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UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS

FACULDADE DE ODONTOLOGIA DE ALAGOAS

EDIANE EMANUELLY DOS SANTOS FREITAS

MARIA VITÓRIA DE OLIVEIRA FLORENTINO

EPIDEMIOLOGIA

MACEIÓ/AL
EDIANE EMANUELLY DOS SANTOS FREITAS

MARIA VITÓRIA DE OLIVEIRA FLORENTINO

EPIDEMIOLOGIA

Trabalho solicitado pelo


Prof° Amorim docente da
disciplina saúde coletiva I,
com o propósito de obter
nota para compor a média
da AB1.

MACEIÓ/AL

2023
1. INTRODUÇÃO

Epidemiologia pode ser definida como a “ciência que estuda o processo saúde-doença
em coletividades humanas, analisando a distribuição e os fatores determinantes das
enfermidades, danos à saúde e eventos associados à saúde coletiva, propondo
medidas específicas de prevenção, controle ou erradicação de doenças, e fornecendo
indicadores que sirvam de suporte ao planejamento, administração e avaliação das
ações de saúde” (ROUQUAYROL e GOLDBAUM, 2003).

A epidemiologia congrega métodos e técnicas de três áreas principais de


conhecimento: Estatística, Ciências da Saúde e Ciências Sociais. Sua área de atuação
compreende ensino e pesquisa em saúde, avaliação de procedimentos e serviços de
saúde, vigilância epidemiológica e diagnóstico e acompanhamento da situação de
saúde das populações.

Por isso, a epidemiologia tem muito a ver com a demografia. É com base nesse
trabalho que os profissionais identificam dados essenciais para o planejamento e a
execução de ações de prevenção e de tratamento de doenças.

Tem como princípio básico o entendimento de que os eventos relacionados à saúde,


como doenças, seus determinantes e o uso de serviços de saúde não se distribuem
ao acaso entre as pessoas. Há grupos populacionais que apresentam mais casos de
certo agravo, por exemplo, e outros que morrem mais por determinada doença. Tais
diferenças ocorrem porque os fatores que influenciam o estado de saúde das pessoas
se distribuem desigualmente na população, acometendo mais alguns grupos do que
outros.

Portanto, no âmbito da promoção da saúde, a epidemiologia exerce importante papel


ao se preocupar não apenas com o controle de doenças e de seus vetores, mas,
sobretudo, com a melhoria da saúde da população.
2. OBJETIVO

O objetivo desse trabalho é reconhecer a importância da epidemiologia junto com a


vigilância na saúde pública, bem como conhecer os critérios básicos para a avaliação
de um sistema de vigilância, com o fito de promover uma saúde de qualidade e
igualitária para todos.

3. APLICAÇÕES DA EPIDEMIOLOGIA

A epidemiologia tornou-se ao longo dos anos uma ciência ampla que abriga inúmeras
áreas do conhecimento e muitas subdivisões, tais como (PEREIRA, 2013): No entanto,
em linhas gerais, ela apresenta três grandes áreas de atuação (PEREIRA, 2013):

• epidemiologia clínica;
• epidemiologia investigativa;
• epidemiologia nutricional;
• epidemiologia de campo;
• epidemiologia descritiva;

No entanto, em linhas gerais ela apresenta três áreas de atuação:

I. Descrição das condições de saúde da população por meio da construção de


indicadores de saúde. Exemplo: taxa de mortalidade, taxa de incidência de
uma doença;
II. Investigação dos fatores determinantes da situação de saúde. Exemplo:
investigação de agentes etiológicos, fatores de risco;
III. Avaliação do impacto das ações para alterar a situação de saúde. Exemplo:
avaliação do impacto do saneamento para diminuir parasitoses na comunidade.

4. DIAGNÓSTICO DA SITUAÇÃO DE SAÚDE

Epidemiologistas são médicos, enfermeiros, dentistas, estatísticos, demógrafos,


nutricionistas, farmacêuticos, assistentes sociais, geógrafos, dentre outros
profissionais. Os epidemiologistas trabalham em salas de aula, serviços de saúde,
laboratórios, escritórios, bibliotecas, arquivos, enfermarias, ambulatórios, indústrias e
também nos mais variados locais de realização de trabalhos de campo.

Diagnosticar uma condição de saúde consiste na coleta sistemática de dados saúde


pública, demográfico, econômico, social, na elaboração de indicadores culturais e
ambientais. Sem considerar uma tarefa aparentemente simples, fornece um
diagnóstico de uma condição de saúde detalhes importantes para sua implementação

São quatro as etapas básicas da vigilância e cada uma delas tem atividades e
responsáveis específicos dentro do sistema (tabela I). Essa definição deve ficar
claramente registrada em documentos que serão divulgados amplamente, o que
permitirá unificar critérios na operação do sistema de vigilância.

Tabela 1: Etapas e atividades básicas do sistema de vigilância

Tabela 1

• Definiçao de casos

A definição de caso deve ser o suficientemente sensível para captar os casos


verdadeiros de forma simples e rápida e o suficientemente específica para evitar que
o número de casos falsos positivos seja excessivo.
Caso suspeito: sinais e sintomas compatíveis com a doença, sem evidência alguma
de laboratório (ausente, pendente ou negativa).

Caso provável: sinais e sintomas compatíveis com a doença, sem evidência


definitiva de laboratório (ex: realização de exames inespecíficos).

Caso confirmado: evidência definitiva de laboratório, com ou sem sinais e/ou


sintomas compatíveis com a doença.

5. INVESTIGAÇÃO ETIOLÓGICA

A investigação dos agentes etiológicos das doenças sempre foi, desde os seus
primórdios, um objetivo prioritário da epidemiologia. No final do século XIX até meados
do século XX, foi dado um grande enfoque às doenças infectocontagiosas, tendo em
vista a evolução da microbiologia e a grande prevalência de doenças infecciosas no
mundo.

Inicialmente, foi adotada uma abordagem unicausal para o processo de adoecimento,


ou seja, toda doença apresentava um agente etiológico que, uma vez identificado,
poderia ser combatido. Tal abordagem solucionou vários problemas de saúde pública:

Tal abordagem também serviu para doenças não infecciosas, como é o caso do “bócio
endêmico”, que foi praticamente eliminado pela iodação do sal de cozinha. Com a
evolução do conhecimento científico, a abordagem unicausal não foi capaz de explicar
as causas de várias doenças, surgindo assim a abordagem multicausal para a
investigação dos agentes etiológicos.

6. PROCESSO SAÚDE - DOENÇA

O processo de doenças de saúde consiste os estágios pelos quais um indivíduo ou


população passa durante o curso da doença, levando em consideração todas as
variáveis que afetam a saúde doenças e suas consequências, recuperação ou morte.
Nessa perspectiva, entender a história natural da doença torna-se fundamental.
Leavelin apresentou um dos conceitos clássicos desse processo e Clack (1976) que
definem a doença como uma coleção de história natural processos interativos
envolvendo relações entre fatores etiológicos suscetibilidade e ambiente, passando
das variações ambientais/biológicas que produzem o estímulo patogênico à resposta
do indivíduo suscetível a esse fator, e pode fazer com que uma pessoa fique doente,
incapacitada, curada ou morta. Segundo Rouquayrol, Goldnaum e Santana (2013), a
história natural da doença desenvolve-se em dois períodos sucessivos:

I. Período epidemiológico - Ocorre a relação susceptível/ambiente.


II. Período patológico - Ocorrem as alterações que se passam no organismo
vivo/susceptível.

O período pré-patogênese configura-se como a interação dos fatores:

Sociais: fatores econômicos, políticos, culturais e psicossociais

Ambientais: vetores, poluentes, estrutura sanitária, ocupação desordenada de


ambientes naturais, (clima, geografia, hidrografia, desastres naturais, etc.)

Próprios do susceptível: biológicos, genéticos, imunológico.

7. VIGILÂNCIA EM SAÚDE PÚBLICA

Em termos práticos, entende-se a vigilância como a observação sistemática e


contínua da frequência, da distribuição e dos determinantes dos eventos de saúde e
suas tendências na população. Todo sistema de vigilância deve estar amparado por
um marco legal próprio do Estado que garanta a operação eficiente de tal sistema.
Esse conceito tem dois componentes práticos:
• A mensuração sistemática de problemas prioritários de saúde na população, o
registro e a transmissão de dados

• A comparação e interpretação de dados com o objetivo de detectar possíveis


mudanças no estado de saúde da população e seu ambiente.

Vigilância: é a análise contínua de todos os aspectos da ocorrência e propagação


de uma doença pertinentes ao seu controle efetivo. A vigilância inclui a análise,
interpretação e retroalimentação de dados coletados de forma sistemática, em geral
utilizando métodos que se distinguem por seu aspecto prático, uniformidade e
rapidez mais do que por sua precisão e nível de cobertura.

I. OBJETIVOS E USOS DA VIGILÂNCIA EM SAÚDE PÚBLICA


• Detectar mudanças agudas na ocorrência e distribuição das doenças.
• Identificar, quantificar e monitorar as tendências e padrões do processo
saúde-doença nas populações.
• Observar as mudanças nos padrões de ocorrência dos agentes e
hospedeiros.
• Detectar mudanças nas práticas de saúde.
• Investigar e controlar as doenças.
• Planejar os programas de saúde. Avaliar as medidas de prevenção e
controle.

O uso da vigilância pode ser classificado em três tipos:

1) relacionados ao acompanhamento de eventos de saúde;

2) vinculados com as ações de saúde pública e

3) outros usos.

O primeiro grupo descreve os padrões de ocorrência das doenças e incluem os


seguintes itens:

• Estimar a magnitude dos eventos (por exemplo, quão frequente é a presença


de uma determinada doença na população).
• Detectar mudanças agudas na ocorrência e distribuição das doenças (por
exemplo, surtos, epidemias e a presença de problemas emergentes).

• Identificar, quantificar e analisar as tendências e padrões do processo


saúdedoença nas populações (por exemplo, aumento recente das doenças
de transmissão sexual).
• Observar as mudanças nos padrões de ocorrência dos agentes e hospedeiros
(por exemplo, vigilância laboratorial do vírus da influenza).
• Detectar mudanças nas práticas de saúde (por exemplo, aumento da taxa de
cesarianas).

O segundo grupo tem vínculo com a saúde pública, usando os dados coletados para
facilitar a avaliação e investigação das medidas de prevenção e controle, e são:

• Investigar e controlar as doenças: A notificação das doenças sujeitas à


vigilância estimulam a investigação da busca da fonte de infecção e, quando
essa é detectada, ações rápidas são desencadeadas, entre elas: retirada de
algum produto do mercado, fechar um restaurante, alertar a população ou
identificar pessoas expostas.
• Planejar os programas de saúde: a análise das mudanças na ocorrência das
doenças no tempo, lugar e pessoa, permite aos serviços antecipar quando e
onde podem ser requeridos os recursos e, portanto, elaborar um plano para
alocar os recursos adequadamente para que sejam efetivos

Outros usos incluem:

• Testar hipóteses, que frequentemente são geradas pela análise dos dados de
vigilância. A epidemia de AIDS foi detectada em 1981 nos Estados Unidos
com a análise de um grupo de casos de uma imunodeficiência adquirida, em
homossexuais, com sarcoma de Kaposi e pneumonia por Pneumocystis
carinii.
• Séries históricas do comportamento das doenças: A informação da vigilância
concentra-se em anuários de informação, que ao longo do tempo servem para
desenvolver modelos estatísticos para prever a factibilidade das políticas
propostas para prevenção e controle de doenças.
8. MODELOS PARA REPRESENTAR OS ASPECTOS ETIOLÓGICOS DO
PROCESSO SAÚDE - DOENÇA

existem vários modelos para se representar o processo saúde-doença, principalmente


quando este está associado aos aspectos etiológicos das doenças. Vale ressaltar que
não existe um modelo ideal de representação deste processo, mas sim um que melhor
se ajuste ao cenário individual ou coletivo para a ocorrência da doença. Segundo
Pereira (2013), como principais modelos podem ser citados:

• cadeia de eventos;
• modelos ecológicos;
• rede de causas;
• múltiplas causas-múltiplos efeitos;
• abordagem sistêmica da saúde;
• etiologia social da doença.

I. CADEIA DE EVENTOS

Trata-se de um modelo simples que apresenta a doença como uma relação estreita
entre o agente causador e o indivíduo susceptível. O agente pode ser 23 de natureza
biológica, genética, química, física, psíquica ou psicossocial. Nesse modelo, o vetor
pode ser necessário para fechar o ciclo de transmissão entre o agente e o susceptível.
A figura abaixo representa bem esse modelo, que é muito utilizado para descrever as
doenças infectocontagiosas.

Figura 2 – Modelo unicausal (cadeia de eventos)

II. MODELOS ECOLÓGICOS

Um dos primeiro modelos que passou a considerar o ambiente como parte


determinante do processo saúde-doença. Segundo Pereira (2013), os dois principais
modelos ecológicos são: a tríade ecológica (agente, hospedeiro e meio ambiente) e a
dupla ecológica (hospedeiro e meio ambiente). As grandes diferenças da dupla para
a tríade ecológica são: a ausência explícita do “agente” e a ampliação do conceito de
ambiente e hospedeiro. Conforme ilustrado na figura 3.

Figura 3: Modelo da tríade ecológica

Já neste segundo modelo, podem ser considerados inúmeros fatores do hospedeiro


(estilo de vida, herança genética, anatomia, fisiologia, etc.) e do ambiente
(saneamento, presença de vetores, disponibilidade de serviços de saúde,
moradia,etc.) como causadores da doença.

9. REDE DE CAUSAS

Modelos que são muito utilizados para representar a multicausalidade de problemas


de saúde, em que os fatores etiológicos representam pesos variados para
manifestação da doença e, assim como no modelo da dupla ecológica, podem interagir
entre si. Um exemplo clássico desse modelo é o da doença coronariana, que
apresenta inúmeros fatores de risco: altos níveis de colesterol, hipertensão arterial,
obesidade, idade, gênero, genética, entre outros, conforme mostra a fugura 4.

Figura 4: Rede de multicausas para a doença coronariana

Este modelo de representação da doença está bastante atual tendo em vista a


ocorrência de múltiplas doenças que compartilham dos mesmos fatores de risco.

10.INDICADORES DE SAÚDE

os principais indicadores de saúde podem ser utilizados para avaliar o cenário


epidemiológico da população e avaliar seu nível de desenvolvimento social e
econômico, considerando que vários indicadores de saúde expressam indiretamente
a falta de infraestrutura e serviços de saúde, bem como a falta de serviços de saúde.
educação e informação em saúde na sociedade.

I. MEDIDAS DE FREQUÊNCIA DE DOENÇAS

Como o termo indica, as métricas de incidência de doenças são medidas projetadas


para medir a ocorrência de doenças em uma população. Em geral, as medidas de
saúde mais importantes são:
» índices: termo genérico apropriado para referir-se a todos os descritores da vida e
da saúde; inclui todos os termos numéricos existentes e incidentes que trazem a
noção de grandeza.
» coeficientes: são medidas secundárias que, ao serem geradas pelos quocientes
entre medidas primárias de variáveis independentes, deixam de sofrer influência
dessas variáveis para expressar somente a intensidade dos riscos de ocorrência.
Em outras palavras, trata-se da frequência com que um evento ocorre na população.
» taxas: são medidas de risco aplicadas para cálculos de estimativas e projeções de
incidências e prevalências em populações de interesse.
» indicadores: são os índices críticos capazes de orientar a tomada de decisão em
das evidências ou providências.
As seguintes medidas de frequência são usadas para calcular a frequência de
doenças ou problemas de saúde em uma população: incidência e prevalência.

• A incidência refere-se à frequência de novos casos de uma determinada


doença ou problema de saúde durante um período de tempo na população
em risco no início da observação. Novos casos ou casos podem ser
entendidos como pessoas que não estavam doentes no início do período de
observação (risco/suscetível) e adoeceram durante o período de observação.
A incidência pode ser calculada com base na seguinte fórmula:

Vale ressaltar que as taxas de mortalidade e mortalidade podem ser entendidas em


termos de incidência como casos individuais em que o evento de interesse é a morte
e não a doença. Essas medidas podem ser definidas da seguinte forma:
Mortalidade: é uma medida muito utilizada como indicador de saúde porque permite
avaliar as condições de saúde de uma população. É calculada dividindo-se o número
de óbitos pela população em risco.
Letalidade: é uma medida da gravidade da doença. Expressa o poder que uma
doença ou agravo à saúde tem de provocar a morte nas pessoas acometidas. É
calculada dividindo-se o número de óbitos por determinada doença pelo número de
casos da mesma doença. Algumas doenças apresentam letalidade nula, como, por
exemplo, escabiose; enquanto para outras, a letalidade é igual ou próxima de 100%,
como a raiva humana.
• A prevalência é uma medida estática que representa a aferição do número de
casos existentes em uma população em:
» um dado instante: chamada de prevalência pontual ou instantânea. Exemplo:
aferição dos casos no 1º dia do ano.
» num dado período: chamada de prevalência de período. Exemplo: aferição dos
casos durante 1 ano.

Vale ressaltar que, diferentemente da morbidade, a prevalência contabiliza apenas


um caso de determinada doença por pessoa, ou seja, se uma pessoa teve gripe três
vezes em um ano, o evento é contado apenas uma vez. Além da possibilidade de ter
resfriado nas duas vezes em que foi medida a prevalência específica dessa
condição.

11. INDICADORES DE SAÚDE


Um indicador de saúde pode ser definido como informações que representam um
estado de saúde, ou seja, é um instrumento de medida utilizado para avaliar estados
de saúde, além de servir de base para o planejamento, implementação, gestão e
avaliação de intervenções e serviços de saúde. Para serem utilizados de forma
eficaz, os indicadores devem ser organizados, atualizados, disponibilizados e
comparados com outros indicadores. No planejamento local, eles podem se
concentrar nos benefícios específicos da unidade de saúde que os utiliza. Os
indicadores são melhor definidos pelos profissionais de saúde, pela população e
pelos gestores diretamente envolvidos no processo de trabalho.
Os indicadores de saúde podem ser classificados como negativos (taxa de
mortalidade) e positivos (expectativa de vida), no entanto estamos mais
acostumados com os primeiros. Em linhas gerais, os indicadores de saúde podem
ser categorizados em: » mortalidade e sobrevida;
» morbidade;
» nutrição, crescimento e desenvolvimento;
» aspectos demográficos;
» condições socioeconômicas,
» saúde ambiental;
» serviços de saúde.
Em síntese, pode-se afirmar que os indicadores de saúde são os principais
elementos na avaliação da situação de saúde e na identificação dos problemas
agudos e crônicos que afetam a população. Sem eles, seria impossível traçar metas,
traçar metas, implementar iniciativas de saúde e avaliar o impacto das medidas na
saúde da população. Ao final desta unidade, espera-se que você seja capaz de
identificar os principais indicadores de saúde e utilizá-los para melhorar os serviços
de saúde prestados às comunidades atendidas pelas unidades de saúde da família
de acordo com as diretrizes da Atenção Básica a Saúde.

12. DISTRIBUIÇÃO DAS DOENÇAS NO TEMPO


A distribuição das doenças ao longo do tempo é um conceito amplamente difundido
na área da saúde e no conhecimento da população em geral sobre a ocorrência de
doenças, por isso não são raros os comentários de que devemos esperar um
aumento na incidência da doença. uma determinada doença em uma determinada
época do ano. Exemplo: asma no inverno, leptospirose no período chuvoso, etc.
Segundo Medronho, Werneck e Perez (2009), os estudos da distribuição temporal
das doenças fornecem informações valiosas para compreensão, prognóstico, busca
etiológica, prevenção de doenças e avaliação do mpacto das intervenções de saúde.
Nessa perspectiva, é necessário registrar e controlar a evolução temporal das
doenças para identificar padrões e tendências de ocorrência de doenças ao longo do
tempo (dias, semanas, meses e anos) e determinar os limites da doença. doenças
periódicas. variações em um evento que podem detectar um aumento maior do que
o esperado na incidência ou prevalência de uma doença durante um período de
tempo. Portanto, o conhecimento dos principais tipos de desenvolvimento temporal
de uma doença é necessário para entender as variações esperadas e inesperadas
na ocorrência de uma determinada doença.
» Tendência secular ou histórica: refere-se à análise das mudanças na frequência de
uma doença (incidência, mortalidade, etc.) por um longo período de tempo, em geral,
décadas.
» Variações cíclicas não sazonais: determinadas pelas flutuações na incidência de
uma doença ocorridas em um período maior que um ano
» Variações sazonais: é a variação da incidência de uma doença que ocorre em
sintonia com as estações do ano. As doenças infecciosas estão muito associadas a
este tipo de variação. Exemplos: gripe, dengue, malária.
» Variações irregulares: dizem respeito às variações não esperadas para a
ocorrência de uma doença, que pode ser verificada através de técnicas estatísticas
que levam em consideração a distribuição normal ou já conhecida da doença no
tempo (baseada em dados históricos). Tal variação irregular para a ocorrência de
uma doença pode ser classificada como epidemia.
13. DISTRIBUIÇÃO DAS DOENÇAS NO ESPAÇO
O mapeamento da ocorrência de doenças é de grande importância na definição das
condições ambientais e dos fatores de risco. Portanto, combinar dados em um
indicador de saúde ou uma medida de ocorrência de doenças independentemente
da condição pode ser tendencioso ou até mesmo confuso, visto que quando as
condições ambientais mudam, tais fatores certamente afetarão o cenário
epidemiológico. Deve-se ressaltar que o conceito de ambiente como distribuição
espacial das doenças vai muito além da dimensão geofísica. Também pode ser
entendido como o ambiente socioeconômico-cultural em que vive um indivíduo ou
população e como tal ambiente afeta a ocorrência de doenças. O ponto de partida
para a espacialidade da informação em saúde é a delimitação da área geográfica
que está sendo processada (país, estado, cidade, bairro, região, microrregião etc.).

14. O USO DA EPIDEMIOLOGIA EM RELAÇÃO À UNIDADE DE SAÚDE DA


FAMÍLIA
Algumas das utilizações que podemos identificar nas USF com aplicações
epidemiológicas são:
» Diagnóstico da situação de saúde: após coleta mensal de dados, identificando o
número de atendimentos devido a um determinado problema, como uma doença que
afeta a população;
» Estudo etiológico: ao tentar determinar as razões do elevado número de casos de
diarreia em crianças em uma determinada área;
» Determinação de risco: reconhecer que uma determinada parcela da população
tem maior probabilidade de contrair determinada doença em comparação com outra
parcela da população;
» Planejamento e organização do serviço: determinar um maior número de horas
para atender um determinado segmento da população para diagnosticar essa
necessidade. Exemplo: aumento do número de visitas domiciliares devido ao grande
número de pacientes com problemas de mobilidade. Com base na aplicabilidade
desta epidemiologia e na experiência de vida nas USF, também é possível classificar
vários processos saúde-doença de acordo com o modelo que melhor os explica
(modelo monocausal, ecológico, multicausal, sistémico ou de etiologia social).
15. CONCLUSÃO
Por fim, fica visível a importância da epidemiologia no levantamento, controle e
erradicação de doenças, assim também como no conhecimento e estudo da
sociedade. A epidemiologia indica, através de estudos, os aspectos da doença e até
mesmo do desastre como sua frequência, sua distribuição geográfica e a população
que mais corre risco. Os dados produzidos pela epidemiologia podem ser de
doenças conhecidas ou não.
O avanço da epidemiologia gerou várias conquistas, diminuindo a quantidade de
doentes e promovendo soluções para causas variadas de doenças como a varíola,
envenenamento por metilmercúrio, distúrbios por deficiência de iodo, tabagismo,
HIV/AIDS, síndrome da angústia respiratória aguda e até mesmo em ocorrências de
fraturas como a do quadril em idosos. No Brasil, o órgão responsável pelos os dados
epidemiológicos e a sua aplicação é a Secretaria de Vigilância em Saúde – SVS, uma
das secretarias que compõem o Ministério da Saúde, prevista no decreto nº 8065 de 7
de agosto de 2013. Os dados epidemiológicos no Brasil são disponibilizados para a
população através dos sites do SVS e do DATASUS.
REFERÊNCIAS

https://www.infoescola.com/saude/epidemiologia/
file:///C:/Users/vitor/Downloads/3con_ferra_epidemio_2016-2%20(1).pdf
https://www.medway.com.br/conteudos/o-que-e-epidemiologia-saiba-tudo-sobre-
essa-area-de-estudo/
https://www.medway.com.br/conteudos/o-que-e-epidemiologia-saiba-tudo-sobre-
essa-area-de-estudo/

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