doenças. As doenças virais transmitidas por alimentos mais
relatadas são a gastroenterite ou a hepatite, causadas por NoV e pelo vírus da hepatite A (HAV),
respetivamente. No entanto, outros agentes virais, como enterovírus, sapovírus, rotavírus,
astrovírus, adenovírus e o vírus da hepatite E (HEV), têm sido implicados na transmissão de
doenças por alimentos e/ou água. Um número extremamente alto de vírus pode ser eliminado nas
fezes de pacientes que sofrem de gastroenterite (inflamação do trato gastrointestinal) ou hepatite, que
podem excretar até 1013 e 1010 partículas virais, respetivamente, por grama de fezes.
Baseado em Bosch, A., Gkogka, E., Le Guyader, F. S., Loisy-Hamon, F., Lee, A., Van Lieshout, L., ... & Phister, T. (2018).
Foodborne viruses: Detection, risk assessment, and control options in food processing. International Journal of Food
Microbiology, 285, 110-128.

1. Explique por que motivo a lavagem frequente das mãos pode constituir uma das mais eficazes
medidas de minimização da disseminação de organismos patogénicos, como os vírus
encapsulados.

2. Dos principais agentes patogénicos causadores de doenças, destacam-se, pela sua


importância, ________, parasitas intracelulares obrigatórios, e _______, organismos
procariontes com reprodução autónoma.
(A) os vírus … as bactérias
(B) as bactérias … os protistas
(C) os protistas … os vírus
(D) os vírus … os protistas

3. Do sistema imunitário fazem parte órgãos linfoides primários, como ________, e células
efetoras, como os ________, responsáveis por mecanismos de imunidade celular.
(A) o timo … linfócitos B
(B) a medula óssea … plasmócitos
(C) a medula óssea … linfócitos T
(D) o timo … plasmócitos

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4. De acordo com a morfologia observada ao MOC, os leucócitos classificam-se em granulócitos
quando o seu apresenta grânulos. Deste grupo fazem parte, por exemplo, os .
(A) núcleo … monócitos
(B) citoplasma … eosinófilos
(C) núcleo … eosinófilos
(D) citoplasma … monócitos

5. As contaminações por via alimentar podem ser evitadas através da primeira linha de defesa,
que inclui
(A) o suco gástrico, que apresenta lisozima na sua constituição, responsável pela destruição
de bactérias.
(B) a saliva, com um pH ácido, responsável pela destruição de microrganismos.
(C) a saliva, que aprisiona microrganismos estranhos, conduzindo-os em direção à faringe para
posterior eliminação.
(D) o suco gástrico, com um pH ácido, que retarda o crescimento de muitos microrganismos.

6. Da segunda linha de defesa faz(em) parte


(A) a resposta sistémica, com diminuição da atividade leucocitária.
(B) os interferões, glicoproteínas com ação exclusiva sobre bactérias.
(C) o sistema de complemento, constituído por proteínas que circulam no plasma.
(D) os pirógenos, responsáveis pela destruição direta de microrganismos.

7. A infeção por rotavírus pode ser evitada por imunização , quando são introduzidos
vírus inativos. Neste processo, as células asseguram uma resposta mais intensa e
eficaz.
(A) ativa ... de memória
(B) passiva ... efetoras
(C) ativa ... efetoras
(D) passiva ... de memória

8. Reconstitua a sequência temporal dos acontecimentos, colocando por ordem as afirmações


que identificam as etapas de funcionamento de um interferão.
A. Estimulação, por parte das glicoproteínas da célula, da produção de proteínas antivirais.
B. Bloqueio da propagação do vírus.
C. Integração do DNA viral no genoma da célula.
D. Inibição da replicação do material genético viral.
E. Fixação de um vírus sobre uma célula.

9. Em países onde as vacinas para o rotavírus são implementadas, o NoV ultrapassou o rotavírus
como causa mais comum de gastroenterite infantil que requer atenção médica.
Explique, atendendo ao modo de atuação dos processos de imunidade específica, por que
motivo algumas vacinas necessitam de sucessivos reforços ao longo da vida.

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GRUPO II

Doenças alérgicas, por exemplo, asma alérgica, prurido, dermatite atópica e rinite alérgica,
resultam de uma interação complexa entre várias células inflamatórias, incluindo basófilos,
mastócitos, linfócitos, células dendríticas, neutrófilos e eosinófilos, em resposta a vários fatores
ambientais/estímulos alérgicos.
Essas células produzem uma infinidade de mediadores inflamatórios. Entre estes, a histamina é
um dos principais agentes, estimulando o desenvolvimento de inflamações relacionadas com
doenças alérgicas, regulando a maturação e ativação de leucócitos e direcionando a sua migração
para locais-alvo onde causam inflamação crónica.
Os mastócitos são os principais produtores de histamina e expressam uma vasta gama de
recetores na sua superfície, como recetores para componentes do sistema de complemento (C3aR
e C5aR). A ativação através desses recetores pelos seus respetivos estimulantes, como alergénios
e peptídeos do complemento C3a e C5a, levam a que os mastócitos humanos libertem vários media-
dores, incluindo histamina.
A histamina também pode ser produzida por basófilos e outras células do sistema imunitário,
mas as maiores concentrações de histamina podem ser encontradas na mucosa intestinal, na pele
e nos tecidos brônquicos.
A histamina regula uma grande variedade de processos fisiopatológicos e fisiológicos, como
secreção de ácido gástrico, inflamação e regulação da vasodilatação e broncoconstrição. Além
disso, também pode funcionar como um neurotransmissor.
A histamina também exerce várias outras funções reguladoras imunológicas, modulando funções
de monócitos, linfócitos T, macrófagos, neutrófilos, eosinófilos, linfócitos B e células dendríticas.
Baseado em Thangam, E. B., Jemima, E. A., Singh, H., Baig, M. S., Khan, M., Mathias, C. B., ... & Saluja, R. (2018). The
role of histamine and histamine receptors in mast cell-mediated allergy and inflammation: the hunt for new therapeutic
targets. Frontiers in immunology, 9, 1873.

1. Explique a importância da histamina no processo de resposta inflamatória, atendendo aos seus


efeitos e consequências.

2. Na resposta inflamatória, a diapedese distingue-se da quimiotaxia por


(A) a segunda corresponder à atração através de um estímulo químico específico.
(B) a segunda corresponder à capacidade de migração dos leucócitos.
(C) a primeira corresponder à produção de vasoconstritores específicos.
(D) a primeira corresponder à capacidade de digestão dos leucócitos de microrganismos estranhos.

3. Os linfócitos T formam-se
(A) e sofrem maturação na medula óssea.
(B) e sofrem maturação no timo.
(C) na medula óssea e sofrem maturação no timo.
(D) no timo e sofrem maturação na medula óssea.

4. Relativamente à imunidade humoral, é correto afirmar que


(A) intervêm moléculas sem especificidade que destroem agentes patogénicos.
(B) ocorre a produção de anticorpos pelas células de memória.
(C) faz parte da imunidade inata.
(D) ocorre a produção de anticorpos pelos plasmócitos.

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5. Estabeleça a correspondência entre as afirmações da coluna I e os termos da coluna II.
Coluna I Coluna II
(a) Processo que tem como consequência o aumento do fluxo sanguíneo no local (1) Vasodilatação
da lesão. (2) Vasoconstrição
(b) Sintoma da resposta inflamatória que resulta da pressão sobre terminações (3) Dor
nervosas. (4) Edema
(c) Agregado de microrganismos mortos e restos celulares de células efetoras. (5) Pus

6. Ordene as afirmações seguintes, identificadas com as letras de A a E, de modo a reconstituir as


várias etapas da fagocitose.
A. Formação de pseudópodes.
B. Reconhecimento de substâncias estranhas ao organismo.
C. Fusão do fagossoma com os lisossomas e formação de um vacúolo digestivo.
D. Exocitose dos produtos de digestão.
E. Envolvimento do agente a fagocitar e formação de uma vesícula endocítica.

GRUPO III

Os anticorpos foram descritos, pela primeira vez, como uma substância neutralizante encontrada
no sangue, por Behring e Shibasaburo, em 1890, no seu trabalho em modelos animais de difteria.
Ao longo do século seguinte, vários avanços científicos importantes abririam caminho para o uso
de anticorpos como terapia contra o cancro.
Os anticorpos foram identificados como proteínas que poderiam reconhecer antigénios
específicos, por Heidelberger e Avery, e, em 1947, Astrid Fagraeus demonstrou que os anticorpos
eram produzidos por células B do plasma do sistema imunitário adaptativo. Gustav Nossal, então,
provou a teoria da seleção clonal de que um único clone de célula B produz um anticorpo
específico. Assim, os anticorpos monoclonais são anticorpos produzidos por clones de uma única
célula B, todos os quais se ligam a porções específicas de um antigénio, também conhecido como
epítopo. Os métodos para produzir anticorpos monoclonais envolvendo células híbridas humano-
camundongo foram identificados, pela primeira vez, por Schwaber, em 1973, e foram usados por
Köhler e Milstein para gerar os hibridomas derivados de humanos que, desde então, têm sido um
dos pilares da produção em larga escala de anticorpos terapêuticos.
Logo após a descoberta dos hibridomas, começaram as pesquisas sobre o uso de anticorpos
monoclonais para tratar o cancro. Demonstrou-se que os anticorpos monoclonais antimelanoma
suprimem o crescimento de melanomas humanos em camundongos e, em 1980, o primeiro teste
humano de terapia com anticorpos monoclonais contra o cancro foi conduzido num paciente com
linfoma. Infelizmente, devido às origens dos primeiros anticorpos monoclonais terapêuticos, esses
anticorpos monoclonais eram fracos indutores de imunidade nos pacientes, limitando, assim, a sua
aplicabilidade clínica.
No final da década de 1980, surgiram técnicas para desenvolver os anticorpos mais compatíveis
com o ser humano, a fim de eliminar essas limitações. Outros avanços levaram à derivação de
anticorpos “totalmente humanos”, usando camundongos transgénicos ou sistemas in vitro. Como
resultado dessas inovações na engenharia de anticorpos, os anticorpos monoclonais tornaram-se
uma modalidade importante no tratamento do cancro.

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Os anticorpos são únicos na sua capacidade de matar diretamente as células tumorais e, ao
mesmo tempo, envolver o sistema imunológico do hospedeiro para desenvolver respostas
duradouras contra o tumor. A combinação de um mecanismo de ação multifacetado com
especificidade de alvo distingue a terapia com anticorpos monoclonais de tratamentos como a
quimioterapia e fundamenta a capacidade dos anticorpos de induzirem fortes respostas
antitumorais, minimizando a toxicidade e os eventos adversos.
Baseado em Zahavi, D., & Weiner, L. (2020). Monoclonal antibodies in cancer therapy. Antibodies, 9(3), 34.
DOI: 10.3390/antib9030034

1. Uma função importante dos anticorpos é a intensificação das respostas imunes inatas, que
aumentam a destruição dos agentes estranhos.
Explique, atendendo à constituição de um anticorpo, como ocorre a aglutinação.
2. As técnicas auxiliares de diagnóstico são fundamentais para a rápida deteção de infeções
causadas por microrganismos. Dentro destes destaca(m)-se
(A) o teste ELISA, onde são usados antigénios ou anticorpos específicos imobilizados.
(B) o teste rápido de antigénios do Sars-CoV-2, onde são usados antigénios ou anticorpos
específicos imobilizados.
(C) a imunofluorescência, que permite identificar a presença de anticorpos célula a célula.
(D) os ensaios de precipitação, nos quais a exposição a radiação com determinados comprimentos
de onda permite a identificação e quantificação de complexos antigénio-anticorpo.
3. Um hibridoma é o resultado da fusão de um com um plasmócito .
(A) linfócito B ... normal
(B) linfócito T ... tumoral
(C) linfócito B ... normal
(D) linfócito B ... tumoral
4. Na imunização ativa, o antigénio é introduzido num organismo e provoca a síntese de
anticorpos. Na imunização passiva, o anticorpo é produzido fora do organismo a ser imunizado e
introduzido posteriormente. Um exemplo de imunização ativa é a
(A) imunidade do feto com a passagem de anticorpos pela placenta.
(B) aplicação de uma vacina, como a do COVID-19.
(C) imunidade de um bebé por meio do aleitamento.
(D) aplicação de um soro imunológico.
5. Uma vacina é um produto farmacêutico que contém
(A) um agente patogénico vivo enfraquecido, ou partes deste, para estimular a resposta
imunológica.
(B) anticorpos contra determinado agente patogénico produzidos por outro ser vivo.
(C) soro de indivíduos previamente imunizados contra aquele agente patogénico.
(D) anticorpos contra determinado agente patogénico, que estimula a resposta imunológica do
indivíduo.

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6. Complete o texto seguinte com a opção adequada a cada espaço. Transcreva para a folha de
respostas cada uma das letras, seguida do número que corresponde à opção selecionada.
A cada letra corresponde um só número.
O ser humano apresenta um tipo de resposta imunitária, designada por imunidade inata, que
engloba os mecanismos de defesa ___(a)___, como, por exemplo, ___(b)___. A produção de
células de memória pode ser realizada ___(c)___ para um determinado antigénio. A formação
destas células permite uma resposta ___(d)___, aquando do novo contacto com o mesmo
agente patogénico. Em alguns casos, podem ser desencadeadas alergias, nas quais se verifica
que os linfócitos T auxiliares libertam mediadores que levam os linfócitos B a produzirem
anticorpos do tipo ___(e)___.
(a) (b) (c) (d) (e)
1. específica 1. o interferão 1. somente por linfócitos B 1. mais rápida mas 1. IgG
2. não específica 2. a produção de anticorpos 2. somente por linfócitos T pouco específica 2. IgA
3. adquirida 3. a ação de linfócitos T 3. por linfócitos B eT 2. mais rápida e robusta 3. IgE
3. lenta mas mais
precisa

7. Identifique os linfócitos responsáveis pela eliminação de células cancerosas ou infetadas por


vírus.
8. Associe a cada um dos conceitos apresentados na coluna I as afirmações da coluna II que lhes
correspondem. Cada um dos números deve ser associado apenas a uma letra e todos os
números devem ser utilizados.
Coluna I Coluna II
(a) Imunidade (1) Pode ser causada por malnutrição, como carência de ferro, ou por infeções virais.
humoral (2) Dá-se a diferenciação e produção de anticorpos específicos.
(b) Imunidade celular (3) Permite o reconhecimento de células do próprio organismo e a vigilância imunitária.
(c) Imunodeficiências (4) Ocorre a ativação de um dos linfócitos B.
(5) Os linfócitos T auxiliares e os T citotóxicos trabalham juntos na eliminação de células
infetadas.
(6) Os vírus infetam linfócitos T auxiliares e macrófagos, podendo levar à morte do
indivíduo.
(7) Ocorre a proliferação clonal de um linfócito T ativado.

9. Indique duas aplicações dos anticorpos monoclonais.


10. A produção industrial de antibióticos faz-se com recurso à fermentação em biorreatores.
Explique a necessidade da extração e purificação do antibiótico produzido.

FIM

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