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O que é epidemiologia?
● Individual x população:
o Exemplos: alguns que fumam muito desenvolvem câncer, outros não;
alguns bebem e ficam agressivos e outros se acalmam – esses desfechos
não são previsíveis em nível individual;
o O padrão de doença de uma população não depende somente das
características individuais, mas da interação entre os indivíduos entre si e
com o ambiente em que vivem;
o População distinta de doenças surge da diferença na interação dos
indivíduos em um ambiente social – Exemplo: DSTs surgem apenas
quando ter mais de um parceiro é uma prática comum da sociedade (a
população tem um padrão de doença decorrente de suas características
sociais intrínsecas) – ou seja, tem países em que é comum ter 2 parceiros.
● Definição de epidemiologia:
o Estudo da distribuição e dos determinantes dos eventos ou padrões de
saúde em populações definidas, e a aplicação deste estudo para controlar
problemas de saúde;
o Ver o quanto aquela doença está distribuída na população – faço isso em
grupos de pessoas – observando fatores de risco para aquela doença
ocorrer;
o Uso essas informações para erradicar, prevenir e controlar doenças.
● Definição de epidemiologia:
o Ciência que estuda o processo saúde-doença em coletividades humanas,
analisando a distribuição e os fatores determinantes das enfermidades
danos à saúde e eventos associados à saúde coletiva, propondo medidas
específicas de prevenção, controle ou erradicação de doenças, e
fornecendo indicadores que sirvam de suporte ao planejamento,
administração e avaliação das ações em saúde;
o A medição válida da frequência da doença e dos fatores que podem
influenciar a doença, que são, portanto, explicações potenciais para os
padrões observados, é crucial para o objetivo epidemiológico
(epidemiologia descritiva, viés, risco, causalidade) – precisamos ter
medidas válidas bem coletadas;
o A medição, no entanto, é um meio para um fim – excelência em medição
não irá, por si só, produzir excelência em epidemiologia – a qualidade da
epidemiologia deve ser julgada por suas contribuições para seus
objetivos;
o O mesmo se aplica ao desenho de estudos epidemiológicos – um estudo
tecnicamente bem desenhado pode chegar a conclusões erradas, e um
tecnicamente ruim, às corretas.
Febre puerperal:
Febre que acometia parturientes no periparto e acometia tanto a mãe quanto o
recém-nascido – gerava altas taxas de mortalidade materna e infantil;
OBSERVARAM que havia mais morte em uma clínica e em partos que haviam ocorrido
a mais de 24h – viram que nessa clínica só homens trabalhavam e haviam muitos
estudantes estrangeiros de medicina;
Geraram 2 hipóteses:
● Estudantes estrangeiros que estavam causando/levando alguma doença;
● A clínica que teve mais mortes ficava do lado da necropsia.
No fim viram que os homens saíam da sala de necropsia e não lavavam as mãos e iam
direto atender as mulheres na sala.
INTERVIRAM tornando obrigatória a lavagem das mãos.
Conclusões:
● A epidemiologia é uma ciência fundamental da saúde pública;
● A epidemiologia fez grandes contribuições para melhorar a saúde da população;
● A epidemiologia é essencial para o processo de identificação e mapeamento de
doenças emergentes;
● Muitas vezes há um atraso frustrante entre a obtenção de evidências
epidemiológicas e a aplicação dessas evidências à política de saúde.
AMOSTRAGEM
População:
● Universo;
● Conjunto de elementos que possui pelo menos uma característica em comum;
● Agregado de elementos definidos em termos de sua localização no tempo e no
espaço;
● Compreende indivíduos, famílias, grupos e comunidades;
● Epidemiologia procura o padrão de variação de doença ao longo do tempo, entre
subgrupos e entre lugares;
● Entender essa variação produz conhecimento sobre a causa e prevenção de
doenças.
Tipos de população:
● Alvo;
● Referenciada;
● Amostrada – a que calculamos;
o Não previstas – não foram computadas no nosso cálculo;
o Perdidas – ou não encontramos as pessoas, ou no nosso cálculo tem
muitas e não são todas que querem participar.
Fig: em CENSO vamos gerar PARÂMETROS e em AMOSTRAGEM vamos ter
ESTIMADORES que podem ou não ser próximos da realidade.
Não probabilística: não vou fazer um sorteio, não vou buscar as pessoas, mas vou
insistir em alguém que foi sorteado pois essa pessoa tem as características que eu
preciso.
● Conveniência;
● Por cotas (eleições);
● Voluntários;
● Consecutiva (filas).
Probabilística:
Exemplo: pessoas que fumam e que não fumam – dividimos em grupos e sorteia.
Pessoas que quero que entrem.
● O que siginifica isso? Além de ter um ensaio clínico, o ideal é que ele seja com
um “n” grande, ele precisa mostrar que tem eficácia (por exemplo, a vacina da
COVID).
● Mas, às vezes, os muito grandes não servem para comparações, por exemplo,
uma pesquisa com colesterol que o uso de um medicamento reduz em 10% em
comparação com outro, mas como o “N” é muito grande, não teria uma eficácia
tão significativa.
O cegamento é quando o paciente não sabe em que grupo está, o profissional que faz a
avaliação também não sabe. Mas hoje em dia, não é tão fundamental, pois não tem
como mascarar.
Obs: faltou o risco em cima de uma das palavras sangramento, indicando que queria
avaliar a presença de sangramento digestivo e o quanto que não houve sangramento.
Atualmente, não é aceito usar sempre o placebo, por exemplo, um estudo que
avalia a dor. Os paciente não irão aceitar ficar dias com dor para avaliar um
medicamento em comparação com outro que não tem efeito ativo (placebo).
● Características de um ECR:
2.Pessoas são alocadas ao acaso para receber uma de várias intervenções clínicas;
(Ela falou bem por cima, acredito que seja só a nível de curiosidade)
● É um grupo de pessoas que tem algo em comum quando são reunidas pela
primeira vez e que são, então, acompanhadas por um período de tempo para que
se verifique o DESENVOLVIMENTO DO DESFECHO (doença/intervenção
estudada).
Exemplo:
● Quando esse tipo de estudo é importante:
1. Avaliar a etiologia da doença (investigar se há associação entre o câncer
de pulmão e o fumo);
2. Avaliar a história natural das doenças (analisar a evolução de pacientes
com HIV positivos);
3. Investigar o impacto de fatores prognósticos (analisar o impacto dos
marcadores tumorais na evolução do câncer);
4. Analisar intervenções diagnósticas
5. Analisar intervenções terapêuticas.
PASSADO - PRESENTE
As vantagens são:
As desvantagens são:
PRESENTE - FUTURO
As vantagens são:
- Mede incidência;
- Investigação da causa;
- Permite uma medida acurada das variáveis de interesse;
- Pode construir informações baseadas na informação do próprio paciente.
As desvantagens são:
- Alto custo;
- Ineficiente para doenças raras;
- Doenças com fase pré-clínica longa
Se não tem relação causal e temporal, não podemos falar em risco em um estudo
transversal.
● No estudo transversal, dizemos que existe um viés de prevalência, pois ele só
informa casos existentes na população.
● Mostrou as fases do estudo, mas só a nível de curiosidade.
ESTUDO DE CASO-CONTROLE
Uma das limitações dos estudos de coorte é quando o desfecho é raro. O estudo de
caso-controle surgiu para dar seguimeto aos desfechos raros, pois a pessoa já tem a
doença (por exemplo, vai até o hospital e verifica quem tem câncer de boca e quem não
tem).
A partir disso, iremos olhar para traz (entrevistando os participantes) para ver se
tem os fatores de exposição.
● Controles únicos ou múltiplos quando forem muito raros, a gente pode aumentar
o “N”;
VARIABILIDADE E VIÉS
Para que a gente entenda os viéses, é preciso levar em consideração algumas coisas dos
materiais e métodos, sempre nos questionarmos e identificando POTENCIAIS VIÉSES.
Isso é justamente para calcular essas medidas de associação, por exemplo, com a
medida de risco (incidência) para um grupo e outra medida de risco para o outro grupo.
Calcula-se então a razão entre essas duas incidências.
A primeira linha da tabela são todos aqueles que tem o fator/exposição (F) e a segunda
são todos aqueles que não tem a exposição.
Por exemplo, todos os pacientes que fumarem vão estar na primeira linha, podendo ser
as letras a e b. E todos aqueles que não fumam, vão ser as letras c e d.
Na primeira coluna são todos os que tem o desfecho (a e c) e na segunda coluna são
todos sem o desfecho (b e d).
Por exemplo, as letras a e c são os que tem câncer de boca e as letras b e d são os que
não tem câncer de boca.
E a soma de todas as letras (a, b, c, d) são todos os pacientes que foram avaliados
naquele estudo.
Por exemplo, a razão entre a incidência de câncer de boca naqueles que fumam e a
incidência do câncer de boca naqueles que não fumam.
Podemos ter como resultado:
RR > 1 (significa que os expostos estão em maior risco do que os não expostos. O risco
de quem fuma desenvolver câncer de boca é maior do que quando comparado aos que
não fumam);
RR < 1 (significa que quem não tem a variável de exposição tem maior risco do que
quem tem). Falamos que quem está no numerador é o fator de proteção.
Se o RR ficar entre 1 e 2, por exemplo, 1,86. Os expostos tem 86% a mais de risco de
desenvolver câncer de boca quando comparado aos não fumantes.
O cálculo é o mesmo do que o RR, mas a interpretação é diferente. No lugar do Iexp,
coloca-se P de prevalência (olhar de novo a fórmula).
O RR dessa população pode ser tão pequeno que vai de 1,36 até tão grande quanto 3,11.
Significa que o 2 tem que estar no meio desse intervalo. Então esse RR precisar ser
entre esses valores para 95% da população que está sendo estudada.