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Escola Técnica Estadual João Barcelos Martins

Coordenação de Enfermagem
Técnico em Enfermagem

Relacionamento
Interpessoal e
Ética Profissional

1- Desenvolvimento psicológico e promoção da saúde

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 Humanização no atendimento hospitalar


A humanização do atendimento é um processo vivencial, necessário não só nas instituições privadas como
também na saúde pública.
A humanização hospitalar tem sido um tópico de grande foco da mídia nesses últimos tempos. Dentre os
diversos motivos para esse assunto estar em evidência, podemos citar:
 O modo pelo que o paciente é tratado ao longo do seu tratamento;
 A evolução das práticas de saúde não acompanhadas por algumas instituições;
 O treinamento ruim da equipe que proverá atendimento.
A humanização hospitalar surge então como uma alternativa para a solução desses problemas. Antes de entrar
no assunto, definiremos o que é humanização e em seguida, falaremos da sua aplicação no ambiente hospitalar.

 O que é humanização?
A definição geral do termo humanização significa tornar mais humano, socializar, respeitar, reverenciar com
educação. Esse conceito remete às boas práticas que devem ser realizadas considerando o ponto de vista do
paciente.
Com elas, será possível atingir um alto nível de satisfação no atendimento e, consequentemente, melhorar a
experiência do usuário.
Na área da saúde, humanização é o relacionamento entre médico e paciente. Nesta relação o profissional
pondera os interesses do enfermo.
Através da humanização o paciente é tratado como pessoa, e não apenas como uma fonte de lucro.
O profissional de saúde precisa considerar as condições humanas do paciente, principalmente quando ele está
numa situação grave.

 Por que a Humanização Hospitalar é importante?


Atualmente, algumas instituições de saúde têm se tornado altamente focadas em retorno financeiro e
esquecido do paciente. Entretanto, o paciente é protagonista das instituições, e apesar da busca pelo lucro, o
foco deve estar em realizar um bom atendimento e resolver o problema dele. É importante lembrar que sem
pacientes as instituições de saúde não são nada.
Para que o paciente retorne, ele obviamente precisa ser bem tratado. Esta é a única forma de fazer com que a
relação médico e paciente continue funcionando.

 Como funciona a humanização hospitalar?


A humanização hospitalar é um processo vivencial contínuo, baseado em 3 pilares básicos:
 Pessoal;
 Interpessoal;
 Institucional.
A prioridade da humanização no ambiente hospitalar é valorizar a dignidade do profissional de saúde e do
paciente. Os princípios humanitários englobam:
 Paciente;
 Ambiente físico;
 Comunicação com o paciente;
 Familiares do paciente;
 A relação entre o paciente e a equipe de saúde.
 O Paciente

Paciente: Todos os princípios da humanização hospitalar devem se concentrar, em primeiro lugar, no


paciente. Todo tratamento deve ser centrado em suas necessidades e o seu ponto de vista tem de ser
considerado ao longo de toda a jornada do paciente. Isso se deve ao fato de que ele é o grande afetado pela
condição atual. Por isso, o profissional precisa tomar muito cuidado para não agravar a saúde mental do
paciente. É necessário tratar seu paciente da maneira adequada para promover a melhora dos resultados.

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Ambiente físico: O ambiente físico está altamente relacionado à satisfação do paciente, essa característica é
uma das premissas do marketing de serviço. Coloque-se na situação do paciente, caso houvesse opção, você iria
a sua clínica?
O paciente passa grande parte do tempo aguardando atendimento, se o ambiente não for agradável a
experiência será ruim! Do contrário, isso será uma das boas recordações para o paciente depois de visitar a
instituição.

Comunicação com o paciente: A comunicação com o paciente deve ser eficiente e a troca de informações
precisa acontecer em momentos chave, sem atrasos ou problemas.
Para que isso aconteça corretamente, a instituição precisará procurar meios que assegurem a eficácia da
comunicação.

Familiares do paciente: Um dos fatores que influenciam na recuperação do paciente é a companhia de seus
familiares e entes queridos. Quando não estamos bem, é bom ter alguém por perto. Por mais que seja um fator
dependente das regras do hospital, às vezes, é possível deixar que família acompanhe o paciente ou que este
tenha um acompanhamento psicológico durante o tratamento.
É importante manter os acompanhantes sempre informados a respeito da saúde do enfermo. Tratá-los bem é
um pré-requisito para que a instituição consiga indicações futuras e, consequentemente, novos clientes.
Por isso é importante ter um bom processo de humanização hospitalar não somente focada no paciente, mas
também em todos os envolvidos no tratamento.

A relação entre o paciente e a equipe de saúde:


Entende-se por equipe de saúde, todos os envolvidos com o atendimento, ou seja:
 Médicos;
 Enfermeiros;
 Recepcionistas;
 Secretárias.
 Entre outros profissionais que tiverem alguma influência no tratamento do paciente. A maneira pela
qual essa equipe é tratada por seus superiores, será similar a como eles irão tratar os pacientes da
instituição. Portanto, é muitíssimo importante cuidar da gestão de pessoas.

 Trabalho Interdisciplinar no âmbito hospitalar

Os profissionais da área de saúde devem agir sempre em conjunto, apoiando e entendendo os motivos das
condutas, sem pré-julgamentos e sempre em contato direto para avaliar o que é melhor para cada indivíduo,
respeitando as diferentes áreas. Mas sem esquecer que o paciente não é uma cabeça, um braço, uma perna, um
pâncreas… e sim, um indivíduo

 O cuidado de enfermagem
O cuidado em enfermagem, nesta concepção de colocar-se no lugar do outro, aproxima-se das ideias do
humanismo latino ao identificar os seres humanos pela sua capacidade de colaboração e de solidariedade para
com o próximo. Deste modo, prestar cuidado quer na dimensão pessoal quer na social é uma virtude que
integra os valores identificadores da profissão da enfermagem. Assim, compartilhar com as demais pessoas
experiências e oportunidades, particularmente as que configuram o bem maior, a vida, constitui um dos
fundamentos dos humanistas, que se apresenta na essência do cuidado de enfermagem. 
Os cuidados de enfermagem implicam controlar o estado dos doentes com uma certa regularidade.

2- Repercussões emocionais da doença e da hospitalização

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Quando um indivíduo está hospitalizado, existe uma ruptura com seu ambiente habitual, que modifica os seus
costumes, os seus hábitos e, em geral, a sua capacidade de auto realização e de cuidado pessoal. Estando num
ambiente desconhecido, sentindo insegurança, em primeiro lugar, pela sua doença e, em segundo lugar, por sua
história de vida. Tudo ao seu redor é novo e não sabe como deve atuar em cada momento; depende do pessoal
que o rodeia como seus familiares e os profissionais da saúde. Outras vezes, devido à complexidade de sua
doença, estes pacientes transformam-se em “doentes difíceis” de tratar, já que a sua esperança de cura é a
sensação de incapacidade, podem modificar suas reações gerando atitudes de rebeldia ou de abandono, ou
ambas. Estes

sentimentos podem interferir no quadro clínico, simulando uma “conduta de doença”, que não coincide
necessariamente com o estado real da doença, o indivíduo doente tende a sentir-se indefeso e a abandonar as
suas obrigações e responsabilidades, e é nessa altura que se deve agir com cautela, tornando-o participante e
também responsável pelo tratamento da sua patologia. Sabemos que o estado de ânimo é muito importante na
recuperação do indivíduo.
O objetivo é prevenir, compreender e tratar problemas psicológicos causados pela internação.  

 Repercussões psicológicas do adoecimento


“A maneira que a pessoa reage a essa situação de adoecimento depende de muitos fatores: de sua
personalidade, de sua história, de suas crenças, de seu estado emocional, do apoio que possa receber e aceitar
do tempo”. É extremamente importante para o paciente o auxílio e a ajuda de multiprofissionais, para amenizar
seu sofrimento e angústia durante sua hospitalização, colaborando para que ele encontre recursos adequados e
necessários para enfrentar esse momento de crise, o modo como uma pessoa enfrenta essa nova situação, que
transforma seu modo de ser e estar, isto é, como ela se depara com as perdas. Essas mudanças podem
repercutir em diferentes reações emocionais no paciente, como ansiedade, medo, insegurança, depressão,
entre outras, e a maneira como ele irá reagir e enfrentar essas situações, dependerá do seu estilo de vida, o
paciente, durante o adoecimento, pode apresentar reações emocionais, devido ao estresse neste ambiente.
Sendo assim, a primeira fase é denominada de reação de alarme, que significa que o paciente começa a
perceber que algo de errado está surgindo; fase está de choque, isto é, o paciente sofre um dano estressor e de
Contrachoque, pois o paciente irá apresentar sintomas fisiológicos como dores de estômago, de cabeça, entre
outras. O adoecimento inicia-se com a segunda que é conhecida como a fase de resistência, isto é, o paciente
manifesta reações como inquietação, intolerância, irritabilidade, alterações do sono, insônia, agressividade,
dificuldade de concentração e atenção, entre outras. Na última fase, a de exaustão ou esgotamento, a
ansiedade do paciente é substituída pela angústia e depressão e seu estado emocional se torna frágil e
desestruturado. A equipe multidisciplinar pode realizar intervenções com o paciente, para que esse compreenda
e reconheça suas alterações e reações emocionais, ajudando-o a amenizar e enfrentar suas dificuldades em
relação ao adoecimento. Pode também realizar intervenções com a família e a equipe de saúde, visando um
bem-estar a todos. Há também, os mecanismos psicológicos de adaptação que são os mecanismos de defesa
(de negação, de regressão e de deslocamento). No mecanismo de negação, o paciente protege-se dos perigos e
nega os fatos que estão presentes em sua vida. Nessa fase, para não encarar a realidade, evita o sofrimento, o
desespero e o medo. Na regressão, o paciente vê-se vulnerável aos cuidados da enfermagem, que precisam
realizar procedimentos de cuidados básicos como a alimentação, higienização e medicamentos, como no caso
dos pacientes da UTI, porque muitos se encontram impossibilitados de realizar tais cuidados. Já no
deslocamento, o paciente passa a manifestar toda a sua raiva contra a equipe médica e contra seus familiares,
como sentimentos de angústia e revolta, surgindo o estresse.

 Hospitalização
Com o desenvolvimento da medicina, o hospital assume sua própria característica, de oferecer cuidado aos
aspectos físicos, relacionados às doenças. Ele passa então a funcionar de acordo com o modelo Biomédico, no
qual a importância está centrada nas características físicas do adoecimento. Após alguns anos, começam a surgir
preocupações antes não percebidas, como a saúde preventiva e curativa. Este novo modo de pensar sobre a
saúde e sobre a instituição hospitalar surge com o intuito de favorecer uma melhor condição de saúde. Com
esta linha em pauta, na década de 80, o Ministério da Saúde definiu o novo conceito de Hospital: O hospital é
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parte integrante de uma organização médica e social, cuja função básica consiste em proporcionar à população,
assistência médico sanitária completa, tanto curativa como preventiva, sob quaisquer regimes de atendimento,
inclusive o domiciliar, e cujos serviços externos irradiam até o âmbito familiar, constituindo-se também como
centro de educação, capacitação de recursos humanos e de pesquisas em saúde, bem como encaminhamentos
de pacientes, cabendo-lhe supervisionar e orientar os estabelecimentos de saúde a ele vinculados tecnicamente
A hospitalização se inicia quando o indivíduo começa a ter sua saúde ameaçada, com incertezas quanto ao
tratamento; há o aparecimento da dor, o desconforto, o que implica em estar afastado da família, da rotina, da
privacidade e da independência que foi conquistada ao logo da vida. O paciente hospitalizado desencadeia uma
reação de alarme, como tentativa de adaptação frente às mudanças ocorridas no ambiente hospitalar. Caso o
paciente consiga lidar com este estresse, retoma ao estado anterior. Entretanto, se o estressor permanecer, o
paciente passará por fases, denominadas: fase de resistência e fase de exaustão, como uma busca de estar
reequilibrando seu estado físico e/ou emocional. O paciente ao ser hospitalizado pode sofrer um processo de
despersonalização frente a uma nova situação que é causada por sua patologia. Deste modo, ele fica frente a
frente com a realidade decorrente da internação.

 A Criança e a Hospitalização
Já a doença e a hospitalização de uma criança constituem as primeiras crises com as quais as crianças se
deparam. As crianças, em especial durante os primeiros anos de vida, são particularmente vulneráveis a crises
de doença e hospitalização, porque o estresse representa uma modificação do estado usual de saúde e da rotina
ambiental e as crianças possuem um número limitado de mecanismos de enfrentamento para resolver
os estressores  (aqueles eventos que produzem o estresse). As reações das crianças a estas crises são
influenciadas por sua idade de desenvolvimento, experiências prévias com a doença, separação ou
hospitalização, habilidades de enfrentamento inatas e adquiridas, a gravidade do diagnóstico e o sistema de
suporte disponível
A internação de uma criança é um dos momentos mais críticos na hospitalização. A hospitalização é considerada
uma experiência comumente estressante para a criança e seus pais, na maioria das vezes impondo uma ruptura
nos vínculos afetivos da criança com sua família e com o próprio ambiente em que vive
A criança diante da hospitalização pode apresentar sentimentos como medo, sensação de abandono, sensação
de punição, que podem desencadear mais sofrimento e dificuldade de intervenção para a equipe.
A criança pode perceber a hospitalização como um abandono por parte dos pais ou uma punição pelos seus
erros, e também apresenta medos e fantasias relacionados ao hospital, gerando muita ansiedade e angústia que
muitas vezes é causada pela falta de informação adequada, falta de prognóstico ou de tratamento. Como
resposta a essa situação, a criança manifesta reações emocionais e comportamentos regressivos.
A criança hospitalizada apresenta quatro manifestações: a fase do protesto, fase do desespero e por último
a fase de desligamento. Durante a fase de protesto, as crianças reagem de maneira agressiva à separação dos
pais. Elas choram e gritam por seus pais, recusam a atenção de qualquer pessoa diferente e ficam inconsoláveis
em suas culpas. Na fase do desespero, o choro para, e a depressão fica evidente. A criança torna-se muito
menos ativa, mostra-se desinteressada por jogos e brincadeiras ou por alimentos e isola-se dos outros. Já na
fase do desligamento,  algumas vezes chamado de negação,  superficialmente, parece que a criança finalmente
ajustou-se à perda. A criança torna-se mais interessada nas visitas, brinca e até forma novos relacionamentos,
porém superficiais.
Mas quando a proposta de assistência é integral, portanto humanizada, esta experiência estressante pode ser
amenizada pelo fornecimento de certas condições, como presença de familiares, contato com outras crianças,
disponibilidade afetiva dos trabalhadores de saúde, informação, atividades recreativas, entre outras. A adoção
do alojamento conjunto pediátrico é uma das estratégias que possibilitam a redução do estresse emocional
Dentre todas as instalações hospitalares, provavelmente nenhuma sala traz mais alívio para os estressores da
hospitalização do que a área de lazer ou a sala de atividades. Neste ambiente, as crianças distanciam-se
temporariamente de seus temores de separação, perda de controle e lesão corporal. Elas podem trabalhar
através de seus sentimentos em uma atmosfera confortável e sem ameaças e da maneira que é a mais natural
para elas.
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 A Importância do Brincar
A partir dos aspectos da internação infantil, a humanização hospitalar busca melhorar a qualidade do
atendimento dos pacientes com base no conceito de saúde. Faz- se necessário que as pessoas que tenham
contato com a criança, saibam que não se deve tratar somente a doença, mas vê-la como um todo, com suas
necessidades específicas, como o brincar
 O brincar, para a criança tem importância tanto para o seu desenvolvimento sensório-motor e intelectual como
para o processo de socialização, no desenvolvimento e aperfeiçoamento da autoconsciência e da criatividade. 
Este brincar também é uma forma eficaz de diminuir o estresse, pois nele a criança deixa livre sua criatividade e
reinventa o mundo, explorando seus limites, libera sua afetividade e extravasa suas emoções O brincar
favorece, além da diversão, a expressão dos sentimentos e emoções pelo quais o indivíduo passa. E é brincando
que a criança desenvolve o equilíbrio e a reciclagem das emoções vividas, da necessidade de conhecer e
reinventar a realidade, desenvolvendo ao mesmo tempo a atenção, concentração e outras habilidades
Ao perceber a relação da criança com o brincar, tem-se a visão da criança hospitalizada, a qual fica distante da
sua casa, de seus amigos, do brincar rotineiro de sua infância e sujeita a vários temores e apreensões
decorrentes do ambiente estranho em que se encontra, bem como das experiências dolorosas às quais está
exposta; tudo isso leva à angústia e ao estresse
Pensando nos aspectos da internação infantil, a humanização hospitalar busca melhorar a qualidade do
atendimento às crianças, fortalecendo os aspectos de cidadania, socialização e interação entre os envolvidos e o
profissional responsável. Nesse sentido implementou-se a Lei n º 11.104/2005 que determina a
obrigatoriedade de brinquedotecas nas dependências hospitalares que oferecem atendimento pediátrico,
considerando que o

brincar proporciona para as crianças momentos de alegria e satisfação, bem como uma maneira de elaborar
suas dúvidas, conflitos e fantasias construídos a partir do adoecimento e da internação.
A utilização do brinquedo para as crianças hospitalizadas como uma forma terapêutica, com a denominação de
brinquedo terapêutico, significa uma sessão de preparo da criança para o que lhe irá acontecer (cirurgia,
procedimentos técnicos, como punção venosa, curativos, inalação etc.) mediante a utilização de uma
brincadeira que
imita situações hospitalares. Tendo como objetivo possibilitar melhor comunicação entre os profissionais da
equipe de saúde e a criança-família, propiciando àqueles a compreensão das necessidades e sentimentos da
criança.

 Idoso e a Hospitalização
O aumento da população idosa traz consigo maior vulnerabilidade para adquirir doenças crônicas, que podem
comprometer a capacidade funcional do idoso, demandando a necessidade de cuidados diferenciados por parte
de sua família. Assim, a internação domiciliar surge como uma importante modalidade de atendimento a
pessoas que precisam de cuidados, como os idosos. Considerando que a família do idoso também necessita de
atenção nesse contexto, surge o interesse em investigar como as famílias têm vivenciado a internação domiciliar
do idoso.
Na velhice, ocorrem alterações funcionais que, embora variem de um indivíduo a outro, são encontradas em
todos os idosos e são próprias do processo de envelhecimento natural. Portanto, o envelhecimento acarreta em
maior predisposição do indivíduo ao surgimento de doenças crônicas e suas possíveis incapacidades para o
desenvolvimento de atividades, tornando o idoso dependente de cuidados.
Nessa perspectiva, embora o envelhecimento não seja necessariamente sinônimo de doença e incapacidade,
existem idosos que precisam de auxílio para realizar suas atividades cotidianas, devido às limitações que o
agravamento das doenças crônicas impõe. Assim, diante das necessidades de assistência ao novo perfil
populacional e seu novo processo de viver e adoecer, a família exerce um papel importante como cuidadora de
seus membros. Portanto, a família é considerada a maior provedora de cuidados aos seus familiares idosos,
lidando com a situação de doença crônica do idoso no seu cotidiano. Internação em hospital é um evento mais
comum na vida de um idoso do que na vida de um adulto mais jovem.

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Seja em caso de emergência ou em uma hospitalização planejada (para uma cirurgia, por exemplo), a família
deve estar atenta a alguns aspectos. Neste artigo, falaremos sobre perspectivas de uma internação.

 Uma internação só deve ser feita em caso de necessidade.


O ambiente hospitalar deve ser evitado. Dentro de um hospital há riscos maiores de contaminação por agentes
infecciosos em comparação com o ambiente residencial. 
Portanto, existe o risco de o paciente adquirir outra doença dentro do hospital, como uma Pneumonia, entre
outras. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), estima-se que 14% das pessoas internadas
acabam sendo contaminadas por agentes infecciosos e desenvolvem infecção hospitalar. Estas infecções são
responsáveis por mais de 100 mil mortes no Brasil, todos os anos.
Além disso, confusão mental é um quadro comum em idosos durante internações. Embora não seja uma
intercorrência grave, causa preocupação na família.
O Estatuto do Idoso prevê, no Art. 15, parágrafo 1o, a atenção integral à saúde do idoso, incluindo assistência
domiciliar. Portanto, quando for viável, o ideal é receber a equipe de saúde em casa e evitar a hospitalização.
Quando a internação é inevitável, a família deve ter atenção sobre alguns pontos relevantes:
O Estatuto do Idoso garante direito a acompanhante durante a hospitalização, salvo quando o paciente estiver
internado em UTI/ CTI (Art. 16).
Devemos evitar levar ao hospital qualquer objeto desnecessário, com bijuterias, sapatos, etc. A princípio, deve-
se levar apenas itens de higiene pessoal (como escova e creme dental, por exemplo), pijama ou roupa
confortável e chinelo/ sapato de quarto para usar durante e estadia. Se o idoso puder sair do hospital com a
mesma roupa que estava usando na ocasião da internação, não é necessário levar outra roupa para a alta.
O motivo da internação e o diagnóstico devem estar claros para os familiares. Exija esta informação da equipe
médica.
Idealmente, o idoso deve permanecer o menor tempo possível no hospital. Portanto, é interessante que a
família tenha conhecimento sobre a evolução do tratamento e a previsão de alta.
Os familiares devem exigir orientações de cuidados pós-alta da equipe multifuncional de saúde (médicos e
equipe de enfermagem principalmente). É imperativo que todas as dúvidas sejam resolvidas para evitar retorno
ao hospital.

Em casa, a recuperação deve continuar com a assistência da equipe multiprofissional de saúde devida
(fisioterapeutas, fonoaudiologos, enfermeiros, etc).

 Luto e Morte
Ao nascermos todos ficamos sujeitos a uma mesma limitação: a morte. Apesar de nos ser a todos familiar – quer
pela experiência próxima do falecimento de familiares quer de amigos ou mesmo desconhecidos – o tema da
morte e do luto é um dos mais difíceis de abordar, causando um sofrimento terrível.
O termo luto refere-se à perda real do objeto – de uma pessoa (ente querido, familiar, amigo...). Embora o luto
possa ser acompanhado de depressão e ambos apresentem algumas similitudes torna-se importante demarcar
estas duas situações. Em primeiro lugar porque embora não haja luto sem depressão, pode obviamente haver
depressão sem luto
Enquanto na depressão o sujeito não sabe muito bem o que perdeu (perdeu o amor do objeto), no luto o
indivíduo sabe muito bem que perder o objeto (embora por vezes, principalmente nos primeiros momentos
haja alguma tendência para negar a realidade com o intuito de evita a dor)
O luto é um processo de angustia resultado de uma perda significativa em nossa vida e tende a fazer parte de
todo fim que vivenciamos. Ao contrário do que muitos pensam e dizem, o luto não é um transtorno ou uma
doença, logo não é algo a ser curado ou evitado, mas sim compreendido, acolhido e elaborado (no contexto
daquela pessoa, daquele momento de vida e conforme grau da relação e impacto da perda) e às vezes um
auxílio profissional, como psicológico, pode ser necessário. É comum as pessoas se referirem ao luto como uma
situação que precisa ser resolvida, deixada para trás e normalmente com tempo breve. Isso acontece devido à
falta de compreensão que se possui sobre o tema e sobre a pessoa envolvida no luto. E esta falta de
compreensão tende a ser uma geradora da falta de tolerância, que tende a prejudicar diretamente a superação
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ou a readequação da vida da pessoa. A não habilidade, ou a falta de manejo com o assunto morte e luto, acaba
sendo, na maioria das vezes, a maior causa de sofrimento, pois a pessoa enlutada acaba sendo pressionada pelo
meio, às vezes por ela mesma, a sair desta situação o mais breve possível, assumindo atitudes e movimentos
contrários ao que se sente e vive naquele momento.
Existem dores e sofrimentos de perdas mais ou menos intensos. E quanto mais próximo afetivamente formos da
pessoa que morreu, maior o luto. Assim, quando falamos de lutos mais sofridos ou mais longos, normalmente
falamos de perdas de filhos, pais e cônjuges. Pessoas estas que normalmente ocupam lugar de base (passada ou
futura) em nossa vida e por isso a sensação de desnorteamento é intensa. A tristeza faz parte dos sentimentos
que compõem o luto e tende a trazer consigo o choro, o desanimo, sensação de dor. Alguns pacientes
comparam com uma sensação de dormência, do corpo, dos movimentos, das sensações e até dos pensamentos.

 Reações ao luto
Não há atitude padrão para estar de luto. Algumas pessoas se calam, se fecham em seus mundos, se afastam,
enquanto outras se tornam ativas, querem falar, chorar abertamente, estar acompanhadas. Não devemos nos
prender ou avaliar uma reação, por si só, afinal cada ser humano tem o direito de sentir e vivenciar em sua
particularidade. Podemos notar que independente a reação, ambos os casos possuem em comum a necessidade
de ter sua dor de perda acolhida e respeitada.
Os primeiros dias tendem a ser terríveis, sendo mais comum os choros descontrolados, atitudes agressivas ou
intensas, falta de apetite e de sono... Com o passar do tempo, (e este tempo é particular para cada ser humano),
estas reações tendem a ganhar uma estabilidade, não falo ainda em desaparecer, mas sim devem ocorrer de
forma mais organizada. E assim a tendência é que o luto se encaixe na vida da pessoa e fique presente por
algum tempo, podendo ser meses ou anos, oscilando as intensidades e as formas de expressões.
Geralmente, só devemos nos alertar para uma preocupação, quando o quadro de luto gerar sintomas que
sugerem exagero no sofrimento e prejuízo na vida como: abandonar emprego, escola, namoro ou casamento,
não conseguir se preocupar com seus filhos ou com suas contas, emagrecer ou engordar significativamente,
assim como reações sintomáticas frequentes e intensas, como desmaios, taquicardias, dores diversas.
O sinal do exagero e da intensidade desestruturada sugere o não saudável e, portanto, é merecedora de
atenção e talvez de acompanhamento psicológico. E o acompanhamento de um profissional pode ser muito
bemvindo, por propiciar a pessoa uma possibilidade de reconhecer seus sintomas de sofrimento, de entender
suas reações e para expressar sua dor e assim ir aliviando sua angustia.
Uma angustia não negada e bem acolhida tende a gerar a possibilidade de se refazer na vida, com a pessoa
saindo mais fortalecida para continuar sua história.
O luto não é algo ruim, na verdade ele é necessário. É uma etapa que precisamos encarar, compreender,
vivenciar para continuarmos vivendo de forma equilibrada e saudável. Assim nestas situações talvez tudo que

nos caiba seja de fato um bom abraço, uma oferta de colo, de ajuda com questões burocráticas ou mesmo a
nossa presença ao lado. Mostrando que a tristeza atinge a todos, mas que estão ali unidos para chorarem e se
ajudarem nesta fase difícil de vida.

 A morte institucionalizada
Tanto a repulsa pela morte como os conhecimentos adquiridos para o seu adiamento indefinido por parte da
medicina, legitimaram a passagem do quarto do moribundo da sua casa para o hospital. Esse passou a ser o
templo da morte solitária. Apenas os parentes mais próximos acompanham, a uma distância segura, o findar,
não raro longo e silencioso, do ente querido. Chega ao fim a morte solene e circunstanciada, em família: morre-
se no hospital, símbolo da extraterritorialidade da morte. Sendo a morte considerada obscena e embaraçosa,
nada pode deixar de vestígio, a morte é agora institucionalizada e medicalizada. Encontram-se nos hospitais
aparelhos de alta tecnologia que são utilizados para manterem o organismo do paciente em funcionamento, e
profissionais treinados para manipulá-los, porém sem preparo para assistir às reais necessidades do paciente,
em iminência de morte, assim como de sua família. A tecnologia prolonga a vida dos doentes, mas não os ajuda
no processo de morrer, sendo o doente terminal marginalizado socialmente porque deixou de ter um papel
funcional.

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Existem dois paradigmas vinculados à ação de saúde: o curar e o cuidar. No paradigma do curar, o investimento
é na vida a qualquer preço, na qual a Medicina de alta tecnologia se torna presente, e as práticas mais
humanistas ficam em segundo plano. No paradigma do cuidar, há uma aceitação da morte como parte da
condição humana, leva-se em conta a pessoa doente, e não somente a doença; enfatiza-se a
multidimensionalidade da doença, a dor total.

 Aspectos Emocionais da Família Frente à Morte


A família merece um cuidado especial desde o instante da comunicação do diagnóstico, uma vez que esse
momento tem um enorme impacto sobre os familiares, que veem seu mundo desabar após a descoberta de que
uma doença potencialmente fatal atingiu um dos seus membros. Isso faz com que, em muitas circunstâncias,
suas necessidades psicológicas excedam as do paciente. Dependendo da intensidade das reações emocionais
desencadeadas, a ansiedade familiar torna-se um dos aspectos de mais difícil manejo.
O luto não começa com a morte. Ele já estará sendo determinado a partir da qualidade das relações familiares
existentes antes dela, pela qualidade dos vínculos estabelecidos e, também, afetado por condições atuantes
mais próximas à morte propriamente dita. O luto, mesmo quando considerado normal, não significa que não
seja doloroso ou que não exija um grande esforço de adaptação às novas condições de vida, tanto por parte de
cada um dos indivíduos afetados quanto no sistema familiar, que também sofre impacto em seu funcionamento
e em sua identidade, a possibilidade de perder o paciente torna-se muito concreta. Nesse momento, os
familiares, ao se depararem com esta realidade impactante, geralmente vivenciam as teorizadas fases do luto:
negação, raiva, barganha, depressão e aceitação.
 Na fase da negação, os familiares não acreditam (ou melhor, não podem acreditar) na gravidade do
diagnóstico e do reservado prognóstico do paciente. Aparece com frequência o discurso da
possibilidade de ter havido um erro no seu exame, ou de troca do resultado. O primeiro contato com a
doença grave em geral tem como características: o choque inicial frente ao diagnóstico e o início de uma
busca frenética, que logo se torna uma autêntica peregrinação de especialista em especialista, na
expectativa de mudança do diagnóstico.
 Na fase da raiva, é esperado um questionamento da vontade divina e do poder da equipe, uma vez que
a melhora está demorando por vir. O familiar passa a experimentar outros sentimentos, podendo
tornar-se hostil e agressivo ao meio que o rodeia e mesmo em relação a Deus. Nesse momento penoso,
o sentimento predominante é de impotência, alternando-se com momentos de revolta e franca
hostilidade. Em relação à equipe são esperadas reações de desconfiança e de agressividade por parte do
familiar, que nesse momento se questiona se deveria ter realmente permitido o tratamento, se o
tratamento não acabou antecipando a morte do familiar, e coloca em dúvida a própria capacidade
técnica da equipe.
 Na fase da barganha: a busca de métodos mágicos de cura, apelos dramáticos, e a celebração de pactos
ou promessas. Nesse momento o familiar estabelece acordos, reais ou imaginários, com figuras que
representam, em seu sistema de crenças e valores. Essas figuras aparecem, frequentemente,
encarnadas em certos profissionais da equipe, sobretudo da especialidade médica. No plano
sobrenatural, o poder absoluto é investido em Deus ou nos santos de devoção.
 Na fase de depressão: a angústia e a introspecção aumentam, acompanhando progressivamente a
deterioração do estado do paciente. A dor psíquica é imensa, pois começa a se esboçar o contato nítido
com o início do fim. Sentimentos de: culpa e insegurança, tristeza e pesar, retornam com maior

intensidade. São características dessa fase: introspecção e isolamento, episódios de choro e profunda
tristeza.
 A fase da aceitação é o estágio da quietude e do isolamento. A vontade de lutar cessa gradualmente e a
necessidade de descanso é imensa. A aceitação da morte do familiar não significa perder a esperança de
vida, mas não mais temer ou se angustiar intensamente ao entrar em contato com a perda inevitável.

Histórico da Ética:

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1- Origem do Termo:
A palavra ética é de origem grega, derivada de ethos, que por sua vez diz respeito ao costume ou mesmo aos
hábitos dos homens. Os estudos sobre o tema lidam com a compreensão das noções e dos princípios que
sustentam as bases da moralidade social e da vida individual além de tratar-se de uma reflexão sobre o valor das
ações sociais consideradas tanto no âmbito coletivo quanto no âmbito individual. Diversos são os autores que
conceituam a Ética. Ela é denominada, por exemplo, como “um conjunto de valores morais e princípios que
norteiam a conduta humana na sociedade” ou então, conforme outra definição, uma parte da filosofia (e
também pertinente às ciências sociais) que lida com a compreensão das noções e dos princípios que sustentam
as bases da moralidade social e da vida individual. Em outras palavras, trata-se de uma reflexão sobre o valor
das ações sociais consideradas tanto no âmbito coletivo como no âmbito individual.
Para outros autores a ética nasce quando se passa a indagar o que são, de onde vêm e o que valem os
costumes. Ou seja, nasce quando também se busca compreender o caráter de cada pessoa, isto é, o senso
moral e consciência moral e individual.
Outros conceituam ética como o estudo geral do que é bom ou mau, correto ou incorreto, justo ou injusto,
adequado ou inadequado.
O Filósofo Leonard Boff define a ética como “um conjunto de valores e princípios, de inspirações e indicações
que valem para todos, pois estão ancorados na nossa própria humanidade”. Assim podemos dizer ainda que a
ética é construída por uma sociedade com base nos valores históricos e culturais. Do ponto de vista da Filosofia,
a Ética é uma ciência que estuda os valores e princípios morais de uma sociedade e seus grupos. Além do mais,
ela “serve para que haja um equilíbrio e bom funcionamento social, possibilitando que ninguém saia
prejudicado. Neste sentido, a ética, embora não possa ser confundida com as leis, está relacionada com o
sentimento de justiça social”. Importante destacar o que muitos dizem que a Ética não serve de base somente
às relações humanas mais próximas. Ela trata de relações sociais dos homens, pois alguns filósofos consideram a
ética como a base do direito ou da justiça, isto é, das leis que regulam a convivência entre todos os membros de
uma sociedade. Ferreira Gullar, importante autor brasileiro, vem a afirmar que “a ética deve fundar-se no bem
comum, no respeito aos direitos do cidadão e, na busca de uma vida digna para todos”

2- Objetivo da Ética:
Um dos objetivos da Ética é a busca de justificativas para as regras propostas pela Moral e pelo Direito.

3- Moral:
A palavra “moral” tem origem no termo latino “morales” que significa “relativo aos costumes”. A moral
estabelece regras que são assumidas pela pessoa, como uma forma de garantir o seu bem-viver. A Moral
independe das fronteiras geográficas e garante uma identidade entre pessoas que sequer se conhecem, mas
utilizam este mesmo referencial moral comum.
O estudo da Moral, de suas regras e dos costumes é, pois, relevante principalmente para humanizar as relações
econômicas e o mundo materializado de nossos dias. O dicionário Aurélio define moral como sendo “de acordo
com os bons costumes. Que é próprio para favorecer os bons costumes. Relativo ao espírito; intelectual (por
oposição ao físico, ao material).”
No que tange ao significado de moral Leonardo Boff traz uma série de exemplos e afirmações para conceituar o
termo. A forma concreta como a ética é vivida, depende de cada cultura que é sempre diferente da outra. Um
indígena, um chinês, um africano, vivem do seu jeito o amor, o cuidado, a solidariedade e o perdão. Esse jeito
diferente chamamos de moral.
Ètica existe uma só para todos. Moral existem muitas, consoante as maneiras diferentes como os seres
humanos organizam a vida. Vamos dar um exemplo. Importante é ter uma casa (ética). O estilo e a maneira de
construi-la pode variar (moral). Pode ser simples, rústica, moderna, colonial, gótica, contanto que seja casa
habitável. Assim é com a ética e a moral. (LEONARDO BOFF).
O estudo da Moral, de suas regras e dos costumes é, pois, relevante para o jurista, principalmente para
humanizar as relações econômicas e o mundo materializado de nossos dias. Vale destacar ainda que a moral
não se reduz

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apenas a seu aspecto social, pois a medida que desenvolvemos nossa reflexão crítica, passamos a questionar os
valores herdados, para então decidir se aceitamos ou não as normas. A ética, tanto quanto a moral, não é um
conjunto de verdades fixas, imutáveis. A ética se move, historicamente, se amplia e se adensa. Para
entendermos como isso acontece na história da humanidade, basta lembrarmos que, um dia a escravidão foi
considerada “natural”. Entre a moral e a ética há uma tensão permanente: a ação moral busca uma
compreensão e uma justificação crítica universal e, a ética, por sua vez, exerce uma permanente vigilância crítica
sobre a moral, para reforçá-la ou transformá-la.

4- Objetivo da Moral:
A Moral tem por objeto o comportamento humano regido por regras e valores morais, que se encontram
gravados em nossas consciências, e em nenhum código, comportamento resultante de decisão da vontade, que
torna o homem, por ser livre, responsável por sua culpa quando agir contra as regras morais, tem relações
muito próximas com o Direito. A Justiça, valor jurídico fundamental é valor moral.

5- Termos Básicos:
1. Autonomia: independência, autovalorização. Implicações de enfermagem: demonstrar respeito por todas as
pessoas; apoiar o direito do cliente ao consentimento informado.
2. Justiça: igualdade Implicações de enfermagem: garantir a alocação razoável de recursos, como cuidado de
enfermagem, para todos os clientes; determinar prioridades em que os clientes devem ser tratados.
3. Fidelidade: sinceridade; esforçar-se para manter as promessas. Implicações de enfermagem: manterás
promessas feitas aos clientes, famílias e outros profissionais; evitar o abandono dos clientes.
4. Beneficência: buscar ativamente os benefícios; promoção do bem. Implicações de enfermagem: promover
ações que beneficiem os clientes; procurar benefícios que forneçam o menor dano; considerar o maior interesse
do cliente acima do interesse próprio.
5. Não maleficência: buscar ativamente não fazer o mal. Implicações de enfermagem: evitar risco de lesão e
dano, que ocorram durante o desempenho das ações de enfermagem; procurar fazer o menor mal, quando os
benefícios resultar em algum mal.
6. Confidencialidade: O princípio relaciona-se ao conceito de privacidade. A informação obtida de uma pessoa
não é revelada para outros a menos beneficie a pessoa ou exista uma ameaça direta ao bem social;
 Ética na Vida Social: Cada ocasião social exige um tipo de comportamento. Para tanto se deve usar o
bom senso em cada detalhe: no vestir, no falar, na postura. Nosso comportamento, nossos gestos,
nossas palavras, nossa postura, se diferem nas mais diversas ocasiões sociais.
 Ética na Vida Profissional: “É um conjunto de normas que regem os atos dos profissionais quando em
exercício”.

A ENFERMAGEM COMO PROFISSÃO:

1- Códigos de ética:
Cada sociedade e cada grupo possuem seus próprios códigos de ética. Num país, por exemplo, sacrificar animais
para pesquisa científica pode ser ético. Em outro país, esta atitude pode desrespeitar os princípios éticos
estabelecidos de não utilização de animais para estes fins. Aproveitando o exemplo, a ética na área de pesquisas
biológicas é denominada bioética. Além dos princípios gerais que norteiam o bom funcionamento social, existe
também a ética de determinados grupos ou locais específicos.
Neste sentido, podemos citar: ética médica, ética profissional (trabalho), ética empresarial, ética educacional,
ética nos esportes, ética jornalística, ética na política, etc. Num contexto geral, podem ser citados aqui alguns
pontos importantes para o dia a dia da organização e ao ambiente do trabalho no sentido ético que buscam
melhor e maior aproveitamento do profissional:
 Maior nível de produção na empresa;
 Favorecimento para a criação de um ambiente de trabalho harmonioso, respeitoso e agradável;
 Aumento no índice de confiança entre os funcionários. Importante destacar ainda alguns exemplos de atitudes
éticas que todo o trabalhador deve ter o cuidado e praticar o ambiente de trabalho, mais especificamente:

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 Educação e respeito entre os funcionários;


 Cooperação e atitudes que visam à ajuda aos colegas de trabalho;
 Divulgação de conhecimentos que possam melhorar o desempenho das atividades realizadas na empresa;
 Respeito à hierarquia dentro da empresa;
 Busca de crescimento profissional sem prejudicar outros colegas de trabalho;

 Ações e comportamentos que visam criar um clima agradável e positivo dentro da empresa como, por
exemplo, manter o bom humor;
 Realização, em ambiente de trabalho, apenas de tarefas relacionadas ao trabalho;
 Respeito às regras e normas da empresa.

2- Ética Profissional:
A atuação profissional deve ser lembrada de maneira pessoal, mas ressaltando-se o trabalho em equipe, haja
vista que muito dificilmente a coletividade não influencia na relação laboral. Nesse sentido, devemos lembrar
que a forma de atuar profissionalmente requer princípios gerais que norteiam não apenas uma pessoa, mas sim,
um grupo, de pessoas que atuam no âmbito profissional. Assim pode-se definir ética profissional como
“conjunto de atitudes e valores positivos aplicados no ambiente de trabalho. A ética no ambiente de trabalho é
de fundamental importância para o bom funcionamento das atividades da empresa e das relações de trabalho
entre os funcionários”.

3- Legislação Profissional dos Técnicos em Enfermagem:


Como falamos anteriormente, as diversas profissões possuem seus códigos específicos. Não porque uma área de
atuação é melhor do que a outra, mas sim pelo fato de que as peculiaridades de cada profissão exigem normas e
legislações direcionadas. Além do Código de Ética, que veremos a seguir, temos também outras legislações que
falam sobre a profissão do Técnico de Enfermagem, como por exemplo:
* LEI Nº 5.905, DE 12 DE JULHO DE 1973 que “Dispõe sobre a criação dos Conselhos Federal e Regionais de
Enfermagem e dá outras providências”.
* LEI Nº 7.498, DE 25 DE JUNHO DE 1986 que “Dispõe sobre a regulamentação do exercício da enfermagem e
dá outras providências”.
Vale destacar nessa legislação alguns artigos que tratam especificamente dos profissionais técnicos em
enfermagem:
 Art. 2º A enfermagem e suas atividades auxiliares somente podem ser exercidas por pessoas legalmente
habilitadas e inscritas no Conselho Regional de Enfermagem com jurisdição na área onde ocorre o exercício.
 Parágrafo único. A enfermagem é exercida privativamente pelo Enfermeiro, pelo Técnico de Enfermagem,
pelo Auxiliar de Enfermagem e pela Parteira, respeitados os respectivos graus de habilitação. (...)
 Art. 7º São Técnicos de Enfermagem: I o titular do diploma ou do certificado de Técnico de Enfermagem,
expedido de acordo com a legislação e registrado pelo órgão competente; II o titular do diploma ou do
certificado legalmente conferido por escola ou curso estrangeiro, registrado em virtude de acordo de
intercâmbio cultural ou revalidado no Brasil como diploma de Técnico de Enfermagem. (...)
 Art. 12 O Técnico de Enfermagem exerce atividade de nível médio, envolvendo orientação e
acompanhamento do trabalho de enfermagem em grau auxiliar, e participação no planejamento da
assistência de enfermagem, cabendo-lhe especialmente:
a) participar da programação da assistência de enfermagem;
b) executar ações assistenciais de enfermagem, exceto as privativas do Enfermeiro, observado o disposto no
parágrafo único do art. 11 desta lei;
c) participar da orientação e supervisão do trabalho de enfermagem em grau auxiliar;
d) participar da equipe de saúde.(...)
 Art. 15 As atividades referidas nos arts. 12 e 13 desta lei quando exercidas em instituições de saúde, públicas
e privadas, e em programas de saúde, somente podem ser desempenhadas sob orientação e supervisão de
Enfermeiro.

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Já o Decreto nº 94.406, de 08 de junho de 1987 trata sobre a regulamentação da Lei 7.498/1986 “que dispõe
sobre o exercício da Enfermagem e dá outras providências”. Entre os diversos artigos, destacaremos apenas o
que nos interessa nesse momento:
 Art. 1º O exercício da atividade de Enfermagem, observadas as disposições da Lei nº 7.498, de 25 de junho
de 1986, e respeitados os graus de habilitação, é privativo de Enfermeiro, Técnico de Enfermagem, Auxiliar
de Enfermagem e Parteiro e só será permitido ao profissional inscrito no Conselho Regional de Enfermagem
da respectiva região. (...)
 Art. 5º São técnicos de Enfermagem: I o titular do diploma ou do certificado de técnico de Enfermagem,
expedido de acordo com a legislação e registrado no órgão competente; II o titular do diploma ou do
certificado legalmente conferido por escola ou curso estrangeiro, registrado em virtude de acordo de
intercâmbio cultural ou revalidado no Brasil como diploma de técnico de Enfermagem. (...)

 Art. 10 O Técnico de Enfermagem exerce as atividades auxiliares, de nível médio técnico, atribuídas à equipe
de Enfermagem, cabendo-lhe:
* I assistir o Enfermeiro:
a) no planejamento, programação, orientação e supervisão das atividades de assistência de Enfermagem;
b) na prestação de cuidados diretos de Enfermagem a pacientes em estado grave;
c) na prevenção e controle das doenças transmissíveis em geral em programas de vigilância epidemiológica;
d) na prevenção e controle sistemático da infecção hospitalar;
e) na prevenção e controle sistemático de danos físicos que possam ser causados a pacientes durante a
assistência de saúde;
f) na execução dos programas referidos nas letras "i" e "o" do item II do Art. 8º.
* II executar atividades de assistência de Enfermagem, excetuadas as privativas do Enfermeiro e as referidas no
Art. 9º deste Decreto:
* III integrar a equipe de saúde. (...)
 Art. 14 Incumbe a todo o pessoal de Enfermagem:
I cumprir e fazer cumprir o Código de Deontologia da Enfermagem;
II quando for o caso, anotar no prontuário do paciente as atividades da assistência de Enfermagem, para fins
estatísticos;
 Art. 15 Na administração pública direta e indireta, federal, estadual, municipal, do Distrito Federal e dos
Territórios será exigida como condição essencial para provimento de cargos e funções e contratação de
pessoal de Enfermagem, de todos os graus, a prova de inscrição no Conselho Regional de Enfermagem da
respectiva região.
 Parágrafo único. Os órgãos e entidades compreendidos neste artigo promoverão, em articulação com o
Conselho Federal de Enfermagem, as medidas necessárias à adaptação das situações já existentes com as
disposições deste Decreto, respeitados os direitos adquiridos quanto a vencimentos e salários.

4 - Código de Ética Profissional dos Técnicos em Enfermagem Código de Ética dos Profissionais de Enfermagem
Preâmbulo
A enfermagem compreende um componente próprio de conhecimentos científicos e técnicos, construído e
reproduzido por um conjunto de práticas sociais, éticas e políticas que se processa pelo ensino, pesquisa e
assistência. Realiza-se na prestação de serviços à pessoa, família e coletividade, no seu contexto e circunstâncias
de vida. O aprimoramento do comportamento ético do profissional passa pelo processo de construção de uma
consciência individual e coletiva, pelo compromisso social e profissional configurado pela responsabilidade no
plano das relações de trabalho com reflexos no campo científico e político. A enfermagem brasileira, face às
transformações socioculturais, científicas e legais, entendeu ter chegado o momento de reformular o Código de
Ética dos Profissionais de Enfermagem (CEPE). A trajetória da reformulação, coordenada pelo Conselho Federal
de Enfermagem com a participação dos Conselhos Regionais de Enfermagem, incluiu discussões com a categoria
de enfermagem. O Código de Ética dos Profissionais de Enfermagem está organizado por assunto e inclui
princípios, direitos, responsabilidades, deveres e proibições pertinentes à conduta ética dos profissionais de
enfermagem. O Código de Ética dos Profissionais de Enfermagem leva em consideração, a necessidade e o direito
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de assistência em enfermagem da população, os interesses do profissional e de sua organização. Está centrado


na pessoa, família e coletividade e pressupõe que os trabalhadores de enfermagem estejam aliados aos usuários
na luta por uma assistência sem riscos e danos e acessível a toda população. O presente Código teve como
referência os postulados da Declaração Universal dos Direitos do Homem, promulgada pela Assembleia Geral das
Nações Unidas (1948) e adotada pela Convenção de Genebra da Cruz Vermelha (1949), contidos no Código de
Ética do Conselho Internacional de Enfermeiros (1953) e no Código de Ética da Associação Brasileira de
Enfermagem (1975). Teve como referência, ainda, o Código de Deontologia de Enfermagem do Conselho Federal
de Enfermagem (1976), o Código de Ética dos Profissionais de Enfermagem (1993) e as Normas Internacionais e
Nacionais sobre Pesquisa em Seres Humanos [Declaração Helsinque (1964), revista em Tóquio (1975), em Veneza
(1983), em Hong Kong (1989) e em Sommerset West (1996) e a Resolução 196 do Conselho Nacional de Saúde,
Ministério da Saúde (1996)].

5- Princípios Fundamentais:
A enfermagem é uma profissão comprometida com a saúde e a qualidade de vida da pessoa, família e
coletividade. O profissional de enfermagem atua na promoção, prevenção, recuperação e reabilitação da saúde,
com autonomia e em consonância com os preceitos éticos e legais. O profissional de enfermagem participa,
como integrante da equipe de saúde, das ações que visem satisfazer as necessidades de saúde da população e da
defesa dos princípios

das políticas públicas de saúde e ambientais, que garantam a universalidade de acesso aos serviços de saúde,
integralidade da assistência, resolutividade, preservação da autonomia das pessoas, participação da comunidade,
hierarquização e descentralização político-administrativa dos serviços de saúde. O profissional de enfermagem
respeita a vida, a dignidade e os direitos humanos, em todas as suas dimensões. O profissional de enfermagem
exerce suas atividades com competência para a promoção do ser humano na sua integralidade, de acordo com
os princípios da ética e da bioética.

CAPÍTULO I
DAS RELAÇÕES PROFISSIONAIS - DIREITOS
Art. 1º - Exercer a enfermagem com liberdade, autonomia e ser tratado segundo os pressupostos e princípios
legais, éticos e dos direitos humanos.
Art. 2º - Aprimorar seus conhecimentos técnicos, científicos e culturais que dão sustentação a sua prática
profissional.
Art. 3º - Apoiar as iniciativas que visem ao aprimoramento profissional e à defesa dos direitos e interesses da
categoria e da sociedade.
Art. 4º - Obter desagravo público por ofensa que atinja a profissão, por meio do Conselho Regional de
Enfermagem.

RESPONSABILIDADES E DEVERES
Art. 5º - Exercer a profissão com justiça, compromisso, equidade, resolutividade, dignidade, competência,
responsabilidade, honestidade e lealdade.
Art. 6º - Fundamentar suas relações no direito, na prudência, no respeito, na solidariedade e na diversidade de
opinião e posição ideológica.
Art. 7º - Comunicar ao COREN e aos órgãos competentes, fatos que infrinjam dispositivos legais e que possam
prejudicar o exercício profissional.

PROIBIÇÕES
Art. 8º - Promover e ser conivente com a injúria, calúnia e difamação de membro da equipe de enfermagem,
equipe de saúde e de trabalhadores de outras áreas, de organizações da categoria ou instituições.
Art. 9º - Praticar e/ou ser conivente com crime, contravenção penal ou qualquer outro ato, que infrinja
postulados éticos e legais.

SEÇÃO I
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DAS RELAÇÕES COM A PESSOA, FAMILIA E COLETIVIDADE - DIREITOS


Art. 10 - Recusar-se a executar atividades que não sejam de sua competência técnica, científica, ética e legal ou
que não ofereçam segurança ao profissional, à pessoa, família e coletividade.
Art. 11 - Ter acesso às informações, relacionadas à pessoa, família e coletividade, necessárias ao exercício
profissional.

RESPONSABILIDADES E DEVERES
Art. 12 - Assegurar à pessoa, família e coletividade assistência de enfermagem livre de danos decorrentes de
imperícia, negligência ou imprudência.
Art. 13 - Avaliar criteriosamente sua competência técnica, científica, ética e legal e somente aceitar encargos ou
atribuições, quando capaz de desempenho seguro para si e para outrem.
Art. 14 - Aprimorar os conhecimentos técnicos, científicos, éticos e culturais, em benefício da pessoa, família e
coletividade e do desenvolvimento da profissão.
Art. 15 - Prestar assistência de enfermagem sem discriminação de qualquer natureza.
Art. 16 - Garantir a continuidade da assistência de enfermagem em condições que ofereçam segurança, mesmo
em caso de suspensão das atividades profissionais decorrentes de movimentos reivindicatórios da categoria.
Art. 17 - Prestar adequadas informações à pessoa, família e coletividade a respeito dos direitos, riscos, benefícios
e intercorrências acerca da assistência de enfermagem.
Art. 18 - Respeitar, reconhecer e realizar ações que garantam o direito da pessoa ou de seu representante legal,
de tomar decisões sobre sua saúde, tratamento, conforto e bem-estar.
Art. 19 - Respeitar o pudor, a privacidade e a intimidade do ser humano, em todo seu ciclo vital, inclusive nas
situações de morte e pós-morte.
Art. 20 - Colaborar com a equipe de saúde no esclarecimento da pessoa, família e coletividade a respeito dos
direitos, riscos, benefícios e intercorrências acerca de seu estado de saúde e tratamento.

Art. 21 - Proteger a pessoa, família e coletividade contra danos decorrentes de imperícia, negligência ou
imprudência por parte de qualquer membro da equipe de saúde.
Art. 22 - Disponibilizar seus serviços profissionais à comunidade em casos de emergência, epidemia e catástrofe,
sem pleitear vantagens pessoais.
Art. 23 - Encaminhar a pessoa, família e coletividade aos serviços de defesa do cidadão, nos termos da lei.
Art. 24 - Respeitar, no exercício da profissão, as normas relativas à preservação do meio ambiente e denunciar
aos órgãos competentes as formas de poluição e deterioração que comprometam a saúde e a vida.
Art. 25 - Registrar no prontuário do paciente as informações inerentes e indispensáveis ao processo de cuidar.

PROIBIÇÕES
Art. 26 - Negar assistência de enfermagem em qualquer situação que se caracterize como urgência ou
emergência. Art. 27 - Executar ou participar da assistência à saúde sem o consentimento da pessoa ou de seu
representante legal, exceto em iminente risco de morte.
Art. 28 - Provocar aborto, ou cooperar em prática destinada a interromper a gestação. Parágrafo único - Nos
casos previstos em lei, o profissional deverá decidir, de acordo com a sua consciência, sobre a sua participação
ou não no ato abortivo.
Art. 29 - Promover a eutanásia ou participar em prática destinada a antecipar a morte do cliente.
Art. 30 - Administrar medicamentos sem conhecer a ação da droga e sem certificar-se da possibilidade de riscos.
Art. 31 - Prescrever medicamentos e praticar ato cirúrgico, exceto nos casos previstos na legislação vigente e em
situação de emergência.
Art. 32 - Executar prescrições de qualquer natureza, que comprometam a segurança da pessoa.
Art. 33 - Prestar serviços que por sua natureza competem a outro profissional, exceto em caso de emergência.
Art. 34 - Provocar, cooperar, ser conivente ou omisso com qualquer forma de violência.
Art. 35 - Registrar informações parciais e inverídicas sobre a assistência prestada.

SEÇÃO II
DAS RELAÇÕES COM OS TRABALHADORES DE ENFERMAGEM, SAÚDE E OUTROS DIREITOS
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Art. 36 - Participar da prática multiprofissional e interdisciplinar com responsabilidade, autonomia e liberdade.


Art. 37 - Recusar-se a executar prescrição medicamentosa e terapêutica, onde não conste a assinatura e o
número de registro do profissional, exceto em situações de urgência e emergência. Parágrafo único - O
profissional de enfermagem poderá recusar-se a executar prescrição medicamentosa e terapêutica em caso de
identificação de erro ou ilegibilidade.

RESPONSABILIDADES E DEVERES
Art. 38 - Responsabilizar-se por falta cometida em suas atividades profissionais, independente, de ter sido
praticada individualmente ou em equipe.
Art. 39 - Participar da orientação sobre benefícios, riscos e consequências decorrentes de exames e de outros
procedimentos, na condição de membro da equipe de saúde.
Art. 40 - Posicionar-se contra falta cometida durante o exercício profissional seja por imperícia, imprudência ou
negligência.
Art. 41 - Prestar informações, escritas e verbais, completas e fidedignas necessárias para assegurar a
continuidade da assistência.

PROIBIÇÕES
Art. 42 - Assinar as ações de enfermagem que não executou, bem como permitir que suas ações sejam assinadas
por outro profissional.
Art. 43 - Colaborar, direta ou indiretamente com outros profissionais de saúde, no descumprimento da legislação
referente aos transplantes de órgãos, tecidos, esterilização humana, fecundação artificial e manipulação
genética.

SEÇÃO III
DAS RELAÇÕES COM AS ORGANIZAÇÕES DA CATEGORIA - DIREITOS
Art. 44 - Recorrer ao Conselho Regional de Enfermagem, quando impedido de cumprir o presente Código, a
legislação do exercício profissional e as resoluções e decisões emanadas do Sistema COFEN/COREN.
Art. 45 - Associar-se, exercer cargos e participar de entidades de classe e órgãos de fiscalização do exercício
profissional.
Art. 46 - Requerer em tempo hábil, informações acerca de normas e convocações.

Art. 47 - Requerer, ao Conselho Regional de Enfermagem, medidas cabíveis para obtenção de desagravo público
em decorrência de ofensa sofrida no exercício profissional.

RESPONSABILIDADES E DEVERES
Art. 48 - Cumprir e fazer os preceitos éticos e legais da profissão.
Art. 49 - Comunicar ao Conselho Regional de Enfermagem fatos que firam preceitos do presente Código e da
legislação do exercício profissional.
Art. 50 - Comunicar formalmente ao Conselho Regional de Enfermagem fatos que envolvam recusa ou demissão
de cargo, função ou emprego, motivado pela necessidade do profissional em cumprir o presente Código e a
legislação do exercício profissional.
Art. 51 - Cumprir, no prazo estabelecido, as determinações e convocações do Conselho Federal e Conselho
Regional de Enfermagem.
Art. 52 - Colaborar com a fiscalização de exercício profissional.
Art. 53 - Manter seus dados cadastrais atualizados, e regularizadas as suas obrigações financeiras com o
Conselho Regional de Enfermagem.
Art. 54 - Apor o número e categoria de inscrição no Conselho Regional de Enfermagem em assinatura, quando no
exercício profissional.
Art. 55 - Facilitar e incentivar a participação dos profissionais de enfermagem no desempenho de atividades nas
organizações da categoria.

PROIBIÇÕES
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Art. 56 - Executar e determinar a execução de atos contrários ao Código de Ética e às demais normas que
regulam o exercício da Enfermagem.
Art. 57 - Aceitar cargo, função ou emprego vago em decorrência de fatos que envolvam recusa ou demissão de
cargo, função ou emprego motivado pela necessidade do profissional em cumprir o presente código e a
legislação do exercício profissional.
Art. 58 - Realizar ou facilitar ações que causem prejuízo ao patrimônio ou comprometam a finalidade para a qual
foram instituídas as organizações da categoria.
Art. 59 - Negar, omitir informações ou emitir falsas declarações sobre o exercício profissional quando solicitado
pelo Conselho Regional de Enfermagem.

SEÇÃO IV
DAS RELAÇÕES COM AS ORGANIZAÇÕES EMPREGADORAS - DIREITOS
Art. 60 - Participar de movimentos de defesa da dignidade profissional, do aprimoramento técnico\científico, do
exercício da cidadania e das reivindicações por melhores condições de assistência, trabalho e remuneração.
Art. 61 - Suspender suas atividades, individual ou coletivamente, quando a instituição pública ou privada para a
qual trabalhe não oferecer condições dignas para o exercício profissional ou que desrespeite a legislação do setor
saúde, ressalvadas as situações de urgência e emergência, devendo comunicar imediatamente por escrito sua
decisão ao Conselho Regional de Enfermagem.
Art. 62 - Receber salários ou honorários compatíveis com o nível de formação, a jornada de trabalho, a
complexidade das ações e a responsabilidade pelo exercício profissional.
Art. 63 - Desenvolver suas atividades profissionais em condições de trabalho que promovam a própria segurança
e a da pessoa, família e coletividade sob seus cuidados, e dispor de material e equipamentos de proteção
individual e coletiva, segundo as normas vigentes.
Art. 64 - Recusar-se a desenvolver atividades profissionais na falta de material ou equipamentos de proteção
individual e coletiva definidos na legislação específica.
Art. 65 - Formar e participar da comissão de ética da instituição pública ou privada onde trabalha, bem como de
comissões interdisciplinares.
Art. 66 - Exercer cargos de direção, gestão e coordenação na área de seu exercício profissional e do setor saúde.
Art. 67 - Ser informado sobre as políticas da instituição e do serviço de enfermagem, bem como participar de sua
elaboração.
Art. 68 - Registrar no prontuário, e em outros documentos próprios da enfermagem, informações referentes ao
processo de cuidar da pessoa.

RESPONSABILIDADES E DEVERES

Art. 69 - Estimular, promover e criar condições para o aperfeiçoamento técnico, científico e cultural dos
profissionais de Enfermagem sob sua orientação e supervisão.
Art. 70 - Estimular, facilitar e promover o desenvolvimento das atividades de ensino, pesquisa e extensão,
devidamente aprovadas nas instâncias deliberativas da instituição.
Art. 71 - Incentivar e criar condições para registrar as informações inerentes e indispensáveis ao processo de
cuidar. Art. 72 - Registrar as informações inerentes e indispensáveis ao processo de cuidar de forma clara,
objetiva e completa.

PROIBIÇÕES
Art. 73 - Trabalhar, colaborar ou acumpliciar-se com pessoas físicas ou jurídicas que desrespeitem princípios e
normas que regulam o exercício profissional de enfermagem.
Art. 74 - Pleitear cargo, função ou emprego ocupado por colega, utilizando-se de concorrência desleal.
Art. 75 - Permitir que seu nome conste no quadro de pessoal de hospital, casa de saúde, unidade sanitária,
clínica, ambulatório, escola, curso, empresa ou estabelecimento congênere sem nele exercer as funções de
enfermagem pressupostas.

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Art. 76 - Receber vantagens de instituição, empresa, pessoa, família e coletividade, além do que lhe é devido,
como forma de garantir Assistência de Enfermagem diferenciada ou benefícios de qualquer natureza para si ou
para outrem.
Art. 77 - Usar de qualquer mecanismo de pressão ou suborno com pessoas físicas ou jurídicas para conseguir
qualquer tipo de vantagem.
Art. 78 - Utilizar, de forma abusiva, o poder que lhe confere a posição ou cargo, para impor ordens, opiniões,
atentar contra o pudor, assediar sexual ou moralmente, inferiorizar pessoas ou dificultar o exercício profissional.
Art. 79 - Apropriar-se de dinheiro, valor, bem móvel ou imóvel, público ou particular de que tenha posse em
razão do cargo, ou desviá-lo em proveito próprio ou de outrem.
Art. 80 - Delegar suas atividades privativas a outro membro da equipe de enfermagem ou de saúde, que não seja
enfermeiro.

CAPÍTULO II
DO SIGILO PROFISSIONAL - DIREITOS
Art. 81 - Abster-se de revelar informações confidenciais de que tenha conhecimento em razão de seu exercício
profissional a pessoas ou entidades que não estejam obrigadas ao sigilo.

RESPONSABILIDADES E DEVERES
Art. 82 - Manter segredo sobre fato sigiloso de que tenha conhecimento em razão de sua atividade profissional,
exceto casos previstos em lei, ordem judicial, ou com o consentimento escrito da pessoa envolvida ou de seu
representante legal.
§ 1º - Permanece o dever mesmo quando o fato seja de conhecimento público e em caso de falecimento da
pessoa envolvida.
§ 2º - Em atividade multiprofissional, o fato sigiloso poderá ser revelado quando necessário à prestação da
assistência.
§ 3º - O profissional de enfermagem, intimado como testemunha, deverá comparecer perante a autoridade e, se
for o caso, declarar seu impedimento de revelar o segredo.
§ 4º - O segredo profissional referente ao menor de idade deverá ser mantido, mesmo quando a revelação seja
solicitada por pais ou responsáveis, desde que o menor tenha capacidade de discernimento, exceto nos casos em
que possa acarretar danos ou riscos ao mesmo.
Art. 83 - Orientar, na condição de enfermeiro, a equipe sob sua responsabilidade, sobre o dever do sigilo
profissional.

PROIBIÇÕES
Art. 84 - Franquear o acesso a informações e documentos para pessoas que não estão diretamente envolvidas na
prestação da assistência, exceto nos casos previstos na legislação vigente ou por ordem judicial.
Art. 85 - Divulgar ou fazer referência a casos, situações ou fatos de forma que os envolvidos possam ser
identificados.

CAPÍTULO III
DO ENSINO, DA PESQUISA, E DA PRODUÇÃO TÉCNICO-CIENTÍFICA - DIREITOS

Art. 86 - Realizar e participar de atividades de ensino e pesquisa, respeitadas as normas ético-legais.


Art. 87 - Ter conhecimento acerca do ensino e da pesquisa a serem desenvolvidos com as pessoas sob sua
responsabilidade profissional ou em seu local de trabalho.
Art. 88 - Ter reconhecida sua autoria ou participação em produção técnico-científica.

RESPONSABILIDADES E DEVERES
Art. 89 - Atender as normas vigentes para a pesquisa envolvendo seres humanos, segundo a especificidade da
investigação.
Art. 90 - Interromper a pesquisa na presença de qualquer perigo à vida e à integridade da pessoa.

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Art. 91 - Respeitar os princípios da honestidade e fidedignidade, bem como os direitos autorais no processo de
pesquisa, especialmente na divulgação dos seus resultados.
Art. 92 - Disponibilizar os resultados de pesquisa à comunidade científica e sociedade em geral.
Art. 93 - Promover a defesa e o respeito aos princípios éticos e legais da profissão no ensino, na pesquisa e
produções técnico-científicas.

PROIBIÇÕES
Art. 94 - Realizar ou participar de atividades de ensino e pesquisa, em que o direito inalienável da pessoa, família
ou coletividade seja desrespeitado ou ofereça qualquer tipo de risco ou danos aos envolvidos.
Art. 95 - Eximir-se da responsabilidade por atividades executadas por alunos ou estagiários, na condição de
docente, enfermeiro responsável ou supervisor.
Art. 96 - Sobrepor o interesse da ciência ao interesse e segurança da pessoa, família ou coletividade.
Art. 97 - Falsificar ou manipular resultados de pesquisa, bem como, usá-los para fins diferentes dos pré
determinados.
Art. 98 - Publicar trabalho com elementos que identifiquem o sujeito participante do estudo sem sua
autorização. Art. 99 - Divulgar ou publicar, em seu nome, produção técnico-científica ou instrumento de
organização formal do qual não tenha participado ou omitir nomes de coautores e colaboradores.
Art. 100 - Utilizar sem referência ao autor ou sem a sua autorização expressa, dados, informações, ou opiniões,
ainda não publicados.
Art. 101 - Apropriar-se ou utilizar produções técnico-científicas, das quais tenha participado como autor ou não,
implantadas em serviços ou instituições sem concordância ou concessão do autor.
Art. 102 - Aproveitar-se de posição hierárquica para fazer constar seu nome como autor ou co-autor em obra
técnico-científica.

CAPÍTULO IV
DA PUBLICIDADE - DIREITOS
Art. 103 - Utilizar-se de veículo de comunicação para conceder entrevistas ou divulgar eventos e assuntos de sua
competência, com finalidade educativa e de interesse social.
Art. 104 - Anunciar a prestação de serviços para os quais está habilitado.

RESPONSABILIDADES E DEVERES
Art. 105 - Resguardar os princípios da honestidade, veracidade e fidedignidade no conteúdo e na forma
publicitária. Art. 106 - Zelar pelos preceitos éticos e legais da profissão nas diferentes formas de divulgação.

PROIBIÇÕES
Art. 107 - Divulgar informação inverídica sobre assunto de sua área profissional.
Art. 108 - Inserir imagens ou informações que possam identificar pessoas e instituições sem sua prévia
autorização. Art. 109 - Anunciar título ou qualificação que não possa comprovar.
Art. 110 - Omitir em proveito próprio, referência a pessoas ou instituições.
Art. 111 - Anunciar a prestação de serviços gratuitos ou propor honorários que caracterizem concorrência
desleal.

CAPÍTULO V
DAS INFRAÇÕES E PENALIDADES
Art. 112 - A caracterização das infrações éticas e disciplinares e a aplicação das respectivas penalidades regem-se
por este Código, sem prejuízo das sanções previstas em outros dispositivos legais.
Art. 113 - Considera-se infração ética a ação, omissão ou conivência que implique em desobediência e/ou
inobservância às disposições do Código de Ética dos Profissionais de Enfermagem.

Art. 114 - Considera-se infração disciplinar a inobservância das normas dos Conselhos Federal e Regional de
Enfermagem.

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Art. 115 - Responde pela infração quem a cometer ou concorrer para a sua prática, ou dela obtiver benefício,
quando cometida por outrem.
Art. 116 - A gravidade da infração é caracterizada por meio da análise dos fatos do dano e de suas
consequências. Art. 117 - A infração é apurada em processo instaurado e conduzido nos termos do Código de
Processo Ético das Autarquias Profissionais de Enfermagem.
Art. 118 - As penalidades a serem impostas pelos Conselhos Federal e Regional de Enfermagem, conforme o que
determina o art. 18, da Lei n° 5.905, de 12 de julho de 1973, são as seguintes:
I - Advertência verbal;
II – Multa;
III – Censura;
IV - Suspensão do exercício profissional;
V - Cassação do direito ao exercício profissional.
§ 1º - A advertência verbal consiste na admoestação ao infrator, de forma reservada, que será registrada no
prontuário do mesmo, na presença de duas testemunhas.
§ 2º - A multa consiste na obrigatoriedade de pagamento de 01 (uma) a 10 (dez) vezes o valor da anuidade da
categoria profissional à qual pertence o infrator, em vigor no ato do pagamento.
§3º - A censura consiste em repreensão que será divulgada nas publicações oficiais dos Conselhos Federal e
Regional de Enfermagem e em jornais de grande circulação.
§ 4º - A suspensão consiste na proibição do exercício profissional da enfermagem por um período não superior a
29 (vinte e nove) dias e será divulgada nas publicações oficiais dos Conselhos Federal e Regional de Enfermagem,
jornais de grande circulação e comunicada aos órgãos empregadores.
§ 5º - A cassação consiste na perda do direito ao exercício da enfermagem e será divulgada nas publicações dos
Conselhos Federal e Regional de Enfermagem e em jornais de grande circulação.
Art.119 - As penalidades, referentes à advertência verbal, multa, censura e suspensão do exercício profissional,
são da alçada do Conselho Regional de Enfermagem, serão registradas no prontuário do profissional de
enfermagem; a pena de cassação do direito ao exercício profissional é de competência do Conselho Federal de
Enfermagem, conforme o disposto no art. 18, parágrafo primeiro, da Lei n° 5.905/73.
Parágrafo único - Na situação em que o processo tiver origem no Conselho Federal de Enfermagem, terá como
instância superior a Assembleia dos Delegados Regionais.
Art. 120 - Para a graduação da penalidade e respectiva imposição consideram-se:
I- A maior ou menor gravidade da infração;
II - As circunstâncias agravantes e atenuantes da infração;
III - O dano causado e suas consequências;
IV - Os antecedentes do infrator.
Art. 121 - As infrações serão consideradas leves, graves ou gravíssimas, segundo a natureza do ato e a
circunstância de cada caso.
§ 1º - São consideradas infrações leves as que ofendam a integridade física, mental ou moral de qualquer pessoa,
sem causar debilidade ou aquelas que venham a difamar organizações da categoria ou instituições.
§ 2º - São consideradas infrações graves as que provoquem perigo de vida, debilidade temporária de membro,
sentido ou função em qualquer pessoa ou as que causem danos patrimoniais ou financeiros.
§ 3º - São consideradas infrações gravíssimas as que provoquem morte, deformidade permanente, perda ou
inutilização de membro, sentido, função ou ainda, dano moral irremediável em qualquer pessoa.
Art. 122 - São consideradas circunstâncias atenuantes:
I - Ter o infrator procurado, logo após a infração, por sua espontânea vontade e com eficiência, evitar ou minorar
as consequências do seu ato;
II - Ter bons antecedentes profissionais;
III - Realizar atos sob coação e/ou intimidação;
IV - Realizar ato sob emprego real de força física;
V - Ter confessado espontaneamente a autoria da infração.
Art. 123 - São consideradas circunstâncias agravantes:
I - Ser reincidente;
II - Causar danos irreparáveis;
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III - Cometer infração dolosamente;


IV - Cometer a infração por motivo fútil ou torpe;

V - Facilitar ou assegurar a execução, a ocultação, a impunidade ou a vantagem de outra infração;


VI - Aproveitar-se da fragilidade da vítima;
VII - Cometer a infração com abuso de autoridade ou violação do dever inerente ao cargo ou função;
VIII - Ter maus antecedentes profissionais.

CAPÍTULO VI
DA APLICAÇÃO DAS PENALIDADES
Art. 124 - As penalidades previstas neste Código somente poderão ser aplicadas, cumulativamente, quando
houver infração a mais de um artigo.
Art. 125 - A pena de advertência verbal é aplicável nos casos de infrações ao que está estabelecido nos artigos: 5º
a 7º; 12 a 14; 16 a 24; 27; 30; 32; 34; 35; 38 a 40; 49 a 55; 57; 69 a 71; 74; 78; 82 a 85; 89 a 95; 98 a 102; 105;
106; 108 a 111 deste Código.
Art. 126 - A pena de multa é aplicável nos casos de infrações ao que está estabelecido nos artigos: 5º a 9º; 12; 13;
15; 16; 19; 24; 25; 26; 28 a 35; 38 a 43; 48 a 51; 53; 56 a 59; 72 a 80; 82; 84; 85; 90; 94; 96; 97 a 102; 105; 107;
108; 110; e 111 deste Código.
Art. 127 - A pena de censura é aplicável nos casos de infrações ao que está estabelecido nos artigos: 8º; 12; 13;
15; 16; 25; 30 a 35; 41 a 43; 48; 51; 54; 56 a 59; 71 a 80; 82; 84; 85; 90; 91; 94 a 102; 105; 107 a 111 deste Código.
Art. 128 - A pena de suspensão do exercício profissional é aplicável nos casos de infrações ao que está
estabelecido nos artigos: 8º; 9º; 12; 15; 16; 25; 26; 28; 29; 31; 33 a 35; 41 a 43; 48; 56; 58; 59; 72; 73; 75 a 80; 82;
84; 85; 90; 94; 96 a 102; 105; 107 e 108 deste Código.
Art.129 - A pena de cassação do direito ao exercício profissional é aplicável nos casos de infrações ao que está
estabelecido nos artigos: 9º; 12; 26; 28; 29; 78 e 79 deste Código.

CAPITULO VII
DAS DISPOSIÇÕES GERAIS
Art. 130 - Os casos omissos serão resolvidos pelo Conselho Federal de Enfermagem.
Art. 131- Este Código poderá ser alterado pelo Conselho Federal de Enfermagem, por iniciativa própria ou
mediante proposta de Conselhos Regionais. Parágrafo único - A alteração referida deve ser precedida de ampla
discussão com a categoria, coordenada pelos Conselhos Regionais.
Art. 132 - O presente Código entrará em vigor 90 dias após sua publicação, revogadas as disposições em
contrário. Rio de Janeiro, 08 de fevereiro de 2007.

BIOÉTICA
Com o avanço da enfermagem, torna-se necessário um código de ética e o sancionamento de leis que norteiem o
serviço da categoria, levando em consideração, em primeiro lugar, a necessidade e o direito de assistência de
enfermagem à população, os interesses do profissional e de sua organização. Com o surgimento da ética
profissional nasce a consciência individual e coletiva levando a um compromisso profissional e social pela
responsabilidade do plano das relações de trabalho com reflexo nos campos políticos, técnicos e científicos. "A
enfermagem compreende um componente próprio de conhecimentos científicos e técnico, construído e
reproduzido por um conjunto de práticas sociais, éticas e políticas que se processa pelo ensino, pesquisa e
assistência. Realiza-se na prestação de serviços ao ser humano, no seu contexto e circunstância de vida".
(LEGISLAÇÃO DO EXERCÍCIO PROFISSIONAL DA ENFERMAGEM). Baseado na afirmação acima se percebe que a
enfermagem é composta de vários saberes, que são utilizados em benefício da sociedade em geral. Diante disto,
este trabalho vem levantar questões das leis trabalhistas na enfermagem que podem gerar dúvidas, colocando
em risco o exercício da profissão, tendo por finalidade esclarecer questões julgadas polêmicas e de importância
para a construção do saber de futuros enfermeiros.

1- Aborto:
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É abortamento a expulsão do ovo antes de sua vitabilidade. De acordo com a Organização Mundial de Saúde,
abortamento é a expulsão ou a extração do concepto pesando menos de 500g, que equivalem
aproximadamente, a 20 -22 semanas completas. O abortamento pode ser espontâneo ou provocado. Qualquer
doença materna grave, ou traumatismo pode levar ao abortamento.

 Tipos de aborto:
1- Aborto espontâneo: acontece sem intervenção humana;
2- Aborto provocado: é desencadeado por atitude humana intencional ou não Indicações Médicas:

* Quando certos testes (amniocentese) acusa feto com anomalia, malformação severa (espinha bífida), ou outro
defeito genético grave.
* Quando coloca a vida da mãe em risco.
* No Brasil, além dos motivos citados, o estupro (Violência Sexual), também constitui indicação para aborto
(respaldo da lei).
 Deontologia e o Abortamento:
O Código de Ética dos Profissionais de Enfermagem diz: “É proibido provocar aborto ou cooperar em prática
destinada a interromper a gestação”. Nos casos previstos em Lei, o profissional deverá decidir, de acordo com a
sua consciência, sobre a sua participação ou não no ato abortivo. O aspecto jurídico do abortamento varia de
país para país. O código penal brasileiro tem como duas situações legais:
a) Salvar a vida da mãe;
b) Gravidez resultante de estupro.

2- Eutanásia:
É a prática pela qual se abrevia, sem dor ou sofrimento, a vida de um enfermo incurável. A eutanásia representa
atualmente uma questão de bioética. Independentemente da forma de Eutanásia praticada, seja ela legalizada
ou não, é considerada como um assunto controverso, existindo sempre os prós e contras – teorias
eventualmente mutáveis com o tempo e a evolução da sociedade, tendo sempre em conta o valor de uma vida
humana. Sendo eutanásia um conceito muito vasto, distinguem-se aqui os vários tipos, e valores
intrinsecamente associados: eutanásia, distanásia, ortotanásia, a própria morte e a dignidade humana.
 Distanásia: É o oposto de eutanásia. A distanásia defende que devem ser utilizadas todas as
possibilidades para prolongar a vida de um ser humano, ainda que a cura não seja uma possibilidade e o
sofrimento se torne demasiadamente penoso.
 Ortotanásia: No que se refere a ortotanásia, esta, opondo-se a Distanásia, defende que se reconheça o
momento natural da morte de um indivíduo, não se procedendo a qualquer tipo de meio para manter
ou prolongar a sua vida. Significa que se deve deixar o ser humano morrer em paz, sem que se promova
e acelere esse processo de deixar a vida.
* A resolução do Conselho Federal de Medicina (CFM) possibilita a ortotanásia nos hospitais do País. Agora, na
fase terminal de enfermidades graves ou incuráveis, é permitido ao médico – com autorização do cliente ou de
algum responsável – limitar procedimento ou tratamento que prolonguem a vida do doente. A prática é
diferente da eutanásia, que antecipa uma morte inevitável. Apesar de polêmica, a medida recebeu o apoio da
Igreja Católica.

4- Transfusão sanguínea: Apesar das diferenças, o sangue é o mais facilmente partilhado dos tecidos humanos,
salvando milhares de vida, a cada ano, por meio de transfusões. Uma transfusão é a transferência de sangue
total, ou de componentes sanguíneos para a corrente sanguínea. Uma transfusão é feita, com maior frequência,
para aliviar a anemia ou quando o volume de sangue estiver diminuído, após uma hemorragia grave, por
exemplo.
 Tipos de transfusões:
1. Concentrado de hemácias: Usado para correção de anemias;
2. Concentrado de plaquetas: Usado para correção de deficiência plaquetária, evitando e tratando hemorragias;
3. Crioprecipitado: Componente rico em fatores de coagulação, utilizados para tratamento de hemofílicos A.

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4. Plasma fresco congelado: Reposição de proteínas e fatores de coagulação, usado em clientes com infecção
generalizada.

 Recusa por convicção religiosa:


Embora a prescrição de sangue seja atribuição médica, sua aplicação quando necessária, muitas vezes fica a
cargo da enfermagem. Neste momento, às vezes, surge o impasse, pois há clientes que impedem a transfusão
de sangue em seus filhos ou familiares, mesmo que disso sobrevenha à morte. Trata-se da religião Testemunhas
de Jeová que considera a transfusão de sangue proibida pela Bíblia. A Sociedade Brasileira de Hematologia e
Hemoterapia estudou a questão e expressou se oficialmente em um documento cujas conclusões Os Conselhos
Regionais de Medicina aceitam e sugerem ser adotada, mas não impõem. O documento reduz o problema a três
aspectos:
1. O adulto consciente;
2. O adulto inconsciente;
3. A criança, o menor de idade, ou incapaz.
• O adulto consciente: sugere-se respeitar suas convicções, mas exige-se que ele assine uma declaração
isentando de responsabilidade à instituição, o médico e quem dele cuidar.

• O adulto inconsciente: o documento admite que o sangue possa ser aplicado, desde que nem o cliente nem
seus familiares venham, a saber. O problema básico é evitar o trauma psicológico e espiritual, enquanto a vida é
salva; • A criança menor de idade, o incapaz: aqui, o problema está nos pais e tutores que impõe sua convicção
aos filhos e tutelados sob o amparo de pátrio poder. A orientação do documento é de que se respeite sua
decisão, mas deve-se exigir deles a assinatura do termo de responsabilidade.
De todas as sugestões, salienta-se o respeito pelas convicções religiosas, embora possam ser consideradas
radicais.

5- Vida e Morte:
Vida: A abordagem tradicional defende a existência de “vida-pessoa” desde a fecundação até a morte.
Morte: A morte sempre foi um mistério. A questão mais séria em relação à morte, mais que defini-la, é
estabelecer o momento de sua presença.
• Parada cardíaca: morte clínica;
• Parada neurológica: perda dos reflexos e da sensibilidade;
• Parada dos centros bulbares: morte real;
• Autólise dos tecidos: morte biológica;
Neste processo, o ponto fundamental é a parada cardíaca. As demais paradas são uma decorrência. Diante da
morte irreversível do cérebro, o homem é considerado clinicamente morto, mesmo que o coração continue
pulsando, podendo-se falar em “vida biológica” de alguém clinicamente morto.
A fase terminal do cliente é identificada como a que antecede à morte e constitui-se um problema, de estresse,
de dúvida e quase sempre de tristeza. O cliente terminal é definido como aquele que, na evolução de sua
doença, não responde a nenhuma medida terapêutica aplicada, sem condições de cura ou de prolongar a
sobrevivência, estando, num processo de morte inevitável.

 Estágios do Cliente Terminal:


 Negação: A negação é a resposta imediata às notícias da perda. As oscilações de humor são comuns. Os
indivíduos isolam-se, rejeitam ofertas de conforto e apoio. Esses clientes podem apresentar respostas
fisiológicas como suspiros, tremores, sudorese, desconforto, entre outras.
 Raiva: Nessa fase é comum o cliente querer agredir sua família, equipe de cuidados, médicos. Tornam-
se exigentes; podem relutar em compartilhar os sentimentos e pensamentos.
 Barganha: O cliente passa a recorrer a Deus, orações. Mostram-se desejosos a fazer tudo para evitar a
morte, alterar o prognóstico ou o destino.
 Depressão: Nessa fase é comum confusão, a falta de motivação, desinteresse, choro. Ocorre o
isolamento dos relacionamentos e das atividades; Tornam-se quietos e não comunicativos; vem à tona o

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sentimento de solidão; começam as lembranças do passado, perdem o interesse na aparência. Podem


tornar-se suicidas, ou comportamentos nocivos, como uso excessivo de drogas.
 Aceitação: Fase em que aceitam a morte e começam a planejar; compartilham sentimentos sobre a
perda; ocorrem lembranças do passado; apresentam momentos de depressão e bem-estar. O cliente
passa a aceitar sua situação.

 Direitos do cliente terminal:


•Ser tratado como ser humano vivo até o momento de sua morte;
• Ter esperança, não importa que mudanças possam acontecer;
• Ser cuidado por pessoas que mantém o senso da esperança, mesmo que ocorram mudanças;
• Expressar sentimentos e emoções sobre a morte a sua maneira;
• Participar nas decisões a respeito de seu tratamento;
• Cuidados médicos e de enfermagem mesmo que os objetivos “de cura” mudem para objetivos “de conforto”;
• Não morrer sozinho;
• Não ter dor;
• As questões devem ser respondidas honestamente;
• Não ser enganado;
• Morrer em paz e dignidade;
• Não ser julgado pelas decisões que podem ser contrárias aos valores dos outros;
•Discutir e aprofundar sua religião e/ou experiências religiosas, não importando o que isso signifique para os
outros;
• A santidade do corpo humano será respeitada após a morte;

•Tem o direito de ser cuidado por pessoas sensíveis, humanas e competentes que procurarão compreender e
responder às necessidades e sentir-se gratificadas em ajudá- lo face à morte;

6- Implicações Legais na Prática de Enfermagem


A pratica de enfermagem segura inclui uma compreensão dos limites legais dentro dos quais a equipe de
enfermagem deve atuar.
 Crime: qualquer fato do homem, por ação ou omissão, que possa comprometer as condições de existência,
de conservação e de desenvolvimento da sociedade. O comportamento humano pode estar descrito na lei
penal de um país como crime, enquanto que em outro país, não é considerado crime;
 Crime doloso: ocorre sempre que o agente quer o resultado ou assume o risco de causar danos ou
lesão. O indivíduo sabe que sua conduta é contrária à lei e, mesmo assim, pratica o ato;
 Crime culposo: é uma conduta voluntária, decorrente de ação ou omissão, que produz um resultado
contrário a lei, e não desejado, mas que, com a devida atenção poderia ser evitado;

Delitos Dolosos são atos voluntários que violam os direitos de outros:


 Agressão: É qualquer ameaça intencional de provocar o contato lesivo ou ofensivo.
 Agressão Física: É qualquer contato intencional sem consentimento do cliente. O contato pode causar
lesão, ou ser apenas ofensivo à dignidade pessoal do cliente.
 Invasão de Privacidade: O cliente tem o direito de ficar livre de intrusos em situações particulares, têm
direito ao cuidado de saúde confidencial. Ex: Liberação de informação médica do cliente para a pessoa
não autorizada.
 Difamação do caráter: Consiste em informações falsas que resultem em dano à reputação de uma
pessoa. Quando é realizada por meio verbais, é denomina-se calúnia. Sendo a afirmação feita por
escrito, denomina-se difamação.

Delitos Culposos
 Negligência: É a conduta que se situa abaixo do padrão de cuidado, a falha em utilizar determinado grau
de cuidado que uma pessoa comumente cuidadosa e prudente empreenderia sob circunstâncias iguais;

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 Imprudência: É um agir sem cautela necessária, com precipitação;


 Imperícia: É a incapacidade, a falta de conhecimentos técnicos no exercício da arte ou da profissão.
Mesmo sem intenção de lesionar o cliente, a enfermagem presta cuidado que não satisfaz aos padrões
apropriados.

 Segredo profissional: Segredo ou sigilo vem do latim “sigillum”, que significa sinal, segredo. O “segredo” é
tudo aquilo que, ou por sua natureza ou por um contrato especial, deve ser conservado oculto, (Camargo).

 Tipos de segredo:
a) Natural: é o que conhece sem estar no exercício de uma função, ministério, ofício ou profissão;
b) Profissional: é o que conhece exercendo uma atividade profissional. Para a equipe de saúde, o conteúdo do
segredo é tudo o que se refere ao cliente, à família, aos funcionários sob seu comando, à empresa, ao hospital
ou campo de atividade. A responsabilidade: jurídica e deontológica do profissional não diminuem, mesmo sendo
a revelação feita de forma indireta, ou seja, oferecer indicativo para o conhecimento do segredo ou do seu
dono. Cessa a obrigação de conservar o segredo, quando o bem da pessoa que o confia ou o bem de terceiras
pessoas ou da coletividade o exijam. Ex.: quando o médico participa os pais de doença contagiosa de seu filho. O
segredo cessa quando sua revelação seja necessária para evitar um grave dano próprio, mesmo que isto possa
acarretar o perigo de morte a quem pertence o segredo.

 Aspectos jurídicos
Para que haja caracterização do “delito de quebra de segredo”, faz-se necessário:
• Existência de um segredo;
• Ser conhecido em razão de função, ofício, ministério ou profissão;
• Existir a possibilidade de dano a outros;
• Ausência de justa causa;
• Estar presente o dolo;
O Código Penal Brasileiro refere-se ao segredo profissional nos arts. 153 e 154.

O Código Civil Brasileiro se expressa no art. 144, onde dá cobertura legal a quem for convocado a depor em
juízo sobre fatos conhecidos no exercício da profissão.

 Aspectos deontológicos:
Envolve o respeito à pessoa, à justiça, ao direito individual e comunitário. Ao se revelar, indevidamente um
segredo profissional, desrespeita-se a confiança depositada e pode-se ocasionar grave prejuízo ao bom nome, à
honra ou à profissão. Por outro lado, ocultar um fato que deveria ser revelado pode da mesma forma, violar a
justiça e o direito comunitário. Assim, evidencia-se a importância de se saber decidir quando revelar ou guardar
um segredo e ter consciência de que ao violar um segredo, desobedecem a leis, mas principalmente, violam-se
aspectos fundamentais ao ser humano: o respeito, a justiça, a confiança e a confidência.

6- Remoção de Órgãos, tecidos e partes do corpo humano para fins de transplante e terapêuticos: Aspectos
legais e deontológicos.
Transplantes de órgãos e tecidos com finalidade de prolongarem a vida, solucionar graves problemas de saúde
ou mesmo por estética sempre fizeram parte das preocupações humanas.

 A Lei:
No que se refere à remoção de órgãos, tecidos e partes do corpo humano para transplante e tratamento, foram,
no Brasil, aprovadas e revogadas pelo Congresso Nacional.
A Lei dispõe sobre a remoção de órgãos, tecidos e partes do corpo humano para fins de transplante,
terapêuticos e científicos. A Lei afirma que a disposição gratuita de uma ou de várias partes do corpo em vida ou
post mortem para fins terapêuticos e científicos é permitida com exceção de sangue, esperma e o óvulo. A
realização de transplantes só poderá ocorrer em estabelecimentos de saúde, públicos ou privados e por equipe,
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médico cirúrgico de remoção e transplantes previamente autorizados pelo órgão de gestão nacional do Sistema
Único de Saúde. A retirada, post mortem de tecidos, órgãos ou partes do corpo humano destinado a
transplantes ou tratamento será precedida de diagnóstico de morte encefálica constatada e registrada por 2
médicos que não pertencem às equipes de remoção e transplante.

 Considerações Deontológicas:
A análise deontológica da retirada de órgãos, tecidos e partes do corpo humano para fins de transplante e
tratamento envolve questões importantes como o tipo e a procedência dos órgãos, a situação do doador e do
receptor, o aspecto técnico da equipe e da instituição. O problema deontológico fundamental dos transplantes
de órgãos vitais únicos diz respeito à morte do doador ou de sua manutenção em estado de mecanicamente
vivo, isto porque, como a Lei, a ética também não poderá aceitar que se tire a vida de uma pessoa (doador), a
fim de que outra (o receptor) sobreviva. O transplante de órgãos, tecidos ou partes de cadáver para ser humano
vivo não apresenta problemas deontológicos nem jurídicos, desde que seja respeitada à vontade expressa em
vida, quando houver, ou de familiares, após a morte, e desde que seja também observado o respeito ao
cadáver. A pesquisa com seres humanos: aspectos éticos A pesquisa se apresenta como busca de respostas para
questões e problemas através do emprego do processo científico, tendo em vista criar novos procedimentos,
colocar novos meios à disposição.

 A Resolução n° 196/96 dispõe a normatização da pesquisa com seres humanos .


A Enfermagem, reconhecendo a importância da pesquisa, bem como seu envolvimento com os valores éticos da
pessoa e da coletividade, incluiu-a no seu Código de ética através de vários artigos tais como: É dever do
profissional de enfermagem:
Art. 35: “solicitar consentimento do cliente ou de seu representante legal, de preferência por escrito, para
realizar ou participar de pesquisa ou atividade de ensino em enfermagem, mediante apresentação da
informação completa dos objetivos, riscos e benefícios, da garantia do anonimato e sigilo, do respeito à
privacidade e intimidade e a sua liberdade de participar ou de declinar de sua participação no momento que
desejar”.
Art.36: “Interromper a pesquisa na presença de qualquer perigo à vida e a integridade da pessoa humana”.
Art. 37: “Ser honesto no relatório dos resultados da pesquisa”.
Art.53: “È proibido ao profissional de enfermagem: realizar ou participar de pesquisa ou atividade de ensino, em
que direito inalienável do homem seja desrespeitado ou acarrete perigo de vida ou dano à sua saúde”.

ANEXOS

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 Lei nº. 8.967, de 28 de Dezembro de 1994 Altera a redação do parágrafo único do art. 23 da lei Nº. 7.498,
de 25 de junho de 1986, que dispõe sobre a regulamentação do exercício da enfermagem e dão outras
providencias.
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte.
Art. 1.º -O Parágrafo único e do art.23 da Lei Nº. 7.498, de 25 de junho de 1986, passa avigorar com a seguinte
redação:
“Art. 23”.
Parágrafo único. É assegurado aos atendentes de enfermagem, admitidos antes da vigência desta Lei, o
exercício das atividades elementares da enfermagem, observado o disposto em seu artigo 15.
Art. 2.º - Esta lei entra em vigor na data de sua publicação.
Art. 3.º- Revogam-se as disposições em contrário.
Brasília, 28 de dezembro de 1994
173.ºda independência e 106.º da República.

 Resolução do COFEN 160 Aprova o Código de Ética dos Profissionais de Enfermagem


O Presidente do Conselho Federal de Enfermagem, no uso de suas atribuições legais e regimentais;
Considerando a Lei Nº. 5.905/73, em seu artigo 8O ., inciso III,
Considerando a resolução COFEN-52/79, artigo 16 incisos III e XVIII,
Considerando o resultado dos estudos originários de Seminários realizados pelo COFEN com participação dos
diversos segmentos da profissão;
Considerando o que consta dos PADs COFEN Nº. 83/91, 179/91, 45/92 e 119/92;
Considerando deliberação do plenário do COFEN em sua 216º . Reunião Ordinária.
RESOLVE:
Art. 1.ºFica aprovado o código de Ética dos Profissionais de Enfermagem, para a aplicação na jurisdição de todos
os Conselhos de Enfermagem.
Art. 2.º -Todos os profissionais de Enfermagem poderão conhecer o inteiro teor do presente Código, bastando
para tanto, requere-lo no Conselho Regional de Enfermagem do Estado onde exerce suas atividades.
Art. 3.º -O Código de Ética dos Profissionais de Enfermagem entra em vigor na data em que presente Resolução
for publicada Na Imprensa Oficial, revogando as disposições em contrário, em especial, a Resoluções COFEN-9,
de 04 de outubro de 1975 e COFEN-51, de 24 de março de 1979.

 Resolução COFEN 161


Ampliam os efeitos da Resolução COFEN-160
O Presidente do Conselho Federal de Enfermagem, no uso de sua competência e atribuições legais e regimentais;
Considerando recomendação da Comissão de Sistematização designada pela portaria COFEN-037/92;
Considerando os estudos que integramos altos dos PAD’sCOFEN Nº.s 83/91, 179/91, 45/92 e 119/92; e,
Considerando deliberação do Plenário em sua 216º . Reunião Ordinária;
RESOLVE:
Art. 1.º - Aplicam-se aos atendentes de enfermagem e assemelhados que exercem atividades na área de
enfermagem todos os preceitos contidos no código de Ética dos Profissionais de Enfermagem, aprovado pela
Resolução COFEN-160.
Art. 2.º- Esta Resolução entrará em vigor na data de sua publicação na Imprensa Oficial, revogando-se as
disposições em contrário.

 Código de Processo Ético dos Profissionais De Enfermagem Resolução COFEN – 181 Aprova o código de
Processo Ético
O conselho Federal de Enfermagem, no uso de suas atribuições legais e regimentais;
Considerando a Lei Nº. 5.905, art. 8º , incisos III e IV;
Considerando Resolução Cofen-52/79, artigo 16 incisos III, IV, XLI;
Considerando o resultado de estudos originários de Seminários Nacionais, realizados com acessórias Jurídicas do
Sistema Cofen/Coren, contando ainda a participação de diversos segmentos da profissão;
Considerando o que mais consta do Processo Administrativo Cofen Nº. 83/93, e;
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Considerando deliberação do Plenário do Cofen, em sua 233º. Reunião ordinária.


Resolve:

I – Fica aprovado o Código de Processo Ético das Autarquias Profissionais de Enfermagem, a ser aplicado na
jurisdição de todos os Conselhos de Enfermagem.
II – Os Profissionais de Enfermagem deverão conhecer o inteiro teor do presente Código, bastando, para tanto
requere-lo no Conselho Regional de Enfermagem onde exercem suas atividades.
III -O presente Código de Processo Ético que contém as normas processuais de julgamento ético, inserido em
todo o anexo, entra em vigor na data em que esta resolução for publicada na Imprensa Oficial, revogando as
disposições em contrário, em especial a Resolução Cofen Nº. 34/77.

 LEI 5.905, de 12 julho de 1973


Dispõe sobre a criação dos Conselhos Federal e Regionais de Enfermagem e dá outras providências.
O Presidente da República
Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

Art. 1.º. São criados o Conselho Federal de Enfermagem (COFEN) e os Conselhos Regionais de Enfermagem
(COREN), constituindo em seu conjunto uma autarquia, vinculada ao Ministério do Trabalho e Previdência
Social.
Art. 2.º. O Conselho Federal e os Conselhos Regionais são órgãos disciplina -dores do exercício da profissão de
enfermeiro e das demais profissões compreendidas nos serviços de enfermagem.
Art. 3.º. O Conselho Federal, ao qual ficam subordinados os Conselhos Regionais, terá jurisdição em todo o
território nacional e sede na Capital da República.
Art. 4.º. Haverá um Conselho Regional em cada Estado e Território, com sede na respectiva capital, e no Distrito
Federal.
Parágrafo único. O Conselho Federal poderá, quando o número de profissionais habilitados na unidade da
federação for inferior a cinquenta, determinar a formação de regiões, compreendendo mais de uma unidade.
Art. 5.º. O Conselho Federal terá nove membros efetivos e igual número de suplentes, de nacionalidade
brasileira, e portadores de diploma de curso de Enfermagem de nível superior.
Art. 6.º. Os membros do Conselhos Federal e respectivos suplentes serão eleitos por maioria de votos, em
escrutínio secreto, na Assembleia dos Delegados Regionais.
Art. 7.º. O Conselho Federal elegerá dentre seus membros, em sua primeira reunião, o Presidente, o Vice-
Presidente, o Primeiro e o Segundo Secretários e o Primeiro e o Segundo Tesoureiros.
Art. 8.º. Compete ao Conselho Federal:
I - aprovar seu regimento interno e os dos Conselhos Regionais;
II - instalar os Conselhos Regionais;
III - elaborar o Código de Deontologia de Enfermagem e alterá-lo, quando necessário, ouvidos os Conselhos
Regionais;
IV - baixar provimentos e expedir instruções, para uniformidade de procedimento e bom funcionamento dos
Conselhos Regionais;
V - dirimir as dúvidas suscitadas pelos Conselhos Regionais;
VI - apreciar, em grau de recursos, as decisões dos Conselhos Regionais;
VII - instituir o modelo das carteiras profissionais de identidade e as insígnias da profissão;
VIII - homologar, suprir ou anular atos dos Conselhos Regionais;
IX - aprovar anualmente as contas e a proposta orçamentária da autarquia, remetendo-as aos órgãos
competentes;
X - promover estudos e campanhas para aperfeiçoamento profissional;
XI - publicar relatórios anuais de seus trabalhos;
XII - convocar e realizar as eleições para sua diretoria;
XIII - exercer as demais atribuições que lhe forem conferidas por lei.
Art. 9.º. O mandato dos membros do Conselho Federal será honorífico e terá a duração de três anos, admitida
uma reeleição.
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Art. 10. A receita do Conselho Federal de Enfermagem será constituída de:


I - um quarto da taxa de expedição das carteiras profissionais;
II - um quarto das multas aplicadas pelos Conselhos Regionais;
III - um quarto das anuidades recebidas pelos Conselhos Regionais;
IV - doações e legados;
V - subvenções oficiais;
VI - rendas eventuais.

Parágrafo único. Na organização dos quadros distintos para inscrição de profissionais o Conselho Federal de
Enfermagem adotará como critério, no que couber, o disposto na Lei n.º 2.604, de 17 de setembro de 1955.
Art. 11. Os Conselhos Regionais serão instalados em suas respectivas sedes, com cinco a vinte e um membros e
outros tantos suplentes, todos de nacionalidade brasileira, na proporção de três quintos de enfermeiros e dois
quintos de profissionais das demais categorias do pessoal de enfermagem reguladas em lei.
Parágrafo único. O número de membros dos Conselhos Regionais será sempre ímpar, e a sua fixação será feita
pelo Conselho Federal, em proporção ao número de profissionais inscritos.
Art. 12. Os membros dos Conselhos Regionais e respectivos suplentes serão eleitos por voto pessoal, secreto e
obrigatório, em época determinada pelo Conselho Federal, em Assembléia Geral especialmente convocada para
esse fim.
§ 1.º. Para a eleição referida neste artigo serão organizadas chapas separadas, uma para enfermeiros e outra
para os demais profissionais de enfermagem, podendo votar, em cada chapa, respectivamente, os profissionais
referidos no artigo 11.
§ 2.º. Ao eleitor que, sem causa justa, deixar de votar nas eleições referidas neste artigo, será aplicada pelo
Conselho Regional multa em importância correspondente ao valor da anuidade.
Art. 13. Cada Conselho Regional elegerá seu Presidente, Secretário e Tesoureiro, admitida a criação de cargos de
Vice-Presidente, Segundo Secretário e Segundo Tesoureiro, para os Conselhos com mais de doze membros.
Art. 14. O mandato dos membros dos Conselhos Regionais será honorífico e terá duração de três anos, admitida
uma reeleição.
Art. 15. Compete aos Conselhos Regionais:
I - deliberar sobre inscrição no Conselho e seu cancelamento;
II - disciplinar e fiscalizar o exercício profissional, observadas as diretrizes gerais do Conselho Federal;
III - fazer executar as instruções e provimentos do Conselho Federal;
IV - manter o registro dos profissionais com exercício na respectiva jurisdição;
V - conhecer e decidir os assuntos atinentes à ética profissional, impondo as penalidades cabíveis;
VI - elaborar a sua proposta orçamentária anual e o projeto de seu regimento interno e submetê-los à
aprovação do Conselho Federal;
VII - expedir a carteira profissional indispensável ao exercício da profissão, a qual terá fé pública em todo o
território nacional e servirá de documento de identidade;
VIII - zelar pelo bom conceito da profissão e dos que a exerçam;
IX - publicar relatórios anuais de seus trabalhos e a relação dos profissionais registrados;
X - propor ao Conselho Federal medidas visando à melhoria do exercício profissional;
XI - fixar o valor da anuidade;
XII - apresentar sua prestação de contas ao Conselho Federal, até o dia 28 de fevereiro de cada ano;
XIII - eleger sua diretoria e seus delegados eleitores ao Conselho Federal;
XIV - exercer as demais atribuições que lhes forem conferidas por esta Lei ou pelo Conselho Federal.
Art. 16. A renda dos Conselhos Regionais será constituída de:
I - três quartos da taxa de expedição das carteiras profissionais;
II - três quartos das multas aplicadas;
III - três quartos das anuidades;
IV - doações e legados;
V- subvenções oficiais, de empresas ou entidades particulares;
VI - rendas eventuais.
Art. 17. O Conselho Federal e os Conselhos Regionais deverão reunir-se, pelo menos, uma vez mensalmente.
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Parágrafo único. O Conselheiro que faltar, durante o ano, sem licença prévia do respectivo Conselho, a cinco
reuniões perderá o mandato.
Art. 18. Aos infratores do Código de Deontologia de Enfermagem poderão ser aplicadas as seguintes penas:
I - advertência verbal;
II - multa;
III - censura;
IV - suspensão do exercício profissional;
V - cassação do direito ao exercício profissional.
§ 1.º. As penas referidas nos incisos I, II, III e IV deste artigo são da alçada dos Conselhos Regionais e a referida
no inciso V, do Conselho Federal, ouvido o Conselho Regional interessado.
§ 2.º. O valor das multas, bem como as infrações que implicam nas diferentes penalidades, serão disciplinados
no Regimento do Conselho Federal e dos Conselhos Regionais.

Art. 19. O Conselho Federal e os Conselhos Regionais terão tabela própria de pessoal, cujo regime será o da
Consolidação das Leis do Trabalho.
Art. 20. A responsabilidade pela gestão administrativa financeira dos Conselhos caberá aos respectivos
diretores.
Art. 21. A composição do primeiro Conselho Federal de Enfermagem, com mandato de um ano, será feita por
ato do Ministro do Trabalho e Previdência Social mediante indicação, em lista tríplice, da Associação Brasileira
de Enfermagem.
Parágrafo único. Ao Conselho Federal assim constituído caberá além das atribuições previstas nesta Lei:
a) promover as primeiras eleições para composição dos Conselhos Regionais e instalá-los;
b) promover as primeiras eleições para composição do Conselho Federal, até noventa dias antes do término do
seu mandato.
Art. 22. Durante o período de organização do Conselho Federal de Enfermagem, o Ministério do Trabalho e
Previdência Social lhe facilitará a utilização de seu próprio pessoal, material e local de trabalho.
Art. 23. Esta Lei entrará em vigor na data de sua publicação, revogadas as disposições em contrário.

Brasília, 12 de julho de 1973


(Ass.) Emílio G. Mediei, Presidente da República e Júlio Barata, Ministro do Trabalho e Previdência Social.

 CONSELHO FEDERAL DE ENFERMAGEM


CÓDIGO DE DEONTOLOGIA DE ENFERMAGEM
Aprovado pela Resolução COFEN-9, de 4/10/1975
O presente Código de Deontologia de Enfermagem fundamenta-se nos princípios postulados pela Declaração
Universal dos Direitos do Homem, adotada e promulgada pela Assembléia Geral das Nações Unidas, em 1948, e
pela Convenção de Genebra da Cruz Vermelha, de 1949, e contidos nos Códigos de Ética do Conselho
Internacional de Enfermeiras (ICN), do Comitê Internacional Católico de Enfermeiras e Assistentes Médico-
Sociais (CICIAMS) e da Associação Brasileira de Enfermagem (ABEN).

Capítulo I
Das responsabilidades fundamentais
Art. 1º A responsabilidade fundamental do enfermeiro é prestar assistência de enfermagem ao indivíduo, à
família e à comunidade, em situações que requerem medidas relacionadas com a promoção, proteção e
recuperação da saúde, prevenção de doenças, reabilitação de incapacitados, alívio do sofrimento e promoção
de ambiente terapêutico, levando em consideração o diagnóstico e o plano de tratamento médico e de
enfermagem.
Art. 2.º São deveres do enfermeiro:
I - exercer sua atividade com zelo, probidade e compreensão da própria responsabilidade, obedecendo aos
preceitos da moral, da ética profissional e das leis vigentes no País;
II - diagnosticar as necessidades de enfermagem dos clientes, a fim de elaborar o plano de cuidados
correspondente;
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III - prestar assistência de enfermagem aos indivíduos dela necessitados, respeitando a dignidade e os direitos
da pessoa humana, independentemente de quaisquer considerações relativas a etnia, nacionalidade, credo
político, religião, sexo e condição sócio-econômica; a prioridade no atendimento deve obedecer exclusivamente
a razões de urgência do caso;
IV - respeitar a vida humana desde a concepção até a morte, jamais cooperando em atos em que
voluntariamente se atente contra a vida, ou que visem a destruição da integridade física ou psíquica do ser
humano;
V - respeitar os valores culturais e as crenças religiosas de seus pacientes e zelar para que não lhes falte
assistência espiritual;
VI - colocar seus serviços profissionais à disposição da comunidade em caso de guerra, catástrofe ou de graves
crises sociais, independentemente de qualquer proveito pessoal;
VII - executar as prescrições médicas, exceto quando contrárias à moral ou à ética profissional, ou à segurança
do cliente;
VIII - proteger o paciente contra eventuais falhas, imprudências, negligências, omissões ou imperícia em relação
ao seu atendimento, por parte de qualquer dos membros da equipe de saúde. Constatado um fato dessa
natureza, discutir o assunto com o profissional faltoso e, em última instância, recorrer à chefia a fim de que
sejam tomadas medidas para salvaguardar a segurança e o conforto do paciente;

IX - respeitar o natural pudor e intimidade do paciente;


X - respeitar o direito do paciente de decidir sobre sua pessoa e seu bem-estar.
Art. 3.º É vedado ao enfermeiro:
I - negar assistência de enfermagem, em caso de urgência, sem que haja outro profissional para garanti-la;
II - abandonar o paciente em meio a um tratamento sem causa justa e sem a garantia de continuidade de
assistência;
III - prescrever medicamentos a não ser em casos de extrema urgência e nos previstos na legislação vigente;
IV - administrar terapêutica e colaborar em intervenções cirúrgicas e tratamentos desnecessários ou proibidos
pela moral ou pela legislação vigente, ou praticados sem o consentimento do paciente, ou de seu representante
legal, se se tratar de menor ou incapaz;
V - praticar o aborto ou colaborar em práticas destinadas a provocá-lo;
VI - praticar a eutanásia ou colaborar em práticas destinadas a antecipar a morte do paciente;
VII - realizar ou participar de pesquisas em que os direitos inalienáveis do homem sejam desrespeitados, que
acarretem perigo de vida ou dano à sua saúde física ou mental, ou que envolvam menores ou incapazes, sem o
consentimento do responsável legal;
VIII - emprestar o seu nome para propaganda de drogas, tratamentos, instrumental e equipamentos
hospitalares, ou de instituições comerciais com atuação nesses ramos;
IX - permitir que o seu nome conste da quadro de pessoal de hospitais, casas de saúde, ambulatórios, escolas,
cursos e outros estabelecimentos, sem neles exercer as funções de enfermagem correspondentes;
X - receber comissões, vantagens ou remuneração de laboratório, entidades de assistência à saúde ou de outros
estabelecimentos comerciais que não correspondam a serviços efetivamente prestados;
XI - prestar serviços gratuitos ou a preços ínfimos, salvo em benefício de pessoas reconhecidamente carentes de
recursos ou a instituições filantrópicas sem condições de remunerá-lo adequadamente .

Capítulo II
Do exercício profissional
Art. 4.º O enfermeiro assume responsabilidade quanto à provisão de cuidados de enfermagem e à manutenção
de elevados padrões de competência profissional.
Art. 5.º O enfermeiro programa e coordena todas as atividades que visam o bem-estar do paciente.
Art. 6.º O enfermeiro, como chefe de sua equipe, é responsável pelo aperfeiçoamento técnico e cultural do
pessoal sob sua orientação e supervisão.
Art. 7.º O enfermeiro, no interesse de seus pacientes e de sua profissão, reprova atos dos que infringem
postulados éticos ou disposições legais. Ao notar inobservância de normas éticas ou da legislação em vigor, deve

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discuti-la com o faltoso e, se necessário, levar o assunto ao conhecimento do Conselho Regional de Enfermagem
de sua jurisdição.
Art. 8.º O enfermeiro tem o dever moral de notificar, por escrito, irregularidades de que tome conhecimento em
função do exercício de suas atividades profissionais; em se tratando de intervenções ou tratamentos ilícitos; a
notificação deverá ser encaminhada à Chefia Médica por intermédio do Serviço de Enfermagem da Instituição.
Art. 9.º O enfermeiro exerce julgamento ético com respeito à sua competência em aceitar atribuições delegadas
e assume a responsabilidade somente por tarefas para as quais esteja capacitado.
Art. 10. O enfermeiro não delega injustificadamente suas atribuições a outrem.
Art. 11. O enfermeiro não permite que outro profissional assine trabalho por ele executado.
Art. 12. No interesse de seus pacientes e da instituição onde trabalha, o enfermeiro deve:
I - manter segredo sobre fatos sigilosos de que tenha conhecimento por ter visto, ouvido ou deduzido, no
exercício de suas atividades profissionais e exigir a mesma discrição do pessoal sob sua supervisão;
II - manter o prontuário do paciente fora do alcance de estranhos à equipe de saúde da instituição;
III - manter em segurança os entorpecentes e psicotrópicos quando sob sua guarda e responsabilidade.
Art. 13. No exercício de suas funções, o enfermeiro abster-se-á de:
I - trabalhar em entidades onde não haja respeito pelos princípios éticos estabelecidos e condições de trabalho
que assegurem aos pacientes uma assistência de enfermagem adequada, ou colaborar com essas entidades;
II - administrar medicamentos sem nome ou fórmula, identificados por números ou códigos, sem certificar-se
antes da natureza das drogas que os compõem.

Capítulo III
Do enfermeiro e sua profissão

Art. 14. O enfermeiro preserva a honra, o prestígio e as tradições de sua profissão e as normas éticas da
sociedade.
Art. 15. É vedado ao enfermeiro acumpliciar-se, por qualquer forma, com pessoa que exerça ilegalmente a
profissão.
Art. 16. É dever do enfermeiro:
I - pertencer, no mínimo, a uma entidade da classe, da jurisdição onde exerça suas atividades profissionais;
II - apoiar as iniciativas que visem o desenvolvimento cultural e a defesa dos interesses da classe;
III - comunicar ao Conselho Regional de Enfermagem, no qual esteja inscrito, demissão de cargo, função ou
emprego, motivado pela necessidade de preservar os interesses da profissão;
IV - atualizar e ampliar seus conhecimentos técnicos, científicos e culturais em benefício dos clientes a quem
assiste e do desenvolvimento da profissão;
V - assumir seu papel na determinação de padrões desejáveis do exercício e do ensino de enfermagem.
Capítulo IV
Do relacionamento com colegas e demais membros da equipe de saúde
Art. 17. O enfermeiro mantém relações de respeito e cortesia com colegas e outros profissionais e cumpre com
lealdade sua parte no trabalho conjunto.
Art. 18. O enfermeiro coopera com todos os profissionais da equipe de saúde e participa dos planos que visam a
provisão de serviços de assistência à comunidade .
Art. 19. O enfermeiro abster-se-á de:
I - prestar aos pacientes serviços que, por sua natureza, compete a outro profissional, salvo em caso urgente ou
de calamidade pública;
II - ser conivente, mesmo a título de solidariedade, com erros, contravenção penal, ou atos praticados por
colegas que infrinjam os postulados éticos que regem o exercício profissional;
III - praticar atos de concorrência desleal aos colegas; procurar conseguir para si emprego, cargo ou função que
esteja sendo exercida por colega;
IV - aceitar emprego deixado por colega que tenha sido dispensado sem justa causa ou que haja pedido
demissão a fim de preservar a dignidade ou os interesses da profissão, salvo anuência do Conselho Regional de
Enfermagem no qual esteja inscrito;
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V - fomular críticas depreciativas a colegas e outros membros da equipe de saúde, à instituição onde trabalha e
às instituições de assistência à saúde.

Capítulo V
Da observância do Código
Art. 20. O enfermeiro cumpre os preceitos deontológicos contidos neste Código e leva ao conhecimento do
Conselho Regional de Enfermagem competente fatos que constituem infração às suas disposições.
Art. 21. Aos infratores do Código de Deontologia de Enfermagem serão aplicadas as penas previstas no artigo 18
da Lei n.º 5.905/73.
Art. 22. As dúvidas que venham a surgir na aplicação deste Código e os casos omissos serão esclarecidos pelo
Conselho Federal de Enfermagem.
Art. 23. O Conselho Federal de Enfermagem poderá alterar este Código por iniciativa própria ou mediante
representação dos Conselhos Regionais, obedecidas normas regimentais.

Capítulo VI
Das disposições gerais
Art. 24. O enfermeiro assume a responsabilidade civil e penal por danos causados aos clientes sob seus
cuidados, por imperícia, omissão de assistência ou negligência.
Art. 25. O enfermeiro responde pessoal e judicialmente pela propriedade ou impropriedade dos próprios atos; o
trabalho coletivo ou em equipe não diminui essa responsabilidade.
Art. 26. O enfermeiro tem direito a justa remuneração pelo seu trabalho e aceita como retribuição de seus
serviços profissionais somente as prestações que lhe forem devidas por contrato ou pelo cargo ou função que
preencha.
Art. 27. O enfermeiro, por meio de sua atuação nos órgãos de classe, participa na determinação e manutenção
de condições justas de trabalho para toda a equipe de enfermagem.
Art. 28. O enfermeiro cumpre com fidelidade seus deveres cívicos e colabora com os demais profissionais e
cidadãos nos programas e pesquisas que se destinam a atender às necessidades de saúde da população, em
âmbito nacional e internacional.

Art. 29. As disposições contidas neste Código aplicam-se, no que couber, aos outros profissionais de
enfermagem.

 RESOLUÇÃO COFEN Nº 0509/2016


RESOLVE:
 Art. 1º A Anotação de Responsabilidade Técnica, pelo Serviço de Enfermagem, bem como, as atribuições
do Enfermeiro Responsável Técnico, passam a ser regidas por esta Resolução.
 Art. 2º Para efeitos desta Resolução considera-se:
I – Serviço de Enfermagem: parte integrante da estrutura organizacional, formal ou informal, da instituição,
dotado de recursos humanos de Enfermagem e que tem por finalidade a realização de ações relacionadas aos
cuidados assistenciais diretos de enfermagem ao indivíduo, família ou comunidade, seja na área hospitalar,
ambulatorial ou da promoção e prevenção de saúde, ou ainda, as ações de enfermagem de natureza em outras
áreas técnicas, tais como: Programas de Gerenciamento de Resíduos de Serviços de Saúde, Programa de
Limpeza e Higienização, Auditoria, Equipamentos, Materiais e Insumos Médico-hospitalares, Consultoria e
Ensino;
II – Anotação de Responsabilidade Técnica (ART) pelo Serviço de Enfermagem: ato administrativo decorrente do
poder de polícia vinculado no qual o Conselho Regional de Enfermagem, na qualidade de órgão fiscalizador do
exercício profissional, concede, a partir do preenchimento de requisitos legais, licença ao enfermeiro
Responsável Técnico para atuar como liame entre o Serviço de Enfermagem da empresa/instituição e o
Conselho Regional de Enfermagem, visando facilitar o exercício da atividade fiscalizatória em relação aos
profissionais de Enfermagem que nela executam suas atividades, assim como, promover a qualidade e
desenvolvimento de uma assistência de enfermagem em seus aspectos técnico, ético, e segura para a sociedade
e profissionais de enfermagem;
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III – Certidão de Responsabilidade Técnica (CRT): documento emitido pelo Conselho Regional de Enfermagem,
pelo qual se materializa o ato administrativo de concessão de Anotação de Responsabilidade Técnica pelo
Serviço de Enfermagem;
IV – Enfermeiro Responsável Técnico (ERT): profissional de Enfermagem de nível superior, nos termos da Lei nº
7.498, de 25 de junho de 1986 e do Decreto nº 94.406, de 08 de junho de 1987, que tem sob sua
responsabilidade o planejamento, organização, direção, coordenação, execução e avaliação dos serviços de
Enfermagem, a quem é concedida, pelo Conselho Regional de Enfermagem, a ART.
 Art. 3º Toda empresa/instituição onde houver serviços/ensino de Enfermagem, deve apresentar CRT,
devendo a mesma ser afixada em suas dependências, em local visível ao público.
Parágrafo Único. A ART e a CRT terão validade de 12 (doze) meses, devendo ser renovada após este período.
 Art. 4º A ART pelo Serviço de Enfermagem deverá ser requerida ao Conselho Regional de Enfermagem
pelo Enfermeiro responsável pelo planejamento, organização, direção, coordenação, execução e
avaliação dos Serviços de Enfermagem da empresa/instituição/ensino onde estes são executados.
§ 1º Fica estabelecido o limite máximo de 02 (duas) concessões de ART por enfermeiro, desde que não haja
coincidência de horário de suas atividades como RT ou assistencial nas empresas/instituições/ensino as quais
esteja vinculado.
§ 2º O enfermeiro RT requerente deverá firmar de próprio punho, declaração de que suas atividades como RT
nas Empresas/Instituições/ensino não coincidem em seus horários.
I – A jornada de trabalho não poderá ser inferior a 20 (vinte) horas semanais para qualquer instituição.
 Art. 5º Na implementação do processo de requerimento de ART, o Conselho Regional de Enfermagem
deverá elaborar um formulário para esta finalidade, o qual deve conter, no mínimo, os seguintes dados:
I – Da Empresa/Instituição: razão social, nome fantasia, inscrição no CNPJ, ramo de atividade, natureza, horário
de funcionamento, endereço completo, contatos telefônicos e endereço eletrônico;
II – Do enfermeiro Responsável Técnico: nome, número de inscrição no Coren, características do serviço onde
exerce a função de RT, horário de trabalho e carga horária semanal, características dos outros vínculos
profissionais, se houver horário de trabalho e carga horária semanal, endereço completo, contatos telefônicos e
endereço eletrônico, devendo vir acompanhado da assinatura e carimbo do mesmo.
III – Do Representante Legal da empresa/instituição/ensino: nome, cargo e formação, devendo vir
acompanhado da assinatura e carimbo do mesmo.
Parágrafo Único. O formulário de requerimento de ART, o qual se refere o caput deste artigo, deverá vir
acompanhando dos seguintes documentos:
a) 1 (uma) cópia do cartão do CNPJ da Empresa/Instituição;
b) 1 (uma) cópia da comprovação do vínculo empregatício existente entre a empresa/instituição/ensino e o
Enfermeiro Responsável Técnico;
c) 1 (uma) cópia do ato de designação do enfermeiro para o exercício da Responsabilidade Técnica;
d) 1 (uma) cópia da relação nominal atualizada dos profissionais de Enfermagem que executam atividades na
empresa/ instituição/ ensino, contendo nome, número de inscrição no Coren, cargo/função, horário de trabalho
e setor/unidade/departamento/divisão de trabalho; e
e) 1 (uma) cópia de documento que autoriza o funcionamento dos Cursos de Enfermagem, em casos de ART
para instituições de Ensino Médio Profissionalizante.
III – Realizar o dimensionamento de pessoal de Enfermagem, conforme o disposto na Resolução vigente do
Cofen informando, de ofício, ao representante legal da empresa/instituição/ensino e ao Conselho Regional de
Enfermagem;
IV – Informar, de ofício, ao representante legal da empresa/instituição/ensino e ao Conselho Regional de
Enfermagem situações de infração à legislação da Enfermagem, tais como:
a) ausência de enfermeiro em todos os locais onde são desenvolvidas ações de Enfermagem durante algum
período de funcionamento da empresa/instituição;
b) profissional de Enfermagem atuando na empresa/instituição/ensino sem inscrição ou com inscrição vencida
no Conselho Regional de Enfermagem;
c) profissional de Enfermagem atuando na empresa/instituição/ensino em situação irregular, inclusive quanto à
inadimplência perante o Conselho Regional de Enfermagem, bem como aquele afastado por impedimento legal;

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d) pessoal sem formação na área de Enfermagem, exercendo atividades de Enfermagem na


empresa/instituição/ensino;
e) profissional de Enfermagem exercendo atividades ilegais previstas em Legislação do Exercício Profissional de
Enfermagem, Código de Ética dos Profissionais de Enfermagem e Código Penal Brasileiro;
V – Intermediar, junto ao Conselho Regional de Enfermagem, a implantação e funcionamento de Comissão de
Ética de Enfermagem;
VI – Colaborar com todas as atividades de fiscalização do Conselho Regional de Enfermagem, bem como atender
a todas as solicitações ou convocações que lhes forem demandadas pela Autarquia.
VII – Manter a CRT em local visível ao público, observando o prazo de validade;
VIII – Organizar o Serviço de Enfermagem utilizando-se de instrumentos administrativos como regimento
interno, normas e rotinas, protocolos, procedimentos operacionais padrão e outros;
IX – Elaborar, implantar e/ou implementar, e atualizar regimento interno, manuais de normas e rotinas,
procedimentos, protocolos, e demais instrumentos administrativos de Enfermagem;
X – Instituir e programar o funcionamento da Comissão de Ética de Enfermagem, quando couber, de acordo com
as normas do Sistema Cofen/Conselhos Regionais de Enfermagem;
XI – Colaborar com as atividades da Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA), Comissão de Controle
de Infecções Hospitalares (CCIH), Serviço de Educação Continuada e demais comissões instituídas na
empresa/instituição;
XII – Zelar pelo cumprimento das atividades privativas da Enfermagem;
XIII – Promover a qualidade e desenvolvimento de uma assistência de Enfermagem segura para a sociedade e
profissionais de Enfermagem, em seus aspectos técnicos e éticos;
XIV – Responsabilizar-se pela implantação/implementação da Sistematização da Assistência de Enfermagem
(SAE), conforme legislação vigente;
XV – Observar as normas da NR – 32, com a finalidade de minimizar os riscos à saúde da equipe de Enfermagem;
XVI – Assegurar que a prestação da assistência de enfermagem a pacientes graves seja realizada somente pelo
Enfermeiro e Técnico de Enfermagem, conforme Lei nº 7.498/86 e o Decreto nº 94.406/87;
XVII – Garantir que o registro das ações de Enfermagem seja realizado conforme normas vigentes;
XVIII – Garantir que o estágio curricular obrigatório e o não obrigatório sejam realizados, somente, sob
supervisão do professor orientador da instituição de ensino e enfermeiro da instituição cedente do campo de
estágio, respectivamente, e em conformidade a legislação vigente;
XIX – Participar do processo de seleção de pessoal, seja em instituição pública, privada ou filantrópica,
observando o disposto na Lei nº 7.498/86 e Decreto nº 94.406/87, e as normas regimentais da instituição;
XX – Comunicar ao Coren quando impedido de cumprir o Código de Ética dos Profissionais de Enfermagem, a
legislação do Exercício Profissional, atos normativos do Sistema Cofen/Conselhos Regionais de Enfermagem,
comprovando documentalmente ou na forma testemunhal, elementos que indiquem as causas e/ou os
responsáveis pelo impedimento;
XXI – Promover, estimular ou proporcionar, direta ou indiretamente, o aprimoramento, harmonizando e
aperfeiçoando o conhecimento técnico, a comunicação e as relações humanas, bem como a avaliação periódica
da equipe de Enfermagem;
XXII – Caracterizar o Serviço de Enfermagem por meio de Diagnóstico Situacional e consequente Plano de
Trabalho que deverão ser apresentados à empresa/instituição e encaminhados ao Coren no prazo de 90
(noventa) dias a partir de sua efetivação como Responsável Técnico e posteriormente a cada renovação da CRT;
XXIII – Participar no planejamento, execução e avaliação dos programas de saúde da empresa/instituição/ensino
em que ocorrer a participação de profissionais de Enfermagem.
Parágrafo Único. O enfermeiro RT que descumprir as atribuições constantes neste artigo poderá ser notificado a
regularizar suas atividades, estando sujeito a responder a Processo Ético-Disciplinar na Autarquia.
Art. 11 O disposto nesta Resolução aplica-se aos Estabelecimentos de Ensino, onde ministram-se Cursos de
Enfermagem.
Art. 12 Os casos omissos nesta Resolução serão resolvidos pelo Conselho Federal de Enfermagem.
Art. 13 Esta Resolução entrará em vigor após sua aprovação pelo Plenário do Cofen e publicação no Diário
Oficial da União, revogando-se as disposições em contrário, especialmente a Resolução Cofen nº 458/2014.

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 RESOLUÇÃO COFEN-240/2000
Aprova o Código de Ética dos Profissionais de Enfermagem e dá outras providências.
CÓDIGO DE ÉTICA DOS PROFISSIONAIS DE ENFERMAGEM

CAPÍTULO I - Dos Princípios Fundamentais


Art. 1º - A Enfermagem é uma profissão comprometida com a saúde do ser humano e da coletividade. Atua na
promoção, proteção, recuperação da saúde e reabilitação das pessoas, respeitando os preceitos éticos e legais.
Art. 2º - O profissional de Enfermagem participa, como integrante da sociedade, das ações que visem satisfazer
às necessidades de saúde da população.
Art. 3º - O profissional de Enfermagem respeita a vida, a dignidade e os direitos da pessoa humana, em todo o
seu ciclo vital, sem discriminação de qualquer natureza.
Art. 4º - O profissional de Enfermagem exerce suas atividades com justiça, competência, responsabilidade e
honestidade. Art. 5º - O profissional de Enfermagem presta assistência á saúde visando a promoção do ser
humano como um todo.
Art. 6º - O profissional de Enfermagem exerce a profissão com autonomia, respeitando os preceitos legais da
Enfermagem.

CAPÍTULO II - Dos Direitos


Art. 7º - Recusar-se a executar atividades que não sejam de sua competência legal.
Art. 8º - Ser informado sobre o diagnóstico provisório ou definitivo de todos os clientes que estejam sob sua
assistência.
Art. 10 - Participar de movimentos reivindicatórios por melhores condições de assistência, de trabalho e
remuneração.
Art. 11 - Suspender suas atividades, individual ou coletivamente, quando a instituição pública ou privada para a
qual trabalhe não oferecer condições mínimas para o exercício profissional, ressalvadas as situações de urgência
e emergência, devendo comunicar imediatamente sua decisão ao Conselho Regional de Enfermagem. Parágrafo
único - Ao cliente sob sua responsabilidade, deve ser garantida a continuidade da assistência de Enfermagem.
Art. 12 - Receber salários ou honorários pelo seu trabalho que deverá corresponder, no mínimo, ao fixado por
legislação específica.
Art. 15 - Apoiar as iniciativas que visem ao aprimoramento profissional, cultural e a defesa dos legítimos
interesses de classe.
CAPÍTULO III - Das Responsabilidades
Art. 16 - Assegurar ao cliente uma assistência de Enfermagem livre de danos decorrentes de imperícia,
negligência ou imprudência.
Art. 17 - Avaliar criteriosamente sua competência técnica e legal e somente aceitar encargos ou atribuições,
quando capaz de desempenho seguro para si e para a clientela.
Art. 18 - Manter-se atualizado ampliando seus conhecimentos técnicos, científicos e culturais, em benefício da
clientela, coletividade e do desenvolvimento da profissão.
Art. 19 - Promover e/ou facilitar o aperfeiçoamento técnico, científico e cultural do pessoal sob sua orientação e
supervisão.

Art. 20 - Responsabilizar-se por falta cometida em suas atividades profissionais, independente de ter sido
praticada individualmente ou em equipe.

CAPÍTULO IV - Dos Deveres


Art. 21 - Cumprir e fazer cumprir os preceitos éticos e legais da profissão.
Art. 22 - Exercer a enfermagem com justiça, competência, responsabilidade e honestidade.
Art. 23 - Prestar assistência de Enfermagem à clientela, sem discriminação de qualquer natureza.
Art. 25 - Garantir a continuidade da assistência de Enfermagem.
Art. 26 - Prestar adequadas informações ao cliente e família a respeito da assistência de Enfermagem, possíveis
benefícios, riscos e consequências que possam ocorrer.

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Art. 27 - Respeitar e reconhecer o direito do cliente de decidir sobre sua pessoa, seu tratamento e seu bem-
estar.
Art. 28 - Respeitar o natural pudor, a privacidade e a intimidade do cliente.
Art. 29 - Manter segredo sobre fato sigiloso de que tenha conhecimento em razão de sua atividade profissional,
exceto nos casos previstos em Lei.
Art. 30 - Colaborar com a equipe de saúde no esclarecimento do cliente e família sobre o seu estado de saúde e
tratamento, possíveis benefícios, riscos e consequências que possam ocorrer.
Art. 32 - Respeitar o ser humano na situação de morte e pós-morte.
Art. 38 - Tratar os colegas e outros profissionais com respeito e consideração.

CAPÍTULO V - Das Proibições


Art. 42 - Negar assistência de Enfermagem em caso de urgência ou emergência.
Art. 43 - Abandonar o cliente em meio a tratamento sem garantia de continuidade da assistência. Art. 44 -
Participar de tratamento sem consentimento do cliente ou representante legal, exceto em iminente risco de
vida.
Art. 45 - Provocar aborto ou cooperar em prática destinada a interromper a gestação. Parágrafo único - Nos
casos previstos em Lei, o profissional deverá decidir, de acordo com a sua consciência, sobre a sua participação
ou não no ato abortivo.
Art. 46 - Promover a eutanásia ou cooperar em prática destinada a antecipar a morte do cliente.
Art. 47 - Ministrar medicamentos sem certificar-se da natureza das drogas que o compõem e da existência de
risco para o cliente.
Art. 49 - Executar a assistência de Enfermagem sem o consentimento do cliente ou seu representante legal,
exceto em iminente risco de vida.
Art. 51 - Prestar ao cliente serviços que por sua natureza incumbem a outro profissional, exceto em caso de
emergência.
Art. 52 - Provocar, cooperar ou ser conivente com maus-tratos.

 RESOLUÇÃO COFEN Nº 0527/2016 – Revogada pela Resolução Cofen nº 543/2017


Atualiza e estabelece parâmetros para o Dimensionamento do Quadro de Profissionais de Enfermagem nos
serviços/locais em que são realizadas atividades de enfermagem.
*Revogada pela Resolução Cofen nº 543/2017*

O Conselho Federal de Enfermagem – Cofen, no uso das atribuições que lhe são conferidas pela Lei nº 5.905, de
12 de julho de 1973, e pelo Regimento da Autarquia, aprovado pela Resolução Cofen nº421, de 15 de fevereiro
de 2012,
CONSIDERANDO a prerrogativa estabelecida ao Cofen no artigo 8º, incisos IV, V e XIII, da Lei nº 5.905/73, de
baixar provimentos e expedir instruções, para uniformidade de procedimento e bom funcionamento dos
Conselhos Regionais, dirimir as dúvidas suscitadas pelos Conselhos Regionais e exercer as demais atribuições
que lhe são conferidas por lei;
CONSIDERANDO que o artigo 15, inciso II, III, IV, VIII e XIV, da Lei nº 5.905/73, dispõe que compete aos
Conselhos Regionais de Enfermagem: disciplinar e fiscalizar o exercício profissional, observadas as diretrizes
gerais do Conselho; fazer executar as instruções e provimentos do Conselho Federal; manter o registro dos
profissionais com exercício na respectiva jurisdição; conhecer e decidir os assuntos atinentes à ética profissional
impondo as penalidades cabíveis; e exercer as demais atribuições que lhes forem conferidas por esta Lei ou pelo
Conselho Federal;
RESOLVE:

 Art. 1º – Estabelecer, na forma desta Resolução e de seus anexos I e II (que poderão ser consultados
através do sítio de internet www.cofen.gov.br), os parâmetros mínimos para dimensionar o quantitativo
de profissionais das diferentes categorias de enfermagem para os serviços/locais em que são realizadas
atividades de enfermagem.

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Parágrafo único – Os referidos parâmetros representam normas técnicas mínimas, constituindo-se em


referências para orientar os gestores, gerentes e enfermeiros dos serviços de saúde, no planejamento do
quantitativo de profissionais necessários para execução das ações de enfermagem.
 Art. 2º – O dimensionamento do quadro de profissionais de enfermagem deve basear-se em
características relativas:
I – ao serviço de saúde: missão, visão, porte, política de pessoal, recursos materiais e financeiros; estrutura
organizacional e física; tipos de serviços e/ou programas; tecnologia e complexidade dos serviços e/ou
programas; atribuições e competências, específicas e colaborativas, dos integrantes dos diferentes serviços e
programas e requisitos mínimos estabelecidos pelo Ministério da Saúde;
II – ao serviço de enfermagem: aspectos técnicos – científicos e administrativos: dinâmica de funcionamento das
unidades nos diferentes turnos; modelo gerencial; modelo assistencial; métodos de trabalho; jornada de
trabalho; carga horária semanal; padrões de desempenho dos profissionais; índice de segurança técnica (IST);
proporção de profissionais de enfermagem de nível superior e de nível médio e indicadores de qualidade
gerencial e assistencial;
III – ao paciente: grau de dependência em relação à equipe de enfermagem (sistema de classificação de
pacientes – SCP) e realidade sociocultural.
 Art. 3º – O referencial mínimo para o quadro de profissionais de enfermagem, para as 24 horas de cada
unidade de internação (UI), considera o SCP, as horas de assistência de enfermagem, a distribuição
percentual do total de profissionais de enfermagem e a proporção profissional/paciente. Para efeito de
cálculo, devem ser consideradas:
I – como horas de enfermagem, por paciente, nas 24 horas:
– 4 horas de enfermagem, por paciente, no cuidado mínimo;
–  6 horas de enfermagem, por paciente, no cuidado intermediário;
–  10 horas de enfermagem, por paciente, no cuidado de alta dependência (18);
– 10 horas de enfermagem, por paciente, no cuidado semi-intensivo;
–  18 horas de enfermagem, por paciente, no cuidado intensivo.
II – A distribuição percentual do total de profissionais de enfermagem, deve observar:
a) O SCP e as seguintes proporções mínimas:
– Para cuidado mínimo e intermediário: 33% são enfermeiros (mínimo de seis) e os demais auxiliares e/ ou
técnicos de enfermagem;
– Para cuidado de alta dependência: 36% são enfermeiros e os demais técnicos e/ou auxiliares de enfermagem;
– Para cuidado semi-intensivo: 42% são enfermeiros e os demais técnicos de enfermagem;
– Para cuidado intensivo: 52% são enfermeiros e os demais técnicos de enfermagem. 
III – Para efeito de cálculo devem ser consideradas: o SCP e a proporção profissional/paciente nos diferentes
turnos de trabalho:
– Cuidado mínimo: 1 profissional de enfermagem para 6 pacientes, 1 enfermeiro para 18,18 ≅18 pacientes e 1
técnico/auxiliar de enfermagem para 8,95 ≅ 9 pacientes;
– Cuidado intermediário: 1 profissional de enfermagem para 4 pacientes,1 enfermeiro para 12,12 ≅12 pacientes
e 1 técnico/auxiliar de enfermagem para 5,97 ≅ 6 pacientes;
– Cuidado de alta dependência: 1 profissional de enfermagem para 2,4 ≅ 2,5 pacientes, 1 enfermeiro para 6,66
≅7 pacientes e 1 técnico/auxiliar de enfermagem para 3,75 ≅ 3,5 pacientes;
– Cuidado semi-intensivo: 1 profissional de enfermagem para 2,4 ≅ 2,5 pacientes, 1 enfermeiro para 5,7 ≅ 6
pacientes e 1 técnico de enfermagem para 4,13 ≅ 4 pacientes;
– Cuidado intensivo: 1 profissional de enfermagem para 1,33 ≅ 1,5 pacientes, 1 enfermeiro para 2,56 ≅ 2,5
pacientes e 1 técnico de enfermagem para 2,77 ≅ 3 pacientes.
1º – A distribuição de profissionais por categoria referido no inciso II, deverá seguir o grupo de pacientes que
apresentar a maior carga de trabalho.
2º – Cabe ao enfermeiro o registro diário da classificação dos pacientes segundo o SCP, para subsidiar a
composição do quadro de enfermagem para as unidades de internação.
3º – Para alojamento conjunto, o binômio mãe / filho deve ser classificado, no mínimo, como cuidado
intermediário

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4º – Para berçário e unidade de internação em pediatria todo recém-nascido e criança menor de 6 anos deve ser
classificado, no mínimo, como cuidado intermediário, independente da presença do acompanhante. 
5º – Os pacientes de categoria de cuidados intensivos deverão ser internados em Unidade de Terapia Intensiva
(UTI) com infraestrutura e recursos tecnológicos e humanos adequados.
6º – Os pacientes classificados como de cuidado semi-intensivo deverão ser internados em unidades que
disponham de recursos humanos e tecnologias adequadas.
 Art. 4º – Para assistir pacientes de saúde mental, considerar (4):
a) Como horas de enfermagem:
1- CAPS I – 0,5 horas por paciente (8 horas/dia);
2- CAPS II (CAPS Adulto e CAPS Álcool e Drogas) – 1,2 horas por paciente (8 horas/dia);
3- CAPS Infantil e Adolescente – 1,0 hora por paciente (8 horas/dia);
4- CAPS III (CAPS Adulto e CAPS Álcool e Drogas) – 10 horas por paciente (24 horas);
5- UTI Psiquiátrica – 16 horas por paciente (24 horas);
6- Observação de paciente em Pronto Socorro Psiquiátrico e Enfermaria Psiquiátrica – 10 horas por paciente (24
horas);
7- Lar Abrigado/Serviço de Residência Terapêutica – deve ser acompanhado pelos CAPS ou ambulatórios
especializados em saúde mental, ou ainda, equipe de saúde da família (com apoio matricial em saúde mental).
b) Como proporção profissional / paciente, nos diferentes turnos de trabalho:
1- CAPS I – 1 profissional para cada 16 pacientes, 1 enfermeiro para 32 pacientes e 1 técnico/auxiliar de
enfermagem para 32 pacientes;
2- CAPS II (CAPS Adulto e CAPS Álcool e Drogas) – 1 profissional para cada 6,6 ≅ 7 pacientes, 1 enfermeiro para
13,3 ≅ 13 pacientes e 1 técnico e/ou auxiliar de enfermagem para 13,3 ≅ 13 pacientes;
3- CAPS Infantil e Adolescente – 1 profissional para cada 8 pacientes, 1 enfermeiro para 16 pacientes e 1 técnico
e/ou auxiliar de enfermagem para 16 pacientes;
4- CAPS III (CAPS Adulto e CAPS Álcool e Drogas) -1 profissional para cada 2,4 ≅ 2,5 pacientes, 1 enfermeiro para
4,8 ≅0 pacientes e 1 técnico/auxiliar de enfermagem para 4,8 ≅ 5 pacientes;
5- UTI Psiquiátrica – 1 profissional para cada 1,5 pacientes, 1 enfermeiro para 3 pacientes e 1 técnico de
enfermagem para 3 pacientes;
6- Observação de paciente em Pronto Socorro Psiquiátrico e Enfermaria Psiquiátrica – 1 profissional para cada
2,4 ≅ 2,5 pacientes, 1 enfermeiro para 5,7 ≅ 6 pacientes e 1 técnico e /ou auxiliar de enfermagem para 4,6
pacientes.
c) A distribuição percentual do total de profissional de enfermagem deve observar as seguintes proporções
mínimas:
1 – CAPS I – 50% de enfermeiros e os demais técnicos e/ou auxiliares de enfermagem;
2 – CAPS II (CAPS Adulto e CAPS Álcool e Drogas) – 50% de enfermeiros e os demais técnicos e/ou auxiliares de
enfermagem;
3 – CAPS Infantil e Adolescente – 50% de enfermeiros e os demais técnicos e/ou auxiliares de enfermagem;
4 – CAPS III (CAPS Adulto e CAPS Álcool e Drogas) – 50% de enfermeiros e os demais técnicos de enfermagem;
5 – UTI Psiquiátrica – 50% de enfermeiros e os demais técnicos de enfermagem;
6 – Observação de pacientes em Pronto Socorro Psiquiátrico e Enfermaria Psiquiátrica – 42% de enfermeiros e
os demais técnicos e/ou auxiliares de enfermagem.
 Art. 5º – Para Centro de Diagnóstico por Imagem (CDI), as horas de assistência de enfermagem por
paciente em cada setor, deverá considerar o tempo médio da assistência identificado no estudo de Cruz

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