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INTRODUÇÃO À EPIDEMIOLOGIA

O que é epidemiologia?
● Individual x população:
o Exemplos: alguns que fumam muito desenvolvem câncer, outros não;
alguns bebem e ficam agressivos e outros se acalmam – esses desfechos
não são previsíveis em nível individual;
o O padrão de doença de uma população não depende somente das
características individuais, mas da interação entre os indivíduos entre si e
com o ambiente em que vivem;
o População distinta de doenças surge da diferença na interação dos
indivíduos em um ambiente social – Exemplo: DSTs surgem apenas
quando ter mais de um parceiro é uma prática comum da sociedade (a
população tem um padrão de doença decorrente de suas características
sociais intrínsecas) – ou seja, tem países em que é comum ter 2 parceiros.

● Definição de epidemiologia:
o Estudo da distribuição e dos determinantes dos eventos ou padrões de
saúde em populações definidas, e a aplicação deste estudo para controlar
problemas de saúde;
o Ver o quanto aquela doença está distribuída na população – faço isso em
grupos de pessoas – observando fatores de risco para aquela doença
ocorrer;
o Uso essas informações para erradicar, prevenir e controlar doenças.

● Objetivos principais de epidemiologia:


o Descrever a distribuição e a magnitude dos problemas de saúde nas
populações humanas;
o Proporcionar dados essenciais para o planejamento, execução e avaliação
das ações de prevenção, controle e tratamento das doenças, bem como
estabelecer prioridades;
o Identificar fatores etiológicos na gênese das enfermidades;
o Exemplo: COVID, baseando-se nos dados recolhidos sobre a doença, se
planejou a prevenção e vacinação antes nos IDOSOS.

● Definição de epidemiologia:
o Ciência que estuda o processo saúde-doença em coletividades humanas,
analisando a distribuição e os fatores determinantes das enfermidades
danos à saúde e eventos associados à saúde coletiva, propondo medidas
específicas de prevenção, controle ou erradicação de doenças, e
fornecendo indicadores que sirvam de suporte ao planejamento,
administração e avaliação das ações em saúde;
o A medição válida da frequência da doença e dos fatores que podem
influenciar a doença, que são, portanto, explicações potenciais para os
padrões observados, é crucial para o objetivo epidemiológico
(epidemiologia descritiva, viés, risco, causalidade) – precisamos ter
medidas válidas bem coletadas;
o A medição, no entanto, é um meio para um fim – excelência em medição
não irá, por si só, produzir excelência em epidemiologia – a qualidade da
epidemiologia deve ser julgada por suas contribuições para seus
objetivos;
o O mesmo se aplica ao desenho de estudos epidemiológicos – um estudo
tecnicamente bem desenhado pode chegar a conclusões erradas, e um
tecnicamente ruim, às corretas.

● Epidemiologia como uma ciência:


o A epidemiologia está principalmente preocupada com doenças e perigos
para a saúde em populações e não em indivíduos;
o As populações humanas vivem em sociedades, onde o comportamento e
as atitudes são moldados pela interação entre as pessoas;
o A ciência da epidemiologia, portanto, combina elementos da biologia,
ciências sociais e ecologia: uma ciência biossocial ambiental com foco
nas doenças nas populações;
o Por sua natureza, a epidemiologia é multidisciplinar – o parceiro mais
próximo do epidemiologista é o estatístico, por razões que ficarão
aparentes;
o A ciência epidemiológica é aplicável a propósitos práticos – a
compreensão das causas das doenças, mais do que qualquer outra
informação, transforma a prática do atendimento clínico e da saúde
pública;
o Exemplo: as observações de que bebês colocados para dormir de barriga
para cima têm maior risco de morte súbita infantil do que aqueles não
colocados; ou que os fumantes têm um risco muito maior de uma
multiplicidade de doenças do que os não fumantes.

Exemplos clássicos de investigação epidemiológica – OBSERVARAM E


INTERVIRAM:
Escorbuto:
"Andamos tamto tempo em esta travessa que tres meses menos tres dias gastamos nella
( ... ) nos adoeceu toda a gente das gingivas que lhe creciam sobre os dentes em tall
maneira que nom podiam comer e isso mesmo lhe inchavam as pernas e grandes outros
inchaços pello corpo de guisa que lavravam um homem tamto ate que morria sem ter
outra nenhua doença" – OBSERVARAM ISSO.
"A dois dele foram dados um quarto de galão de cidra por dia ( ... ) Dois outros
tomaram duas colheres de vinagre três vezes por dia ( ... ) Dois dos piores ( ... )
receberam água do mar. Dois outros receberam cada um duas laranjas e um limão todos
os dias. Outros dois receberam um elixir de vitríolo. E à dupla restante foram dadas
sementes de noz moscada e uma mistura de alho, mostarda, bálsamo do Peru e mirra.” –
INTERVIRAM.
40 anos depois os marinheiros receberam limas e limões em suas viagens após repetição
do experimento – mas o papel da vitamina C na etiologia do escorbuto só foi apontado
no primeiro terço do século XX.

Febre puerperal:
Febre que acometia parturientes no periparto e acometia tanto a mãe quanto o
recém-nascido – gerava altas taxas de mortalidade materna e infantil;
OBSERVARAM que havia mais morte em uma clínica e em partos que haviam ocorrido
a mais de 24h – viram que nessa clínica só homens trabalhavam e haviam muitos
estudantes estrangeiros de medicina;
Geraram 2 hipóteses:
● Estudantes estrangeiros que estavam causando/levando alguma doença;
● A clínica que teve mais mortes ficava do lado da necropsia.
No fim viram que os homens saíam da sala de necropsia e não lavavam as mãos e iam
direto atender as mulheres na sala.
INTERVIRAM tornando obrigatória a lavagem das mãos.

Conclusões:
● A epidemiologia é uma ciência fundamental da saúde pública;
● A epidemiologia fez grandes contribuições para melhorar a saúde da população;
● A epidemiologia é essencial para o processo de identificação e mapeamento de
doenças emergentes;
● Muitas vezes há um atraso frustrante entre a obtenção de evidências
epidemiológicas e a aplicação dessas evidências à política de saúde.
AMOSTRAGEM
População:
● Universo;
● Conjunto de elementos que possui pelo menos uma característica em comum;
● Agregado de elementos definidos em termos de sua localização no tempo e no
espaço;
● Compreende indivíduos, famílias, grupos e comunidades;
● Epidemiologia procura o padrão de variação de doença ao longo do tempo, entre
subgrupos e entre lugares;
● Entender essa variação produz conhecimento sobre a causa e prevenção de
doenças.

População alvo – a qual se pretende fazer as inferências.


População em estudo – nossa amostra.
População N – número de elementos identificáveis que compõe a população (como
saber quanto preciso? CÁLCULO AMOSTRAL – vai depender da questão de pesquisa,
tipo de estudo).

Tipos de população:
● Alvo;
● Referenciada;
● Amostrada – a que calculamos;
o Não previstas – não foram computadas no nosso cálculo;
o Perdidas – ou não encontramos as pessoas, ou no nosso cálculo tem
muitas e não são todas que querem participar.
Fig: em CENSO vamos gerar PARÂMETROS e em AMOSTRAGEM vamos ter
ESTIMADORES que podem ou não ser próximos da realidade.

Por que usar amostras?


● Impossível examinar toda a população;
● Rápido e barato;
● Maior abrangência – mais variáveis podem ser examinadas.

Unidade amostral: menor parte distinta da população, identificável para fins de


enumeração e sorteio (pessoas ou agrupamentos) – n = número de elementos na
amostra. Exemplo: em exame de sangue não coletamos todo o sangue, e sim uma parte,
que vai representar o todo.

Não probabilística: não vou fazer um sorteio, não vou buscar as pessoas, mas vou
insistir em alguém que foi sorteado pois essa pessoa tem as características que eu
preciso.
● Conveniência;
● Por cotas (eleições);
● Voluntários;
● Consecutiva (filas).
Probabilística:

Exemplo: pessoas que fumam e que não fumam – dividimos em grupos e sorteia.
Pessoas que quero que entrem.

De uma pessoa que poderia entrar, porque ela sairia.


INDICADORES DE SAÚDE
DELINEAMENTO DE PESQUISA CLÍNICO-EPIDEMIOLÓGICA
As duas coloquei em arquivo separado na pasta, poq tirei print dos slides pois
tinha muito texto, e fiz observações abaixo dos slides.
ENSAIOS CLÍNICOS RANDOMIZADOS

● É um dos tipos de delineamento de pesquisa epidemiológica.


● Os ensaios clínicos constituiem-se numa poderosa ferramenta para a avaliação
de intervenções para a saúde. É o MELHOR delineamento para avaliar as
intervenções em saúde.
● ECR significa um experimento. Então é um experimento que avalia as
intervenções em saúde!
● É uma atividade de pesquisa científica em que pacientes humanos são avaliados
para determinar prospectivamente (daqui para frente) o efeito e valor dos
agentes preventivos, diagnósticos e terapêuticos, estratégias, regimes e
procedimentos.
● Não existe ECR retrospectivo!
● É um experimento PLANEJADO que envolve pacientes e é desenhado para
elucidar os tratamentos mais apropriados para os futuros pacientes.
● Um experimento científico que gera dados clínicos com o propósito de avaliar
uma ou mais terapias em uma população de pacientes.
● Está implícito que o investigador clínico tem controle do processo de tratamento
determinado ao paciente (É diferente de um estudo observacional que o
examinador olha nos prontuários. No ECR ele define quais tratamentos quer,
quantos grupos e sistematicamente essas intervenções tem que ser avaliadas).
● O primeiro EC foi publicado por BradFord Hill na década de 40, quando
alocou aleatoriamente pacientes com tuberculose pulmonar em dois grupos: os
que recebiam estreptomicina (tratamento) e os que não recebiam o medicamento
(controle). Desta forma, ele pode avaliar, de maneira não viesada, a eficácia
deste medicamento.
● Os ensaios clínicos são estudos onde um grupo de interesse em que se faz o uso
de uma terapia ou exposição é acompanhado comparando-se com um grupo
controle. O pesquisador planeja e intervém ativamente nos fatores que
influenciam a amostra, minimizando assim a influência dos fatores de
confundimento.

TERAPIA OU EXPOSIÇÃO x GRUPO CONTROLE

● EC bem conduzidos são o PADRÃO-OURO entre os estudos para guiarem a


nossa prática clínica diária.
● A elaboração de um ECR visa a um estudo que seja suficientemente grande para
um efeito clínico importante seja estatisticamente significativo, mas não tão
grande para que desfechos pouco importantes sejam significativos.

● O que siginifica isso? Além de ter um ensaio clínico, o ideal é que ele seja com
um “n” grande, ele precisa mostrar que tem eficácia (por exemplo, a vacina da
COVID).
● Mas, às vezes, os muito grandes não servem para comparações, por exemplo,
uma pesquisa com colesterol que o uso de um medicamento reduz em 10% em
comparação com outro, mas como o “N” é muito grande, não teria uma eficácia
tão significativa.

Randomizar é fazer uma alocação aleatória para as duas intervenções (A e B).


Idealmente, deve ter um cegamento quando isso é possível, mas nem sempre é possível
de acontecer.

O cegamento é quando o paciente não sabe em que grupo está, o profissional que faz a
avaliação também não sabe. Mas hoje em dia, não é tão fundamental, pois não tem
como mascarar.
Obs: faltou o risco em cima de uma das palavras sangramento, indicando que queria
avaliar a presença de sangramento digestivo e o quanto que não houve sangramento.

● Quando usamos ou não placebo em um ECR?

Do ponto de vista metodológico, usar o placebo é melhor, pois não terá


influencia nenhuma sobre o desfecho (intervenção) que está sendo estudada).

Atualmente, não é aceito usar sempre o placebo, por exemplo, um estudo que
avalia a dor. Os paciente não irão aceitar ficar dias com dor para avaliar um
medicamento em comparação com outro que não tem efeito ativo (placebo).

O placebo só é autorizado por um comitê de ética se não sabemos nada sobre o


medicamento que será estudado e se o placebo der mais segurança.

● Características de um ECR:

1. Instrumento mais poderoso de pesquisa;

2.Pessoas são alocadas ao acaso para receber uma de várias intervenções clínicas;

3. Estudo comparativo e experimental;

4. Habitualmente, uma das intervenções é considerada como um padrão de comparação


(controle ou placebo);
5. Objetivo: mede e compara diferentes desfechos DEPOIS da intervenção.

No cruzado, a vantagem é que a variabilidade entre as pessoas diminui muito, porque a


pessoa é o controle de si mesmo.

O Split mouth divide-se a boca em lado superior/inferior, por hemiarcada, etc.


Sorteia-se qual irá começar e faz-se as intervenções, também tendo controle sobre si
mesmo.

● O que precisamos levar em consideração ao escrever um projeto de pesquisa?

A ausência de pesquisas prévias NÃO é justificativa para realizar um ECR;

Um ECR pressupões que o pesquisador (ao escrever o projeto, na introdução):


conheça os mecanismos biológicos da doença, conheça as causas da doença,
tenha uma hipótese provavelmente capaz de curar o paciente ou melhorar a sua
condição;

O princípio da provável, mas incerta, cura justifica um ECR.

● A alocação aleatória, o único estudo que tem é o ECR. O conceito é:


● Qual o valor de realizar uma randomização?

Reduzir o risco de desequilíbrio de fatores desconhecidos que poderiam influenciar o


curso clínico dos participantes (quando realizamos uma randomização, podemos
realizá-la de forma totalmente aleatória, ou seja, sorteio OU já podemos ter alguns
fatores que queremos controlar logo no início, queremos que os grupos estejam
equilibrados em relação a idade e o sexo).

Além disso, a randomização deveria levar em consideração fatores desconhecidos.


Obs: esse slide ela só passou porque disse que já tinha falado sobre isso no cegamento.

● Os ECR também podem ser dividisos em intervenções individuais e em grupo:

(Ela falou bem por cima, acredito que seja só a nível de curiosidade)

● Como são as etapas do desenvolvimento de um novo fármaco:

Ela disse que seria mais por curiosidade!


ESTUDOS DE COORTE

● O que são estudos de coorte? Qual a primeira diferença dos ECR?

São estudos OBSERVACIONAIS (não terá nada de intervenção) onde os indivíduos


são classificados (ou selecionados) segundo o status de EXPOSIÇÃO, sendo seguidos
para a avaliação da INCIDÊNCIA de doença.

Vamos acompanhar, sem intervir!

● É um grupo de pessoas que tem algo em comum quando são reunidas pela
primeira vez e que são, então, acompanhadas por um período de tempo para que
se verifique o DESENVOLVIMENTO DO DESFECHO (doença/intervenção
estudada).

Então temos formas de coletas de dados:

No estudo longitudinal, temos mais de uma aferição das mesmas pessoas.

O que é importante lembrar que no estudo longitudinal, precisa ser no mínimo 2


medidas na mesma pessoa. O tempo varia conforme oque estamos estudando, por
exemplo, a gripe (medir em 10 anos não faria tanto sentido) e o câncer (a medida em 10
anos, teria um retorno mais significativo).
Os participantes de um estudo de coorte podem ser sadios a princípio, depois
acompanhados quanto ao surgimento de uma doença. Por exemplo, do estado de ser
livre de câncer até o início (ou não) de câncer de orofaringe. Ou todos podem ter uma
doença recentemente diagnosticada (como o câncer de orofaringe), depois serem
acompanhados quanto ao desenvolvimento dos desfechos daquela doença, como
recidiva ou morte.

● Quais são os principais objetivos?


1. Descrever a INCIDÊNCIA dos eventos em um período de tempo (descritivo);
2. Analisar associações entre fatores de risco e os desfechos de interesse
(analítico).

● A incidência são casos novos da doença;


● Na epidemiologia, associa-se os estudos longitudinais como um FILME, pois
vamos poder acompanhar e ter esses casos novos. É algo dinâmino e não
estático.
● Os casos novos também podem ser mensurados que é o cálculo da incidência
cumulativa:

A incidência refere-se a descrição da taxa de novos eventos de um grupo de pessoas de


tamanho fixo, com todos os membros sendo observados durante um período de tempo.
Isso é denominado de incidência cumulativa, porque os novos casos se acumulam com
o passar do tempo.

Exemplo:
● Quando esse tipo de estudo é importante:
1. Avaliar a etiologia da doença (investigar se há associação entre o câncer
de pulmão e o fumo);
2. Avaliar a história natural das doenças (analisar a evolução de pacientes
com HIV positivos);
3. Investigar o impacto de fatores prognósticos (analisar o impacto dos
marcadores tumorais na evolução do câncer);
4. Analisar intervenções diagnósticas
5. Analisar intervenções terapêuticas.

● É importante porque vai poder nos falar se A causa B.

● As coortes podem ser classificadas quanto ao grupo estudado (depende do que


vamos querer estudar): SELECIONAR A POPULAÇÃO DE ACORDO COM O
NOSSO INTERESSE.

Coortes de População Geral;


Coorte de Grupos Populacionais Restritos;

Coorte de Exposição Especial (seleção de um grupo de pessoas submetidas a


níveis elevados de uma exposição não usual, por exemplo, acidentes nucleares).

● Também podem ser classificados em:

SEMPRE A EXPOSIÇÃO VAI PRECEDER O DESFECHO

Históricos (retrospectivos): APÓS a ocorrência do desfecho - Não concorrentes;

PASSADO - PRESENTE

As vantagens são:

- Fator precede o desfecho;


- Desfecho não viesado pelo conhecimento do desfecho;
- Custo menor (indivíduos pré-definidos por medidas basais e seguimentos
já realizados).

As desvantagens são:

- Investigador não tem controle sobre a natureza e qualidade das aferições


feitas.

Contemporâneos (prospectivos): ANTES da ocorrência do desfecho -


Concorrentes.

PRESENTE - FUTURO
As vantagens são:

- Mede incidência;
- Investigação da causa;
- Permite uma medida acurada das variáveis de interesse;
- Pode construir informações baseadas na informação do próprio paciente.

As desvantagens são:

- Alto custo;
- Ineficiente para doenças raras;
- Doenças com fase pré-clínica longa

● Os estudos de coorte são importantes, porque?

● Outra caracterização importante é sobre a população:


● Limitações dos estudos de coortes:
- Geralmente caros e difíceis de operacionalizar (estudos etiológicos);
- Ineficiente para doenças raras e com longo período de indução;
- A perda de participantes ao longo do seguimento pode comprometer a validade
dos resultados.
ESTUDOS TRANSVERSAIS

● Relação exposição-doença é examinada em uma dada população em um dado


momento. É o tipo de estudo mais comum realizado, publicado em revistas pela
facilidade da coleta de dados;
● Fornece um retrato desta relação exposição-doença naquele momento que foi
coletado;
● Não há acompanhamento (não há a perda de pessoas por acompanhamento);
● Não há um antes e depois (relação temporal não tem);
● Coletamos TODOS os dados em um único momento;

● Desvantagens: não há relação causa-efeito, a exposição atual pode não


representar a exposição passada (por exemplo, uma pessoa hipertensa que no
momento da coleta diz que não pode comer muito sal por ser hipertensa, mas
isso não quer dizer que no mês passado ela não comia muito sal);
● Em inglês, o estudo transversal é chamado de cross-sectional;
● Mede a PREVALÊNCIA da doença ou dos fatores relacionados a ela, busca
uma associação entre a doença e os fatores relacionados, gera/testa uma
hipótese, podemos ter vários estudos transversais que podem ser repetições
de outros estudos transversais;
● Um estudo transversal ideal é geograficamente definido, com uma amostra
representativa da população estudada;
● O termo surveys é usado para termos descritivos;
Esquema mostrando que nem sempre coletamos os dados de todas as pessoas no mesmo
tempo, um estudo transversal pode durar anos até ter o número de pessoas suficiente
para a amostra. O importante é que a coleta de cada pessoa é feita uma única vez.

● O censo populacional é um estudo transversal (extremamente grande com


poucas variáveis);
● Sempre o baseline de uma coorte é um estudo transversal. O que é baseline? é o
primeiro estudo/primeira medida (por exemplo, o primeiro exame de todos os
pacientes de um estudo de coorte);

Se não tem relação causal e temporal, não podemos falar em risco em um estudo
transversal.
● No estudo transversal, dizemos que existe um viés de prevalência, pois ele só
informa casos existentes na população.
● Mostrou as fases do estudo, mas só a nível de curiosidade.

ESTUDO DE CASO-CONTROLE

● Possui um grupo de comparação;


● Algumas pessoas chamam o grupo de comparação de “grupo controle”, mas não
quer dizer que se um estudo tem a palavra controle, ele é um caso controle. Não
podemos pensar que será um caso controle porque terá um grupo de
comparação;
● No estudo de caso-controle, iremos selecionar os grupos de casos e de controles
em relação aos desfechos que os pesquisadores querem estudar, por isso que é
tão importante saber o fator de exposição e o desfecho para diferenciarmos de
outros estudos (transversal, coorte);
● Por exemplo: tomar chá e café como fator de estudo e manchamento de dentes
como desfecho. Se formos fazer um estudo de caso-controle, o MEU CASO é
quem tem o manchamento nos dentes e o MEU CONTROLE é quem não tem
o manchamento.

Depois que selecionamos os grupos de CASO e CONTROLE é que iremos


selecionar/verificar as variáveis de exposição (variáveis podem ser, perguntar
se o participante toma café/chá/vinho);

Uma das limitações dos estudos de coorte é quando o desfecho é raro. O estudo de
caso-controle surgiu para dar seguimeto aos desfechos raros, pois a pessoa já tem a
doença (por exemplo, vai até o hospital e verifica quem tem câncer de boca e quem não
tem).

● O estudo de caso-controle surgiu na literatura por causa dos desfechos raros;


● A doença é conhecida/ As variáveis de exposição não são conhecidas;

A partir disso, iremos olhar para traz (entrevistando os participantes) para ver se
tem os fatores de exposição.
● Controles únicos ou múltiplos quando forem muito raros, a gente pode aumentar
o “N”;

● Nos estudos de caso-controle, podemos ter vários viéses. Um deles é o viés de


memória (quem tende a ter o desfecho, tende a se lembrar mais). Outro viés é do
entrevistador, querer mudar a forma como as perguntas são feitas para quem tem
o desfecho.

- São estudos muito mais rápidos e baratos quando comparado a estudos de


coortes prospectivos;
- Não medimos prevalência e incidência porque já selecionamos os casos
pelo desfecho;

VARIABILIDADE E VIÉS

Para que a gente entenda os viéses, é preciso levar em consideração algumas coisas dos
materiais e métodos, sempre nos questionarmos e identificando POTENCIAIS VIÉSES.

Sempre no contexto particular e empírico da pesquisa, queremos um contexto geral ou


abstrato de investigação. Ou seja, a capacidade de inferir os resultados, generalizando
para que isso possa ser aplicado a uma população. E para isso, precisamos ficar atentos
a potenciais erros que possam acontecer.
Queremos que tenha uma validade interna, ou seja, queremos que a amostra consiga
identificar os doentes verdadeiramente doentes e os não doentes verdadeiramente não
doentes, podendo ser aplicado e generalizado para outras populações.

Pode ser nos diferentes momentos da pesquisa.

Como sinônimo ao viés, temos o erro sistemático.


Tipos de vieses:
Oque podemos fazer para controlar vieses:

No delineamento: Randomização, restrição, emparelhamento.

Na análise: Estratificação, ajustamento simples (padronização), ajustamento


múltiplo.
MEDIDA DE ASSOCIAÇÃO
Todos os delineamentos de pesquisas que foram vistos até aqui (5 ao total) são
delineamentos comparáveis. Comparados para que nós tenhamos ao menos uma
variável de exposição e variável de desfecho tendo como presença ou ausência como
categorias.

Isso é justamente para calcular essas medidas de associação, por exemplo, com a
medida de risco (incidência) para um grupo e outra medida de risco para o outro grupo.
Calcula-se então a razão entre essas duas incidências.

Razão entre riscos (incidências) calculamos em estudos de coortes e ensaios clínicos;

Razão entre prevalências calculamos em estudos transversais

Razão entre odds (chance) que calculamos em estudos de caso-controle.

Para entender os próximos passos, é preciso entender a tabela 2x2 (contingência);

É importante sabermos qual a variável de exposição e qual a variável de desfecho.

A primeira linha da tabela são todos aqueles que tem o fator/exposição (F) e a segunda
são todos aqueles que não tem a exposição.
Por exemplo, todos os pacientes que fumarem vão estar na primeira linha, podendo ser
as letras a e b. E todos aqueles que não fumam, vão ser as letras c e d.

Na primeira coluna são todos os que tem o desfecho (a e c) e na segunda coluna são
todos sem o desfecho (b e d).

Por exemplo, as letras a e c são os que tem câncer de boca e as letras b e d são os que
não tem câncer de boca.

E a soma de todas as letras (a, b, c, d) são todos os pacientes que foram avaliados
naquele estudo.

Iexp = incidência do evento entre aqueles que tem a exposição;

Por exemplo, a razão entre a incidência de câncer de boca naqueles que fumam e a
incidência do câncer de boca naqueles que não fumam.
Podemos ter como resultado:

RR = 1 (significa ausência de associação, pois a incidência entre os expostos é a mesma


que a dos não expostos);

RR > 1 (significa que os expostos estão em maior risco do que os não expostos. O risco
de quem fuma desenvolver câncer de boca é maior do que quando comparado aos que
não fumam);

RR < 1 (significa que quem não tem a variável de exposição tem maior risco do que
quem tem). Falamos que quem está no numerador é o fator de proteção.

RR = 2 (dizemos que os expostos tem o dobro do risco de desenvolver o desfecho).

Se o RR ficar entre 1 e 2, por exemplo, 1,86. Os expostos tem 86% a mais de risco de
desenvolver câncer de boca quando comparado aos não fumantes.
O cálculo é o mesmo do que o RR, mas a interpretação é diferente. No lugar do Iexp,
coloca-se P de prevalência (olhar de novo a fórmula).

OD é a chance de exposição entre os doentes sobre a chance de exposição de quem não


está doente. Dos que estão doentes, quais foram expostos? E quem não está doente,
quantos foram expostos?
Esse valor que estamos calculando é a medida resumida. Sempre teremos um intervalo
de confiança que vai mostrar o quanto menor e o quanto maior esse valor pode ir.
Exemplos dados em aula:

O RR dessa população pode ser tão pequeno que vai de 1,36 até tão grande quanto 3,11.
Significa que o 2 tem que estar no meio desse intervalo. Então esse RR precisar ser
entre esses valores para 95% da população que está sendo estudada.

Se esse intervalo não passar pelo 1, ele é estatisticamente significativo e o valor de


P<0,05.

No exemplo 2, não é estatisticamente significativo porque em algum momento desse


intervalo, chegou no 1 e 1 é anulidade (ausência de associação).

Sempre se olha a medida de associação junto com o intervalo de confiança!


As medidas de impacto disse que é só a nível de curiosidade e que não teremos
exercícios sobre.

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