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Um estudo clássico sobre assistência médica, de 1961, evidenciou que, em cada 1000 pessoas:
Associando as ações de promoção à saúde, proteção específica e diagnóstico precoce com tratamento, podemos
valorizar principalmente as atividades de atenção primária e até mesmo as de prevenção secundária.
A prevenção primária é aquela do período pré-patogênico, em que estimulados a pessoa a diminuir o álcool, o
tabagismo, fazer exercícios, tomar vacina etc.
A prevenção secundária corresponde ao diagnóstico precoce e ao tratamento imediato, além das ações
relacionadas a limitação da incapacidade.
No caso da prevenção terciária, temos ações relacionadas a reabilitação.
Integrando as duas figuras, retiradas da História Natural da doença de Leavell e Clark (1976), como faz Porto em sua
Semiologia, alguns achados se tornam evidentes:
A prevenção primária deve ser feita na fase assintomática.
Mesmo assintomática, a doença já pode apresentar alterações dos tecidos.
A prevenção secundária pretende melhorar a evolução clínica, impedindo ou retardando a evolução.
O diagnóstico na fase sintomática é um diagnóstico tardio.
Temos dois tipos de consultas, as quais podem ser abrangentes ou focalizada.
AVALIAÇÃO ABRANGENTE
Geralmente feita em pacientes novos e fornece dados fundamentais e personalizados.
Fortalece a relação médico-paciente e ajuda a identificar ou descartar queixas.
Constitui uma linha de base para avaliações futuras.
É uma plataforma para medidas de promoção de saúde mediante educação e orientação.
Desenvolve proficiência em habilidades essenciais.
AVALIAÇÃO FOCALIZADA
É adequada para pacientes já conhecidos, principalmente em consultas de rotina ou urgência.
Aborda queixas ou sintomas localizados, e avalia sintomas restritos a um sistema corporal específico.
Aplica métodos de exames relevantes à avaliação as queixas ou problemas da maneira mais detalhada possível e
cuidadosa possível.
Em toda consulta médica, existem quatro momentos críticos, seja na consulta abrangente ou na focalizada:
Anamnese.
Exame físico.
Raciocínio clínico, avaliação e plano.
Registro clínico.
Um dos fatores críticos de tensão é o tempo de consulta praticado nas unidades básicas.
Exemplo, nas unidades básicas, o CREMESP, atendendo às dúvidas dos médicos (Consulta nº 85.150/10),
aconselha, baseado na portaria nº 3046 do Ministério da Saúde e a recomendação da OMS (Organização
Mundial da Saúde) o tempo sugerido para que a consulta seja adequadamente realizada é de 15 minutos para a
carga horária de 20 horas semanais.
Lendo essa resolução, podemos achar que a consulta na unidade básica deve ser focalizada, MAS a consulta em
atenção primária deve ser abrangente para cumprir seu papel.
Porque, se aceitarmos que toda consulta em saúde básica seja de 20 minutos:
2/3 das pessoas sintomáticas não receberão uma atenção primária, não terão oportunidade de oportunizar um
programa de promoção a saúde, nem participar de um programa preventivo de doenças porque o tempo de
consulta será gasto com o diagnóstico e tratamento dos seus sintomas, que não são obrigatoriamente o
problema principal.
Para o tempo ser curto, é preciso que haja um médico capacitado, uma equipe capacitada e coesa, recursos materiais e
planejamento estratégico.
Para racionalizar o tempo é preciso:
PENSAMENTO LINEAR
A ciência, até agora, tem um paradigma atual, que a relação de causa e efeito, ou seja, os eventos no presente são
causados por eventos do passado, que, por sua vez, serão causas dos eventos no futuro. Tudo é ordenado em uma
inexorável linha do tempo.
Em resumo, temos: uma causa um problema uma solução.
KUHN: revoluções científicas – 1ª (Bacon, Galileu e Newton); 2ª (Novos paradigmas – luz, calor, eletricidade
e magnetismo); 3ª (Teorias da relatividade: restrita e geral); 4ª (Revolução quântica e princípio da incerteza).
Popper: uma teoria nas ciências empíricas nunca pode ser provada, mas pode ser falsificada, o que significa
que pode e deve ser examinada por experimentos decisivos.
Teoria dos sistemas: encara tudo como grandes complexos (sistemas), reorientando o pensamento científico.
O diagrama de Ishikawa, utilizado em planejamento, demonstra a insuficiência do pensamento linear de causa e efeito.
Não precisamos entender de física quântica, mas podemos compreender o que os especialistas falam. Segundo Patrícia
Kuark Leite, Doutora em Física pela UFMG:
SÉCULO 21
Segundo “21 lições para o século 21” de Yuval Noah Harari.
Mito: o indivíduo racional sabe decidir; o livre mercado acredita que o cliente tem sempre razão; a educação
liberal ensina os alunos a pensar por si mesmos; a racionalidade é individual; pensamos que sabemos muito; a
maioria das decisões humanas são racionais.
Realidade: a maioria das decisões humanas são baseadas em reações emocionais. Sabemos muito pouco,
porque tratamos o conhecimento do outro como nosso.
ESPIRITUALIDADE
É uma dimensão da humanidade podendo ser expressa por meio de crenças, valores ou práticas, representando a busca
do indivíduo por conexão e transcendência, seja através de amigos, família, trabalho, animais, natureza ou qualquer
coisa considerada sagrada.
A espiritualidade é:
DECISÃO WHA37.13 da 37ª Assembleia geral da OMS em maio de 1984 (Genebra, Suíça)
[...] Reconhece que a dimensão espiritual tem um papel importante na motivação das pessoas em todos os aspectos de
sua vida. Afirma que essa dimensão não somente estimula atitudes saudáveis, mas também deve ser considerada como
um fator que define o que seja saúde. Convida todos seus Estados-membros a incluírem essa dimensão em suas
políticas nacionais de saúde, definindo-a conforme os padrões culturais e sociais locais (grifos no original).
A OMS legitima práticas orientais (yoga, medicina tradicional chinesa, tai chi chuan, acupuntura etc.).
“Atualmente, há evidências cientificamente validadas em vários níveis, desde estudos de caso até ensaios
randomizados duplo-cegos controlados por placebo, que atestam a eficácia de algumas técnicas
psicoespirituais. O maior conjunto de evidências tem sido sobre a meditação e Yoga. Vários desses estudos
sugerem que a Yoga é benéfica para o controle de fatores de risco de doenças coronárias, como também é
eficaz contra hipertensão, obesidade, dislipidemia, estresse mental e diabetes mellitus. De acordo com estudos
científicos, a yoga pode atrasar a progressão da doença cardiovascular aterosclerótica ou mesmo fazê-la
regredir. Yoga não tem efeitos colaterais e tem baixo custo. Portanto, recomenda-se difundi-la [entre os países
membros da OMS] como uma técnica saudável e holística de promoção do bem-estar físico e mental e eficaz
para a prevenção de doenças cardíacas e outras doenças relacionadas ao estilo de vida.”
A posição da OMS se baseia em trabalhos atuais que sugerem:
Toda pessoa é necessariamente espiritual e está dotada de espírito. A palavra espírito não se refere a
divindade, mas a um ser dotado de autoconsciência e de capacidade de reflexão sobre si mesmo.
A espiritualidade não implica necessariamente na fé em uma divindade pessoal, ao estilo do Deus dos cristãos.
O ser humano é um ser basicamente espiritual, pois demonstra capacidade para reflexionar.
Nos EUA, 95% da população crê em Deus e 57% reza ao menos uma vez por dia.
Dois estudos clássicos demonstraram:
o Entre 272 pacientes da terceira idade, os que praticavam atividades religiosas tinham maiores índices
de felicidade, sentiam-se úteis e eram mais ajustados.
o Comstock demonstrou que as pessoas que vão à Igreja pelo menos uma vez por semana tem 50%
menos falecimento por doenças coronárias, enfisema e suicídio e 75% menos morte por cirrose.