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Neste presente trabalho abordaremos sobre história da saúde e da doença é, desde os tempos
mais longínquos, uma história de construções de significações sobre a natureza, as funções e a
estrutura do corpo e ainda sobre as relações corpo-espírito e pessoa-ambiente. A história da
medicina mostra que essas significações têm sido diferentes ao longo dos tempos, constituindo,
pois, diferentes narrativas sobre os processos de saúde doença. Duas concepções têm marcado o
percurso da medicina (Myers e Benson, 1992). A concepção fisiológica, iniciada por Hipócrates,
explica as origens das doenças a partir de um desequilíbrio entre as forças da natureza que estão
dentro e fora da pessoa. Esta medicina, segundo Myers e Benson (1992), centra-se no paciente,
como um todo, e no seu ambiente, evitando ligar a doença a perturbações de órgãos corporais
particulares.
A concepção ontológica, por seu lado, defende que as doenças são "entidades"exteriores ao
organismo, que o invadem para se localizarem em várias das suas partes (ibidem). Estas
entidades não têm sempre o mesmo significado. Na medicina da Mesopotâmia e do Egito Antigo
eram conotadas com processos mágico-religiosos ou com castigos resultantes de pecados
cometidos pelos estado processos de doença, na elaboração de um diagnóstico exato, procurando
identificar os órgãos corporais que estão perturbados e que provocam os sintomas.
É uma concepção redutora que explica os processos de doença na base de órgãos específicos
perturbados (Myers e Benson,1992). Assume que a doença é uma coisa em si própria, sem
relação com a personalidade, a constituição física ou o modo de vida do paciente (Dubos,1980).
A história da medicina não se resume, contudo, a estas duas concepções. Ribeiro (1993) refere
que se podem considerar quatro grandes períodos para descrever a evolução dos conceitos de
saúde e de doença que se fez sentir ao longo do percurso histórico da humanidade: um primeiro,
período pré-cartesiano, até ao século XVII; um período científico ou de desenvolvimento do
modelo biomédico, que se começou a instalar com a implementação do pensamento científico e
com a revolução industrial; a primeira revolução da saúde com o desenvolvimento da saúde
pública, que começou a desenvolver-se no século XIX; finalmente, a segunda revolução da
saúde, iniciada na década de 70.
EPIDEMIOLOGIA
Ela é definida como a “ciência que estuda o processo saúde-doença em coletividades humanas,
analisando a distribuição e os fatores determinantes das enfermidades, danos à saúde e
eventos associados à saúde coletiva, propondo medidas específicas de prevenção, controle ou
erradicação de doenças, e fornecendo indicadores que sirvam de suporte ao planejamento,
administração e avaliação das ações de saúde” (ROUQUAYROL e GOLDBAUM, 2003).
ESTUDOS EPIDEMIOLÓGICOS
Estudos Observacionais.
Estudos experimentais.
Série de caso: é um tipo estudo muito comum na pesquisa médica, que acompanha pacientes
com uma exposição conhecida a um dado tratamento similar ou analisa os prontuários médicos
para avaliar a relação entre exposição e desfecho.
Exposição(causa) Doença(efeito)
Obesidade Diabetes
Fumo Câncer
Toxoplasmose Anomalia congênita
Vacina Proteção à doença
Medicamento Cura
Transversal: neste estudo “causa” e “efeito” são detectados simultaneamente. Ao contrário dos
métodos anteriores, é somente a análise dos dados que permite identificar os grupos de
interesse, os “expostos”, os não-expostos”, os “doentes” e os “sadios”, de modo a investigar a
associação entre exposição e doença.
Caso-controle: é uma maneira de realizar uma investigação médica para confirmar ou indicar o
que provavelmente causou uma condição (por exemplo, fumo de tabaco em segunda mão) e
um resultado (por exemplo, cancro).
Coorte: O estudo de coorte é um tipo de pesquisa observacional. De forma geral, serve para
comparar a experiência de um grupo exposto a um agente em relação à experiência de outro
grupo que não foi exposto ao agente. Ou seja: divide-se os participantes em dois grupos a partir
do status de exposição ao agente: grupo dos expostos ou grupo dos não expostos.
Estudos experimentais: são estudos em que manipula deliberadamente uma variável para
avaliar seu efeito sobre a doença, esses estudos os participantes são aleatoriamente designados
para receber um tratamento ou uma intervenção específica.
Ensaio clínico randonizado: segundo Marconi e Lakatos (2017) o delineamento do ensaio clínico
randomizado é composto por: a definição do objetivo; seleção de participantes; a medição de
variáveis; a definição dos procedimentos de tratamento (dosagem, frequência, duração do
tratamento, efeitos colaterais, tratamento auxiliar, distribuição da droga, comparação de
políticas de tratamento); e randomização (indivíduos selecionados divididos em dois grupos: um
recebe tratamento; outro recebe placebo).
Ensaio de campo: neste ensaio os sujeitos pesquisados ainda não possuem a doença, são
sujeitos saudaveis , mas estão sob o risco de desenvolve-lo.
Ensaio comunitário: é uma extensão do ensaio de campo, a diferença é que quem receberá os
tratamentos são as comunidades. Assim, é interessante que haja um número grande de
comunidades envolvidas para que o efeito da randomização seja alcançado.
. ANÁLISE DE DADOS EPIDEMIOLÓGICOS.
A análise de dados é uma parte crucial da epidemiologia em saúde. Isso envolve o uso de
técnicas estatísticas para analisar os dados coletados e identificar associações, tendências e
padrões de doenças. Essa análise de dados epidemiológicos ajuda a: Compreender a
distribuição das doenças Identificar grupos de risco Avaliar a eficácia de intervenções de saúde
pública.
Nas décadas seguintes, os desenvolvimentos na área da epidemiologia social demonstraram
que o risco individual de doença não pode ser considerado de forma isolada do risco de adoecer
na população ao qual pertence o indivíduo e que os comportamentos não se distribuem de
maneira aleatória nas sociedades, sendo que as escolhas dos indivíduos ocorrem em contextos
sociais (Evans & Stoddart, 1989; Berkman & Kawachi,2000). Entende-se que a biologia e o
comportamento individual influenciam a saúde através de sua interação e da interação entre
eles e o meio físico e social. Biologia refere- se a herança genética individual, história familiar
(que pode sugerir risco de doença) e problemas de saúde física ou metal adquiridos ao longo da
vida. Comportamentos são repostas ou reações individuais a estímulos internos ou
externos.Pode haver uma relação recíproca dos fatores comportamentais com a biologia.
A saúde dos indivíduos e da população é influenciada por fatores de diferentes ordens entre os
quais incluem-se: o lugar onde vivemos, as condições ambientais, os fatores genéticos, a renda
dos indivíduos e o nível educacional e a rede de relações sociais.
O meio físico pode ser pensado como tudo que a cessado através dos sentidos,bem como
outros elementos menos tangíveis tais como as radiações e o ozônio. O meio físico pode
prejudicar a saúde dos indivíduos e da comunidade, especialmente quando estes estão
expostos a substâncias tóxicas, irritantes, agentes infecciosos e riscos físicos nas residências,
escolas e locais de trabalho. Fatores ambientais; fatores socio econômicos, tais como educação,
emprego e renda; capacidade da comunidade, entendida como características da comunidade e
das famílias tais como densidade populacional, distribuição etária, serviços de suporte
comunitário, transporte; e fatores individuais suscetibilidade genética para doenças e outros
fatores tais como pressão alta, nível de colesterol, peso corporal.
7. VARIÁVEIS EPIDEMIOLÓGICAS
Em estudos epidemiológicos a população estudada apresenta diferenças denominadas de
variáveis, tais como sexo ou gênero, idade, peso, estatura. As variáveis podem ser categorizadas
em qualitativas e quantitativas.
7.1. Variáveis quantitativas:
São aquelas que podem ser medidas em termos de frequência e intensidade. Podem ser
classificadas como:
Contínuas: admite qualquer valornumérico em determinado intervalo de variação.
Exemplo: peso, pressão arterial, glicemia, idade.
Discretas ou descontínuas: podem assumir somente valores inteiros obtidos por contagem.
Exemplo: número de gestações, número de habitantes.
7.2. Variáveis qualitativas:
São aquelas compostas por categorias diferentes entre si. Podem ser classificadas
como:
Ordinais: possuem ordem ou hierarquia. Exemplo: Escore de Apgar, Escala de Glasgow,
classificação de hipertensão.
Nominais: as categorias não têm ordenação, são exaustivas (todos os indivíduos da população
devem ser classificados pela variável) e mutuamente exclusivas (um indivíduo não possua duas
categorias simultaneamente). O grupo pode ser dividido em duas categorias, são as variáveis
dicotômicas ou em várias categorias.
Exemplo: Sexo (masculino/feminino), doente (sim/não), situação conjugal, ocupação.
Além dessa classificação, as variáveis também são categorizadas em independentes ou
dependentes para evidenciar a relação entre elas, nesse caso, a variável dependente varia em
função da independente. Nos estudos epidemiológicos a variável independente, também
chamada de variável preditora, é aquela que produz a mudança no estado de saúde/doença, ou
seja, o fator de risco ou a exposição. Já a variável dependente ou variável resposta é o efeito,
doença/agravo.
8. CONCLUCAO
Depois de várias pesquisas, podemos concluir que,os estudos epidemiologicos de boa qualidade