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Questão de aula 6 – Imunidade e controlo de doenças

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As doenças denominadas autoimunes, como lúpus eritematoso sistémico (LES) (fig. 1), artrite
reumatoide e esclerose sistémica, são doenças inflamatórias crónicas de causa desconhecida. A
sua classificação como doenças autoimunes deriva principalmente do facto de apresentarem altos
níveis de autoanticorpos circulantes (anticorpos dirigidos para células e tecidos do próprio corpo),
embora estes também ocorram em algumas doenças infeciosas, em neoplasias e até mesmo em
alguns indivíduos saudáveis. Por motivos desconhecidos, o processo inflamatório encontra-se per-
petuado nessas doenças.
Ao longo de várias décadas, as pesquisas têm procurado alterações na imunidade adaptativa
nestas doenças. Ultimamente, no entanto, tem-se desviado um pouco a atenção para a imunidade
inata, que coordena, em última instância, a instalação e a remoção de qualquer processo inflama-
tório. Como exemplo, tem-se evidenciado que as células mononucleares do sangue periférico de
pacientes com LES apresentam aumento na expressão de genes relacionados com o interferão
tipo I (IFN-α e IFN-β), mediadores típicos da resposta inata.
Pacientes com LES em atividade apresentam intensa atividade de interferão tipo I e, após con-
trolo da doença, há normalização desse parâmetro. Estas observações demonstram que distúrbios
da imunidade inata podem ser fundamen-
tais na origem e evolução das doenças
autoimunes. Salienta-se, ainda, que os
diversos elementos participantes da imuni-
dade inata podem ser alvos interessantes
para terapia biológica nessas doenças. De
facto, têm sido direcionados grandes esfor-
ços, nos últimos anos, com o propósito de
desenhar anticorpos e proteínas capazes
de interagir com elementos da imunidade
inata e de modular as respostas inflamató-
rias indesejadas, procurando a regulação
de respostas inflamatórias exacerbadas em Figura 1. Danos na pele, de natureza inflamatória, causados por
diferentes doenças inflamatórias crónicas. LES.
Baseado em Cruvinel, W., Mesquita Júnior, D., Araújo, J., Catelan, T., Souza, A., Silva, N., & Andrade, L. (2010).
Sistema imunitário: Parte I. Fundamentos da imunidade inata com ênfase nos mecanismos moleculares e celulares da
resposta inflamatória. Revista Brasileira de Reumatologia, 50, 434-447. DOI: 10.1590/S0482-50042010000400008

1. Explique a relação existente entre a imunidade inata e o processo inflamatório.


2. A imunidade inata distingue-se da adaptativa, pois
(A) a segunda representa uma resposta rápida e generalizada para um grande número de
agentes.
(B) a primeira representa uma resposta rápida e generalizada para um grande número de
agentes.
(C) a primeira é dependente do contacto prévio com agentes patogénicos.
(D) a segunda depende de barreiras físicas e químicas e de processos como a fagocitose.

3. São elementos celulares da resposta inata


(A) os macrófagos.
(B) o sistema de complemento.
(C) o interferão.
(D) a lisozima.
4. Analise os excertos seguintes, relativos à resposta inflamatória, que expressam a opinião de
três indivíduos, e selecione aquele que está cientificamente correto.

Excerto A – A inflamação é uma resposta passiva ao dano localizado ou a uma infe-


ção. O processo envolve apenas células do sistema imunitário e mediadores molecula-
res. A função da inflamação é eliminar a causa inicial da lesão, eliminar as células e os
tecidos afetados, para começar a reparação dos tecidos e assim restaurar a função cir-
culatória.

Excerto B – A inflamação é uma resposta fisiológica ao dano localizado ou a uma


infeção. O processo envolve células do sistema imunitário, mediadores moleculares e
vasos sanguíneos. A função da inflamação é eliminar a causa inicial da lesão, eliminar
as células e os tecidos afetados, para começar a reparação dos tecidos e assim restau-
rar a função das células.

Excerto C – A inflamação é uma resposta ativa ao dano localizado ou a uma infeção.


O processo envolve células do sistema imunitário e vasos sanguíneos. A função da infla-
mação é destruir a causa inicial, eliminar as células e os tecidos afetados, para iniciar a
reparação dos tecidos e assim restaurar a função das células causadoras da lesão.

5. Os interferões
(A) incluem-se nos mecanismos de defesa específica, por atuarem especificamente contra
vírus.
(B) incluem-se nos mecanismos de defesa não específica, por atuarem contra vírus e bacté-
rias.
(C) não são específicos, pois induzem a produção de proteínas capazes de inibir a multiplicação
de diferentes vírus.
(D) correspondem a um conjunto de proteínas que destroem diretamente determinados vírus.

6. Na resposta inflamatória, inclui-se o seguinte sinal ou sintoma:


(A) vasodilatação, como consequência da diapedese.
(B) edema, como consequência da diapedese.
(C) dor, como consequência da vasodilatação.
(D) edema, como consequência da vasodilatação.
7. Ordene as afirmações de A a E, de modo a obter uma sequência correta relativa às etapas da
resposta inflamatória.
A. Libertação de histamina permite o aumento da permeabilidade dos vasos sanguíneos.
B. Aumento da pressão do fluido intersticial sobre as terminações nervosas.
C. Contacto com um prego levou à lesão tecidular do dedo.
D. Saída de plasma para o espaço intersticial, levando ao aumento do volume local.
E. Por divisão celular, o tecido lesado é regenerado.

8. Nos processos de imunidade ocorre o desenvolvimento de imunidade .


(A) natural passiva … pela introdução de anticorpos produzidos por outro organismo
(B) natural ativa … através da administração de vacinas
(C) artificial ativa … como consequência da invasão do organismo por um agente patogénico
(D) artificial passiva … pela administração de soros contendo anticorpos

9. A resposta imunitária secundária é


(A) aquela que ocorre aquando de um segundo contacto com um novo antigénio.
(B) aquela que ocorre aquando do segundo contacto com um mesmo antigénio.
(C) da responsabilidade direta dos plasmócitos produzidos aquando do primeiro contacto com
um antigénio.
(D) da responsabilidade direta dos plasmócitos produzidos aquando do segundo contacto com
um mesmo antigénio.

10. Não constituem mecanismos de atuação de anticorpos a


(A) neutralização direta de bactérias e vírus.
(B) precipitação de antigénios solúveis.
(C) estimulação da fagocitose.
(D) aglutinação de antigénios solúveis.

11. Explique de que modo o desenvolvimento de proteínas capazes de modular as respostas infla-
matórias inatas não afetará o desenvolvimento de uma imunização passiva.

12. Explique de que forma os anticorpos monoclonais contribuem para diminuir a intensidade das
doenças autoimunes.
Proposta de resolução

Questão de aula 6 – Imunidade e Controlo de Doenças


1. O aluno deverá contemplar na sua resposta:
– Relação entre a imunidade inata e a rápida resposta à agressão, independentemente do
estímulo prévio, sendo a primeira linha de defesa do organismo.
– Relação entre o processo inflamatório e a sua atuação quando os agentes patogénicos
ultrapassam as barreiras e secreções do organismo.
– Referência a que o processo inflamatório é um tipo de mecanismo de imunidade inata.

2. Opção (B).

3. Opção (A).

4. Excerto B.

5. Opção (C).

6. Opção (D).

7. C – A – D – B – E.

8. Opção (D).

9. Opção (B).

10. Opção (D).

11. O aluno deverá contemplar na sua resposta:


– Relação entre a imunização passiva e o desenvolvimento de uma resposta imunitária que
não é produzida pelo próprio indivíduo;
– Relação entre a curta duração da imunidade passiva e a atuação de um número limitado de
anticorpos;
– Referência à utilização de proteínas distintas na resposta inflamatória e a ausência de
interferência no processo de imunidade passiva.

12. O aluno deverá contemplar na sua resposta:


– Referência à associação dos anticorpos monoclonais a agentes inflamatórios;
– Relação entre a remoção dos agentes inflamatórios com a diminuição da severidade da
doença.

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