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MANUAL DE BIOSSEGURANÇA
CURSO DE ODONTOLOGIA
2022
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Normas de Biossegurança para Odontologia
ÍNDICE
CAPÍTULO I
Introdução 03
1. Objetivos da comissão interna de Biossegurança 03
2. Membros 05
3. Apresentação 05
CAPÍTULO II
1. Uniformização da clínica e laboratórios da Saúde 06
2. Higienização das mãos 09
3. Desinfecção das superfícies 12
4. Postura do aluno na clínica e no laboratório 13
5. Preparo do material a ser entregue na central de esterilização 16
6. Plano de gerenciamento de lixo 20
7. Imunização 23
8. Prevenção de acidentes de trabalho com materiais biológicos 24
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Normas de Biossegurança para Odontologia
CAPÍTULO I
INTRODUÇÃO
O presente instrumento tem por objetivo a implantação da Comissão Interna de
Biossegurança para o curso de Odontologia no Centro Universitário Braz Cubas.
É sabido que a observância às diretrizes e às normas dos órgãos de vigilância sanitária bem
como a manutenção de atitudes pró-ativas no que concerne aos protocolos de biossegurança é de
responsabilidade de todos aqueles que direta ou indiretamente lidam com os serviços de saúde.
Levando em consideração o número de atendimentos clínicos realizados nas clínicas
odontológicas desta instituição e a complexidade destes procedimentos, se justifica a criação de uma
comissão composta por professores que atuam em especialidades clínicas e alunos para atender às
funções que lhes cabem.
Inúmeras são as inovações no campo tecnológico e do conhecimento e se faz necessário
que tenhamos um acompanhamento crítico e atualizado dos protocolos e regras que participam destas,
de modo a colaborar com a promoção da saúde em todos os seus aspectos.
A revisão sistemática destes protocolos é hoje uma prática comum nos diversos serviços de
saúde principalmente naqueles que atuam no campo educacional.
Esta precaução visa estabelecer programas de controle de infecção protegendo assim os
pacientes e a equipe de saúde (professores, alunos, auxiliares, equipe de limpeza, etc.) do risco de
infecções cruzadas nas clínicas da Faculdade de Odontologia e ainda prevê medidas de orientação aos
envolvidos sobre os riscos que advém ao uso incorreto de protocolos de biossegurança.
É de responsabilidade comum a todos a manutenção de um ambiente saudável e seguro,
entretanto a comissão de biossegurança é que fornecerá meios para a padronização de procedimentos
a serem seguidos.
Faz-se importante ressaltar que a constituição desta comissão atende às exigências dos
órgãos de Vigilância Sanitária.
a. OBJETIVOS GERAIS:
• Elencar e detalhar todos os cuidados relacionados à Biossegurança;
• Estabelecer as rotinas de procedimentos no controle de doenças transmissíveis;
• Manter registro das ocorrências relativas a doença de notificação compulsória;
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Normas de Biossegurança para Odontologia
b. OBJETIVOS ESPECÍFICOS
• Identificar, controlar e prevenir os fatores de risco dos casos de infecção em todos os níveis
de atenção;
• Definir protocolos e estratégias a seguir de acordo com a característica de cada fator de
risco;
• Estabelecer um sistema unificado de registro de informações;
• Desenvolver, fortalecer e avaliar continuamente as decisões relativas à prevenção;
• Estabelecer programas de incentivo à educação preventiva e de conscientização da
importância das medidas relativas à biossegurança.
• Entre as atividades que competem aos membros da Comissão Interna de Biossegurança
do curso de Odontologia ressalta-se:
• Elaboração do manual geral de biossegurança dos procedimentos odontológicos
realizados na clínica;
• Monitorar as infecções, métodos de controle e de identificação;
• Atualizar-se quanto às novas medidas de controle de infecções e notificar toda e qualquer
modificação cabível ao ambiente de saúde;
• Educar continuamente e orientar quando necessário a equipe técnica relacionada bem
como os alunos e professores;
• Implementação e avaliação das medidas de controle e manutenção da biossegurança;
• Monitorar a rotina de limpeza, desinfecção, esterilização e demais itens de Biossegurança;
• Supervisão de protocolos, padronização de tomadas de amostra e culturas, avaliação de
antibiogramas etc;
• Acompanhamento de campanhas de imunização;
• Acompanhar os processos de regulamentação junto aos órgãos de vigilância sanitária
federais, estaduais ou municipais.
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Normas de Biossegurança para Odontologia
2. MEMBROS
A Comissão Interna de Biossegurança (CIB) será constituída de membros executivos e
membros multidisciplinares.
Os membros executivos da referida Comissão deverão ser o coordenador do curso de
Odontologia (responsável técnico pela clínica odontológica) e o professor da disciplina de biossegurança
(responsável técnico substituto pela clínica).
Serão considerados membros multidisciplinares os professores responsáveis pelas
disciplinas atuando em atividades preferencialmente clínicas.
Fica esclarecido também que firmada esta Comissão, todos os membros serão convocados
a assumir suas atribuições e trabalhar primeiramente na elaboração de um plano específico de trabalho
onde se regulamentará de maneira detalhada as funções da referida comissão.
3. APRESENTAÇÃO
Este guia foi elaborado com objetivo de orientar, padronizar e oferecer praticidade quanto
aos procedimentos de biossegurança necessários e obrigatórios em Odontologia. O conceito
“biossegurança” é amplo, dinâmico e frequentemente sujeito a mudanças e aprimoramentos, e está
intimamente relacionado aos meios que visam interferir na cadeia de infecção, diminuindo o número de
micro-organismos de forma a impedir a transmissibilidade de doenças.
O projeto de “aprimoramento e padronização" do controle da infecção é radical e polêmico,
justamente pela necessidade de mudanças na rotina praticada no atendimento aos pacientes e por ir de
encontro ao preconceito de anos de estagnação, porém não é aleatório e a necessidade está
amplamente embasada em documentos científicos e normatizações de órgãos competentes como a
ANVISA e, é claro, em portarias do Ministério da Saúde.
Todos os que fazem parte deste Curso de Odontologia devem contribuir com as mudanças
necessárias para uma nova concepção de unidade universitária forte e resistente às críticas, preocupada
em implantar e oferecer assistência diferenciada, inovadora e tecnicamente correta, bem como suplantar
dificuldades e, como uma equipe coesa, transformar utopias em realidades.
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CAPÍTULO II
PROTOCOLO DE PRECAUÇÕES PADRÃO NAS CLÍNICAS E LABORATÓRIOS DE ODONTOLOGIA
• Nas atividades clínicas deverá ser utilizado branco total, roupa extra
(jaleco e calça ou pijama cirúrgico), avental cirúrgico limpo descartável
gramatura mínima 40g/m2, gorro, máscara N95 ou PFF2 sem válvula, luva,
óculos de proteção, protetor facial e sapato branco fechado.
• Nas atividades laboratoriais é obrigatório o uso de branco total avental de
tecido (manga comprida e comprimento até a altura dos joelhos), calça
comprida e sapato fechado, avental cirúrgico limpo descartável gramatura
mínima 40g/m2, gorro, máscara N95 ou PFF2 sem válvula, óculos de
proteção, protetor facial e luvas.
• O uniforme denominado “branco total” deverá ser constituído de: calça
comprida, camisa, blusa, meia e sapato brancos fechados. É PROIBIDO
O USO DE CALÇADOS ABERTOS, BERMUDA, SAIA, BLUSAS
ABERTAS, BONÉS OU CHAPÉUS E MAQUIAGEM NAS ATIVIDADES
CLÍNICAS E LABORATORIAIS.
• No caso de atividades laboratoriais dentro do ambiente da Clínica fica
obrigatória a utilização do uniforme clínico completo.
• Os aventais devem ser utilizados como rotina dentro da Clínica e
Laboratórios. O USUÁRIO, AO SAIR DESSES LOCAIS, DEVE RETIRAR
O avental. Aventais descartáveis, gorros e luvas deverão ser descartados
após o uso.
• Conquanto o uniforme seja obrigatório apenas nos horários de atividades
didáticas, deverá sempre ser observada a apresentação conveniente e
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GORRO OU TOUCA:
Cobrir totalmente orelhas e cabelos para evitar queda de cabelo no campo de procedimento,
descarte no final do turno ou se visivelmente sujos ou molhados.
USO DE MÁSCARAS:
Máscara N95 ou PFF2 sem válvula em procedimentos que geram aerossóis.
A máscara N95/PFF2 ou equivalente com válvula expiratória não pode ser utilizada como
controle de fonte, pois ela permite a saída do ar expirado pelo profissional que, caso esteja infectado,
poderá contaminar pacientes, outros profissionais e o ambiente;
Descarte
Ideal de 12 horas seguidas de uso desde que esteja íntegra e protegida com protetor facial.
Considera-se aceitável o descarte no final do turno, exceto se visivelmente sujas ou
molhadas.
Devem ser usadas pelos profissionais durante os procedimentos realizados nos pacientes e
durante os processos de limpeza de materiais, em que haja possibilidade de espirramento de secreções
ou sangue.
Não remover o respirador/máscara durante o atendimento junto ao paciente e nem dentro
da sala imediatamente ao final do atendimento.
Máscaras úmidas, sujas, rasgadas, amassadas ou com vincos, devem ser imediatamente
descartadas;
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ÓCULOS DE PROTEÇÃO:
Os óculos de grau não substituem os de proteção, É necessário também o uso de óculos de
proteção para o paciente, esses têm a finalidade de proteger seus olhos a produtos irritantes,
contaminados e perfuro cortantes.
Os óculos de proteção devem ser limpos pelo menos diariamente com agua e sabão, e
sempre que sujidade visível. Devem ser guardados secos preferentemente embalados.
PROTETOR FACIAL:
A utilização dos protetores faciais não dispensa o uso de outros EPIs
Esse EPI não deve ser compartilhado.
COMO DESINFETAR – IMPORTANTE: O material (acetato) não tolera exposição ao etanol (álcool).
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TIPOS DE LUVAS
LUVAS COMERCIAIS
São luvas de látex, grossas, em tamanho pequeno, médio e grande, em várias cores,
comercializadas em supermercados ou lojas de departamentos. Devem ser usadas pelo profissional ou
pessoal auxiliar quando manipularem material e instrumental contaminado e durante os procedimentos
de limpeza e desinfecção do consultório. Na aquisição destas luvas darem preferência as luvas forradas
por serem mais resistentes aos danos físicos.
Recomendações:
Ø As luvas empregadas para manipulação de material e instrumental contaminado devem ser
destinadas somente para este fim. Após o uso desinfete-as, lave-as e deixe secar de ponta
à cabeça;
Ø As luvas para limpeza e desinfecção do consultório deverão ser lavadas com água e sabão
e secadas ao ar de ponta à cabeça.
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Recomendações:
Ø Recomenda-se não reprocessar ou reutilizar essas luvas;
Ø Descarte-as após o uso no lixo contaminado;
Ø Em procedimentos de longa duração, acima de 2 horas, recomenda-se a troca das luvas durante
o procedimento;
Ø Lavar as mãos antes e após a retirada das luvas.
SOBRE LUVAS
Aplicável a qualquer situação fora do campo operatório, como saídas para radiografias e
respectivo processamento, preenchimento de fichas.
ORDEM DE PARAMENTAÇÃO
1. Vestir a calça extra/pijama cirúrgico sobre a calça que o aluno veio vestido
2. Calçar o calçado cirúrgico específico para uso na clínica com meia grossa de uso restrito à clínica.
Colocar o sapato que usou até a faculdade dentro de uma sacola plástica.
3. Vestir o jaleco de pano da instituição ou parte de cima do pijama cirúrgico.
4. Lavar as mãos com a técnica descrita no item “higienização das mãos” seguindo os passos de
lavagem com água e sabonete.
5. Vestir o avental cirúrgico de mangas longas descartável, impermeável e com gramatura de 40 ou
50g/m2 da cor definida pela disciplina.
6. Posicionar o respirador (N95/PFF2 ou similar sem válvula): adaptar o respirador e efetuar o teste de
ajuste ou vedação. Devido a escassez, o aluno pode colocar máscara cirúrgica sobre o respirador N95
e descartar a máscara cirúrgica tripla após cada atendimento clínico o laboratório.
7. Posicionar os óculos de proteção com fechamento lateral (sobre óculos corretor de visão, se
aplicável).
8. Vestir o gorro em polipropileno 30g/m2, de tamanho adequado, acomodando todo o cabelo e
orelhas no seu interior.
9. Posicionar o protetor facial (face-shield).
10. Calçar as luvas de procedimentos de látex ou vinílica que, no contexto da epidemia da COVID-19,
devem ser utilizadas em qualquer contato com o usuário ou seu entorno.
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1. Remoção das luvas: retirar a luva de uma das mãos com o auxílio da outra, tocando somente as
superfícies externas( 1A). Com a mão desenluvada retire a luva da outra mão, agora tocando somente
sua face interna (1B). As luvas devem ser descartadas imediatamente em lixeira de material biológico.
2. Lavagem das mãos.
3. Remoção do avental: remover as amarrias do pescoço, seguida pelas da cintura, retirando os braços
da face interna do avental, virando-o pelo avesso e enrolando-o até o final para o descarte imediato na
lixeira de material biológico. Remoção do avental sem tocar na parte da frente.
4. Para a remoção do protetor facial utiliza-se as hastes laterais. Nunca se deve tocar na parte frontal
do protetor facial, superfície mais contaminada.
5. Remoção do gorro/touca pela parte posterior e descarte no lixo de material biológico.
6. Os óculos de proteção também devem ser retirados pelas hastes laterais ou porção posterior e
colocados em superfície adequada para posterior descontaminação.
7. Realizar a lavagem das mãos com água e sabão.
8. Remoção da máscara/respirador: iniciar pelo elástico inferior, seguido pelo superior, segurando
ambos com a mão, sem tocar na face frontal da máscara.
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Se a distribuição for em área externa ao ambiente clínico, a máscara poderá ser a cirúrgica tripla
descartável (tipo IIR). Em ambos os casos se recomenda a utilização de barreira acrílica ou de vidro.
Consenso ABENO: Biossegurança no ensino odontológico pós-pandemia da COVID-19
9. Remover o jaleco de pano/parte superior do pijama cirúrgico e acondicionar em saco plástico para
posterior lavagem.
10. Remover o sapato, guarda-lo em saco plástico para posterior limpeza e desinfecção.
11. Remover a calça de cima/ calça do pijama cirurgico, guardá-la em saco plástico para posterior
limpeza e desinfecção.
12. Realizar a lavagem das mãos com água e sabão ou fricção com álcool em gel.
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Importante: Antes de iniciar qualquer uma dessas técnicas, é necessário retirar joias (anéis, pulseiras,
relógio), pois sob tais objetos podem acumular-se microrganismos.
Técnica:
1. Abrir a torneira e molhar as mãos, evitando encostar-se a pia.
2. Aplicar na palma da mão quantidade suficiente de sabão liquido (seguir a quantidade
recomendada pelo fabricante).
3. Ensaboar as palmas das mãos friccionando entre si.
4. Esfregar a palma da mão direita contra o dorso da mão esquerda entrelaçando os dedos e
vice-versa.
5. Esfregar o dorso dos dedos em uma mão com a palma da mão oposta segurando os dedos
com movimento de vice-versa
6. Esfregar o polegar esquerdo com o auxílio da palma da mão direita utilizando-se movimento
circular e vice versa
7. Friccionar as polpas digitais e unha da mão direita contra a palma da mão esquerda, fechada
em concha, fazendo movimento circular e vice-versa.
8. Friccionar os punhos com movimentos circulares
9. Enxaguar as mãos retirando todo o resíduo de sabão, no sentido dos dedos para os punhos.
10. Fechar a torneira com o cotovelo, evitando o contato das mãos com a torneira.
11. Secar as mãos com papel toalha descartáveis, começando com os dedos e seguindo até o
punho. Descartar o papel em lixo de resíduo comum.
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A técnica de higienização antiséptica é igual àquela utilizada para higienização simples das
mãos, substituindo-se o sabão por um antiséptico. Exemplo: antiséptico degermante.
Técnica:
1. Aplicar na palma da mão quantidade suficiente do produto (seguir a quantidade recomendada
pelo fabricante).
2. Friccionar as palmas das mãos entre si.
3. Friccionar a palma da mão direita contra o dorso da mão esquerda entrelaçando os dedos e
vice-versa.
4. Friccionar a palma das mãos entre si com os dedos entrelaçados
5. Friccionar o dorso dos dedos de uma mão com a palma da mão oposta, segurando os dedos e
vice-versa.
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6. Friccionar o polegar esquerdo, com auxílio da palma da mão direita, utilizando movimento
circular e vice versa.
7. Friccionar as polpas digitais e unhas da mão direita contra a palma da mão esquerda, fazendo
um movimento circular e vice-versa.
8. Friccionar os punhos com movimentos circulares.
9. Deixar as mãos secarem naturalmente.
Técnica:
1. Abrir a torneira, molhas as mão, ante braço e cotovelo.
2. Espalhar o antiséptico nas mãos, antebraço e cotovelo com a esponja contra a pele.
3. Limpar sob as unhas com as cerdas da escova e com limpador de unhas sobre a água
corrente.
4. Friccionar as mãos observando os espaços interdigitais e antebraço por no mínimo 3 a 5
minutos mantendo as mãos acima dos cotovelos.
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Normas de Biossegurança para Odontologia
5. Enxaguar as mãos em água corrente em sentido das mãos para os cotovelos, retirando todo
o resíduo de produto.
6. Fechar a torneiro com o cotovelo.
7. Enxugar as mãos em toalhas ou compressas estéreis, com movimento compressivo, iniciando
pelas mãos e seguindo pelo antebraço e cotovelo.
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A – Pré-lavagem
Imersão do material contaminado em vasilha com tampa hermética com detergente enzimático por 5
minutos para em seguida ser lavado em água corrente.
Nota: Nunca utilizar detergente para louças e outros, pois além de diminuírem a vida útil dos
instrumentais, não fazem a desinfecção dos mesmos. A solução deve ser substituída a cada período de
trabalho, ou sempre que houver acumulo de resíduos submersos.
B – Lavagem
Lavar com escova dura e detergente enzimático e enxaguar em água corrente.
A haste da escova deve ser comprida o suficiente para manter o instrumental distante das
mãos, a fim de evitar acidentes, e deve permanecer imersa em solução de hipoclorito de sódio 1%.
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Normas de Biossegurança para Odontologia
Nota: Fazer a higienização das luvas com água e sabão, secar com papel toalha e finalizar a
desinfecção aplicando álcool 70%.
Inspeção Visual: Utilizado para verificar a eficácia dos processos anteriores, pode ser efetuado
com o auxílio de uma lupa.
C – Secagem
Secar com papel toalha ou compressa hospitalar (fralda de pano) que deverá ser lavada e esterilizada
no local.
Este processo possibilita a diminuição da corrosão dos instrumentais.
D – Embalagem
No Centro Universitário Brazcubas preconizaremos papel grau cirúrgico. Instrumentais e outros
materiais que estejam indicados à esterilização por meio físico, devem apresentar-se da seguinte forma:
Quando o material for esterilizado em autoclave: caixa plástica ou metálica para autoclave,
devidamente embalada (papel grau cirúrgico). Obs.: caneta de alta rotação, peça reta, micromotor e contra ângulo
devem ser esterilizados em autoclave.
Os instrumentais podem ser embalados separadamente, porém acondicionados em caixa nos
padrões citados acima sem ultrapassar o limite de 2/3 da capacidade da caixa.
Todos os pacotes deverão ser identificados com nome, RGM e data de entrega na esterilização.
Materiais que estiverem fora dos padrões solicitados não serão recebidos.
A faixa de selagem das embalagens deve ser ampla, de pelo menos 1cm. Recomenda-se
promover o selamento deixando uma borda de aproximadamente 3cm, o que facilitará a abertura asséptica
do pacote.
Nota: Os instrumentais rotatórios devem ser lubrificados antes da esterilização.
RECOMENDAÇÕES SOBRE A EMBALAGEM PARA AUTOCLAVE:
· Antes de levar qualquer material para autoclave verifique com o fabricante (usualmente as embalagens
trazem indicação de resistência até 135ºC) se isto é possível;
· Gaze e algodão devem ser embalados em porções individuais para cada paciente em papel grau cirúrgico;
· Campos e tecidos em geral deverão ser embalados individualmente;
· Materiais pequenos e/ou leves, como cânulas, devem ser obrigatoriamente embalados (COLOCAR EM
EMBALAGENS MAIORES OU CAIXA PARA NÃO ENTREGAR VÁRIOS PACOTES MENORES – RISCO DE
PERDER!);
· Brocas e limas já possuem embalagens próprias, que as protegem no processo de esterilização.
· As caixas de bandejas deverão ser totalmente perfuradas de modo a permitir a circulação de vapor, e facilitar
e secagem.
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Os pacotes deverão estar com um indicador químico do processo, e possuir uma aba para fora da
linha da selagem, para permitir uma abertura facilitada e asséptica do pacote.
E – Esterilização
Autoclave – Processo Físico – É o método mais seguro e eficaz, aprovado pela ANVISA.
Processo Químico – Ácido peracético 0,2% 30 min - A esterilização química deve ser utilizada em
artigos termos sensíveis apenas quando não houver outro método que a substitua.
F- Monitoramento:
O monitoramento do processo de esterilização é essencial para a segurança e confiabilidade do
processo.
Monitoramento químico – um por ciclo de esterilização. Seguir orientação do fabricante. São
indicadores que avaliam o ciclo de esterilização pela mudança de cor, na presença de temperatura, tempo e vapor
saturado, de acordo com o indicador utilizado. Podem ser usados indicadores de processo (classe I), teste Bowie-
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Normas de Biossegurança para Odontologia
Dick (classe II), de parâmetro simples (classe III), multiparamétrico (classe IV), integrador (classe V) e emuladores
(classe VI).
Monitoramento Biológico – Resultado bastante confiável, realizado através um tubo contendo
microrganismos, resistentes ao calor (Geobacillus stearothermophilus). Seguir as recomendações do fabricante.
Os pacotes contendo os indicadores devem ser colocados em locais onde o agente esterilizante chega com maior
dificuldade, como próximo à porta, junto ao dreno e no meio da câmara. Tal procedimento deve ser realizado
semanalmente, os quais apresentam seus resultados após 48 horas e três horas respectivamente. Para estes
sistemas existem estufas incubadoras próprias.
Monitoramento Físico – Consiste em certificar se a autoclave atinge os parâmetros físicos de
tempo/temperatura e pressão de acordo com o ciclo escolhido.
G – Acondicionamento
Acondicionamento por até 15 dias após a esterilização. Após esse período os materiais deverão ser
acondicionados em novas embalagens e esterilizados novamente. A legislação (São Paulo, 1995 e 1998) e
Ministério da Saúde (BRASIL, 2000), recomendam o prazo de sete dias
para esterilização por processo físico (estufas ou autoclaves), qualquer
que seja a embalagem.
O instrumental deve ser armazenado em local exclusivo,
separado dos demais, em armários fechados, protegido de poeira,
umidade e insetos, e a uma distância mínima de 20 cm do chão, 50 cm do
teto e 5 cm da parede, respeitando-se o prazo de validade da esterilização.
O local de armazenamento deve ser limpo e organizado periodicamente,
não podendo haver sinais de infiltração, presença de insetos, pacotes
danificados, com sinais de umidade, prazo de validade da esterilização
vencido, etc. Estes artigos devem ser reprocessados novamente. Na
distribuição, os pacotes esterilizados devem ser manipulados o mínimo
possível e com cuidado.
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GRUPO A
Identificado, no mínimo, pelo símbolo de risco biológico, com rótulo de fundo
branco, desenho e contornos pretos, acrescido da expressão RESÍDUO
INFECTANTE
GRUPO B
Identificado por meio de símbolo e frase de risco associado à periculosidade do
resíduo químico. Outros símbolos e frases também podem ser utilizados.
GRUPO C
Representado pelo símbolo internacional de presença de radiação ionizante
(trifólio cor magenta ou púrpura) em rótulo de fundo amarelo, acrescido da
expressão MATERIAL RADIOATIVO, REJETIO RADIOATIVO ou
RADIOATIVO.
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GRUPO D
Identificado conforme definido pelo órgão de limpeza urbana.
GRUPO E
Identificado pelo símbolo de risco biológico, com rótulo de
fundo branco, desenho e contorno preto, acrescido da
inscrição de RESÍDUO PERFUROCORTANTE ou
PERFUROCORTANTE.
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Normas de Biossegurança para Odontologia
Perfurocortante: como limas, agulhas, lâminas de bisturi, tubete anestésico de vidro, fio de sutura,
brocas, entre outros. Os materiais perfurocortantes devem
ser descartados em recipientes identificados, rígidos,
providos com tampa, resistentes à punctura, ruptura e
vazamento. Os recipientes de acondicionamento dos RSS
do Grupo E devem ser substituídos de acordo com a
demanda ou quando o nível de preenchimento atingir 3/4 da
capacidade ou de acordo com as instruções do fabricante,
sendo proibidos seu esvaziamento manual e seu
reaproveitamento.
Resíduos químicos: como revelador, fixador, água da câmara escura. Os reveladores utilizados em
radiologia devem ser tratados, podendo ser submetidos a processo de neutralização para
alcançarem pH entre 7 e 9 e serem posteriormente lançados na
rede coletora de esgoto com tratamento, atendendo às
determinações dos órgãos de meio ambiente e do serviço de
saneamento. Os fixadores usados em radiologia, quando não
submetidos a processo de recuperação da prata, devem ser
encaminhados para tratamento antes da disposição final
ambientalmente adequada – ANVISA RDC 222/2018.
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Normas de Biossegurança para Odontologia
7. IMUNIZAÇÃO
A imunização da equipe odontológica, assim como a atualização da carteira vacinal é um
fator de extrema importância e dever do responsável técnico da clínica. As vacinas necessárias para a
proteção do profissional de saúde estão no quadro abaixo.
REGRAS BÁSICAS
- Considerar todo e qualquer paciente como potencialmente infectado;
- Utilizar Equipamentos de Proteção Individual;
- Posicionar adequadamente o paciente a fim de poder controlar os fluxos de líquidos;
- Utilizar máscaras com eficiente capacidade de filtragem de partículas;
- Lavar as mãos antes e após o manuseio de instrumentais, materiais contaminados e/ou
contato com o paciente;
- Nunca encapar agulhas e/ou bisturis.
- Trocar luvas imediatamente em caso de rompimento ou perfuração;
- Fazer esquema de vacinas: Hepatite B, rubéola, tuberculose, tétano.
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Normas de Biossegurança para Odontologia
FERIMENTOS CORTO-CONTUSOS
• Todo acidente corto - contuso deve receber atenção imediata do professor responsável pela
Disciplina em questão (laboratorial ou clínica), que deve avaliar a situação e efetuar os primeiros
socorros.
• Deverá informar a brigada do corpo de bombeiro da instituição que levará o acidentado até o hospital
de referência.
• A sequência de atendimento imediato deve ser:
• O socorrista deve sempre usar luvas;
• Corpos estranhos não devem ser forçados para fora do ferimento (somente são removidos os que
saírem facilmente durante a limpeza);
• Lavar a ferida com água e sabonete neutro e, quando necessário, aplicar (sem friccionar) PVPI
aquoso
• De acordo com o tamanho do ferimento, cobrir com gaze estéril até o socorrista chegar ou até
chegar ao centro médico;
• Em caso de hemorragia, fazer compressão do local até parada do sangramento ou até o socorrista
chegar ou chegada ao centro médico;
• NÃO USAR ÁLCOOL, ÉTER OU HIPOCLORITO NA ÁREA EXPOSTA.
Esse protocolo tem a finalidade de orientar as medidas adotadas após acidente envolvendo
material biológico, considerado emergência médica, e exige conduta imediata, no prazo ideal de até
2 horas após o acidente e aceitável de 24 a 36 h (Exposição à materiais biológicos – Departamento
em Vigilância e Saúde Ambiental e Saúde do Trabalhador – Brasília – DF, 2011) após o ocorrido,
porém menos efetiva em 48 h e 72 h após o ocorrido.
a) O acidentado deve ser orientado pelo professor a lavar a área acidentada com água corrente
(em grande volume) e sabão se houver ferimento pérfuro-cortante, sem friccionar – para não
aumentar a área lesada e não provocar maior sangramento do local ferido, bem como minimizar a
exposição ao material infectante PVPI aquoso (caso haja contato com mucosa, conjuntiva ocular,
nariz ou boca lavar intensamente com água ou soro fisiológico). NÃO USAR ÁLCOOL, ÉTER OU
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Normas de Biossegurança para Odontologia
c) Todo acidentado, bem como deverá ser encaminhado imediatamente as Unidades Básicas
de Saúde – UBS 24 h de Mogi das Cruzes. O paciente fonte será convidado a realizar os exames
necessários.
f) As drogas devem ser fornecidas pelo Hospital para onde o acidentado for encaminhado.
Após o atendimento inicial, no Pronto Atendimento do Hospital, a vítima deve ser encaminhada ao
Serviço de Assistência Médica para acompanhamento e avaliação dos efeitos colaterais da
medicação em uso.
h) Se houver risco para HVC: sem recursos profiláticos. Se o resultado do anti-HVC for positivo
encaminhar o acidentado, para o Serviço de Assistência Médica conveniado da instituição.
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Normas de Biossegurança para Odontologia
Via de
Percutânea Mucosa
Entrada
Quem dos
Paciente Fonte Acidentado
envolvidos?
Fim
1
32
Normas de Biossegurança para Odontologia
2
2
Profissional
Não testado é vacinado Sim
contra Hepatite B ?
Quantas
Uma dose doses
tomou?
Fim
CUIDADOS LOCAIS
1. Interromper as atividades
2. Lavar a região com água e sabão
3. Não friccionar, não escovar, não usar soluções alcoólica (Lesão
percutânea).
4. Em caso de contato com mucosa, conjuntiva ocular, nariz ou boca
lavar intensamente com água ou soro fisiológico.
5. Comunicar ao Professor Responsável pela Clínica.
PROFESSOR RESPONSÁVEL
PRONTO ATENDIMENTO
Todo acidentado, bem como o paciente fonte, deverá ser encaminhado no prazo de até 72
horas para as Unidades Básicas de Saúde – UBS 24 h de Mogi das Cruzes:
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Normas de Biossegurança para Odontologia
Tipo de Ocorrência:
DO ACIDENTE
Descrição do Acidente:
¨ PARA O HOSPITAL:
Acompanhante (nome/RG/RGM):
Informações adicionais:
PACIENTE FONTE
Nome do Paciente:
Endereço:
Idade: Telefone contato:
Dados sorológicos ou virológicos:
Dados CLÍNICOS :
DO PACIENTE
HOSPITAL
RECEPTOR
¨ SIM ¨ NÃO
Quais:
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Normas de Biossegurança para Odontologia
MEMBRO EXECUTIVO
Assinatura: _____________________________________
MEBROS MULTIDISCIPPLINARES
Assinatura: _____________________________________
Assinatura: _____________________________________
Av. Francisco Rodrigues Filho, 1233 – Mogilar Mogi das Cruzes/SP-Cep: 08773-380
Tel: (11) 4791-8000/(11) 4791-8232
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