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EPIDEMIOLOGIA

Epidemiologia

Epidemiologia (do grego. epi "sobre" demos "povo" logos "estudo") a ciência das epidemias, propõe-se
a estudar quantitativamente a distribuição dos fenômenos de saúde/doença, e seus fatores condicio-
nantes e determinantes, nas populações humanas.

A epidemiologia, portanto, é um campo da ciência que trata dos vários fatores genéticos, sociais ou
ambientais e condições derivados de exposição microbiológica, tóxica, traumática, etc. que determinam
a ocorrência e a distribuição de saúde, doença, defeito, incapacidade e morte entre os grupos de indi-
víduos.

Sumariamente a definição de epidemiologia é o estudo da distribuição das doenças e seus determi-


nantes. Como observa Almeida Filho (1989) o termo distribuição está contido no termo população e o
processo determinação está associado à delimitação da doença que, por sua vez, abrange concepções
derivadas da prática clínica e próprias da epidemiologia O estudo do processo saúde-doença através
do método epidemiológico possui uma dimensão de determinação social, e como se sabe, as socieda-
des estão sujeitas a leis próprias, cuja explicação ultrapassa as possibilidades do método clínico.

Entendem-se determinantes sociais de saúde como as condições de vida e trabalho dos indivíduos e
de grupos da população, que estão relacionadas com sua situação de saúde. Cabe à epidemiologia
descritiva a avaliação da frequência ou distribuição das enfermidades e à epidemiologia analítica o
estudo dos fatores (causais) que explicam tal distribuição, relacionando uma determinada situação de
saúde, ou seja, as desigualdades dos níveis de saúde entre grupos populacionais, com a eficácia das
intervenções realizadas no âmbito da saúde pública, ou mesmo identificando suas causas no modo
como tais iniquidades são produzidas, na forma como a sociedade se organiza e desenvolve.

Metodologia da Investigação Epidemiológica

Segundo Pereira, a sistemática predominante de raciocínio, em epidemiologia, é própria da lógica in-


dutiva, mediante a qual, partindo-se de certo número de dados, estabelece-se uma proposição mais
geral e, ainda segundo esse autor, os métodos utilizados na epidemiologia são encontrados em outras
áreas do conhecimento, embora seja frequente a referência a métodos epidemiológicos, eles devem
ser entendidos como certo número de estratégias adaptadas para aplicação a situações próprias do
estudo da saúde da população.

A identificação do padrão de ocorrência de doenças nas populações humanas e dos fatores que influ-
enciam (determinam, condicionam) tem sido reiteradamente definida como o objeto de estudo da epi-
demiologia.

As Hipóteses epidemiológicas (elemento indispensável de qualquer pesquisa científica) deverão rela-


cionar tais fatores ou variáveis, orientando a forma com que os dados referentes ao agravo e seus
fatores condicionantes ou determinantes serão associados bem como o contexto (marco teórico) em
que os resultados encontrados serão submetidos à comparação.

Rothman et al. destacam que um evento, uma condição, ou uma característica não se constituem como
uma causa em si, considerados isoladamente, somente são identificados enquanto parte de um con-
traste causal com um evento, uma condição ou uma característica alternativa.

Na investigação epidemiológica a identificação da doença (definição de caso) tem uma natureza ditada
pela comparabilidade potencial e uma tendência à padronização, ao contrário da clínica que reconhece
a individualidade de cada paciente. Considerando o substrato teórico dos respectivos campos de co-
nhecimento, o objeto da clínica é essencialmente qualitativo enquanto que o objeto fundamental da
epidemiologia é por definição quantitativo, expressando relações numéricas entre eventos.

Os instrumentos de medida e/ou identificação de caso estão sujeitos a erros sistemáticos (viés) em
função de sua maior ou menor sensibilidade (capacidade para identificar um maior número de casos
incluindo inevitavelmente os falsos positivos) e especificidade (capacidade de só incluir casos positi-
vos).

Especificação da Abordagem Epidemiológica

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Uma das classificações mais simples é feita em função dos objetivos do estudo, dividindo estes em
Descritivos e Analíticos, contudo, seus limites nem sempre são facilmente identificáveis. Os estudos
descritivos geralmente se limitam ao registro da freqüência de eventos ou agravos patológicos obser-
vando sua variação no tempo e espaço.

Enquanto que, os estudos analíticos têm como objetivo explicar as características dessa frequência ou
associações entre estas e outros fatores observados, a exemplo dos estudos que buscam estabelecer
um nexo ou relação de causa efeito entre um determinado agente patogênico e um aspecto específico
do meio ambiente, considerando-se a tríade de fatores que intervém e condicionam o aparecimento e
desenvolvimento de uma doença (agente, hospedeiro, ambiente).

A grande maioria dos estudos epidemiológicos é observacional (não-experimental) referem-se à pes-


quisa de situações que ocorrem naturalmente, a exemplo das freqüências de nascimentos e óbitos, os
estudos de intervenção (experimental) geralmente são associados à epidemiologia clínica, destinados
à avaliação de da eficácia de medicamentos, vacinas, exames e procedimentos médico - terapêuticos.

De acordo com Almeida & Rouquayrol o repertório da epidemiologia engloba convencionalmente quatro
estratégias básicas de pesquisa:

Estudos Ecológicos

Os estudos ecológicos abordam áreas geográficas, analisando comparativamente indicadores globais,


quase sempre por meio de correlação entre variáveis ambientais (ou socioeconômicas) e indicadores
de saúde.

Inquéritos tipo corte-transversal (seccionais)

Os estudos seccionais ou estudos de corte transversal ou estudo de prevalência observam simultane-


amente, em um mesmo momento histórico, o fator causal e o efeito de um determinado agravo ou
patologia, não se prestando por isso à pesquisa de etiologia, revelando apenas medidas de associação
entre o agravo e a condição atribuída, úteis para identificar grupos (fatores) de risco, gerar hipótese e
descrever a prevalência de doenças.

Estudos de caso-controle

O estudo de caso-controle é um estudo retrospectivo onde se procura verificar a frequência de um


determinado agravo na presença ou ausência de um determinado fator condicionante/determinante
(exposição) distinguindo-se do estudo de coorte pelo fato de que as pessoas foram escolhidas por estar
doentes. Ou seja, no estudo de caso-controle o pesquisador investiga a exposição a determinados
fatores no passado por pessoas que possuem determinada doença e pessoas saudáveis.

Estudos de coorte

Os estudos de coorte são capazes de abordar hipóteses etiológicas produzindo estimativas de incidên-
cia. O termo coorte tem origem no império romano e designava unidades do exército que possuíam
equipamentos e uniformes homogêneos. A técnica de elaboração de uma coorte propõe como sequên-
cia lógica da pesquisa a anteposição das possíveis causas e a posterior busca de seus efeitos ou
danos.

Ou seja, pessoas que foram expostas a um determinado fator e pessoas que não foram expostas a
esse mesmo fator são acompanhadas longitudinalmente a fim de se determinar se há, eventualmente,
o surgimento de uma doença em maior proporção naqueles que foram expostos ao referido fator. Res-
salte-se que o mesmo método de estudo por ser utilizado para investigar o o efeito protetor de deter-
minado fator (ex: consumo de ácidos graxos polinsaturados).

Medidas de morbimortalidade

Apesar da prática cotidiana da administração de serviços de saúde ter consagrado o termo indicador
para os valores numéricos com os quais se mensura o nível de saúde de uma população pela frequên-
cia de óbitos ou eventos mórbidos – ocorrência de doenças e agravos à saúde registrados ou medidas
da oferta de procedimentos de serviços específicos de saúde, as proposições teóricas distinguem indi-
cadores e índices.

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Observe-se que apesar das tentativas ainda não existem indicadores positivos, consagrados de saúde
positiva (vigor, vitalidade, desempenho, qualidade das relações sociais, etc.) e o estado de saúde é
medido por sua ausência, ou seja, frequência de doenças e óbitos.

De acordo com a OMS indicadores de saúde são variáveis que servem para medir as mudanças na
situação de saúde, uma variável, portanto, susceptível de mensuração direta que reflete o estado de
saúde das pessoas numa comunidade, enquanto que índice de saúde é uma indicação numérica do
estado de saúde de uma população derivada de uma fórmula composta especificada.

Tomando o exemplo dado por Pereira, o número de óbitos de pessoas de uma determinada região em
um determinado momento é uma variável ou indicador e o APGAR e os Coeficientes de morbimortali-
dade, índices. O APGAR mede a vitalidade dos recém nascidos (RN) através de cinco sinais clínicos
(batimentos cardíacos, movimentos respiratórios, reflexos, tônus muscular e coloração da pele).

Além de sua utilização no diagnóstico clínico, a frequência de RN com baixos índices de APGAR traduz
a deficiente oferta de serviços de pré-natal e a elevada demanda por consultas de neuropediatria e
serviços de reabilitação (estimulação precoce). A mortalidade por grupos específicos de causa, por sua
vez, reflete tanto características do modo de adoecer (morbidade) como do modo de morrer (mortali-
dade) traduzindo as necessidades e demandas de saúde de uma população.

Coeficiente e taxas

Para fins de comparação de freqüências os números absolutos dos indicadores precisam ser transfor-
mados em coeficientes e taxas (razão proporcional) em inglês rate. Em estudos epidemiológicos, o
numerador, seja o número de pessoas que adoeceram ou morreram em um determinado momento
histórico e região, é sempre expresso em relação ao total de pessoas que compõem essa população
(denominador).

Os coeficiente e taxas podem ser padronizados ou não, ou seja, em função das diferenças entre popu-
lações (a exemplo da composição etária) podem ser ajustados a padrões internacionais (população
mundial, população europeia, etc.).

É essencial distinguir índices onde os casos incluídos no numerador são também colocados no deno-
minador, o que pode representar uma relação de possibilidade ou risco e a simples comparação entre
a frequência de dois eventos da mesma espécie – razão, (em inglês: ratio) uma medida de comparação
de grandezas que não estabelece uma probabilidade de ocorrência.

Medidas de frequência Os indicadores podem ainda ser diferenciados por expressarem a incidência e
a prevalência, apesar da utilização indiferenciada, como ocorrência de agravos ou patologias, por parte
de leigos, mas possui, para o epidemiologista, significados distintos de ocorrência de casos novos e
identificação da totalidade de casos existentes em momento histórico, respectivamente.

A Incidência expressa a velocidade de ocorrência, na medida em que identifica a frequência de casos


novos em um determinado período observados longitudinalmente, enquanto que a Prevalência ex-
pressa o total acumulado de casos em um determinado período observado como uma secção temporal
(prevalência instantânea).

Os dados de eventos mórbidos ou agravos, com os quais se compõem os indicadores de incidência e


prevalência, são obtidos em inquéritos específicos compondo os registros dos bancos de dados de
pesquisas ou sistemas de vigilância epidemiológica tal como recomendam as autoridades de saúde
pública de cada país ou região. Na Inglaterra a notificação obrigatória de doenças transmissíveis e
nascimentos, por exemplo, teve início em 1904.

Se os dados referem-se à quantidade de doentes ou agravos à saúde de uma determinada região tem-
se o registro da Morbidade, se descrevem a quantidade de óbitos das distintas faixas etárias e sexo há
possibilidade de análise da Mortalidade; se os dados descreverem a natureza ou causa de óbitos es-
tuda-se a Morbi–Mortalidade.

As variações na dimensão ou quantidade de casos de uma mesma doença em uma mesma região - o
nível endêmico (endemia) é o que pode caracterizar uma epidemia, ou seja, o aumento expressivo da
quantidade de pessoas acometidas pela doença em um período especificado.

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Atualmente, além dos sistemas de registro oficial de eventos mórbidos que caracterizam o fenômeno
saúde-doença por autoridades sanitária dos diversos países existem diversos programas de computa-
dor que permitem construir e analisar bancos de dados com registros de doenças, óbitos e outros agra-
vos à saúde a exemplo do Epi info desenvolvido como programa freeware pelo CDC - Centros de
Controle e Prevenção de Doenças dos EUA na época do início da pandemia mundial (epidemia de
grandes proporções e dispersão multinacional) de SIDA – Síndrome da Imunodeficiência Humana na
década de 80 do século XX.

Epidemiologia Aplicada A Serviços De Saúde

A aplicação ao planejamento de serviços de saúde tem sido o maior uso da epidemiologia, em função
dessa aplicação tem-se desenvolvida a legislação e estratégia da Vigilância epidemiológica e organi-
zação dos sistemas de informação em saúde no âmbito governamental. Possas e Breilh ressaltam a
demanda de construção do conceito de perfil epidemiológico fundamentado no conceito de classe so-
cial (e frações sociais especiais) na avaliação doas condições de vida e saúde de uma população.

No Brasil o Sistema de Vigilância Epidemiológica foi instituído pela lei nº 6.259 de 1975] que articula o
Ministério da Saúde à setores específicos das Secretarias Estaduais de Saúde, organizando o sistema
nacional de informações de saúde que constitui, hoje, o DATASUS.

Desde a criação do SUS em 1988, a Epidemiologia em Serviços de saúde tem sido fortalecida por meio
do Sistema Nacional de Vigilância em Saúde. Anteriormente, com a criação do Centro Nacional de
Epidemiologia (Cenepi), instituído como departamento da Fundação Nacional de Saúde (Funasa),
quando a necessidade de expandir a aplicação da epidemiologia em serviços para as análises de situ-
ação de saúde, com objetivo de subsidiar a formulação de políticas.

Em 1992, a criação do Informe Epidemiológico do SUS (IESUS), editado pela Cenepi/Funasa com a
missão de difundir o conhecimento epidemiológico aplicável às ações de vigilância, prevenção e con-
trole de doenças e agravos de interesse da saúde pública, visando ao aprimoramento dos serviços
oferecidos pelo Sistema Único de Saúde (SUS).

Em função da utilização institucional e particularidades do objeto de análise e/ ou compartilhamento de


metodologias específicas de análise, podemos destacar ainda: as avaliações de impacto ambiental, ou
seja, o aspecto da saúde ambiental einterpretação distinta que os ecologistas e epidemiologistas dão
à exposição, dano ambiental; a epidemiologia genética com suas distinções dos clássicos estudos da
frequência de genes mutantes e genética de populações; a epidemiologia molecular com suas distin-
ções da ecotoxicologia e análise dos fenômenos biológicos ao nível atômico ou celular, entre outros.

Uma relação sem dúvida incompleta é a que se segue:

Usos da epidemiologia:

Epidemiologia molecular

Epidemiologia genética

Epidemiologia veterinária

Epidemiologia das doenças infecciosas e parasitárias

Epidemiologia das doenças não transmissíveis

Neuroepidemiologia

Epidemiologia da violência

Epidemiologia ambiental

Epidemiologia aplicada à serviços de saúde

Epidemiologia das Infecções hospitalares

Noções de saúde pública, epidemiologia e saneamento ambiental

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A contaminação de mananciais impede, por exemplo, seu uso para abastecimento humano. A alteração
da qualidade da água agrava o problema da escassez desse recurso. A Organização Mundial de
Saúde (OMS) estima que 25 milhões de pessoas no mundo morrem por ano em virtude de doenças
transmitidas pela água, como cólera e diarréias. A OMS ainda indica que nos países em desenvolvi-
mento, caso do Brasil, 70% da população rural e 25% da população urbana não dispõem de abasteci-
mento adequadode água potável.

A água usada para abastecimento doméstico deve apresentar características sanitárias e toxicológicas
adequadas, tais como estar isenta de organismos patogênicos esubstâncias tóxicas, para prevenir da-
nos à saúde e ao bem estar do homem.

Acredita-se que 80% dos leitos de países em desenvolvimento são ocupados por pessoas com doen-
ças transmissíveis pela água (AZEVEDO NETO & BOTELHO, 1991:14). Observa-se ainda que a es-
cassez de água seja mais prejudicial à saúde, quanto à água de baixa qualidade.

Uma vez que doenças tendem a se proliferar com maior intensidade e rapidez na falta de higiene. Por
tanto o sistema de abastecimento de água de uma comunidade desde a captação, adução, tratamento,
recalque e distribuição, deve ser bem projetado, construído, operado, mantido e conservado, para que
a água não se torne veículo de transmissão de diversas doenças; essas doenças podem ser classifi-
cadas em dois grupos:

Doenças de transmissão hídrica: veículo de transmissão de doenças relacionadas com o intestino.


Microorganismos patogênicos responsáveis por essas doenças chegam aos corpos hídricos através de
excretas de animais ou pessoas contaminadas.

Doenças de origem hídrica: são decorrentes de certas substâncias encontradas na águas em teor al-
terado e variado.

No Brasil, 90% da população têm acesso à água potável e 75% a esgoto. O restante está sujeito a
fontes contaminadas por defensivos agrícolas, esgoto industrial e doméstico, resíduos de plástico, pe-
tróleo e metais pesados (DATASUS).

Segundo a Organização Mundial da Saúde esta relação incorpora todos os elementos e fatores que
potencialmente afetam a saúde, incluindo, entre outros, desde a exposição a fatores específicos como
substâncias químicas, elementos biológicos ou situações que interferem no estado psíquico do indiví-
duo, até aqueles relacionados com aspectos negativos do desenvolvimento social e econômico dos
países (OPS, 1990).

Um grande fator que vem influenciando o declínio da mortalidade infantil é osaneamento básico. Em
resumo, a principal causa de morte em menores de um ano é a diarréia, que provoca a desidratação
do recém nascido. Que, por sua vez, estão associadas à qualidade e quantidade de águas, bem
como a qualidade de tratamento deesgoto da cidade.

Analisando o caso de Lins, interior do Estado de São Paulo, podemos concluir comos dados coletados
o gráfico a seguir sobre a evolução da mortalidade infantil:

Gráfico 1: Evolução da Mortalidade Infantil.

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Como podemos ver após o ano de 1.997 houve uma grande queda na taxa de mortalidade isto porque
foi neste ano que inauguraram a nova estação de tratamento de esgoto na cidade, tratando 100% do
seu esgoto coletado.

Estudos realizados pelo SEADE, Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados,mostram que a
mortalidade infantil no Estado de São Paulo entre crianças que vivem em domicílios que utilizam água
de poço ou nascente é nitidamente superior (1,8 vezes) à aquelas que moram em residências à rede
publica de água.

Estes resultados sugerem os efeitos positivos da utilização de água tratada sobre a saúde do ser hu-
mano.

A existência ou não de canalização interna de água constitui outro fator muito relacionados aos riscos
de morte de menores de um ano, pois representa a quantidadede água disponível na moradia. O
nível da mortalidade infantil de crianças que vivem em domicílios sem canalização interna é cerca de
2,4 vezes superior ao daquelas que moram em residências que possuem este tipo de ligação. Esta
diferença aumenta para 2,7 vezesao considerar apenas os domicílios que têm acesso a rede geral.

Os dados que se referem ao tipo de esgotamento sanitário também indicam fortes variações nos níveis
de mortalidade infantil.

As diferenças de risco de morte infantil sãode quase três vezes entre as categorias fossa negra e
rede geral de esgoto e de quase duas vezes entre rede geral e fossa séptica

Outro fator que pode interferir restes diferenciais de morte infantil é a forma de utilização das instalações
sanitárias, que pode ser de uso exclusivo do domicílio ou comum a mais de um domicílio.

Revelam, ainda, que criança submetida a condições inadequadas de saneamento ocorre um risco de
morte 2,3 vezes superior ao daquelas que vivem em condições adequadas.

Estas evidências reforçam a idéia da forte influência das condições de saneamentosobre a mortalidade
infantil e destaca a intensa desigualdade social que ainda prevalece no acesso aos benefícios do sa-
neamento básico do Estado de São Paulo.

A expansão mais rápida do saneamento em alguns setores da sociedade e com maior atraso em outros
se reflete geograficamente na manutenção de importantes diferenças de cobertura de água e esgoto
nível regional.

Está significativamente comprovado por números e dados que os riscos de morte de crianças com
menos de um ano podem ser variáveis de acordo com a qualidade de saneamento da cidade, região
em questão.

O resultado do estudo sugere efeitos positivos da água tratada sobre a saúde das crianças, porém não
adianta muito ter saneamento disponível se houver a falta de informação e de divulgação de profilaxias
para a mãe dessas crianças.

Para continuar com a redução de mortalidade, não só em Lins mas no Estado de São Paulo e no Brasil
todo, é preciso fazer uma reavaliação e mapeamento das áreas mais carentes ou com maior número
de mortalidade infantil e trabalhar com elas, melhorando, principalmente, o saneamento básico.

Saúde Publica

Saúde Pública na concepção mais tradicional, é a aplicação de conhecimentos (médicos ou não), com
o objetivo de organizar sistemas e serviços de saúde, atuar em fatores condicionantes e determinantes
do processo saúde-doença controlando a incidência de doenças nas populações através de ações de
vigilância e intervenções governamentais.

Por outro lado, como destaca Rosen a aplicação efetiva de tais princípios depende de elementos não-
médicos principalmente de fatores econômicos e sociais.

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Representação Do Século XVI Do Real Hospital De Todos Os Santos, Em Lisboa, Portugal.

Pode-se dizer que a saúde política e económica centra sua ação a partir da ótica do Estado com os
interesses que ele representa nas distintas formas de organização social e política das populações.
Contudo alguns autores propõem que a "saúde pública" não deve ser confundida com o conceito mais

Evolução Do Conceito

Uma das mais citadas definições de Saúde Pública foi apresentada pelo americano Charles-Edward
Amory Winslow (1877–1957) em 1920:

"A arte e a ciência de prevenir a doença, prolongar a vida, promover a saúde e a eficiência física e
mental mediante o esforço organizado da comunidade. Abrangendo o saneamento do meio, o controle
das infecções, a educação dos indivíduos nos princípios de higiene pessoal, a organização de servi-
ços médicos e de enfermagem para o diagnóstico precoce e pronto tratamento das doenças e o de-
senvolvimento de uma estrutura social que assegure a cada indivíduo na sociedade um padrão de vida
adequado à manutenção da saúde".

A persistência do uso dessa definição é reforçada pela ampla difusão da definição de saúde da Orga-
nização Mundial de Saúde - organização internacional que propôs a realização das Conferências Mun-
diais de Saúde com integração de todos os países na persistente busca do completo bem-estar físico,
psíquico e social.

Uma Sucessão de Conceitos & Práticas

Segundo o brasileiro Jairnilsom Paim "A Saúde Coletiva, latino-americana foi composta a partir da crí-
tica à Medicina Preventiva, à Medicina Comunitária, à Medicina da Família, desenvolveu-se a partir da
Medicina Social do Século XIX e pela saúde pública institucionalizada nos serviços de saúde e acade-
mia.

Envolve um conjunto de práticas técnicas, ideológicas, políticas e econômicas desenvolvidas no âmbito


acadêmico, nas organizações de saúde e em instituições de pesquisa vinculadas a diferentes correntes
de pensamento resultantes de projetos de reforma em saúde."

Ainda de acordo com ele, ao longo da história da medicina cosmopolita, o campo social da saúde tem
sido atravessado por um conjunto de movimentos ideológicos como a Polícia Médica; Higiene; Saúde
Pública; Medicina Social; Medicina Preventiva; Saúde Comunitária; Saúde Coletiva; Medicina Familiar
entre outros. Tais movimentos constituem-se como lutas teórico-paradigmáticas, políticas e ideológicas
com repercussões enquanto campo do saber e de práticas.

Medicina Social

"Identificam-se três etapas para consolidação da medicina social, inclusive como disciplina do curso de
formação médica: a Polícia Médica, especialmente desenvolvida na Alemanha no início do século
XVIII a fim de prover o Estado sobre os índices de saúde da população alemã, a Medicina das Cidades
ou Medicina Urbana, que tem como objetivo controlar os fatores nocivos à saúde da população urbana
que estavam associados às grandes epidemias, evidenciada na França, e, por fim, a Medicina da Força

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de Trabalho, consolidada no sanitarismo inglês, que objetiva manter a sua força trabalhadora plena-
mente apta."

Observe-se porém que as preocupações com o isolamento de doentes e assistência aos pobres con-
funde-se com os princípios da caridade e assistencialismo pregado pelos cristãos e muçulmanos, a
exemplo: das discussões sobre a remuneração dos serviços médicos associada à realização de curas
de Cosme e Damião os santos "anárgiros", ou seja, “aqueles que não são comprados por dinheiro" (no
que hoje é a Síria, por volta do ano 300); a assistência médica prestada aos escravos e soldados
romanos (valetudinário); ou ao nascimento das Santas Casas de Misericórdia em Portugal (1000) e
hospitais religiosos.

Saúde Coletiva

O objetivo da investigação e das práticas da Saúde Coletiva são as seguintes dimensões:

o estado de saúde da população ou condições de saúde de grupos populacionais específicos e ten-


dências gerais do ponto de vista epidemiológico, demográfico, sócio-econômico e cultural;

os serviços de saúde, enquanto instituições de diferentes níveis de complexidade (do posto de saúde
ao hospital especializado), abrangendo o estudo do processo de trabalho em saúde, a formulação e
implementação de políticas de saúde, bem como a avaliação de planos, programas e tecnologias utili-
zada na atenção à saúde;

o saber sobre a saúde, incluindo investigações históricas, sociológicas, antropológicas e epistemológi-


cas sobre a produção de conhecimentos nesse campo e sobre as relações entre o saber "científico" e
as concepções e práticas populares de saúde, influenciadas pelas tradições, crenças e cultura de modo
geral.

História da Saúde Pública No Brasil

O estudo da Saúde Pública no Brasil necessariamente passa por uma série de nomes e instituições
como Oswaldo Cruz, Carlos Chagas, o Instituto Manguinhos ou Vital Brazil, o Instituto Butantã, Adolfo
Lutz e o instituto que leva o seu nome.

Instituições que se mantêm até hoje como ilhas de competência do poder público na construção de um
sistema de saúde de natureza pública e equitativo, no Brasil, o SUS - Sistema Único de Saúde, capaz
de dar conta das ações de saúde tanto no âmbito da atenção primária e da promoção da saúde como
nas ações curativas e necessárias à reabilitação (níveis secundário e terciário da atenção em saúde).

No início, "não havia nada" considerando-se o que poderia ter sido feito. A saúde no Brasil praticamente
inexistiu nos tempos de colônia.

O modelo exploratório nem pensava nessas coisas. O pajé, com suas ervas e cantos, a medicina
dos jesuítas e os boticários, que viajavam pelo Brasil Colônia, eram as únicas formas de assistência à
saúde. Para se ter uma ideia, em 1789, havia no Rio de Janeiro apenas quatro médicos.

Além das enfermarias de cuidados dos jesuítas as únicas instituições que podemos destacar no vazio
assistencial desse período é a criação das Santas Casas de Misericórdia. É controversa a data de
criação da primeira Santa Casa no Brasil, para alguns autores teria sido a do porto de Santos fundada
por Brás Cubas (1507-1592) em 1543 para outros teria sido a da Bahia ou de Olinda. [9]

Entre as descrições das patologias e medicamentos utilizados no Brasil Colônia destaca-se as contri-
buições do médico naturalista Guilherme Piso (1611-1678), que participou, como médico, de uma ex-
pedição nos anos 1637 - 1644 para o Brasil, com patrocínio do conde Maurício de Nassau (1604-1679)
que administrou a conquista holandesa do nordeste do país entre 1637 e 1644.

Observe-se a continuidade da catalogação de espécies de uso medicinal, já iniciada pelos jesuítas e


outros viajantes, comparando o uso das espécies nativas às já conhecidas na farmacopeia europeia.

Com a chegada da família real portuguesa, em 1808, as necessidades da corte forçaram a criação das
duas primeiras escolas de medicina do país: o Colégio Médico-Cirúrgico no Real Hospital Militar da

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Cidade de Salvador e a Escola de Cirurgia do Rio de Janeiro. E foram essas as únicas medidas gover-
namentais até a República.

Foi no primeiro governo de Rodrigues Alves (1902-1906) que houve a primeira medida sanitarista no
país. O Rio de Janeiro não tinha nenhum saneamento básico e, assim, várias doenças graves como
varíola, malária, febre amarela e até a peste bubônica espalhavam-se facilmente. O presidente então
nomeou o médico Oswaldo Cruz para dar um jeito no problema.

Numa ação policialesca, o sanitarista convocou 1.500 pessoas para ações que invadiam as casas,
queimavam roupas e colchões. Sem nenhum tipo de ação educativa, a população foi ficando cada vez
mais indignada. E o auge do conflito foi a instituição de uma vacinação anti-varíola. A população saiu
às ruas e iniciou a Revolta da Vacina. Oswaldo Cruz acabou afastado.

Da "Revolta Da Vacina" Ao Ministério Da Saúde

A revolta da vacina em charge de Leonidas, publicada na revista O Malho, em 29/10/1904.

A forma como foi feita a campanha da vacina revoltou do mais simples ao mais intelectualizado. Veja-
se o que Rui Barbosa disse sobre a imposição à vacina:

"Não tem nome, na categoria dos crimes do poder, a temeridade, a violência, a tirania a que ele se
aventura, expondo-se, voluntariamente, obstinadamente, a me envenenar, com a introdução no meu
sangue de um vírus sobre cuja influência existem os mais bem fundados receios de que seja condutor
da moléstia ou da morte."

Apesar do fim conflituoso, o sanitarista conseguiu resolver parte dos problemas e colher muitas infor-
mações que ajudaram seu sucessor, Carlos Chagas, a estruturar uma campanha rotineira de ação
e educação sanitária.

Pouco foi feito em relação à saúde depois desse período, apenas com a chegada dos imigrantes euro-
peus, que formaram a primeira massa de operários do Brasil, começou-se a discutir, obviamente com
fortes formas de pressão como greves e manifestações, um modelo de assistência médica para a po-
pulação pobre. Assim, em 1923, surge a lei Elói Chaves, criando as Caixas de Aposentadoria e Pensão.
Essas instituições eram mantidas pelas empresas que passaram a oferecer esses serviços aos seus
funcionários.

A União não participava das caixas. A primeira delas foi a dos ferroviários. Elas tinham entre suas
atribuições, além da assistência médica ao funcionário e a família, concessão de preços especiais para
os medicamentos, aposentadorias e pensões para os herdeiros. Detalhe: essas caixas só valiam para
os funcionários urbanos.

Esse modelo começa a mudar a partir da Revolução de 1930, quando Getúlio Vargas tomou o poder.
É criado o Ministério da Educação e Saúde e as caixas são substituídas pelos Institutos de Aposenta-
doria e Pensões (IAPs), que, por causa do modelo sindicalista de Vargas, passam a ser dirigidos por en-
tidades sindicais e não mais por empresas como as antigas caixas.

Suas atribuições são muito semelhantes às das caixas, prevendo assistência médica. O primeiro IAP
foi o dos marítimos. A União continuou se eximindo do financiamento do modelo, que era gerido pela
contribuição sindical, instituída no período getulista.

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Quanto ao ministério, ele tomou medidas sanitaristas como a criação de órgãos de combate a ende-
mias e normativos para ações sanitaristas. Vinculando saúde e educação, o ministério acabou priori-
zando o último item e a saúde continuou com investimentos irrisórios.

Dos anos 40 a 1964, início da ditadura militar no Brasil, uma das discussões sobre saúde pública bra-
sileira se baseou na unificação dos IAPs como forma de tornar o sistema mais abrangente.

É de 1960 a Lei Orgânica da Previdência Social, que unificava os IAPs em um regime único para todos
os trabalhadores regidos pela Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT), o que excluía trabalhadores
rurais, empregados domésticos e funcionários públicos. É a primeira vez que, além da contribuição dos
trabalhadores e das empresas, definia-se efetivamente uma contribuição do Erário Público. Mas tais
medidas foram ficando no papel.

A efetivação dessas propostas só aconteceu em 1967, pelas mãos dos militares, com a unificação de
IAPs e a consequente criação do Instituto Nacional de Previdência Social (INPS). Surgiu então uma
demanda muito maior que a oferta. A solução encontrada pelo governo foi pagar a rede privada pelos
serviços prestados à população.

Mais complexa, a estrutura foi se modificando e acabou por criar o Instituto Nacional de Assistência
Médica da Previdência Social (INAMPS) em 1978, que ajudou nesse trabalho de intermediação dos
repasses para iniciativa privada.

Em 1972, surge a primeira entidade de representação dos sanitaristas brasileiros, a Associação Pau-
lista de Saúde Pública.

Um pouco depois, em 1974, os militares já haviam criado o Fundo de Apoio ao Desenvolvimento So-
cial (FAS), que ajudou a remodelar e ampliar a rede privada de hospitais, por meio de empréstimos
com juros subsidiados.

Toda essa política acabou proporcionando um verdadeiro boom na rede privada. De 1969 a 1984, o
número de leitos privados cresceu cerca de 500%. De 74.543 em 1969 para 348.255 em 1984. Como
pode-se ver, o modelo criado pelo regime militar era pautado pelo pensamento da medicina curativa.
Poucas medidas preventivas e sanitárias foram tomadas. A mais importante foi a criação da Superin-
tendência de Campanhas da Saúde Pública (Sucam).

Durante a transição democrática, finalmente a saúde pública passa a ter uma fiscalização da sociedade.
Em 1981, ainda sob a égide dos militares, é criado o Conselho Consultivo de Administração da Saúde
Previdenciária (CONASP). Com o fim do regime militar, surgem outros órgãos que incluem a participa-
ção da sociedade civil como o Conselho Nacional dos Secretários Estaduais de Saúde (Conass) e o
Conselho Nacional dos Secretários Municipais de Saúde (Conasems).

Se, de um lado, a sociedade civil começou a ser mais ouvida, do outro, o sistema privado de saúde,
que havia se beneficiado da política anterior, teve que arranjar outras alternativas. É nesse período que
se cria e se fortalece o subsistema de atenção médico-suplementar. Em outras palavras, começa a era
dos convênios médicos. Surgem cinco modalidades diferentes de assistência médica suplementar: me-
dicina de grupo, cooperativas médicas, autogestão, seguro-saúde e plano de administração.

A classe média, principal alvo desses grupos, adere rapidamente, respondendo contra as falhas da
saúde pública. O crescimento dos planos é vertiginoso. Em 1989, já contabilizam mais de 31 milhões
de brasileiros, ou 22% da população, faturando US$ 2,4 bilhões.

Ao lado dessas mudanças, os constituintes da transição democrática começaram a criar um novo sis-
tema de saúde, que mudou os parâmetros da saúde pública no Brasil, o SUS.

No Campo, Fora Dos Hospitais

O trabalhador rural ficou por séculos excluído de qualquer auxílio sistemático à saúde. Somente em
1963 foi criado o Fundo de Assistência ao Trabalhador Rural (Funrural), que começa a prever aposen-
tadoria e assistência médica.

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EPIDEMIOLOGIA

Tal negligência é historicamente explicada. Na criação das caixas de assistência, a elite cafeicultora e
canavieira pressionou para que a novidade fosse limitada aos centros urbanos. Além disso, a mobiliza-
ção social no interior sempre sofreu revezes com a falta de articulação.

Com a criação do SUS, eles foram finalmente incluídos como cidadãos no sistema de saúde. Mas,
como você poderá ver na página sobre os problemas regionais do sistema, os trabalhadores rurais
ainda recebem tratamento à margem dos centros urbanos pois um dos grandes desafios do atual sis-
tema (SUS) é a extensão territorial do país que resulta em áreas desassistidas (baixa cobertura) apesar
dos esforços para regionalização e atendimento à populações com características específicas (quilom-
bolas e indígenas). O modelo de atenção dos médicos de pés descalços desenvolvido na popu-
losa China continental é uma importante referência.

Funções do SUS: Saúde Pública

O SUS é reconhecido como Sistema Público de Saúde e, como tal, deve executar ações públicas.
Contudo, diferente da concepção antiga de ações públicas (coletividade e proteção da saúde), o SUS
passou a atuar de forma mais abrangente, focando tanto no interesse coletivo quanto individual.

Hoje, a abrangência da saúde pública pelo SUS atinge promoção, proteção e recuperação da saúde,
atuando em campos como saúde do trabalhador, vigilância sanitária, epidemiologia, saúde da pessoa
portadora de deficiência física, alimentação, nutrição e procedimentos como exames, consultas, cirur-
gias, UTIs, transplantes urgências e etc.

Vale destacar que as funções podem ser executadas diretamente pelo SUS ou através de terceiros,
colaboradores e conveniados.

Esta possibilidade se dá, principalmente, pela impossibilidade do SUS cobrir, diretamente, todas as
necessidades da população, exigindo-se uma “descentralização”. Ainda, o SUS tem como funções re-
gular, fiscalizar e controlar:

Regular:

Embora a Constituição Federal traga as principais orientações de regulação e direitos à saúde, junta-
mente com a lei 8.080 e 8.142, torna-se necessário regular as ações e serviços prestados. Esta atri-
buição é do SUS.

Neste aspecto de regulação teremos o funcionamento dos hospitais públicos e privados, sistema de
ingresso e atendimento do SUS, dados do serviço, consultórios, unidades de atendimento, vacinações,
entre tantas outras regulamentações.

Perceba, a lei traz o direito à saúde e as regulamentações básicas. O Sistema Único de Saúde, por
sua vez, faz toda a regulamentação do funcionamento.

Fiscalização e Controle:

Não basta apenas o SUS regular como deverá funcionar os serviços e políticas, mas também é preciso
fiscalizar e controlar, garantindo que aconteça conforme o determinado.

Esta fiscalização e controle é exercida tanto nos órgãos públicos quanto privados, conveniados e ter-
ceirizados. O objetivo é manter uma política de saúde igualitária e que preze pela qualidade na saúde
da sociedade.

Diretrizes Da Saúde Pública: SUS

As diretrizes e princípios do SUS serão os norteadores de toda a conduta e determinações ocorridas


pelo sistema, estando previstas na Constituição Federal e Lei 8.080, são elas:

Universalidade e Igualdade:

O direito de saúde, bem-estar e felicidade é de todos, não se podendo fazer distinção.

No tocante à saúde pública, pode-se entender como a possibilidade de acesso ao Sistema Único de
Saúde a todos, sem quaisquer distinções.

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EPIDEMIOLOGIA

Equidade:

O princípio da Equidade visa tratar diferente os diferentes, ou seja, é dar “prioridade” em virtude exclu-
siva de necessidade de saúde.

Não se pode invocar o princípio da equidade por fins como: cor, riqueza, pobreza e etc. Pode-se dizer
que equidade é tratar diferentemente os diferentes (em virtude de necessidade por doença).

Integralidade:

Este princípio prevê que a Saúde Pública deve trabalhar os três pilares/enfoques principais: promoção,
proteção e recuperação da saúde.

Aqui se pode ver tanto as campanhas infor mativas e de prevenção quanto o tratamento da doença em
si (recuperação da saúde).

Intersetorialidade:

Trata-se de não levar em consideração apenas o caráter de recuperação da doença, mas todas as
práticas que podem vir a diminuir a incidência da doença.

Direito a Informação:

É direito das pessoas obter todas as informações sobre seu estado de saúde ao ser assistida pelo SUS.

Autonomia Das Pessoas:

É o direito que as pessoas têm de tomar a sua própria decisão frente à saúde, salvo raríssimas exce-
ções impostas por lei.

Resolutividade:

Dispõem o princípio que o SUS deve ter a capacidade de resolver os problemas de saúde.
Embora não se tenha como tratar esta diretriz como absoluta, é dever da Saúde Pública buscar ao
máximo os mecanismos para resolver os problemas de saúde.

Epidemologia:

A Saúde Pública deve ter a epidemiologia como base do seu sistema, ou seja, estudar as doenças e
as principais causadoras de mortes na sociedade, para assim tratar de políticas preventivas e formas
de tratamento.

Descentralização:

Este princípio prevê que a gestão/administração do SUS não compete exclusivamente a União, esta
apenas deve tratar dos assuntos que os Estados e Municípios não possuem “competência” para exe-
cutar.
Vale destacar também que o princípio da descentralização pode ser visto na possibilidade de terceirizar
através de convênios ou colaboradores.

Direção Única:

O SUS é de competência das 3 esferas do Governo (União, Estado e Município), sendo direção única
porque, nos Municípios compete ao Prefeito e secretário municipal, Estado ao Governador e secretário
de saúde, União ao Presidente e Ministro da Saúde.

Regionalização:

Prevê que as ações de saúde pública ocorrerão de forma regionalizada, até mesmo por ser impossível
que mais de 5.500 Municípios sejam autossuficientes em quesito saúde pública.

Hierarquização:

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Aqui a hierarquização se dá em nível de qualificação e não gestão. Inicia com agentes comunitários de
saúde e unidades básicas de tratamento > especialistas, exames complexos e internações em clínicas
básicas > Hospitais e profissionais especializados > hospitais e profissionais superespecializados em
uma única área.

Saneamento Ambiental

O saneamento ambiental é um dos elementos primordiais para a promoção da qualidade de vida da


população.

O saneamento ambiental é o conjunto de ações que visam à melhoria da qualidade de vida das popu-
lações através do controle do meio físico para evitar doenças e propiciar uma maior higiene social. Ele
se estabelece a partir de ações como o fornecimento de água potável de qualidade, coleta de lixo,
tratamento de esgoto, limpeza das vias públicas, contenção de enchentes, entre outros. A relevância
encontra-se na preservação tanto do meio de vida dos habitantes quanto do meio ambiente.

Portanto, para uma melhor qualificação das condições de vida e de desenvolvimento humano de um
país, é necessário que toda a população seja contemplada com as medidas acima apresentadas, o que
não ocorre ainda no Brasil.

Segundo o IBGE, cerca de 98% da população possui água potável e 79% não dispõe de acesso à rede
sanitária, conforme dados de 2010. Outro dado de 2012, também do IBGE, afirma que 29,7% dos
domicílios no Brasil não possuem acesso simultâneo à água, esgoto, coleta de lixo e eletricidade.

A ausência de saneamento básico e ambiental diminui a qualidade de vida

O correto tratamento de água, assim como a instalação de redes de esgoto, coletas de lixo, entre outras
ações de melhoria das condições sociais de higiene pública, é uma questão de saúde. Isso porque
existe uma grande quantidade de doenças provenientes de contato de pessoas com esgotos a céu
aberto, da ingestão de água com impurezas, além do contágio envolvendo insetos contaminados. Den-
tre essas enfermidades, podemos citar: a hepatite A, a febre amarela, a dengue, a febre tifoide, a cólera,
a malária e muitas outras.

Atualmente, tanto no Brasil quanto em várias partes do mundo – notadamente os países subdesenvol-
vidos, a maior parte dos esgotos é despejada em rios, lagos e mares, não recebendo qualquer tipo de
tratamento e propiciando a queda da qualidade de vida da população a curto e longo prazo, com a
contaminação das águas e dos solos.

Portanto, um dos objetivos do saneamento ambiental é promover a sustentabilidade nos sistemas de


coleta e transporte de dejetos e lixos de toda ordem e tipo.

Conforme aponta o Ministério do Meio Ambiente, o sistema de saneamento envolve diferentes estrutu-
ras de acordo com o tipo de elemento a ser trabalhado.

O fornecimento de água é composto por estações de tratamento, sistemas de abastecimento e siste-


mas de captação. A coleta de esgoto é constituída por interceptores, rede coletora, estação elevatória
e estações de tratamento de esgoto (ETEs).

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EPIDEMIOLOGIA

Já os resíduos industriais possuem diferentes vias de tratamento e destinação, havendo atenção es-
pecial para certos tipos, tais como os agrotóxicos, embalagens de produtos químicos, restos de produ-
tos hospitalares, entre outros.

Um dos problemas para a não contemplação de toda a população com saneamento ambiental ade-
quado é, em muitos casos, a ausência de recursos imediatos dos governos para conseguir estruturar
uma rede de qualidade. Isso acontece porque o crescimento das cidades, sobretudo nos países de-
senvolvidos, vem ocorrendo de forma muito acelerada e desordenada nos últimos anos, o que faz com
que as administrações públicas não consigam acompanhar o ritmo de crescimento com ações de in-
fraestrutura, estas geralmente destinadas para os setores mais nobres e especulados das cidades.

Impactos Ambientais e Poluição Ambiental

A resolução do Conselho Nacional do Meio Ambiente - CONAMA n° 1, de 1986, em seu Artigo 1º,
considera impacto ambiental como sendo:

Qualquer alteração das propriedades físicas, químicas e biológicas do meio ambiente, causada por
qualquer forma de matéria ou energia resultante das atividades humanas que, direta ou indiretamente,
afetam:

I. A saúde, a segurança e o bem-estar da população;


II. As atividades sociais e econômicas;
III. A biota;
IV. As condições estéticas e sanitárias do meio ambiente;
V. A qualidade dos recursos ambientais.

Todo impacto ambiental tem uma ou mais causas e constitui-se no resultado das ações humanas sobre
os aspectos ambientais.

A causa do impacto ambiental, muitas vezes, tem relação direta e indireta com a poluição ambiental. A
definição de poluição ambiental é muito semelhante à definição de impacto ambiental, no entanto, um
impacto ambiental pode ser negativo ou positivo, ou seja, ele pode tanto trazer prejuízos como benefí-
cios.

Podemos dizer também que um impacto ambiental é significativo quando este é importante em relação
a outros impactos, que poderiam ser julgados mais como efeitos, ou seja, como simples consequências
de uma modificação induzida pelo homem, sem um valor econômico.

A lei nº 6.938, de 1981, que trata da Política Nacional de Meio Ambiente, traz duas definições funda-
mentais: degradação da qualidade ambiental e poluição; são elas:

II - degradação da qualidade ambiental, a alteração adversa das características do meio ambiente;


III - poluição, a degradação da qualidade ambiental resultante de atividades que direta ou indireta-
mente:

a) prejudiquem a saúde, a segurança e o bem-estar da população;


b) criem condições adversas às atividades sociais e econômicas;
c) afetem desfavoravelmente a biota;
d) afetem as condições estéticas ou sanitárias do meio ambiente;
e) lancem matérias ou energia em desacordo com os padrões ambientais estabelecidos.

É muito importante interpretar o item e da definição acima: a poluição pode ser causada por empreen-
dimentos que disponham no meio ambiente efluentes, emissões, resíduos ou energia acima dos pa-
drões ambientais, isto é, valores limites estabelecidos.

O estabelecimento de padrões ambientais está relacionado ao conceito de capacidade de suporte do


meio, que, como vimos anteriormente, é o nível de utilização dos recursos naturais que um sistema
ambiental ou um ecossistema pode suportar, garantindo-se a conservação de tais recursos.

Assim, o estabelecimento de padrões ambientais visa manter a exploração dos recursos naturais dentro
da capacidade de suporte do meio, impedindo a degradação ambiental, e consequentemente elimi-
nando a necessidade futura de recuperação de áreas degradadas.

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É preciso lembrar sempre que é a maneira de gerenciar a utilização dos recursos naturais que deter-
mina os impactos ambientais das ações antrópicas que serão gerados sobre o meio ambiente.

Juntamente com o aumento exponencial da população mundial e o seu processo de urbanização, o


avanço do consumo de energia e a intensificação do processo de industrialização têm colaborado in-
tensamente com a geração de poluição e impactos ambientais por meio das emissões de poluentes e
resíduos gerados pela utilização de diferentes recursos naturais.

Em geral, empresas do ramo industrial possuem os mais altos impactos ambientais justamente porque
os seus processos produtivos geram inúmeros poluentes, o que explica também porque as indústrias
oferecem mais riscos ocupacionais para aos seus trabalhadores e para o meio ambiente. A grande
conclusão é que a geração de impactos ambientais está relacionada aos aspectos ambientais das ati-
vidades humanas.

Resíduos sólidos constituem aquilo que genericamente se chama lixo: materiais sólidos considerados
sem utilidade, supérfluos ou perigosos, gerados pela atividade humana, e que devem ser descartados
ou eliminados.

A geração de algum resíduo sólido que não fossem excretas corporais e restos de alimentos foi uma
novidade que surgiu na nossa espécie com a sua sedentarização, quando ela começou a praticar
a agricultura e elaborar o seu sistema de comunicação simbólica sob a forma de linguagem, ao mesmo
tempo em que criava ferramentas para aumentar o poder e espectro de força de seu corpo, algo que
nunca existira antes na vida do planeta nesse grau de complexidade.

Surgiram, então, necessidades que não existiam antes, necessidades decorrentes do modo de agru-
pamento dos seres humanos, com relações cada vez mais complexas. Demandas de moradia, de lim-
peza, de indumentária, de proteção e de recursos.

A cada inovação, surgia algum tipo de resíduo sólido que nunca tinha sido gerado antes, e isso foi se
tornando cada vez mais intenso, se distanciando cada vez mais de todas as outras espécies animais,
que, normalmente, apenas geram resíduos orgânicosputrescíveis.

O ponto crítico veio com a revolução industrial, que, iniciada no século XVIII na Inglaterra e espalhada
para o mundo todo, deu a partida para que a curva de crescimento populacional tomasse a forma ex-
ponencial, assim como a geração de resíduos. A manufatura perdeu o sentido de "trabalho com as
mãos". O que antes era feito com mãos utilizando ferramentas passou a ser feito com máquinas, e em
massa, sem se aplicar o conceito de durabilidade máxima aos produtos.

Contudo, até nesse ponto, o pensamento humano em relação a durabilidade e obsolescência não havia
chegado ao ponto que se encontra hoje. No Século XX, com o desenvolvimento da capacidade de uso
não energético do petróleo, surgiram os polímeros sintéticos, que inauguraram uma nova classe de
resíduos sólidos e, mais do que isso, inauguraram uma mudança cultural profunda, que aceita a des-
cartabilidade e não reparabilidade dos objetos, aumentando ainda mais a geração de resíduos sóli-
dos per capita.

Na língua portuguesa, o conceito de resíduo sólido está vinculado ao termo popular de "lixo", algo que
não serve mais e que tem de ser descartado. Na norma culta, esse conceito de "não servir mais" tem
o nome de "rejeito". Contudo, linguisticamente, denominar algo de "rejeito" ou "lixo" expressa que o
indivíduo apenas não encontrou mais nenhum uso para este, e que ainda podem existir muitos outros
usos para o mesmo.

O geocientista e químico James Lovelockdisserta em seus livros sobre a Hipótese de Gaia, em que o
resíduo de um ser vivo é o alimento de outro e quando o resíduo de algum ser vivo não encontra um
consumidor que consiga consumi-lo totalmente, os ciclos de retroalimentação da vida na Terra realizam
mudanças nos padrões da vida.

Em processos naturais, não há lixo. As substâncias produzidas pelos seres vivos e que são inúteis ou
prejudiciais para o organismo, tais como as fezes e urinados animais, assim como os restos de orga-
nismos mortos, são, em condições naturais, reciclados pelos decompositores, que, por sua vez, excre-
tam substâncias minerais que são o substrato dos vegetais. Até o oxigénio produzido pela fotossíntese,
é um resíduo para a planta ou alga enquanto é útil para os organismos aeróbios.

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No Brasil, foi cunhado, por lei, o conceito de rejeito, que se aplica à ideia coloquial de lixo, ou seja,
aquilo que não tem mais nenhuma utilidade possível ou, nos termos da lei, "os resíduos sólidos que
depois de esgotadas todas as possibilidades de tratamento e recuperação por processos tecnológicos
disponíveis e economicamente viáveis, não apresentem outra possibilidade que não a disposição final
ambientalmente adequada, que seria a disposição em aterros sanitários."

A drenagem urbana é o conjunto de medidas que tenham como objetivo minimizar os riscos que a
população está sujeita, diminuir os prejuízos causados por inundações e possibilitar o desenvolvimento
urbano de forma harmônica, articulada e sustentável. Ou seja, a drenagem nada mais é do que o ge-
renciamento da água da chuva que escoa no meio urbano.

O aumento da população, principalmente em pólos regionais de crescimento e a expansão irregular da


periferia tem produzido impactos significativos na infra-estrutura de recursos hídricos.

E um dos principais impactos que tem ocorrido na drenagem urbana é a forma de aumento da freqüên-
cia e magnitude das inundações e consequentemente a degradação ambiental.

A visão antiga da drenagem urbana tinha como princípios: remover as águas pluviais para jusante
executar projetos e obras, como medida estrutural para resolver os problemas e a base de analise era
somente econômica. Já a visão moderna busca a compreensão integrada do meio ambiente: social,
legal, institucional e tecnológica, visando resolver os problemas gerenciais através de componentes
políticos.

Os principais efeitos da urbanização sobre a vazão máxima são:

Pico da vazão da água em uma bacia impermeabilizada é 6 vezes maior;


A cobertura vegetal da área urbana influencia diretamente na vazão, a partir da chuva;
As precipitações críticas são mais intensas e freqüentes;
No início da chuva é que ocorre o maior pico de poluição.

As áreas urbanas vêm sendo cada vez mais impermeabilizadas, gramados e áreas verdes são substi-
tuídos por calçadas e pavimentos, as áreas de telhados são expandidos, fazendo com que o volume
de água escoado nas ruas aumente de forma significativa.

E segundo dados da CORSAN o consumo de água por pessoa/dia é de 200 litros e o despejo de esgoto
é de 160 litros, o que agrava ainda mais a situação.

Dentre os principais impactos das inundações sobre a população estão: os prejuízos de perdas mate-
riais e humanos, a interrupção da atividade econômica das áreas inundadas, a contaminação por do-
enças de veiculação hídrica como leptospirose, cólera, entre outros e a contaminação da água pela
inundação de depósito de materiais tóxicos, estações de tratamento, entre outros.

Com o aumento da urbanização, o despejo de esgotos, o uso de produtos químicos pela agricultura,
industria e no ambiente em geral, os recursos hídricos retornam a sua origem (rio) totalmente contami-
nados (ver figura abaixo).

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As conseqüências da falta de visão ambiental é deterioração dos mananciais e a redução da quantidade


de água de qualidade para população.

Os fundamentos da drenagem urbana moderna estão basicamente em não transferir os impactos à


jusante, evitando a ampliação das cheias naturais, recuperar os corpos hídricos, buscando o reequilibro
dos ciclos naturais (hidrólogos, biológicos e ecológicos) e considerar a bacia hidrográfica como unidade
espacial de ação.

Para gerenciamento adequado da drenagem urbana são indispensáveis o conhecimento da área, o


seu monitoramento, o planejamento da ações visando minimização dos impactos e principalmente da
participação e motivação da população envolvida.

Os meios de transporte público são aqueles gerenciados por empresas públicas ou privadas e portanto
não pertencem aos usuários. O governo pode realizar o gerenciamento desse meio de transporte ou
dar concessão para que outras empresas cuidem do serviço, a fim de que o cidadão possa usufruir
dele.

Os meios de transporte público podem ser classificados em individuais (táxi e bicicletas alugadas) ou
coletivos (ônibus municipal, intermunicipal, metrô, trem, etc.).

O transporte público coletivo não é uma mercadoria, onde se pode determinar um valor qualquer, mas
ele deve ter um valor que respeite a população, pois se trata de um direito dos cidadãos que deve ser
sempre cobrado pela sociedade, a fim de que o Estado realize melhorias.

O Código de Trânsito Brasileiro (CTB) afirma que um trânsito seguro é um direito da população e é
responsabilidade dos órgãos e entidades do Sistema Nacional de Trânsito promover e implantar medi-
das para garantia desse direito.

Por que Utilizar Transporte Coletivo e Outras Alternativas?

Para solucionar o problema dos engarrafamentos, algumas ações simples podem ser adotadas:

Investimento no transporte público por parte do governo. Transporte coletivo de qualidade e barato
pode minimizar os transtornos dos congestionamentos, pois muitos cogitam a possibilidade de trocar o
carro próprio pelos ônibus e metrôs;

Promover transporte de carona, vizinhos que trabalham ou estudam em lugares próximos podem ir no
mesmo carro, o que diminui a quantidade de veículos circulando;

Implantar rodízio de placas;

Optar pelos transportes alternativos, como bicicletas quando possível;

Vantagens do Transporte Coletivo

Pode ser uma alternativa para desafogar o trânsito das grandes cidades;

Constitui uma forma sustentável de substituir o automóvel;

Reduz a probabilidade de acidentes de trânsito;

É um meio de transporte mais econômico que o privado;

Menor ocupação do espaço urbano;

Facilita a mobilidade do trânsito dentro das cidades;

Seu uso disseminado pode contribuir para a conservação das cidades.

Desvantagens do Transporte Coletivo

Superlotação a que está sujeito, principalmente nos horários de pico;

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Tempo gasto nos pontos e estações;

Falta de segurança nos pontos de espera;

Inflexibilidade da rota e dos horários;

Tempo gasto com caminhadas até os pontos ou estações;

Os ruídos produzidos por ônibus e metrôs podem fazer mal à saúde (poluição sonora);

Impossibilidade de transportar cargas.

O Transporte Coletivo no Brasil

O Brasil enfrenta um problema de norte a sul: o transporte público ineficiente. Há vários motivos para
que esse setor tenha chegado ao caos, tais como:

A falta de investimentos por parte dos governos;

Os transportes clandestinos nas grandes cidades;

O sucateamento dos veículos;

O número insuficiente de alternativas para atender a crescente população;

Prioridade dada à implantação do sistema de transporte privado (facilidades para comprar o carro,
alargamento das vias, etc.).

A porcentagem de pessoas que vivem nas cidades hoje, no Brasil, é de aproximadamente 90%. Isso
significa grande fluxo de passageiros dentro das áreas urbanas. Nas regiões mais desenvolvidas, sul
e sudeste, os automóveis tornaram-se uma opção mais agradável por causa dos inúmeros problemas
dos coletivos. Com o aumento dos carros, o trânsito se tornou mais lento, o que é um outro problema
grave.

O transporte rodoviário é o predominante no Brasil e com o transporte público não é diferente. Em


muitas cidades, os metrôs atendem a uma parcela muito pequena, não existem vagões suficientes e
as linhas não chegam a todas as partes.

A inovação seria uma boa solução, implantar novos transportes como os VLTs (veículo leve sobre
trilhos) e VLPs (veículo leve sobre pneus). Tudo para que os ônibus não sejam a principal opção, já
que não podem atender sozinhos a grande demanda.

Funcionamento do Sistema de Transporte Coletivo

É de responsabilidade do poder público realizar a construção de vias, terminais, organização das linhas
e horários de ônibus, implantar os pontos de parada, regular as tarifas e fiscalizar as empresas respon-
sáveis pela operação do sistema.

Já as empresas de ônibus são responsáveis por conservar os carros, respeitar as leis de segurança,
realizar a contratação e capacitação dos funcionários, cumprir as ordens da prefeitura e atender os
passageiros com qualidade.

Os passageiros também têm o seu papel, pois devem respeitar uns aos outros, cuidar do estado do
transporte, pagar o valor cobrado pela tarifa e denunciar atos de vandalismo.

Problemas no Transporte Coletivo

O maior empecilho para se locomover nos grandes centros urbanos é o congestionamento. Eles podem
ser causados pela quantidade exorbitante de automóveis que circula nas cidades todos os dias. Eles
causam quilômetros de trânsito lento ou parado, principalmente nos horários de rush.

Acidentes, problemas técnicos e forças naturais (chuvas, tempestades, nevascas) também podem pi-
orar o tráfego, diminuindo o fluxo de carros e aumentando o tempo que milhares de motoristas ficam

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no trânsito. A velocidade baixa dos carros pode causar superaquecimento dos motores e diminuir o
tempo útil deles.

A produtividade dos trabalhadores tende a diminuir, se eles ficam mais tempo para ir e voltar do traba-
lho, o nível de estresse e de atrasos é muito grande, o que prejudica muito a economia do país.

Greves de Ônibus

As greves de ônibus atingem todo o país e geralmente são causadas pelas revindicações feitas pelos
motoristas das empresas em busca de melhores condições de trabalho, salários e outros benefícios.
De outro lado, quando ocorrem as paralisações, a população fica refém delas, pois muitos não conse-
guem trabalhar utilizando o transporte coletivo. Muitos ônibus irregulares cobram valores altos para
transportar os passageiros e há um aumento do número de carros e de pessoas no metrô.

Mobilidade Urbana

A mobilidade urbana possui um conceito amplo e é um dos grandes desafios para o planejamento das
cidades atuais. Através dela, são formuladas políticas de transporte e circulação que tem o objetivo de
oferecer à população e ao transporte de carga um acesso de qualidade aos diversos espaços urbanos.
Isso é feito através da prioridade que pode ser dada ao transporte coletivo e não motorizados (são
meios de transporte que utilizam tração animal ou esforço humano para seu funcionamento).

A Política Nacional de Mobilidade Urbana (PNMU), lei 12.587/12, tem o papel de dar um incentivo ao
transporte coletivo público nas cidades, desestimulando o uso do automóvel individual e melhorando a
acessibilidade e mobilidade de pessoas e cargas no Brasil, além de trazer um desenvolvimento sus-
tentável para as cidades.

Para a aprovação da PNMU foi realizada uma longa discussão no Congresso, iniciada em 1995, através
do projeto de lei PL 1.687/07. Através do plano cada cidade com mais de 20 mil habitantes teria o prazo
de três anos para apresentar um plano de mobilidade urbana, caso contrário, a cidade não receberia
recursos federais destinados a essa área.

Em 2014, ano da Copa do Mundo, o Brasil teve que se preparar para receber turistas de várias partes
do mundo e por isso foi necessária uma reformulação no sistema de transporte público. Assim, as 12
cidades-sedes assinaram em 2010 um compromisso garantindo a conclusão de diversas obras relaci-
onadas a mobilidade, principalmente, sobre transporte público.

Inclusive, algumas cidades como Rio de Janeiro, fizeram a implantação do Transporte Rápido de Ôni-
bus (BRT), que faz a integração com várias regiões de uma cidade para tornar o trânsito para os turistas
e a população acessível durante os jogos.

Além disso, houve a implantação dos corredores de ônibus, novas estações, dentre outras obras pre-
vistas para conclusão após 2015.

Tipos de Veículos de Transporte Coletivo

Ônibus Municipais, Intermunicipais e Interestaduais

Os ônibus são os tipos de transportes coletivos mais utilizados pela população. No Brasil, existem os
municipais que tem um itinerário específico, circulando por determinados bairros e regiões de uma
cidade.

Geralmente, quem administra esse transporte são empresas privadas, supervisionadas por órgãos do
governo (SPTrans, DFTrans, etc.) que são autarquias ligadas a Secretaria de Transportes. Os intermu-
nicipais circulam para o interior de cidades. Já os Interestaduais levam os passageiros a diferentes
estados.

Bus Rapid Transit (BRT)

Traduzido para o português como Transporte Rápido por Ônibus é um sistema de transporte coletivo
com ônibus confortável que possibilita uma rápida mobilidade urbana para os passageiros através de
uma faixa exclusiva para o transporte.

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EPIDEMIOLOGIA

O sistema surgiu em 1974, criado por Jaime Lerner, um arquiteto e ex-prefeito de Curitiba, junto com
ele outros projetos sociais surgiram como espaços verdes e áreas para pedestres.

Metrô

O metrô é um meio de transporte público coletivo que pode transportar uma grande quantidade de
usuários de forma rápida. É um serviço importante e sua manutenção/serviços devem ser realizados
com prioridade. Para seu uso, existem regras que devem ser seguidas por seus usuários tais como:

evitar entrar e sair do trem depois da campainha;

não atravessar a faixa amarela, que garante a segurança dos passageiros;

ficar longe das portas para facilitar o desembarque, embarque, além de evitar acidentes;

ter respeito pelo uso prioritário do primeiro vagão;

não descer para a via eletrificada onde passa o trem, dentre outras orientações.

Algumas cidades que utilizam metrô no Brasil estão Brasília, Belo Horizonte, Fortaleza, Salvador, São
Paulo e Rio de Janeiro.

Trem

O trem é um dos meios de transporte importantes em regiões metropolitanas, devido a sua capacidade
de transportar uma quantidade grande de passageiros, em curto período de tempo. Geralmente, as
regras de uso são as mesmas para ingressar no metrô.

Taxi

O táxi é um tipo de transporte público de uso individual, em que os motoristas cobram uma tarifa de
acordo com o taxímetro que calcula o valor conforme a distância e tempo gasto em um trajeto.

Bicicletas Públicas

Além de coletivo, também é um meio de transporte alternativo. Através do sistema de bicicletas aluga-
das, os usuários podem ter mais conforto sem precisar levar a bicicleta para todos os lugares. O usuário
paga um valor e a utiliza em um tempo específico de acordo com o serviço.

Veículo Leve Sobre Trilhos (VLT)

É um transporte que funciona sobre trilhos e tem as mesmas características dos antigos bondes, só
que mais tecnológicos, confortáveis e econômicos.

Outros Tipos de Transporte Coletivo

Teleférico: é um meio de transporte alternativo e aéreo sustentado por cabos. Conhecido como bondi-
nho, é muito popular no Rio de Janeiro, local onde foi projetado pelo engenheiro Augusto Ferreira Ra-
mos que queria abrir caminho aéreo para o alto do Pão de Açúcar.

Aeromóvel: é um tipo de transporte alternativo utilizado para resolver parte dos problemas de mobili-
dade urbana. Esse veículo é um produto nacional, inspirado nos modelos de aviões e foi projetado nos
anos 60. Dois deles possuem capacidade para carregar 150 e 300 passageiros. O primeiro aeromóvel
no Brasil foi implantado na cidade de Porto Alegre, no Rio Grande do Sul.

Monotrilho: é um meio de transporte ferroviário que pode ser utilizado para resolver problemas de mo-
bilidade urbana. Ele é um trem que utiliza um único trilho para a sua movimentação. O primeiro sistema
de monotrilho no Brasil foi implantado na cidade de Poços de Caldas, em Minas Gerais, mas houve
uma pane elétrica em sua inauguração e foi desativado.

Balsa e Catamarã: são meios de transporte aquaviários utilizados em cidades com acesso ao mar para
outras partes do Brasil.

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EPIDEMIOLOGIA

A Empresa para a Segurança Pública (ESU), é uma empresa pública controlada pela prefeitura de Me-
dellín, capital do departamento de Antioquia, na Colômbia. A ESU é responsável por prestar serviços
de apoio à política de segurança pública, sobretudo serviços de inteligência e integração de tecnologias
aos sistemas de monitoramento e vigilância de orgãos públicos.

Em 1982 o Conselho Legislativo Municipal de Medellín aprovou a criação do Fundo Metropolitano de


Segurança (METROSEGURIDAD), organização pública com personalidade jurídica própria, autonomia
administrativa e patrimônio independente. Entre os objetivos do novo Fundo, estava:

"A geração de bens e servoços necessários para a construção, compra, manutenção, operação e re-
novação de imóveis, equipes e outros elementos próprios do serviço público de segurança, destinando-
se a auxiliar o desenvolvimento de planos e programas desenhados pelos organismos oficiais de se-
gurança pública, garantindo a segurança integral da cidadania.

Em 2002 o Fundo é transformado em uma empresa pública municipal, cujo objetivo torna-se: "Obter
recursos com entidades públicas e privadas, nacionais e internacionais, para destina-los à programas
de apoio logístico e institucional dos organismos de segurança pública, às forças armadas e à política,
aplicando-os em projetos de desenvolvimento dos planos desenhados por tais organismos no município
de Medellín, promovendo a prestação eficiente e oportuna de serviços para garantir a segurança inte-
gral da cidadania.

Em 2010 o nome do Fundo foi alterado para Empresa para a Segurança Urbana, ESU.

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