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RELATÓRIO DE AVALIAÇÃO NEUROPSICOPEDAGÓGICA

Identificação
Nome: xxxxxxx
Data do nascimento: 30/12/2014 Idade: 6 anos
Escolaridade: 1º ano do Ensino Fundamental I
Escola: Colégio Dom Bosco
Filiação:
Mãe: xxxxxxxx
Pai: xxxxxxx

Queixa
Dificuldade na leitura

Avaliação e síntese dos resultados


Durante a entrevista inicial a mãe informou que a criança não consegue juntar as
letras no momento da leitura. Por este motivo, apresenta leitura abaixo da média.
Foi informado que Letícia adentrou na escola aos dois anos de idade, sendo sua
adaptação tranquila. Após ingressar no Ensino Fundamental I, período em que se
inicia o processo de aprendizagem da leitura e da escrita, é que os problemas de
aprendizagem paassaram a ser observados tanto pela família, quanto pela escola.
A criança não faz acompanhamento com o neuropediatra e fonoaudiológo. Com
base na queixa e entrevista familiar, na avaliação neuropsicopedagógica foram
utilizados testes padronizados e qualitativos, além da observação clínica e
informações obtidas pela escola com o objetivo de compreender o que pode estar
interferindo na aprendizagem da menor.

Comportamento da criança durante a avaliação

Durante a avaliação Letícia mostrou-se inquieta em boa parte do tempo, mexendo-


se sempre na cadeira, chegando a levantar para prestar atenção em outros objetos
presentes na sala. Pelo fato de se distrair com facilidade, acabava perdendo o foco
no que estava fazendo no momento, sendo necessário chamar a sua atenção de
volta ao que estava sendo proposto pela terapêuta durante a avaliação.
Em alguns momentos demonstrava comportamento apressado e ansioso, e por
este motivo interrompia a instrução que estava sendo dada, querendo fazer logo a
atividade sem prestar atenção aos detalhes.
Nas atividades que exigem maior concentração, a criança cansava-se muito rápido,
apresentando baixa motivação e pouco interesse para continuar realizando a
atividade, especialmente as que envolviam leitura e escrita, dizendo que não sabe
ou que não consegue aprender. Ao ser utilizado recursos eletônicos, percebeu-se
que o interesse e o foco na atividade melhorava consideravelmente, inclusive bas
atividades lúdicas.Tem ótimo vocabulário e se expressa muito bem, expondo suas
ideias de forma lógica.

Instrumentos de avaliação e síntese dos resultados:


No teste de sondagem do nível da escrita, verificou-se que a criança está no nível
silábico-alfabético, o que significa que ainda não relaciona totalmente o som com
os símbolos gráficos, estando portanto, em processo de transição para a escrita
alfabética, ou seja, para escrita convencional. Apesar de ainda não escrever
convencionalmente, ao avaliar a habilidade de escrever frases, foi verficado que
sua escrita é do tipo hipossegmentada, ou seja, as palavras são escritas juntas.

Na avaliação qualitativa e de observação do repertório básico para a alfabetização


a criança apresentou bom desempenho nas habilidades de Esquema corporal,
direção, espaço, tamanho, quantidade, forma, lateralidade e verbalização de
palavras.

Na parte que avaliou habilidades de discriminação visual, discriminação auditiva,


análise-síntese, forma e posição, o resultado foi parcialmente satisfatório.
Conhece bem as letras do alfabeto e algumas sílabas. Mas no momento de juntar
para ler ou formar palavras ainda demonstra certa dificuldade e insegurança.

Na avaliação neuropsicológica cognitiva relacionada à área da linguagem os


resultados foram os seguintes:
No teste de discriminação fonológica que verifica a habilidade de discriminar
fonemas, a pontuação-padrão de acordo com a idade da criança, mostrou
resultado dentro da média.
Na prova de consciência fonológica por produção oral que avalia a habilidade da
criança em manipular os sons da fala, no qual a criança deve expressar oralmente
o resultado dessa manipulação, mostrou o seguinte resultado em cada um dos
subtestes de acordo com as habilidades avaliadas:
Síntese silábica: Na média.
Síntese fonêmica: Muito baixa
Capacidade da criança de unir sílabas e fonemas oralmente.

Rima: Baixa
Capacidade da criança dicriminar palavras que terminam com o mesmo som.

Aliteração: Baixa.
Capacidade da criança em discriminar palavras faladas que começam com o mesmo som.

Segmentação Silábica: Na média


Segmentação Fonêmica: Muito baixa
capacidade da criança de separar palavras apresentadas oralmente pelo aplicador em
sílabas e em fonemas, respectivamente
Manipulação Silábica: Baixa
Manipulação Fonêmica: Muito baixa
Capacidade de formar novas palavras por meio da adição e da subtração de uma sílaba ou de um fonema.

Transposição Silábica: Muito baixa


Transposição Fonêmica: Muito baixa
Capacidade da criança em criar palavras oralmente por meio de inversão silábica ou fonêmica.

Considerando a idade da criança e a soma total de acertos nos subtestes, o


resultado aponta para a classificação Pontuação-padrão: baixa.

No Teste de Nomeação Infantil que avalia a habilidade da criança em nomear


verbalmente figuras diversas, assim como, avalia a linguagem expressiva e do
acesso ao sistema de memória de longo prazo, o resultado mostrou resultado
dentro da média.
Na avaliação neuropsicológica cognitiva de atenção e função cognitiva (Teste de
Trilhas A e B para Pré-escolares), na parte que verifica o funcionamento da
flexibilidade cognitiva, ou seja, capacidade de alternar o processamento cognitivo
de uma tarefa para a outra, a paciente apresentou baixo desempenho. Na
aprendizagem essa habilidade é importante para que a criança não tenha apenas
uma conduta de ensaio e erro durante a resolução de problemas.

No quastionário SNAP respondido pelos pais e professora, os ítens de 1 a 9 que


verifica sintomas de desatenção e de 10 a 18 que verifica sintomas de
hiperatividade, não houve marcações consideradas mínimas que viessem a
apontar sintomas de risco como aponta o DSM-V.

Referência

TREVISAN, B. T.; SEABRA, A. G. Teste de Trilhas para pré-escolares In:


SEABRA, A. G.; DIAS, N. M. (Orgs). Avaliação neuropsicológica cognitiva:
atenção e funções executivas. v. 1. São Paulo: Memnon, 2012.

Seabra AG, Dias NM. Avaliação neuropsicológica cognitiva: linguagem oral.


Vol. 2. São Paulo: Memnon; 2012.

IAR.Leite, Edicon, 2015

Conclusão

Tendo em vista que as dificuldades escolares relacionadas à alfabetização


iniciaram ao longo do 1º ano do Ensino Fundamental e que apesar do
acompanhamento familiar e sistema de ensino estruturado, a paciente ainda
apresenta dificuldade de aprendizagem acentuada relacionada à leitura e escrita.
Por isso, considerando a queixa e os resultados da avaliação, a criança pode estar
apresentando um déficit no processamento fonológico, o que pode estar causando
barreiras na sua aprendizagem, por este motivo a criança necessita de avaliação
fonoaudiológica para descartar ou não a hipótese de déficit no processamento
fonológico.
Apesar de escola apontar inquietude devido a saídas rotineiras do seu lugar em
sala de aula e de a criança apresentar baixa motivação para realizar atividades que
exigem esforço mental prolongado, comportamento irrequieto e desatento durante
a avaliação´neuropsicopedagógica, bem como prejuízo na vida escolar, ainda
considero importante avaliação com o neuropediatra e psicólogo infantil.

Manaus, 30 de outubro de 2021.

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