Você está na página 1de 65

Instrumentos para levantamentos

epidemiológicos

Calibração em exames clínicos


odontológicos

CPI, PIP, DAI/IED, CPOD


PREVENÇÃO E PRÁTICA CLÍNICA

Instrumentos para
levantamentos
epidemiológicos
Mirna Liz da Cruz
Saúde Coletiva

Pereira (1995) diz que


“epidemiologia é o ramo
das ciências da saúde que
estuda, na população, a
ocorrência, a distribuição e
os fatores determinantes
dos eventos relacionados
com a saúde”.

Epidemiologia
Objetivos Específicos- Disciplina
• Realizar programas de promoção a saúde e
prevenção em saúde bucal a escolares
• Realizar levantamentos epidemiológicos
• Realizar exames clínicos e programação
em saúde bucal baseado em avaliação de
risco e atividade de doença
Levantamentos epidemiológicos
Conceito

Utilizam instrumentos com metodologia específica


que têm como objetivo coletar informações
referentes a um determinado problema em uma
população.

Objetivos

• Estudar a distribuição dos problemas na


população.
• Diagnosticar e medir as necessidades acumuladas.
• Determinar prioridades.
• Avaliar as atividades dos serviços em saúde.

MIRNA LIZ DA CRUZ


O que são levantamentos
epidemiológicos
Instrumentos
metodologia específica- tipos de
estudo; tipos de amostra;
clasificação dos levantamentos
calibração de examinadores
Índices
Indicadores

MIRNA LI Z DA CRUZ
levantamentos epidemiológicos
Instrumentos
metodologia específica- tipos de estudo:
estudos epidemiológicos, dividindo-os
genericamente em dois grandes tipos:
observacionais e experimentais

MIRNA LI Z DA CRUZ
descritivos quando se limitam a fornecer informações
sobre a distribuição de um
acontecimento ou evento em uma população
observacionais analíticos constituem, em geral, uma etapa posterior à
representada pelo método descritivo, destinando-se a
explicar causas e efeitos, testando hipóteses, como a
o pesquisador (investigador ou
condutor do estudo) não intervém, possibilidade de relação entre cáries e o consumo de
deixando que a açúcar, entre frequência de escovação e doença
natureza siga seu curso normal. periodontal, entre obesidade e diabetes.

Transversais ou de prevalência: quando se


referem à medição de problemas em determinado
momento
analíticos
Ecológicos: sempre que a unidade de
observação é a população, e não o indivíduo
se a doença esta relacionada a um
comportamento de risco

longitudinal (através do incidência-


tempo ) surgimento de novos
casos durante os anos
Levantamento Epidemiológico

Segundo Rothman , Grant et al. , Beasley et al. , os estudos


epidemiológicos observacionais prestam-se à identificação dos
factores associados à variação natural de sintomas, à incidência
dos riscos, à evolução de determinada doença, antecedendo o
conhecimento dos mecanismos fisiológicos, gerando evidências
que norteiam o raciocínio científico na busca da etiologia e do
tratamento.

ROTHMAN, K. J. Epidemiologia moderna. Sevilla: Diaz de Santos; 1997. p. 3-9.


GRANT EN, WAGNER R, WEISS K. B. Observations on emerging patterns of asthma in our society. J Allergy
Clin Immunol 1999;104(2), part 2:S1-S9.
BEASLEY R, CRANE J, LAI CK, PEARCE N. Prevalence and etiology of asthma. J Allergy Clin Immunol
2000;105(2), pt. 2:S466-72.
Levantamentos epidemiológicos
inferir sobre a
eficácia geral
dos serviços
executar
avaliar, ações de
saúde
A PARTIR DOS
DADOS
COLETADOS
permite
comparações de
prevalências em
diferentes

planejar períodos de
tempo e áreas
geográficas
Planejamento do levantamento
Tipos de amostra

• população em sua totalidade (UNIVERSO)


(AMOSTRA) ou uma parte dela
•O cálculo da amostra é dependente do objetivo específico do
estudo, bem como da facilidade de se obtê-lo.
Planejamento do
levantamento
Idades índices e grupos etários
recomendados pela OMS

de 18 a 36 meses: problemas orais em bebês. -


5 anos: dentição decídua. -
12 anos: dentição mista. -
15 anos: dados de incidência de cárie e índices
periodontais em adolescentes. -
35-44 anos: saúde bucal em adultos. -
65-74 anos:
Verificação da necessidade de tratamento e
controle dos efeitos gerais dos cuidados
odontológicos prestados a esta população.
Planejamento do levantamento
DETERMINAÇÃO DO TAMANHO DA AMOSTRA

•A OMS (1999) preconizou cinco idades ou faixas


etárias-índice: 5 a 12,
12 a 15, 15 a 35, 35 a 44 (média 40 anos) e 65 a 74
(média 70 anos), um número de participantes (número
aproximadamente igual de homens e mulheres) que
pode variar de 25 a 50,
•Para populações em que esses índices são
desconhecidos, é necessário realizar um estudo piloto.

MIRNA LIZ DA CRUZ


TIPOS DE AMOSTRA

não há metodologia estatística na escolha


conveviencia
dos participantes

aleatória simples (sorteio)


amostra
amostra sistemática- possui cadastro mas sem
organização
aleatória
estratificada

conglomerado local , comunidade -controle de


quanto localidade
universal
Um estudo sobre o índice de cárie em
uma escola seria considerada um
estudo transversal. O estudo
transversal é um tipo de estudo que
coleta dados em um único ponto no
tempo e analisa a relação entre as
variáveis ​de interesse. Neste caso, a
prevalência de cárie entre os alunos da
escola
Levantamento epidemiológico deve ser desenvolvido
em seis etapas ordenadas de maneira lógica:

1. Determinação dos objetivos e desenho geral do


estudo
2. Seleção da amostra
3. Calibração de examinadores e testes de
concordância
4. Preparação operacional do estudo
5. Condução dos exames e aplicação dos
questionários
6. Análise dos dados e apresentação dos resultados.
Sequência
calibração

tipos de levantamento-,
entrevista/exame, extensão,
Marketing bases de dados ou em
instituições

tipos de amostra/ tipos


de estudo
Levantamento instrumentos
Epidemiologia epidemiológico
Índices/
Indicadores

Índices e indicadores
específicos na
Odontologia

índice CPO-D
Índice de placa de Löe e Silness
Higiene oral simplificado (IHOS)
perda de inserção periodontal (PIP)*****

ÍNDICE PERIODONTAL COMUNITÁRIO (CPI)


diagrama usado para organizar informações de
levantamentos epidemiológicos
Calibração dos examinadores
CALIBRAÇÃO DE EXAMINADORES PARA ESTUDOS
EPIDEMIOLÓGICOS DE CÁRIE DENTÁRIA

Conceitua-se calibração como sendo a repetição de exames


nas mesmas pessoas pelos mesmos examinadores, ou pelo
mesmo examinador em tempos diferentes, a fim de diminuir
as discrepâncias de interpretação nos diagnósticos (WHO,
1993)s)
Calibração
OBJETIVOS
a) assegurar uniformidade de interpretação, entendimento
e aplicação dos critérios das várias doenças e condições a
serem observadas e registradas;
b) assegurar que cada um dos examinadores possa
trabalhar consistentemente com o padrão adotado;
c) minimizar variações entre diferentes examinadores
(WHO, 1993).

PERES, Marco Aurélio; TRAEBERT, Jefferson; MARCENES, Wagner. Calibração de examinadores para
estudos epidemiológicos de cárie dentária. Cadernos de Saúde Pública, v. 17, p. 153-159, 2001.
Processo de Calibração Concordância
interexaminador 2
Processo de calibração ou + examinadores

A OMS (1999), em seu manual, recomenda que quando o Concordância intra-


estudo for conduzido por um grupo de examinadores, examinador (um
deve-se escolher um grupo de 20 ou mais pacientes,
realizar um treinamento prévio e, em seguida, comparar examinador
os resultados, sendo que , se estes se apresentarem muito
discrepantes, os pacientes devem ser chamados
novamente e reexaminados. Desse modo, as diferenças
entre diagnósticos podem ser revistas pelos observadores Índice kappa
e discutidas em equipe.
Índice kappa
Tópicos a Serem Discutidos

E a estatística kappa frequentemente


utilizada para expressar concordancia

MIRNA LIZ DA CRUZ


Índice e Indicadores

Tópicos a Serem Discutidos

A maneira mais fácil de medir a ocorrência de uma


doença

MIRNA LIZDA CRUZ


INSTRUMENTOS EPIDEMIOLÓGICOS
ÍNDICE

Índice é a expressão numérica da freqüência relativa de uma determinada


condição

Um índice é o que pode estabelecer as diferenças de


intensidade de ataque de uma doença ou de uma condição
qualquer. De acordo com a definição clássica de Russel (Slack,
1981)

MIRNA LIZ DA CRUZ


Características Índice

um índice deve apresentar as seguintes


características (Striffler et al., 1983):
Clareza, simplicidade e objetividade: o
examinador deve ser capaz de memorizar
suas regras e critérios de maneira a aplicá-lo
com naturalidade e sem perder tempo
durante o trabalho de campo
Validez
confiabilidade
sensibilidade
aceitabilidade

MIRNA LIZ DA CRUZ


Indicadores
os indicadores de saúde têm um sentido mais amplo e
podem incluir tanto alguns índices quanto informações
qualitativas, como acesso a serviços de saúde, oferta de
mão de obra, correspondência entre problemas de saúde
bucal e as condições de vida etc.

MIRNA LIZ DA CRUZ


Indicadores
É uma condição geral
1. Saúde, incluindo condições demográficas;
2. Alimentos e nutrição;
3. Educação, incluindo alfabetização e ensino técnico;
4. Condições de trabalho;
5. Situação em matéria de emprego;
6. Consumo e economia gerais;
7. Transporte;
8. Moradia, incluindo saneamento e instalações domésticas;
9. Vestuário;
10. Recreação; 11. Segurança social e
12. Liberdade humana.

MIRNA LIZ DA CRUZ


Índices odontológicos
Tópicos a Serem Discutidos

•Cárie dentária.
•Condição periodontal.
•Traumatismo dentário.
•Condição de oclusão dentária.
•Fluorose dentária.
•Edentulismo.
•Condições sócio-econômicas.
•Utilização de serviços odontológicos.
•Autopercepção de saúde bucal (dor).

UMA APRESENTAÇÃO DE ARPOADOR


Índices
ÍNDICES UTILIZADOS NO SB BRASIL 2010

• Condição de Oclusão Dentária


• Traumatismo Dentário
• Edentulismo
• Fluorose Dentária
• Cárie Dentária e Necessidade de
Tratamento
• Condição Periodontal
Índices

índice CPO-D
Índice de placa de Löe e Silness
Higiene oral simplificado (IHOS)
perda de inserção periodontal (PIP)*****

ÍNDICE PERIODONTAL COMUNITÁRIO (CPI)

MIRNA LIZ DA CRUZ


Índice CPO
MISSÃO E VISÃO

Originalmente formulado por Klein e Palmer em 1937


Para a dentição temporária, os índices são identificados
com minúsculas, denominando-se, respectivamente, ceo-
d e ceo-s.

Índice ceo-d ceo-s


DENTIÇÃO MISTA

, os índices são identificados com minúsculas,


denominando-se, respectivamente, ceo-d e ceo-s.

MIRNA LIZ DA CRUZ


CPO-D= Nº de Dentes Permanentes Cariados + Perdidos + Obturados
Número de Pessoas Examinadas de uma det. área e no ano
Índice de placa de Löe e Silness
A placa na superfície dentária é verificada após lavagem e secagem da superfície
dentária com leve jato de ar, utilizando-se uma escala de pontuação que varia de 0
a 3,

0: área gengival livre de placa


1: fina camada de placa na margem gengival, não visível a olho nu,
mas detectada pela sonda periodontal
2: moderado acúmulo de placa na margem gengival
3: quantidade expressiva de placa (sua espessura preenche a
cervical e outras faces do dente).

verifica espessura da placa


Higiene oral
simplificado (IHOS)
por John C. Greene e Jack R. Vermillion (1964).

vestibular do 11,31,16,26:
lingual:36e 46

escore:
0- ausência de biofilme
1- 1/3 da superfície
2- o mais que 1/3,
3- mais que 2/3 da superfície
The Journal of the American Dental Association
Volume 68, Issue 1, January 1964, Pages 7-13
ÍNDICE PERIODONTAL
COMUNITÁRIO (CPI)

Prédios & Equipamentos

Preconizado pela OMS


10 dentes-índices
3 indicadores: sangramento gengival, presença de cálculo e
bolsas periodontais
dividida em sextantes (18-14, 13-23, 24-28, 38-34, 33-43, 44- 48)
pacientes adultos até 20 - s (17, 16, 11, 26, 27, 37, 36, 31, 46, 47)
abaixo de 20 - 6 dentes- 2o. molares excluídos
Sonda CPI
ÍNDICE PERIODONTAL COMUNITÁRIO (CPI

vantagens desvantagens
registro parcial;
simplicidade, exclusão de importantes sinais de
rapidez, doença periodontal prévia, tal
como perda de inserção e perda
fácil utilização e óssea;
falta de registro da mobilidade
uniformidade
dental
internacional
PERDA DE INSERÇÃO PERIODONTAL (PIP)

indicada como parâmetro determinante para o estudo de


indicadores de risco de periodontite crônica
O índice DAI/IED

foi desenvolvido nos Estados Unidos (1989) e identifica


10 alterações oclusais que resultam, matematicamente,
em escores, com pesos específicos baseados em um
determinado grau de importância de acordo com o
julgamento de pessoas leigas
Dental Aesthetic Index, DAI, ou índice de estética
dentária, IED (Hamamci et al., 2009; Jenny et al.,
1989)

MIRNA LIZ DA CRUZ


Referências
CHALUB, Loliza Luiz Figueiredo; PÉRET, Adriana de Castro Amédée. Desempenho do índice Periodontal Comunitário (CPI) na
determinação da condição periodontal: enfoque no exame parcial. Arquivo Brasileiro de Odontologia, v. 6, n. 3, p. 155-162, 2010.
SILVEIRA, João Luiz Gurgel Calvet da; OLIVEIRA, Valéria de; PADILHA, Wilton Wilney Nascimento. Avaliação da redução do índice de
placa visível e do índice de sangramento gengival em uma prática de promoção de saúde bucal com crianças. Pesquisa Odontológica
Brasileira, v. 16, p. 169-174, 2002.

Você também pode gostar