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PSICOPEDAGÓGICA
INSTITUCIONAL
AULA 2
A intervenção da psicopedagogia
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TEMA 1 – CONCEITUALIZAÇÃO DE AVALIAÇÃO PSICOPEDAGÓGICA
INSTITUCIONAL
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c) assumir as responsabilidades para as quais esteja preparado e nos
parâmetros da competência psicopedagógica;
d) colaborar com o progresso da Psicopedagogia;
e) responsabilizar-se pelas intervenções feitas, fornecer definição
clara do seu parecer ao cliente e/ou aos seus responsáveis por
meio de documento pertinente;
f) preservar a identidade do cliente nos relatos e discussões feitos a
título de exemplos e estudos de casos;
g) manter o respeito e a dignidade na relação profissional para a
harmonia da classe e a manutenção do conceito público.
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Assim, precisamos identificar os sintomas. As dificuldades de
aprendizagem se tornaram a patologia na psicopedagogia, como os sintomas
histéricos levaram Freud à descoberta do inconsciente. Dessa forma,
precisamos compreender o sintoma da aprendizagem, o que requer uma
avaliação sistemática, seguindo critérios estabelecidos e instrumentos
fundamentados.
Bossa (2000) aponta que a prática da Psicopedagogia está em identificar
a aprendizagem humana e suas dificuldades, criando um saber específico e um
fazer próprio tanto na prevenção como no tratamento de tais problemas.
As dificuldades de aprendizagem podem se manifestar de várias
maneiras, como o baixo nível de aprendizagem, seja ele no aspecto da
linguagem ou do raciocínio numérico, dificuldades de mudanças em seu
desenvolvimento, pouca produtividade, desorganização, baixa autoestima,
desmotivação. Como são vários fatores que influenciam o processo de
aprendizagem, a psicopedagogia tem que avaliar todos os aspectos afetivos,
sociais, biológicos e cognitivos necessários para montar a matriz diagnóstica.
A matriz diagnóstica deve ser organizada da seguinte forma:
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Segundo Fernandes (1994, p. 109-110), o indivíduo, quando se queixa de
algo, está envolvido no problema, o que lhe faz ter dificuldade de enfrentá-lo e
de ter atitudes de mudanças. Assim, é importante observar a comunicação
latente, que pode ser observada por meio simbólico, e a comunicação manifesta,
que ocorre explicitamente na ordem afetiva, cognitiva e física, que vão se tornar
referência para explicitar a queixa.
Após registrar todas as respostas que foram dadas e a entrevista, faz-se
necessária a integração dos registros da temática e da dinâmica para se obter
um quadro geral a respeito da queixa formulada e para que se possa dar início
à organização das hipóteses obtidas por meio dessa primeira entrevista.
Como me comportar nesse primeiro momento?
Esse primeiro momento deve ser um espaço dado para se estabelecer
relações interpessoais de apresentação de explicações de seu papel juntamente
com a equipe técnico-pedagógica. Deve-se observar sem parecer intruso ou
indiscreto. É o momento de simpatia, acolhimento, conquista do seu espaço
como psicopedagogo. Não fique anotando tudo nesse momento, em frente às
pessoas; faça algumas anotações posteriormente, para evitar constrangimentos.
Chegue nos horários estabelecidos, não dê sugestões, não critique, não
emita pareceres, você ainda não avaliou nada, só está colhendo informações.
Mantenha um contato formal com todos os envolvidos, sem muitas
aproximações afetivas que podem ser mal interpretadas. Peça para conhecer o
espaço físico, os diversos departamentos, demonstrando interesse pela
instituição.
É importante ter um roteiro claro e objetivo com os aspectos mais
importantes a serem esclarecidos.
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Segundo Barbosa (2000, p. 150), nesse momento é importante isolar a
realidade do contexto e integrá-lo a ele novamente de forma controlada. O
enquadramento, no entanto, não é algo estático: conforme necessidades e
imprevistos, alguns termos podem ser ajustados de comum acordo. O
enquadramento serve para que o psicopedagogo tenha um controle sobre as
variáveis que podem ocorrer ao longo do percurso, além da formalização, que
possibilita certo distanciamento do fenômeno que está sendo investigando.
O distanciamento é essencial para que o psicopedagogo não se envolva
com o fenômeno a ser investigado. Isso possibilita observar sem colocar
inferências pessoais, mantendo claro seu papel dentro da instituição. Esse
distanciamento possibilita analisar o sintoma pela aproximação sucessiva do
objeto de estudos de maneira menos contaminada (Carlberg, 2012). Um contrato
formal deve ter alguns registros importantes para a segurança tanto do
contratante como do contratado, e garante o cumprimento do Código de Ética
em todas as suas peculiaridades. A figura, a seguir, mostra um modelo de
enquadramento.
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Figura 1 – Modelo de contrato de enquadramento psicopedagógico
CONTRATANTE:
Sr(a)__________________________________________________________
portador(a) do RG n._________________, CPF n.______________________
Residente na ___________________________________________________
bairro_______________, cidade_______________, fone:________________.
CONTRATADA:
Sr(a)___________________________________________________________
portador(a) do RG n.____________________, CPF n.____________________
Residente na ____________________________________________________
bairro__________________, cidade_____________, fone:________________
O presente contrato tem duração até o final dos atendimentos e poderá ser rescindido
nas seguintes hipóteses:
a) pelo contratado;
b) pelo contratante;
c) por inadimplência.
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Em todos os casos de rescisão citados, o Contratante fica obrigado pagar o valor da
parcela do mês em que ocorrer a rescisão.
Local:____________________________
Data:_____________________________
Assinatura do
Contratante:_________________________________________________
Assinatura do
Contratado:__________________________________________________
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• Hipóteses de ordem funcional.
• Hipóteses de ordem estrutural.
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levantar a hipótese de que o tipo de relação de autoridade, naquela instituição,
é marcado por um vínculo de dependência, por exemplo, e de que aquelas
crianças só conseguem executar tarefas se tiverem com todos os passos em
mãos; do contrário, não é possível produzir. Isso foi confirmado após a realização
do diagnóstico propriamente dito.
Assim como essa hipótese, é imprescindível que, por meio das
observações da percepção dos sujeitos em análise, se averigue o que está
realmente ocorrendo. Isso facilita o estabelecimento do primeiro sistema de
hipóteses. Por meio dele, se pode definir os instrumentos de investigação.
Essa forma de iniciar o processo diagnóstico, segundo Carlberg (2012),
possibilita ao psicopedagogo se aproximar do seu objeto de estudo de forma
mais isenta. Para isso, a autora desenvolveu um instrumento para observação e
análise do sintoma, que chamou de entrevista operativa centrada na modalidade
de ensino-aprendizagem (EOCMEA). Essa maneira de iniciar o processo
diagnóstico torna possível uma aproximação mais efetiva entre o profissional e
o seu objeto de estudo.
Ao se referir ao EOCMEA, Carlberg (2012), destaca que o mais indicado
para a utilização desse instrumento, seria a composição de uma equipe por três
profissionais, desempenhando as seguintes funções: um coordenador e dois
observadores, porém, sem uma hierarquia entre eles. Desse modo, o
coordenador apresenta a tarefa e, quando preciso, intervêm para que os
objetivos sejam alcançados; um observador registra tudo o que for verbalizado
pelo grupo; o outro observador registra todas as ações do grupo. Esse registro
precisa se dar de forma discreta, evitando assim, constrangimentos para os
entrevistados.
A escolha do grupo para investigação dos sintomas institucionais requer
um preparo, pois, conforme Carlberg (2012), se faz necessária uma análise
profunda da queixa para que se possa selecionar um grupo como amostra que
contemple os sintomas essenciais e representativos das questões essenciais
que marcam as características da instituição.
Evidencia-se assim, que a análise do sintoma é o passo mais importante
de um diagnóstico psicopedagógico institucional, pois por meio dele se delineia
o processo mais amplo.
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Leitura complementar
A borboleta e a psicopedagogia
O psicopedagogo coloca-se
À altura da borboleta,
Intervindo no processo de seu nascimento,
Elaborando o tempo e o espaço necessários,
Sem medo, Sem insegurança,
Sem precipitação.
Há tempo para tudo,
Tempo para nascer,
Tempo para viver,
Tempo para respirar,
Tempo para morrer.
Viver, este é o segredo,
O psicopedagogo conhece
A história da borboleta,
Acompanha o seu desenvolvimento,
Percebe o seu progresso,
Evolução.
Impaciência,
Ansiedade,
Devem ser superadas.
Esta ação é humanizante,
Coletiva,
Socialmente,
E com ela conquistaremos a maturidade,
A consciência da realidade
E a humanização da borboleta,
Esta borboleta é o EDUCANDO.
Franklin Delano
NA PRÁTICA
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FINALIZANDO
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REFERÊNCIAS
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