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• Por vezes, pais de uma criança que foi operada ao coração, por exemplo,
ganham medo de colocar a criança em perigo e restringem-lhe as atividades e
estilos de vida apesar de a mesma ter recebido alta médica do doutor (não têm
a “alta familiar”).
A Pessoa:
A pessoa é um sistema riquíssimo onde coabitam aspetos psicológicos, aspetos
fisiológicos, aspetos históricos e geográficos, vivendo no tempo atual e no seu
contexto cultural. Ainda assim, somos um ser em permanente construção.
• SELF – Conjunto das nossas ideias, valores, expectativas, aquilo que pensamos
sobre o mundo e sobre nós que caracterizam o EU.
Compreende e interpreta as
Quanto mais perto da realidade for a ideia que temos experiências de vida.
de nós próprios mais forte será o nosso "eu".
Teoria do self:
Carl Rogers: Aquilo que é a força motriz (motivação básica) do Homem é a tendência
para a auto-atualização (para o desenvolvimento majorante das suas capacidades) a
qual representa a “tendência intrínseca do Organismo para desenvolver todas as suas
capacidades de modo a fortalecer a pessoa”.
• HIPÓCRATES – pai medicina que defendia que o homem tinha corpo e mente
inseparáveis;
• MODELO CARTIANO – corpo e mente separados e o corpo como um objeto
• MODELO BIOMÉDICO;
3. Modelo Biomédico:
O modelo biomédico define a doença como “derivando de lesão corporal e é medível
e observável de forma objetiva e comprovada”.
Este modelo fez muito sentido no início do sec. XX e, apesar de tudo, foi importante.
Especialização médica
Diminuição da mortalidade
Centralização dos cuidados de saúde
Desenvolvimento da bacteriologia e cirúrgicos
Centração nos biológicas.
Centração do dualismo físico.
Afastamente entre o médico e o doente.
Hierarquização dos serviços de saúde.
Este modelo desenvolvido no princípio do séc. XX, cai 40/50 anos depois, uma vez que
começa a ser questionado pelos profissionais e que houve evidência contra este
modelo e a sua atitude.
Segundo vê como
um todo.
Relação entre corpo e mente – orientação hipocrática em que o homem é um todo,
um ser biológico, psicológico e social, em permanente construção – ou seja, não dá
para tratar uma mão sem ter atenção à pessoa;
Relação profissional de saúde/doente – foco no doente (no que ele sabe, na sua
adesão, no que ele pretende) que é especialista nele próprio, partilha do poder
epistemológico, doente é um ser ativo e potencialmente responsável e capaz de
participar na tomada de decisões, ou seja, responsabilização do utente que fará
parte do plano de tratamento;
Ações de saúde – realce dos cuidados primários e terciários (uma vez instalada a
doença), importância da prevenção, determinantes psicossociais da doença,
intervenções em equipa, importância da qualidade de vida;
SAÚDE E DOENÇA: o modelo biopsicossocial diz que saúde e a doença são “dois
estados definidos de uma forma mais ou menos arbitrária e determinados
simultaneamente por fatores biológicos, psicológicos e sociais”.
Saúde e doença • “A pessoa não pode ser reduzida à dimensão biológica (...) não podem ser
Depende de fatores:
- Biológicos
compreendidas segundo as leis aplicáveis à matéria inanimada (...) o
- Psicológicos património genético e o meio atuam simultaneamente nas evoluções do
- Sociais
individuo.” Dubos-1990
Património genético
e ambiente Nos anos 50 (1948) a OMS vem definir a saúde como “estado perfeito de bem-estar
físico, psicológico e social e não apenas a mera ausência de doença”, o que foi muito
importante para a saúde deixar de ser apenas a ausência da doença física, contudo
com esta definição veio a questionar o que é ser saudável.
Atuam na evolução
do indivíduo
• A saúde manifesta-se ao nível do bem-estar e da funcionalidade;
• As três dimensões de saúde estão integradas e são interdependentes;
• A saúde define-se em bem-estar resultante de uma autoavaliação individual –
eu estar saudável também depende da nossa definição
• A saúde define-se pela positiva e implica o aumento de qualidade de vida
Não é, no entanto, um equilíbrio estático mas sim um equilíbrio enquadrado num processo
DINÂMICO numa construção dialética.
NECESSIDADES FISIOLÓGICAS
- Hipervalentes; menos dependentes da vontade
- Básicas; Instrumentais; Partilhadas por um maior número de indivíduos
- Para a sua satisfação a pessoa pode ter comportamentos que que não são “normais”
nela (e.g. Agressividade)
NECESSIDE DE SEGURANÇA
• Previsibilidade de manutenção do meu “eu” físico
• Ainda muito instrumental e hedonista mas já com alguma aproximação a aspetos
psicológicos
Não satisfação: A pessoa pode tornar-se muito dependente de quem lhe prometer a segurança
de que ela necessita; Pensamento mágico (necessidade afirmação da sua segurança)
NECESSIDE DE ESTIMA
- Necessidade de ordem emocional/afectiva/social “Amar e ser amando”
*para realizar estas necessidades pode ,,,,,,,
- Dependência emocional
- Alterações de si para poder pertencer ao grupo; dependência afetiva; perda de auto-
estima)
- Não satisfação: Instabilidade emocional
Agressividade latente; passividade// autoritarismo)
NECESSIDADE DE RECONHECIMENTO
- Institucional “ser reconhecido/admirado
- Não satisfação – frustração; afastamento; estagnação; depressão; angústia
- Situações em que a pessoa perde o sue estatuto; a sua identidade; as suas tarefas de
desenvolvimento (e.g. a produção)
• São necessidades relacionadas com o reconhecimento social e auto-atribuição de
competência.
• Quando não satisfeitas o indivíduo sente-se inferior, fraco e desprezível.
• Estes sentimentos podem acarretar perturbações emocionais e tentativas radicais de
proteger a sua auto-imagem.
AUTO-REALIZAÇÃO
- Autonomia
- Descentração de si e centração em valores mais universais
- Procura de realização de objectivos que transcendam o seu eu
- Maior equilíbrio
-Maior facilidade na satisfação de necessidades básicas
Universalidade
– Como processo estrutural a sequência não depende de factores sociais sendo
partilhada universalmente
Sequência tende para a progressão em termos de
complexidade e de desenvolvimento pessoal.
Majorância
– A sequência tende para a progressão em termos de complexidade e de desenvolvimento
pessoal (afastamento de necessidades mais fisiológicas). Quando as necessidades de
determinado nível atingirem um estado razoável de satisfação as necessidades de níveis mais
elevados tornam-se dominantes (hipervalentes).
Coexistência
– é possível a coexistência de mais do que um nível de necessidades. Quando isto
acontece as necessidades de nível mais baixo tendem a ser dominantes.
Reversibilidade
– é possível a regressão a níveis mais baixos na hierarquia (esta regressão depende das
circunstâncias e do funcionamento individual).
Este equilíbrio tende para o físico (fisiológico) e psicológico – Tentamos sozinhos ver
se conseguimos equilibrar-nos novamente quando o nosso equilíbrio está abalado,
procuramos resolver.
EXEMPLO: maioria das “facadas”que são dadas, são dadas no meu self. Tento
restabelecer o equilíbrio a chorar, a tentar pensar como resolver, entre outros.
Fim de relação -> Perda de um ente querido -> Ferida no self: dá à pessoa uma
consciência de que não merece ser amada, não é suficiente para ninguém.
Por vezes, temos desequilíbrios que nos deixam feridas, traumas, entre outros, que
magoam o nosso self, sendo estes um dos traumas mais graves. Há situações mais
marcantes que vão atacar o nosso self, que podem tornar-se destrutivas para o
mesmo.
• Não são, na maioria dos casos, situações antecipáveis – acidentes na rua, ser
diagnosticada de um dia para o outro;oko
• Contornos ambíguos – Há muitas vezes contornos de doenças que não
podemos prever a sua expressão ou prognósticos;
• Confronto com ambientes estranhos e agressivos – Não escolho os meus
profissionais de saúde, pelo que terei de me relacionar com estes e com a sua
autoridade, não apenas a família e os amigos;
• Implicam alterações de vida – aquilo que mais queria ser, poderei ter de
alterar;
• Implicam tomadas de decisões – Decidir aquilo que devo fazer;
Nós temos a identidade de todos aqueles que rodeiam e muitas vezes encontramos
reações emocionais desequilibradas, por exemplo, por parte dos pais.
• Exº o menino que teve um acidente com o pai (que este morreu) e a mãe que
o visita enquanto está em coma, mas deixa de o visitar quando este menino
passa para um centro de reabilitação. A mãe dizia que o filho dela não era
aquele menino, que o menino tinha morrido, que ele falava, brincava com ele.
Ela considerava ter perdido o filho como quem perde os pais para o Alzheimer.
Mais tarde, quando finalmente o foi ver, a criança conseguiu reconhecer a mãe
e a mãe reconheceu-se como mãe. Houve uma reconstrução da identidade
social.
As crises vão acontecer sempre que haja uma alteração da doença, no tratamento ou
da própria pessoa, não apenas no diagnóstico. Sempre que tiver uma crise,
procuramos uma resolução com estratégias de confronto e/ou uma resposta
adaptativa ou não adaptativa que vão levar a alterações da doença e/ou do doente,
podendo levar a uma nova crise ou um momento de estabilidade,
Há crises que são caracterizadas por:
“A reação à doença não é um processo linear que seja definido por estados lineares,
sendo um processo bem mais dinâmicos que flutua entre a negação, a culpa, a
revolta, a depressão e aceitação”
Não temos estados definidos, mas sim emoções, que nos dão sinais para que sejam
reconhecidas e formas de atuação, para saber o que fazer quando os encontramos.
• Por exemplo, mostrar que os sintomas são parecidos com aquilo que
aprendemos nos livros e mostrar imagens e parecenças com o caso da filha.
importante estabelecer relação de confiança primeiro e não de confronto.
Sempre que o doente sai da realidade está a negar “eu tenho um linfoma, não é
cancro”! A minimização é feita em cima da realidade “eu tenho um linfoma, mas há
cancros muito pior que estes”
• A negação pode ser uma estratégia de confronto para viver durante algum
tempo.
• Fuga – “não consigo viver com a minha filha a ter esta doença” então a pessoa
afasta-se
• Incompreensão do diagnóstico e tentativa de proteção do doente – “nunca
mais vou a esse médico, é horrível”
• Tentativa de proteção da família. Negação/adulteração das exigências do
diagnostico – “isto não pode ser, na nossa família nunca houve nada disto”
• Desconhecido – não saber o que nos vão fazer ou não conhecer a doença
• Sentimentos de incompetência – acontece muito com os pais – se mostrarmos
ao doente que ele é competente conseguimos envolvê-lo muito mais
• Imprevisibilidade
• Ameaça ao controlo
• Ameaça de vida ou de perda de integridade tanto física como psicológica
Uma sessão de fisioterapia tem sempre estes 5 pontos, sendo uma situação
ansiogénica.
• Agressividade – pode ser só uma reação de ataque (há pais que têm vontade
de bater)
• Incompreensão do diagnostico e tentativa de proteção do doente.
• Procura compulsiva e pouco razoável de outros profissionais ou outras formar
de resolver o problema;
É muito prevalente e muito frequente, não sendo aquela com maior expressão.
Vamos ouvir a culpa com frases não acabadas e vamos vê-la em atitudes não verbais.
:
• A raiva é um sentimento que envolve agressividade de latente e é dirigido
muitas vezes à equipa de saúde “responsável pelo diagnóstico”, estando muitas
vezes associada à culpa.
• A revolta resulta da perda injustificada de projetos ou de planos futuros
(especialmente em adolescentes, uma vez que representa uma estagnação do
futuro) e de sentimentos de impotência face à situação
A expressão da revolta é muito importante porque é uma forma de conseguir tirar de
mim uma grande quantidade grande de energia negativa.
– Estado deprimido
• Profunda tristeza;
• Apatia ou excesso de emocionalidade;
• Desmotivação em relação ao presente e ao futuro;
• Ironia mórbida;
• Desleixo em relação a si ou à sua responsabilidade;
• Centração em aspetos negativos;
• Significações de incapacidade, desesperança;
O Estados deprimidos são mais reativos e menos severos/disfuncionais, reage após
uma situação que abalou as suas perspetivas.
Quanto mais longa e mais disfunção da doença => maior o risco de depressão
• A família perde o doente antes de morrer levando a um afastamento do doente
– “luto antecipado”, muitas vezes associadas ao aumento de culpa.
• Há um exagero de cuidados desproporcionais do doente e aumento das
queixas hipocondrias para não viver a perda;
2) Reação à Doença
A resolução da crise dá-se através de três mediadores, nomeadamente a avaliação
cognitiva (aquilo que a doença representa para o doente; aquilo que o doente
compreende da doença), tarefas adaptativas e coping skills.
MEDIADORES – aquilo que medeia, leva a algo. São determinantes da minha
resolução, sendo estes muito perto da avaliação.
Todos nós temos ideias de doença. A adaptação é um “processo que pode mudar e
tornar-se mais ou menos elaborado no decurso temporal”. Este envolve um
planeamento e ação:
São tarefas que o indivíduo faz ou pode fazer para ter uma melhor adaptação. São
componentes individuais da pessoa ou também ajudadas por pessoas externas e pelo
meio envolvente. Um dos influentes destes mediados serão os profissionais de saúde.
Existem 7 categorias – 3 com a doença e 4 gerais:
- PERANTE A DOENÇA:
São estratégias para lidar com situações. Todos os esforços (dinâmicos, cognitivos,
emocionais) que nos dão a possibilidade de lidar com exigências externas e internas,
avaliadas pelo individuo como excedendo os seus recursos.
Visam a regulação dos processos fisiológicos, psicológicos e de interação sociais.
Dor
“Experiência sensorial e emocional desagradável, associada a lesão tecidular, real ou
potencial, ou descrita em termos de tal dano”.
A dor normalmente está associada a sofrimento.
A fisioterapia tem um papel fundamental na dor, mas para isso precisa de a conhecer.
“conteúdo psicoafectivo com que é percecionada (experienciada) a dor”
Sensação psíquica associada a sentimentos de ameaça de perda ou de culpa que
ocorre em situações de crise”
“Ainda que não seja um exclusivo do ser humano o sofrimento exige referência
biopsicofisiológicas cognitivas e sociais. É uma experiência subjetiva”
A dor está associada a algo que é uma ameaça à minha vida e aí eu entro em
sofrimento – se eu partir uma perna que cause uma ameaça para o resto da minha
vida entramos em sofrimento; é a parte subjetiva.
Há 3 grande estadios de sofrimento:
1. Desconforto espiritual – é o mais expectável que há um desconforto espiritual
devido à existência dor, ameaça ou perceção de ameaça
2. Desconforto maligno – visto como um sentimento de abandono e expresso
através de uma conduta e negligência de si mesmo;
3. Indiferença apática – agrava a situação fisiológica do doente; o doente
abandonou-se por completo e é uma situação que não é mais possível; Há um
abandono de si completa.
A dor é fonte de sofrimento: induz ansiedade (ameaça), medo, sentimentos de
desespero e impotência. Pode ocorrer dor sem sofrimento e sofrimento sem dor;
No entanto “naturalmente a dor física intensa e/ou frequente provoca sofrimento e o
sofrimento pela sua intensidade pode provocar dor física”
A dor é um dos maiores stressores associados à doença e um dos principais
obstáculos, até quando encontramos situações mais desesperantes, mas é também
aquilo que leva muito os pacientes a procurarem ajuda. Vai ter consequências no
contexto do doente.
• Questionários:
o Mosby Pain Questionnaire (para crianças);
o McGill Pain Questionnaire – Melzack, 1975
• Avaliação da dor com inclusão de 3 aspetos:
o Sensorial – descrição em termos temporais, espaciais, de pressão e
térmicos;
o Afetivo – envolvem estados de preocupação e aterrorização do doente;
• Avaliativo da intensidade – mede o grau de intensidade.
Comportamentos de dor: avaliação da dor através de comportamentos adotados
pelos indivíduos que possuem a dor, tais como, alterações de postura, afetos
negativos, expressões faciais e auditivas, expressões de distress e evitamento de
atividade.
PENSAMENTOS
POSITIVO EXEMPLOS
• Motivação
• Autoconfiança “Vou conseguir sentir-me melhor.”
• Tranquilização “Eu consigo ter algum grau de controlo.”
• Descentração da dor “Eu tenho uma vida para além da dor”
• Controlo
Não acabo com a dor, mas dou-lhe algum
Resulta na diminuição da dor. controlo.
NEGATIVO EXEMPLOS
• Tristeza
• Raiva
• Baixa autoestima “Esta dor nunca vai passar.”
• Depressão “Eu não consigo fazer nada para parar isto.”
• Ansiedade “Isto vai arruinar a minha vida.”
• Não tentativa de controlo
• Dor física como alvo – a “dor psicológica” nos bebés até aos 2 anos pode
causar transtornos a longo prazo, dado que esta fase é muito importante no
desenvolvimento das crianças: Uma criança não deve ter dor e quando vou
infringir dor em alguma criança vou colocá-la com algum sedativo, perceber
quando ela toma analgésico, para tornar a situação “menos desagradável”.
• Pais como centro – em especial na doença oncológica; os pais estão
perturbados nesta situação pela sensação de não conseguirem ajudar,
incompetência – devemos dizer aos pais que os compreendemos, que vamos
fazer tudo para que não sofra tanto, que só vai ser pouco tempo;
• Controlo do ambiente;
• Estratégias ou técnicas de controlo da dor – massagem, movimentação circular
ou de balanço, música, banho, distração (com objetos coloridos com
movimento, por exemplo).
• Utilização de objetos securizadores – objetos transitivos.
Passa a existir a compreensão da dor, no entanto, ainda de forma muito trivial:
Compreensão da dor – as crianças já têm uma noção do corpo e dos órgãos, podendo
localizar a dor. Contudo, tem uma dificuldade em compreender dores difusas ou
doenças sem dor, e existe uma preocupação com a relação doença-dor-morte;
Expressão da dor – feita com o choro, ainda que com uma tentativa de controlo,
alterações de sono (insónias), alterações alimentares, alterações de relacionamento,
alterações comportamentais, alterações de sinais vitais e prostração. Estados de
ansiedade ou de depressão das crianças.
Avaliação – por meio de identificação de alterações na criança, de escalas analógicas,
de identificadores fisiológicos e de questionários; Escala de Observação de Distress
Comportamental.
Confronto – assistimos a tentativas de controlo da própria criança com verbalizações
de negação e de oposição à dor, e de distração. Estas crianças seguem-se muito pelo
exemplo, pelo que vão utilizar também estratégias que outrora já tiveram sucesso e
vão seguir-se por outros modelos.
Potencializadores da dor – o afastamento de figuras significativas controladas,
expressões de ansiedade ou que mostram muitas queixas, as condições a que estão
expostas, ambientes muito perturbados e a falta de tempo ou de estímulo para a
utilização de estratégias.
Pistas de intervenção:
• Dor física e sofrimento como alvo – mais uma vez, o sofrimento nestas crianças
é importante para que aprendam a lidar com a frustração.
• Pais como centro – em especial na doença oncológica.
• Estratégias ou técnicas de controlo da dor – relaxamento (especialmente na
dor crónica e em fases iniciais de dor), automonitorização e autoverbalizações
(foco), imaginação guiada distração (com vídeos filmes e jogos, por exemplo) e
coaching (especialmente nos procedimentos invasivos).
• Reforços primários, mas igualmente reforços secundários (sociais).
Medidas que o profissional de saúde deve adotar durante o tratamento:
Manter os pais o mais perto e o maior tempo possível ou no campo de visão da
criança. Deve ainda mostrar à criança claramente onde os pais vão estar e o que vão
estar a fazer;
Mostrar à criança os aparelhos e explicar o que fazem;
Tentar transformar os exercícios em jogos; • Mostrar como é que o tratamento
funciona e como é que vai vencer o que de mal se passa no seu organismo, e comparar
a criança a um guerreiro que consegue lutar contra a doença ou contra a sua situação
clínica, apontando os sintomas; • Promover um ambiente agradável e tranquilo; •
Treino: treinar com a criança instruções muito claras e simples – “Quando eu disser … ,
tu vais … , pode ser? Vamos lá treinar.”; • Dar informação – “Agora vais sentir…”; •
Reforço da autoeficácia: verbalizar com frequência elogios e palavras de reforço daa
autoeficácia – “Que bem que tu consegues!”; • Distração: distrair a criança durante o
procedimento (menos agradável) com conversa, vídeos ou até mesmo pedindo para
que conte alto; • Modelagem: focar em sensações agradáveis e no relaxamento – por
exemplo, pedir à criança que respire alto e respirar com ela; • Reforço da colaboração:
reforçar, mostrando que a criança está a ser importante.
4) Adolescentes:
Compreensão – passa a envolver tanto o campo fisiológico como o campo psicológico,
pelo que se dá um grande foco no desconforto, não só físico, como também
psicológico (em especial na oncologia). Deste modo, assiste-se a tentativa de abstração
da dor.
Nós queremos que o adolescente compreenda – na maioria das vezes, entra chateado
e revoltado. Vou envolvê-lo e compreendê-lo.
Expressão – com angústia e depressão, entre outras alterações psicofisiológicas.
Verbaliza aquilo que sente e pode entrar no estado de prostração.
Avaliação – e é feita com base naquilo que o indivíduo diz que sente e com escalas
analógicas, interpretação dos indicadores fisiológicos e questionários.
Confronto – através da racionalização da situação, tentativas de distração e
relaxamento, foco em aspetos positivos e expressões próprias que ajudem no
controlo.
Potencializadores – a agressividade dos cuidadores, demonstrações de ansiedade e de
muitas queixas e sentimentos de incompetência e inferioridade.
Pistas de intervenção
Dor física e sofrimento como alvo – mais uma vez, o sofrimento nestas crianças é
importante para que aprendam a lidar com a frustração.
Reforço de autoimagem – mostrar ao adolescente que este possui competências, que
é autónomo e que possui uma identidade.
Desdramatização do descontrolo.
Estratégias ou técnicas de controlo da dor – coaching participativo, aceitação de níveis
elevados de controlo e distração (com diálogo ou informação).
Medidas que o profissional de saúde deve adotar durante o tratamento:
Dar informação: mostrar respeitar as reações do adolescente e tentar ir dando alguma
informação com calma e de forma calorosa (NOTA: o adolescente está zangado com a
doença, e não com o profissional de saúde);
Mostrar ao adolescente os aparelhos e explicar qual o sentido do tratamento,
tentando envolvê-lo o mais possível;
Modelagem e treino: explicar o procedimento e informar o que vai ser pedido ao
adolescente, dando-lhe indicações das orientações que vai receber;
Reforço da autoeficácia: ir falando com o adolescente ao longo do tratamento, dar
informação sensorial, ser muito claro nas instruções, reforçar o comportamento do
adolescente e sugerir estratégias de confronto quando identificados sinais de
ansiedade (respirar, imaginar ou relaxar);
Promover um ambiente agradável e tranquilo.
Adesão ao Tratamento
A adesão ao tratamento é um dos maiores problemas a nível da área da saúde, tendo
sido detetado por Hipócrates. A taxa de adesão à fisioterapia é normalmente
abandonada quando deixa de haver sintomas ou quando a pessoa já sente um mínimo
de funcionalidade.
Esquecimento 2. Não Adesão não intencional: o doente não escolhe não aderir, porém, na
é o principal problema realidade, não segue o que foi acordado para o tratamento.
a. A principal razão é o esquecimento (por exemplo, o indivíduo pode
esquecer-se de fazer o exercício recomendado), mas também pode
acontecer devido a estados emocionais, alterações cognitivas (como a
demência), ou por não recordar que foi recomendado ou por falta de
suporto social.
Na Fisioterapia, o conceito de adesão é multidimensional e inclui tanto a presença nas
sessões de tratamento, como também o seguimento das recomendações e os
exercícios da forma como foram acordados.
Um estudo de revisão de literatura sobre a adesão na fisioterapia musculoesquelética
(Jack et al, 2010) encontrou como determinantes de não-adesão:
severidade da
médico sobre a gostam de
doença, de a
doença/perturbação; exagerar, só
Severidade contrair ou de
querem
Percebida: não a tratar Consequências e
dinheiro!”
ameaças que a
doença vai criar no “Eu já vou
dia a dia; morrer de
qualquer forma,
não vale a pena
ir à fisioterapia”
• Exames de
rastreio;
Crenças acerca Fatores de risco:
• Família com
do risco (da hereditariedade,
incidência;
probabilidade) idade contexto,
• Idade com
Suscetibilidade de contrair ou história clínica
prevalência;
percebida não a doença
• Contexto de
risco;
• História da
doença;
Um jovem com
15 anos acha
que é muito
cedo de ter
DPOC,
´
Pistas de ação Crenças individuas sobre a competência de executar o
e autoeficácia comportamento requerido para atingir um determinado
resultado.
Estas variáveis psicossociais e estruturais vão influenciar a motivação do paciente e,
consequentemente, a sua adesão ao tratamento.
CASO DO SENHOR ANTÓNIO:
Vai aderir ao tratamento? – Não, porque ele acha que ficou assim, sentindo-se um
deficiente. Não vai acreditar que a fisioterapia vai fazer diferença (reestruturação da
identidade).
Promoção da adesão
A adesão aos tratamentos depende de:
Ambiente físico – o ambiente onde as pessoas recebem o tratamento é muito
importante porque nós somos influenciados pelas cores, pela disposição dos espaços,
pelo acolhimento, entre outros, sendo uma influência de condicionamento. Torna-se
mais fácil reabilitar em cadeias humanizadas, ou seja, esteticamente agradáveis, do
que em ambientes desumanizados que sejam agressivos. O mesmo acontece com os
pacientes porque estes terão mais vontade de vir ao tratamento quando tem um
ambiente arrumado, um espaço privado, entre outros.
A estética do espaço também nos influencia a nós, profissionais de saúde, porque dá
mais satisfação e um ambiente mais confortável quando trabalhamos num espaço
acolhedor, com cores agradáveis e bem caracterizado.
Ambiente relacional – uma das maneiras de manter os pacientes a trabalhar connosco
é estabelecendo uma relação positiva, ou seja, uma relação em que o doente sinta que
é ouvido e que se sinta à vontade para dizer as suas dificuldades, sabendo que vai ser
ajudado.
Stress e Coping
Stress – vem das ciências dos materiais. É uma tensão.
Distress: stress desagradável e perturbador, associado à ansiedade, preocupação e
agitação.
Eustress: stress agradável, associado à euforia e à excitação positiva. É stressor tudo o
que ameaça a integridade física e psicossocial do indivíduo ou dos que ele valoriza,
sem que o mesmo indivíduo atribua a capacidade (possibilidade) de controlo.
Flight, Flight Response ou “the wisdom of the body” – Cannon, 1896, 1932
“Quando um organismo percebe uma ameaça, reage rapidamente via Sistema Nervoso
Autónomo e Sistema Endócrino, aumentando o seu estado de excitação e de
motivação, preparando-se para atacar ou para fugir.”
Desta forma, é possível afirmar que o stress é uma resposta fisiológica a ameaças
externas.
Mais tarde, Seyle chega ao Síndrome Geral de Adaptação – alterações que são
abrangentes e que têm por finalidade ativar as defesas que reponham o equilíbrio do
organismo.
Exemplo: O stress aumenta a tensão muscular para fugirmos ou atacar. Para este
aumento de tensão temos de ter um aumento o aporte de oxigénio que provocará
uma maior ventilação, um aumento da temperatura corporal, aumento pupilar,
aumento da frequência cardíaca – é uma resposta de excitação do nosso organismo.
FASE DE ALARME – Baixa-nos as defesas para depois o meu organismo me ativar para
estar capaz de fugir ou atacar. Se o stressor sai, ele volta ao equilíbrio.
FASE DE RESISTÊNCIA – Manutenção. Se o stressor se mantiver, vamos estar ativados
durante algum tempo que, segundo Seley, mais tarde ou mais cedo vai quebrar e
entrar numa exaustão.
FASE DE EXAUSTÃO – Entramos numa fase onde temos todos os processos associados
a patologias com o stress. O voltar para o equilíbrio é muito difícil.
Asserções fundamentais do Modelo de Selye:
A atividade biológica, necessária para a adaptação, caracteriza-se por ser do tipo “wear
and tear”. – todos nós nascemos com um determinado valor de capacidade de
adaptação e que vamos gastando ao longo dos anos.
A energia adaptativa é finita.
Sem stress não existira qualquer energia motivadora de atividade, sendo que a total
ausência de stress corresponde à morte.
CONTUDO…
Estudos posteriores concluíram que as alterações nem sempre são inespecíficas, tendo
em conta que a ativação do sistema vegetativo difere de pessoa para pessoa, pelo que
o mesmo estímulo pode provocar alterações substancialmente diferentes.
Existem reações semelhantes que não são stress que induzem à identificação de
qualquer ativação fisiológica como stress, independentemente do estímulo que a
causou. Isto significa que a simples atividade física que provoca alterações musculares
e endócrina poderá ser considerada como uma reação de stress.
Uns estudos com doentes em fase terminal de vida mostraram que o stress é muito
complexo, na medida em que existem diferenças individuais na resposta de stress, de
acordo com os componentes psicológicos, cognitivos e transacionais de cada indivíduo
– só os doentes conscientes é que tinham valores de stress, ou seja, para ter stress
preciso de estar cognitivamente ativo. Se é um processo cognitivo, nós temos
possibilidade de interferir no nosso stress.
MODELO PSICOLÓGICO – MODELO TRANSACIONAL:
Qualquer situação pode ser stressor e, com base de cada potencial de stressor, é feita
uma avaliação primária que procura perceber qual é o nível de ameaça que esse
stressor faz em mim.
Avaliação primária – avalia o potencial de dano da situação, podendo esta ser
benigna/positiva, irrelevante ou negativa. No caso de ser negativa, poderá ser
identificada como dano/perda, ameaça ou desafio. Vou avaliar a gravidade do stressor.
Avaliação secundária – avalia as capacidades e recursos individuais de confronto. É a
avaliação de mim próprio se tenho ou não competências para resolver a situação.
Segundo o Modelo Transacional, o que torna a situação stressante não é o estímulo
nem a circunstância que o rodeia, mas sim a interação entre a avaliação que o
indivíduo faz das características da situação e de si próprio como capaz de as
confrontar.
Assim, o meu stress depende da forma como avalio o dano da situação e a forma como
me avalio a mim como competente ou não para resolvê-la. Quando eu vou avaliar um
stressor e acho que não o vou conseguir resolver, vou ter muito mais stress do que
quando vou avaliar o stressor e me acho capaz de o resolver. A minha perceção da
capacidade de resolução é aquela que mais peso tem.
STRESSORES – Tudo o que ameaça a integridade física e psicossocial do indivíduo ou
dos que ele valoriza, sem que o mesmo indivíduo se atribua a capacidade de controlo.
Os nossos exames vão ser stressores porque são uma ameaça e neste momento não
nos sentimos capazes de responder, mas quando dominamos a matéria, há um
aumento da perceção de competência.
(…)
Aula Prática – Resolução de Casos Clínicos:
Como é que se distrai um menino de 8 meses para parar o choro? – com a utilização de
brinquedos, utilizar o humor, brincar com objetos luminosos, com sons, utilizar
canções e música
Como falaríamos com os pais? – explicar o que vou fazer, porque o fazer, aquilo que a
criança pode sentir, mas que é normal sentir tal coisa, permitir que os pais estejam e
que percebam aquilo que têm de fazer (perceber onde têm de estar colocados, como
distrair a criança)
A Ana tem 3 anos e caiu em casa. Fez uma entrose e teve que ser imobilizada durante
1 mês. Agora vai começar a fisioterapia. A mãe diz que ela não gostou nada de estar
imobilizada e que não gosta nada de profissionais de saúde. A mãe parece-lhe muito
ansiosa com a filha e tem uma atitude agressiva com os profissionais de saúde.
Temos uma mãe ansiosa, que sente os profissionais de saúde uma ameaça e que
podem fazer mal à filha.
Qual é a característica mais específica desta idade? Já consegue associar dores a uma
causa e, neste caso, é aos profissionais de saúde. Vai compreender a dor como castigo
apesar de não ter feito nada de mal, e nestes casa chora e grita pelos pais porque se
sente segura perto deles. Como os pais não conseguem curar a dor, as crianças ficam
inseguras.
Potencializadores – o afastamento dos pais e as expressões ansiosas dos pais;
O que fazer com a criança – distração mal a recebo para diminuar a noção de ameaça;
Como fala coma a mãe – combinar o que se vai passar, contar o plano, onde vai ficar;